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Anafilaxia: Conceito, Sinais e Sintomas

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Anafilaxia
Conceito 
● Reação alérgica ou de hipersensibilidade grave (não IgE 
mediada) sistêmica, aguda e potencialmente fatal. 
● Apresenta uma prevalência de 2% nas unidades de emergência 
gerais não especializadas. 
● Mortalidade em pacientes com tratamento hospitalar < 0,5%. 
● Fatores de risco: extremos de idade (infância, adolescência e 
idosos), gravidez, comorbidades (asma, doença cardiovascular, 
mastocitose) e fatores farmacológicos (inibidores da enzima de 
conversão de angiotensina e betabloqueadores). 
Sinais e sintomas 
● Urticária, angioedema, comprometimento respiratório e 
gastrintestinal e/ou hipotensão arterial, choque. 
● Dois ou mais destes sintomas imediatamente após a exposição 
ao alérgeno suspeito: diagnóstico e tratamento imediato. 
● Principais fatores desencadeantes: drogas, alimentos e 
picadas de insetos. 
● Reação cutânea (84%): acompanhada de urticária (50%) prurido 
(36%), angioedema (periocular e perioral - 46%). 
● Reação cardiovascular (76%): tontura (vasodilatação súbita), 
hipotensão, lipotimia (sensação de desmaio ou pré-síncope). 
● Reação respiratória: dispneia, sibilos e tosse. 
Obs.: na síncope há perda de consciência enquanto que na lipotimia 
há apenas lentificação, visão escurecida, mas sem perda da 
consciência. 
 
Sibilância: chiado ao fim da expiração por broncoespasmos. 
Tosse: precede o fechamento completo das vias aéreas. Pode ou não 
estar presente. Consiste na tentativa do organismo de abertura das vias 
aéreas, especialmente o pulmão, de forma rápida para evitar a 
obstrução total. 
Anafilaxia 
Monofásica (precoce ou tardia - período de 8 horas) ou 
bifásica (manifestação inicial, período livre de sintomas e retorno dos 
sintomas). Dessa forma, pacientes que apresentaram reação 
anafilática devem ser mantidos no mínimo por 8 horas em observação 
em ambiente hospitalar. 
Principalmente mediada por IgE. 
Exposição ao alergênico → ativação dos linfócitos B → reconhecimento 
das células Th2. 
Linfócitos B → secreção de IgE em resposta a exposição ao patógeno 
→ mastócitos → ligação ao IgE → liberação de mediadores 
inflamatórios. 
 
Hipersensibilidade imediata: aminas vasoativas, mediadores lipídicos 
(leucotrienos e prostaglandinas), histamina, proteases. Ocorre minuto 
após a exposição levando ao rash cutâneo. 
Hipersensibilidade tardia: citocinas. Exposição de repetição ao 
alergênico. 
Obs.: quanto maior o número de exposições pior será o evento 
alérgico. 
 
Diagnóstico 
 
 
 
Choque: pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou queda > 30% da 
pressão arterial sistólica basal associado a sinais e sintomas de 
disfunção orgânica. 
Exames 
Existem exames para avaliar a anafilaxia, porém não auxiliam 
no diagnóstico e manejo imediato por demorar 24 horas para obtenção 
do resultado. 
 
IgE: não consiste no único mediador da anafilaxia. 
 
Diagnóstico diferencial 
Reação vasovagal: sem sintomas cutâneos, sudorese, náusea, 
hipotensão, bradicardia. Os vasos estão funcionais, com estrutura e 
solidez. 
Diferente dos pacientes com anafilaxia que apresentam 
vasoplegia, ou seja, dilatação dos vasos pelo processo alérgico 
instalado. A vasodilatação provoca hipotensão e aumento da 
frequência cardíaca (taquicardia). 
Classificação 
 
