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DIREITO DO TRABALHO Aula 1 - O direito do trabalho no tempo e no espaço

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FUNDAMENTOS DE DIREITO DO TRABALHO E LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA
Aula 1: O direito do trabalho no tempo e no espaço:
Antecedentes históricos, conceito e seu papel na sociedade
contemporânea
Apresentação
Ao pro�ssional deste século é imprescindível o conhecimento sobre as noções básicas da Legislação Trabalhista.
Iniciaremos o estudo com um breve histórico do Trabalho e do Direito do Trabalho (internacional e no Brasil). Também
trataremos do papel do Direito do Trabalho na sociedade contemporânea, seu conceito e sua �nalidade.
Por �m, conheceremos a importância do Direito do Trabalho na vida prática da gestão.
Objetivos
Explicar a de�nição de Direito do Trabalho na doutrina brasileira;
Descrever o histórico do trabalho e do Direito do Trabalho nos aspectos internacional e nacional;
Reconhecer o papel do direito do trabalho na sociedade contemporânea.
Breve histórico do Trabalho e do Direito do Trabalho
A história do Trabalho tem início quando o homem percebe que pode utilizar a mão de obra como forma de produzir riquezas.
O escravismo, o feudalismo e o capitalismo são marcos na evolução do trabalho humano.
Final do século XVIII
Até o �nal do século XVIII (período anterior à
Revolução Industrial), as sociedades
adotaram a escravidão, a servidão e as
corporações de ofício como formas de
trabalho. Na escravidão, a pessoa era
equiparada a coisa e, por essa razão,
considerada incapaz. Não havia no período
normas de proteção ao trabalhador.
Idade Média
Na Idade Média, a modalidade que se notava
era a servidão com serviços prestados por
camponeses que eram obrigados a entregar
parte da produção ao senhor feudal,
proprietário das terras. Também nesse
período não existia a proteção ao trabalhador,
bem como a existência do Direito do Trabalho
como disciplina protetiva.
Feudalismo
O feudalismo entrou em decadência e as
atividades urbanas começaram a se
desenvolver, surgindo daí os artesãos
pro�ssionais que fundaram as corporações
de ofício que, por sua vez, disciplinavam as
relações de trabalho em estatuto. Não havia
norma jurídica semelhante ao atual Direito do
Trabalho, mas estava demonstrada uma
maior liberdade dos artesanos.



Breve histórico do Trabalho e do Direito do Trabalho
Saiba mais
O declínio do feudalismo e o desenvolvimento das atividades comerciais urbanas desencadearam um processo de transformação
que implantou o sistema capitalista como modelo econômico prevalecente. A burguesia acumulava capitais, investia e mudava a
forma de produção, transformando a realidade econômica da época, denominada de Revolução Industrial.
O divisor de águas do trabalho humano e do Direito do Trabalho foi a Revolução Industrial. Observe o quadro a seguir.
 
 Evolução histórica do trabalho humano Fonte: (ROMAR, 2018).
Breve histórico do Trabalho e do Direito do Trabalho
Com o avanço tecnológico e a produção em larga escala, a sociedade rural transformou-se em urbana, as o�cinas dos
artesãos foram substituídas por grandes fábricas, as máquinas substituíram as ferramentas. As economias agrícola e
artesanal deram lugar ao desenvolvimento industrial. Nesse contexto, as relações de trabalho também sofreram alterações.
A era industrial fez surgir o trabalho livre e subordinado e marcou a ruptura
completa entre os trabalhadores e os detentores dos meios de produção
que, almejando cada vez mais lucros maiores, pagavam os salários menores
possíveis e exploravam ao extremo a capacidade laborativa dos
trabalhadores.
Nasce, então, o Direito do Trabalho como estrutura de proteção do trabalhador.
A história internacional do direito do trabalho
Pode-se dividir em três grandes fases históricas o surgimento das primeiras normas trabalhistas. Trataremos delas a seguir.
Clique nos botões para ver as informações.
A primeira fase vem marcada por pequena atuação do Estado Liberal. Na Inglaterra houve, em 1799, a proibição da
criação de coligações, restabelecendo as associações; em 1825, a lei Peel’s Act, que proibia o trabalho das crianças em
jornada superior a 12 horas por dia. Na França, em 1791, a Lei Chapelier extinguiu as corporações de ofício, a Revolução
operária de Lyon, em 1830. Na Suíça, Marx e Engels se uniram em, 1847, no Congresso de Londres, e foi editado o
Manifesto Comunista. Não havia, nesse período, um Direito do Trabalho sistematizado.
