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As relações entre professor/aluno no processo de ensino e aprendizagem APRESENTAÇÃO Durante muitos anos, a relação entre professor e aluno foi marcada por ser uma relação em que o professor era o detentor do saber e o aluno o receptor passivo dos conhecimentos transmitidos pelo mestre. Com o advento da Internet e o surgimento de novas tecnologias de informação e comunicação na vida social e escolar, vieram à tona novas relações sociais e novas formas de aprender e de interagir, modificando a relação entre professor e aluno. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver as principais características da relação entre professor e aluno e as competências requeridas para o professor atuar como mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem do aluno. Além disso, você vai analisar situações concretas de ensino e aprendizagem que exemplificam a relação entre professor e aluno. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais características da relação entre professor e aluno.• Descrever a importância do conceito de professor mediador no processo de ensino e aprendizagem. • Analisar situações concretas e bem-sucedidas de ensino e aprendizagem em sala de aula que exemplifiquem as relações entre professor e aluno. • DESAFIO Cabe ao professor orientar (sem ser o especialista que transmite o saber) e criar situações que auxiliem os alunos a solucionar um problema ou uma tarefa ou, ainda, a cumprir uma trajetória. Com base em tal perspectiva, imagine que você atua como professor de turmas do ciclo I do Ensino Fundamental (primeiro ao quinto anos) e está desenvolvendo o trabalho dos conteúdos com as turmas por meio de projetos de pesquisa. O tema de um dos projetos que você propõe às turmas é cidade e qualidade de vida. Quando se fala em qualidade de vida e alimentação, abordam-se questões como consumo e economia de água e energia, tipos de energia, alimentação, preservação e recuperação de matas e rios, produção e reciclagem de lixo, serviços de promoção da saúde, oportunidades de lazer e estilos de vida pessoais. Então, na perspectiva da alimentação, são abordados os hábitos alimentares dos moradores da cidade ou região e como eles influenciam o corpo e a condição social e econômica da população. Diante disso, se você resolvesse abordar o assunto por meio da perspectiva da alimentação: a) Como seria a aula se ela estivesse centrada no papel do professor de acordo com a tendência tradicional? Justifique a sua resposta. b) Como seria a aula caso ela estivesse centrada no papel do professor como mediador? Justifique a sua resposta. INFOGRÁFICO Na sociedade contemporânea, exige-se que o professor atue como mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem do aluno. Para tanto, o professor precisar dispor das competências de organizar e dirigir as situações de aprendizagem. Para Perrenoud (2000), a competência é a capacidade de utilizar os saberes para agir em determinada situação. O Infográfico a seguir apresenta as competências requeridas para o professor atuar como mediador no processo de ensino e aprendizagem. CONTEÚDO DO LIVRO As relações entre professor e aluno se modificaram durante a História devido às mudanças culturais, econômicas, políticas e legais. Tais mudanças influenciaram o papel do professor e, consequentemente, o papel do aluno. No capítulo As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem, da obra Didática, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ser convidado a considerar as principais relações entre professor e aluno constituídas historicamente no Brasil, bem como as relações que se constituem na contemporaneidade. Boa leitura. DIDÁTICA Glaucia Silva Bierwagen As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais características da relação entre professor e aluno. Descrever a importância do conceito de professor mediador no pro- cesso de ensino e aprendizagem. Analisar situações concretas e bem-sucedidas de ensino e aprendiza- gem em sala de aula que exemplifiquem as relações entre professor e aluno. Introdução Castells (2000), sociólogo espanhol, considera que as novas tecnologias de informação e comunicação definiram um novo paradigma para a atual sociedade. Para ele, os efeitos dessas tecnologias afetam diretamente todas as atividades humanas (individuais ou coletivas), tornando-as in- terconectadas, complexas e de natureza fluida. Esse cenário provocou mudanças nas relações humanas e nas formas de trabalho, demandando que o professor exerça um papel diferente nas salas de aula e nas escolas. Como consequência, as relações entre professor e aluno mudaram: o professor atua como mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem do aluno, e este, por sua vez, atua como o principal agente de seu conhecimento. Neste capítulo, você verá como a relação professor–aluno se cons- tituiu historicamente no Brasil e como ela se apresenta na sociedade contemporânea. 