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Montessori dos 0 aos 3 anos
Módulo 2 : Montessori e os Bebés
Montessori e os Bebés
• O universo dos bebés - o ambiente preparado
• O material dos bebés - a dose certa de estimulação
O Universo do 
Bebé
Imagem: Montessori Village
A importância do 
ambiente preparado
As crianças têm necessidades distintas consoante os seus períodos de vida. 
Atravessam diversas fases à medida que crescem, desde o seu nascimento até à 
idade adulta. Cada uma dessas fases caracteriza-se por diferenças físicas e 
psicológicas ao longo das quais as crianças revelam necessidades diversas em 
termos de desenvolvimento, por isso a necessidade de adaptar o ambiente a cada 
uma dessas fases.
O ambiente preparado deve evoluir em função do desenvolvimento da criança.
Maria Montessori criou ambientes de acolhimento para os mais pequenos: 
- O Nido, que acolhe, como se fosse um ninho, os bebés, desde o nascimento até 
à aquisição da marcha, ou seja, cerca dos 18 meses;
- A Comunidade Infantil, destinada a crianças dos 14 meses até cerca dos 3 anos, 
e que atribui uma atenção muito particular ao movimento, à linguagem e à 
autonomia.
Idealmente, o Nido, ambiente Montessori 
para os bebés, deve ter 4 espaços distintos:
1- Um espaço para o sono;
2- Um espaço para a higiene;
3- Um espaço para a alimentação;
4- Um espaço para o movimento/atividade.
Imagem: The Kavanaugh Report
Nesse ambiente, calmo e apaziguador, 
colocamos tudo ao nível do chão, 
privilegiamos cores suaves, e uma 
decoração sóbria.
O espaço deve ser luminoso, seguro e 
desprovido de obstáculos.
Imagem: The Kavanaugh Report
Espaço para o sono
Em Montessori, a cama para o bebé é um colchão colocado no chão, 
com as dimensões de cerca de 1 m X 90 cm, e cerca de 10 cm de 
espessura. 
De um dos lados do colchão, colocamos um tapete que amortece os 
desnível entre o colchão e o chão, e que será muito útil quando o 
bebé começar a movimentar-se para fora do colchão.
Nos primeiros dias, o bebé precisa de um ambiente que lhe 
proporcione sensações próximas às que vivenciou no ventre da mãe. 
Por isso, é recomendado colocar o bebé dentro de uma alcofa durante 
o sono, por ser mais securizante, mais aconchegante.
No seu livro “Educação para um mundo novo”, Maria 
Montessori fala do topponcino, um pequeno colchão 
suave, feito de algodão, com uma forma oval com 37 X 
67 cm.
Tem como objetivos:
- Embalar e transportar o bebé;
- Preservar o cheiro (necessidade de ordem do bebé);
- Preservar o calor;
- Conferir um sentimento de segurança ao bebé.
Imagem: Montessori Neokids
O toponcino é muito útil nos primeiros meses de vida. 
Serve para pegarmos no bebé e deslocá-lo, mantendo 
sempre em contacto com o cheiro que o securiza e é 
confortável para ele. Por outro lado, podemos pousar o 
bebé facilmente se ele adormecer nos nossos braços. 
Habitualmente, colocamos o bebé na alcofa com o 
topponciono nos momentos de sono, e em cima de um 
tapete de atividade durante os momentos em que está 
acordado. 
Imagem: Montessori Neokids
Espaço para a atividade/motricidade
Em Montessori, encorajamos a atividade e a autonomia da 
criança. Desde o nascimento, nos momentos em que está 
acordado, proporcionamos ao bebé oportunidades para 
observar tudo à sua volta. A atenção do bebé vai fixar-se nas 
suas mãos, no móbil, no espelho,… 
O grande objetivo é proporcionar ao bebé momentos de 
concentração. Para Maria Montessori, a concentração e a 
vontade situam-se no centro da construção da criança.
