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Diagnostico Participativo

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF
CURSO DE ENFERMAGEM
MATEUS JEFFERSSON PIRES MAIA
Diagnóstico Participativo
Paço do Lumiar – MA
2020
MATEUS JEFFERSSON PIRES MAIA
Diagnóstico Participativo
Atividade Avaliativa peso 4, solicitada pela Prof. Fernanda Italiano Alves Benicio Sousa Campos da disciplina de Promoção e Educação em Saúde, do curso de Enfermagem, para complemento da nota do 2° bimestre do 2° período do curso.
Paço do Lumiar - MA
2020
Primordialmente é importante destacar que o diagnostico participativo é utilizado para apreender e desenvolver soluções para os principais problemas de um lugar ou comunidade, podendo abranger diversas áreas como: social, econômica, cultural, ambiental. Sendo assim, o Diagnostico participativo também tem como foco buscar informações diretamente das pessoas que são atingidas por tal descaso, ou seja, ouvindo e fazendo pesquisa para procurar qual seria o problema e desenvolver uma proposta de intervenção que possa abranger a todos da comunidade. A comunidade que está fazendo parte desse diagnostico participativo é a Cidade Olímpica que é um bairro da cidade brasileira de São Luís, Maranhão. O mesmo foi fundado em 1996, de movimentos liderados por sem teto que se organizaram e decidiram lutar por moradia e qualidade de vida, sendo assim, foi um fato, drama e compartilhado em todos os veículos de comunicação da época como jornal, rádio e televisão. No último dia 20 de dezembro de 1996 o movimento liderado pelos sem teto da Cidade Olímpica e o Fórum da Moradia depositou no INCRA-MA o voto de confiança com uma solução para o caso, assim, solicitando vistoria para a área e a desapropriação, por se tratar de 1400 hectares de terras improdutivas sendo a maior invasão da américa latina na área rural, com aptidão agrícola, que poderia solucionar o problema de moradia, emprego e renda para os sem teto, com lotes comunitários para a produção de hortaliças. Exaustos de tanto esperar pela boa vontade e manifestação da política e dos órgãos do governo de finalmente ter a solução desejada pelos sem teto, que no caso é o acesso à moradia, o movimento sem teto da Cidade Olímpica, em assembleia geral no dia 29 de dezembro 1996 às 17:00h, resolveram pela reocupação da área como único meio viável de conseguir a justiça para os mesmos e o direito à moradia digna. A mesmo nos dias atuais do ano de 2020 em meio a pandemia não aparenta ter preocupação tendo comércios e feiras funcionando normalmente em becos fechados com poucas ventilação, assim propagando ainda mais a aglomeração e aumentando os índices de infecção por Covid-19, a pandemia não seria somente o único motivo a se preocupar, mas também a saneamento básico, sendo que a mesma comunidade não tem acesso a rede de tratamento de esgoto que é originada na “baixa” da comunidade nomeada pelos próprios moradores, também tem altos índices de morte pela alta criminalidade que começou a se desencadear por facções que disputam locais específicos da cidade olímpica influenciando de forma direta e indireta crianças e adolescentes que encontram-se marginalizadas.
A comunidade da cidade olímpica como repassado antes, apresenta problemas sérios em relação a propagação e infecção por Covid-19, falta de saneamento básico e rede de tratamento de esgoto, altos índices de criminalidade. Esses problemas que afetam a mesma estão chegando ao ponto de afetar a própria cidade de São Luís, por exemplo: Assim como a Pandemia do Covid-19, o esgoto originalizado pela falta de saneamento básico na própria comunidade acaba se deslocando pelos próprios moradores a bairros adjacentes, assim propagando a infeção de Covid e de doenças sendo elas, a febre tifoide, a febre paratifoide, a cólera, a hepatite A, a amebíase, a giardíase, a leptospirose, a poliomelite, a ancilostomíase (amarelão), a ascaridíase (lombriga), a cisticercose, a filariose (elefantíase) e a esquistossomose.
A Pesquisa realizada dentro da comunidade Cidade Olímpica, relata como os moradores lidam com descasos que é dever do estado e de órgão públicos resolver tais problemáticas. “há dias que a feira do meu bairro “tá” tão cheia que a gente tem que empurrar os outros para conseguir passar, e tem até gente sem máscara! acaba sendo ruim “né, e o esgoto nem se fala! Tem dias que o cheiro “tá” forte na feira, pois o esgoto fica a poucos metros da feira, da vontade eu ir eu mesmo e “Alimpar”, “Té” doido? ”? pois estamos em uma “epidemia” de corona vírus!” relata Jomar Amorim Maia de 59 anos, morador da comunidade a 19 anos.
Enfrentar a pandemia do novo Covid-19 não tem sido fácil, afinal estamos com um total de 175.270 mortes, 755 nas últimas 24 horas do dia 04/12/2020. Então não se torna surpreendente com que pessoas não sigam normas básicas de regulamentação de precaução para evitar infectar novas pessoas e possibilitar com que esses números aumentem cada vez mais, o que de fato surpreende é a falta de sensibilidade com pessoas ao seu redor, chegando ao ponto de questionarmos onde todos erramos ao ponto de ser egoístas com pessoas e a si mesmo.
“Mermã, é o quê que tu “tá” perguntando? Segurança? Qualidade? Nunca nem vi! Eu moro aqui a mais de 20 anos e desde quando cheguei tem assalto! Já ate roubaram meu bujão de gás! Eu fico passada, mas a gente depois até se acostuma “né?” Eu só fico preocupada com minhas filhas que são duas, uma de 10 e outra de 14, elas estudam na escola U.E.B Cidade Olímpica que o “Azulão” aqui mesmo na comunidade, as vezes tem marginal na porta querendo oferecer trabalho de “aviãozinho” e eu tenho medo dessa criminalidade, pois eu tenho medo deles influenciarem minhas filhas” relata Elenice Pires Maia de 26 anos, moradora da comunidade em torno de 20 anos.
A criminalidade na comunidade Cidade Olímpica com o passar dos anos só vem crescendo os índices, como mostra o quadro da PMSL, Nossa São Luís 2016 / 2017:
Tabela 9 Resultados Georreferenciados de São Luís para CVLI - 2016
	
