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CONTEÚDO CONSIDERAÇÕES GERAIS 3 Método para se confessar bem 3 Oração preparatória 4 Exame de consciência 5 Método para examinar bem a consciência 6 OS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS 7 1º Mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas 7 2º Mandamento: Não jurar seu Santo Nome em vão 9 3º Mandamento: Guardar domingos e festas de guarda 9 4º Mandamento: Honrar pai e mãe 10 4º Mandamento: Não matar 11 6° E 9° Mandamentos: Não pecar contra a castidade, Não desejar a mulher do próximo 13 7º E 10º Mandamentos: Não furtar, Não cobiçar as coisas alheias 15 8º Mandamento: Não levantar falso testemunho 16 9º Mandamento: Não desejar a mulher do próximo 17 10º Mandamento: Não cobiçar as coisas alheias 17 Os preceitos da Santa Igreja 18 Os pecados capitais 18 A CONTRIÇÃO E O BOM PROPÓSITO 20 MEDITAÇÃO: AS QUATRO CONSIDERAÇÕES 22 Primeira Consideração: o Túmulo 22 Segunda Consideração: o Céu 23 Terceira consideração: o Inferno 24 Quarta Consideração: o Calvário 25 ORAÇÕES COMPLEMENTARES 27 Ato de contrição e bom propósito 27 Ato de contrição mais breve 28 Prática da Confissão 28 Notas importantes 30 ORAÇÕES PARA DEPOIS DA CONFISSÃO 31 Ação de Graças 31 Salmo 102 32 Renovação do bom propósito 33 Oração a Maria Santíssima para alcançar a perseverança 34 MÉTODO BREVE PARA O EXAME DE CONSCIÊNCIA 37 Oração preparatória 37 Exame de consciência 38 Ato de contrição 38 4 CONSIDERAÇÕES GERAIS MÉTODO PARA SE CONFESSAR BEM L embra-te, ó cristão, que coisa santa e inestimável é a confissão; pois a confissão, ou penitência, é aquele sacramento que nos perdoa os pecados cometidos depois do batismo; é um meio eficacíssimo que Nosso Senhor Jesus Cristo, na sua bondade e misericórdia, nos proporcionou para salvar a nossa alma e que todos que, depois do batismo, cometeram um pecado mortal, devem empregar. Não é a confissão um objeto de aborrecimento ou medo, mas sim uma instituição de misericórdia divina. Pobres de nós, se não tivéssemos um meio tão simples, tão eficaz e seguro, e, para assim dizer, tão natural, como é a sincera, humilde e contrita confissão dos nossos pecados. Aproveita-te, pois muitas vezes, deste meio tão salutar, e tanto mais quanto maior for a tua fraqueza e propensão ao pecado. Recebe, porém, sempre este sacramento tão santo com a disposição necessária, isto é: 1º depois de ter séria e tranquilamente examinado a tua consciência; 2º depois de ter feito uma contrição sincera de teus pecados, com firme propósito de emenda. Cuida bem de não depreciar este sacramento por negligência e superficialidade no exame de consciência, ou falta de contrição, ou por calar, de propósito um pecado mortal. De outra parte, procura ter uma grande confiança em Deus, que não despreza a quem, de boa vontade e de coração contrito, se converte a Ele. Procedendo assim, sempre hás de tirar grande aproveitamento da confissão e assegurar-te para a eterna salvação. Antes de principiar uma obra tão santa e importante, invoca com toda humildade e fé o auxílio divino pelas orações seguintes: 5 ORAÇÃO PREPARATÓRIA Invoca o Espírito Santo, dizendo com toda devoção: Vinde Espírito Santo! Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor! V/ . Senhor, enviai o vosso Espírito, e tudo será criado! R/. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei que pelo mesmo espírito saibamos o que é reto e sempre gozemos de sua consolação. Depois acrescenta: M eu Deus e Senhor, vou receber agora o santo Sacramento da Penitência. Ajudai-me para isso com o auxílio de vossa graça; porque nada posso sem vós. Enviai-me o Espírito Santo, para que conheça bem o número e a gravidade de meus pecados, devida e sinceramente deles me arrependa e faça um firme propósito de não pecar mais. Assisti-me com a vossa graça, para que confesse sinceramente os meus pecados e não cale nada do que deva dizer. Dai-me força para me emendar verdadeiramente. Amém. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim, pobre pecador, para que faça uma boa confissão e alcance o perdão de todos os meus pecados. Jesus, Maria, José, esclarecei-me, socorrei- me, salvai-me. Amém. Santo Anjo da Guarda e todos os Anjos e Santos de Deus, rogai por mim nesta hora. Amém. Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. 6 EXAME DE CONSCIÊNCIA Nota: Para examinar bem a consciência é necessário saber o que constitui um pecado mortal. É a matéria grave; o pleno conhecimento; e o pleno consentimento. Faltando uma destas três condições, não se pode falar em pecado mortal. Convém saber ainda que a culpabilidade duma ação sempre depende do conhecimento que temos da dela. Se, por exemplo, praticamos alguma ação que julgamos ser pecado mortal, mas que, na realidade não o é, nos tornamos réus de pecado mortal porque tínhamos a vontade de cometê-lo. Quem por exemplo, julgar ser pecado mortal uma mentira (que geralmente é pecado venial), comete tal mesmo se depois ouvir que é somente pecado venial. Ou se alguém pensar ser hoje dia de abstinência, quando não o é, comete um pecado comendo carne. Assim, pela mesma razão, um grande pecado pode tornar-se pequeno. Também não se deve esquecer que para examinar bem a consciência é necessário indagar o número e as espécies de pecados mortais, o quanto possível, e todas as circunstâncias que tornam um pecado venial em mortal, ou um mortal em venial. Quem, por exemplo, roubar a um pobre, comete um maior pecado do que se o fizera a um rico; ou, se alguém furtar um objeto na igreja, comete dois pecados, um contra o 7º e outro contra o 1º Mandamento de Deus. Nos pecados veniais não é necessário indicar a miúdo o número. Basta dizer se foi uma ou muitas vezes. Afinal, convém saber que, se não chegar ao pleno conhecimento de ser ou não alguma coisa pecado grande ou pequeno, ou quando tivermos dúvida sobre alguma coisa, ou quando não soubermos exprimir-nos bem, ou quando estivermos com vergonha, o declaremos ao nosso confessor, que, muitas vezes, com algumas perguntas, saberá remover as dificuldades. 7 MÉTODO PARA EXAMINAR BEM A CONSCIÊNCIA Observações: Convém notar que é obrigação grave empregar o tempo suficiente para examinar-se e arrepender-se. Em primeiro lugar, vejamos quando nos confessamos a última vez. Depois devemos ver se esta confissão teve valor. Note-se bem: Uma confissão não tem valor: 1. Quando, por grave negligência no exame de consciência, deixamos de dizer pecado mortal, ou o número e as circunstâncias necessárias dele. 2. Quando nos confessamos sem verdadeira contrição e sem propósito sincero de emenda. 3. Quando calamos de propósito um pecado mortal. 4. Quando, antes de recebermos a absolvição, já tínhamos a intenção de não cumprir a penitência. Quem antes de receber a absolvição tem a vontade de cumprir a penitência e depois, sem própria culpa, se esqueceu de cumpri-la, cometeu pecado e a confissão é válida. Quem, porém, deixa de cumprir a penitência por própria culpa, comete um pecado e deve dizê-lo ao confessor. Quem conhecer que a confissão foi sacrílega, deve dizer isto ao confessor e repeti-la toda, arrependendo-se de coração por ter cometido um pecado grande, abusando de um Sacramento tão santo. 