Trata-se de preparar um ambiente propício à exploração e à 
descoberta, em que cada elemento se encontra adaptado à 
evolução do bebé e aos seus centros de interesse, colocando 
desafios que se se situam no limite superior do seu potencial.
Durante os primeiros meses, o espaço de atividade deve incluir:
- Um tapete sensorial colocado no chão, distinto do colchão para dormir;
- Um espelho;
- Os móbiles e outros elementos;
- Uma estante baixa com cestos onde colocamos objetos para observar, manipular, agarrar;
- Quadros na parede, por exemplo, obras de arte, paisagens, elementos da Natureza,…
O tapete sensorial
Em Montessori, utilizamos um tapete de atividades 
especial, o tapete sensorial.
Deve conter elementos que motivam que estimulam o 
bebé quando está acordado, por isso deve ser distinto do 
colchão para dormir.
Imagem: Mindful Montessori 
Imagem: Mindful Montessori
O espelho
O espelho é instalado ao nível do chão, ao longo do tapete 
sensorial e delimita um dos lados do espaço de atividade e 
movimento do bebé.
É um elemento muito importante. Quando o bebé está na 
posição ventral, pode levantar a cabeça e ver a sua imagem no 
espelho. Pode também rastejar até o conseguir tocar com a 
sua testa, tocar a sua própria imagem e sentir o frio do 
espelho.
O espelho não estimula apenas a visão, mas permite também 
ao bebé tomar consciência dos seus movimentos, do mundo 
exterior e das pessoas à sua volta.
Imagem: Montessori Neokids
O espelho
O espelho deve ser retangular, colocado no chão e o mais 
simples possível. Deve ser um espelho de boa qualidade, 
colocado em posição horizontal, de modo a que o bebé se 
consiga ver por inteiro. Habitualmente, o espelho tem as 
seguintes dimensões: 120 cm X 80 cm.
Nas creches, o espelho permite aos bebés descobrir os 
outros bebés no reflexo do espelho e sorrirem uns para os 
outros.
Imagem: Montessori Neokids
O espelho com a barra de apoio
Mais tarde, colocamos uma barra de apoio, que é fixada à frente 
do espelho. 
Deve ser colocada a uma altura média de 47 cm (em função da 
idade e do tamanho do bebé).
Essa barra permite ao bebé desenvolver os músculos dos seus 
braços, o seu equilíbrio e, a pouco e pouco, exercitar a posição 
vertical. 
Imagem: Montessori NeoKids 
A estante
Perto do tapete sensorial, podemos instalar uma estante com 
uma altura de cerca de 35 cm. 
A estante deve ser ordenada, e evoluir em função das 
necessidades e dos interesses do bebé.
Os objetos que o bebé vai observar, manipular, agarrar devem ser 
colocados em cima de tabuleiros ou dentro de cestos.
Damos preferência a objetos em madeira natural, de boa 
qualidade, sólidos, interessantes. Podemos incluir alguns objetos 
de cor neutra, outros com cores vivas, para deste modo 
estimularmos as primeiras funções do cérebro do bebé.
Imagem: Montessori Village 
A estante
Na estante, cada objeto tem o seu lugar. Colocamos poucos objetos em simultâneo, privilegiando a rotação dos materiais.
A estante é baixa e comprida, proporcionando um acesso livre às atividades.
Não utilizamos caixas de brinquedos fechadas.
Os quadros
Por cima da estante, podemos pendurar alguns quadros com obras 
de arte ou representações da Natureza, animais ou paisagens.
Esses elementos incentivam o bebé a erguer a cabeça e, mais 
tarde, a colocar-se de pé para conseguir melhor observá-los.
Num primeiro tempo devem ser imagens a preto e branco com 
formas geométricas por exemplo, e mais tarde, podem ser 
imagens coloridas ou obras de arte para permitir ao bebé assimilar 
as cores e as formas. 
