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Fundamentos do Design - Capítulo 2 - Como o Design Surgiu e Evoluiu

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FUNDAMENTOS DO DESIGN
 (
- 
14
 -
)
CAPÍTULO 2 - COMO O
DESIGN
SURGIU E
EVOLUIU?
Nadja Maria Mourão
Introdução
O design, em conceito simplificado, refere-se à elaboração e desenvolvimento de um projeto capaz de atender às necessidades do usuário, em domínio físico, sensorial e múltiplo. “No senso comum, o termo design está fortemente associado às atividades estético-formais. Isso ocorreu em diversos países, mas assumiu conotações peculiares no Brasil” (BONSIEPE, 2011, p. 13). Ou seja, conforme o país e a ocasião, o design adquiriu aspectos de função, forma, estética e, principalmente, usabilidade, que lhe condicionou interpretações variadas.
O design nobre e elegante foi associado aos atributos de extravagante, efêmero, emotivo, social, de serviços, entre outros. Dessa forma, procura-se conhecer como o design surgiu? Como é a sua história? O que é design hoje e para o futuro?
Nesse capítulo será apresentado um estudo resumido sobre fatores que conduziram ao surgimento do design, especificamente o pré-design e seu vínculo com a arte. Veremos o design como atividade independente, seu contexto a partir dos sistemas de produção em diferentes épocas e um sucinto estudo do design no Brasil. Você também irá conhecer exemplos do design contemporâneo e quais as referências atuais. Para finalizar, visualiza- se o design de hoje e para o amanhã.
Interessante, não é? Vamos estudar a partir de agora, acompanhe!
2.1 O Design antes do Design
Muito antes da existência do termo design, suas atribuições eram empregadas conforme as necessidades para o desenvolvimento de produtos. O propósito de elaborar uma técnica para atender a uma finalidade fez do ser humano um criador de objetos.
Leroi-Gourhan (1993) relata que a técnica, nesse contexto, se refere a um conceito abstrato voltado a entender os resultados da ação do ser humano sobre a natureza ao seu redor, especificamente sobre a matéria. Essa ação teria um caráter previsível e retilíneo, simplesmente para atender a um desígnio.
Considerando os trabalhos egípcios e de outros povos da antiguidade, pode-se dizer que os primeiros traços do design estão contidos nas pirâmides, na simbologia das pinturas, nos adornos reais, nos objetos em ouro, entre outros. A fundição de metais para produção de adornos e joias, por exemplo, pode ser uma das origens que envolvem o desenvolvimento do design, segundo Bürdek (2010).
Na imagem a seguir, observam-se os registros da escrita egípcia. Nota-se o uso de símbolos e da forma humana como recurso de comunicação e de expressão dos desejos daquela civilização.
Figura 1 - Os Egípcios deixaram um legado de registros em escrita, pinturas, esculturas e objetos, enriquecidos com símbolos e signos para o futuro da humanidade. Fonte: In Green, Shutterstock, 2019.
Assim, a criação dos objetos, o desenvolvimento da agricultura e a construção de moradias, são resultantes da evolução humana. Atribui-se aos primórdios do design os procedimentos que atendem, além da função, aos anseios de estética e forma, elementos estruturais da concepção do design.
Alguns teóricos consideram o surgimento do design desde os tempos antigos. Bürdek (2010) diz que foram encontrados registros do artista, engenheiro e construtor Vitruvius (80 a 10 a.C), com a denominação de “Dez livros sobre a arte da construção”. No entanto, segundo Bomfim (2002, p. 7) “o termo design teria surgido na Inglaterra como tradução da palavra italiana disegno, no século XVII. Mas, foi a Revolução Industrial, a criação das Schools of Design e o progresso que abriram caminhos para o design no mundo.
2.1.1 O Pré-Design
Considera-se o pré-design como a intenção de atender a um determinado propósito a partir de técnicas e métodos que resultem no desenvolvimento de um projeto. 
Ou seja, “uma sempre maior eficácia técnica não seria alcançada apenas a partir de lógicas de produção, mas a partir principalmente de necessidades e modalidades de uso dos elementos almejados” (MURA, 2011, p. 119).
Cada objeto era confeccionado individualmente pelas mãos hábeis de artesãos, que muitas vezes, passava as técnicas e seus conhecimentos aos seus filhos, que também se tornavam artesãos. Assim, os objetos de adornos, utensílios, construções entre outros, seguiram os séculos refletindo a cultura dos homens que os produziam.
Para compreender melhor os caminhos percorridos para a concepção do design, aconselha-se retornar ao período medieval. Objetos e utensílios, dotados de elevado valor artístico e qualidades produtivas, serviam para atender as exigências da corte, do clero e dos ricos comerciantes. Os artefatos eram desenvolvidos em laboratórios artesanais, com número limitado de produção, segundo Moraes (1999).
