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Movimentação e Distribuição George Henrique Ferreira dos Anjos Curso Técnico em Logística Educação a Distância 2020 Movimentação e Distribuição George Henrique Ferreira dos Anjos Curso Técnico em Logística Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | Jun. 2020 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Junho, 2020 Professor(es) Autor(es) George Henrique Ferreira dos Anjos Revisão George Henrique Ferreira dos Anjos Coordenação de Curso Eliane Barbosa dos Santos Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Sunnye Rose Carlos Gomes Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 5 1.Competência 01 | Conhecer e Avaliar os Procedimentos de Movimentação e Distribuição de Mercadorias............................................................................................................................................ 6 1.1 Procedimentos de movimentação e distribuição de produtos .................................................................. 9 1.1.1 Seleção de equipamentos ........................................................................................................................ 9 1.1.2 Arranjo físico e embalagem ................................................................................................................... 22 2.Competência 02 | Controlar o Movimento de Mercadorias Assegurando um Sistema de Distribuição Eficiente e Dentro dos Prazos. ............................................................................................................. 26 2.1 Medição do nível de serviço ..................................................................................................................... 29 2.2 Tomadas de decisão da área de movimentação e distribuição ............................................................... 33 3.Competência 03 | Conhecer os Impactos da Movimentação de Materiais nos Custos de Produção .............................................................................................................................................................. 37 3.1 Princípios para um bom planejamento de movimentação e distribuição ............................................... 40 3.1.1 Conceito da distribuição física ............................................................................................................... 40 Conclusão ............................................................................................................................................. 46 Referências ........................................................................................................................................... 48 Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 50 5 Introdução Caro(a) estudante, Nesta disciplina, você perceberá que a movimentação e distribuição é como um elo de grande importância da cadeia de suprimentos, uma vez que esta última envolve o fluxo de informações e de materiais, contribuindo para o bom funcionamento do sistema logístico, que vão desde o processo de compra de determinado insumo, controle de movimentação, nível de serviço, distribuição física, até o momento da entrega do produto final ao cliente. O que torna tudo isso interessante, é que, da forma como o processo logístico acontece atualmente, praticamente, não há como circular, neste fluxo, sem haver a necessidade de movimentar e distribuir tantos insumos, como produtos em processamento ou produtos acabados. o ideal é que toda essa movimentação seja realizada de forma segura, com baixo custo, acurácia e sem danos ao material. E, para conseguir alcançar esse cenário, existem estratégias, técnicas e ferramentas específicas. Afirmo que o tema abordado nesta disciplina está inserido nos setores da organização, mesmo que de forma indireta, em alguns momentos. Em relação aos estoques, assunto abordado no decorrer dessa disciplina, você verificará que o custo em mantê-los envolve questões operacionais, que podem ser otimizadas com o bom trabalho desenvolvido por um técnico ou equipe técnica. Para isto, são necessárias informações quanto aos processos de armazenagem, localização, movimentação e distribuição. Pois, quanto mais os produtos são movimentados, mais correm o risco de gerar avarias e prejuízos aos materiais armazenados, acarretando custos para a empresa. Nesse cenário, percebe-se que a logística está cada vez mais inserida nas organizações e o seu bom funcionamento depende de profissionais capacitados. Desta forma, é importante que você, que deseja iniciar ou crescer nesse setor, utilize todo o conhecimento e técnica que forem adquiridas nesse curso e tenha certeza de que esse aprendizado contribuirá para o seu desenvolvimento profissional. Para obter êxito, sugiro que tenha disciplina, compromisso e dedicação. Lembre-se, você é o protagonista principal na construção do seu conhecimento. Bons estudos! Competência 01 6 1.Competência 01 | Conhecer e Avaliar os Procedimentos de Movimentação e Distribuição de Mercadorias. Nesta competência, onde será tratada a atividade de movimentar e distribuir mercadorias e insumos, você verá como essa operação se enquadra no conceito de logística. Segundo Novaes (2014), distribuição física é um termo empregado na manufatura e no comércio para descrever as extensas atividades relacionadas com o movimento eficiente de produtos acabados desde a linha de produção até o consumidor, e em alguns casos, inclui a movimentação de matérias-primas desde a fonte de suprimentos até o começo da linha de produção. De acordo com Bertaglia (2003), produtos e materiais são movimentados ao longo da cadeia de abastecimento. A matéria-prima é transportada para as fábricas para se transformar em produto final; em seguida, flui dos fornecedores para os centros de distribuição e daí para os clientes, dependendo do modelo estabelecido pela empresa. Conforme Ballou (2009, p. 17), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. A distribuição física tem como objetivo geral levar os produtos certos, para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço almejado, pelo menor custo possível. No entanto, existe um conflito em garantir um nível de serviço elevado, ao mesmo tempo em que se pretende reduzir os custos, pois ambos precisam caminhar juntos. De uma forma geral, as possíveis melhorias no sistema implicam em custos maiores de transporte, de armazenagem e de estoque. Isto está preso ao conceito de valor agregado, quando a formacorreta de focalizar o problema é através da cadeia de valor. Como os bens não costumam ser produzidos sempre próximos ao local de uso pelos clientes, existe a necessidade de encontrar formas de trazer para perto, ou seja, movimentar tais bens para perto dos consumidores. Dessa forma, buscando melhorias para aperfeiçoar o processo de movimentação das mercadorias, com o objetivo de reduzir custos da operação. Veja um exemplo de como diminuir os custos com ações de redução de movimentação e transporte de materiais. Imagine uma montadora de veículos, de nome Grupo GH, que recebe Competência 01 7 matéria-prima para montar os veículos de alguns estados do Brasil e alguns países. Essa montadora precisa ter ganhos na aquisição dos itens. O proprietário do Grupo, Sr. Carlos, costuma efetuar compras únicas, em quantidades maiores, para abastecer todo o negócio. Em suas negociações, acorda com os fornecedores de ser o responsável por efetuar a coleta dos produtos. No entanto, existe uma dificuldade. Como a quantidade comprada é alta, o Sr. Carlos não consegue efetuar os descarregamentos dos veículos em sua montadora, por não haver espaço físico suficiente para armazená-los. Sendo assim, ele aluga um armazém, que fica em outro bairro diferente de onde se situa a sua unidade para estocar os produtos. Depois de descarregá-los, o Sr. Carlos precisa providenciar carros menores que efetuem o carregamento de pequenas cargas, para trazer sua matéria-prima em lotes menores. Neste rápido exemplo, que é uma realidade para várias organizações do setor varejista, pode-se observar oportunidades de melhoria, que, sem dúvida, acarretariam reduções de custo para a empresa. Será que se o Sr. Carlos fizesse um cálculo comparativo entre o custo que ele tem com os veículos de menor porte para efetuar a coleta e entregar em sua montadora, com o ganho de realizar compras maiores, ele não perceberia que, na realidade, seria melhor ceder um espaço físico para que os próprios fornecedores se instalem no seu parque industrial? Isto reduziria custos com movimentação, distribuição e transporte. No caso do comércio, desde o início da sua existência, há a necessidade de movimentar materiais. Conforme Adam Smith, grande pensador da Economia “a propensão ao comércio, ao escambo e à troca ... é comum a todos os homens (...)” (GOLEMAN, 2007, p. 7). Sendo assim, desde que o homem decida fazer comércio e precise receber algo em troca é preciso realizar a movimentação de mercadorias. A tendência de observar os procedimentos atuais de movimentação e distribuição, tem sido reforçada pelos estudos voltados para a sustentabilidade. No evento Rio+20 que aconteceu no Nos vídeos abaixo, que trata sobre a Logística de movimentação e distribuição de uma montadora, você terá exemplos reais de como é realizado o fluxo logístico. https://www.youtube.com/watch?v=ecjTGflHdQQ&pbjreload=10 https://www.youtube.com/watch?v=A29nqOF4-2o https://www.youtube.com/watch?v=2erzBN6adDs https://www.youtube.com/watch?v=ecjTGflHdQQ&pbjreload=10 https://www.youtube.com/watch?v=A29nqOF4-2o https://www.youtube.com/watch?v=2erzBN6adDs Competência 01 8 primeiro semestre de 2012, no Rio de Janeiro, o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, criticou o desperdício de alimentos no mundo e afirmou que “um terço da nossa produção de comida se perde em algum ponto”. (ROGERO, 2012). E, grande parte desta perda, ocorre durante o processo de movimentação e transporte dos alimentos. Conforme discutido no Fórum Econômico Mundial de Davos, em janeiro de 2012, na Suíça: Cerca de 40% dos alimentos produzidos no mundo se perde, em algum elo da cadeia entre a colheita e o consumidor final, pela falta de infraestrutura que garanta boas condições de armazenamento, transporte e distribuição nos países em desenvolvimento. A relação das atividades de movimentação e distribuição com as atividades primárias e de apoio da logística estão na figura abaixo: Figura 1 - Relação entre atividades logísticas primárias e de apoio e o nível de serviço desejado. Fonte: Logística empresarial: Transportes, Administração de materiais, Distribuição física. 