Imagem: Montessori Village 
O Material do 
Bebé
Imagem: Creciendo con Montessori
A dose certa de 
estimulação
Em Montessori, a palavra de ordem é oferecer ao bebé a dose certa de estimulação. É importante nutrir a sua 
curiosidade sem estimular em excesso. 
Em termos gerais, os materiais Montessori para os bebés organizam-se à volta de cinco grupos de atividades:
- Atividades visuais: móbiles, plantas, flores, obras de arte 
- Atividades de preensão: objetos suspensos, argolas em madeira, guizos, chocalhos, discos entrelaçados, bolas
- Atividades de equilíbrio e de locomoção: a motricidade livre
- Atividades de coordenação olho-mão: caixas e tabuleiros de permanência do objeto, cestos de objetos
- Atividades de linguagem (módulo 4)
As atividades 
visuais
Imagem: Montessori NeoKids
Os móbiles
São os primeiros objetos montessorianos que apresentamos ao bebé.
Contribuem para o desenvolvimento da observação no bebée criam a oportunidade de focalizar a sua atenção.
Existem 4 móbiles Montessori:
- Móbile de Munari
- Móbile dos Octaedros
- Móbile de Gobbi
- Móbile dos Dançarinos
Para os três primeiros móbiles, existe uma regra de base que é: a criança deve poder tocar-lhes! 
Os móbiles
São desprovidos de sons.
São atividades visuais puras.
São apresentados ao bebé desde as primeiras semanas de 
vida, devendo ser substituídos de 2 em 2 semanas, 
sensivelmente.
Privilegiam-se materiais naturais.
Imagem: The Kavanaugh Report
O móbile de Munari - a partir de 3 semanas
Ao nascer, o bebé distingue a luz, as formas, e os movimentos, assim 
como os elementos muito contrastantes.
O móbil de Munari é preto e branco, com uma bola de vidro 
transparente, que reflete a luz, produzindo reflexos luminosos 
quando se move lentamente com simples movimentos de ar. de sons.
É a obra de Bruno Munari, artista italiano (1907-1998), escultor, 
inventor e autor de livros para crianças, com linguagem visual, os 
livros “ilisíveis”, elaborados com diferentes texturas e sem texto.
Imagem: Nature & Découvertes
O móbile dos Ocatedros - a partir de 6 semanas
Por volta das 6 semanas, o bebé vê as cores mas tem ainda dificuldade 
em distinguir tonalidades pouco contrastadas ou muito semelhantes. 
O móbil dos octaedros apresenta as cores primárias muito vivas, 
proporcionando ao bebé a exploração de novas noções e a distinção 
das cores.
Imagem: Nature & Découvertes
O móbile de Gobbi - a partir de 2 a 3 meses
Entre os 2 e os 4 meses, o bebé consegue distinguir melhor 
as diferentes cores e as suas tonalidades. 
O móbil de Gobbi é composto por uma série de 5 bolas de 
uma mesma cor, mas com tonalidades diferentes.
Esse móbil foi criado por Gianna Gobbi, uma colaboradora 
de Maria Montessori. 
Imagem: Nature & Découvertes
O móbile dos Dançarinos - a partir de 3 a 4 meses
É formado por 4 imagens de papel metalizado ligeiro, que refletem a 
luz, criando reflexos, com um lado mate e um lado brilhante.
Cada personagem é constituída por 3 partes que se movimentam 
independentemente umas das outras.
É o único móbil que o bebé não deve poder tocar. Devemos colocar o 
móbil próximo do bebé, de modo a que os movimentos de ar criados 
pelos braços do bebé façam o móbil mover-se delicadamente, como 
uma dança. Imagem: Nature & Découvertes
As atividades de 
preensão
Imagem: Le Loup Pointu
Os objetos suspensos
A partir de cerca de 4 meses, o bebé desenvolve a sua perceção do relevo e consegue apreender melhor a distância entre ele e 
os objetos. Consegue também controlar melhor os seus braços, o que lhe permite agarrar os objetos (como os cabelos ou os 
óculos!) e isso, com mais precisão. 