TRALI: reação alérgica a transfusão de sangue (derivados de sangue 
- CHAD). O paciente apresenta uma imunorreação com insuficiência 
respiratória aguda por edema agudo de pulmão (pulmão d´água). O 
tratamento consiste no suporte ventilatório e corticoterapia. 
Causas principais 
1. Medicamentos: AINES e antibióticos (beta lactâmicos como 
penicilinas e cefalosporinas). 
2. Alimentos: leite de vaca, clara de ovo em lactentes ou pré-
escolar, crustáceos em crianças maiores e adultos. 
3. Venenos de inseto da ordem Hymenoptera (1:5.000 picadas - 
abelha, vespa e formiga). 
Anafilaxia ao látex 
● Atenção especial para grupos de risco por aumento da 
frequência. 
● Reações cruzadas com frutas como banana, abacate, kiwi, 
mamão e outros alimentos como aipim e inhame. 
Anafilaxia perioperatória (paciente hipotenso e taquicárdico no 
momento da infusão anestésica) 
1. Relaxantes musculares. 
2. Látex. 
O exercício físico isoladamente ou associado a alimentos 
(camarão, maçã, aipo e trigo) tem sido relatado como causa de 
anafilaxia. 
Picada de abelha 
● Edemaciada e vermelha. Presença de ponto preto central que 
corresponde ao ferrão. 
● Remover o ferrão. 
● Queimação e coceira. 
● Edema local. 
Picada de formiga 
● Vermelha. 
● “Pica e gruda”. 
● Bolha com halo hiperemiado ao redor. 
● Localizada principalmente em membros inferiores e tornozelos. 
● Ácido fórmico: responsável pela anafilaxia provocada pela 
formiga. 
Picada de vespa 
● Dor e ardor. 
● Coceira após. 
● Lavar com sabão e água. 
● Halo edemaciado ao redor da picada e hiperemia plana periférica. 
Picada de mosquito 
● Em áreas expostas. 
● Saliva com anticoagulante. 
● Não causa anafilaxia. 
Picada de carrapato 
● Raramente causa anafilaxia. 
● Fica preso e incha, com o passar do tempo. 
● Doenças fatais como Lyme. 
● Raramente causa anafilaxia. 
Pulga 
● Dolorosas e muito prurido. 
● Pernas. 
● Cárias picadas a cada 1 a 2,5 cm. 
● Membros inferiores são os mais acometidos. 
● Não causa anafilaxia. 
Tratamento 
Objetivos 
● Permeabilidade das vias respiratórias. 
● Pressão arterial. 
● Oxigenação. 
 
● Posição de trendelemburg: cabeça e tronco estão posicionados 
mais abaixo que os membros inferiores, mantendo-os elevados, 
para evitar baixa circulação encefálica e cardíaca (aumento da 
circulação por gravidade). 
● Reconhecimento de anafilaxia → posicionamento em 
trendelemburg → acesso venoso (membro superior) → 
oxigenoterapia (óculos nasal 2L/min contínuo) → monitorização 
→ eletrocardiograma e pressão arterial. 
● Adrenalina: intramuscular - músculo vasto-lateral da coxa 
(absorção rápida e de forma homogênea). 
● Infusão de soro fisiológico para aumentar o volume circulante e 
evitar hipotensão grave (1-2 L endovenoso). 
 
Adrenalina: 0,3 mg geralmente. 
 
● Epinefrina endovenosa somente se hipotensão severa e 
refratária ao uso intramuscular, após duas doses. 
● Paciente em uso de betabloqueador (cardiopatas ou com 
hipertensão arterial) pode necessitar de doses maiores de 
adrenalina para o mesmo efeito. Nestes casos, o ideal é utilizar 
glucagon: 5-15 µg/minuto endovenoso (infusão contínua). 
Acompanhamento 
Observação clínica 
● Casos leves: mínimo de 6-8 horas. 
● Casos graves: 24-48 horas. 
Reações segunda fase (20%): 
● 8 e 12 horas após o episódio agudo (relatos até 38 horas). 
● ⅓ dos casos são mais severos que na primeira fase. 
Corticosteróides e anti-histamínicos apenas em seguimento, 
nenhuma ação em fase aguda: 
● Prednisona 1-3 mg/kg 1 x ao dia por 5 dias. 
● H1 de segunda geração (fexofenadina, cetirizina, desloratadina). 
● Nas doses habituais devem ser utilizados para todas as faixas 
etárias por pelo menos 7 dias. 
Obs.: reações alérgicas por alimentos costumam se iniciar em região 
de punhos. 
Orientação para aquisição de dispositivo auto-injetor de 
adrenalina. Dispositivos disponibilizados em doses fixas: 0,15 mg 
crianças até 30 kg, 0,3 mg para crianças maiores/adultos estão 
indicados especialmente nos casos de risco contínuo de morte de 
exposição antigênica. A segunda dose pode ser realizada cerca de 5 a 
10 minutos após a primeira e por cima da roupa. 
Imunoterapia específica é eficaz na anafilaxia a venenos de 
himenópteros. Sempre deve ser conduzida sob supervisão do alergista.

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