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Gestão e Empreendedorismo (Educação Física) Professora Ma. Claudiana Marcela Siste Charal Professor Esp. Charles B. da Silva Araújo e Souza EduFatecie E D I T O R A Reitor Prof Ms. Diretor de Ensino Prof Ms. Diretor Financeiro Prof Diretor Administrativo Secretário Acadêmico Prof Coordenação Adjunta de Ensino Prof a Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof Coordenação Adjunta de Extensão Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Web Designer Revisão Textual e Diagramação UNIFATECIE Unidade 1 UNIFATECIE Unidade 2 ( UNIFATECIE Unidade 3 UNIFATECIE Unidade 4 www.unifatecie.edu.br/site/ As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock 20 by Editora EduFatecie Copyright do Texto © 20 Os autores Copyright © Edição 20 Editora EduFatecie o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a EQUIPE EXECUTIVA Editora-Chefe Prof Sbardeloto Tatiane Viturino de Oliveira André Dudatt www.unifatecie.edu.br/ editora-edufatecie edufatecie@fatecie.edu.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP C469g Charal, Claudiana Marcela Siste Gestão e empreendedorismo (Educação Física) / Claudiana Marcela Siste Charal, Araujo e Souza, Charles Bronne da Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 125 p. : il. Color. ISBN 978-65-87911-58-8 1. Marketing esportivo. 2. Esportes – Administração. 3. Inovações educacionais. I. Araujo e Souza, Charles Bronne da Silva. II. Centro Universitário UniFatecie. III. Núcleo de Educação a Distância. IV. Título. CDD : 23 ed. 796 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 AUTORES Claudiana Marcela Siste Charal ●Mestre em Promoção da Saúde no Envelhecimento Ativo (Unicesumar) ● Licenciatura Plena em Educação Física (CESUMAR) ● Especialista em Neuroaprendizagem (Unicesumar) ● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino A Distância (UniFCV) ● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e Inovação (Unicesumar) ● Tutora Pedagógica (UniFCV) ● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação (UniFCV) ● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE) ● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2019 até os dias atuais. ● Experiência em gestão e empreendimento de academia de 2003 a 2015. Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7940297809849482 Charles Bronne da Silva de Araujo e Souza ● Licenciatura em Educação Física (Universidade Estadual de Maringá -UEM) ● Especialista Em Metodologia do Ensino da Educação Física (Faculdade Eficaz) ● Tutor Pedagógico (UniFCV) ● Professor de Educação Física do Município de Paiçandu-PR Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/1597962657524439 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Livro: GESTÃO E EMPREENDEDORISMO Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal Professor Especialista Charles Bronne da Silva de Araujo e Souza Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de “Gestão e Empreendedorismo”, onde buscaremos conhecimentos sobre a gestão e empreendedorismo para auxiliar na identificação de oportunidades, resolução de problemas e investimento em projetos/ações positivas na área da Educação Física! Portanto, no decorrer desta apostila você estudará a gestão e o empreendedorismo desde o contexto mais amplo até por fim focarmos no esporte. Assim, a apostila foi dividida de maneira criteriosa em introdução, quatro unidades e conclusão, bem como sugestões de leitura complementar, livros e filmes, a fim de sustentar todo o conteúdo de forma a transmitir o máximo de conhecimento sobre essa temática. Na Unidade I, “Administração, Empreendedorismo E Marketing”, você tomará co- nhecimentos sobre conceitos gerais da administração, empreendedorismo e marketing e sua aplicabilidade no esporte, assim como as estratégias para o sucesso profissional. Na Unidade II, “Gestão Esportiva”, iremos explorar a gestão no contexto esportivo, desde o setor de gestão de pessoas, planejamento estratégico, plano de negócios, também abordaremos sobre modelos de gestão em alguns países, as TIC’s que estão sendo utili- zadas hoje no âmbito esportivo, as políticas públicas no esporte, assim como estruturas/ organizações do sistema esportivo brasileiro e gestão esportiva/clubes e instalações em espaços públicos e privados. Na Unidade III, “Projetos No Segmento Esportivo”, vamos iniciar a aprendizagem sobre como de fato é ser um gestor, vamos conceituar e caracterizar os projetos esportivos, assim como entender como se gerencia um projetos esportivos, quais as técnicas, como empreender, liderar, motivar, desenvolver e desempenhar este projeto. Após, iremos abordar sobre a organização, comercialização, capacitação de recursos e patrocínios para um evento esportivo e quais são as ética e responsabilidade social necessárias nas organizações. Na Unidade IV, “Foco No Esporte”, definitivamente colocar a “mão na massa”, vamos discorrer sobre a gestão de eventos no esporte, conceituando e apresentando os tipos de competição esportiva, bem como os sistemas de disputa, modelos de chaves e os regulamentos e códigos desportivos. Por fim, lembre-se caro(a) estudante com o conteúdo desta disciplina você está aumentando seu leque de conhecimento, rumo em direção à formação profissional em Educação Física, portanto, o texto apresentado não deve esgotar as probabilidades do pensar sobre os conteúdos apresentados. Dessa maneira, vamos iniciar nosso trabalho, e que a cada unidade você consiga refle- tir acerca das temáticas abordadas e lembre-se que este é apenas o início da sua caminhada. Bons estudos! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 7 Administração, Empreendedorismo e Marketing UNIDADE II ................................................................................................... 29 Gestão Esportiva UNIDADE III .................................................................................................. 60 Projetos no Segmento Esportivo UNIDADE IV .................................................................................................. 88 Foco no Esporte 4 Plano de Estudo: ● Conceitos: administração e empreendedorismo ● Administração e gerência aplicadas ao contexto esportivo ● Legislação empresarial ● Sucesso profissional e suas estratégias ● Marketing esportivo: conceituação, gestão, produtos e serviços Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar de forma generalizada os termos administração e empreendedorismo ● Compreender como a administração/gerência é aplicada ao contexto esportivo ● Apresentar a importância das legislações empresariais e alguns de seus benefícios ● Identificar quais são as estratégias do sucesso profissional como empreendedor, gestor, administrador, nos mais variados níveis de negócios ● Conceitualizar Marketing esportivo e a importância de sua gestão, identificando os produtos e os serviços oferecidos UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Professora Ma. Claudiana Marcela Siste Charal Professor Esp. Charles B. da Silva de Araujo e Souza 5UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing INTRODUÇÃO Olá, aluno(a), seja-vindo à primeira unidade da apostila de “Gestão e Empreen- dendorismo”! Estou muito feliz em poder compartilhar com vocês esse material no qual foi elaborado especialmente para contribuir em sua formação acadêmica. Provavelmente você já ouviu falar de Gestão e Empreendedorismo. Mas realmente entende para que serve? O por que de fato vem sendo tão importante em nossa sociedade? Principalmente no meio esportivo? Talvez sim, talvez não. Mas o fato é que eles estão mais presentes em nosso meio do que podemos ver e imaginar. Por isso proponho que este espaço seja compartilhado de aprendizagem e conhe- cimento,proporcionando a você ferramentas suficientes para desempenhar com sucesso sua carreira profissional. Nesta unidade você vai dar o primeiro passo a caminho desse mundo, pois você vai entender o conceito de administração e empreendedorismo, bem como esses são aplicados ao contexto esportivo. Além disso, como funciona no Brasil as legislações empre- sariais compreendendo quais os benefícios do empreendedor, conhecendo e entendendo estratégias importantes para que você tenha sucesso em sua carreira profissional. Além disso, iremos elencar os conceitos do marketing esportivo e a importância da gestão, bem como os produtos e os serviços que este oferece. Considerando a relevância desse estudo, para a disciplina Gestão e Empreendedo- rismo e para sua formação acadêmica, devido eles serem a base para que você possa atuar profissionalmente, espero que você aproveite ao máximo todo o conhecimento e conteúdo produzido, pois foi dedicado unicamente para você! Bons estudos! 6UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 1. CONCEITOS: ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO 1.1 Administração Quando falamos em administração, logo vem a ideia de planejamento, organização, direção e controle, esses são também pontos fundamentais da administração, porém sua essência vai muito muito além, administração, caracteriza uma governabilidade, gestão de uma organização/empresa de maneira que quando administrada seja através de um planejamento, organização, direção, e controle. Podemos dizer que a administração possui diversas características como aponta Montana e Charnov (2005), onde se trabalha através da participação de outras pessoas a fim de realizar objetivos estipulados pela organização/empresa e de seus colaboradores, ou seja, a administração possui um período de atividades interligadas, almejando alcançar resultados positivos, dispondo da utilização dos recursos físicos e materiais, além de incluir atividade de planejamento, organização, direção e controle. Seguindo as características da administração apontadas por Montana e Charnov (2005), identificamos que o planejamento mencionado, é relativo aos objetivos traçados para alcançar as metas, identificando e averiguando os recursos, este pode ter duração de meses até anos. A organização é o processo estruturado objetivando atingir resultados positivos do planejamento. A direção, é utilizado quando se faz necessário tomada de decisões, onde os objeti- vos e planejamentos são aperfeiçoados, e por fim temos o controle, este no qual é possível compreender todo o processo realizado até o momento, conduzir e distinguir os resultados alcançados, para que possa iniciar um novo ciclo (MONTANA E CHARNOV, 2005). 7UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Chiavenato (1996), afirma que existem diversos modelos de organizações, cada qual possui seu nível de influência, por exemplo, organização empresarial, organização política entre outras. O nível da organização estratégica é caracterizado pela figura do gestor e o nível tático, onde sua notoriedade está em manter o controle. As organizações formais, dispõem de uma ordem hierárquica com regras e padrões, devido às necessidades de se adequar por conta de um mundo empresarial cada vez mais competitivo. Já na origem latina, a palavra administração tem o significado de ad = direção para, tendência e minister = subordinação ou obediência, dessa maneira pode-se dizer que administração significa aquele que presta serviço a outro, ou ainda, administração pode ser definida como a ciência que estuda os principais problemas de uma empresa, a fim de aprimorar seu desempenho utilizando métodos de planejamento, organização, direção e controle. (Chiavenato, 1996). Podemos dizer que a administração é a gestão que atua e garante a sobrevivência de uma empresa, pois esta é responsável por verificar, operar, determinar prazos de uma empresa (SEBRAE, 2021). Administração é conceituada como a ciência social voltada para práticas adminis- trativas de uma organização, ou seja, o gerenciamento de recursos financeiros e humanos para atingir objetivos da empresa, onde tem como princípios básicos planejar, organizar, dirigir e controlar (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2021). Dessa maneira a administração conta com grandes desafios no qual pode impactar indiretamente ou diretamente o setor atuante, pois devido a diversos aspectos como tecno- lógicos, políticos, sociais, setoriais, econômicos se modificarem constantemente conduzem empresas a desafiarem estrategicamente em busca de sobrevivência através do sucesso em seus resultados (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2021). As funções atribuídas ao setor da administração incluem tomadas de decisões , negociações, estabelecimentos de metas, identificação e resolução de problemas, organi- zação de recursos e liderança de pessoas (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2021). Dessa maneira, pode-se dizer que a atuação do setor administrativo é essencial e eficaz em uma empresa, pois estuda conhecer o cenário no qual a mesma está inserida, os fatores que geram oportunidades para o sucesso, estabelecem aonde se quer chegar de acordo com os recursos investidos, bem como é de caráter administrativo conhecer os pontos positivos e negativos interno e externo das empresas assim como as ameaças existentes no ambiente externo, ou seja, este permite que independente das mudanças ocorrentes, a empresa alcançará o resultado almejado através de estratégias de negocia- ção, habilidade para tomada de decisões e boa observação das situações de forma global e sistêmica (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2021). 8UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 1.2 Empreendedorismo Podemos definir empreendedorismo como a capacidade de um indivíduo identificar os problemas e as oportunidades, assim desenvolver resultados, designando recursos na criação de algo benéfico para a sociedade, gerando mudanças concretas e efeitos no dia a dia das pessoas (SEBRAE, 2021). Joseph Schumpeter (1982), afirma que o empreendedorismo está associado de modo direto à inovação, e o empreendedor é o encarregado pelos novos projetos, por exemplo, introduzir recursos mais modernos, criar métodos, abrir novas organizações/ empresas ou mercados, etc., ou seja, o empreendedorismo, percebe e aproveita as opor- tunidades existentes no contexto dos negócios (SEBRAE, 2021). Muitos se questionam o que é de fato empreendedorismo devido atualmente o mesmo ser visto como opção de “carreira” pela falta de estabilidade e visão a longo prazo (SEBRAE, 2021). Embora este seja um assunto em pauta, o empreendedorismo ainda é foco de desconhecimento e confusão, pois o termo é interpretado de diferentes formas, para uns “empreendedor” é sinônimo de “empresário”, aquele que tem um negócio próprio, de prefe- rência inovador (SEBRAE, 2021). Podemos encontrar também aqueles que acreditam que empreendedorismo é uma postura exercida diante da vida. Seguindo este pensamento buscamos a origem da palavra empreendedor, de origem francesa que define como “alguém que se encarrega ou se compromete com um projeto ou atividade significante”, ou seja, inaugurar uma empresa entende-se como um projeto/atividade significativa na vida do indivíduo (SEBRAE, 2021). No início do século XX Schumpeter, um dos pioneiros do empreendedorismo o relacionou com à inovação, onde um produto após seu ciclo será substituído por novos produtos, por este motivo, muitos autores citam Schumpeter frequentemente, pois concor- dam com este raciocínio, e acreditam que no empreendedorismo é preciso dedicar-se, assumir riscos e receber recompensas de satisfação e independência financeira e pessoal (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2017). Portanto, o empreendedor é capaz de imaginar, desenvolver e realizar, partindo de um planejamento visando o futuro, onde permite-se definir condições favoráveis para estabilizar seu empreendimento (FILION, 1999). 9UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 2. ADMINISTRAÇÃOE GERÊNCIA APLICADAS AO CONTEXTO ESPORTIVO Para falarmos sobre conceitos e definições de gestão, administração, empreende- dorismo e marketing esportivo, é importante ressaltar que este estudo engloba conhecimen- tos multidisciplinares, que a partir dos anos sessenta foi exibido com maior consistência. Zouain e Pimenta (2003), afirma que os gestores esportivos são incumbidos de ati- vidades referentes ao conhecimento profissional sobre a ciência do esporte e as atividades em gerais além das suas áreas de atuação, e estes conhecimentos podem ser divididas em quatros categorias de relações empresariais: Atividades de Gerência geral, Gerência Organizacional, Gestão de informação e Ciência do Esporte e do Exercício. Em 1971, alguns estudos já apontavam que as indústrias esportivas destinadas à educação física, esporte e recreação já estavam em evolução, portanto, não reportavam-se temas como gestão ou administração esportiva (COSTA, 2011). Desde o século XIX a administração/gestão esportiva era uma atividade de apoio à Educação Física e ao esporte na Europa e nos EUA, era responsável pela liderança e organização do esporte, ética, marketing, comunicação, finanças, economia, negócios em contextos sociais, legislação e preparação profissional (NOLASCO et al., 2006). Importante ressaltar que existem muitas terminologias utilizadas para Gestão es- portiva, assim podemos muitas vezes ouvir, e vamos citar diversas vezes terminologias diferentes, porém segundo Bastos e Mazzei (2017) possuem o mesmo significado, algumas delas são: administração esportiva, gestão desportiva e gestão do esporte. 10UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Bastos e Mazzei (2017), afirmam que independente do cargo exercido pelo indiví- duo que desenvolve atividades administrativas (presidência, gerência, supervisão, direção, etc.) este é tido como gestor esportivo. Quando falamos em atividades esportivas ou físicas no geral, independente se con- duzidas para competições de alto nível, participação popular ocasional ou regular, práticas de lazer e de saúde, se estas respeitam um nível de organização, direção racional estamos nos referindo a gestão esportiva ou administração do esporte (NOLASCO et al., 2006; CÁRDENAS & FEUERSCHÜTTE, 2014). Dessa maneira podemos entender que Gestão no Esporte é uma área multidisci- plinar, onde a Ciências do Esporte e da Administração são as principais fonte de conhe- cimento, um através do conhecimento das práticas esportivas, necessidades para com o desempenho esportivo, individual, social, econômico e cultural de quem pratica, o outro pelos aspectos relacionados ao planejamento, estratégia, governança, finanças, recursos humanos, marketing, empreendedorismo, etc. (Commission on Sport Management Accre- ditation [COSMA], 2021). Assim, quando se administra algo referente ao esporte se faz necessário que o gestor domine demasiadamente o âmbito da prática, da atividade, do serviço, do produto esportivo, pois a gestão só se consolida através das características presentes no esporte, motivo este que o torna uma das maiores manifestações da humanidade (RUBIO, 2010). É comum encontrarmos erros estapafúrdios ao se tentar gerenciar o esporte, agin- do como se este fosse meramente uma empresa, ou seja, gerência sem compreender e respeitar suas características e peculiaridades. Infelizmente podemos ver hoje no Brasil, que quando um indivíduo procura uma carreira continuada em administração, gestão ou gerência esportiva, encontra-se diversos cursos de tecnólogo, porém, não se encontra cursos de graduação, mestrado ou doutorado específicos, assim é comum encontrarmos profissionais da Educação Física e do Esporte, a procura de cursos de especialização em Gestão de Esporte com a esperança de funda- mentar-se de maneira mais eficiente a fim de realizar as ações e decisões na empresas/ organizações em que atuam (MAZZEI; AMAYA e BASTOS, 2013). Quando dizemos que a busca pela eficiência nas tomadas de decisões e nas ações, estamos nos referindo como as metas e os objetivos traçados pela organização/empresa são alcançados, quais recursos foram utilizados para que fosse possível atingir as metas e objetivos propostos (CHIAVENATO, 2011). 11UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Para estar inserido no contexto da administração e/ou gerência no âmbito do es- porte, além das características necessárias como perfil, competências e profissionalismo, é indispensável para atuar como gestor, que este mantenha sua jornada de educação continuada, pois o mesmo deve possuir uma vasta vista de sua organização/empresa do futuro e do cenário atual no qual que está inserido. Existe uma vasta área de atuação para os profissionais que almejam entrar no mer- cado de trabalho no campo da gestão do esporte como programas esportivos, industriais, comunitários, recreativos, entidades sociais (ACM, SESC, SESI, SENAC, sindicatos etc.), mídias esportivas, centros de treinamento, clubes academias, federações, etc. (ZOUAIN E PIMENTA, 2003; REZENDE, 2000). Quando um indivíduo passa a empreender seu próprio negócio, ou são promovi- dos à cargos níveis superiores, independente de sua especialidade (médico, engenheiro, educadores, etc.), necessariamente se transformam em gestores, pois necessitam adquirir novas posturas, conhecimentos, competências, habilidades, para que possam desenvolver atividades exigidas pelo cargo e alcançar as metas estabelecidas pela organização/empre- sa, independente da complexidade das situações (FLEURY, 2002; FEUSTEL, 2004). Para poder ingressar no mercado segundo Zouain e Pimenta (2003), é necessário que o gestor esportivo tenha conhecimentos e vivência no esporte, do contrário o mesmo pode vir a sofrer resistência e até ser rejeitado neste ambiente. 12UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 3. LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL Em 1988 estabeleceu-se a ordem econômica através da Constituição Federal, esta foi fundada a partir da livre iniciativa e na relevância do trabalho humano, diante do cumprimento de diversos princípios, a ordem econômica assegura a todos uma existência digna através da ordem da justiça social (COMPARATO, 1996). No entanto, apenas um código constitucional não representa ser capaz de propor- cionar o desenvolvimento econômico necessário para as atividades empresariais, mesmo que este tenha como objetivo “desenvolvimento nacional” e a “erradicação da pobreza” (COMPARATO, 1996). Embora aparentemente imprecisos os princípios e fundamentos da ordem eco- nômica, estes estão diretamente ligados aos objetivos primordiais da República, onde o desenvolvimento ideal busca melhoria na qualidade de vida das pessoas, diminuindo a desigualdade social (COMPARATO, 1986). Quando falamos em legislação empresarial, nos deparamos com o termo “livre ini- ciativa”, este que por sua vez compreende-se pelo direito praticado pelo cidadão ao iniciar um negócio empresarial exercido por estabelecimentos privados, onde existe o direito de desenvolver qualquer atividade econômica direcionada a lucrar rendimentos com respon- sabilidade, pautada na Constituição e na lei (CARVALHOSA, 1972). Para que a atividade empresarial se desenvolva é necessário que a regulamentação dos princípios mencionados estabeleça interesses na organização empresarial, intervindo https://www.sinonimos.com.br/imprecisos/ 13UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing nas estruturas econômicas de modo estabelecer a inclusão e oportunidades para com os envolvidos. Assim, as declarações de interesses, serão guias para que as leis sejam apli- cadas, analisando os afetados pelo ato e os interesses de valores (CARVALHOSA, 1972). O Projeto de Lei (PL) no 1572/2011, apresentado como nova proposta pela Câmara de Deputados, é considerado irrelevante e desfavorável, mesmo que as relações do comér- cio requerem mudanças legislativas contínuas (PIKETTY, 2011). Masas mudanças realizadas no “novo” PL do Código Comercial não traz inovações quanto à evolução da legislação empresarial, ou seja, repetem diversos artigos, onde se esquecem da valorização do trabalho humano, reconhecendo a necessidade da empresa privada, colocando o lucro como fator principal de motivação da iniciativa privada e a impor- tância da proteção jurídica do investimento privado (PREBISH, 2000). No que cita a função social, novamente abrange o quesito desenvolvimento eco- nômico, social e cultural como sendo da comunidade, região e/ou do país (PORTUGAL, 2013). E para finalizar o último artigo do Código, se apresenta como sendo o suficiente para áreas relacionadas às atividades empresariais, onde o mesmo deixa impedido que outros princípios ou referências surjam neste âmbito (VEIGA, 2019). Ao falarmos em legislação empresarial é importante além de falarmos sobre Códi- gos, leis, citarmos sobre o desenvolvimento de políticas públicas, Santos e Olalde (2015), pois este envolve o estado, no qual pode operar sozinho ou em união com organizações governamentais ou privadas (FERNANDES SILVA et al., 2013; SILVEIRA et al., 2019). Quando o assunto são os pequenos empresários, podemos citar o Estatuto da Mi- croempresa, onde institui procedimentos diferentes, simples e que favorecem empresas de pequeno porte no que se refere ao domínio fiscal, seguridade social, ao trabalho, créditos e no desenvolvimento da empresa. (SILVEIRA et al., 2019). Nos últimos 30 anos, a lei Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte de de 07 de agosto de 2014, apontou o melhoramento no ambiente de negócios no âmbito dessas empresas, através da da concretização e a segurança de um tratamento diferente, no qual pudesse favorecer a mesma, objetivando seu desenvolvimento e for- talecimento, na pretensão de gerar rendas, oportunidades, redução da informalidade e inclusão social. Dessa maneira, Schwingel e Rizza (2013), mencionam que as mudanças realizadas na Lei mencionada, buscam elevar as ações de risco de pequenos empreende- dores, através do desenvolvimento de ideias criativas, gerando inovações, visto que esta é considerada fundamental para o desenvolvimento do país, pois auxilia na implantação de novos produtos e serviços no mercado (SILVEIRA et al., 2019). 14UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Não menos importante para nosso estudo, em 19 de dezembro de 2008, foi criada a Lei Complementar n. 128 denominada Lei do Empreendedor Individual ou Microem- preendedor Individual (MEI) na intenção de formalizar os trabalhadores anônimos, ou seja, aqueles trabalhadores que atuavam por conta própria, que por sua vez começaram a contribuir e receber de maneira mais fácil, por ser parte do mercado formal, os benefícios (SCHWINGEL E RIZZA, 2013; LOPES, 2012). O MEI é provido de diversos benefícios para os pequenos e médios empreendedo- res, no Portal do Empreendedor (2015), podemos encontrar alguns como: cobertura previ- denciária (auxílio doença, aposentadoria por idade, salário maternidade, pensão e auxílio reclusão); contratação de funcionário com custos baixos (registros com baixo custo, salário mínimo ou o piso da categoria); isenção de taxas para o registro da empresa (processos de formalização gratuito, pagamentos apenas de INSS, redução de tributos); ausência de burocracia e controle simplificado (ausência de burocracia, única declaração, limite no faturamento anual, serviço de contabilidade facultativo); compras e vendas em conjunto (formação de consórcios com o fim de realizar compras, associação de MEIs para a comer- cialização de produtos); emissão de alvará pela internet (atividades comerciais, industriais ou de serviços autorizados pela Prefeitura gratuito); serviços gratuitos (rede de empresas contábeis); acesso a novos mercados e serviços bancários (transações com mercados que exigem nota fiscal e a venda para o governo); linhas de crédito para empréstimos e financiamentos, acesso a serviços de pessoa jurídica); segurança jurídica (segurança jurídica para que as regras atuais não sejam alteradas) (SILVEIRA et al., 2019). 15UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 4. SUCESSO PROFISSIONAL E SUAS ESTRATÉGIAS Para que possamos ter sucesso em nossa jornada profissional como empreende- dor, gestor, administrador, nos mais variados níveis de negócios, se faz necessário adquirir habilidades que dividiu em três grupos, são elas: Técnicas - onde é necessário ter a habilida- des sobre conhecimentos qualificados e procedimentos particulares, podendo ser adquirido através da instrução; Humanas - onde a compreensão é fator importante para liderar com competência, pois é preciso interagir com pessoas e as atitudes; Conceituais - referem-se a conhecimentos gerais da instituição empregadora, ou seja, é fundamental inteirar sobre cada setor, suas competências, e o motivo de sua existência (SEBRAE, 2021). Na carreira profissional, o caminho é extenso, se faz necessário muito estudo con- tinuado e conhecimentos gerais e específicos, contato social, tão bem como bons projetos, planos e planejamentos de negócio, porém para se conquistar a carreira almejada como um empreendedor é necessário desenvolver algumas características relacionadas à personali- dade e ao talento, essas que podem ser consolidadas no decurso da vida, como otimismo; autoconfiança, coragem, persistência e resiliência (SEBRAE, 2021). Chiavenato (2011), vai mais adiante sobre o sucesso na profissão, afirmando que a imagem e o sucesso da organização/empresa depende de como se comportam as pessoas frente a mesma, e o desempenho depende do comportamento dos colaboradores, ou seja, a postura como você atua dentro da organização/empresa, vai direcionar você ao cargo de acordo no qual a empresa objetiva alcançar perante a sociedade. 16UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Lacombe (2012), menciona que os líderes devem possuir condições de exercer funcionalidades, deveres e responsabilidades, devem ser motivados, competentes, ter habi- lidades em intercalar objetivos pessoais e organizacionais, além de democrático, delegando não apenas tarefas e sim poderes a fim de estimular seus colaboradores, esses também são fundamentais para manter a organização/empresa no mercado (LACOMBE, 2012). Alguns profissionais da área da gestão apontam que organização e talento são a “cha- ve” para o sucesso, portanto, para que os resultados sejam expressivos é necessário que se entenda organização como: trabalho em equipe, liderança e planejamento (LACOMBE, 2012). Para Fleury (2002), além da formação acadêmica é necessário qualificações pes- soais para profissionais que atuam nessa área, como: 1) Agir - O que e por que se faz (julgar, escolher, decidir); 2) Mobilizar Recursos: Colaboração, mobilizar recursos, compe- tências; 3) Comunicar - Entender e transmitir informações; 4) Aprender - Conhecimentos, experiências, desenvolvimento; 5) Engajar E Comprometer - Empreendimento, dedicação, assumir riscos; 6) Assumir Responsabilidades - Agir assumindo as consequências; 7) Visão Estratégica - Conhecimento, entendimento da organização, identificando oportunidades. Os aprimoramentos profissionais mais procurados nos dias atuais são recorridos através de especializações (pós graduação – lato sensu), podendo também ser encontrado através de disciplinas específicas baseando-se em fundamentação teórica nos cursos de formação profissional (graduação). Porém, é evidente que a formação a nível curricular em termos administrativos é fundamentalmente fraca para os estudantes de Educação Física, pois embora importante ainda nos dias atuais existe falta de condições curriculares, levando a formação prioritaria- mente a nível de especialização quando o mesmo precisa operar como gestor esportivo. Assim é importante compreender então que além do conhecimento acadêmico, o profissional necessitaadquirir diferentes experiências profissionais, além de capacidades e habilidades específicas juntamente com as características pessoais, bem como interagir diante a organização/empresa, são de extrema importância para a definição de competên- cia (ZOUAIN E PIMENTA, 2003). Amaral e Bastos (2015), sugerem que o gestor esportivo deve dispor de algumas competências fundamentais e complexas para atuar na função, independente da atividade ou organização/empresa em que vai exercer o cargo, como por exemplo: possuir capaci- dade de julgar e lidar com políticas, dominar as ferramentas da administração, demonstrar habilidades e capacidades em coordenar pessoas e recursos em sua organização/empresa. 17UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 5. MARKETING ESPORTIVO: CONCEITUAÇÃO, GESTÃO, PRODUTOS E SERVIÇOS 5.1 Marketing esportivo - Conceito Rocha e Platt (2015), mostram que a palavra Marketing era apoiada na relação somente no que se referia a troca, conhecido na época também por escambo, este fato ge- rava desvinculação entre o comprador e vendedor, quando de fato surgiu o Marketing como é nos dias atuais proporcionou maiores vantagens às organizações/empresas envolvidas (VEIGA, 2019). Marketing derivou-se da palavra inglesa Markt = mercado, tornando-se muito utilizada no Brasil, porém muitas vezes de maneira/circunstâncias equivocadas (RICHERS, 2017). Como mencionado, ao falarmos em marketing, é necessário nos atentarmos, pois é comum confundir com diversas outras definições como propaganda, imagem, marca, publicidade, etc. Podemos definir Marketing segundo Kotler (1998) como o processo social e gerencial onde necessita-se criar, ofertar e trocar produtos de valores uns com os outros, ou seja, quando um indivíduo compra um produto, este devido ao produto satisfazer suas necessidades, está respondendo a um processo de marketing. Sandhusen (2003) define marketing como sistema eficiente e justo no qual dire- ciona o fluxo de bens e serviços de uma economia, ou seja, o sistema entre produtores e consumidores a fim de realizar os objetivos de uma sociedade. Para este autor, o marketing é capaz de aumentar os níveis de atividades de negócios, as oportunidades de investimento e ainda gerar emprego (VEIGA, 2019). 18UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Kotler e Keller (2012), explicam de forma simples o conceito de marketing, estes argumentam que a função principal do marketing é corresponder às necessidades e von- tades das pessoas com o objetivo de gerar renda. Já Fleury, Alejandro e Feldmann (2014), afirmam que marketing necessita ser uma ferramenta aplicada através de estratégias desenvolvidas aplicada a fim de beneficiar as partes envolvidas na relação e adquirir a lealdade do cliente por um período longo, ou seja, a empresa e o consumidor, o profissional responsável pelo marketing da organização deve desenvolver estratégias para fidelizar o cliente e manter a relação de preferência e confiança por um longo prazo. O Marketing esportivo surgiu devido a evolução do Marketing, onde o mesmo é utili- zado para assuntos referentes à patrocínio, estratégias no meio esportivo a fim de melhorar o desempenho e a maior obtenção de lucros (VEIGA, 2019). Marketing esportivo, segundo Signorelli (2020) pode ser referido como “heróis atléticos e suas habilidades”, pois neste ambiente esportivo encontramos duas variedades de marketing, o marketing esportivo, no qual encontramos a imagem do atleta atrelada a determinada marca e o esporte no marketing, quando marcas/empresas estão envolvidas com patrocínio apenas de equipes e/ou modalidades esportivas. Costa (2011), afirma que marketing esportivo indica uma transferência de formas variadas entre partes envolvidas, ou seja, existem as figuras patrocinador, investidor, o esporte propriamente dito, os autores (atletas) e os consumidores, assim todos ficam satis- feitos com as vendas e aquisição dos produtos oferecidos. Assim, podemos entender que Marketing Esportivo é a atividade caracterizada em contentar as necessidades e vontades dos consumidores no setor esportivo por meio do processo de troca, utilizando o esporte como meio para se relacionar/comunicar com o público de interesse (OLIVEIRA, 2016). O marketing esportivo também pode ser utilizado como um elo entre os indivíduos apaixonados pelo esporte e os colaboradores do esporte, assim, oferecendo assessoria neste relacionamento, além de ser oportuno em aumentar a popularidade das modalidades esportivas (GASPAR et al., 2014; VEIGA, 2019). Registros sobre o Marketing Esportivo surgiram no século XIX, com a ideia de John Wisden do Reino Unido, em patrocinar um almanaque sobre cricket, filiando sua marca de confecções masculinas (SIGNORELLI, 2020). Já MULLIN, HARDY & SUTTON (2004), registra que o marketing esportivo teve início a partir de 1921, quando, ao se encarregar da liderança na produção de tacos de 19UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing beisebol a empresa Hillerich & Bradsby (H & B) lançou um plano de marketing passando a possuir cada vez mais negócios. A partir daí, os norte-americanos começaram a aplicar mais na formação espor- tiva, apresentando o marketing esportivo como um formato competente no que se referia a potencialização da marca e no aumento da receita da organização/empresa (MULLIN, HARDY & SUTTON, 2004). Empresas que comercializavam artigos esportivos, foram as primeiras empresas a fazer e aproveitar a ideia do Marketing Esportivo, oferecendo para os atletas seus produtos para que os mesmos pudessem fazer o “lançamento” do produto e da marca, consequen- temente aumentava-se as vendas e os lucros (PRONI, 2010). Proni (2010), salienta que o Marketing Esportivo obteve a primeira transição quando a Adidas, interessada em ser a única fornecedora de artigos esportivos para federações, iniciou negociações milionárias para as federações. Nos dias atuais o Marketing Esportivo tem tido um crescimento consideravelmente importante, como o que aconteceu com o Marketing Tradicional no período após a Revo- lução Industrial, onde houve superprodução de bens, consequentemente o aumento da concorrência, isso se dá devido a utilidade de diferentes variedades dos bens de consumo no meio esportivo (SIQUEIRA, 2014). Siqueira (2014), esclarece que no esporte o consumo pelo marketing esportivo vem aumentando, pois surgem novos esportes gradativamente, aumentando salários dos atletas, e assim consequentemente exigem a necessidade de uma marca específica para que haja personalização dos concorrentes. O esporte tem grandes influências sobre pessoas e no mercado de negócios, onde é capaz de gerar bilhões a cada evento realizado, fazendo com que os atletas se tornem heróis, passando de gerações em gerações (SIGNORELLI, 2020). 