Quando o bebé começa a tentar agarrar tudo o que encontra ao seu alcance, entra num novo período sensível de 
descobertas: explora a relação entre a visão e o tacto.
Podemos então apresentar objetos suspensos para o bebé agarrar, alternadamente com os móbiles.
Prendemos o objeto a um elástico, porque assim o bebé pode agarrá-lo, largá-lo, focar a sua atenção, e tentar novamente 
agarrá-lo.
O anel de madeira 
Consiste num anel de madeira que prendemos a uma 
fita resistente em cetim (porque o cetim confere brilho 
e beleza, e isso atrai a atenção do bebé) cosida a um 
elástico (para conferir flexibilidade), e colocamos 
suspenso à distância de um braço estendido do bebé.
Idealmente, o anel deve ter cerca de 8 cm de diâmetro e 
1 cm de espessura, adaptado às pequenas mãos do bebé.
Imagem: 60 activités pour mon bébé - Marie Hélène Place
O guizo
O guizo brilha, por isso é atrativo para o bebé, e exige do bebé uma 
maior destreza do que o anel, e uma concentração maior para 
conseguir tocar-lhe.
O guizo deve ter cerca de 4 cm de diâmetro, e pode também ser 
preso a uma fita em cetim, cosida a um elástico. 
O guizo fornece uma nova noção porque o bebé compreende que o 
seu som está associado ao seu gesto: o guizo tilinta quando o bebé 
lhe toca.
Imagem: 60 activités pour mon bébé - Marie Hélène Place
O chocalho para os pés 
 
Deitado, o bebé mexe muito as suas pernas, agarra os seus pés, 
pedala com as suas pernas,…
Podemos então pendurar por cima doses tronco uma bola em tecido 
que contém dentro dela um guizo que tilinta. 
Esse chocalho para os pés permite ao bebé exercitar os movimentos 
das suas pernas e os músculos esticando o pé e a perna para o atingir.
Esses exercícios favorecem a musculação necessária para a aquisição 
da posição de pé.
Imagem: Creciendo con Montessori 
Os chocalhos
A partir de cerca dos 4, 5 meses, o bebé consegue segurar nas suas mãos um objeto sem que este 
esteja suspenso. Manipular um chocalho desenvolve, a pouco e pouco, no bebé a coordenação entre 
os olhos e as mãos.
O chocalho proporciona também uma experiência sensorial rica, na medida em que o bebé percebe 
que o movimento que ele faz com o chocalho na sua mão cria um som, ora mais forte ora mais suave, 
dependendo da força do movimento.
Como escolher os chocalhos
Devemos selecionar chocalhos diferentes que 
oferecem diferentes informações ao bebé: diferentes 
formas, diferentes texturas, diferentes temperaturas, 
diferentes pesos, e diferentes cores.
Os chocalhos são apresentados ao bebé um por 
um. Depois podemos deixar perto do bebé dois 
chocalhos leves, fáceis de manipular, de agarrar, 
de abanar, para que ele os observe, os agarre, os 
largue, os explore com todos os seus sentidos! Imagem: Montessori Village
Os discos entrelaçados
Com 6 meses, o bebé observa os objetos e passa-os de uma mão 
para a outra. Essa transferência cria nele uma experiência diferente 
de um mesmo objeto, desenvolvendo o hemisfério direito e o 
hemisfério esquerdo do seu cérebro. 
Para potenciar essa aprendizagem, podemos apresentar ao bebé 
dois discos em madeira, entrelaçados, que favorecem a passagem 
de uma mão para a outra.
Imagem: Mindful Montessori Portugal
As bolas de preensão
São bolas fáceis de agarrar e que podemos apresentar ao bebé 
sensivelmente a partir dos 4 meses de idade, ou quando o bebé começa 
a agarrar objetos. 