1 Características da relação professor–aluno A relação entre professores e alunos sofreu muitas modifi cações no decorrer da história da educação, à medida que surgiam diferentes compreensões sobre as fi nalidades da educação. Por isso, é importante entender que as diversas trajetórias formativas e as refl exões dos professores podem levá-los a adotar determinadas práticas de ensino e explicam as relações que eles desenvolvem com os alunos. Além disso, a relação entre professor e aluno é infl uenciada pelas características gerais da educação de cada momento histórico, como você verá a seguir. Para Romanelli (2012) e Hilsdorsf (2003), o movimento da escola tra- dicional ou conservadora, que teve bastante destaque no final do século XIX e no início da República no Brasil (ainda existem práticas pedagógicas atuais apoiadas nesse movimento), propõe que o responsável pelo processo de ensino e aprendizagem seja o professor. Nessa perspectiva, o professor deve conduzir as aulas principalmente pela exposição oral, ao passo que os alunos têm a função de receber passivamente os conteúdos. Portanto, nesse movimento, o professor é o detentor do conhecimento, e o aluno, o seu receptor. A escola tradicional teve como principais teóricos autores como Comênio, Pestalozzi e Herbart, os quais enfatizaram a organização dos processos de ensino e aprendizagem com enfoque na atuação expositiva do professor. No Brasil, por volta da década de 1920, a partir das contribuições da psicologia — que compreende o indivíduo como responsável pela aquisi- ção do conhecimento e como participante no processo de construção dele —, desponta o movimento da Escola Nova. Por meio dele, passaram a ser pesquisadas e aplicadas as chamadas metodologias ativas, que valorizam o desenvolvimento de habilidades, sentimentos e processos de avaliação que privilegiam a participação ativa do aluno. Um dos instrumentos utilizados é a autoavaliação. Portanto, nesse movimento, o professor assume o papel de As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem2 orientar e estimular o aluno na construção do seu conhecimento. O aluno, por sua vez, possui o importante papel de ser ativo e participativo na elaboração da sua aprendizagem. No Brasil, os principais influenciadores teóricos da Escola Nova foram Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, que enfatizaram o uso de metodologias ativas. É importante observar que esse movimento já ocorria internacionalmente mediante as ideias de Jonh Dewey, no século XIX, e Freinet, no século XX (ROMANELLI, 2012; GIRALDELLI JUNIOR, 2001). O Ministério da Educação disponibiliza materiais sobre 62 teóricos e educadores que influenciaram a educação brasileira. Entre eles, encontram-se: Anísio Teixeira, Fernandode Azevedo, Comênio, John Dewey, Célestin Freinet, Johann Pestalozzi e Johann Herbart. Neste link, você pode aprender mais sobre eles. Esse material está disponível no site Domínio Público. Na segunda metade do século XX, o movimento tecnicista, influenciado pela aceleração da industrialização no Brasil, passou a orientar os modelos de formação de professores, as práticas pedagógicas e as políticas de educação. Nesse movimento, os processos metodológicos eram extremamente importan- tes para que se formassem alunos produtivos e capazes de atuar nas grandes indústrias que se criavam ou se instalavam no País. Assim, os professores não eram responsáveis pelo próprio planejamento, pois uma equipe técnica era quem o realizava. A avaliação era feita por meios sofisticados e técnicos (ROMANELLI, 2012; GIRALDELLI JUNIOR, 2001). Nessa perspectiva tecnicista, o professor assumia o papel de um técnico da educação, devendo aplicar avaliações para verificar a produtividade do aluno, que, por sua vez, precisava ser produtivo e reproduzir, em uma avaliação, todos os conhecimentos adquiridos em aula. A partir da década de 1980, com a redemocratização do Brasil, surge um movimento relacionado com as teorias críticas e progressistas que contestava o sistema capitalista e apresentava o educador como agente de transforma- ção, além de orientador e interventor do conhecimento. A prática educativa 3As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem estava alicerçada no seu contexto social. Nessa perspectiva, o aluno tem o papel ativo e construtivo na elaboração de seu conhecimento, além de ser um agente propositor de mudanças. Essa perspectiva educacional tem como influenciadores teóricos Paulo Freire, Piaget e Vygostsky (GIRALDELLI JUNIOR, 2001; ROMANELLI, 2012). Paulo Freire foi um educador brasileiro que se