8 OS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS Para dar maior esclarecimento sobre a distinção dos pecados em mortais e veniais, sempre o indicaremos em parêntesis. No lugar indicado diga-se o número das vezes; nos veniais basta dizer se foram muitas ou poucas vezes. 1º MANDAMENTO: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS Contra a 1º Mandamento pequei: • Não rezei __ vezes a oração da manhã e da noite por negligência (omitir as orações diárias durante algum tempo e por mera preguiça, não passa dum pecado venial). • Rezei as orações diárias __ vezes sem devoção, rindo-me, ou olhando para outras coisas (é pecado venial) • Neguei __ vezes alguma verdade da fé (pecado mortal). • Duvidei voluntariamente de alguma verdade da fé __ vezes (é pecado mortal). • Falei__ vezes contra a nossa santa religião ou seus ministros (se foi em coisa grave, é pecado mortal). • Gostei de ouvir falar __ vezes contra a nossa santa religião, contra Deus e seus ministros (conforme a matéria e consentimento que demos, é pecado mortal ou venial). • Zombei __ vezes de coisas santas, por exemplo da Santa Missa, das procissões (é pecado venial ou mortal, conforme a matéria e o desprezo). • Tive vergonha da minha religião, deixando, por exemplo, de ir Missa ou de cumprir outro dever de nossa religião por causa de respeito humano (é pecado mortal ou venial conforme a matéria e as circunstâncias). • Li __ vezes livros ou jornais escritos contra a fé. 9 Quem souber que a leitura de tais livros não prejudica a sua alma, já não pode por isso estudá-los, nem mesmo para poder defender sua fé católica, ou por achar neles assuntos que tocam a matéria de seus estudos; mas tem que pedir antes a licença da autoridade eclesiástica. • Descuidei de instruir-me sobre os deveres de cristão, por muito ou pouco tempo, por exemplo, não estudando o catecismo, ou nunca assistindo às práticas. Quem por grave negligência, deixou de instruir-se nas verdades necessárias da fé, cometeu pecado mortal; e tem, por conseguinte, a obrigação de procurar a instrução necessária. • Consultei ou mandei consultar espiritistas, feiticeiros, benzedores ou cartomantes __ vezes (é pecado mortal; pode ser venial, se for por ignorância ou mera curiosidade). • Fiz mesmo feitiços __ vezes (é pecado mortal; pode ser venial se feito por ignorância ou outra razão que diminui o pecado). • Rezei orações supersticiosas __ vezes (é pecado mortal; pode ser venial, se for por ignorância, curiosidade, etc.). • Usei devoções supersticiosas __ vezes (pecado mortal; pode ser venial, se for por ignorância). • Desconfiei de Deus, murmurando contra Ele, dando-me ao desânimo em qualquer desgraça ou até ao desespero __ vezes (é muitas vezes pecado venial; é, porém, mortal, se propriamente desesperamos da misericórdia de Deus ou da nossa salvação). • Pequei por presunção __ vezes, isto é, continuar a pecar e deixar de converter-se, contando com a misericórdia de Deus (é pecado mortal); ou expor-se sem razão ao risco de vida ou a outro grave perigo, esperando que Deus nos salvará por um milagre (é pecado mortal; às vezes pode ser venial por falta de plena advertência). • Tive aborrecimento, indiferença, desprezo ou até ódio das coisas santas, dos Santos ou de Deus __ vezes (Ter próprio desprezo ou ódio das coisas santas é pecado mortal; 10 enquanto o aborrecimento é muitas vezes pecado venial por falta de malícia e plena advertência). 2º MANDAMENTO: NÃO JURAR SEU SANTO NOME EM VÃO Contra o 2º Mandamento pequei: • Pronunciei o nome de Deus ou dos Santos sem respeito e devoção __ vezes (é pecado venial). • Jurei __ vezes falso (se for próprio juramento falso, é pecado mortal) • Jurei __ vezes à toa (é pecado venial em geral). Dizendo simplesmente: — eu “juro”, o que não é fazer um juramento. • Roguei pragas __ vezes, i.é, proferir maldições contra si mesmo ou contra outros (é pecado mortal; se for sem advertência, pode ser venial). • Blasfemei __ vezes, isto é, proferir palavras injuriosas contra Deus ou contra os Santos (é em geral pecado mortal). • Não cumpri __ vezes uma promessa que fiz (diga se era grande ou pequena). Se me obriguei, debaixo de pecado mortal, a cumprir uma promessa de grande valor (i.é., em matéria grave), deixando, em seguida, de cumpri-la por culpa própria, cometo pecado mortal; mas havendo feito uma promessa em matéria leve, a omissão será pecado venial. Não convém fazer uma promessa em assunto grave, sem ter antes consultado o confessor. 3º MANDAMENTO: GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA Contra o 3º Mandamento pequei: • Faltei por minha culpa à Missa nos domingos e dias santos __ vezes (é pecado mortal). • Cheguei muito ou pouco tarde à Missa, por minha própria 11 culpa, nos domingos e dias santos... É muito tarde, quando se chega depois do ofertório; se, neste caso, não ouvirmos outra Missa, sendo possível, cometemos um pecado mortal; se, porém, chegamos antes do ofertório, não somos obrigados a ouvir outra Missa; cometemos, porém, pecado venial, se for por própria culpa. • Fui __ vezes irreverente na Igreja, rindo-me, ou conversando com outros, distraindo-os (muitas vezes o desrespeito não passa dum pecado venial). • Trabalhei __ vezes nos domingos e dias santos sem necessidade (diga que trabalho foi e quanto tempo; é pecado mortal, conforme o trabalho e o tempo que empregamos; p. ex.: 2 – 3 horas). 4º MANDAMENTO: HONRAR PAI E MÃE Contra o 4º Mandamento pequei: • Desobedeci __ vezes a meus pais, ou a outras pessoas, que fazem as vezes deles (é em geral pecado venial; em coisa grave e segundo certas circunstâncias pode ser mortal). • Faltei-lhes ao respeito __ vezes, respondendo-lhes mal, talvez com palavras ásperas e grosseiras, ou até desprezando-os no coração por palavras e ações; p. ex.: caçoando ou falando mal deles (pecado mortal ou venial, segundo a matéria e o desprezo). • Contrariei e aborreci __ vezes meus pais por malcriação, em coisa grave ou pequena (se for em coisa grave, p. ex., a ponto de os fazer chorarem, pode ser mortal). • Contrariei e aborreci __ vezes meus pais por malcriação, em coisa grave ou pequena (se for em coisa grave, p. ex., a ponto 12 de os fazer chorarem, pode ser mortal). • Deixei de socorrer a meus pais em suas necessidades __ vezes (diga em que coisa foi; é pecado mortal ou venial, conforme a matéria e outras circunstâncias). • Desejei grande ou pequeno mal a meus pais __ vezes (se grande mal, é pecado mortal). • Zombei __ vezes de pessoas pobres, velhas e defeituo sas (é muitas vezes pecado venial, pode ser mortal, se ofendemos gravemente a tais pessoas). No 4º Mandamento também nos devemos examinar sobre o procedimento para com os nossos professores, patrões e outros superiores. Os pais de família têm de examinar-se sobre os deveres mútuos, como também sobre as obrigações que têm para com seus filhos, como são a boa educação e os bons exemplos, que lhes devem. Podem pecar gravemente os pais, descuidando de educar os filhos e instruí- los, ou fazê-los instruir sobre os deveres de nossa santa religião, mandando- os, p. ex., para colégios descrentes, ou onde correm perigo de perder a sua fé católica; ou, por amor falso, não lhes dando a correção necessária, ou não vigiando sobre o procedimento deles, ou dando-lhes até maus exemplos. Também os superiores devem examinar-se sobre as obrigações que têm para com os criados e os demais que estão a seus cuidados, tratando- os bem, dando-lhes o salário convencionado, vigiando também sobre o procedimento deles e proporcionando-lhes o tempo necessário para cumprirem os deveres de cristão, por exemplo, de ouvirem a Santa Missa nos dias de preceito. Também neste ponto os pecados são graves ou pequenos, segundo a matéria e as demais circunstâncias. 