Imagem: Creciendo con Montessori 
As atividades de 
equilíbrio e de 
locomoção
A motricidade livre/espontânea - Emmi Pikler
Nos anos 60, a pediatra húngara, Emmi Pikler, falou pela 1ª vez de motricidade livre/espontânea. Segundo 
ela, o bebé é capaz de se desenvolver sozinho, sem a intervenção do adulto a todo o momento. A ideia de base é 
deixar os bebés livres nos seus movimentos para assim explorarem ao máximo o seu universo. 
Emmi Pikler foi diretora do Instituto Pikler durante cerca de 40 anos, o que lhe permitiu observar e acompanhar 
o dia a dia de várias crianças, enriquecendo muito as suas pesquisas científicas. 
Tinha na sua equipa especialistas de diversas áreas: médicos, pedagogos, psicólogos e psicanalistas.
A motricidade livre/espontânea - Princípios de base
Existem alguns princípios de base na abordagem Pikler:
1- O bebé é um ser capaz desde o nascimento, e pode ser plenamente activo se o adulto de referência souber esperar e perceber os seus sinais;
2- O vínculo afectivo com o adulto é fundamental para o seu desenvolvimento integral, e o momento dos cuidados (troca de fralda, banho, 
vestir) é o mais propício para que isso aconteça;
3- Com segurança afectiva, o bebé e a criança pequena podem-se movimentar livremente por longos períodos, sempre supervisionados pelo 
adulto. O brincar livre num ambiente seguro desenvolve a iniciativa e autonomia, provoca flexibilidade, equilíbrio e alegria;
A motricidade livre/espontânea - Princípios de base
4- Em geral, a conquista precoce das habilidades motoras é exageradamente valorizada. A idade em que um bebé se senta e começa a andar 
é considerada, erradamente, como um indicador de desenvolvimento intelectual. Assim, o bebé é estimulado a sentar-se e a caminhar o 
quanto antes, sem se ter em conta a sua singularidade e o seu ritmo. Mas na verdade, a base da aprendizagem e da função cognitiva está 
nas actividades deexploração livre de materiais diversificados, que antecedem e acompanham as aquisições motoras.
As ideias de Emmi Pikler eram muito revolucionárias para a sua época. Ela afirmava que não se deve ensinar um bebé a sentar, andar ou 
brincar: ele deve descobrir isso tudo por si próprio. Essa abordagem tem vindo a ser comprovada através da observação e pesquisas 
científicas feitas ao longo de vários anos.
A motricidade livre/espontânea
“Não impomos um brinquedo a uma criança, não o 
colocamos na sua mão. Apenas o colocamos ao seu lado… 
Se ele reparar no brinquedo e se ele o interessar, ele irá 
tentar alcançá-lo.”
- Dr Emmi Pikler 
Imagem: The Pikler Collection
Imagem: The Pikler Collection
As roupas adaptadas ao movimento
É essencial vestirmos os bebés com roupas que lhes permitam movimentar-se livremente. Roupas que não sejam um entrave aos movimentos 
livres, como calças curtas com cintura elástica, ou macacões sem pés, são boas escolhas porque não limitam a capacidade natural do bebé se 
movimentar. Privilegiamos tecidos leves em vez de tecidos mais espessos, como a ganga, porque facilitam também os movimentos do corpo.
Uma vez mais, o segredo é a observação. Algumas vezes, o descontentamento do bebé tem a ver com a frustração provocada pelo obstáculo 
aos movimentos que podem vir das roupas.
É importante fazer evoluir o guarda-roupa do bebé à medida do desenvolvimento dos seus movimentos.
As roupas adaptadas a um recém-nascido não convêm necessariamente a um bebé que começa a gatinhar. Ao longo do tempo, selecionamos as 
roupas que facilitam os movimentos. Por exemplo, pode ser uma boa ideia escolher calças confortáveis mas reforçadas nos joelhos quando o 
bebé começa a gatinhar, mas essas calças podem ser um obstáculo quando o bebé está deitado de costas e tenta mexer e esticar as suas pernas 
livremente.
Resumindo: as roupas devem sempre ser escolhidas com o intuito de facilitar os movimentos que o bebé está a aprender a exercitar.