Primeira Fase – �nal do século XVIII até o Manifesto Comunista de 1848 
Na segunda fase, ocorreram, na França: A Revolução Francesa, em 1848; o reconhecimento do direito de greve, em
1864; o surgimento de uma nova lei sindical em 1884; o reconhecimento da liberdade sindical, em 1884; e os
trabalhados reunidos em Congresso, em 1889, estabeleceram a jornada de 8 horas e o dia 1º de maio como dia do
trabalho. Em 1919, votou-se a lei que �xou a jornada de 8 horas.
Na Alemanha, ocorreu, em 1890, a Conferência Internacional de proteção ao operário; o surgimento da Constituição
de Weimar, tratando vários direitos sociais e incorporando vários direitos dos trabalhados.
Na Itália, houve a divulgação da Encíclica – Rerum Novarum pelo Papa Leão XIII, em 1891, com abordagens do
trabalho sob a ótica da igreja. Editada na Itália, em 1927, a Carta Del Lavoro embasou os sistemas políticos
corporativistas, até mesmo o brasileiro. Ela representava a tutela dos assalariados, com uma legislação amplamente
paternalista, e também a inibição do movimento sindical, por meio do dirigismo que exercia sobre este.
No México, em 1917, iniciou-se o trabalho de constitucionalização das normas de proteção do trabalho. Já na
Rússia, houve a promulgação da Constituição, em 1905, e a ocorrência da greve de Petrogrado, em 1917, como
grandes marcos.
Esta fase, conforme mencionado, inicia-se com o Manifesto Comunista, em 1848, e com grandes movimentos da classe
operária, na Inglaterra e na França, lutando pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas e marcando uma nova era. Ela
tem como marco �nal o término da Primeira Guerra, em 1919, e com a criação da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), pelo Tratado de Versalhes. Ficou conhecida como a Fase do Direito do Trabalho Sistematizado, havendo disciplina
para as relações jurídicas que tinham como origem a exploração do trabalho. Considerando o anseio maior da construção
da paz mundial, conforme estabelecido no Pacto da Sociedade das Nações, ao término da Primeira Guerra Mundial, o
Direito do Trabalho foi integrado às bases da nova ordem jurídica, sendo-lhe atribuída, desde então, a função de promover
a justiça social.
Segunda Fase – período que abrange de 1848 até 1919 
Na terceira fase ocorreu a o�cialização do Direito do Trabalho. Delgado nos ensina que
[...] tal fase se de�ne com o instante histórico em que o Direito do Trabalho ganha absoluta cidadania nos países de
economia central. Tal Direito passa a ser um ramo jurídico absolutamente assimilado à estrutura e dinâmica
institucionalizadas da sociedade civil e do Estado. Forma-se a OIT, produz-se a constitucionalização do Direito do Trabalho
e �nalmente, a legislação autônoma ou heterônoma trabalhista ganha consistência e autonomia no universo jurídico do
século XX.
(DELGADO, 2010, p. 45)
Nesse período, ocorreu na Alemanha a greve geral nacional, em 1920; a crise econômica e social de Weimar; a tomada do
poder por Hitler; e o início da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Na Inglaterra, ocorreu, em 1926, a greve dos transportes;
a realização da conferência, em 1943, visando à criação de uma sindical internacional democrática; a criação da
Confederação Internacional das Organizações Livres, em 1949; e a greve nos serviços públicos, em 1972. Na França, em
1936, foi celebrado o acordo Martignon, no que toca às convenções coletivas; a greve geral, em 1954; a greve dos
funcionários públicos, em 1959; e, mais tarde (1968), a greve geral em todo o país.
Esta fase �cou conhecida pela rigidez no campo normativo trabalhista, já que o Estado necessitou intervir nas relações
trabalhistas com várias normas para a proteção da atividade laborativa.