5º MANDAMENTO: NÃO MATAR Contra o 5º Mandamento pequei: • Briguei com meus irmãos ou outras pessoas __ vezes (em geral pecado venial, e pode ser mortal, segundo as circunstâncias; p. ex., tendo ferido gravemente uma pessoa numa briga). • Maltratei muito ou pouco, ou até feri outras pessoas __ vezes (é pecado mortal ou venial, conforme os maus tratos). 13 Se, por culpa grave, prejudicarmos gravemente a vida corporal do próximo, devemos indenizá-lo de tudo quanto por nossa causa sofreu; p. ex., nas despesas do médico, da farmácia e na perda do lucro, etc. • Desejei grande ou pequeno mal a mim ou a outras pessoas __ vezes (segundo o mal que desejamos, o pecado é mortal ou venial). • Injuriei __ vezes os outros, chamando-lhes nomes; p. ex., do demônio, ou proferindo talvez injúrias mais graves. Segundo a injúria, que, com tais palavras, se faz ao próximo, o pecado é mortal ou venial; convém, porém, saber que chamá-lo pelo nome do demônio e outrossemelhantes é, em geral, pecado venial, suposto que não sejam nomes gravemente injuriosos que, geralmente, constituem pecado mortal. Tive raiva, ódio ou inimizade, muito ou pouco tempo, duma pessoa __ vezes. Ter raiva por algum momento é, geralmente, pecado venial; mantendo, porém, o ódio ou inimizade por mais tempo, pode ser pecado mortal; para fazer uma boa confissão, é necessário perdoar de coração ao nosso inimigo e ter a vontade sincera de deixar a inimizade. • Tive desejo de me vingar em coisa grande ou pequena __ vezes. O desejo de vingança é pecado venial ou mortal, conforme a matéria e as demais circunstâncias. • Fiz pecar os outros por maus exemplos, conselhos, palavras ou obras __ vezes (diga em que pecado foi). Fazer ações, etc., que levam outros a pecarem, é dar escândalo. Segundo o pecado, de que fomos a causa, o escândalo é pecado mortal ou venial. Lembremo-nos sempre das palavras ameaçadoras de Nosso Senhor Jesus Cristo acerca dos que dão escândalo: “Quem escandalizar a um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pendurassem ao pescoço uma mó de moer e o lançassem ao fundo do mar”. • Maltratei bichos e outros animais __ vezes (é em geral pecado venial). 14 6° E 9° MANDAMENTOS: NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO Observação: Todos os pensamentos, desejos, palavras e ações voluntárias, diretamente contra o 6° e o 9° Mandamentos de Deus, são pecados mortais. Podem tornar-se veniais, às vezes, por falta de advertência e pleno consentimento. É por isso que deixamos de indicar a distinção de pecados mortais e veniais. Cumpre notar, porém, que, além de indicar o número das vezes, é necessário declarar também as circunstâncias que constituem nova espécie de pecado. Assim, p. ex., deve-se declarar se os desejos ou ações contra a castidade se referem à própria pessoa ou à pessoa do mesmo ou diferente sexo, a pessoas casadas, parentes, etc., naturalmente, sem jamais dizer o nome de pessoa alguma. Acusa-te com sinceridade e confiança de tudo quanto neste ponto grava a tua consciência, pois que a menor falta voluntária contra a virtude da castidade e pureza do coração pode facilmente ser a fonte de uma torrente de pecados e crimes vergonhosos, que arrastam a alma para a desgraça eterna no fogo do inferno. “Bem sabeis”, diz o grande Apóstolo S. Paulo, “que nenhum impuro tem herança no reino de Deus”. (Ef V, 5). Diga, pois, o mundo o que quiser, verdade é que pecados da impureza levam às portas do inferno, e às vezes muito cedo e muito depressa. Procura purificar cada vez mais a tua alma de toda a mancha por meio de uma humilde acusação no santo sacramento da penitência. Não te deixes levar, vencido por vergonha falsa, a calar um pecado mortal, ou outra coisa, que julgas dever dizer. Não sabendo se alguma coisa é, ou não, pecaminosa, ou se não souberes se te exprimiste bem, consulta o confessor, que te responderá em nome de Deus. Tem para sempre um amor de predileção à virtude preciosa da santa pureza, lembrando-te constantemente das sublimes palavras de Jesus: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mt V). Contra o 6º e 9º Mandamentos pequei: • Pensei voluntariamente em coisas desonestas __ vezes. • Tive o propósito de ver, ouvir, falar, ler, ou de fazer coisas desonestas __ vezes. • Olhei de propósito e com prazer para figuras e outras coisas desonestas, ou para pessoas descompostas __ vezes. • Cantei cantigas imorais __ vezes. • Tive conversas desonestas __ vezes (falar nomes indecentes em geral é pecado venial). 15 • Gostei de ouvir coisas desonestas __ vezes. • Li livros, jornais ou outras coisas imorais __ vezes. • Emprestei tais livros ou escritos a outros __ vezes. Se pudermos dispor de tais livros ou escritos, devemos queimá-los, ou, de outra maneira, destruí-los. • Trajei roupas indecentes __ vezes. Sair mascarado, sem usar vestes indecentes e sem faltar à modéstia, não é pecado em si; torna-se, porém, muitas vezes pecaminoso por causa de escândalos e outras circunstâncias. • Fiz ações desonestas, só ou com outros __ vezes. • Mostrei a outros imagens desonestas __ vezes. Se se tratar de figuras ou estampas desonestas, de que poderemos dispor, procuraremos destruí-las. • Faltei à modéstia ao vestir ou ao despir-me, ou em outras ocasiões semelhantes, só ou em presença de outros __ vezes. • Ensinei, provoquei, ou ajudei a outros por minhas palavras, ações, etc., a cometerem um pecado desonesto __ vezes. Também deves examinar e acusar-te sobre as ocasiões próximas de pecado, isto é, sobre aquelas ocasiões que sempre ou quase sempre te levam ao pecado, como são certas pessoas, más companhias, teatros ou bailes indecentes ou perigosos, certos lugares e conhecimentos ou reuniões perigosas, livros obscenos ou perigosos, ou enfim, outros divertimentos desonestos ou perigosos. Quem se expõe voluntariamente a tais ocasiões, que sabe que poderão causar-lhe a ruína espiritual, já comete pela mesma frequência de tais lugares, pessoas, etc., um pecado mortal. Convém notar, porém, que certas ocasiões são absolutamente perigosas para todos, enquanto outras somente o são relativamente, isto é, para certas pessoas ou por causa de certas circunstâncias, se nos acharmos em ocasiões perigosas, que não podemos deixar, por causa de nosso ofício, ou outra gravíssima razão, devemos procurar vencer as tentações pela oração, pela vigilância sobre os nossos sentidos e pela frequência dos sacramentos. Quem na confissão não tiver vontade firme de deixar tais ocasiões próximas do pecado, não poderá receber a absolvição. Não digas que não as podes deixar. Manifesta humildemente ao confessor as fraquezas e feridas de tua alma, escuta os conselhos que te der, e Deus não deixará de dar-te as graças necessárias para para venceres os inimigos da tua alma. 16 7º E 10º MANDAMENTOS: NÃO FURTAR NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS Observações: A gravidade dos pecados contra o 7º e 10º Mandamentos de Deus, depende dos objetos que se tiraram ou injustamente se retiveram, ou se