1ª edição. São Paulo: Atlas, 1993. Descrição: A imagem explana que o processamento de pedidos é uma atividade logística primária, onde sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É também possível averiguar na imagem que a atividade primária inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. Ainda em relação à imagem, é possível constatar que as atividades consideradas de apoio são aquelas adicionais que dão suporte ao desempenho das atividades primárias para que possamos ter sucesso na empreitada organizacional, que é manter e captar clientes com pleno atendimento do mercado e satisfação total do acionista e receber seu lucro. Sendo elas: Armazenagem, manuseio de materiais, embalagens de proteção, obtenção, programação de produtos e manutenção de informações. Por fim, as atividades secundárias têm fundamental Competência 01 9 relevância para o processo logístico pois exercem a função de suporte às atividades primárias na obtenção de níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes. Para Ballou (2009, p. 27), um dos problemas mais críticos a ser tratado pelo profissional responsável pelo manuseio dos materiais é a seleção dos equipamentos. E como tratar desse problema, é o tema que você verá nos próximos parágrafos. 1.1 Procedimentos de movimentação e distribuição de produtos Como citado no tópico inicial desta competência, normalmente os produtos não são fabricados no mesmo local onde serão consumidos pelos clientes. Nesse cenário, é necessário o seu manuseio. Tal manuseio, porém, pode gerar danos e prejuízo aos produtos. Só a etapa de acondicionamento do produto pode representar até 12% do valor total das despesas logísticas (BALLOU, 2009). Entende-se que para muitos materiais não existe a necessidade de ter alto estoque, em função de que este material pode ser adquirido facilmente em vários fornecedores, ou do fornecedor estar perto do cliente. Além do que, o contato próximo ainda contribui para a agilidade nas entregas e a redução de problemas durante esse processo. Isso porque o fornecedor conhece os tipos de pedidos realizados pela empresa e pode oferecer um tratamento adequado e até indicar se acreditar que há algum erro no pedido. No exemplo da montadora com a redução de movimentação da matéria-prima, como já informado, não haverá necessidade de receber em outro local e posteriormente coletar este material para ser produzido. No subtópico a seguir, você verá alguns tipos de equipamentos e as suas principais características. 1.1.1 Seleção de equipamentos Para ajudar no desenvolvimento da atividade de movimentar materiais, Ballou (2009) descreve dois tipos de equipamentos: - De movimentação; - Auxiliares. Competência 01 10 Os primeiros dividem-se em: empilhadeiras e pequenos veículos; transportadores, e guinchos, pontes rolantes e pórticos. As empilhadeiras e pequenos veículos são utilizados normalmente para cargas pesadas, que teriam um transporte muito lento se fosse feito de forma manual. São utilizados não só para transportar cargas, mas também para colocá-las na posição ideal de uso. As empilhadeiras costumam transportar cargas unitizadas, ou seja, consolidadas em uma única unidade com tamanho padrão. Um equipamento muito utilizado para unitização de cargas é o palete, que é um estrado de metal, madeira ou plástico, com entradas na parte inferior para permitir a sua movimentação com o encaixe dos garfos da empilhadeira. Figura 2 - Empilhadeira carregada Fonte: <https://br.freepik.com/vetores-premium/empilhadeira-com-homem-dirigindo_2042141.htm>Acesso em 01 abril de 2020. Descrição: A imagem mostra um operador de empilhadeira, trajando boné laranja, camisa azul, colete Laranja e calça Azul, pilotando uma empilhadeira de cor laranja, carregada por um pallet com caixas unitizadas. Veja um vídeo informativo com uma prova prática para habilitação de operador de empilhadeira. Acesse o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=pBR07P8k4Ek Acesso em 01 abr. 2020. https://br.freepik.com/vetores-premium/empilhadeira-com-homem-dirigindo_2042141.htm https://www.youtube.com/watch?v=pBR07P8k4Ek Competência 01 11 Figura 3 - Paleteira manual Fonte: <https://www.compretec.com.br/equipamentos-hidraulicos/paleteiras/paleteira-hidraulica-manual-2-toneladas- lynus-pm-685> Acesso em 01 abril de 2020. Descrição: A imagem mostra um equipamento de manuseio manual de cargas, chamado de paleteira manual, na cor amarela, com três rodas: uma roda no meio, logo abaixo da alavanca principal e outras duas situadas nas extremidades do garfo (ou forquilha), que ajudam a dar sustentação. Figura 4 – Empilhadeira elétrica Fonte: <https://clarkempilhadeiras.com.br/produto/epx-16-18-20s-25-30/> Acesso em 01 Abril de 2020. Veja um vídeo informativo de como manusear uma paleteira manual. Acesse o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=EsreaVG_Oi8 Acesso em 01 abr. 2020. https://www.compretec.com.br/equipamentos-hidraulicos/paleteiras/paleteira-hidraulica-manual-2-toneladas-lynus-pm-685 https://www.compretec.com.br/equipamentos-hidraulicos/paleteiras/paleteira-hidraulica-manual-2-toneladas-lynus-pm-685 https://clarkempilhadeiras.com.br/produto/epx-16-18-20s-25-30/ https://www.youtube.com/watch?v=EsreaVG_Oi8 Competência 01 12 Descrição: A imagem mostra uma empilhadeira elétrica de elevação frontal de capacidade de carga de 1,6 e 2,0 toneladas, na cor verde com detalhes em preto em uma área de movimentação. Figura 5 -Pallete de madeira Fonte: <https://www.logismarket.ind.br/gvp-pallets/palete-padrao-brasileiro-100x120m/6713711555- p.html> Acesso em 01 abril de 2020. Descrição: A foto mostra um estrado de madeira (plataforma utilizada para movimentação de cargas em supermercados, varejo, armazéns e transportadoras). Já os transportadores são utilizados para cargas a graneis. Podem ser movidos por gravidade ou por meios mecânicos. São utilizados em percursos fixos, que podem ser horizontais, verticais ou inclinados, possuindo curvas ou não. São utilizados no processo de carga e descarga para onde as mesmas são movimentadas através de transportadoras flexíveis com tecnologia moderna o que possibilitam grandes variações de aplicações, propiciam versatilidade no uso, altos ganhos de produtividade e economia nos processos. Seus principais tipos são correias, ou esteiras com superfícies de rodas ou roletes para reduzir o atrito (BALLOU, 2009). Costumam ser bastante utilizados na movimentação de grãos, cereais e armazéns com uma grande variação de caixas. Veja um vídeo informativo de como operar uma empilhadeira elétrica. Acesse o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=-xNsASjpXBs Acesso em 01 abr. 2020. https://www.logismarket.ind.br/gvp-pallets/palete-padrao-brasileiro-100x120m/6713711555-p.html https://www.logismarket.ind.br/gvp-pallets/palete-padrao-brasileiro-100x120m/6713711555-p.html https://www.youtube.com/watch?v=-xNsASjpXBs Competência 01 13 Figura 6 - Transportador de correia côncava. Fonte:<https://redima.com.br/2019/10/31/esteira-transportadora-conheca-os-principais-tipos/> Acesso em 02 abr.2020. Descrição: A foto mostra um transportador de correia côncava cinza, com regulador lateral azul e divisória amarela, normalmente utilizada para movimentar materiais a granel dos mais variados tipos, densidades e granulometrias. Figura 7 - Transportador modular Fonte: <https://www.logismarket.ind.br/redutep-solucoes-industriais/transportador-modular/1983801775- p.html> Acesso em 02 Abr.2020. Veja, no link abaixo, um vídeo com uma pequena demonstração de uma esteira transportadora graneleira. https://www.youtube.com/watch?v=mNkQlo3TYc8 Acesso em 01 abr. 2020. https://redima.com.br/2019/10/31/esteira-transportadora-conheca-os-principais-tipos/ https://www.logismarket.ind.br/redutep-solucoes-industriais/transportador-modular/1983801775-p.html https://www.logismarket.ind.br/redutep-solucoes-industriais/transportador-modular/1983801775-p.html https://www.youtube.com/watch?v=mNkQlo3TYc8 Competência 01 14 Descrição: A foto mostra uma suposta área de movimentação e distribuição logística utilizando-se de transportador modular para executar suas atividades. Figura 8 - Transportador de rolete Fonte: <http://www.provtec.com.br/transportador-roletes-motorizados> Acesso