5.2 Marketing esportivo - Gestão Como já vimos acima, Rocha e Bastos (2011) afirmam que gestão e marketing esportivo são conceitos e possuem funções distintas, o Marketing é somente uma das tarefas designadas para o gestor, assim como coordenar as atividades de produção. No que refere-se às relações das organizações/empresas e clientes o Marketing Esportivo possui ferramentas importantes de gestão, para que o sucesso almejado seja alcançado, é importante que o gestor responsável trabalhe na elaboração de estratégias, 20UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing de maneira que os serviços e produtos estejam disponíveis ao cliente de maneira eficiente e eficaz (KOTLER & ARMSTRONG, 1999; CHURCHILL & JUNIOR, 2013). Dentre outras coisas Araújo (2002), destaca que o Marketing Esportivo dispõe de alguns benefícios, esses que necessitam de planejamento, consequentemente de uma gestão competente para que se alcance de maneira eficiente, como maior reconhecimento do público; fortalecer a imagem corporativa; estabelecer o reconhecimento no mercado específico; adiantar/reagir a açõesda concorrência; confiar credibilidade à qualidade dos eventos, etc, ou seja, é através do marketing que se pode realizar um trabalho publicitário de importância. Santos (2014), sustenta a ideia de que a Gestão de Imagem Esportiva é uma ferra- menta importante no Marketing Esportivo, pois a imagem remete muito interesse no âmbito da “fama esportiva”, quando se tem um bom comportamento, boa postura, o impacto positivo auxilia na captação de patrocínios o que pode acarretar o triunfo na carreira desse profissional. O mesmo autor ainda afirma que devido aos tempos em que vivemos onde a tecnologia tem a capacidade de propagar de maneira acelerada desde a vida privada do atleta até os eventos, informações, etc., faz com que o marketing pessoal seja relevante para que se construa uma imagem positiva. Dessa forma, é importante ressaltar que a imagem pessoal no meio esportivo deve ter uma atenção redobrada, pois a dedicação no qual a imagem é tratada, pode ser a se- paração entre o sucesso e fracasso do indivíduo, em um mundo cada vez mais competitivo (TASCIN E SERVIDONI, 2005). A gestão de Imagem também se relaciona ao Marketing Pessoal, apresenta cinco ferramentas que ao serem utilizadas de maneira simultâneas, podem gerar resultados positivos e eficientes quando se tem o indivíduo como o produto de venda/propaganda, são eles: a aparência pessoal; higiene pessoal; conteúdo; postura física e comunicação (TASCIN E SERVIDONI, 2005). Na Gestão de Marketing Esportivo, muito se fala sobre branding pessoal, mas o que é isso? Qual sua função? Branding Pessoal, significa “marca pessoal”, e tem a função de promover uma marca, é a maneira como o atleta se coloca perante ao público, apresentando sua personalidade, missão e especialização, ou seja, o objetivo principal do branding pes- soal é edificar a imagem/marca pessoal com ênfase no mercado de negócios, gerando sua personalidade e habilidade, a fim de intensificar sua marca (SBCOACHING Group6, 2019). 21UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing 5.3 Marketing Esportivo - Serviços Os serviços oferecidos pelo Marketing esportivos são inúmeros, no entanto é neces- sário ter um profissional capacitado para a função, alguém gerador de opiniões, onde seja capaz de influenciar positivamente, pois este será a ligação entre o cliente e o patrocinador, clube esportivo e imprensa (LOPES, 2000) Para Teitelbaum (1997), a propaganda, publicidade e a promoção são as princi- pais linhas integradoras entre o marketing e o esporte, dessa maneira, utilizam dessas ferramentas para atingir positivamente a imagem da empresa, marca e/ou atleta diante do público alvo, a fim atrair a atenção dos anunciantes. O Marketing Esportivo é substancial, pois esse tem a função de não apenas de auxiliar o atleta em sua carreira de sucesso, o Marketing Esportivo segundo Costa (2011), é responsável pelos patrocínios, empresas de divulgação, comercialização e solidificação das marcas. O patrocínio objetiva-se na exposição da marca, interesse estratégico, associar a marca aos valores de um atleta/equipe, pelo financiamento, além de delinear estratégias. Os resultados alcançados são inúmeros, Teitelbaum (1997) cita: criação de identidade e reconhecimento da marca, aumento de vendas,proporcionando a fidelidade do público alvo, etc. (MULLIN, HARDY & SUTTON, 2004; TEITELBAUM, 1997). Outro fator importante atribuído ao Marketing Esportivo é a respeito da competitivida- de no esporte, dessa maneira, muito utilizado nesse ramo são as Mídias Sociais ou Digitais, divulgação dos produtos/marcas oferecidos e a fidelização do consumidor (Romão, 2007). 5.4 Marketing Esportivo: Produtos São diversos os produtos que o Marketing Esportivo pode oferecer à sociedade e aos negócios/empreendedorismo, podemos citar alguns mais comuns segundo Teitelbaum (1997), promoção de eventos e ações esportivas; licenciamentos e franquias; produção e venda de materiais esportivos, patrocínios de equipes distintas/atletas, promoções, etc. (MAYER, 2010). É de grande importância discorrer sobre os produtos esportivos, pois seu consumo é diferenciado, pois cada competições, esportes, desempenho, partidas tem suas carac- terísticas peculiares, e seu consumo geralmente inclui outros apetrechos, isso torna os produtos esportivos ser mais do que apenas produtos, pois o profissional do Marketing Esportivo não tem o controle sobre a disputa, tão pouco do produto (MULLIN, HARDY & SUTTON, 2004). 22UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing Algumas empresas muito conhecidas no mercado esportivo, no qual evidentemente o Marketing esportivo foi consolidado são: a Nike, líder devido a quantidade de equipes que utilizam a marca, além de vestir a seleção Brasileira e já foi mostrada em todos os continentes. A Adidas, é a segunda maior marca referente a números de atletas e a quinta relacionada a equipes patrocinadas. A marca Puma, vice-líder, com relação aos patrocínios de atletas individuais ocupa a quarta posição, tem destaque por ser patrocinadora da equipe da Jamaica e do velocista Usain Bolt, dentre outras (VEIGA, 2019). Muitos são os produtos oferecidos através do Marketing Esportivo, entendemos que a publicidade e a propaganda fazem parte desse meio, e estas podem ser encontradas através do marketing digital. SAIBA MAIS Você sabia que, de acordo com a Resolução nº 046/2002, Capítulo II - Do Campo e da Atividade Profissional, Art. 10, o profissional de Educação Física está apto a atuar nas áreas que envolvem a gestão e o empreendedorismo esportivo? O Profissional de Educação Física intervém segundo propósitos de prevenção, promo- ção, proteção, manutenção e reabilitação da saúde, da formação cultural e da reeduca- ção motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer e da gestão de empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas. (CONFET, 2002). REFLITA “A vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer. Vencer será a consequência da boa preparação”. Bernardinho (2011) 23UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da unidade I, e assim, podemos perceber o quanto iremos aprender com essa disciplina, até o momento entendemos os conceitos de administração, no qual está ligada diretamente a organização e estratégias a fim de atingir as metas esta- belecidas pela organização/empresa e o empreendedorismo que está associado aos meios de inovação e criação com o intuito de manter a organização/empresa visível na sociedade. A partir daí, caro(a) aluno(a), podemos nos aprofundar sobre Administração, Em- preendedorismo e Marketing, como visto a partir dos conceitos verificamos no tópico 2, sobre a Administração e gerência aplicadas ao contexto esportivo, onde podemos entender que é um campo da administração voltado área do esporte, é multidisciplinar, porém en- contra-se em crescimento, onde um fator importante a destacar é necessita de profissionais capacitados, e que a capacitação vai além do ensino superior (graduação). Sabendo que para atuar na área administrativa e gerência esportiva é necessário de indivíduos capacitados, no tópico 3, foi pontuados segundo a literatura como um admi- nistrador esportivo pode alcançar o sucesso profissional e quais são as estratégias. E por fim, não menos importante, finalizamos a unidade I estudando sobre Marke- ting esportivo apresentando os produtos e serviços que a ele competem, onde aprendemos que a este pode ser relacionado a uma marca, um atleta, uma empresa etc. e é responsável por fazer a relação entre a “empresa” e o cliente. 24UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing LEITURA COMPLEMENTAR MALGAREZI, G. H. A. Análise do Marketing Esportivo, imagem dos clubes e ima- gem dos atletas segundo a percepção dos torcedores de clubes de futebol. Trabalho de Conclusão de Curso. Caxias do Sul, 2019. SANTOS,M. M. Marketing Esportivo e Comportamento do Consumidor - A influên- cia das Imagens de Atletas no Endosso de Produtos em Relação a Intenção de Compra e Atitude à Marca. Trabalho de Conclusão de Curso. Brasília, 2018. VEIGA, F. S. Estruturalismo, Desenvolvimento e Legislação Comercial. Revista Jurídica, v. 02, n. 55, p. 157 - 176, Curitiba, 2019. ROCHA, C. M.; BASTOS, F. C. Gestão do Esporte: definindo a área. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, v.25, p. 91 - 103, São Paulo, dez. 2011. 25UNIDADE I Administração, Empreendedorismo e Marketing MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Marketing Esportivo Autores: Flávia da Cunha Bastos; Dilson José de Quadros Martins; Ricardo Gonçalves; Ary José Rocco Júnior; Ricardo João Sonoda Nunes. Editora: Intersaberes Edição: 1ª Edição Ano: 2021 Sinopse: Atualmente, vivemos em um mundo em que constante- mente emergem novas tecnologias de comunicação e, por isso, o esporte, ao ser entendido como comunicação, deve ser capaz de se adaptar a esse cenário. Desse modo, o marketing esportivo atua para que as organizações esportivas atinjam seus objetivos comunicativos sem que se percam em sua essência.Explore co- nosco o peculiar universo do marketing esportivo nestas páginas. Link: Biblioteca Virtual (bvirtual.com.br) FILME/VÍDEO Título: À procura da Felicidade Ano: 2006. Sinopse: Chris Gardner é um chefe e pai de família que enfrenta muitas dificuldades financeiras, vendendo aparelhos médicos que ninguém quer comprar por serem muito caros. Consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe remuneração pelos serviços prestados, porém, persiste pois acredita que poderá ser futuramente contratado. A mulher o abandona e ele é obrigado a tomar conta sozinho do filho de ape- nas cinco anos de idade. Em meio a todos os problemas, eles são despejados do apartamento onde vivem por falta de pagamento, e têm de dormir em metrôs, banheiros públicos e asilos. 