A valorização dos objetos adornados, em tempos passados, ocorre tal qual a valorização das artes. Assim, não faltaram elementos que envolviam as artes aos ofícios de criadores e inventores, apesar da distinção de ambos, nos processos precursores do design.
Historicamente, o trabalho de confeccionar rendas, feito pelas mãos das mulheres árabes se tornaram símbolo de luxo e foram exportadas para Portugal e Europa no período das cruzadas. A renda passou a ser produzida especialmente para “enfeitar os parlamentos, a vestimenta dos oficiais e os altares da Igreja Romana” (GOMES; ARAÚJO, 2013, p. 1).
Pode-se observar na imagem a seguir o detalhe do pequeno banquinho aos pés da dama e seus adornos, que o configura como um objeto utilitário, confortável e estético.
Figura 2 - Imagem de uma dama da nobreza, sentada com os pés sobre um banquinho, revestido em tecido e adornado com fitas rendadas. Fonte: lynea, Shutterstock,2019.
As etapas evolutivas da produção dos objetos possibilitaram o surgimento do design, inclusive como área de atuação profissional para aqueles que criavam produtos diferenciados.
2.1.2 A arte e o design
Para entender as origens do design é preciso compreender as relações com as artes. Segundo Fischer (1983, p. 21), arte é a “prática de uma ideia aplicada pelo ser humano”, por meio da matéria. Dessa forma, na história da humanidade a arte se faz presente nos elementos da religiosidade, costumes, tradições, estabelecendo vínculos com o território.
A beleza é um dos atributos concedido à arte para a contemplação. No entanto, os gregos e os romanos do século 44 a.C - 17 a.C, não separavam os princípios entre a arte e a técnica. Eles estabeleceram uma estreita relação com as artes, valorizando o ofício (pela funcionalidade) e a estética (pela técnica empregada para a beleza). “As obras de arte, como outros produtos da indústria humana, eram apreciadas pelo nível de trabalho que revelavam” (OSBORNE, 1970, p. 32). Assim, seus mitos e fatos do cotidiano foram relatados por meio das imagens produzidas nos vasos, nas construções e nos templos.
Na Europa, durante o século XIII, nasceu o movimento renascentista, evocando a tridimensionalidade que dá prestígio e reconhecimento aos artistas, escultores e pintores. Nesse contexto, destaca-se Leonardo da Vinci, que em paralelo a criação de suas pinturas e esculturas, desenvolveu estudos científicos de anatomia, ótica e mecânica. Ele é considerado o precursor do conhecimento de máquinas, pela edição do Manual de Elementos de Máquinas. “Como os artefatos práticos, máquinas e mecanismos têm mais um significado técnico do que uma orientação de conformação abrangida pelo termo Design” (BÜRDEK, 2010, p. 13). O autor complementa que o modelo, como representação técnica, influenciou o surgimento do design: o designer como criador/inventor.
 (
Leonardo di Ser Piero da Vinci (1452 – 1519) foi um cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, durante o Renascimento na 
Itália. Seus
 cadernos formam um imenso laboratório de pensamento. “São desenhos, ilustrações, estudos e notas que Leonardo escreve entre os anos 1478 - 1518. Trata- se de um conjunto de muitas páginas manuscritas, mais de 5000, de difícil leitura, pois Leonardo é canhoto e escreve do lado direito da página para o ladoesquerdo” (
FONSECA, 1997
,
 
p.4)
)VOCÊ O CONHECE?
Aliás, no século XVII, Giorgio Vasari – arquiteto, pintor e autor de textos sobre a arte –, foi um dos primeiros a defender a arte por seus aspectos únicos como “obra de arte”. Havia uma diferença entre os termos de “disegno interno e externo” como conceitos do esboço para a obra plástica. Vasari tratou a tradução de “disegno” mais do que um simples desenho ou esboço, mais com a representação das três artes: pintura, plástica e arquitetura (BÜRDEK, 2010, p. 13).
2.2 O design como atividade independente
Os primeiros registros do design como elemento histórico da vida humana, no período modernista, condicionam determinadas normas e algumas restrições sobre o que poderia ser chamado de design ou não. Na verdade, mais do que uma intercessão, há uma mistura do design com a arquitetura e a engenharia, conforme Cardoso (2008). Os designers, em sua formação e ocupação, adquirem e usam conhecimentos assumidos para resolução das
“Necessidades” dos usuários. Essa afirmação simplesmente quer dizer que “os designers, parcialmente reproduzem a materialidade e os valores da cultura da qual eles são um produto, assumindo-a, incluindo suas configurações de necessidade, como fundamento para a ação do design” (FRY, 2005, p. 63).
O design hoje está em tudo, envolve cada momento da vida urbana em todos os sentidos. A seguir, vamos entender como o design surgiu e se desenvolveu, conhecendo um pouco da sua história.
2.2.1 Breve história do Design no mundo
Segundo Cardoso (2008), falar sobre a história dos artefatos em produção em grande escala é também a história do design, pela revolução técnica que mudou significativamente a produção em massa de mercadorias, gerando o aumento do consumo.