em 02 abr. 2020. Descrição: A foto mostra um transportador, do tipo rolete, com base azul e estrutura cinza de metal, instalado em um galpão. Os guinchos, pontes rolantes e pórticos são equipamentos que podem ser utilizados sobre as áreas de armazenagem para transportar produtos pesados com maior segurança. Como exemplo deste grupo, estão os guindastes móveis que são muito utilizados nos portos para movimentação de container. Também são chamados de equipamentos de elevação e transferência. Veja, no link abaixo, um vídeo com uma pequena demonstração do funcionamento do transportador modular. https://www.youtube.com/watch?v=324wkeSmHZI Acesso em 02 abr. 2020. Veja, no link abaixo, como funciona um transportador de rolete. https://www.youtube.com/watch?v=vGwboKN7P7Y Acesso em 02 abr. 2020. http://www.provtec.com.br/transportador-roletes-motorizados https://www.youtube.com/watch?v=324wkeSmHZI https://www.youtube.com/watch?v=vGwboKN7P7Y Competência 01 15 Figura 9 – Guindaste móvel Fonte: <https://www.grupoincatep.com.br/20-guindaste-movel-portuario- mhc?AspxAutoDetectCookieSupport=1>.Acesso em 02 abr.2020 Descrição: A foto ilustra um guindaste móvel amarelo em atividade em área portuária, movimentando um container. Veja, no link abaixo, um vídeo com uma pequena demonstração do guindaste móvel em uma área portuária. https://www.youtube.com/watch?v=AGUO-2xJ4jY Acesso em 02 abr. 2020. https://www.grupoincatep.com.br/20-guindaste-movel-portuario-mhc?AspxAutoDetectCookieSupport=1 https://www.grupoincatep.com.br/20-guindaste-movel-portuario-mhc?AspxAutoDetectCookieSupport=1 https://www.youtube.com/watch?v=AGUO-2xJ4jY Competência 01 16 Figura 10 - Ponte rolante Fonte: <https://www.buzzero.com/administracao-e-negocios-2/iniciacao-profissional-21/curso-online-operador-de- ponte-rolante-nr-11-com-certificado-50349 >Acesso em 02 abr.2020 Descrição: A foto mostra uma ponte rolante com base amarela e cabedal azul, operada por trabalhador devidamente equipado com capacete branco, protetor auricular vermelho. O operador aciona a ponte rolante por controle na cor amarela, para movimentação de produto dentro de um galpão. Figura 11 - Pórtico sobre pneu Fonte: <https://www.logismarket.ind.br/cabezza/portico-sobre-pneu-5/2008477350-p.html>. Acesso em 02 abr. 2020. Descrição: a foto ilustra um pórtico (equipamento utilizado para movimentação de pás eólicas, com capacidade de carga de 15 toneladas, controlada por controle remoto) com estrutura amarela, duas rodas, realizando uma movimentação com um produto, na cor branca, em um ambiente aberto. O segundo grupo de equipamentos é o dos equipamentos auxiliares. Esses equipamentos tem como objetivo otimizar a utilização dos espaços dos armazéns. Entre eles estão as estantes e prateleiras. O uso dessas estruturas de armazenagem garante maior segurança não só ao item, mas Veja, no link abaixo, um vídeo com uma ponte rolante em atividade, realizando uma movimentação interna de chapasde aço. https://www.youtube.com/watch?v=mmb8jni8Wu8 Acesso em 02 abr. 2020. Veja, no link abaixo, um vídeo com tipos de pórticos realizando movimentações de metais pesados e de grandes proporções. https://www.youtube.com/watch?v=ZosbcCCH1YI Acesso em 02 abr. 2020. https://www.buzzero.com/administracao-e-negocios-2/iniciacao-profissional-21/curso-online-operador-de-ponte-rolante-nr-11-com-certificado-50349 https://www.buzzero.com/administracao-e-negocios-2/iniciacao-profissional-21/curso-online-operador-de-ponte-rolante-nr-11-com-certificado-50349 https://www.logismarket.ind.br/cabezza/portico-sobre-pneu-5/2008477350-p.html https://www.youtube.com/watch?v=mmb8jni8Wu8 https://www.youtube.com/watch?v=ZosbcCCH1YI Competência 01 17 também às pessoas que circulam no depósito pelo fato de os produtos estarem presos nos vãos das estantes protegidos por estruturas metálicas. As estruturas de armazenagem são elementos básicos para a paletização e o uso racional de espaço. Essas estruturas atendem aos mais diversos tipos de carga, colaborando para garantir a eficiência na organização do ambiente e bons resultados logísticos. Entre elas, podem ser destacadas as seguintes: • Porta-paletes convencional: É o tipo de estrutura mais utilizada. Nela, os produtos são armazenados em estantes acessadas por empilhadeiras. Essa estrutura exige menor espaço nos corredores e possui um bom aproveitamento de todo o ambiente. Utilizada quando as cargas dos paletes forem muito variadas, pois permite a escolha da carga em qualquer posição da estrutura sem nenhum obstáculo, ou seja, possui fácil movimentação dentro de armazéns. Necessita de muita área para corredores, mas compensa por sua seletividade e rapidez na operação. • Estrutura tipo Drive-in: Esse modelo permite maior número de itens armazenados, economizando espaço de manobra e oferecendo menor custo por metro quadrado, exigindo apenas um corredor frontal de acesso onde a atividade de carga e descarga acontece em ordem inversa, indicando a operação na modalidade LIFO (último que entra, primeiro que sai). Dessa forma, os itens podem ser acumulados, retirando-se apenas os que estejam mais acessíveis. Porém, esse processo acaba gerando dificuldade e demora de acesso a itens específicos, que tenham sido armazenados anteriormente, já que ficam isolados no fundo das prateleiras. É um sistema utilizado, basicamente, quando a carga não é variada e pode ser paletizada, além de não haver a necessidade de alta seletividade ou velocidade. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Porta-paletes convencional. https://www.youtube.com/watch?v=K21t25NUbLM Acesso em 11 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=K21t25NUbLM Competência 01 18 • Estrutura tipo Drive-through: Este tipo de estrutura possui alta capacidade de armazenagem de cargas iguais, eliminando a existência de espaço entre as prateleiras, propiciando grande aproveitamento volumétrico para os armazéns. Porém, como o modelo utiliza o sistema de armazenagem FIFO (primeiro que entra, primeiro que sai), o que chega primeiro deve sair em primeiro lugar e, para que tenha um bom funcionamento, é necessário um corredor para a entrada e outro para a saída dos produtos. Além disso, é necessário haver corredores laterais para o tráfego de empilhadeiras. • Estrutura tipo Push-Back: É um tipo de estrutura formada por estantes de armazenamento de produtos paletizados semelhante ao drive-in, ordenado no sistema LIFO (UEPS), Last in, first out, ou seja, o último produto a ser estocado é o primeiro a sair. Nela, os paletes se deslocam por impulso, através da estrutura, em profundidade e se movem pela ação da gravidade, para a área de carga e descarga, por meio de carrinhos ou roletes, permitindo uma seletividade maior em função do acesso a qualquer nível de armazenagem. Neste sistema, a empilhadeira “empurra” cada palete sobre um trilho com vários níveis, permitindo a armazenagem de até quatro paletes na profundidade. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Drive-in. https://www.youtube.com/watch?v=hkz7SZsIP0s Acesso em 11 mai. 2020. Entenda a diferença entre Drive-in e Drive-through, acessando o link abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=TmK-R8RpBbY Acesso em 11 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=hkz7SZsIP0s https://www.youtube.com/watch?v=TmK-R8RpBbY Competência 01 19 • Estrutura tipo Flow-rack: Neste sistema, o armazenamento manual é feito em caixas e é utilizado para mercadorias embaladas para o destino. As caixas são colocadas, em sequência, de um lado, por um plano inclinado com trilhos que possuem pequenos rodízios deslizando, por gravidade, e recebidas pela outra extremidade, onde existe um “stop” para a contenção das mesmas, mantendo sempre uma caixa à disposição do usuário. É uma estrutura indicada para pequenos volumes e grande rotatividade, onde se faz necessário o picking, facilitando a separação de materiais e permitindo o princípio FIFO (PEPS), First in, first out, ou seja, primeiro produto a ser estocado será o primeiro a sair. • Estrutura tipo Cantilever: É um tipo de estrutura utilizada para produtos que possuem mais comprimento do que largura, como: madeiras, barras, tubos, trefilados. Essa estrutura utiliza eixos ou braços para apoiar os produtos, e o abastecimento é feito pela lateral, preferencialmente por empilhadeiras, permitindo a movimentação de vários perfis (do material armazenado) de uma só vez. É um sistema com boa seletividade e velocidade de armazenagem, porém pode exigir maior espaço para a movimentação. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Push-Back. https://www.youtube.com/watch?v=jErtXiLz2dg Acesso em 11 mai. 2020. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Flow-rack. https://www.youtube.com/watch?v=FnchfTJiobI Acesso em 11 mai. 2020. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Cantilever. https://www.youtube.com/watch?v=DkDJon8Rlno Acesso em 11 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=jErtXiLz2dg https://www.youtube.com/watch?v=FnchfTJiobI https://www.youtube.com/watch?v=DkDJon8Rlno Competência 01 20 • Estrutura tipo Dinâmica: É um tipo de estrutura que possui como característica principal, a rotação automática de estoques, permitindo o uso do sistema FIFO (PEPS), First in, first out (primeiro produto que entra, é o primeiro a sair) a um custo mais elevado. O produto é movido pela ação da gravidade, podendo ter um auxílio de controlador de velocidade e separador. A empilhadeira leva o palete para uma das extremidades, que desliza até a outra por uma esteira ou por planos inclinados e pistas de roletes, com redutores de velocidade. Para o seu funcionamento são necessários dois corredores, um para abastecimento e outro para retirada, e tem a vantagem de gerar grande concentração de carga. Essa estrutura permite melhor aproveitamento do espaço de armazenagem; redução do caminho de transporte interno das mercadorias; menor tempo de separação da carga e descarga; monitoramento dos lotes e séries de produção por datas de validade. • Estrutura tipo Transelevadores: É um tipo de estrutura na qual são utilizados sistemas de armazenagem vertical em que veículos guiados automaticamente com um ou dois mastros realizam o transporte e a armazenagem de um ou dois paletes simultaneamente. Esse tipo de sistema é amplamente utilizado na Indústria, em Centros de Distribuição, Operadores Logísticos e nos demais segmentos de mercado, inclusive em ambientes resfriados ou congelados, podendo atingir até 43 metros de altura, otimizando a utilização do espaço disponívele armazenagem dos paletes. Como se trabalha com alturas superiores, é possível também elevar a densidade de carga, permitindo movimentação mais rápida. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização do tipo de Estrutura Dinâmica. https://www.youtube.com/watch?v=y1xPQQE7JRM Acesso em 11 mai. 2020. Competência 01 21 • Estrutura tipo Autoportante: É um tipo de estrutura onde o espaço vertical pode ser melhor aproveitado, além disso, pode ser construído em menor tempo, com redução no valor do investimento, uma vez que a estrutura é usada como suporte de fechamento lateral e de cobertura, permitindo melhor distribuição da carga no piso. Elimina a necessidade de construção prévia de um edifício. Permite o aproveitamento do espaço vertical (em média, utiliza-se em torno de 30 m). • Estrutura tipo Deslizante: Tipo de estrutura que apresenta pequena área destinada à circulação, mantendo os paletes protegidos, apresentando um aspecto de bloco. É uma estrutura bastante utilizada em espaços limitados, para mercadorias de baixo giro e maior valor agregado. • Estrutura tipo Corredores estreitos: Neste tipo de estrutura é possível otimizar o espaço do armazém, aumentando o espaço disponível. É uma estrutura que exige maior valor de investimento, principalmente em decorrência da necessidade de trilhos ou fios indutivos para a movimentação de empilhadeiras. Deve ser levado em Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização da estrutura tipo Transelevadores no Armazém automatizado da FAB. https://www.youtube.com/watch?v=bjbsafjdXBU Acesso em 11 mai. 2020. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização da estrutura tipo Autoportante. https://www.youtube.com/watch?v=9DcqicDx1k4 Acesso em 11 mai. 2020. Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização da estrutura tipo Deslizante. https://www.youtube.com/watch?v=7i6f8ywYpqo Acesso em 11 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=bjbsafjdXBU https://www.youtube.com/watch?v=9DcqicDx1k4 https://www.youtube.com/watch?v=7i6f8ywYpqo Competência 01 22 conta que em caso de pane da empilhadeira, outra máquina convencional não tem acesso aos paletes. 1.1.2 Arranjo físico e embalagem Outros dois fatores que também influenciam na movimentação dos materiais são o arranjo físico do depósito, assim como, as embalagens dos produtos. Fazer o arranjo físico (layout) de uma área qualquer é planejar e integrar os caminhos dos componentes de um produto ou serviço, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e econômico entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam. Dito de uma forma simples, definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. O arranjo físico procura uma combinação ótima das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. Ao se elaborar, portanto, o arranjo físico, deve-se procurar a disposição que melhor conjugue os equipamentos com os homens e com as fases do processo ou serviços, de forma a permitir o máximo rendimento dos fatores de produção, através da menor distância e no menor tempo possível. Para atingir os objetivos, o arranjo físico se utiliza dos seguintes princípios gerais, que devem ser obedecidos por todos os estudos, conforme abaixo: • Integração – Fatores diretos e indiretos ligados à produção, por exemplo local do banheiro e do relógio de ponto; • Mínima Distância – Deve-se procurar uma maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis, confusões e custos; Veja, no link abaixo, uma pequena demonstração da utilização da empilhadeira trilateral em corredor estreito. https://www.youtube.com/watch?v=ESSpLbkFLlI Acesso em 11 mai. 2020. https://www.youtube.com/watch?v=ESSpLbkFLlI Competência 01 23 • Racionalização de espaço – Utilizar da melhor maneira o espaço e, se possível, as 3 dimensões; • Satisfação e segurança – A satisfação e a segurança humana são muito importantes. O Arranjo físico, em grande parte, é determinado pelo tipo de produto, tipo de processo de produção e volume de produção. Diante disto temos quatro tipos básicos: • Arranjo posicional ou por posição fixa; • Arranjo funcional ou por processo; • Arranjo linear ou por produto; • Arranjo de grupo ou celular. Figura 12 – Layout de uma loja de conveniência Fonte: https://www.brasilpostos.com.br/noticias/loja-de-conveniencia/a-importancia-do-layout-da-loja/ Acesso em 06 abril de 2020 Descrição: A imagem mostra a representação layout de uma loja de conveniência, bem distribuído, espaços relativamente pequenos, setores bem definidos. Já a escolha da embalagem dos produtos é uma decisão que, de costume, não cabe à área de Logística, e sim, ao Marketing. No entanto, a alteração delas deve envolver a área de Operações, uma vez que as embalagens dos produtos afetam a forma como eles serão manuseados, Veja, no link abaixo, um vídeo com exemplos de layouts referentes às lojas de celular e cosméticos. https://www.youtube.com/watch?v=HrAY6vIUJQY Acesso em 06 abr. 2020. https://www.brasilpostos.com.br/noticias/loja-de-conveniencia/a-importancia-do-layout-da-loja/ https://www.youtube.com/watch?v=HrAY6vIUJQY Competência 01 24 armazenados e transportados. Um exemplo de mudança de embalagem que deu certo foi a alteração da embalagem do sabão em pó OMO, marca da multinacional Unilever. A caixa anterior era fina e vertical e foi substituída por uma caixa com a mesma quantidade do produto (1kg), porém mais larga e com os dizeres na linha horizontal. Com esta mudança, a empresa obteve um melhor aproveitamento do espaço dos caminhões, que transportam o produto. (GUIA EXAME DE SUSTENTABILIDADE, 2007). Observar a diferença das embalagens, nas imagens abaixo. Figura 13 - Embalagem OMO antes Fonte: <https://www.insoonia.com/marcas-famosas-e-suas-origens/> Acesso em 23 abr.2020. Descrição: A foto mostra a embalagem do sabão em pó OMO, cor azul com detalhes em amarelo, vermelho e fundo branco. Figura 14 - Embalagem OMO atual Fonte: <https://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35745> Acesso em 23 abr.2020. Descrição: A foto mostra a embalagem do sabão em pó OMO, cor azul com detalhes em vermelho e com um casal de crianças segurando uma corda. https://www.insoonia.com/marcas-famosas-e-suas-origens/ https://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=35745 Competência 01 25 Na próxima competência, será apresentada a eficiência no processo de movimentação de distribuição de materiais, com introdução a importância da análise do custo, como prioridade competitiva, assim formando um elo para a competência seguinte, na qual serão tratados os custos logísticos. Não deixe de assistir a videoaula da Competência 1. Competência 02 26 2.Competência 02 | Controlar o Movimento de Mercadorias Assegurando um Sistema de Distribuição Eficiente e Dentro dos Prazos. Nesta competência, antes de ser tratado o assunto sobre eficiência no processo de movimentação de materiais, para que haja uma melhor compreensão, será abordado o termo nível de serviço logístico. De acordo com Ballou (2009, p. 73), o nível de serviço pode contemplar vários conceitos: É a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma. É o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O conceito de nível de serviço, de forma geral, é aeficiência dos serviços e/ou produtos fornecidos. A sua utilização pelas organizações pode mudar de acordo com a exigência das empresas e dos seus consumidores. Para um supermercado, por exemplo, ofertar boas mercadorias com uma boa apreciação, prezando pelo asseio e limpeza, pode ser o fator principal para se atingir o grau de valor desejado. Já para outro, o asseio e a limpeza, a variedade de produtos a serem oferecidos podem ser os critérios preferenciais. Por outro lado, o distribuidor de alimentos, que faz envio de mercadorias para os supermercados, deve escolher como critério primordial para o bom nível de serviço, a velocidade na entrega e o menor nível de troca e falhas nos produtos (será apresentado mais a frente os conceitos de inversão e avarias). Conforme Ballou (2009) o nível de serviço é formado por três tipos de elementos: elementos de pré-transação, elementos de transação e elementos de pós-transação. A tabela, abaixo, mostra quais são os componentes de cada grupo de elementos: Competência 02 27 Figura 15 - Elementos do nível de serviço Fonte: Adaptação do livro Logística empresarial: Transportes, Administração de materiais, Distribuição física. 