estragaram, como também das circunstâncias que a aumentam ou diminuem. Assim, um furto feito na igreja ou a um pobre, é maior pecado do que se fora feito em lugar profano ou a um rico. Feita esta observação, deixamos também nesses dois mandamentos de indicar a distinção dos pecados em mortais e veniais. Contra o 7º e 10º Mandamentos pequei: • Furtei alguma coisa __ vezes (dizer se era coisa de valor). • Tive propósito de furtar alguma coisa grande ou pequena __ vezes. • Aceitei, comprei ou guardei coisas roubadas __ vezes (dizer se eram coisas de valor). • Fiquei com coisa achada, sem procurar os donos __ vezes (dizer se eram coisas de grande valor). • Fiquei com coisas emprestadas __ vezes (dizer se tinham grande ou pequeno valor). • Deixei de pagar muito tempo, sem justa razão, as minhas dívidas __ vezes (é pecado mortal ou venial segundo as dívidas que não se pagaram ou segundo a perda que outro sofreu pela demora injusta). • Enganei os outros no preço, na medida, nos objetos, que lhes vendi, ou em outros negócios e encomendas __ vezes. • Prejudiquei outros nos seus bens, estragando alguma coisa __ vezes (dizer se foi em coisa grande ou pequena). • Ajudei outros a fazerem tais pecados contra o 7º mandamento, mandando, provocando, aconselhando, aprovando, guardando silêncio, ou não proibindo tais ações 17 ilícitas, sendo obrigado a falar e proibi-las, por ser superior, chefe, ou empregado __ vezes. • Gastei mal a minha fortuna, ou a da minha família, com jogos ou de outras maneiras __ vezes. 8º MANDAMENTO: NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO Contra o 8º Mandamento pequei: • Menti __ vezes (é geralmente pecado venial). • Prejudiquei outros mentindo __ vezes (dizer se foi em coisa grave ou leve; é pecado mortal ou venial, segundo o prejuízo que causamos ao próximo, mentindo). • Murmurei da vida alheia, isto é, falando mal do próximo, criticando ou censurando-o,ou descobrindo faltas graves ou leves dele, sem necessidade __ vezes. A gravidade do pecado depende da gravidade do mal que se descobre do próximo, como também da nossa malícia ou má intenção; porque muitas vezes se fala em tais coisas, sem reparar propriamente no mal que se profere, o que muitas vezes diminui o pecado. Quem descobriu uma falta grave do próximo, sem necessidade, deve esforçar-se a restituir-lhe a fama, que por sua culpa perdeu, desculpando-o ou elogiando as suas boas qualidades, etc. • Levantei falso testemunho, grande ou pequeno, contra o próximo __ vezes (a calúnia é pecado grande ou pequeno, conforme a gravidade da matéria). Quem levantou grande falso testemunho contra o próximo deve revogá-lo para restituir-lhe a fama e assim obter o perdão de seu pecado; em dúvida sobre este ponto, peça-se o conselho do confessor. • Provoquei ou favoreci tais conversas contra o próximo, por palavras, aplausos, gestos, etc. __ vezes (dizer se foi em coisa 18 grave; é mortal ou venial, segundo o prejuízo que causamos ao próximo com tais conversas). • Fiz juízo temerário do próximo, isto é, julgar mal dele sem justa razão __ vezes (dizer se foi grande ou leve; é pecado mortal ou venial, segundo os conceitos que, sem justa razão, formamos do próximo e segundo os motivos que para isso tivemos). • Causei discórdias, grandes ou pequenas, entre outras pessoas, por minhas murmurações, calúnias ou conversas __ vezes (é pecado mortal ou venial, segundo as discórdias que, com tais murmurações, etc., causamos). • Fingi-me doente, pobre, ou melhor do que sou __ vezes (é muitas vezes pecado venial; pode ser mortal, se trata-se de coisa grave, como, p. ex., se deu com os fariseus, cuja hipocrisia Jesus repreendeu com palavras severas). Também nos examinemos se, porventura, revelamos sem justa razão, algum segredo, que nos foi confiado, ou se violamos qualquer outro segredo, abrindo cartas alheias, sem ter licença, ou por outras maneiras. A gravidade do pecado neste ponto também depende da importância do segredo que descobrimos ou do modo que violamos, como também de outras circunstâncias; mas muitas vezes a curiosidade diminui a gravidade do pecado. 9º MANDAMENTO: NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO (Veja os pecados contra o 6° Mandamento). 10º MANDAMENTO: NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS (Veja os pecados contra o 7º Mandamento). 19 OS PRECEITOS DA SANTA IGREJA • Deixei, por minha culpa, de confessar-me uma vez por ano e de comungar pelo tempo da Páscoa (é pecado mortal). O tempo da comunhão pascoal foi determinado pela Santa Igreja, a fim de que todos os fiéis ao menos uma vez por ano, se chegassem à Mesa Sagrada. Para proporcionar a todos tempo suficiente de cumprir esta santa obrigação, o prazo da comunhão é bastante prolongado nas diversas dioceses. Estende-se, no Brasil, desde o Domingo da Septuagésima, isto é, o Domingo antes da Quaresma, até à oitava da festa do Corpo de Deus, inclusive. • Comi carne nos dias proibidos pela Santa Igreja, sem ter licença, ou sem outra razão grave __ vezes (mortal ou venial, segundo a quantidade da carne e conforme outras circunstâncias; são obrigados a guardar abstinência os que tiverem 7 anos completos). Os que têm 21 anos de idade devem examinar-se também se têm deixado de jejuar sem justa razão, como são doenças, trabalhos pesados, ou a dispensa. A gravidade deste pecado depende de diversas circunstâncias. Se tivermos dúvida a respeito do jejum, perguntemos ao confessor. OS PECADOS CAPITAIS • Fui vaidoso __ vezes (é pecado venial). • Fui orgulhoso, desprezando talvez os pobres e outros __ vezes (é pecado venial, pode ser mortal se gravemente ofendemos o próximo com o nosso desprezo e por outras razões). • Fui avarento __ vezes (é pecado mortal ou venial, segundo a gravidade da avareza). Cuidemos bem que, sob o pretexto de falsa economia, não caiamos no vício da avareza, apegando-nos com imoderação ao dinheiro e aos mais bens caducos deste mundo, tratando os pobres com dureza, etc. 20 • Tive inveja dos outros __ vezes (muitas vezes pecado venial; tratando-se, porém, de coisas graves, pode ser pecado mortal, como foi a inveja de Caim). • Alegrei-me dos castigos ou desgraças do próximo __ vezes (pecado mortal ou venial, segundo o mal, de que regozijamos e segundo a nossa malícia e advertência). • Fiquei com raiva __ vezes (a maioria das vezes é pecado venial; pode ser mortal segundo certas circunstâncias. Quem se indignar com justa razão, como, p. ex., os pais castigando os filhos para corrigi-los, não peca). • Fiquei com preguiça, deixando talvez, por isso, de cumprir as obrigações do meu estado __ vezes (é geralmente pecado venial; pode ser mortal, se a preguiça for causa ou ocasião de graves prejuízos materiais ou espirituais). Guarda-te deste pecado, porque é a fonte de muitos crimes. Lembrando-te ainda de outros pecados que talvez não se achem neste método de exame de consciência, não deixes de declará-los também ao confessor. Assim, p. ex., cada um deve examinar-se também sobre as obrigações do próprio estado, aqui não especificadas, como as do médico, advogado, etc. 21 A CONTRIÇÃO E O BOM PROPÓSITO A contrição ou arrependimento é a condição mais necessária e mais importante para obter o perdão dos pecados, pois sem a contrição não há perdão. Pode dar-se o caso de que a acusação dos pecados a um sacerdote se