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Aula I Enfermagem Integrada

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Enfermagem Integrada
Aula I
Professora Enfermeira Thaísy Schmidt
Enfermagem Integrada
• Saúde
Saúde, vem do Latim salus, "bom estado físico, saudação", relacionado a salvus, "salvo". Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não,
simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades.
• O conceito de saúde, como um direito à cidadania, foi expresso na Constituição Brasileira de 1988, seção II,
nos artigos 196, 197, 198 e 199. Estes abordaram o conceito de saúde na perspectiva política, econômica e
social. Ampliou-se o direito do cidadão à saúde do direito previdenciário, e foi dada relevância pública aos
serviços de saúde como descritos no artigo 196:
• A saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante medidas políticas, sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Enfermagem Integrada
• Doença
Doença é um conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu
estado normal de saúde. O vocábulo é de origem latina, em que “dolentia” significa “dor,
padecimento”.
Em geral, a doença é caracterizada como ausência de saúde, um estado que ao atingir um indivíduo
provoca distúrbios das funções físicas e mentais. Pode ser causada por fatores exógenos (externos,
do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio organismo).
• Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a
constante avaliação e mudança.
Enfermagem Integrada
• Num passado ainda recente a doença era frequentemente definida como
"ausência de saúde", sendo a saúde definida como "ausência de doença" -
definições que não eram esclarecedoras. Algumas autoridades encararam a
doença e a saúde como estados de desconforto físico ou de bem-estar.
Infelizmente, perspectivas redutoras como estas levaram os investigadores e os
profissionais de saúde a descurar os componentes emocionais e sociais da saúde
e da doença.
• Definições mais flexíveis quer de saúde quer de doença consideram múltiplos
aspectos causais da doença e da manutenção da saúde, tais como fatores
psicológicos, sociais e biológicos.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. Foi a primeira vez em que houve um ministério
dedicado exclusivamente à criação de políticas de saúde, com foco principalmente no
atendimento em zonas rurais, já que nas cidades a saúde era privilégio de quem tinha carteira
assinada.
• As Conferências Nacionais de Saúde tiveram um papel muito importante na consolidação do
entendimento da importância da saúde pública no Brasil. A 3ª Conferência Nacional de Saúde
ocorreu no final de 1963 e apresentou diversos estudos sobre a criação de um sistema de saúde.
De acordo com o doutor em saúde pública Gilson Carvalho, houve duas bandeiras principais nessa
conferência:
• A criação de um sistema de saúde para todos, o direito à saúde deveria ser universal;
• A organização de um sistema descentralizado, visando ao protagonismo do município.
Além disso, afirma que a ditadura militar, iniciada em março de 1964, sepultou a
proposta poucos meses depois.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Lei Orgânica
• A Lei Orgânica da Previdência Social, que unificava os IAPs de cada sindicato em um só regime e
consolidava as leis trabalhistas, foi instaurada em 1960. Trabalhadores rurais, empregados
domésticos e funcionários públicos, no entanto, continuavam de fora. Em 1967, após o golpe
militar, criou-se o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que realmente unificou os IAPs.
Como a demanda da população por serviços de saúde ultrapassava a capacidade de oferta do
governo, o déficit era coberto pelo sistema privado por meio de repasses financeiros,
proporcionando um grande crescimento da rede privada de hospitais. Para controlar esses
repasses, o INPS se transformou no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS) e o foco da saúde pública ficou limitado ao processo curativo, sem muitos
investimentos em promoção e prevenção.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Durante os anos de 1970, mesmo no auge do milagre econômico, as verbas para saúde eram
baixas: 1% do orçamento geral da União. Ao fim da década, as prefeituras das cidades que mais
cresciam começaram a se organizar para receber e conceder aos migrantes algum tipo de
atendimento na área da saúde. Começou-se a estruturar políticas públicas que envolveram as
Secretarias Municipais de Saúde, que depois se estenderam aos estados e a ministérios, como os
Ministérios da Previdência Social e da Saúde.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• O movimento sanitarista foi de importância ímpar ao entendimento de saúde pública, do
conceito de saúde e também da evolução do direito à saúde no Brasil.
• A reforma sanitária se refere às ideias de uma série de mudanças e transformações necessárias à
saúde. Sua composição era de técnicos da saúde – médicos, enfermeiros, biomédicos– e
intelectuais, partidos políticos, diferentes correntes e tendências e movimentos sociais diversos.
• Ao fim da década de 1970, o movimento adquiriu certa maturidade em função de uma série de
estudos acadêmicos e práticos realizados, principalmente, nas faculdades de Medicina.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
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• De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alguns dos atores do movimento sanitarista
foram os médicos residentes, “que na época trabalhavam sem carteira assinada e com uma carga
horária excessiva”, por exemplo. Outras movimentações da Reforma Sanitária foram as primeiras
greves realizadas depois de 1968 e os sindicatos médicos, que também estavam em fase de
transformação.