1ª edição. São Paulo: Atlas, 1993. Descrição: a imagem mostra informações quanto ao tempo de atendimento do pedido, por exemplo, e os procedimentos padrão de como a operação deve funcionar. Para que o pedido seja atendido deve constar deste grupo de itens. Os elementos de pré-transação são as declarações de políticas de serviço feitas pela empresa antes da venda do produto ou serviço, apresentam as características que serão oferecidas aos clientes, através de políticas por escrito. São elaborados acordos de nível de serviço com os clientes (SLAs –Service Level Agreement), e o tipo de serviço a ser ofertado, assim como o TMA (tempo médio de atendimento) é registrado com o intuito de possibilitar a relação entre fornecedor e cliente, também visando encontrar melhorias contínuas no processo. Definições de bônus para os clientes, caso eles atendam à critérios que facilitem a operação para o fornecedor, também devem estar descritos no SLA. Imagine uma empresa de atacado na parte de medicamentos, chamada Drogacenter, em seus relatórios verificou que a maioria de seus compradores sempre deixava para colocar as requisições de compra nos últimos dias do mês. Isso impactava negativamente a operação da empresa, porque nas primeiras duas semanas do mês, as equipes operacionais ficavam ociosas e, no momento de alta demanda, eram obrigados a fazerem horas extras para conseguir atender ao grande volume de pedidos. Foi desenvolvido, então, um acordo de nível de serviço com os principais clientes, os quais representavam 50% do volume total faturado. Neste cenário, os clientes foram orientados a Competência 02 28 colocar pedidos de forma espaçada no mês, ou seja, quanto mais cedo fizessem os pedidos, receberiam um desconto maior no valor do pagamento. Veja a tabela abaixo com o sistema de bonificação acordado: DATA DE COLOCAÇÃO DO PEDIDO DESCONTO Até 05/mês 5% Entre 06 e 10/mês 3% Entre 11 e 15/mês 1,5% Após 15/mês 0% Tabela 1 – Sistema de bonificação Fonte: O Autor (2020) Com esta ação, a empresa conseguiu que os grandes clientes colocassem os pedidos com mais antecedência e, consequentemente, reduziu o custo com hora extra, mesmo quando comparado às despesas com os descontos. Com relação aos elementos de transação, são diretamente relacionados à distribuição física ou ao fornecimento do serviço ao cliente, ou seja, estão relacionados à entrega do produto ao cliente. Como mostrado na figura 15, informações quanto ao tempo de atendimento do pedido, por exemplo, e os procedimentos padrão de como deve funcionar a operação para que ele seja atendido, deve constar deste grupo de itens. Com o crescimento das compras realizadas pela internet, as empresas de e-commerce estão sendo monitoradas e avaliadas através de indicadores de quantidade disponível no estoque, feedback positivo referente ao atraso na entrega realizado direto com o cliente de forma ativa e cumprimento de entregas no prazo, estão sendo atribuídos aos mesmos notas e comentários que vão Visite o site abaixo e leia as orientações de como criar um SLA. https://gaea.com.br/saiba-como-estabelecer-um-modelo-sla-eficiente-em-sua- empresa/ https://gaea.com.br/saiba-como-estabelecer-um-modelo-sla-eficiente-em-sua-empresa/ https://gaea.com.br/saiba-como-estabelecer-um-modelo-sla-eficiente-em-sua-empresa/ Competência 02 29 sendo vistos e monitorados por todos, tudo isto para facilitar a compra mais assertiva ao produto, empresa e marca correta. Elementos de pós-transação, são os que ocorrem após a entrega e que apoiam o produto no mercado, eles se referem aos indicadores de atendimento relacionados à pós-compra, no instante que o produto está no ambiente externo, fora da empresa, e já chegou ao cliente final. Por exemplo, casos em que o material é defeituoso e deve ser devolvido ao fabricante para conserto ou troca; embalagens, cada vez mais reaproveitáveis, que retornam do ponto de consumo do produto e são levadas até os fabricantes para serem utilizadas novamente; grandes concessionarias automotivas, que em sua pós-venda disponibiliza serviço de taxi gratuito para maior comodidade de seus clientes. 2.1 Medição do nível de serviço As instituições podem descobrir muitas maneiras de medir o nível de desempenho. Em se tratando da operação de movimentação e distribuição das mercadorias, pode-se definir, como exemplo, disponibilidade do estoque no momento do faturamento para efetuar uma venda, percentual de entregas no padrão diante de entregas totais, percentuais de avarias e extravio, percentual de clientes satisfeitos, percentual de colaboradores satisfeitos. A definição desses parâmetros irá depender de quais são as prioridades competitivas para a companhia. Conforme Reid e Sanders (2005) há quatro prioridades competitivas que devem ser consideradas pelas empresas. São elas: custo, qualidade, tempo e flexibilidade. Visite o site abaixo e veja nos anúncios as notas e comentários dos produtos. https://www.mercadolivre.com.br/ Visite o site abaixo e veja as melhores estratégias de pós-venda. https://digitalks.com.br/noticias/5-melhores-estrategias-de-pos-venda-para- reter-mais-clientes/ https://www.mercadolivre.com.br/ https://digitalks.com.br/noticias/5-melhores-estrategias-de-pos-venda-para-reter-mais-clientes/ https://digitalks.com.br/noticias/5-melhores-estrategias-de-pos-venda-para-reter-mais-clientes/ Competência 02 30 Nas grandes organizações o Custo é a principal prioridade competitiva, e a busca em reduzi-lo é fundamental. Elas desejam ter o menor preço em relação à concorrência e, para isso, buscam reduzir, ao máximo, os desperdícios operacionais, gastos desnecessários, custos extras. As instituições que priorizam a qualidade focalizam, segundo Reid e Sanders (2005), “as dimensões da qualidade que são consideradas importantes para os seus clientes”. Reid e Sanders (2005) ressaltam ainda, a importância de as empresas entregarem seus produtos e/ou serviços com alto padrão de qualidade e desempenho, padronização nos prazos e entregas e tenham consistência nos seus produtos e serviços ofertados. Neste cenário, imagine uma empresa fabricante de veículos. Para um determinado grupo de clientes desta organização, um produto com qualidade é um veículo com um motor mais possante possível e um câmbio automático, que garantam alta velocidade na estrada, resistência e comodidade, não tendo a necessidade de passar marcha. Já para outros clientes, um veículo com qualidade é aquele com o motor mais econômico possível (1.0) e que seja câmbio manual, pois sua prioridade é a economia de combustível. Quando se fala em tempo,pensa-se em organizações que competem para entregar os seus produtos e/ou serviços aos clientes, tão rápido quanto possível, como por exemplo as empresas de telefonia que ofertam a todo o mercado, serviços de tecnologias e inovações atrelados a sua essência que é a comunicação, tudo isto de forma proativa contatando seus clientes e os da concorrência. Ainda relacionado ao quesito tempo, para as atividades de movimentação e distribuição, este é um ponto praticamente certo. Pois, no momento em que são definidos os indicadores de logística, este é um critério que jamais poderá ser esquecido. Neste caso, tais empresas precisam eliminar etapas desnecessárias do processo, para otimizarem o tempo gasto na operação. Além disso, precisam estar aptas a se adaptarem às variações de demanda. Nos picos de entrada de volume de pedidos, por exemplo, necessitam ter capacidade de contratar mão de obra extra, no intuito de garantir o prazo prometido. Um outro bom exemplo é a redução de movimentações internas, ou seja, se eu recebo materiais em um armazém e necessito de uma empilhadeira para descarregar; um colaborador para conferir no piso e, após a conferência, utilizo uma outra máquina para alocar esses produtos na posição correta de armazenagem, será preciso reduzir o mais rápido possível esta perda, neste sentido, com a mesma máquina utilizada no recebimento, o colaborador irá conferir a Competência 02 31 mercadoria e realizar o armazenamento, diretamente, na posição correta, otimizando desta forma o tempo. Agora, você verá a última prioridade competitiva - flexibilidade. As empresas que atuam neste critério adequam-se às necessidades dos clientes à medida que elas surgem. São aquelas empresas que entregam produtos personalizados. Flexibilidade é uma prioridade que não deve ser usada em conjunto com a prioridade tempo porque as empresas flexíveis, muitas vezes, demandam um prazo maior para entregar os produtos e serviços de acordo com as exigências mais altas dos clientes. Não raro, também, apresentam um custo maior em seus produtos devido à maior frequência de customização e da necessidade de adequação dos seus processos e equipamentos, dependendo da entrega que foi prometida. Um exemplo dessa prioridade são as empresas de energia Eólicas que para serem montadas, as hélices precisam ser transportadas em carretas específicas, com restrições de horário, e velocidade máxima limitada e com apoio de duas escoltas, conhecidas como batedores frontais e traseiros. Com base nas preferências competitivas acima, podem ser trabalhados vários tipos de indicadores de performance e formas de aferir o comportamento das entidades. Há vários tipos de parâmetros logísticos sendo utilizados pelas companhias, atualmente. Visite