Os obstáculos à liberdade de movimentos
A ideia de base em Montessori é criar um ambiente sem obstáculos à liberdade de movimentos do bebé.
Qualquer equipamento que confina, limita ou entrava os movimentos do bebé é um obstáculo ao seu desenvolvimento.
Alguns dispositivos permitem à criança sentarem-se, segurarem-se de pé, caminhar ou saltar, mas em que não é a criança 
que ultrapassa essas etapas pelos seus próprios meios.
Exemplos:
- Parques: limitam o espaço de movimento do bebé a 1 metro quadrado, ou até menos, se estiver cheio de brinquedos;
- Andadores: permitem ao bebé caminhar antes de ser capaz de o fazer por si mesmo. Isso impede o bebé de exercitar os 
movimentos de que realmente precisa para aprender gradualmente a gatinhar e depois caminhar;
- Andadores com uma mesa de atividades: colocam a criança numa posição vertical, rodeada de brinquedos de plástico 
fixos, o que a impede de exercitar os movimentos necessários ao seu desenvolvimento, mantendo-a imóvel;
- Saltadores: permitem ao bebé saltar antes de ter desenvolvido as capacidades motoras globais para o salto. 
Todos esses momentos são oportunidades perdidas para a criança movimentar-se livremente.
Os objetos que favorecem a liberdade de movimentos
A estratégia consiste em incentivarmos o bebé a deslocar-se. Para isso, colocamos objetos atrativos em cima do tapete de 
atividades, mas ligeiramente fora do seu alcance, depois fora do tapete de atividades e um pouco mais afastado do bebé. 
Inicialmente, têm de ser objetos que o bebé consegue agarrar facilmente com a sua mão e bolas de lã ou de tecido que rolam 
lentamente. Esses objetos são mais apropriados do que uma bola dura que o bebé não consegue agarrar e que lhe escapa rapidamente 
das mãos quando lhe toca. Gradualmente, e à medida que o bebé cresce, vamos poder colocar bolas em borracha ou em madeira, que 
rolam mais depressa do que as bolas em tecido, ou ainda veículos com rodas.
Depois, trata-se de colocar esses objetos ligeiramente afastados do seu alcance para encorajar o bebé a esticar-se, a escorregar, a 
rastejar e gatinhar em direção a eles. 
É essencial darmos tempo ao bebé, deixá-lo fazer os esforços necessários para alcançar os objetos. No fundo, devemos resistir à 
tentação de lhe colocar os objetos nas mãos instantaneamente. 
Os acessórios para a posição de pé
Em Montessori, a ideia de base consiste em prepararmos um ambiente no qual a criança pode evoluir em segurança.
Para criar as oportunidades para que a criança exercite a posição de pé, podemos disponibilizar diversas ajudas ao 
desenvolvimento:
- Colocar uma barra em madeira com 5 cm de diâmetro na parede, para que a criança se exercite a levantar-se sozinha;
- Optar por pufes pesados e estáveis que ajudam a criança a levantar-se sozinha;
- Colocar os objetos com os quais a criança pode brincar em estantes com prateleiras baixas e os objetos perigosos fora do seu 
alcance.
Encorajar a aquisição da marcha
Para encorajar a marcha, devemos preparar o ambiente com acessórios que vão ajudar 
a criança a andar.
A criança só começa a andar depois de adquirir o equilíbrio, a coordenação, a força e a 
confiança necessária. Podemos então propor-lhe os acessórios que a ajudarão a 
encontrar o seu equilíbrio:
- Um carrinho pesado, para ser empurrado, dá estabilidade à criança para que se segure, 
comece a empurrar, sem correr o risco de cair com o carrinho.
A criança precisa de tempo para dominar todos os movimentos necessários à marcha 
segura. Acima de tudo, devemos ser pacientes, dar-lhe o tempo necessário para exercitar 
sozinho e resistir à tentação de a colocar de pé e “fazê-la caminhar”.