• “Esse movimento entra também nos conselhos regionais, no Conselho Nacional de Medicina e na
Associação Médica Brasileira – as entidades médicas começam a ser renovadas. A criação do
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em 1976, também é importante na luta pela
reforma sanitária. A entidade surge com o propósito de lutar pela democracia, de ser um espaço
de divulgação do movimento sanitário, e reúne pessoas que já pensavam dessa forma e
realizavam projetos inovadores”,
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
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• Enquanto a ditadura militar existia, o movimento sanitarista foi “testando” uma série de
hipóteses a respeito do seu entendimento de saúde. Na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp)
da Fundação Oswaldo Cruz são colocados em prática diversos projetos “e pessoas que faziam
política em todo Brasil foram treinadas”. Os projetos envolviam:
• saúde comunitária;
• clínica de família;
• pesquisas comunitárias.
• Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma Sanitária foram reunidas num documento chamado
Saúde e Democracia, enviado para aprovação do Legislativo. Uma das conquistas foi a realização
da 8ª Conferência Nacional da Saúde em 1986. Pela primeira vez na história, foi possível a
participação da sociedade civil organizada no processo de construção do que seria o novo modelo
de saúde pública brasileiro.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Nos últimos anos da ditadura militar e até mesmo depois da queda desse regime, à medida que a sociedade
voltava a atuar no sistema político, a saúde pública finalmente ganhou um olhar social pela reforma
sanitarista.
• Na época, foram criados o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), o
Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional dos Secretários
Municipais de Saúde (CONASEMS), em um movimento que, no fim, gerou a criação do SUS.
• Ao mesmo tempo, a rede privada conseguiu se estabelecer, criando um subsistema de atenção médico-
suplementar com a formação dos diversos tipos de convênios: cooperativas médicas, medicina de grupo,
seguro-saúde, planode administração e autogestão.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• A Constituição de 1988 chega e estabelece a saúde como um direito de todos e um dever do
estado, formando a base para o sistema público e universal atual. Sustentando-se no tripé de
descentralização, integralidade e participação popular, o Sistema Único de Saúde conseguiu se
estabelecer na atenção primária e nas medidas com foco educativo, assim como em ações de
promoção à saúde e de prevenção, como campanhas de vacinação.
• Apesar disso, o sistema público ainda enfrenta grandes dificuldades, sofrendo por exemplo com o
subfinanciamento, que impossibilita a oferta de assistência integral a toda a população e mantém
o sistema de saúde suplementar em pleno funcionamento (embora sob regras mais rigorosas com
a Lei dos Planos de Saúde, de 1998).
Sistema Único de Saúde
• O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação do Sistema Público de Saúde brasileiro,
inspirado no National Health Service do Reino Unido e criado pelos constituintes de 1988 no dia
17 de maio de 1988, na 267 ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte. O Brasil é considerado
o único país com mais de 200 milhões de habitantes que possui um sistema de saúde pública
universal.
• O SUS atende desde atendimentos primários até procedimentos complexos e oferece
atendimento de emergência para pessoas que sofrem acidentes via Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU).
• O Sistema de Saúde brasileiro também fornece vacinas e remédios gratuitamente para pessoas
com diversas doenças (como diabetes, pressão alta, asma, HIV e Alzheimer), financia pesquisas na
área de epidemiologia e fiscaliza a qualidade dos alimentos oferecidos em estabelecimentos
comercias por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Foi instituído pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, como forma de efetivar o
mandamento constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado” e
está regulado pela Lei nº. 8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento público da saúde.
• Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e
gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, conforme rege o artigo 195 da Constituição.
• Fazem parte do Sistema Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos -
incluindo os universitários, os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), os serviços de
vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, vigilância ambiental, além de fundações e institutos
de pesquisa acadêmica e científica, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Instituto Vital
Brazil.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• “O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde
(SUS).”
• Portanto, o Sistema Único de Saúde é formado por todas as medidas executadas
direta ou indiretamente pelo Estado para melhorar a saúde pública.
A saúde pública no Brasil gira em torno dos seguintes
princípios previstos na Lei Organização da Saúde:
• universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência
• integralidade de assistência
• preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral
• igualdade da assistência à saúde
• direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde
• divulgação de informações
• utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades
• participação da comunidade
• descentralização político-administrativa, principalmente nos municípios
• integração entre saúde, meio ambiente e saneamento básico
• conjugação dos recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
• capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência
• organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em
geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras.
Sistema Único de Saúde: Avanços, desafios e 
impasses
• Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem
discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser
um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com
qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde.
• A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes
da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange
tanto ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta
complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das
vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica.
Princípios Doutrinários do SUS
• Universalidade: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao
Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser
garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou
outras características sociais ou pessoais.
Princípios Doutrinários do SUS
• Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas
as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso,
têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar
desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
Princípios Doutrinários do SUS
• Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a
todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da
saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial
entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida
dos indivíduos.

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