26 Plano de Estudo: ● Conceituação de Gestão Esportiva e seus processos ● Gestão de Pessoas ● Planejamento Estratégico ● Modelos de Gestão Mundial ● Estrutura/Organização do Sistema Esportivo no Brasil ● Políticas Públicas no Esporte ● Plano de Negócio ● TIC’s no Esporte (Tecnologias de Informação e Comunicação) ● Gestão de Clubes e Instalações Esportivas ● Gestão Esportiva em espaço públicos e privados Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar Gestão Esportiva e apresentar seus processos ● Adquirir conhecimento sobre a área que tange Gestão de Pessoas ● Abranger conhecimentos sobre Planejamento Estratégico ● Identificar os Modelos de Gestão Mundial ● Analisar a Estrutura/Organização do Sistema Esportivo no Brasil. ● Estabelecer a importância das Políticas Públicas no Esporte ● Adquirir conhecimento sobre Planos de negócios ● Apresentar as Tecnologias de Informação e Comunicação envolvidas no esporte. ● Compreender Gestão de Clubes e apresentar as Instalações Esportivas ● Compreender Gestão esportiva em espaço públicos e privados UNIDADE II Gestão Esportiva Professora Ma. Claudiana Marcela Siste Charal Professor Esp. Charles B. da Silva de Araújo e Souza 27UNIDADE II Gestão Esportiva INTRODUÇÃO Olá aluno(a)! Iniciamos a Unidade II desta apostila e espero que estejam motivados para darmos continuidade a adquirir novos conhecimentos relacionados à Gestão e Em- preendedorismo Nesta unidade, vamos abordar conteúdos como gestão esportiva, seus processos e sobre os modelos de gestão mundial. Também iremos apresentar sobre planejamento estratégico, plano de negócio e gestão de pessoas. Transitando pelas Políticas públicas no esporte Estrutura/organização do sistema esportivo no Brasil, TIC’s (Tecnologia de informa- ção e Comunicação) no esporte Agora que você já sabe o que vai aprender nesta unidade, convido você, querido(a) aluno(a), a embarcar nessa viagem sobre gestão esportiva. Vamos lá?! 28UNIDADE II Gestão Esportiva 1. CONCEITUAÇÃO DE GESTÃO ESPORTIVA E SEUS PROCESSOS 1.1 Gestão esportiva A Educação Física abrange em sua esfera diversas áreas de conhecimento, ou seja, um profissional pode atuar em diversos campos, como academias de musculação, escolas de treinamentos esportivos, escolas/academias de ginástica, clínicas de personal training e pilates, dentre outras. Um setor que vem crescendo e sendo muito bem visto dentro do contexto da Educação Física é o da Gestão Esportiva, portanto, para que possamos entender melhor sobre este “novo” ramo, vamos discutir um pouco mais sobre gestão esportiva. A gestão no geral está relacionada a diversas áreas, como a administração, o marketing, a educação física, etc., e quando se fala em gestão esportiva, encontramos um meio mais restrito, pois embora também envolva áreas como turismo, hotéis, instalações, investimentos públicos, dentre outros, estes devem estar relacionados diretamente a dois elementos fundamentais: gestão e esporte (ZOUAIN E PIMENTA 2003). Rocha e Bastos (2011) é mais categórico ao afirmar que as organizações esportivas onde o gestor esportivo está apto a atuar podem ser clubes, academias/escolas esportivas, fábricas que produzem materiais esportivos, empresas de comunicação esportivas além de agências de assessoria para atletas. Dessa maneira podemos definir gestão esportiva como o ato de atingir os objetivos através de planejamento, direção e avaliação em empresas relacionadas ao esporte. Fer- 29UNIDADE II Gestão Esportiva raz (2010) complementa afirmando que os objetivos da gestão esportiva são o de promover atividades esportivas, além de disponibilizar serviços e produtos relacionados a este meio. Outra definição de gestão esportiva foi apresentada por Rocha e Bastos (2011), que apontam a gestão como empregar os elementos de gestão em organizações esportivas públicas ou privadas com ou sem fins lucrativos, entidades sociais com propósitos voltados ao esporte. Importante ressaltar que dentre o ambiente que compete o trabalho de gestão esportiva, muito se discute sobre o termo correto a ser utilizado para caracterizar esta aplicabilidade, alguns estudos mencionam este setor como administração esportiva, outros gestão esportiva e/ou gestão no esporte e ainda tem os que utilizam o termo marketing esportivo, justificando que o termo gestão e administração são sinônimos, como apresenta o dicionário da língua portuguesa. (CHELLADURAI, 2009; ROBBINS, 1997). Já marketing desportivo não faz parte da mesma esfera de administração e/ou gestão esportiva segundo Kotler & Armstrong (2009), pois os autores sustentam a idéia de que atividades relacionadas ao marketing esportivo como vimos na unidade I, é referente a um fragmento das demandas do gestor, onde é centrado no processo de troca entre produtor e consumidor. Diferente do marketing, a gestão engloba direção/coordenação das atividades de produção e marketing. Dentro do contexto da gestão esportiva, encontramos duas organizações atuantes na indústria esportiva, encontra-se de um lado as empresas onde o esporte é tido como atividade central, como: academias, escolas, times, confederações, federações, ligas, etc. Enquanto do outro lado, encontra-se às empresas que usufruem do esporte para que possam promover produtos e serviços, neste caso podemos citar as empresas fabricantes de materiais esportivos no geral, agências e emissoras de comunicação (AMORIM, 2018). Neste momento você deve estar se perguntando, como se trabalha com gestão es- portiva? O que devo fazer? Pois bem, Amorim (2018), relata que nem o curso de Educação Física nem mesmo Administração envolvem atividade física e gestão, talvez pela razão de ser nova e estar sendo descoberta por profissionais e instituições de ensino, no entanto, a Educação Física está presente na gestão esportiva. É visível o pouco conhecimento que se tem sobre o mercado de trabalho em termos de gestão esportiva, uma vez que as poucas universidades que desenvolvem esta área em forma de disciplina,portanto os alunos não estão preparados para atuar profissionalmente. Na mesma proporção, profissionais da área administrativa que possuem intenção em adotar este setor como profissão, devem entender a prática esportiva (AMORIM, 2013). 30UNIDADE II Gestão Esportiva Dessa maneira, podemos entender, de acordo com Amorim (2018), que: Gestores esportivos são os profissionais com liderança de cargos técnicos e/ou administrativos nas organizações ou projetos esportivos e de atividade física. São os coordenadores, supervisores, gestores e diretores esportivos. O gestor esportivo dispõe de alguns ofícios que estão de modo direto associado com ferramentas de planejamento, organização, liderança e controle, ou seja, para se atuar na gestão esportiva é necessário para a execução das tarefas exercidas que o profissional, mesmo que não entenda completamente, ter conhecimentos individuais dos procedimentos e ferramentas mencionados (AMORIM, 2013). O processo de gestão que compete ao profissional que irá atuar como gestor espor- tivo pode ser variável, porém, frequentemente a função deste profissional é relativamente ligada à: elaboração de projetos, estabelecimento de metas, estratégias e prazos, tomada de decisões, contratação e coordenação de pessoas, resolução de conflitos, definição de atividades, avaliação de desempenho, elaboração de relatórios, controle financeiro, compra de produtos e contratação de serviços, busca por patrocínio, venda de produtos, relaciona- mento e comunicação interna e externa, organização de eventos (AMORIM, 2018). 31UNIDADE II Gestão Esportiva 2. GESTÃO DE PESSOAS 2.1 Gestão de Pessoas Existem diversos pontos a serem considerados importantes para se discutir em meio ao assunto Gestão e Empreendedorismo, portanto caro(a) aluno(a), vamos abranger neste momento, uma área que embora seja mais voltado ao setor administrativo, é tão importante quanto qualquer outro assunto sobre Gestão e/ou Empreendimento esportivo, pois gestão de pessoas, não envolve somente o vínculo entre as pessoas da organização ou empresa, mas também as relações entre os processos. É importante ter o conhecimento de que não são apenas profissionais adminis- trativos do setor de Recursos Humanos (RH), responsável pela efetivação da gestão de pessoas, mas também funcionários, clientes e gestores, ou seja, a gestão de pessoas é a área responsável por administrar o capital humano das empresas (BIANCHI et al., 2017). Hoje em dia existem diversos desafios nas organizações em geral, não seria dife- rente quando falamos em organizações/empresas do ramo esportivo, pois esses desafios são necessários para sobreviver, moderar a vida pessoal com a profissional diariamente, mesmo que o lado profissional apropria-se da maior parte do tempo. Assim, o profissional depende do sucesso do pessoal e vice-versa, enquanto a organização/empresa, indepen- de de sua estrutura física, depende do indivíduo para fazer com que a empresa funcione devidamente, atingir seus objetivos, consequentemente obter os lucros estimados. (CHIA- VENATO, 1999a; MILKOVICH, 2000). 