o site abaixo e veja a otimização do tempo. https://www.youtube.com/watch?v=jlLTYGaPz_E Visite o site abaixo e veja como são transportadas as cargas indivisíveis de energia Eólica. https://www.youtube.com/watch?v=n4EYYnHD13c https://www.youtube.com/watch?v=jlLTYGaPz_E https://www.youtube.com/watch?v=n4EYYnHD13c Competência 02 32 No endereço, acima, você verá, indicadores referentes às dúvidas muito comuns no meio da movimentação e distribuição, relacionados às avarias no transporte e a inversão de cargas. As avarias são danos ou prejuízos, ocorridos aos produtos durante o manuseio das cargas. Esses danos, constantemente, provocam muitos contratempos e aborrecimentos às empresas, porque no momento que os clientes recebem as cargas não têm obrigação de ficarem com os produtos avariados e é comum eles devolverem aos fornecedores, causando custos de devolução. Este mesmo fato ocorre com a inversão de itens, ou seja, à troca dos produtos no momento do manuseio deles. Veja o seguinte exemplo: um comprador chamado Felipe, é proprietário da papelaria Magazine Ilustrado. Ele solicitou um pedido de cadernos ao fornecedor, de acordo com o seu sistema interno que gerência suas informações. Os itens solicitados tem previsão de vendas conforme abaixo: Assim que a mercadoria solicitada chegou ao estabelecimento, o colaborador da papelaria foi realizar a conferência dos produtos e notou a seguinte situação: PRODUTO ENTREGA REAL PREVISÃO VENDAS Caderno 20 matérias 170 unidades 140 unidades Caderno 15 matérias 110 unidades 110 unidades Caderno 10 matérias 80 unidades 70 unidades Caderno 5 matérias 40 unidades 30 unidades PRODUTO PEDIDO PREVISÃO VENDAS Caderno 20 matérias 150 unidades 140 unidades Caderno 15 matérias 130 unidades 110 unidades Caderno 10 matérias 80 unidades 70 unidades Caderno 5 matérias 40 unidades 30 unidades Visite o site abaixo e leia sobre indicadores de desempenho. http://www.guiadotrc.com.br/logistica/indicadores_desempenho_logistica.asp http://www.guiadotrc.com.br/logistica/indicadores_desempenho_logistica.asp Competência 02 33 Percebe-se que aconteceu uma inversão no ato da entrega. O comprador tinha requisitado 150 unidades do caderno de 20 matérias e recebeu 170. Seguramente, a definição de solicitar esta quantidade tem ligação com a previsão de vendas do produto. O Sr. Felipe estimava uma venda de 140 unidades das 150 que seriam recebidas, para ficar com uma margem de segurança de 10 unidades, iniciando as vendas do mês seguinte, até realizar novos pedidos. Exatamente como havia solicitado 130 unidades do caderno de 15 matérias e só recebeu 110. Como a sua estimativa de vendas é de 110 unidades, acatando o recebimento da mercadoria com os cadernos invertidos de acordo com as quantidades solicitadas, o Sr. Felipe assumirá o risco de não atender as prováveis oscilações de venda, tendo em vista que a previsão citada no seu sistema gerencial informa 110 unidades a serem vendidas do Caderno com 15 matérias. Aparentemente um contratempo simples – inversão de mercadorias, porém isso pode gerar grandes contrariedades entre comprador e fornecedor, evidenciando ainda mais a importância da padronização dos processos nas atividades de movimentação e distribuição de materiais, focado em bom atendimento aos clientes e a criação e acompanhamento de indicadores de desempenho que apoiem na identificação e possibilidades de melhoria no negócio e proporcionem um processo eficiente nas operações. No próximo tópico você verá algumas decisões que precisam ser tomadas pelos profissionais de logística e como isso afeta o processo na movimentação de produtos. 2.2 Tomadas de decisão da área de movimentação e distribuição Ballou (2009) menciona ações que necessitam ser aplicadas pelo profissional da área de movimentação e distribuição. Dentre elas, pode ser citada a decisão sobre a localização dos pontos de armazenagem. Como informado no começo da competência 1, a necessidade de movimentar os materiais existe porque os clientes e seus locais de consumo estão em lugares diferentes dos pontos onde os produtos são fabricados. Definir estrategicamente onde serão estes pontos de fabricação e também de distribuição, afetará no nível de serviço que será prestado aos consumidores, clientes, compradores assim como na contração, diminuição ou acréscimo, incremento dos gastos operacionais. Como citado por Ballou (2009, p. 305), existe uma série de perguntas que precisam ser realizadas antes de tomar uma decisão referente ao planejamento estratégico logístico. Dentre elas, estão as questões abaixo: Competência 02 34 • Quais produtos devem ser entregues a quais clientes diretamente a partir de determinado ponto de suprimento, e quais devem ser entregues através do sistema de depósitos? • Que tipo de transporte deve ser empregado? • Quais meios de transmissão e processamento de pedidos devem ser utilizados? Para essas decisões serem tomadas, necessitam estar baseadas em fatos e dados. É preciso que o responsável pela decisão possuainformações sobre clientes, produtos, previsões de crescimento do negócio no mercado, ou seja, é necessário que seja realizado um estudo de mercado. As resoluções aos questionamentos acima irão ajudar a organização a determinar, por exemplo, quais serão os clientes atendidos em um momento de dificuldade, circunstâncias adversas, contingência no mercado; quais os clientes mais próximos; quais os clientes que o representam, formam sua carteira; o setor de menor custo em seu atendimento. Como exemplo de tomada de decisão em momento de contingência, pode-se citar os impactos da nova Lei dos caminhoneiros que vigora no Brasil. Para Ballou (2009, p. 330): “O fator-chave no planejamento contra contingências é a capacidade de identificar situações potenciais de risco, determinar a probabilidade da sua ocorrência e avaliar seu impacto no sistema”. Este fator tem sido amplamente utilizado pelas empresas do Brasil que atuam no setor de transporte de cargas. A Nova Lei dos Caminhoneiros (lei 13.103/2015), que modificou a lei 12.619/2012, regulamentou a jornada de trabalho da categoria no país, impactando diretamente na gestão dos prazos de atendimento, ciclo produtivo, tempo de trânsito e consequentemente o tempo de reabastecimento das empresas, indústrias e todo mercado. A nova lei trouxe algumas novidades. Uma delas foi a aumento da jornada máxima de trabalho diário, contabilizando as horas extras, que passou de 10 horas para 12 horas diárias. Outra inovação a ser mencionada é o aumento do período de condução contínuo de veículos, aplicável aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas, para 5 horas e meia. Houve um acréscimo de 1 hora ao período que anteriormente era vigente. Competência 02 35 Analisando estas novidades, percebe-se que elas proporcionam a diminuição no tempo de entrega de cargas, na medida em que permitem o aumento do tempo de condução, ou seja, com mais tempo na estrada o tempo de percurso realizado será menor. No entanto, existem a criação de custos adicionais para as empresas. Como exemplo, pode-se citar a obrigação os caminheiros terem que realizar os exames toxicológicos periódicos, homologada pelo DETRAN, onde existe o dever de arcar com o valor das tarifas bancárias necessárias para a efetivação do pagamento do frete, ou seja, um acréscimo compensatório no pagamento do frete visando gerar recurso para que caminheiro realize o pagamento. Estas alterações, e as demais novidades com a entrada em vigor da Lei 13.103/2015, impactam o modo como as empresas, industrias e mercado negociam com seus clientes. Apesar disso, por representarem um requisito legal, precisam ser cumpridas por empregados e empregadores, quaisquer que se sejam seus efeitos. É preciso, portanto, que o profissional de logística esteja atento, também, a mudanças na legislação – que, neste caso, representam um momento de contingência –, pois podem afetar o processo operacional, inclusive gerando impactos sobre os custos da organização. Leia na íntegra a lei 13.103/2015 no site abaixo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13103.htm Leia no site abaixo notícia sobre a lei 13.103/2015. http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/04/governo-publica-decreto-que- regulamenta-lei-dos-caminhoneiros.html Assista a videoaula da Competência 2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13103.htm http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/04/governo-publica-decreto-que-regulamenta-lei-dos-caminhoneiros.html http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/04/governo-publica-decreto-que-regulamenta-lei-dos-caminhoneiros.html Competência 02 36 Na próxima competência será tratada a relação da movimentação e distribuição de materiais com os custos de produção e com os custos logísticos. Competência 03 37 3.Competência 03 | Conhecer os Impactos da Movimentação de Materiais nos Custos de Produção Prezado (a) estudante, nessa última etapa da disciplina Movimentação e Distribuição, você conhecerá algo de grande interesse às organizações, o custo! Lembra que na segunda competência foi trabalhado sobre o nível de serviço? Pois, bem! Aqui, será tratado sobre como a definição do nível de serviço a ser oferecido para os clientes interfere nos custos da companhia. Manter um nível de serviço satisfatório aos seus clientes é o fator de sucesso das organizações. Porém, à medida que o nível de serviço se eleva, o custo para