Imagem: Montessori NeoKids
As atividades de 
coordenação olho-
mão
Imagem: Creciendo con Montessori 
As caixas de permanência do objeto
As caixas de permanência do objeto são materiais que desenvolvem a noção de permanência dos objetos. Com elas, as crianças 
trabalham também a coordenação olho-mão, o movimento, a psicomotricidade, a resolução de problemas, a lógica matemática.
A noção de permanência é um conceito que foi estudado pela primeira vez pelo biólogo, epistemólogo e psicólogo do desenvolvimento 
suíço, Jean Piaget. É considerada um marco importante no desenvolvimento nos primeiros dois anos de vida de uma criança.
A permanência do objeto é o que nos permite ter consciência de que as coisas continuam a existir ainda que desapareçam do nosso 
campo de visão.
O desenvolvimento do sentido de permanência é algo que os bebés adquirem com a maturidade mas podemos ajudá-los a adquirir essa 
noção, a pouco e pouco, com diversos jogos.
Esses jogos podem ser esconder um brinquedo debaixo de um cobertor, deixando apenas um pedaço destapado para chamar chamar a 
atenção do bebé, o que o leva a procurá-lo, o típico jogo do esconde-esconde,… 
As caixas de permanência do objeto
Em Montessori, existem diferentes caixas de permanência do objeto que nos permitem oferecer essa progressão na 
aquisição da noção de permanência, de acordo com a maturidade de cada bebé.
São materiais que se utilizam nas escolas Montessori, nos Nidos (0-18 meses) e nas Comunidades Infantis (18-36 
meses).
São caixas de madeira onde podemos colocar um objeto e, por um momento, deixamos de o ver. Nas primeiras caixas, 
o objeto reaparece rapidamente, e o bebé apenas não o vê durante alguns segundos. Depois, temos caixas em que o 
objeto demora mais tempo a aparecer e, mais tarde, teremos caixas e, que o próprio bebé tem de descobrir o objeto 
executando uma ação que pode ser abrir uma gaveta, ou uma porta, ou um tabuleiro que desliza,…
As caixas de permanência do objeto
Este material responde à tendência natural dos bebés de enfiarem objetos dentro de outros objetos. 
As caixas de permanência permitem exercitar a habilidade manual de encaixar os objetos e favorecem 
algo de muito importante também nessas idades, a repetição. Isso porque, cada vez que introduzimos 
um objeto e ele volta a aparecer, a criança tem interesse em voltar a repetir a atividade, uma e outravez.
Maria Montessori dizia “a mão é um instrumento da inteligência”. 
As caixas de permanência Montessori apelam ao movimento da criança, e em especial, ao movimento 
da mão, o que está estreitamente relacionado nessas idades, com o desenvolvimento cognitivo.
As caixas de permanência do objeto - Progressão
Tal como todos os outros materiais Montessori, também as caixas de permanência obedecem a uma progressão de 
apresentação:
1- Caixa de permanência com bandeja
2- Caixa de permanência com gaveta
3- Caixa de permanência com gaveta comprida
4- Caixa de permanência com moedas e gaveta (mealheiro)
5- Caixa de permanência com uma forma geométrica
6- Caixa de permanência com tampa rebatível com bola
7- Caixa de permanência com tampa rebatível com moeda
8- Caixa de permanência com 4 formas geométricas 
9- Caixa de permanência com 3 gavetas inclinadas
Imagens: Mumuchu
Imagens: Mumuchu
Imagens: Mumuchu
Imagens: Mumuchu
Os tabuleiros de permanência
Os tabuleiros de permanência são uma outra forma de trabalhar a noção de 
permanência do objeto. 
Consistem num formato diferente, no qual a criança tem de encaixar um objeto, 
introduzindo-o num painel vertical, tendo que o ir buscar do outro lado.