32UNIDADE II Gestão Esportiva Para Chiavenato (1999a), a função administrativa de RH é dedicada à: compras, treinamentos, avaliações, remunerações, gerenciamento de pessoas devido a suas ati- vidades voltadas para o recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. Para o autor os objetivos das atividades relacionadas a gestão de pessoas são: agregação, aplicação, recompensa, desenvolvimento e monitoração. Gil (2001), acredita que a função das atividades do setor de Gestão de Pessoas está relacionada ao suprimento/agregação, aplicação, compensação e/ou manutenção, desenvolvimento e/ou capacitação e por fim, porém não menos importante, o controle e/ou monitoração. Para Paula (1999), é fundamental criar programas centralizados nas pessoas, focan- do no aperfeiçoando a análise dos processos de agregação (recrutamento e seleção) e de capacitação (treinamento e desenvolvimento), além do desenvolvimento dos colaboradores. O Recrutamento é um trabalho que vem se tornado cada vez mais importante, pois quando há falhas, exige uma demanda maior de recursos, tempo, gastos efetivos, além de outros processos, as empresas selecionam candidatos do mesmo modo que indivíduos qua- lificados escolhem cargos nas quais almejam ocupar. (MOCSÁNYI, 2005; LUCENA, 1999). Para realizar o processo de seleção, Chiavenato (1999b) afirma que é necessário utilizar as informações obtidas dos pretendentes a vaga, objetivando adequar as particula- ridades às exigências da proposta de emprego. Então é importante ressaltar que o setor administrativo responsável pela Gestão de pessoas irá analisar os processos e as pessoas nesse contexto, assim esta será ou não selecionada na vaga, lembrando que a empresa será importante para sucesso profissional e pessoal tanto quanto o colaborador será importante para que a empresa alcance os resultados esperados. Para que “elo” se torne possível, algumas ações para que a decisão na hora da contratação após todo o processo já mencionado deve ser levado em conta, pois para que o indivíduo tenha o desempenho esperado pela empresa, este deve ter as competências bási- cas solicitadas, no qual são determinantes para a eficácia profissional. (MOCSÁNYI, 2005). Capinussú e Costa (1999), Morales (1997) e Paula (1999), mencionam que os co- nhecimentos, habilidades e características pessoais se complementam, permitindo assim levantar suposições sobre os valores que a pessoa poderá acrescentar à organização/ empresa, outros autores complementam como podemos observar na quadro a seguir: 33UNIDADE II Gestão Esportiva QUADRO 1 - COMPETÊNCIAS BÁSICAS “NECESSÁRIAS” PARA O COLABORADOR. Colaboradores no geral. “Acade- mias de grande porte.” Capinussú e Costa (1999) Os profissionais devem ser indi- cados por faculdades e univer- sidades, possuir currículos com muitas qualificações, ou apro- vação em provas públicas. Obs: geralmente é analisado conhe- cimentos nas áreas de conheci- mento em fisiologia, biomecâni- ca e anatomia. Supervisor / Coordenador “Academias de grande porte.” Capinussú e Costa (1999) Profissionais especializados em Administração Esportiva. Administração Esportiva Morales (1997); Paula (1999) Deve ter responsabilidade sobre as relações de subordinação, responsabilidade sobre os re- sultados esperados, indicadores e fatores de sucesso, sumário e detalhamento das atribuições, requisitos pessoais, físicos e qualidades técnicas desejadas, entre outras. Fonte: Quadro criado pela autora. No setor de gestão de pessoas algumas metodologias são utilizadas para a realiza- ção de suas tarefas diárias, como por exemplo: Técnicas de Seleção São formas de adquirir informações sobre como o candidato se comporta, o mo- mento para que seja estabelecido as informações necessárias do indivíduo, relacionando-o com o cargo. Dessa maneira a avaliação é o fundamento, é a troca de informações entre as avaliações e a decisão (CHIAVENATO,1999b). Processo De Capacitação Este tem como objetivo realizar treinamentos e desenvolvimentos de forma contí- nua para os colaboradores da empresa, de acordo com cada função e necessidades tanto do colaborador quanto da própria empresa (ROBBINS, 2002). Treinamento É o ato de aprimorar a performance do colaborador na empresa, objetivando incor- porá-lo ao grupo visando melhor desempenho da equipe no geral. Através do treinamento o colaborador é capaz de aprender e desenvolver novas habilidades, atitudes e comporta- mentos (ROBBINS, 2002). Desenvolvimento O desenvolvimento está relacionado ao trabalho realizado dentro da equipe, um ponto considerado importante no âmbito da Gestão de pessoas, pois através do trabalho em equipe a empresa desenvolve entre seus colaboradores habilidades pessoais como: empatia, afeição, afiliação, reconhecimento e valorização pessoal (ROBBINS, 2002). 34UNIDADE II Gestão Esportiva3. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Para Oliveira (2006), o planejamento estratégico deve ser estruturado em quatro fases: 1) Identificação da visão - Conceito do que a empresa busca e/ou quer ser para um futuro determinado; 2) Identificação dos valores - Princípios, ideias e crenças que irão nor- tear as decisões da organização; 3) Análise externa - Identificação a qual ambiente o clube está inserido, a fim de apontar as oportunidades e as ameaças e a quarta fase, 4) Análise interna - Apresenta os pontos forte e fracos da instituição, com o objetivo de potencializar as decisões da organização. Para Certo e Peter (2005), Planejamento estratégico pode ser definido como o ato de planejar/criar planos para que otimizem os métodos para que seja cumprido e alcançado os objetivos estabelecidos pela empresa/organização. O planejamento estratégico no contexto esportivo está relacionado ao processo de organização, elaboração, execução e a avaliação das empresas/organizações voltadas ao esporte, facilitando tomadas de decisões, auxiliando para que se atinja as metas e objetivos estabelecidos (ROCCO JÚNIOR, 2012; OLIVEIRA, 2006). Dessa maneira, algumas regras devem ser seguidas quando nos referimos a con- texto esportivo e planejamento estratégico, pois é necessário que a empresa/organização conheça e controle além do ambiente interno, o externo, e fatores específicos, ou seja, o contexto onde o mesmo se encontra inserido, para que assim o plano estratégico ocorra de maneira eficiente (OLIVEIRA, 2006). 35UNIDADE II Gestão Esportiva 4. MODELOS DE GESTÃO MUNDIAL A gestão no esporte surgiu devido a exigência de regularizar, padronizar e autenticar as atividades físicas (TUBINO, 1997).Portanto, caros(as) alunos(as) como já apresentamos no tópico I desta Unidade, gestão esportiva pode ser conceituada como ato de atingir os ob- jetivos através de planejamento, direção e avaliação, com objetivos de promover atividades esportivas, além de disponibilizar serviços e produtos relacionados a este meio (FERRAZ, 2010; ROCHA E BASTOS, 2011). Desse modo, para Sociedade Norte-Americana para Gerência do Esporte, gestão esportiva consiste em conhecimentos interdisciplinares relacionados à direção, liderança e organização, incluindo contextos como: comportamento, ética, marketing, comunicação, finanças, economia, negócios sociais, legislação e preparação profissional (COSTA, 2005). As escolas esportivas foram criadas através do processo de profissionalização e sistematização, onde o esporte era utilizado como mecanismo político, sobretudo entre o fim da Segunda Guerra Mundial no início da Guerra Fria, surgindo então quatro escolas denominadas: a escola saxônica (liberalismo absoluto), a escola socialista (dirigismo abso- luto), a escola européia-ocidental (misto das duas primeiras) e a escola asiática (indústria a sua base principal) (TUBINO, 1997; JANETTI, 2008). Bafero (1991), expõe que as organizações esportivas européias são realizadas através de clubes, em espaços voltados para o lazer, mesmo que a ideia de dar fama a atletas devido suas espetacularidades permaneça. Dessa maneira, entende-se que simu 36UNIDADE II Gestão Esportiva ltaneamente com a economia mundial o sistema esportivo envolve desde produção de mercadorias, grandes espetáculos, competições, sendo que a produção básica desses itens se encontram nos clubes. Porém, muitas vezes a gestão do esporte não é de respon- sabilidade do clube (PRONI, 2002). Nos Estados Unidos da América (EUA), a gestão esportiva é baseada em organiza- ções escolares, comunitárias e universitárias, sua política aposta no relacionamento entre o Estado (órgão regulador) e iniciativas privadas (clubes e federações). Assim, as atividades físicas e esportivas são estruturadas nas escolas e universidades, tão bem em algumas corporações, apenas ao tratar dos esportes profissionais devido possuir suas próprias or- ganizações, ligas, federações, etc. são trabalhados de maneira separada (PFISTER, 2003). Em Cuba, o governo financia e elabora os projetos e propostas do esporte, onde mesmo com incentivos de empresas/organizações privadas o mesmo possui o total con- trole, para este país o esporte é tido como fonte de trabalho e está relativamente ligado à saúde (ALVES e PIERANTI, 2007). Outro país muito importante a ser citado é a França, onde se tem um modelo de organização esportiva considerado correto. Neste país foi criado a Direção Nacional de Controle de Gestão (DNCG), que através de uma Comissão Independente responsável pela fiscalização do esporte - Comissão de Controle dos Clubes Profissionais, ligado ao governo francês, com o objetivo de ampliar o comprometimento e compromissos do estado no que se refere a gestão esportiva (FUTEBOL FINANCE, 2008). O esporte na Alemanha é baseado nos clubes. As empresas/organizações esporti- vas são de caráter autônomo, porém recebem apoio dos governos federais e/ou regionais através de subsídios, ou seja, caso os recursos financeiros do esporte de elite não forem suficientes, o governo encaminha o auxílio necessário (PFISTER, 2003; JANETTI, 2008). Devido a ser um país economicamente independente, na Austrália, existe uma mistura de instituições e iniciativas governamentais e não-governamentais diante do sis- tema esportivo. Os clubes são os mais incentivadores do esporte e possui uma grande porcentagem da população associada a este (JANETTI, 2008). No Brasil, país do futebol, a gestão esportiva possui qualidades de acordo com sua história e realidade, existem duas vertentes em gestão do esporte, uma voltada para Gestão em manifestações esportivas, com foco na educação, de participação e em esporte de rendimento, enquanto a outra visa gestão do Esporte relacionada a gerência de clubes, academias de fitness e/ou musculação, ou em assuntos particulares da “Indústria do Fute- bol”, devido a dominação deste em nossa cultura. Dessa maneira, algumas modalidades esportivas apresentam planejamentos mais profissionais desempenhando papéis marcan- tes no contexto econômico (MAZZEI; BASTOS, 2012). 