Terceira Fase – de 1919 atéo início do século XXI 
Atualmente, estamos vivendo o período da automação e do surgimento de novas formas de trabalho, com o avanço
tecnológico gerando inúmeras transformações nas relações de trabalho. A nova realidade econômica que se originou com a
era digital está exigindo que o Direito do Trabalho seja mais �exível, escancarando que a proteção tutelar rígida já é insu�ciente
para tutelar o trabalhador.
 A história do Direito do Trabalho no Brasil
 Clique no botão acima.
A história do Direito do Trabalho no Brasil
A história do Direito do Trabalho no Brasil pode ser dividida em quatro fases. Trataremos delas a seguir.
Primeira fase
A primeira fase é marcada pela Independência do Brasil, em 1822, e a Abolição da Escravatura, em 1888. Não havia
normas trabalhistas nessa fase que �cou marcada pela exploração abusiva do trabalho humano. Todas as relações de
trabalhos eram marcadas pela desproporção dos detentores do meio de produção – proprietários de terra em especial
– e trabalhadores. O trabalho escravo era o limite mais baixo, mas já existiam gradações desde trabalhadores de
ganho, homens negros livres por meio de alforrias, migrantes e indígenas, entre muitos que viviam a violência dessas
relações de trabalho. A Constituição do Império assegurava a liberdade do trabalho, mas não tratou dos direitos do
trabalhador.
Delgado a�rma que a Lei Áurea pode ser tomada como o marco de referência da História do Direito do Trabalho no
Brasil. Segundo ele,
[...] ela cumpriu papel relevante na reunião dos pressupostos à con�guração desse novo ramo jurídico especializado.
De fato, constituiu diploma que tanto eliminou da ordem jurídica a relação de produção incompatível com o ramo
justrabalhista (a escravidão), como, via de consequência, estimulou a incorporação pela prática social da fórmula
então revolucionária de utilização da força de trabalho: a relação empregatícia.
(DELGADO, 2010, p. 53)
O rompimento das relações análogas à escravidão não cederam, apesar disso, como podemos ver no exemplo do
levante dos marinheiros, movimento que �cou conhecido com o nome de Revolta da Chibata, por exemplo.
Cresciam no Brasil movimentos de organização de trabalhadores e também as primeiras greves urbanas,
normalmente lideradas por imigrantes que traziam a tradição de luta por direitos das terras de origem.
Segunda fase
A segunda fase compreendeu a Abolição de Escravatura (1888) e durou até a era Getúlio Vargas (1930-1945). Esse
período foi marcado por ocorrências de greves, ainda que esporádicas, que tinham como objetivo a melhoria nas
condições de vida do trabalhador, como a redução da jornada de trabalho e o aumento dos salários.
O fenômeno de industrialização era então recente e em processo, à jornada do trabalhador rural não se dava sequer
atenção, sendo a exploração naturalizada. O período conhecido como Primeira República teve em 1891 promulgada
uma nova Constituição que, em seu artigo 72, parágrafo 4, garantia o livre exercício de qualquer pro�ssão moral,
intelectual e industrial, mas não cuidava, especi�camente, dos direitos sociais do trabalhador.
Terceira fase
A terceira fase teve início em 1930 com a Revolução (e durou até a Constituição Federal de 1988). A intervenção do
Estado nas relações de trabalho passou a ter aceitação. O governo de Getúlio Vargas criou o Ministério do Trabalho e
deu início à elaboração da normatização da legislação trabalhista.
Em 1934 foi promulgada uma nova Constituição, que pode ser considerada o marco da inserção constitucional de
normas de Direito do Trabalho. Foi substituída pela Constituição de 1937, que estabelecia os objetivos da intervenção
do Estado no domínio econômico (artigo 135), o trabalho como meio de subsistência do indivíduo (artigo 135), a
proibição da greve e lockout (artigo 139), as regras dos sindicatos e, consequentemente, que os contratos coletivos
passariam a ser aplicáveis a todos os trabalhadores que estivessem representados pelas entidades signatárias (artigo
137). Criou-se, nessa fase, a Justiça do Trabalho e, em 1943, foi editada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
para reunir toda a legislação esparsa.
Em 1946, teoricamente após a saída de Vargas, mas ainda sob in�uência do longo governo dele, foi promulgada uma
nova Constituição estabelecendo que a ordem econômica devia ser organizada conforme os princípios da justiça
social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano (artigo 145), a liberdade de
associação, determinando que a organização sindical fosse regulamentada pela legislação infraconstitucional,
permitindo-se às entidades sindicais a representação legal nas convenções coletivas de trabalho (artigo 159), a greve
como direito dos trabalhadores, devendo a lei regular o seu exercício (artigo 158) e as convenções coletivas de
trabalho, devendo a lei regular o seu exercício (artigo 157).