mantê-lo o acompanha. Da mesma forma que atender a vários clientes a um nível de serviço mais alto é mais caro do que atender a apenas um grupo-chave de clientes neste mesmo nível. De acordo com Ballou (2009 p.263): “Processamento de pedidos é a análise dos fluxos de informações e de produtos, composto por algumas atividades como: entrada, preparação, transmissão do pedido, programação do transporte, efetivação do transporte, execução do serviço e pagamento da fatura pelo cliente.” […] “estabelecer regras de priorização para rotinas de processamento de pedidos significa reconhecer que alguns pedidos são mais importantes que outros para a empresa”. Um centro de distribuição tem como principais objetivos melhorar o seu fluxo de produtos, otimizar o atendimento aos seus clientes e tornar sua organização mais competitiva no mercado. Para isso, é necessária uma gestão que proponha soluções para os gargalos que surgirem nos processos, e investimentos em tecnologia que tornem os processos mais eficientes otimizando processos e reduzindo custos. Com base nesse cenário, imagine o seguinte caso: uma distribuidora de alimentos, chamada Motivos Distribuidora, que atende toda a região Norte e Nordeste, deseja melhorar o seu nível de serviço acerca dos elementos do tempo de ciclo do pedido. O gerente, Sr. Fonseca, decide acompanhar de perto todas as etapas em seu processo de distribuição. Competência 03 38 Nesse intuito, o primeiro ponto que o gerente observou foi o atual processo de transmissão de pedidos dos clientes para a central de distribuição da Motivos, que segue as seguintes etapas: 1. O vendedor realiza uma visita ao cliente e registra em seu computador o pedido solicitado por ele. 2. Ao final do dia, o vendedor envia uma planilha com a solicitação de todos os pedidos dos clientes para a central de vendas que, por sua vez, registra os pedidos no sistema ERP (Enterprise Resource Planning) – Sistema Integrado de Gestão Empresarial. 3. O setor responsável pela digitação dos pedidos só o faz no dia seguinte, pois normalmente as planilhas são encaminhadas pelo vendedor após o horário de expediente. Com essas observações, o Sr. Fonseca decidiu que, a partir daquele momento, todos os vendedores teriam palmtops (são computadores de dimensões reduzidas) nos quais eles digitarão seus pedidos e automaticamente os mesmos chegarão à central de distribuição. Sem dúvida alguma, a decisão do gerente da Motivos é bastante interessante para reduzir o tempo da etapa do pedido, que vai desde a coleta do pedido no cliente até a chegada dele na central, o que ocorrerá de forma on-line. Porém, deve-se levar em conta que uma ação como esta exige um investimento inicial e custos com manutenção. Por outro lado, trarão benefícios para a operação de movimentação das mercadorias, uma vez que o pedido chegará com mais rapidez ao centro de distribuição, permitindo que os processos de separação e carregamento sejam iniciados com mais antecedência. O segundo ponto observado por Sr. Fonseca foi quanto ao nível de estoque mantido na companhia. Atualmente os estoques são avaliados de maneira que as características dos itens não são levadas em consideração. A definição dos estoques de segurança ainda está em andamento pela equipe da área de Sistemas Logísticos da Motivos. Ultimamente, tem havido muitos casos em que não há estoque paraatender aos pedidos de todos os clientes. Sendo assim, o gerente decidiu elevar o estoque de todos os itens de atendimento de todos os clientes. Gianesi e Biazzi (2011) alertam que em muitas empresas, a gestão de estoques é tratada de maneira informal e técnicas não são utilizadas para a definição da política de estoques da companhia e, muitas vezes, devido ao não uso das ferramentas tecnológicas, a gestão dos estoques Competência 03 39 é feita de maneira uniforme para vários itens, mesmo que tenham características de uso bastante diferentes e com data de validade. Agora, reflita! Será que a decisão tomada pelo gerente da Motivos Distribuidora é a melhor neste momento? Imagine a elevação do custo com os estoques e não só isso, a elevação com o custo de manusear um volume muito maior de estoques! Na intenção de melhorar o terceiro elemento do tempo do ciclo de pedido, o gerente da Motivos decidiu padronizar todos os procedimentos de separação e carregamento de cargas independentemente dos clientes que seriam atendidos. Foi definido um alto padrão de serviço para todos os clientes da empresa. Será que seria necessário elevar o padrão de atendimento para todos os clientes? E se fossem escolhidos clientes-chave que receberiam os produtos conforme os mais altos padrões e outros clientes fossem atendidos no formato anterior? Talvez os custos com o atendimento se elevassem, mas não tanto quanto se a ação for estendida a toda a clientela da Motivos. Por último, o Sr. Fonseca no intuito de gerar alguma ação de melhoria quanto ao modo de entregar as mercadorias, decidiu agir como fez no tópico anterior. Das três transportadoras que trabalhavam para a companhia, conforme a avaliação de transportadoras, ele percebeu que duas delas tinham o melhor atendimento, apesar de não ter capacidade de entregar todas as cargas sozinhas. Por este motivo, havia uma terceira transportadora cadastrada. Mas como o gerente da Motivos gostaria de dar o melhor tratamento a todos os seus clientes rescindiu o contrato com a terceira transportadora e contratou outra do nível das duas primeiras. Agora, imagine que para uma transportadora ter um nível melhor de atendimento, o seu custo de contratação é mais alto do que as demais. Será que havia mesmo a necessidade de o Sr. Fonseca deixar de trabalhar com a transportadora anterior que apresentava um custo mais baixo? E se ele tivesse direcionado as duas transportadoras com melhor avaliação para os maiores clientes – e que, consequentemente, trazem maior rentabilidade para a empresa – e mantivesse a terceira transportadora para atender os menores clientes? Com base neste exemplo e nas reflexões sobre a decisão da gerência da empresa Motivos, percebe-se a importância da operação de movimentação e distribuição para os custos da companhia. Além disso, as ações do Sr. Fonseca remetem a um conceito muito importante que relaciona custos e clientes: o conceito de Costto serve (ou Custo para servir). Competência 03 40 Este conceito será tratado no próximo tópico. 3.1 Princípios para um bom planejamento de movimentação e distribuição Muitas organizações, por desconhecerem a real necessidade dos seus clientes, os nivelam com a mesma escala e os colocam no mesmo patamar de atendimento. É lógico que não deve existir um padrão de nível de serviço para cada cliente, mas separá-los em grupos é uma ação coerente e eficaz. Manter um nível elevado de atendimento para todos, eleva os custos de distribuição e, consequentemente, gera impactos no preço que é cobrado a tais clientes. Pode ser citada como exemplo as empresas do setor de bebidas que, para clientes de difícil acesso, roteirizam suas cargas em veículos não padronizados (terceiros) e os atendem, porém com um custo reduzido. Para não gerar custos desnecessários pelo fornecimento de produtos ou serviços, a um nível maior do que o esperado pelos clientes, uma boa ação é a definição dos padrões de nível de serviço. Como exemplo, pode ser citada a ação de firmar uma meta de disponibilizar os produtos faturados para os clientes em até 24 horas após a entrada do pedido no sistema, ou garantir entregas em um prazo de 48 horas a quaisquer clientes que estejam a até 200 km de distância do centro de distribuição. Definir padrões que sejam iguais para todos os clientes não é coerente. Ballou (2009, p. 87), afirma que: “É muito fácil e, frequentemente, pouco prudente especificar padrões únicos para todos os clientes. Nem todos os produtos ou clientes requerem o mesmo nível de serviço. Por outro lado, raramente um sistema de distribuição alcança desempenho uniforme.” Como já citado na competência 1, esses padrões de atendimento podem ser expressos por escrito e acordados com os clientes através de uma SLA – Service Level Agreement, ou Acordo de Nível de Serviço. 