37UNIDADE II Gestão Esportiva 5. ESTRUTURA/ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ESPORTIVO NO BRASIL Para falar sobre o Sistema Esportivo no Brasil, é importante entendermos como se deu o início de tudo. Em 1995, no Governo Fernando Henrique Cardoso, foi criado o Ministério Extraordinário do Esporte, no qual foi desfeito pouco tempo depois, em 1998. O esporte como Ministério, surgiu novamente em 1999, porém dividindo o espaço com turismo (Turismo e Esporte), no entanto esta situação durou até 2003, quando enfim iniciou sua “jornada” independente, perdurando até os dias de hoje (MAIA, 2012). Após todo o caminho percorrido pelo esporte até sua autonomia, em junho de 2004 foi realizada a I Conferência Nacional de Esporte e Lazer, com o objetivo de estabelecer discussão diante 8 eixos temáticos (Esporte e Alto Rendimento; Esporte Educacional; Fute- bol; Esporte, Lazer e Qualidade de Vida; Direito ao Esporte e ao Lazer; Esporte, Economia e Negócios; Esporte, Administração e Legislação; e Esporte e Conhecimento), com o intuito de reestruturar o sistema esportivo brasileiro, quanto à regulação e ao controle do Estado (I CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESPORTE E LAZER, 2004). Em maio de 2006, através do Ministério do Esporte, o Governo Federal convoca a II Conferência Nacional de Esporte e Lazer para tratar - unicamente - do tema Sistema Nacional de Esporte e do Lazer, onde foram debatidos os seguintes eixos temáticos: Estrutura (organi- zação, agentes e competências); Recursos Humanos e Formação; Gestão e Controle Social e Financiamento (II CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESPORTE E LAZER, 2006). 38UNIDADE II Gestão Esportiva A conclusão do documento registra que o Sistema Nacional de Esporte e Lazer tem a finalidade de estabelecer a Política Nacional do Esporte além de criar meios que assegurem a execução e acessibilidade da mesma em todosos âmbitos da federação, de- finindo os papéis das entidades, dirigentes do esporte e lazer, à partir daí foi criado setores específicos de Esporte e Lazer, desde os níveis estaduais e municipais (MAIA, 2012). A III Conferência Nacional de Esporte e Lazer, foi discutida em 06 de junho de 2010, a partir da edição da Carta de Brasília, cujo tema era: “Por um Time Chamado Brasil!”, essa conferência foi denominada “Plano Decenal de Esporte e Lazer” e os eixos temáticos a ser discutidos foram: Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016); Sistema Nacional de Esporte e Lazer; Formação e Valorização Profissional; Esporte, Lazer e Educação; Esporte, Saúde e Qualidade de Vida; 5) Ciência, Tecnologia e Inovação; 6) Esporte de Alto Rendi- mento; Futebol; Financiamento do Esporte; Infraestrutura Esportiva e Esporte e Economia (III CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESPORTE E LAZER, 2010) . Segundo Meira & Bastos (2011), no Brasil ainda não existe um modelo/sistema capaz de planejar a formação de atletas, mesmo existindo programas governamentais vol- tados à formação de atletas, assim como de confederações e federações de modalidades, estes aparentemente não se encontram conectados, não segue um modelo organizacional a fim de permitir um desenvolvimento ideal para os atletas. Dessa maneira, mesmo que nos últimos anos algumas medidas legais foram tomadas com o intuito de incentivar e fomentar o esporte, a responsabilidade com o desenvolvimento de atletas fica sobre a responsabilidade do Estado, clubes e a família. Ferreira (2012), defende que o funcionamento do sistema brasileiro ainda está longe do modelo ideal. O autor justifica seu apontamento devido o Brasil ter apenas o Ministério do Esporte (ME), no qual colabora somente com Comitê Olímpico Brasileiro (COB); haver mínima valorização do esporte de alto rendimento além do controle político ser secundário; instituições esportivas governamentais e não governamentais possuem apoio limitado e por fim as infraestruturas para o alto rendimento nacional recebem pouco investimento. Sabemos que quando se trata de incentivo, não precisamos citar sobre o futebol, pois o mesmo consegue incentivos próprios (BASTOS, 2011). 39UNIDADE II Gestão Esportiva SAIBA MAIS As leis de incentivo fiscal [...] são uma espécie de renúncia fiscal criada pelo poder pú- blico. Isto é, tem o objetivo de estimular o investimento, crescimento ou geração de em- pregos de um determinado setor, promovendo seu desenvolvimento social e econômico. Em resumo, o governo abre mão de recursos que receberia por meio de impostos. Des- sa forma gera incentivos para a cultura, o esporte, a saúde e o desenvolvimento social. Dessa forma, pessoas (pessoa física - P.F) e empresas (Pessoa Jurídica-P.J/CNPJ)po- dem destinar uma parte do imposto para projetos culturais, esportivos e sociais de sua preferência. Tais incentivos abrangem o âmbito federal - Imposto de Renda (IR) a pagar com base no Lucro Real, sendo que Pessoa Física - PF pode realizar doações de até 6% e Pessoa Jurídica CNPJ doação de até 9%; estadual - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e municipal - Imposto sobre serviços (ISS). De acordo com as empresas citadas abaixo são obrigadas a realizar a tributação do Lucro dessa forma com base no critério de faturamento, como exemplo: Bancos comerciais, bancos de investimentos ou de desenvolvimento Sociedades de crédito, financiamento e investimento Crédito imobiliário Corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio Distribuidora de títulos e valores mobiliários Cooperativas de crédito Empresas de seguro privado e capitalização Entidades de previdência privada aberta Empresas com lucros, rendimentos ou ganhos oriundos do exterior (multinacionais) Em síntese, as leis de incentivo tem caráter cultural, esportivo e social. Assim, para aten- der aos requisitos as doações devem ser realizadas diretamente a: Fundos do Idoso Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente Projetos de caráter cultural e artístico, autorizados pelo Ministério da Cultura Projetos desportivos e paradesportivos, autorizados pelo Ministério do Esporte Projetos executados por entidades que implementam o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, ou o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência – PRONAS/PCD Fonte: ASID - Ação Social para Igualdade das Diferenças. https://asidbrasil.org.br/br/ 40UNIDADE II Gestão Esportiva 6. POLÍTICAS PÚBLICAS NO ESPORTE Caros(as) alunos(as), quando falamos em políticas públicas logo relacionamos o assunto com atuação do poder público, e estamos corretos quando fazemos esta ligação. Ao se tratar de políticas públicas no esporte é preciso relacionar as atuações realizadas pelo poder público a esta esfera em específico (MEDEIROS, 2014). A prática desportiva assim como educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, pre- vidência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados, são direitos sociais, e fazem parte da constituição como especificado no art. 6° da carta magna de 1988 (MEDEIROS, 2014). A fim de inserir o esporte ao meio educacional, a Secretaria Nacional de Esporte Educacional em 2003 criou o programa Segundo Tempo com o propósito de populari- zar a prática e a cultura do esporte a fim de promover o desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, priorizando as áreas sociais mais vulneráveis de modo a formar cidadãos e melhorar a qualidade de vida dos mesmos. Desse mesmo modo, houve também a criação de outros programas de cunho socioeducativos, porém com menos amplitude e investimentos, como: Pintando a Cidadania (2003) e Programa Recreio nas Férias (2010) (ROSSETTO JUNIOR e BORIN, 2017). A Política Nacional do Esporte se estabelecia através do Ministério do Esporte, do Programa Esporte e Lazer na Cidade (PELC) e do Programa Segundo Tempo (PST). A Secretaria Nacional de Esporte de Alto-rendimento, se fez responsável pelas políticas do 41UNIDADE II Gestão Esportiva esporte profissional, pelos grandes eventos esportivos e ainda por projetos como: Programa Bolsa Atleta (2005), Rede CENESP (Centros de Excelência Esportiva) (2005), Olímpiadas Escolares (2005) e o Calendário Esportivo Nacional. Já a Secretaria Executiva, era res- ponsável pela Conferência Nacional do Esporte (2004), pela Lei de Incentivo ao Esporte (2006), Pintando a Liberdade (2003), a Praça da Juventude e pelas praças esportivas do Programa de Aceleração do Crescimento (2011) (ROSSETTO JUNIOR e BORIN, 2017). Atrelada com as políticas públicas do esporte o documento final da I Conferência atendeu fatores como: direitos sociais, compromisso de reversão do quadro de injustiça, exclusão e vulnerabilidade social, compreensão do esporte e o lazer como meios de solu- cionar ou desviar a atenção de problemas sociais e, também, sobre os aspectos positivos e negativos do esporte (ROSSETTO JUNIOR e BORIN, 2017). A II Conferência Nacional de Esporte - “Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer” (2006), teve como marco principal a decisão da proposta que subsidiou a Lei dos Incentivos ao Desporto, Lei n. 11.438, 2006, que vigorou até 2015 e renovada até 2022 pela Lei n. 13.155, 2015, que objetivava incentivar a prática esportiva, através da dedução fiscal de pessoas físicas e jurídicas, através de doações e/ou patrocínios para programas esportivos (CASTELAN, 2011; BRASIL, 2004). E com a III Conferência Nacional de Esporte (2010) - “Plano Decenal de Esporte e Lazer: 10 pontos em 10 anos para colocar o Brasil entre os 10 mais”, no qual tinha a intenção de definir objetivos e ações para o desenvolvimento esportivo Entre 2004 a 2011, embora não ter seguido as diretrizes, objetivos e as determina- ções das três Conferências, alguns programas foram contemplados nos PPAs, como: “Bra- sil no Esporte de Alto-rendimento”; “Esporte e Lazer da Cidade”; “Inclusão pelo Esporte”; “Vivência
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