A seguir, iremos recordar algumas partes da história mundial que se relacionam diretamente à história do design.
· Primeira Etapa da Revolução Industrial (1760 – 1860)
Inicia-se um resumido relato a partir da revolução industrial, que constituiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto nos processos de produção, na Inglaterra, em meados do século XVIII, de acordo com Proni (1997), expandindo pelo mundo nos tempos seguintes.
Em1754, William Shipley funda a Society of Arts (que se tornou a Royal Society of Arts – FRSA em 1908) com o objetivo de unir e desenvolver a ciência, a arte, a manufatura e o comércio na Inglaterra. Em 1760 promoveu a primeira exposição pública de arte. Mas, depois, seus esforços se concentraram no desenho industrial. No ano de 1762, a FRSA já possuía 2500 membros. Pode-se dizer que a revitalização do trabalho manual abriu caminhos para a produção de produtos do cotidiano mais estético, característica do design de hoje.
Observa-se o ambiente de um fábrica e os processos de produção pelas máquinas, na figura, diferente dos processos de produção artesanal.
Figura 3 - Imagem do novo sistema de produção, em que as funções se fragmentam entre os operários, possibilitando maior índice de produtos em menor tempo. Fonte: Marzolino, Shutterstock, 2019.
· A fotografia
A fotografia surgiu em 1826, resultado das primeiras experiências com imagens, por meio da ação da luz em processo químico em chapas (BENJAMIN, 2010). Contudo, não houve um impacto imediato. Somente com novas tecnologias que o registro de imagens como comunicação visual tornou-se mais conhecido e barato.
· As Grandes Exposições e inovações
Cardoso (2008) relata que em 1851 foi inaugurada a “Grande Exposição dos Trabalhos de Indústria de Todas as Nações” em Londres. As exposições de inovações modernas do mundo também influenciaram para a codificação de normas e técnicas da sociedade, ao mesmo tempo em que ocorria uma conscientização do novo mundo industrial.
Um fato comum era a produção de peças especiais, exclusivamente para uma exposição. O objetivo era mostrar a capacidade e qualidade técnica das indústrias. Os Estados Unidos e a Alemanha tiveram grandes avanços em seus processos industriais, mas o consumo dos produtos semelhante aos da Inglaterra só começaram no final do século XIX e no início do século XX, respectivamente. Pessoas do meio cultural e os artistas do século XIX buscavam por um estilo que evidenciasse a efervescência do potencial criativo que a modernidade transbordava na época.
· Segunda Etapa da Revolução Industrial (1860 – 1950)
A indústria passou por um período de transformações entre as décadas de 1920 e 1940, intensificando o trabalho de design. Os impressos, popularizados, demandaram intensa criatividade em produtos de comunicação em massa, além da expansão do rádio e do cinema.
O Metropolitan Museum of Art de Nova York foi um dos oito locais para as exposições itinerantes dedicadas às artes decorativas e industriais modernas que ocorreram na década de 1920. Eles estimularam o interesse do público e comercial em projetos inovadores em busca da sofisticação. As lojas de departamento de Nova York exibiam peças do mobiliário interior de Jean Dunand e outros designers franceses.
· Movimento Neoplasticismo
A publicação de manifesto “De Stijl”, em 1917, deu início ao neoplasticismo no design. O objetivo desse movimento era reduzir e simplificar as formas, com traços retos e puros, cores primárias, valorizando o abstrato. O preto e branco deram destaque a neoplástica (destaque para o pintor holandês Mondrian).
· Art Nouveau e Art Déco
O Art Nouveau surgiu em 1900, em Paris, com efeitos do Arts and Craft, refletindo delicadamente as contradições da era moderna, apresentando um estilo definido e bem característico. O Art Nouveau se apresenta com formas geométricas e angulares, linhas de contorno definidas, planos retos e delgados. Produtos de vidro, estampas com arabescos ou formas como flores, plantas e animais. Em alguns modelos, o Art Nouveau se confunde com o seu sucessor, o Art Déco, em 1925. Esse com produtos inspirados em asas de aviões, proas de barcos, entre outros (LEMME, 1997). De qualquer forma, tanto em adornos quanto em produtos utilitários, os estilos deixaram suas marcas. Alguns designers de destaque do Art Nouveau foram Emilie Flögue (Áustria), Emile Gallé (França), e o arquiteto espanhol Antoni Gaudí.