torne impossível por falta de sacerdote, ou por ter o moribundo perdido a fala, etc., porém, a contrição não se pode dispensar. Há muitos que aplicam o máximo cuidado no exame de consciência, achando mal o tempo para arrepender-se bem dos pecados. Não te contentes, pois, em fazer precipitadamente, pela boca, alguns atos de contrição; mas procura compenetrar o teu coração duma verdadeira compunção e dor, duma detestação e dum aborrecimento sincero das culpas cometidas, junto com o propósito de emenda. Não é necessário exprimir com lágrimas e outros sinais sensíveis a dor dos pecados; é uma prova de arrependimento sincero termos a vontade firme de nos emendar, de evitar as ocasiões próximas do pecado e de empregar os meios necessários de nos emendar. Para fazer uma boa confissão é necessário o arrepender-se ao menos de todos os pecados mortais e ter a vontade firme de deixá-los no futuro. A respeito dos pecados veniais, notar que, embora não tenhamos a obrigação de confessá-los, é contudo necessário nos arrependermos daqueles que se apresentam 22 ao tribunal da penitência; pois confessar os pecados veniais, sem propósito de emenda, é ridicularizar, desprezar o sacramento da penitência. Se somente tivermos de acusar pecados veniais, convém incluir um pecado da vida passada, mais grave e de que estamos mais arrependidos, para assim não corrermos perigo de confessar-nos invalidamente por falta de verdadeira contrição. A fim de nos arrependermos bem, é necessário nos propormos os motivos de contrição que a fé nos ensina. Estes podem proceder do temor ou do amor de Deus; daquele: se nos arrependermos por ter perdido o céu e merecido os castigos do inferno e do purgatório; procedem do amor de Deus, se principalmente nos arrependermos por ter ofendido a Deus, que é o nosso maior benfeitor e melhor Pai, o nosso amantíssimo Salvador, nosso Criador e Senhor, nosso Sumo e amantíssimo Bem. A contrição, excitada pelo temor de Deus, chama-se imperfeita, e é suficiente para fazer uma confissão válida. A contrição excitada pelo amor de Deus chama-se perfeita; seu efeito é justificar o pecador, ainda antes de receber o Sacramento da Penitência, contanto que tenha sincero desejo de se confessar. Apesar de ser suficiente a contrição imperfeita, procuremos sempre ter uma contrição perfeita. Intimamente unido com a sincera dor dos pecados é o bom propósito, ou a vontade firme e séria de emendar-se e de não pecar mais, isto é, de evitar pelo menos todos os pecados mortais e a ocasião próxima do pecado, de prestar a satisfação devida, comosão: o fiel cumprimento da penitência que o sacerdote nos há de impor, a obrigação de indenizar o próximo por tudo que, por nossa causa, perdeu, e, afinal, empregar os meios necessários de emenda, tais quais são a vigilância sobre nós mesmos, a frequência dos sacramentos, a oração e, em geral, o fiel cumprimento dos deveres de cristão. Muito convém também por em prática os conselhos e instruções do confessor, o qual, como ministro de Deus e médico das almas, bem saberá indicar o remédio conveniente para a salvação das mesmas. 23 MEDITAÇÃO: AS QUATRO CONSIDERAÇÕES Para nos arrependermos bem dos pecados cometidos, façamos devotamente quatro considerações, segundo as fez São Carlos Borromeu, Bispo de Milão: PRIMEIRA CONSIDERAÇÃO: O TÚMULO T ransporta-te em espírito à beira dum túmulo. Imagina-te uma cova. Que é que lá verias? Um cadáver apodrecido, roído por milhares de bichos, tão feio, espalhando cheiro, tão desagradável, que te custaria, suportar tal presença. Eis aqui o homem, rei da terra, a criatura mais formosa e mais nobre deste mundo; um montão de ossos, uma comida de vermes! E que foi que o reduziu a estado tão horrível? Foi a morte. E quem veio introduzir a morte neste mundo? O pecado. Adão e Eva comeram o fruto proibido, desobedeceram a Deus e foram condenados à morte; e com eles, todo o gênero humano. Eis a consequência dum só pecado mortal! É o pecado que transforma o corpo humano, obra tão esplêndida e artificiosa da onipotência divina, num monturo de podridão. Foi um único pecado mortal, que, num momento, transformou os anjos mais formosos no estado mais feio e mais abominável que há: em demônios. Que grande mal, pois, deve ser o pecado mortal! Sim, muito mais feio e mais horrível do que um cadáver reduzido a podridão. Contam que, na Antiguidade, um tirano, para atormentar o seu inimigo do modo mais cruel possível, mandou-o ligar vivo a um cadáver. Que castigo horrível dia e noite ser amarrado a um cadáver apodrecido! Muito mais feia, porém, é a alma manchada com o pecado mortal. Essa alma, feita à imagem de Deus, outrora tão formosa, um templo de Deus, mais bela que o mais lindo jardim de flores, agora uma morada, uma escrava do demônio! E, talvez, 24 já haja muito tempo que vendeste, entregaste tua alma ao demônio, dando entrada em teu coração a este teu inimigo capital, pelo pecado grave. Ah! Como és infeliz agora! Em lugar de paz e de alegria, agora remorsos horríveis. Não permitais, meu Deus, que mais uma vez entregue minha alma imortal ao demônio, dando a meu corpo um prazer proibido, satisfazendo os desejos da carne, que sempre se revolta contra o meu espírito; desta carne que um dia vai ser reduzida a pó e cinza, a uma comida de bichos. Fazei que vença as minhas más inclinações, principalmente esta __ a fim de que um dia meu corpo ressuscite glorioso, para participar da glória celeste. SEGUNDA CONSIDERAÇÃO: O CÉU E rgue teu Espírito ao céu. Imagina a coisa mais bela, mais sublime que há neste mundo. Talvez um mimoso jardim no brilho das mais belas flores; ou uma cidade, segundo a descreve S. João no seu Apocalipse, uma cidade com ruas de ouro puro, com portas de pérolas brilhantes, com muros de pedras preciosas. Tudo isso, comparado ao céu, não é mais nada do que a fraca luz duma pequena lâmpada, em comparação ao sol radioso. Imagina um homem, a quem foi concedido gozar, talvez uma vida inteira, todas as alegrias e prazeres que desde Adão pôde experimentar um pobre mortal. Todos esses gozos e deleites, comparados à Glória do céu, são como uma gota d’água em comparação ao oceano imenso. E este lugar de delícias era destinado para ti; mas, pelo pecado mortal, perdeste o direito de entrar naquela mansão celeste. Um único pecado mortal e perdido está o céu com suas delícias. Ó meu Deus, que coisa horrível deve ser o pecado mortal, que nos priva de um bem tão grande e sublime! E tu o soubeste, minha alma; e, apesar disto, cometeste o pecado mortal, renunciaste à tua eterna salvação no céu, talvez por algum dinheiro, que tiraste, talvez por outras tantas injustiças que cometeste contra o próximo, talvez 25 por um prazer ilícito, por um pecado desonesto! Ah, que loucura, vender, perder sua eterna felicidade por um momento de prazeres proibidos; trocar o céu por algumas moedas, um punhado, de bens e riquezas passageiras! Porventura queres de novo perder o céu, cometendo um pecado mortal? Transporta o teu espírito mais uma vez àquela região celeste e contempla o Senhor do céu sentado no seu trono cercado de majestade tremenda, de glória indizível. Imagina os milhares e milhares de espíritos angélicos, trêmulos, prostrados diante do trono de Deus que, com as faces veladas e cheios de respeito e santa reverência cantam incessantemente o “Santo, Santo, Santo”. Eis, como o céu e a terra se dobram diante da majestade divina — e como tudo obedece à santíssima vontade de Deus. E tu, criatura tão vil e miserável, te atreveste a negar obediência a este Deus tão santo, tão forte, tão poderoso e, ao mesmo tempo, tão bondoso calcando aos pés a sua lei, transgredindo os seus mandamentos, provocando e desprezando a sua justa ira, afligindo amargamente o seu Coração paterno, que tanto te ama e te encheu de tantos benefícios! Prostra-te de joelhos na santíssima presença de Deus e, do fundo de teu coração, dize-lhe: Ó Deus de santidade e de misericórdia infinita, diante de quem o céu e a terra se inclinam, detesto agora sinceramente todos os pecados, com que na minha maldade ofendi a vossa divina majestade, desprezando a bondade do melhor dos pais. Ah, lançai um olhar de compaixão sobre mim, vosso filho ingrato, pois prometo ser agora e sempre um filho obediente, e não tornar a ofender-vos pelo pecado mortal. TERCEIRA CONSIDERAÇÃO: O INFERNO D esce em espírito ao inferno — e contempla os tormentos horríveis, que lá sofrem os condenados. — Queimar um pouco o dedo já causa uma grande dor — por nada deste mundo o deixarias, por uma hora inteira, no fogo. — Os condenados, porém, sofrem num fogo muito mais ardente do que o nosso, tormentos 26 horríveis. Imagina o rico avarento sepultado e enterrado no meio das chamas, e nem uma gota d’água lhe é concedida para refrescar a sua língua. E quanto tempo são atormentados os condenados? Talvez um dia, um ano, ou um século Isto não seria nada. Judas lá está no inferno há quase dois mil anos sem um sossego ou descanso e sofrerá mais do que estes dois mil, nunca será um pouco aliviado, jamais virá o fim de tantos tormentos e dores, pois as penas são eternas, nunca terão fim. Os condenados são sempre atormentados por dois pensamentos: "nunca" e "sempre". Nunca sair, sempre ficar na companhia das criaturas mais perversas e desgraçadas. Agora, pergunta-te, minha alma, qual a causa de tormentos tão horríveis? É o pecado o pecado mortal. E basta um só pecado mortal para te fazer merecedor de tais castigos da justiça divina. Se o bom Deus, o Deus de misericórdia, que não quer a morte do pecador, mas sim que se converta e viva, se Ele castiga tão severamente o pecado, por acaso não deves estremecer e temer de tornar a ofender pelo pecado mortal este juiz tremendo e severo? Ah, promete agora emendar-te. Ainda há tempo. Sim, meu Deus, antes morrer, que vos ofender pelo pecado mortal. Dai-me força para evitá-lo, principalmente este __ (Aqui diga o pecado a que te vês mais inclinado). QUARTA CONSIDERAÇÃO: O CALVÁRIO Transporta teu espírito ao Calvário e contempla a Jesus Crucificado. As dores que teu Salvador sofre são tão horríveis que te deviam mover à compaixão mesmo se fosse o teu inimigo mortal, que lá padecesse. Mas é teu Salvador! Contempla-o: desde a ponta dos pés até a cabeça não há nem um ponto do seu corpo que não fosse martirizado; todo o corpo ferido, todo o corpo uma chaga. A cabeça é atormentada pela coroa de espinhos agudos; a boca pela sede ardente; as mãos e os pés são transpassados por pregos duros; a alma santíssimaé abismada no mais profundo abandono. O verme, quando pisado, pode torcer-se. Jesus nem sequer pode mover-se na Cruz. E quem é aquele que tão cruelmente é 27 maltrado? Talvez um malfeitor? Não. É o mais santo, o mais inocente é o próprio Filho de Deus. E porque se deixou pregar na Cruz? Por causa de teus pecados, para salvar-te da morte eterna do inferno, para reconciliar-te com Deus: Jesus, o Filho de Deus, morre na Cruz. Para salvar o servo, o Filho é condenado à morte! Ó, que amor! E tu soubeste quantas dores, quantos açoites, quantas gotas de seu sangue preciosíssimo custou a teu Jesus tua alma imortal! E, apesar disto, calcaste o sangue de Deus aos pés, cometendo o pecado mortal. Sim, para pagar a tua desobediência e o teu orgulho, Jesus carregou a sua Cruz. Para satisfazer por teus pensamentos e desejos pecaminosos foram-lhe enterrados aqueles espinhos pungentíssimos. Aquela sede ardente sofreu Jesus por causa de tantas palavras livres e indecentes ou ofensivas ao próximo; e, para pagar tantas ações ilícitas e pecaminosas, Jesus recebeu aqueles açoites horríveis e se deixou cravar com pregos duros no lenho da cruz. Minha alma, queres pregar mais uma vez a teu Jesus na cruz? Ajoelha-te diante da imagem de teu Jesus crucificado; pede-lhe perdão por tanta ingratidão e promete nunca mais ofender a teu amável Salvador. Dize-lhe de coração contrito: “Ah, meu Jesus, por amor de vossas cinco chagas, por amor de vosso sangue preciosíssimo, lavai a minha pobre alma de toda a mancha do pecado. Deixai cair sobre minha alma uma só gota de vosso precioso sangue, tão copiosamente derramado, e minha alma será inteiramente purificada. E poderei chamar-me outra vez vosso filho. Ó doce Jesus, que tanto me amais: Fazei que eu vos ame cada vez mais!” Tendo excitado em ti, por meio destas considerações, uma contrição sincera, convém acrescentar ainda o seguinte: 28 ORAÇÕES COMPLEMENTARES ATO DE CONTRIÇÃO E BOM PROPÓSITO E is-me aqui, meu Deus, cheio de confusão, à vista de minhas culpas. Ah, quantas vezes pequei! Não sou digno de ser chamado vosso filho. Os anjos que pecaram, logo reprovastes e lançastes no inferno. Adão e Eva, logo depois de terem comido o fruto proibido, foram expulsos do paraíso! Mas a mim ainda me suportastes. Muitos homens lançastes no inferno ou os condenastes a sofrer as penas horríveis do purgatório porque vos ofenderam. Mas a mim ainda me poupastes! Quanta gratidão vos devia por tanta bondade, e quão ingrato fui para convosco, meu Pai misericordioso! Esqueci-me de tantos benefícios que me fizestes. Vós me criastes para o céu, mas eu nada fiz para alcançá-lo. Vosso Filho Unigênito me remiu por sua dolorosa paixão e morte na cruz, derramando, por amor de mim, todo o seu sangue. Mas eu, em vez de mostrar gratidão a tanto amor, renovei a sua Paixão com os meus pecados. Ó meu Deus, perdoai-me! Sei que fiz mal. Pesa-me de não vos ter amado, mas sim desprezado e ofendido. Sim, meu Deus, envergonho-me e arrependo-me agora, do fundo de meu coração, de todos os meus pecados, e proponho firmemente não tornar a ofender-vos. Quero agora emendar-me sinceramente, cumprindo fielmente os vossos mandamentos. Penetrai, Senhor, a minha alma com a graça de uma verdadeira penitência, que me faça mudar de vida e evitar as ocasiões de pecado. Virgem Santíssima e Mãe de misericórdia, intercedei por mim, para que obtenha o perdão do passado, com as graças necessárias para resistir ao pecado no futuro. Meu bom anjo, zeloso guarda de minha alma, ajudai-me a erguer-me e a evitar todos os pecados. Amém. 29 ATO DE CONTRIÇÃO MAIS BREVE S enhor meu Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de vos ter ofendido; pesa-me também por ter perdido o céu e merecido o inferno; e proponho firmemente, ajudado com o auxílio de vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender; e espero alcançar o perdão de minhas culpas, por vossa infinita misericórdia. Amém. PRÁTICA DA CONFISSÃO T endo feito, com fervor e devoção, o ato de contrição, e prometido a Deus, com toda a sinceridade, deixar de pecar e emendar seriamente a vida, entra, com os olhos baixos e as mãos postas, no confessionário, onde o sacerdote te receberá em nome de Jesus. Não podendo logo chegar-te aos pés do ministro de Deus, espera com paciência e recolhimento, meditando sobre os motivos da contrição, ou rezando orações que te movam mais ao arrependimento. Quem tem profundo pesar de ter ofendido a Deus, não se distrai voluntariamente antes ou depois da confissão, vagueando com os olhos por toda a parte, rindo-se ou conversando. No confessionário, ajoelha-te humildemente, como se estivesses aos pés de Jesus mesmo, e dize: † Pelo sinal da Santa Cruz † livrai-nos Deus, Nosso Senhor † dos nossos inimigos. † Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Padre, dai-me a vossa bênção, porque pequei. 