preocupou com a educação das classes populares. Ele tinha como princípio valorizar o cotidiano dos alunos e, por meio do diálogo problematizador, buscava despertar a consciência crítica deles, tornando-os sujeitos de sua própria história e possíveis transformadores da sua realidade (FREIRE, 1996). Já Lev Vygotsky foi o teórico inspirador do sociointeracionismo, que postula que a construção do conhecimento se dá por meio das interações sociais. Dois dos conceitos mais importantes desenvolvidos por ele foram o da zona de desenvolvimento proximal e o de mediação simbólica, que você conhecerá melhor mais adiante (VYGOSTSKY, 1986; 1993). Por fim, Jean Piaget foi o pesquisador e teórico que postulou o construtivismo, que postula que a construção do conhecimento ocorre quando o sujeito interage com o seu meio. Ele propôs a existência de estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano e influenciou a educação de maneira profunda (CASTORINA, 1990). Nos últimos anos, houve o advento da sociedade da informação e das tec- nologias de informação e comunicação (TIC). Nesse cenário, modificaram-se as exigências do mercado de trabalho e os modos de atuação nessa sociedade dinâmica, conectada e complexa. Assim, faz-se necessário um processo educativo que prepare o indivíduo para as constantes transformações. Nesse contexto, as metodologias ativas têm sido retomadas e ganhado destaque, colocando o aluno como centro do aprendizado. Nessas metodologias, o papel do professor é o de mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem do aluno, que, por sua vez, tem o papel de ser o principal agente de sua aprendizagem. O Quadro 1, a seguir, demonstra como a relação professo–-aluno se deu em cada um dos momentos históricos da educação no Brasil. As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem4 Movimento Relação professor–aluno Escola tradicional ou conservadora (século XVII ao século XX) O professor é o detentor do conhecimento, e o aluno, o seu receptor. O professor é autoritário, e o aluno pode até mesmo receber castigos. Escola Nova (século XX, a partir de 1920) O professor assume o papel de orientar e estimular o aluno no percurso da construção do seu conhecimento, ao passo que o aluno tem direito a uma postura ativa e participativa na elaboração da sua aprendizagem. Escola tecnicista (século XX, a partir de 1960) O professor é o “técnico da educação”, devendo aplicar avaliações para verificar a produtividade do aluno, que, por sua vez, precisa ser produtivo e reproduzir, em uma avaliação, todos os conhecimentos que o professor passou a ele. Teorias críticas e progressistas (século XX, a partir de 1980) O educador e a prática educativa devem transformar o contexto social. O professor atua como orientador e interventor do conhecimento. O aluno, por sua vez, tem papel ativo na elaboração de seu conhecimento, além de poder ser agente propositor de mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas. Metodologias ativas (século XXI) O papel do professor é de mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem do aluno, que deve ser o principal agente de sua aprendizagem. Quadro 1. Relação professor–aluno ao longo da história da educação brasileira 2 O professor mediador Como visto na seção anterior, em muitos momentos na história da educação brasileira, o trabalho do professor esteve associado à aula expositiva, seguida da proposição de exercícios aos alunos. No entanto, na sociedade contempo- rânea, exige-se que o professor atue com o papel de mediador (orientador, facilitador) da aprendizagem. Para compreender a importância do papel do professor como mediador, é importante saber o que são competências. Segundo Perrenoud (2000), a competência é a capacidade de utilizar os saberes para agir em uma 5As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem situação. Para o autor, o professor mediador da aprendizagem do aluno tem a competência de organizar e dirigir as situações de aprendizagem do estudante. Mas o que é organizar e dirigir as situações de aprendizagem? Perrenoud (2000, p. 25) explica que se trata de “[...] despender energia e tempo e dispor de competências profissionais necessárias para imaginar e criar tipos de situações de aprendizagem diferentes das tradicionais”. Para o autor, para organizar e dirigir situações de aprendizagem, mobilizam-se algumas competências específicas: - conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem; - trabalhar a partir das representações dos alunos; - trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem; - construir e planejar dispositivos e sequências didáticas; - envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento (PERRENOUD, 2000, p. 26). Com relação ao conhecimento dos conteúdos a serem ensinados, faz-se