3.1.1 Conceito da distribuição física Para Ballou (2010), distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da empresa. Cabe Competência 03 41 salientar que é a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das organizações, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos. Resultado das atividades executadas na distribuição, de forma geral, sua principal função é garantir a disponibilidade dos produtos finais aos clientes. De acordo com o autor supracitado, a identificação dos custos da operação de distribuição varia conforme o tipo de cliente. Os clientes costumam ser divididos entre dois grupos: os consumidores finais que podem ser tanto indústrias que beneficiarão o produto comprado, como também, os consumidores do produto no estado da compra e os compradores intermediários, que são aqueles clientes que não consomem o produto, eles os põem para revenda, como é o caso dos varejistas e distribuidores. As empresas costumam ter na sua carteira, parte de clientes do primeiro grupo e parte, do segundo grupo. Normalmente, os clientes do grupo de varejistas e distribuidores são minorias, porém costumam representar grande fatia do volume faturado pelas empresas, como exemplo pode-se citar padarias, mercadinhos, restaurantes e lanchonetes. Cada um dos grupos de clientes exige uma estratégia diferente de distribuição física. Ballou (2009, p.41) afirma que há três formas básicas: • Entrega direta a partir de estoques de fábrica; • Entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produção; • Entrega feita utilizando um sistema de depósitos.” Para atender os diversos tipos de consumidores é necessário flexibilidade na entrega tendo em vista que o mercado é volátil (pode mudar rapidamente) e os clientes que compram em grandes volumes, torna-se mais fácil para as empresas a entrega direta das cargas fechadas, ocupando toda a cubagem do veículo, ou seja, entregando uma quantidade maior de produtos. Desta forma, o custo com o frete fica mais baixo, impactando na redução do custo total de transportes. Nestes casos, as cargas costumam ser entregues partindo dos estoques da fábrica, dos vendedores ou da linha de produção. Quando a compra for realizada por clientes que adquirem menor volume, não raro, é mais vantajoso para as organizações efetuarem as entregas saindo de depósitos que estejam mais próximos aos clientes. Essas entregas podem ser realizadas em depósitos com carga completa em pontos estratégicos, facilitando a distribuição com menor tempo e diminuindo custos. Competência 03 42 Exemplo disto são as indústrias de bebidas que entregam quantidades expressivas em depósitos e os mesmos fazem a distribuição. Quando os clientes compram em pequenas quantidades, da mesma forma, um cliente que realiza pequenas compras em vários fornecedores, pode contratar um serviço com uma transportadora, de forma que ela colete assuas pequenas cargas nos fornecedores, junte as encomendas e efetue as entregas de uma só vez, com a soma das várias cargas fracionadas. Há, ainda, uma estratégia que tem sido utilizada por muitas empresas: criar acordos com grandes clientes que são distribuidores do seu produto e fazer deles, um elo com os clientes mais distantes. Essa ação reduz bastante os custos globais de transporte. Pode-se citar como exemplo, as empresas que atendem através de aplicativos de celular, realizando as entregas de pequenos pedidos. Nesse cenário, veja o exemplo a seguir: imagine uma empresa fabricante de móveis, chamada Arcanjo Móveis. Situada em Pernambuco, ela distribui móveis para todo o território nacional. Em sua carteira de clientes, existem consumidores finais e distribuidores. Apesar dos clientes distribuidores serem minoria, estes representam 70% do faturamento da organização. A empresa Arcanjo Móveis tem a intenção de expandir a distribuição dos seus produtos para cidades da Região Sul, onde a sua participação no mercado ainda é baixa. Como a fábrica estava tentando penetrar neste mercado, ainda não tinha certeza se valeria a pena investir em um centro de distribuição na região. Então, entrou em negociação com um dos seus grandes clientes do grupo de distribuidores. Este cliente, tem um centro de distribuição na Região Sudeste do país, muito próximo à São Paulo e que já realiza distribuição para a Região Centro-Oeste. Logo, a Arcanjo Móveis sugeriu que ele ficasse responsável em distribuir os seus produtos, também, para a Região Sul e, para isso, ele teria grandes descontos nos pedidos. Desta forma, a fabricante de móveis conseguiu expandir os negócios a um baixo custo total de transportes. Competência 03 43 Figura 16 - Cenário Arcanjo Móveis Fonte: Professor autor / adaptação do site <http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/controle-de- velocidade/MapaBrasil.gif/view> Acesso em 18 mai. 2020. Descrição: A imagem mostra o mapa do Brasil, subdivido por cores: Verde(várias tonalidades, por Estado) – Região Norte; Marrom (várias tonalidades, por Estado) – Região Nordeste; Amarelo (várias tonalidades, por Estado) – Região Centro-oeste; Azul (várias tonalidades, por Estado) – Região Sul e Vermelho (várias tonalidades, por Estado) – Região Sudeste. Ilustrando, com o círculo azul na Região Nordeste, a origem da fábrica Arcanjo Móveis e o processo de distribuição (seta azul) para Minas Gerais (segundo círculo azul) e demais cidades (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) com setas amarelas. Ballou (2009, p.41), cita três conceitos que precisam ser abordados aqui, ao se falar de custos logísticos. São eles: • Conceito de compensação de custos; • Conceito de custo total; e • Conceito de sistema total. Para Ballou (2009, p.44), "trade-off ou compensação de custos é o reconhecimento de que os padrões de custos das várias atividades da empresa, frequentemente, revelam características que as colocam em conflito mútuo". Isso, significa dizer que a busca pela otimização e redução, em DISTRIBUIÇÃO DA ARCANJO MÓVEIS APÓS ACORDO COM O CLIENTE http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/controle-de-velocidade/MapaBrasil.gif/view http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/controle-de-velocidade/MapaBrasil.gif/view Competência 03 44 um determinado custo, pode apresentar melhoria em determinado processo, porém, essa otimização em um elo da cadeia, será compensada pela elevação do custo em outro elo da mesma cadeia. Como exemplo de trade-off, pode-se citar a manutenção de estoques em vários pontos próximos aos clientes, que favorece o nível de serviço (maior disponibilidade e menor tempo de resposta), porém implica na guarda de elevada quantidade de inventários (estoques replicados nos vários pontos) (Lekashman; Stolle, 1965, p.34). Em contradição, a manutenção de pouco estoque induz a baixos custos de manutenção de inventários, mas conduz à perda de vendas, à perda de clientes e ao atraso do fluxo de caixa (Dubelaar et al, 2001, p.97). Ballou (1995) afirma que o custo total é a soma do custo de transporte, de estoques e de processamento de pedido. A história da logística vem mostrando que efetuar análises de custos individuais não traz os melhores resultados. Os maiores benefícios aparecem quando tais análises são feitas em conjunto com todos os custos envolvidos na operação. De acordo com Ballou (2009, p.47) o conceito do sistema total é uma “extensão do conceito de custo total”. Esse sistema engloba todos os fatores afetados pela decisão tomada, envolvendo-se com muitas outras áreas funcionais dentro e fora dos limites legais da empresa, como, por exemplo, considerar o impacto nos estoques do comprador, o que o conceito de custo total não abrangeria. Ao utilizar esse sistema, acredita-se que quaisquer tomadas de decisões devem considerar todos os elos da cadeia que podem sofrer com os efeitos dela, incluindo os clientes. Como exemplo de sistema total, imagine uma empresa fabricante de materiais de construção, chamada Construelo. As metas de venda da empresa são definidas por trimestre. Isso significa que se nos dois primeiros meses do trimestre a meta não for atingida, os vendedores fazem o máximo para realizá-la no último mês do período, para não perderem as suas bonificações. No momento da venda, nesses casos, eles podem dar descontos muito altos aos clientes para atingirem as metas. Inicialmente isso pode parecer vantajoso para a organização, porém, em médio prazo, percebe-se que, como os clientes efetuam compras em grandes quantidades no final dos trimestres, os primeiros meses dos trimestres seguintes são muito prejudicados, pois os clientes não querem efetuar compras por estarem com seus estoques abastecidos. O que parecia um bom negócio se transforma em uma bola de neve e gera muitos problemas operacionais para a distribuição, pois nos dois primeiros meses a capacidade fica ociosa e no último mês há uma sobrecarga no sistema. Uma boa decisão que considerasse o conceito de sistema total, abrangeria todos os elos da cadeia, desde Competência 03 45 as metas de vendas, os custos com a operação ociosa na distribuição e os custos dos clientes com os altos estoques, ou seja, refletiria em todos os elementos da empresa. Assista a videoaula da Competência 3. 46 Conclusão Prezado (a) Estudante, Chegamos ao final da disciplina Movimentação e Distribuição. Espero que estas semanas tenham proporcionado novas aprendizagens e que tenha aguçado a vontade de conhecer melhor os assuntos relacionados à logística. Conhecemos bem a importância e como é realizada a movimentação e distribuição de materiais dentro dos CD’s – Centros de Distribuição, de forma segura, com baixo custo, acurácia e sem danos ao material. E que, para conseguir alcançar esse patamar, são necessárias estratégias, técnicas e ferramentas específicas. Pois, num cenário globalizado em que se vive atualmente, é indispensável que as organizações reduzam ao máximo os custos para se manterem competitivas, sendo necessário que cada empresa tome as medidas cabíveis que venham contribuir para o alcance de seus objetivos. Vimos, também, que manter uma boa gestão de estoque é fundamental para o bom funcionamento e sobrevivência da organização, pois os estoques são parte do ativo de uma empresa e se mal administrados podem leva-la a falência. Além disso, a movimentação e distribuição de materiais é uma das ferramentas que disponibiliza os produtos onde e quando são necessários, coordenando fluxos de mercadorias e informações dos pontos de vendas dos mais variados bens e serviços. A utilização dos equipamentos de movimentação no Centro de Distribuição contribui para um melhor gerenciamento dos estoques. Pois, para o uso dessa ferramenta, o CD é o
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