Imagens: Mumuchu
As bolas das caixas e tabuleiros de permanência
Nas caixas de permanência, podemos encontrar 3 tipos de bolas:
- A bola tipo golfe: é uma bola pesada que faz barulho quando 
cai dentro da caixa;
- A bola de ar: é uma bola leve e que não faz barulho quando cai 
dentro da caixa;
- A bola de tecido: com essa bola, a criança precisa de exercer 
uma certa pressão para que a bola passe para o outro lado.
Imagens: Mumuchu
Os cestos com objetos ou cestos dos tesouros 
São propostas de jogo e de exploração que foram criadas por 
Elinor Goldschmied, com grande valor sensorial e de 
experimentação e, por isso, adotadas nos Nidos Montessori, 
embora não tenham sido criados por Maria Montessori.
São diversos objetos do quotidiano (não são brinquedos!) que 
colocamos num cesto e que o bebé vai explorar recorrendo aos 
seus sentidos e à sua coordenação olho-mão.
Idealmente são apresentados ao bebé quando ele já se consegue 
manter em posição sentada.
Imagens: Creciendo con Montessori 
O copo e o ovo em madeira
Por volta dos 8, 9 meses, podemos apresentar ao bebé o material 
do copo e do ovo em madeira. A criança vai exercitar os músculos 
das suas mãos e a sua coordenação olho-mão colocando o ovo em 
madeira no copo, e depois retirando-o.
Quando a criança já tiver adquirido essa competência, podemos 
substituir o ovo por uma bola, e depois apresentamos o mesmo 
jogo mas com uma caixa quadrada e um cubo com um tamanho 
adaptado. Colocar o cubo na caixa é mais difícil para o bebé 
porque é necessário alinhar as arestas do cubo com os rebordos da 
caixa.
Imagens: Creciendo con Montessori 
O copo e o ovo em madeira
Nessas atividades, é essencial darmos tempo à criança para 
ela assimilar cada etapa. São atividades que envolvem a 
coordenação olho-mão e que exercitam a utilização das 
duas mãos em conjunto para atingir um objetivo muito 
preciso.
Podem ser apresentadas em cima de um tapete de 
atividades, tendo o cuidado de apresentarmos ao bebé 
apenas uma forma de cada vez.
Imagens: Creciendo con Montessori 
Os enfiamentos
Por volta dos 11, 12 meses, podemos apresentar ao bebé atividades de 
enfiamentos. 
É essencial demonstrarmos a atividade ao bebé, com gestos 
minuciosos e harmoniosos, de modo a que a cada absorva cada um 
desses movimentos. Através de repetições sucessivas e com 
concentração, o bebé vai ser gradualmente capaz de refinar os seus 
gestos que se vão tornar cada vez mais ordenados e precisos. 
Existem diversos materiais de enfiamentos evolutivos em Montessori.
Imagens: Creciendo con Montessori 
Os puzzles de formas geométricas 
São essenciais ao desenvolvimento da mão e à coordenação olho-mão, 
concentração.
Os primeiros puzzles são compostos por uma única forma geométrica e têm 
3 cores diferentes: um círculo azul, um quadrado vermelho, e um triângulo 
amarelo. A sequência de apresentação desses puzzles é: círculo, depois 
quadrados, e depois triângulo.
Depois, apresentamos os puzzles com as 3 formas geométricas juntas numa 
mesma tábua em madeira, os 3 círculos azuis com tamanhos diferentes e, 
finalmente, diferentes formas geométricas mais complexas (incluindo o 
retângulo e o oval, por exemplo).
Imagens: Creciendo con Montessori 
Imagens: Mumuchu 
Imagens: MumuchuImagens: Mindful Montessori Portugal
MATERIAL DE ESTUDO ELABORADO POR SYLVIA DE SOUSA GUARDA, 
NO ÂMBITO DO WORKSHOP SOBRE LINGUAGEM, LEITURA E ESCRITA 
EM MONTESSORI.
DIREITOS RESERVADOS.
ESTÁ PROIBIDA A SUA PARTILHA E REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO 
EXPRESSA DA AUTORA DESTE MATERIAL.

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