A terceira fase da legislação trabalhista e do Direito do Trabalho brasileira foi bastante longa, uma vez que, mesmo
passando por momentos diversos da história, tornou-se uma herança duradoura que, de certa forma, ainda está
presente. Mas isso não signi�ca imobilismo, vejamos algumas mudanças.
A Constituição de 1967 não trouxe grandes alterações aos direitos sociais do trabalhador. na época, o�cializou-se o
Direito do Trabalho, que sofreu in�uência do período político autoritário e, consequentemente, não implicou mudanças
estruturais quanto aos direitos sociais e se manteve dessa forma até, pelo menos, a Constituição de 1988.
Quarta fase
A Carta Magna de 1988 trouxe um novo status ao Direito do Trabalho, já que tem forte conteúdo social, abrangendo os
direitos e garantias fundamentais, os direitos sociais (artigos 5º ao 11º), além de ter um título denominado Ordem
Social. Podemos considerá-la como a quarta fase, um período de desa�os, pois o avanço do que é chamado de quarto
setor, os processos de crescimento do trabalho em detrimento das fronteiras do emprego e a ascensão duradoura de
um Estado mais próximo da idealização neoliberal acabam marcando nossas relações atuais.
 O papel do direito do trabalho na sociedade contemporânea
[...] o Direito do Trabalho é instrumento de realização da
justiça social e de tutela do trabalhador e suas funções
somente podem ser cumpridas se previstas em uma
estrutura jurídica formal que molde o seu conteúdo e �xe os
preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos
autorizados ou proibidos nas relações entre trabalhadores e
empregadores..”
- NASCIMENTO, 1998, p. 58
São vários os papéis e as funções que o Direito do Trabalho pode desempenhar. Observe o quadro a seguir.
 
 Funções do Direito do Trabalho Fonte: (ROMAR, 2018).
O papel do direito do trabalho na sociedade contemporânea
O Direito do Trabalho exerce função tutelar quando protege a parte mais fraca da relação laboral, quando reequilibra a relação
capital/trabalho.
Já a função social está diretamente ligada à realização da justiça social, pois tem como pressuposto básico a preservação da
dignidade humana do trabalhador.
A função econômica pode ser observada como instrumento para a estabilização econômica do sistema, uma vez que a
concessão de vantagens econômicas ao trabalhador é condição para a manutenção e o equilíbrio econômico da sociedade.
O Direito do Trabalho funciona também como elemento de integração entre os interesses sociais e econômicos, coordenando
os interesses do capital e do trabalho.
Atenção
Por meio das leis, o Direito do Trabalho restringe a autonomia privada coletiva, di�cultando as reivindicações dos trabalhadores,
�cando demonstrada assim a função opressora do Estado para minimizar os movimentos revolucionários da classe trabalhista.
Conceito e �nalidade do direito do trabalho
O Direito do Trabalho é basicamente a disciplina que estuda as relações de trabalho. Não há consenso, entre os autores, quanto
à sua de�nição. Há aqueles que sustentam que é o ramo do direito que protege o trabalhador, a parte mais fraca da relação
laboral (teoria subjetivista); os quea�rmam que não se pode de�nir o Direito do Trabalho apenas pelos sujeitos, devendo
também ser levando em consideração o objeto (teoria objetivista); e os que se apoiam na teoria mista, pautando-se no
pressuposto de que, além do sujeito e do objeto, também devem ser levadas em consideração características que o
diferenciam dos demais ramos do Direito.
Seja como for, seguem dois bons conceitos, em sentido amplo.
[...] complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que
regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações
normativamente especi�cadas, englobando, também, os
institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às
relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de
serviços, em especial através de suas associações coletivas.”
- DELGADO, 2010, p. 49
[...] o ramo da ciência jurídica constituído de um conjunto de
princípios, regras, valores e institutos destinados à regulação
das relações individuais e coletivas entre empregados e
empregadores, bem como de outras relações de trabalho
normativamente equiparadas à relação empregatícia, tendo
por escopo a progressividade da proteção da dignidade
humana e das condições sociais, econômicas, culturais e
ambientais dos trabalhadores.”