indispensável que os professores dominem os saberes. Entretanto, eles devem dominar o conteúdo a ponto de construir situações de aprendizagem abertas e tarefas complexas. A ideia é que aproveitem os interesses dos alunos, explorem os acontecimentos, favoreçam a apropriação ativa e a transferência de saberes, ou seja, transmitam o saber identificando os conceitos mais importantes do conteúdo a ser ensinado (PERRENOUD, 2000). Quando o professor trabalha a partir das representações dos alunos, dá- -lhes regularmente direitos em sala de aula — direitos de expressarem-se. Além disso, ele abre espaço para discussões e não censura imediatamente as analogias falaciosas, as explicações simples e os raciocínios espontâneos que os alunos apresentam. O professor deve colocar-se no lugar dos aprendizes, sabendo que a maioria dos conhecimentos científicos contrariam a intuição, as concepções e as representações das crianças, bem como as próprias con- cepções que algumas sociedades do passado apresentaram. Desse modo, a competência do professor é reconhecer e fundamentar-se nas representações prévias dos alunos, usando-as como ponto de entrada para o sistema cognitivo dos estudantes (PERRENOUD, 2000). Para que o professorpossa trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem, faz-se necessário estimular os alunos a reestruturarem o seu sistema de compreensão de mundo. Transpor um obstáculo ocorre mediante uma aprendizagem inédita, que pode ser apresentada por meio de uma situação- -problema. Nesse processo, é importante que o professor aceite os erros como As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem6 etapas importantes do esforço do aluno em compreender, pois, por meio deles, pode proporcionar a tomada de consciência dos estudantes, identificando a origem dos equívocos e transpondo-os (PERRNOUD, 2000). Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas demanda do profes- sor a ideia de que uma situação de aprendizagem é gerada por um dispositivo que coloca os alunos diante de uma tarefa, uma trajetória ou um problema para resolver. Assim, cabe ao professor orientar (sem ser o especialista que transmite o saber) e criar situações, dando auxílio para que os alunos solucio- nem o problema ou a tarefa, ou cumpram a trajetória (PERRENOUD, 2000). Envolver os alunos em atividades de pesquisa e em projetos de conhecimen- tos traz a ideia de que o professor deve ter a capacidade fundamental de tornar acessível a sua própria relação com o saber. Nessa perspectiva, a competência do professor é saber reconhecer quando os alunos estão entediados diante de uma tarefa com aparência lúdica. Fazer os alunos envolverem-se em atividades de pesquisa é compreender que, como professor, não é possível envolver-se no lugar dos alunos, mas se pode direcionar as tarefas, resgatar o interesse dos estudantes e instigar questionamentos (PERRENOUD, 2000). Um dos teóricos que contribuiu bastante para o aprofundamento e a análise da formação e do desenvolvimento do processo de aprendizagem nos indivíduos foi Vygostsky, que se dedicou ao estudo das funções psicológicas superiores, tais como atenção, memória, imaginação, pensamento e linguagem. Segundo o autor, esses processos não são inatos, mas sim se originam nas relações entre as pessoas e se desenvolvem ao longo do processo de internalização de formas culturais de comportamento. Portanto, Vygotsky indica que essas funções psicológicas superiores são distintas dos processos elementares (reações automáticas, ações reflexas e associações simples), que têm origem biológica. As funções psicológicas su- periores originam-se na relação do sujeito com o seu contexto cultural e social, ou seja, na interação dialética do homem com o seu meio sociocultural. Esse autor defende que o desenvolvimento mental (inclusive processos psicológicos mais complexos) ocorre a partir do contexto social. Por meio de seus estudos, Vygotsky chegou a importantes conceitos, como o processo de mediação simbólica e a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que ajudam a entender os processos de aprendizagem nas crianças e nos adolescentes, mostrando que estão correlacionados com cultura, história e linguagem. Para esse pesquisador, é por meio da mediação simbólica que ocorre o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Existem dois elementos básicos na mediação simbólica: o instrumento e o signo. O ins- trumento determina as ações sobre os objetos, podendo ser um computador, 7As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem a internet, uma rede social, um livro, etc., ao passo que o signo pode ser a linguagem, por exemplo. No decorrer de suas experiências, o indivíduo pode ter dois tipos de de- senvolvimento. Um deles é o desenvolvimento real, que é aquele