· Ensino do Design
Vale ressaltar a união entre a arquitetura, as artes plásticas e desenho industrial que se fortaleceram pela importância da escola de arte Bauhaus, criada em 1919, pelo arquiteto Walter Gropius, na cidade de Weimar, na Alemanha. Em 1925, por discordar do governo alemão, a escola foi transferida para Dessau. A Bauhaus foi perseguida pelos nazistas sete anos depois. Durante a guerra e no pós-guerra, a Europa vivia um período de escassez e austeridade. A Bauhaus teve um papel fundamental no desenvolvimento do design, proporcionando aos alunos um método de ensino totalmente diferente de qualquer outra escola. Os alunos participavam de canteiros de obras, conheciam novos materiais, e ainda estudavam disciplinas técnicas da engenharia. Dessa forma, se tornavam mestre da Bauhaus. Ficou conhecida no restante do mundo, onde se fundaram escolas, com a participação de seus grandes mestres, gerando cursos inspirados na metodologia de ensino (BUDEK, 2010).
 (
O legado da Bauhaus ao ensino do 
design 
é bastante discutido. Tudo que a Bauhaus evoluiu em processos do desenvolvimento do 
design 
tornou-se paradigma ao ensino do 
design 
no século
XX. No artigo “Bauhaus: métodos de ensino em Weimar, Dessau e Berlim”, de Paschoarelli e Silva, os autores discorrem sobre os métodos de ensino nas diversas fases da vigência da Bauhaus e sua influência nos dias atuais. 
Disponível em:
<
https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/6138/1/Bauhaus.pdf
>.
)VOCÊ QUER LER?
Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre a influência de alguns movimentos artísticos para o design. https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549641500&entry_id=0_1ginbmyd
Outras escolas com o mesmo princípio da Bauhaus surgiram após a segunda guerra mundial. Em 1954, foi fundada aSchule Für Gestaltung, na cidade de Ulm, na Alemanha. Denominada Ulm, essa escola tinha como propósito continuar o trabalho de sua antecessora. Em 1956, o professor, pintor, designer e teórico Tomas Maldonado redirecionou os métodos de ensino da Ulm, levando à reflexão de bases tecnológicas.
O império das grandes empresas multinacionais foi um dos mais significativos fenômenos do pós-guerra. Surge a determinação para uma política econômica internacionalizada entre nações parceiras, iniciada na década de desenvolvida 1940, destinada à recuperação e expansão das indústrias, além das fronteiras.
Havia uma tendência para a criação de formas universais, ou seja, o Estilo Internacional, que foi adquirindo forças aos poucos, principalmente no pós-guerra e expandindo em todo mundo, inclusive no Brasil.
· Automóveis
Dentro do campo do design, destaca-se o automóvel como produto emblemático na história dos objetos, evoluindo tanto como veículo de transporte como produto de consumo. O Fusca, ou melhor, beetle (besouro) da Volkswagen, foi criado por Ferdinand Porsche e lançado oficialmente em 1935, sob o comando de Hitler. Era um veículo inovador por seu motor refrigerado a ar, sistema elétrico de seis volts, câmbio seco de quatro marchas (até o momento os carros eram de três marchas). O design do fusca sofreu poucas mudanças por toda década de 1950, só ocorreram inovações estéticas e mecânicas a partir de 1957, mas manteve a sua identidade se tornando o veículo mais amado por todos (BRANDÃO, 2011).
Figura 4 - Além de serem conservados por colecionadores, os fuscas também são encontrados no trânsito urbano em vários países. Fonte: tratong, Shutterstock, 2019.
· Terceira Etapa da Revolução Industrial (1950 – atualidade)
O valor artístico retorna aos novos produtos na década de 1970, a funcionalidade passa para o segundo plano. Stephan Wewerka é um dos designers representante dessa época. Suas cadeiras possuem formas marcantes, com elementos kitch, símbolo dessa mudança (Bürdek, 2010).
No final dos anos de 1980, o termo em inglês para denominar o que chamamos de design, passou a ser amplamente usado. O uso do termo design seguiu uma lógica dominante em todo o mundo urbano, sendo inicialmente utilizada na Europa e, posteriormente pelos países asiáticos.
De acordo com Bürdek (2010), na década de 1990 o design se apresenta pela diversidade estilística, com objetos que representam mais os designers e seus projetos individuais. A internet e os meios de comunicação apresentam novos aspectos que mudam o comportamento humano. Os usos de novos materiais sintéticos permitiram uma variedade de cores e efeitos. O plástico assume amplo uso de pequenos objetos aos grandes equipamentos. O MDF oferece novos modelos aos móveis, ainda das formas angulosas e rígidas.
Há uma pluralidade dos segmentos do design no início dos anos 2000 (MOURA, 2015). Há denominações para setores, antes unificados, para que possam ser mais bem compreendidos. Clique nos itens a seguir para conhecê-los.
• Design industrial, design de produto.
• Design visual, design gráfico, design comunicação.
• Design de ambientes ou de interiores.
• Design de moda, design de joias.
• Design de superfície, design têxtil.
• Design de informação, design de hipermídia, design digital, design de games, design de animação.
• Design sustentável e eco design.
Contudo, o design permanece nas bases conceituais dos procedimentos: a criação, o projeto e o desenvolvimento de produto ou serviço. O design se expande em denominações influenciando e sendo influenciado pela busca de respostas ao que foi proposto. São questões mais abrangentes levadas aos profissionais do design, que incorporam “atitudes e desafios políticos e sociais, deixando de lado a fragmentação das áreas e subáreas divisórias em busca de um pensamento projetual mais amplo e consistente” (MOURA, 2015, p. 71).