- Leite, 2018, p. 43
Esse ramo do direito é instrumento na busca por melhorias nas condições de trabalho, proporcionando melhor qualidade de
vida aos trabalhadores e corrigindo eventuais distorções existentes nas relações laborativas, com o objetivo de equilibrar a
relação entre o capital e o trabalho.
Houve recentes e importantes alterações na legislação trabalhista com o advento da Reforma Trabalhista em 2017.
Comentário
A Reforma Trabalhista de 2017 foi uma mudança signi�cativa na Consolidação das Leis do Trabalho e, segundo o governo, o
objetivo dela foi combater o desemprego e a crise econômica do país.
Cisneiros (2018) a�rma que a Reforma Trabalhista fragilizou a já desgastada corrente subjetivista, estimulando a negociação e
a criação de normas costumeiras, com o claro objetivo de diminuir a in�uência estatal sobre o contrato de trabalho, não
esquecendo o fato de que a proteção do hipossu�ciente continua sendo a marca do sistema normativo brasileiro.
O direito do trabalho na vida prática da gestão
De modo geral, o conhecimento dos principais aspectos da legislação do trabalho serve como instrumento indispensável para a
operacionalização dos contratos de trabalho e a segurança privada, possibilitando aos pro�ssionais detectar as irregularidades
nas relações de trabalho que podem ser nocivas e gerar prejuízos aos interesses empresariais.
Além do conhecimento das espécies dos contratos de trabalho e dos
principais aspectos destes (alterações, nulidades, duração, causas de
suspensão e interrupção, estabilidades e causas de extinção), é
necessário que o pro�ssional da área da gestão se preocupe com os
sujeitos da relação de trabalho (que não se con�guram como
empregados), zelando pela saúde do trabalhador e evitando assim a
responsabilidade civil do empregador.
Um assunto muito recorrente e de extensa aplicabilidade prática diz respeito ao Meio Ambiente do Trabalho no âmbito das
Relações de Trabalho e à atuação do Ministério Público do Trabalho com suas formas especí�cas de atuação extrajudicial e
judicial, utilizando os principais instrumentos na tutela dos direitos, como a audiência pública, as recomendações, o inquérito
civil, o termo de ajustamento de conduta, a ação civil púbica, o dissídio coletivo de trabalho e a ação de nulidade de
instrumentos normativos e contratuais.
O gestor deverá conhecer a estrutura sindical no Brasil para compreender os efeitos das cláusulas em negociações coletivas
sobre o direito material previsto na CLT. Além disso, deve compreender o funcionamento da Justiça do Trabalho, mas poderá se
valer de métodos adequados para a solução de con�itos na tentativa de solução prévia dos con�itos existentes nas relações de
trabalho ou de emprego, evitando as lides trabalhistas.
Atividades
1. Sobre a de�nição do Direito do Trabalho, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A corrente subjetivista é aquela que concentra todas as suas forças na figura do empregado.
b) A corrente objetivista é aquela que foca o Direito do Trabalho a partir da prestação laborativa, ou seja, do objeto que envolve as
normas regulatórias da relação de emprego.
c) O Direito do Trabalho é instrumento na busca por melhorias nas condições de trabalho proporcionando melhor qualidade de vida dos
trabalhadores, com o objetivo de equilibrar a relação capital e trabalho.
d) A Reforma Trabalhista fragilizou a corrente objetiva, estimulou a negociação, mas não autorizou a criação de normas costumeiras.
e) A corrente mista parte do pressuposto de que além do sujeito e do objeto, também devem ser levadas em consideração as
características que diferenciam o Direito do Trabalho dos demais ramos do Direito.
2. Acerca dos papéis do Direito do Trabalho, assinale a alternativa correta.
a) O Direito do Trabalho exerce função social quando protege a parte mais fraca da relação laboral.
b) O Direito do Trabalho, ao preservar a dignidade humana do trabalhador, exerce função integradora.
c) A função tutelar do Direito do Trabalho fica caracterizada pela concessão de vantagens econômicas ao trabalhador como condição para
equilíbrio econômico da sociedade.
d) O Direito do Trabalho funciona também como elemento econômico, coordenando os interesses do capital e do trabalho.
e) O Direito do Trabalho usa da função opressora, por meio das leis, para minimizar os movimentos revolucionários da classe trabalhista.