que já foi consolidado. Por meio dele, o sujeito é capaz de resolver situações utilizando o seu conhecimento de forma autônoma. Todavia, o indivíduo também pode atingir um desenvolvimento potencial, que é construído com o auxílio de outros (um adulto ou uma criança mais experiente). Entre esses dois desen- volvimentos — o real e o potencial —, existe o que o autor chama de ZDP (VYGOTKSY, 1993). A criação e o uso dos instrumentos linguísticos e dos signos são exclusivos da espécie humana e fundamentais para que haja interação com a cultura e a sociedade. Segundo Vygotsky (1993), as relações sociais, como as que ocorrem entre os alunos e os professores, são processos educativos muito importantes, pois transmitem a história e a cultura dos antepassados para que as crianças e os adolescentes se desenvolvam por meio de suas experiências, hábitos, atitudes, valores, comportamentos, linguagem e trocas com quem interagem. Nesse processo, o indivíduo participa ativamente, interagindo, modificando e transformando. Assim, pode-se considerar que a escola tem potencial para ser um impor- tante espaço de desenvolvimento das relações sociais, utilizando instrumentos e signos historicamente construídos, como a linguagem, a cultura e as experi- ências midiáticas. Além disso, ela pode ser um importante espaço de mediação simbólica para crianças e adolescentes que a frequentam. O professor mediador deve administrar a progressão das aprendizagens dos alunos por meio do ajuste das situações-problema ao nível e às possibilidades dos estudantes. Para isso, ele deve: ter uma visão de longo prazo dos objetivos do ensino; pensar constantemente por si mesmo e em função dos alunos do momento; observar continuamente os alunos e avaliá-los em situações de aprendizagem — conforme uma abordagem que tenha por objetivo a formação dos estudantes (PERRENOUD, 2000; VYGOSTSKY, 1986; 1993). As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem8 3 Relações professor–aluno: situações concretas de ensino e aprendizagem Paulo Freire (1996) defendia que, para substituir o pensamento ingênuo pelo pensamento crítico, seria necessário o diálogo problematizador em sala de aula. Para que esse tipo de diálogo seja possível, os educadores precisam instigar e possibilitar a formação de estudantes ativos e participativos, ou seja, estudantes que participem do seu processo de ensino e aprendizagem por meio do diálogo com o outro (que pode ser outro aluno, professor ou outros profi ssionais). Dessa forma, o aluno não age como um mero receptor de conhecimento, pois pode construir, produzir, compartilhar e divulgar o saber. Freire compreendia o diálogo como um elemento muito importante para problematizar o conhecimento. Contudo, é fundamental observar que não se trata de um diálogo para nada ou uma simples conversação, mas sim uma modalidade que questiona os saberes mútuos (professor e aluno) e que pode resultar na compreensão da realidade e na sua transformação. Para isso, o professor precisa atuar em uma realidade escolar que favoreça o diálogo com o aluno e com a comunidade à qual ele pertence. O educador também deve ter possibilidades de refletir sobre a sua prática e sobre o conte- údo que ensina, para que possa propor transformações. Além disso, ele deve realizar o trabalho coletivo, mediar as relações de grupo, lidar com conflitos, trabalhar com ajuda mútua e incentivar o respeito à diversidade dos membros de cada grupo (FREINET, 1996). Portanto, o professor tem a missão de agir buscando uma ação e um pensamento críticos, e não como mero reprodutor de conteúdos. Na relação de ensino em que o professor tem o papel de detentor do conheci- mento, e o aluno, o de receptor, podem ser encontradas as seguintes situações. 1. O professor solicitar cópias de palavras ou textos aos alunos de séries iniciais (1º ao 5º ano) por meio de um quadro, uma lousa ou mesmo um livro. Nesse caso, a função do aluno é copiar da melhor forma possível e, depois, mostrar ao professor como realizou o trabalho. A habilidade de cópia das palavras ou textos do aluno será avaliada pelo professor. 2. O professor solicitar a leitura e, a seguir, a interpretação de um texto de literatura a uma turma de adolescentes do ensino médio, mas não dar oportunidades para os alunos expressarem suas reais interpretações. Nesse caso, as interpretaçõessão centradas na visão do professor; é ele quem diz quais são as interpretações corretas do texto. 