 (
A Invenção de Hugo Cabret
, 
de Martin
 Scorsese. O filme, baseado 
no livro The
 Invention of
 Hugo Cabret
, de Brian Selznick, narra a história de Hugo Cabret, uma criança que vive escondida na estação de trem em Paris na década de 1930 após a morte de seu pai. A única coisa que ele guarda de seu pai é um robô quebrado. O mais interessante são as constantes referências ao início do cinema, que coincide com a época da
 
história.
)VOCÊ QUER VER?
Finalizando essa etapa, busca-se uma retrospectiva dos fatos da revolução industrial que, por suas invenções estão contidas na história do design. Veja no quadro o resumo dos períodos da Revolução Industrial.
Quadro 1 - Quadro síntese da história da revolução industrial, dividida em três etapas.
Fonte: Elaborado pela autora, baseada em DUARTE, 1999.
O design ganha destaque com as mudanças e com o fortalecimento das empresas e das indústrias em todo mundo. Contudo, há uma dificuldade de estabelecer a identidade nacional, seguindo os padrões internacionais. Nesse aspecto a globalização afeta aos produtos que incorporam o conceito da marca, independente da região que é concebido.
2.2.2 Design no Brasil a partir do Modernismo
O modernismo tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, e considerada um divisor de águas na história da cultura brasileira. O evento, organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência, declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica. Mas, para incorporação deste novo estilo, levaram-se alguns anos (COELHO, 1990).
De acordo com Landim (2010), no processo de industrialização, o modernismo contribuiu com a simplificação das formas e funções, como no caso da indústria automotiva, pois havia uma necessidade de qualificar a mão de obra para atender ao desenvolvimento do setor.
A seguir, iremos apresentar o desenvolvimento do design por áreas.
· Arquitetura
Houve uma grande expansão da arquitetura moderna brasileira a partir da década de 50, atendendo a clientes públicos e privados. A casa construída pelo arquiteto Gregori Warchavchik, em São Paulo, no ano 1927, é considerada a primeira casa modernista do Brasil. Mas foi o Edifício do Ministério da Educação, construído em 1936, no Rio de Janeiro, projeto do arquiteto Lúcio Costa, considerado o marco do Modernismo.
Deve-se registrar a construção do Museu de Arte de São Paulo, projeto de Lina Bo Bardi em 1957 e inaugurado em 1968. Como também, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954, projetado por Afonso Eduardo Reidy (CARVALHO, 2005).
Oscar Niemayer (1907 -2012) foi um dos líderes modernistas na arquitetura e contribuiu efetivamente com seus inúmeros projetos. Carvalho (2005) completa que, entre tantas obras, a cidade de Brasília foi um dos grandes desafios. A capital brasileira foi construída na velocidade de um mandato do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-1961) e Niemeyer planejou uma série de edifícios, para configurá-los em poucos meses.
· Mobiliário - Artistas e Designers
Com objetivo de atender à demanda por criações modernas das classes médias cultas que buscavam atualizar-se, surgem as organizações de arquitetos e artistas em pequenos grupos.
Cardoso (2008) apresenta alguns exemplos que merecem destaque como: Joaquim Tenreiro; Estúdio Palma - Lina Bo Bardi e G. Palanti; Móveis Z - Zanine Caldas; Forma; Unilabor; Oca - Sérgio Rodrigues; Mobília Contemporânea - Michel Arnoult; L’atelier - Jorge Zalszutin; Mobilínea - Ernesto Hauner.
A aproximação de desenho do móvel moderno com certos objetos da cultura brasileira e a não preocupação com modismos, acentuam o espírito de brasilidade. O designer Sérgio Rodrigues foi premiado com a poltrona Sheriff, durante a IV Bienal do Móvel, na cidade de Cantu - Itália, em 1961, conforme Cals (2000).
Os conceitos de móveis em série, modulados e mais acessíveis, ganharam dimensões, segundo Cardoso (2008). Clique nos itens a seguir para ver eventos de destaque do período.
• Geraldo de Barros, Zanine Caldas, Sergio Rodrigues, entreoutros, projetam de acordo com a racionalização do processo produtivo, desde o início até a embalagem.
• Machel Arnould é um dos grandes representantes desta forma de criação.
• José Carlos Bornancini teve fortes vínculos com o uso de novas tecnologias industriais.
• José Carlos Bornancini, em parceria com Nelson Ivan Petzold, desenvolveu mais de duzentos produtos, para diversos segmentos da indústria: computadores, maquinário agrícola, móveis, brinquedos, armas, interiores de elevadores e utensílios domésticos.