30 E u, pecador, me confesso a Deus todo-poderoso, à bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado S. Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado S. João Batista, aos Santos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, a todos os Santos e a vós Padre, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras e obras, por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Portanto, rogo à bem- aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado S. Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado S. João Batista, ao Santos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, a todos os Santos e a vós, Padre, que rogueis por mim a Deus Nosso Senhor. Amém. Depois dirás desde que tempo não te confessaste, se recebeste a absolvição e se cumpriste a penitência. Então passarás a declarar cada um dos teus pecados, com as circunstâncias necessárias, dizendo também o número dos pecados, quanto possível. Não acuses outras pessoas, nem digas coisas supérfluas. Tendo assim declarado sinceramente todos os teus pecados, podes dizer: Destes pecados, daqueles de que não me lembro e de todos os pecados da minha vida passada, peço a Deus perdão e a vós, Padre, penitência e absolvição. Em seguida, responde sinceramente às perguntas que o confessor talvez te fizer, presta atenção aos conselhos e à penitência. Depois reza com devoção, inclinando humildemente a cabeça, o Ato de Contrição. Depois retira-te com todo o recolhimento. 31 NOTAS IMPORTANTES 1) Havendo muita afluência de penitentes, basta dizer no princípio da Confissão: “Padre, dai-me a vossa bênção, porque pequei. Faz __ semanas ou __ meses, que me confessei, eu me acuso..., etc. 2) Tendo cometido apenas faltas veniais, convém incluíres na confissão algum pecado mais grave da vida passada, que mais te mova à contrição, dizendo, depois de ter acusado os pecados veniais: “eu me acuso, enfim, de todos os pecados da minha vida passada, principalmente de ter __ (aqui dirás simplesmente algum pecado da vida passada, que mais te pese). Peço a Deus perdão, e a vós, Padre, penitência e absolvição”. 32 33 ORAÇÕES PARA DEPOIS DA CONFISSÃO AÇÃO DE GRAÇAS M eu Deus e meu Pai, como hei de manifestar-vos a minha gratidão pela bondade, pelo amor, pela misericórdia que agora tivestes comigo! Vós me destes, pelos merecimentos de Jesus Cristo, o perdão de todos os meus pecados pela boca de vosso sagrado ministro. É verdade, meu Deus, vós não quereis a morte do pecador, mas sim que ele se converta e viva. Ó minha alma, alegra-te no Senhor, glorifica a teu Deus, dá graças sem cessar a teu Salvador. 34 SALMO 102 L ouva, minha alma, ao Senhor e todas as minhas faculdades engrandeçam seu Santo Nome. Bendizei, minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é quem perdoou todas as tuas iniquidades, quem te curou de todas as tuas enfermidades. Ele é quem resgatou tua vida da perdição, quem te coroou com benignidade em sua misericórdia. Ele é quem satisfez teus desejos,enchendo-te de novo de seus bens, renovando a tua juventude. O Senhor é misericordioso e faz justiça a todos os que padecem injúria. O Senhor é cheio de misericórdia e ternura, longânimo e muito compassivo. Não fica para sempre irado, nem usa sempre de ameaças. Não me tratou como mereciam os meus pecados; nem me castigou, segundo a grandeza de minhas iniquidades. Porque, quanto estão altos os céus sobre terra, tanto prevalece sua misericórdia sobre os que o temem. Como um pai se compadece ternamente de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Os dias do homem passam, como a erva; como a flor no campo, assim desflorescem. Porém, a misericórdia do Senhor dura de eternidade em eternidade sobre os que o temem; como também sua justiça sobre os que guardam os seus mandamentos; O Senhor firmou o seu trono nos céus e seu reino se estende sobre todas as criaturas. Louvai ao Senhor, vós todos, que sois seus anjos, vós espíritos poderosos, que executais as suas ordens e obedeceis ao aceno de sua palavra. Louvai ao Senhor vós todos que compondes os seus 35 exércitos, que sois seus ministros, que cumpris suas vontades. Louvai ao Senhor todas as suas obras, em todo o lugar de sua dominação. E também tu, ó minha alma, louva ao Senhor! Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém. RENOVAÇÃO DO BOM PROPÓSITO D eus de bondade e misericórdia, o mais brando e mais amoroso de todos os pais, aceitai benignamente estas ações de graças que vos oferece um pecador, o qual por vossa infinita misericórdia se tornou vosso filho. Eu vos amo, meu Senhor e meu Deus, e meu coração abrasa-se no vosso amor. Por isso torno a tomar a firmíssima resolução de evitar, aborrecer e detestar o pecado para sempre e por amor de vós. Seja a maior consolação e felicidade da minha vida cumprir fielmente os vossos santos mandamentos. Quero reparar as minhas faltas e os meus pecados pela oração, pela mortificação dos meus sentidos, e pelo santo zelo e fervor no vosso serviço. Senhor, vós sabeis todas as coisas, sabeis também que agora vos amo; sabeis que é sincero o meu bom propósito de amar-vos até o fim. Mas, ó meu Jesus, sou frágil e inconstante, vós mesmo dissestes no Horto das Oliveiras: “O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. Portanto, peço-vos humildemente, com santa confiança, ajudai-me com a vossa divina graça e fortalecei-me no combate contra as tentações. Meu amabilíssimo Jesus, encerrai-me em vosso divino Coração, para que nem o mundo, nem o inferno, nem divertimentos, nem tribulações, nem a mesma morte me possam separar de vós. Dai-me a graça da santa perseverança, 36 para que eu possa glorificar, com todos os santos e anjos, a vossa infinita misericórdia por toda a eternidade. Amém. Dulcíssimo Coração de Jesus, sede meu amor! Jesus, vinde a mim e ficai comigo; fazei que eu vos ame cada vez mais, resistindo às tentações com santa energia e sofrendo tudo com paciência por vosso amor. Reza agora, se for possível, a penitência imposta pelo confessor. Depois podes ainda rezar, em honra de Nossa Senhora, a seguinte oração: ORAÇÃO A MARIA SANTÍSSIMA (PARA ALCANÇAR A PERSEVERANÇA) S antíssima Virgem Maria, rainha do céu! Tenho tido a desgraça de cair em pecado, mas me arrependi e recebi o perdão no santo Sacramento da Penitência. Venho humildemente a vós, ó minha Santíssima Mãe, para vos agradecer, de todo o meu coração, por me haverdes ajudado e alcançado de Jesus o perdão de todas as minhas culpas. De novo me consagro ao vosso serviço. Lembrai-vos, ó minha doce Mãe, de que tornei a ser vosso filho; tende compaixão de mim e recebei-me de novo debaixo de vossa maternal proteção. Em vós ponho, depois de Jesus, toda minha confiança e espero que não me abandonareis, como mereço. Pois ainda estou exposto ao perigo de tornar a ofender o vosso divino Filho, meu Senhor Jesus Cristo, a quem só quero amar até o último suspiro. Os meus inimigos não dormem, as tentações me hão de perseguir de novo, por toda a parte. Protegei-me, Rainha gloriosa do céu, defendei-me, ó minha boa Mãe, socorrei-me contra os ataques do inferno, ó Virgem Imaculada! 