9As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem Como visto, em ambos os casos, não foram dadas chances aos alunos de elaborar hipóteses sobre o objeto de conhecimento, de modo que a sua curio- sidade não foi instigada e eles não expressaram suas reais opiniões. Foi dada a eles apenas a função de escutar, ouvir as instruções do professor e realizar as atividades solicitadas. Claro, isso não significa que não possam existir situações de aprendizagem em que os alunos necessitem copiar palavras ou textos, tampouco que o professor não possa expor suas próprias interpretações sobre um tema ou texto. Quando o professor assume o papel de orientar e estimular o aluno na construção do seu conhecimento e o aluno possui o importante papel de ser ativo e participativo na elaboração da sua própria aprendizagem, é possível encontrar situações como a seguinte: um professor de ciências busca apre- sentar aos seus alunos de 13 e 14 anos, do ciclo II do ensino fundamental, o princípio de Arquimedes de forma menos abstrata. Para isso, ele traz aos alunos a reflexão sobre a matéria sem fazer referência à fase líquida. Então, pergunta a eles: entre o pão e o açúcar, qual é o mais pesado? Entre o ferro e o plástico, qual é o mais pesado? A madeira ou o concreto, qual é o mais pesado? Possivelmente, as primeiras respostas serão as de senso comum: “o plástico é mais leve”, “a madeira é mais leve”, sem que um conceito tenha sido construído. Posteriormente, constata-se que não se pode saber, pois depende de quanto de matéria se toma (PERRENOUD, 2000). O princípio de Arquimedes explica por que certos corpos flutuam. Um corpo total ou parcialmente imerso em um líquido sofre um empuxo, que é igual ao peso (densidade) do volume do líquido deslocado pelo corpo. Esse princípio quantifica o valor da força. Então: (1) os corpos cujo peso é superior àquele do líquido afundarão; (2) aqueles que tiverem peso igual permanecerão em equilíbrio (como um submarino imerso e estabilizado); e (3) aqueles cujo peso é inferior ao do líquido subirão à superfície e flutuarão (caso dos barcos) (PERRENOUD, 2000). Como o professor pode levar os alunos a construir esse conhecimento? Ele pode pôr à disposição dos alunos pedaços de madeira, ferro e plástico de volumes, formas e pesos diversos. Tais materiais não se prestam nem a uma comparação direta por peso nem a um recorte fácil em volumes iguais, são As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem10 apenas utilizados para construir o conceito de peso da unidade de volume (PERRENOUD, 2000). Em outro momento, o professor pode dividir a classe em grupos e dar a cada um deles um pedaço de massa de modelar, pedindo que os alunos meçam a massa e o volume, tendo à disposição balanças e tubos de ensaio graduados cheios de água, nos quais podem mergulhar os pedaços. Após a pesagem e a mensuração do volume por imersão, pode-se chegar ao Quadro 2. Fonte: Adaptado de Perrenoud (2000). Equipe 1 Equipe 2 Equipe 3 Equipe 4 Equipe 5 Massa (gramas) 22 42 90 50 150 Volume (milímetros) 15 30 150 35 100 Quadro 2. Valores de massa e volume do pedaço de massa de modelar fornecido a cada equipe Por meio do quadro comparativo, a turma de alunos pode chegar a formu- lações como esta: quando se divide a massa por volume, o resultado é sempre o mesmo. Assim, os alunos podem compreender que não se pode comparar senão os pesos da unidade de volume igual e que essa pode ser uma das funções da unidade de volume, que é um volume fictício, que não se recorta fisicamente (PERRENOUD, 2000). Outra situação que sugere ao professor ser mediador do conhecimento, possibilitando aos alunos construírem a sua aprendizagem na leitura, é apre- sentar a uma turma de alfabetização enredos de livros. O professor pode ler em voz alta algum livro da biblioteca escolar. No momento dedicado à leitura, ele pode sentar-se com os alunos em uma roda e apresentar o título do livro, bem como, de modo sucinto, a biografia do autor e o resumo da história. Dessa forma, os alunos irão incorporar elementos de leitura ligados à identificação do livro. A seguir, o professor pode sugerir que cada aluno escolha um livro e leia-o conforme suas habilidades, sozinho ou com a ajuda de algum colega. Após a primeira leitura, a turma pode voltar a sentar-se em roda e contar o que leu. O professor pode pedir aos alunos que levem os livros para casa e, após a realização da leitura, solicitar que escrevam um parágrafo sobre o que leram (BRASIL, 2012). 