· O desenvolvimento do Design Gráfico
O início da década de 1970 foi um período ainda conturbado pelos problemas políticos. A situação havia mudado, e com o progresso desta atividade, os recursos gráficos passaram a ser usados para atender aos novos padrões de criação e propagandas de produtos diversificados.
A simbologia ganha espaço, sendo este, o momento de criação de diversas instituições financeiras e industriais. Cardoso (2008) relata o surgimento do tropicalismo, um novo estilo de música na voz de Caetano Veloso cuja capa do disco LP despertou muito interesse. São variados acontecimentos que ampliam as formas de atuação para o designer gráfico.
As contribuições de Aluísio Magalhães foram muito importantes como defensor do design. Ele foi sucesso na
Bienal de Veneza, desenvolveu várias marcas para instituições bancárias, industriais, datas comemorativas. Criou o padrão monetário do cruzeiro, em 1967, e desenhou as notas do cruzeiro novo, em 1976.
 (
Em 1998, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assinou um decreto instituindo o dia 5 de 
novembro
 como o Dia Nacional do 
Design
, data de nascimento de Aluísio Magalhães. O artigo “O design diferencial de Aloísio Magalhães” apresenta algumas definições sobre os conceitos de 
design 
e faz um paralelo com a atuação do 
designer 
brasileiro Aloísio Magalhães, considerado um dos mais influentes 
designer
s do século 20 (NASCIMENTO, 2010).
)VOCÊ SABIA?
Assim, o design gráfico no Brasil se destaca nos cartazes, marcas, na indústria fonográfica (com as capas de discos de vinil), nos projetos editoriais (capas de livro, revistas e jornais), na televisão, propagandas, entre outros (CARDOSO, 2008).
· Início das instituições de Ensino do Design
A primeira escola de ensino do design no Brasil foi a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), no Rio de Janeiro. A constituição da escola ocorreu no período de transição de governos em 1960 e o golpe militar de 1964, o que afetou os métodos de ensino e a estrutura pedagógica da instituição. No início, a escola buscou seguir os métodos da Bauhaus, entre as ciências humanas e o conhecimento tecnológico. Mas, em 1968 houve mudanças no seu foco pelas restrições da ditadura e foi pressionada a ter um direcionamento de ensino tecnológico (SOUZA, 1996).
Em 1956, em Belo Horizonte, a Escola de Artes Plásticas (oriunda da U.M.A. - Universidade Mineira de Arte - Fundação Educacional), realizou o primeiro vestibular para os cursos de 1957. Em 1964 ela passou a ser a Fundação Mineira de Arte - FUMA, hoje Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (OZANAN, 2005).
· Tendência de um novo tempo
O design brasileiro, em concordância ao modelo pós-moderno na década 1980, produziu pouco. Mas é nesta fase que se inicia um novo processo para o reconhecimento de uma estética multicultural brasileira. O fechamento de grandes empresas, no final dos anos 80, coincidiu com a falta de investimentos e de obras públicas, uma das mais graves crises vividas no Brasil. A globalização acelerada na década de 90 modificou o quadro de atuação, contribuindo para a formação de grupos de profissionais (LANDIM, 2010).
Uma nova perspectiva para o design por meio da decodificação do próprio pluralismo étnico e estético local, cujo exemplo, de forma mais segura, apresenta como uma nova cultura projetual, evidenciada a partir dos anos 1990. A história do design se integra à história dos objetos e da humanidade. Na imagem a seguir, é possível acompanhar alguns fatos pela síntese da linha do tempo.
Figura 5 - Imagem da resumida da linha do tempo do design, considerando eventos do século XVIII, outros eventos de 1900 a 2000, somente como divisão esquemática. Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
O design adquire reconhecimento internamente e internacionalmente, os aspectos do multiculturalismo
Brasileiro se agregam aos elementos culturais e ao potencial criativo e despojado do design brasileiro.
2.3 Design contemporâneo
A vida urbana em todo o mundo contemporâneo está integrada aos elementos que sistemicamente, atuam em todas as áreas. Observa-se a expansão tecnológica, como o processo de miniaturização dos componentes eletrônicos, que tornaram possíveis o uso de objetos e recursos de comunicação universais.
O mundo mergulhou no excesso de informações e bombardeios de recursos visuais incentivadores do consumo. É um resultado programado pelo capitalismo e por uma estratégia estatal de geração de capital. O ritmo da vida cotidiana é marcado pelas táticas da reprodução das relações sociais - pela compra e venda, pela reflexão no espaço. “Numa sociedade de consumidores - um mundo que avalia qualquer pessoa e qualquer coisa por seu valor como mercadoria -, são (subclasses) pessoas sem valor de mercado” (BAUMAN, 2008, p. 157).
Ao mesmo tempo há também correntes contrárias, que usam os recursos do design para preservação ambiental. Há uma necessidade de mudanças em diversas áreas no mundo, no design não é diferente. Nesse mundo contemporâneo o design tem seu papel a cumprir. Acompanhe a seguir.