37 Preservai-me da desgraça imensa de perder a minha alma e ao meu Deus; pois é essa a graça que vos peço, ó Maria, e espero poder alcançá-la pela vossa piedosa intercessão. Amém. Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós. (100 dias de indulgência) São José, meu Santo Anjo da guarda, todos os Anjos e Santos, rogai por mim. Amém. Seja amado por toda a parte o Sagrado Coração de Jesus! (100 dias de indulgência) Seja bendita a Santa, Imaculada e puríssima Conceição da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus. (300 dias de indulgência) Lembra-te ainda dos bons conselhos do confessor e prepara o teu coração para a Sagrada Comunhão. 38 MÉTODO BREVE PARA O EXAME DE CONSCIÊNCIA ORAÇÃO PREPARATÓRIA Invoca o Espírito Santo, dizendo com toda a devoção: Vinde, Espírito Santo! Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo de vosso amor! V/ . Senhor, enviai o vosso Espírito, e tudo será criado! R/. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei que pelo mesmo espírito saibamos o que é reto e sempre gozemos da sua consolação. Por Cristo Nosso Senhor Amém. Meu Deus e Senhor! Vou receber agora o santo Sacramento da Penitência. Ajudai-me para isso com o auxílio de vossa graça, porque nada posso sem vós. Enviai-me o Espírito Santo para que conheça bem o número e a gravidade de meus pecados, devida e sinceramente deles me arrependa e faça um firme propósito de não pecar mais. Assisti-me com a vossa graça para que confesse sinceramente os meus pecados e nada cale que deva dizer. Dai-me força para me emendar verdadeiramente. Amém. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim, pobre pecador, para que faça uma boa confissão e alcance o perdão de todos os meus pecados. Jesus, Maria, José, esclarecei-me, soccorei-me e salvai-me. Amém. Santo Anjo da Guarda e todos os Anjos e Santos de Deus, rogai por mim nesta hora. Amém. 39 EXAME DE CONSCIÊNCIA PECADOS CONTRA DEUS Por pensamentos: dúvidas na fé. Por palavras: blasfêmias, falsos juramentos, conversas contra a religião e seus ministros. Por obras: leitura de livros ímpios, falta ao preceito de ouvir Missa; mau comportamento na igreja. PECADOS CONTRA A PRÓXIMO Por pensamentos: juízos temerários, ira, inveja, ódio, desejo de vingança. Por palavras: censuras, murmurações, levantar falso testemunho, injúrias. Por obras: prejuízos nos seus bens, furto, fraude. PECADOS CONTRA MIM MESMO Por pensamentos: orgulhosos, desonestos. Por palavras: mentiras, pragas, palavras, conversas ou cantigas desonestas. Por obras: violação da lei do jejum e abstinência; descuidos nos deveres do meu estado; leituras, olhares, tatos, ações desonestas, só ou com outros. Nos pecados mortais é preciso, quanto possível, indicar o número de vezes. ATO DE CONTRIÇÃO S enhor, eu não sou digno de vossa consolação, nem de vossa visita espiritual; por isso justiça usais comigo, deixando-me pobre e desconsolado. Nem que derramasse um mar de lágrimas, nem assim mereço vossa consolação. Pois só mereço flagelos e punição por tantas ofensas e tão graves delitos que cometi. De maneira que, tudo bem ponderado, não tenho direito nem ao menor conforto. 40 Vós, porém, Deus clemente e benigno, não quereis que pereçam vossas obras; patenteais os tesouros da vossa bondade nos vasos de misericórdia e dignais-vos consolar o vosso servo, sem merecimento seu algum, de modo sobre-humano, que não se parecem vossas consolações com os vãos discursos dos homens. Que fiz eu, Senhor, para que me deis a celeste consolação? Bem algum não me lembro que eu fizesse, que antes fui sempre pronto para o mal, e tardio na emenda. É esta a verdade, não hácomo negá-la; se outra coisa dissera, estaríeis contra mim e não haveria quem me defendesse. Que mereceram meus pecados, senão o inferno, o fogo eterno? Confesso, com sinceridade, que de todo escárnio e desprezo sou digno, não de ser contado entre os vossos servos. Em que me doam os ouvidos, a bem da verdade, acusarei meus pecados, para alcançar mais segura misericórdia vossa. Que direi eu, de pecado e de confusão coberto? Boca não tenho para dizer senão estas palavras: Pequei, Senhor, pequei; tende piedade de mim, perdoai-me. Deixai-me tempo de exalar minha dor, antes que entre na região tenebrosa, coberta das sombras da morte. Que mais exigis do mísero pecador, senão que se humilhe e arrependa dos seus pecados? Da contrição humilde e sincera nasce a esperança do perdão: serena-se então a consciência assustada, recupera-se a graça perdida, é preservado o homem da futura vingança, em ósculo santo une-se Deus à alma arrependida. Agradeço-vos, Senhor, o humilde pesar dos pecados, sacrifício de mais suave odor, para vós, que o do mais fino incenso. É este o agradável unguento, que quisestes derramassem sobre vossos sagrados pés, pois nunca desprezastes o coração contrito e humilhado. Na contrição achamos o refúgio contra a fúria do inimigo! Ali se emenda o pecador e purifica de todas as manchas que contraiu. © Santa Cruz – Editora & Livraria, 2020. Projeto Editorial | Equipe Santa Cruz Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou quaisquer meios, eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer sistema de armazenamento e recuperação de informações, sem permissão expressa do editor. https://www.stacruzartigoscatolicos.com.br/ https://www.instagram.com/santacruz_artigoscatolicos/ https://facebook.com/editorasantacruz https://api.whatsapp.com/send?l=pt&phone=5511972396117&text=Poderia%20me%20ajudar? Considerações Gerais Método para se confessar bem Oração preparatória Exame de consciência Método para examinar bem a consciência OS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS 1º Mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas 2º Mandamento: Não jurar seu Santo Nome em vão 3º Mandamento: Guardar domingos e festas de guarda 4º Mandamento: Honrar pai e mãe 4º Mandamento: Não matar 6° E 9° Mandamentos: Não pecar contra a castidade Não desejar a mulher do próximo 7º E 10º Mandamentos: Não furtar Não cobiçar as coisas alheias 8º Mandamento: Não levantar falso testemunho 9º Mandamento: Não desejar a mulher do próximo 10º Mandamento: Não cobiçar as coisas alheias OS PRECEITOS DA SANTA IGREJA Os pecados capitais A contrição e o bom propósito MEDITAÇÃO: AS QUATRO CONSIDERAÇÕES Primeira Consideração: o Túmulo Segunda Consideração: o céu Terceira consideração Quarta Consideração: o calvário Orações complementares Ato de contrição e bom propósito Ato de contrição mais breve Prática da Confissão Notas importantes ORAÇÕES PARA DEPOIS DA CONFISSÃO Ação de Graças Salmo 102 Renovação do bom propósito Oração a Maria Santíssima (para alcançar a perseverança) MÉTODO BREVE PARA O EXAME DE CONSCIÊNCIA Oração preparatória Exame de consciência Ato de contrição Botão 1:
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