11As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem Outro exemplo em que o professor orienta e conduz a aprendizagem dos educandos de forma mediadora, incentivando-os a pensar, é a apresentação de cartazes educativos da área de saúde e a leitura desse material para uma turma de alunos. Em um primeiro momento, o professor pode questionar os alunos sobre a função dos cartazes. As crianças podem responder, por exemplo, que eles servem para ensinar a cuidar da saúde. A partir das falas dos alunos, o professor pode chamar a atenção para os usos e contextos educativos do cartaz, destacando que a sua função é educar, ensinar alguma ação, ou seja, mostrar algo para diversas pessoas. O professor também pode questionar onde os cartazes educativos são encontrados. Algumas crianças vão se lembrar de que podem ser encontrados em postos de saúde, hospitais, consultórios médicos ou talvez no mural da escola. Essa prática é importante porque leva o aluno não só a entender o porquê de estar fazendo uma dada produção e se sentir motivado ao realizar essa atividade, mas também para mostrar que, na vida, as pessoas escrevem sempre com alguma finalidade social (BRASIL, 2012). Vickery (2016) sugere que uma aprendizagem ativa é aquela que propõe discutir com as crianças a própria aprendizagem, o ambiente em que ela se dá e as expectativas dos alunos com relação ao professor. Desse modo, é importante que as crianças se envolvam no planejamento e em sua própria avaliação. A autora também considera importante que o espaço físico de sala de aula estimule a aprendizagem das crianças. Para ela, as disciplinas dos anos iniciais do ensino fundamental têm caráter de questionamento e indagação, o que deve ser realizado de modo colaborativo (alunos e alunos, alunos e professores). BRASIL. Ministério da Educação. O trabalho com gêneros textuais na sala de aula: unidade 5, ano 2. Brasília: MEC, 2012. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. CASTORINA, J. A. (Org.) Piaget-Vygostsky: novas contribuições para o debate. São Paulo: Editora Ática, 1990. FREINET, C. Para uma escola do povo: guia prático para a organização do material, técnica e pedagógica da escola popular. São Paulo: Martins Fontes, 1996. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem12 GIRALDELLI JUNIOR, P. Introdução à educação escolar brasileira. São Paulo: Cortez, 2001. HILSDORF, M. L. S. História da educação brasileira: leituras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. ROMANELLI, O. O. História da educação no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. VICKERY, A. Aprendizagem ativa nos anos iniciais do ensino fundamental. Porto Alegre: Penso, 2016. VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente: os processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1986. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993. Leituras recomendadas AVELATO, H. Escola básica e suas revoluções necessárias: desafios à formação do- cente. In: PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. R.; MATTOS, M. J. V. M. (Org.) A formação de professores e seus desafios frente as mudançassociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. BRASIL. Portal domínio público. [2018]. Disponível em: <http://www.dominiopublico. gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&skip=0&ds_titulo=&co_ autor=&no_autor=&co_categoria=133&pagina=1&select_action=Submit&co_ midia=2&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=DS_TITULO&ordem=null>. Acesso em: 29 ago. 2018. DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática: 1º a 5º. 12. ed. São Paulo: Ática. 2007. GENTLINI, J. A.; SCARLATTO, E. C. Inovações no ensino e na formação continuada de professores: retrocessos, avanços e novas tendências. In: PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. R.; MATTOS, M. J. V. M. (Org.) A formação de professores e seus desafios frente as mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. HAYDT, R. C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2011. JUNCKES, R. C. A prática docente em sala de aula: mediação pedagógica. In: SIMPÓSIO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 5., 2013. Anais..., Tubarão: SIMFOP, 2013. Disponível em: <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/eventos/simfop/ artigos_v%20sfp/Rosani_Junckes.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2018. ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. 13As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. As relações entre professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem14 DICA DO PROFESSOR As relações entre professor e aluno foram influenciadas pelas tendências ou pelos movimentos na educação ao longo dos séculos. Tais tendências influenciaram os modos de agir do professor e, também, o que se esperava que o aluno aprendesse ou mesmo realizasse na sala de aula. Na Dica do Professor a seguir, acompanhe algumas características dessas relações e algumas atividades que eram realizadas em sala de aula. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A escola surgiu como uma instituição muito importante para a formação do indivíduo e para a própria evolução da humanidade. É um espaço de aprendizagem que considera tudo significativo: as relações e os aspectos culturais, cognitivos, afetivos, sociais e históricos. Nesse sentido, qual é a finalidade da educação formal? A) Desenrolar-se em âmbitos esportivos por meio de práticas planejadas. B) Ocorrer por meio de ações intencionais e planejadas nos espaços regulares. C) Desenvolver-se por meio de atividades intencionais e planejadas fora dos espaços regulares. D) Ocorrer por meio de atividades não planejadas dentro dos espaços educativos regulares. E) Desenvolver-se nos espaços de recreação por meio de atividades planejadas. 2) "No movimento _________, o professor é responsável pelo processo de ensino e aprendizagem, devendo conduzir as aulas, principalmente, pela exposição oral. Já os alunos têm a função de receber passivamente a transmissão dos conteúdos". Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. A) tradicional. B) da Escola Nova. C) das teorias críticas. D) progressista. E) das metodologias ativas. 3) O professor que oferece espaço aos seus alunos escuta o que eles têm a dizer. Além disso, não desmerece se os estudantes apresentam conhecimentos simples e de senso comum sobre determinados assuntos. Sendo assim, o professor que trabalha a partir das representações dos alunos: A) tem domínio do conteúdo a ponto de construir situações de aprendizagem abertas e tarefas complexas, pouco aproveitando os interesses dos alunos. B) orienta e cria situações que auxiliam os alunos a duvidar da solução do problema ou da tarefa ou a cumprir a trajetória. C) reconhece e se fundamenta nas representações prévias do alunos, usando-as como ponto de entrada para o sistema cognitivo deles. estimula-os a desorganizar o seu sistema de compreensão de mundo, transpondo D) obstáculos. E) proporciona a tomada de inconsciência destas, identificando a sua origem e buscando transpô-las. 4) Os movimentos (ou tendências) educativos na educação brasileira influenciaram os comportamentos de professores e alunos, valorizando alguns aspectos em decorrência de outros. Em alguns movimentos, valorizava-se o professor; em outros, os alunos; em mais alguns, o processo de ensino e aprendizagem. No movimento educativo da Escola Nova, o que é valorizado? A) O desenvolvimento de práticas educativas que possibilitem aos alunos serem agentes propositores de mudanças na sociedade. B) A realização de tarefas e de cópias de textos solicitadas pelo professor com o objetivo de memorizar informações. C) A reprodução em uma prova de todos os conhecimentos que o professor passou ao aluno em aula. D) A progressão do professor que deve conduzir as aulas, principalmente, pela exposição oral. E) O desenvolvimento de habilidades e sentimentos no aluno em um processo de avaliação que privilegia a participação ativa deste. 5) "No movimento ________, os professores não são responsáveis pelo próprio planejamento, mas uma equipe técnica é quem o realiza. O processo de avaliação tem meios sofisticados e técnicos". Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. A) cognitivista. B) construtivista. C) criticista. D) tecnicista. E) sociointeracionista. NA PRÁTICA Resolver uma situação-problema matemática pode ser um processo rico e complexo, levando o professor a mediar (orientar) a solução. Como é possível fazê-lo? A proposta é auxiliar os alunos de Ensino Fundamental I na resolução da seguinte situação- problema matemática: Pedro e João têm, juntos, 36 figurinhas. Pedro tem 6 a mais do que João. Quantas figurinhas cada um deles tem? Veja a seguir, no Na Prática, como o professor pode mediar a solução de uma situação- problema, criando situações de aprendizagem. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Desafios da educação e professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem na sociedade da informação Por meio da abordagem sociocultural e de teóricos da sociedade da comunicação e da informação, o artigo discute os desafios da educação contemporânea, com foco na importância do professor na construção do conhecimento dos alunos, diante das novas tecnologias da informação e da comunicação, que caracterizam a sociedade da informação. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Inovações em sala de aula Como instigar a curiosidade dos alunos? Qual é o papel do professor na sociedade contemporânea? O vídeo apresenta um debate de educadores sobre os desafios das escolas atuais e dos projetos que buscam relações inovadoras entre professores e alunos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A formação de professores e seus desafios frente às mudanças sociais, políticas e tecnológicas A sociedade contemporânea demanda novas competências para o professor, em especial as relacionadas ao uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC). O Capítulo 15 (pág. 241) apresenta um histórico do processo de formação de professores e a inserção de práticas educativas utilizando TIC.
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