2.3.1 O que é o design contemporâneo?
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Atualmente, percebe-se uma popularização do uso do termo design e dos conceitos que surgiram associados a valores estéticos, globalizados e de domínio. Esses novos conceitos incidem sob a expansão do design para outros aspectos, buscando qualificá-lo como processo criativo, inovador e provedor de soluções em quaisquer áreas que no design possa ser agregado.
Por isso, o design transita nas reflexões contemporâneas sobre as questões sociais e políticas, questionando a vida do homem (do óbvio ao absurdo) e nas angústias (éticas) da sociedade. As possibilidades são inúmeras, lembrando, porém, que as limitações também são. Uma pesquisa realizada pela Brand ID mostra que o consumidor brasileiro contemporâneo busca valores humanos nas marcas e tem a expectativa de construir um relacionamento pautado pela transparência, honestidade, confiança, integridade, respeito e ética.
Nas últimas décadas, muitos designers têm dialogado com as artes plásticas, principalmente ao transformar o ato de projetar numa operação. Os irmãos Campana, por exemplo, trabalham com refugos industriais, criando um "estilo brasileiro”. São reconhecidos internacionalmente por seus trabalhos de Design-Arte. Elementos do cotidiano ou simplesmente produtos sem nenhum valor, são transformados em peças de caráter extremamente artístico, com linguagem única e de possível uso.
Dessa forma, os processos produtivos também são norteadores do conceito do design nacional contemporâneo. As tecnologias modernas de industrialização convivem lado a lado com as artesanais, conceituando os produtos produzidos como objetos-arte (MOURA, 2011).
Há muitos avanços que chegam até o público, como o Prêmio Design MCB - Museu da Casa Brasileira. Este evento, desde 1986, vem gerando incentivo aos novos designers. Contudo, muitos ficam somente no protótipo e outros são tendências que aos poucos se agregam aos produtos nacionais.
2.3.2 Quem são os designers da atualidade?
Relatam-se novos produtos dos designers Carlos Motta, Rodrigo Almeida, Maurício Arruda e dos irmãos Campana. Estes produtos premiados demonstram elementos de inovações e a qualidade técnica do design, que compõem diretrizes para o design brasileiro (MOURA, 2011).
Nesta geração, de acordo com Leon (2005), surgem os produtos brasileiros fabricados por indústrias europeias. Além dos designers citados anteriormente, deve-se ainda destacar a participaçãode outros como: Guto Índio da Costa, Freddy Van Camp, André Cruz, Gerson de Oliveira, Luciano Martins, Jacqueline Terpins, Camila Fix, Angela Carvalho e Alex Neumeister.
CASO
 (
A partir do vidro e do metal, Matthias Megyeri, 
designer 
alemão, trouxe a reflexão sobre os problemas contemporâneos como a insegurança e a crueldade. O 
designer 
atribuiu um novo conceito ao que se considera “normal” na atualidade: as grades de segurança e os recursos utilizados para a proteção. Dessa forma, explorou e relacionou as sensações e percepções humanas com a ingenuidade. Utilizou figuras de coelhos e pinguins, sequências de pequenas borboletas que lembram flores e o perfil de imagens de cidade que lembram o clima natalino: pinheiros, casas com chaminé, igrejas, fábrica e um pássaro que parece ter pousado em um muro para observar o silêncio e a singela paisagem. Porém, essa cena é montada com objetos cortantes, de forma a assustar. Traz a fragilidade e crueldade juntas, pelo propósito de segurança urbana. Megyeri diz que “
designer
s devem oferecer soluções para as necessidades e problemas reais contemporâneos [...] uso os produtos como veículo para explorar questões sociais relevantes com abordagens críticas” (CATÁLOGO DA I MOSTRA INTERNACIONAL DE 
DESIGN
, 2006, p. 7 apud MOURA, 2005, p. 76).
)
Neste contexto, os designers também utilizam a arte para propor a reflexão sobre os problemas contemporâneos, questões sociais e políticas, criando oportunidades para que o usuário possa questionar sobre as escolhas que a sociedade faz atualmente.
2.4 Design e futuro
Atualmente, praticamente todos vivem no sistema, no qual quase tudo que se consome é produzido por indústrias. Elementos e princípios do design ainda passam por um processo de solidez. Assim, alguns se destacam como base para o futuro como a territoriedade, empreendedorismo e inovação. 
Mundo
Em diversas partes do planeta, observam-se pessoas protagonistas, engajadas em soluções de problemas socioambientais cujos métodos do design contribuem com outras áreas. Médicos, engenheiros, sociólogos, contadores, entre outros, utilizam ferramentas do design compartilhando resultados em sistemas integrados pelos recursos digitais.
Brasil
Em “O futuro do design no Brasil”, SILVA et al. (2012, p. 53) relata que existe “a necessidade de se desenvolver um modelo para um novo tipo de designer, munido de uma compreensão mais aprofundada e bem mais complexa da questão de valores, e da sua responsabilidade com o mercado, com a sociedade e com o meio ambiente”.