3. (TRT/RJ – 2014) Considere as assertivas abaixo sobre a formação e a evolução histórica do Direito do Trabalho:
I. A Constituição brasileira de 1946 expressou o intervencionismo estatal com características do sistema corporativo,
instituindo o sindicato único, vinculado ao Estado e proibindo a greve, vista como recurso antissocial e nocivo à economia
nacional e restringindo direitos trabalhistas previstos nas constituições anteriores.
II. A transformação do Estado Liberal de plena liberdade contratual em Estado Neoliberalista com intervenção estatal na ordem
econômica e social, se constitui em aspecto político importante para o surgimento de regras de proteção ao trabalho.
III. A Constituição de “Weimar”, editada na Alemanha em 1919, embora tenha apresentado um texto progressista para a sua
época, não representou uma grande conquista no campo dos direitos sociais e trabalhistas.
IV. O marco da inserção constitucional de normas de Direito do Trabalho ocorreu com a Constituição Federal do Brasil de 1934,
culminando com a valorização do direito coletivo e a introdução de regras que favorecem o caminho da normatização
autônoma na Constituição de 1988.
V. A “Carta Del Lavoro”, editada na Itália em 1927, foi base dos sistemas políticos corporativistas, inclusive no Brasil,
representando de um lado a tutela dos assalariados por meio de ampla legislação paternalista, e de outro a inibição do
desenvolvimento sindical pelo forte dirigismo exercido sobre o movimento sindical.
Está correto o que se a�rma APENAS em:
a) II, IV e V
b) I, II e IV
c) I e II
d) I, III e IV
e) III e V
4. (TRT – 15ª Região) Como Diria Drummond, em momento cético e ao mesmo tempo indignado, “Tenho apenas duas mãos e o
sentimento do mundo”. O Direito do pós-guerra tenta incorporar o sentimento do mundo e o Direito do Trabalho vale-se da
compreensão do sofrimento para se integrar de valores humanos. O jurista trabalhista, então, parafraseando o poeta, poderá dizer:
tenho as minhas mãos e o sofrimento do mundo. Considerando o anseio maior da construção da paz mundial, conforme
estabelecido no Pacto da Sociedade das Nações ao término da Primeira Guerra Mundial, o Direito do Trabalho foi integrado às
bases da nova ordem jurídica, sendo-lhe atribuída, desde então, a função de:
a) garantir a autonomia privada.
b) coibir agitações perturbadoras da ordem.
c) promover a justiça social.
d) incentivar o trabalho decente.
e) premiar asdiferentes competências humanas.
5. (TRT – 4ª Região – Magistratura – 2016) Considere as assertivas abaixo sobre a formação histórica do Direito do Trabalho:
I. Getúlio Vargas não inaugura a legislação social no Brasil, pois, antes de ele assumir o poder, já havia normas esparsas de
proteção ao trabalho, mas é a partir da década de 1930 que o Direito do Trabalho passa a ser estruturado no país.
II. Com o Golpe de 1964, a evolução do Direito do Trabalho foi refreada, em benefício de medidas de economia pura, notadamente
�nanceiras, com vistas a resultados de curto prazo.
III. A globalização da economia, cuja efetivação nos moldes atuais se dá por volta dos anos 2000, acarreta uma acentuada
tendência à universalização e à padronização das regras de proteção ao trabalho, com participação marcante da Organização
Internacional do Trabalho.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III.
Notas
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Referências
CISNEIROS, G. Direito do trabalho sintetizado. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018.
DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010.
JORGE NETO, F. F.; CAVALCANTE, J. de Q. P. Manual de direito do trabalho. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
LEITE, C. H. B. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NASCIMENTO, A. M. Teoria geral do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1998.
RESENDE, R. Direito do trabalho. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020.
ROMAR, C. T. M. Direito do trabalho esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
Próxima aula
O direito fundamental ao trabalho;
Fontes formais e materiais do Direito do Trabalho;
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A atuação da Justiça do Trabalho durante a pandemia .
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Souto Maior: Brasil se tornou “laboratório da retração dos direitos trabalhistas” .
A longa jornada dos direitos trabalhistas .
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