Ranking
	BAIRRO	Crimes violentos letais intencionais (CVLI)
	1º
	Cidade Olímpica	20
	2º
	Fátima	15
	3º
	Vila Embratel	14
	4º
	Centro-SLZ	13
	5º
	Coroadinho	13
	6º
	Liberdade	12
	7º
	Divinéia	11
	8º
	Anjo da Guarda	10
	9º
	Maracanã	10
	10º
	Vila Vitória	10
	
	
Fonte: PMSL, Nossa São Luís 2017
Tabela 10 Resultados Georreferenciados de São Luís para Homicídios Dolosos – 2016
	
Ranking
	
BAIRRO
	
Homicídios Dolosos
	1º
	Cidade Olímpica
	19
	2º
	Fátima
	14
	3º
	Vila Embratel
	14
	4º
	Centro-SLZ
	13
	5º
	Coroadinho
	12
	6º
	Divinéia
	11
	7º
	Liberdade
	11
	8º
	Anjo da Guarda
	10
	9º
	Vila Vitória
	10
	10º
	Jardim São Cristóvão/Monte Castelo
	9
Fonte: PMSL, Nossa São Luís 2017
De acordo com
A proposta de intervenção para a criminalidade seria gerar empregos para os jovens, pois Um dos fatores principais para os adolescentes serem influenciado no mundo da criminalidade é a falta de oportunidades profissionais na própria comunidade Cidade Olímpica. No caso, especialistas e educadores defendem a criação de motivação para pequenas e grandes empresas, prefeituras, bancos e também o serviço público, ter jovens dos 14 aos 21 anos que vivem em condições socioeconômicas precárias serem como aprendizes ou estagiários. Melhorar a reinserção social de menores infratores seria uma boa alternativa também, pois como foi repassado pela senhora Elenice no relato acima, tem jovens e adolescentes que cometem crimes não estão em instituições preparadas para a sua reeducação, muita das vezes estão somente em escolas influenciando as outas. As unidades de atendimento socioeducativo previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) praticamente não fornecem as condições assertivas para a ressocialização de menores infratores.
Já em relação aos Desafios para melhorar o precário saneamento básico relatado pelos moradores da Cidade Olímpica seria que em virtude dos fatos relatados, é certo que o Poder Judiciário deve investir no saneamento para todos da comunidade, além disso o Poder Executivo juntamente com o Ministérioda Saúde deve planejar e executar planos de saneamentos já existente como o Plano Nacional de Saneamento básico. Ademais, as escolas da região como “U.E.B Cidade Olímpica” deve promover palestras para pais e filhos em prol da importância da reivindicação de seus direitos para que isso não sirva como exemplo no reaparecimento ou na proliferação de doenças na população como as já citadas nesse Diagnostico Participativo. E também a mídia como grande influenciadora da população deve abordar o assunto em grupos de WhatsApp ou redes sociais para que, assim, o problema seja solucionado. A população prejudicada também deve se reunir de forma pacífica e legal para se organizar em praça pública; e pela promoção de palestras debater sobre os desafios para melhorar o precário saneamento básico na comunidade, cobrando do Governo maiores investimentos. Os mesmos debates devem ser filmados ao vivo com intuito de ganhar mais apoiadores do descaso e chamar atenção das autoridades públicas, assim reduzindo de forma significativa a desigualdade social e os riscos à saúde da população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
· https://diie.com.br/wp-content/uploads/2017/10/nota_tecnica_2018-3_violencia-slz.pdf
· https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Ol%C3%ADmpica
· https://www.dw.com/pt-br/seis-propostas-contra-a-criminalidade-juvenil/a-18556874
· https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672020000500400&script=sci_arttext&tlng=pt#:~:text=O%20diagn%C3%B3stico%20participativo%20%C3%A9%20utilizado,%2C%20dentre%20outras(8).

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