Reconhecido pela capacidade de agregar valores e oferecer melhor qualidade de vida, o design busca oferecer contribuições para o artesanato popular e provavelmente esse será um dos caminhos para o design do futuro. Investimentos atuais, com assessoria de institutos de fomento, estabelecem novos caminhos para a economia nacional. Percebe-se a ascensão pela aceitação do gosto popular e dos produtos artesanais, com melhoria no processo de produção e acabamento dos artefatos, adornos e produções experimentais.
 (
O documentário 
A Vida em um Dia
, de Kevin Macdonald (2010)
 é composto por vários vídeos que foram selecionados dentre aproximadamente 80 mil vídeos enviados por 
youtubers. 
A ideia é mostrar o que acontece em vários lugares do mundo em um único dia, 24 de julho de 2010, na vida de pessoas comuns. Disponível
 
em:
 
<
https://www.youtube.com/watch?v=JaFVr_cJJIY
>.
)VOCÊ QUER VER?
Os exemplos de profissionais e fatos apresentados esclarecem a diversidade e expansão da nação brasileira, cujo povo busca constante soluções harmoniosas, uma empatia pela diversidade cultural. A analogia da evolução do design brasileiro às diretrizes que aos poucos adquire a nitidez é um fator possível em busca de um futuro identitário e promissor. Busca-se uma conscientização da realidade para conduzir o futuro do design.
2.4.1 O design nos próximos anos
Segundo Le Breton (2009, p. 112) “o homem não se insere no mundo como um objeto atravessado de sentimentos passageiros”, ele está inserido em suas ações, nas relações com os outros, com os objetos que o entornam. Ou seja, ele está permanentemente sob a influência dos acontecimentos e sendo por eles tocados.
A partir do paradigma da hipermídia, acima das afirmações estabelecidas sobre a relação do objeto e a sua função, encontra-se a sistematização da acoplagem do design ao corpo humano. Trata-se do vínculo entre o inteligível-sensível, de forma a expandir os significados em contextos diversos.
Acredita-se na possibilidade da influência da tecnologia sobre a vontade humana. Por vezes, na contemporaneidade, já existem fatos reais da sobreposição do uso de dados digitais sem a percepção ou consentimento do usuário. É preciso considerar a relevância da tecnologia e ponderar sobre a extensão de domínio dos produtos, que nem sempre na história foi um resultado de progresso.
Figura 6 - É preciso saber onde o ser humano se encontra e o que ele quer para visualizar o papel do design no futuro. Fonte: nopporn, Shutterstock, 2019.
Certamente, há inúmera vantagens para o ser humano em desenvolver, cada vez mais, as possibilidades tecnológicas. Alerta-se para as aplicações do design em face às subjetividades que sinalizem aspectos socioculturais e políticos.
 (
Mais da metade da população mundial vive em ambiente urbano. O pesquisador Volker Minks (2013), busca soluções para o futuro do planeta. No artigo “A Rede de Design Verde Urbano – uma alternativa sustentável para megacidades?”, Minks destaca o trabalho da rede que promove a proteção, criação e conexão de espaços verdes em áreas urbanas, incentivando a biodiversidade, a segurança alimentar. Também realizam projetos em telhados verdes, horticultura urbanas, hidroponia e aeroponia, entre outros. Saiba mais em:
<
http://www.revistas.usp.br/revistalabverde/article/view/81089/84732
>.
)VOCÊ SABIA?
O design, no entanto, acordado aos objetivos propostos e valores destacados no desenvolvimento do projeto, amplia as possibilidades de sucesso quando acordado ao potencial tecnológico, em expansão pela era da informática.
Sabe-se que o design está, na atualidade, no ambiente que se conquistou, e, portanto, o que será feito a seguir, depende de uma infinidade de fatos que representam sua história. Sem um passado não há expectativa de presente ou de futuro.
Síntese
Chegamos ao fim do capítulo. Conhecemos melhor como o design surgiu e evoluiu. Vimos um pouco da história do design e também o que é o design na atualidade. Conhecemos um pouco do design no mundo e no Brasil por meio dos fatos históricos. Esses conteúdos auxiliaram a compreender a função do design e possibilidades do design para o futuro.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
· Identificar elementos estruturais da disciplina;
· 	Identificar aspectos históricos importantes para a conformação do Design como disciplina e área de atuação profissional;
· Relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do Design;
· Identificar os aspectos que diferenciam o design de outras atividades de configuração de objetos de uso;
· 	Relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e sistemas econômicos com os diferentes momentos da história do design;
· Relacionar aspectos históricos e conceitos fundamentais do Design;
· 	Relacionar aspectos culturais, tecnológicos, modos de produção e sistemas econômicos com os diferentes momentos da história do design;
· Identificar o design contemporâneo e seus expoentes;
· Visualizar e projetar o design do futuro;
· Construir possibilidades futuras para o design.

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