Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
História da Arte Brasileira Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Sonia Leni Chamon Revisão Textual: Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca • A Riqueza do Barroco Litorâneo • O Rococó Mineiro: Originalidade e Brasilidade • Aleijadinho e Mestre Athaide • O Barroco Paulista de Frei Jesuíno e o Barroco-Clássico Carioca de Mestre Valentim • Conexões Contemporâneas: Adriana Varejão · Compreender o contexto social, econômico e religioso no qual a arte barroca se desenvolve no Brasil. · Analisar e refletir sobre a pluralidade estilística da arte barroca seja nas especificidades regionais, nas tipologias de materiais, nas lingua- gens artísticas ou nos artistas anônimos ou conhecidos. · Avaliar e valorizar o patrimônio barroco e seu diálogo com a contem- poraneidade. OBJETIVO DE APRENDIZADO O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca A Riqueza do Barroco Litorâneo O barroco que se estabelece no Brasil, introduzido pelos jesuítas, ainda no século XVII, e solidificado no território nacional durante o século XVIII, aproxima– se do barroco português e italiano, mas adapta-se às características brasileiras, tornando-se singular. Na verdade, esta é uma das mais belas características da arte barroca: sua possiblidade de moldar-se ao local e ao artista que o produz. Assim o barroco, assemelhando-se a uma estética geral, consegue deter elementos regionais na sua materialidade e expressividade que o tornam único e verdadeiro. Sendo implementado nas colônias europeias do século XVII, possibilitou que, em cada uma, elementos autóctones se manifestassem, minimizando, pela arte, a opressão da hegemonia cultural imposta pelas metrópoles. O conceito de hegemonia cultural deriva das teorias do marxista Antônio Gramsci, nas quais demonstra como classes ou nações dominantes oprimem seus dominados, utilizando recursos como mídias, educação e aparatos culturais. Podemos estender o termo para um certo tipo de opressão das metrópoles sobre as colônias no qual a sua estética artística é imposta como referência, esvaziando a cultura local de importância ou qualidade. É complexa e sutil a forma como as colônias transgrediram esse sistema. A maleabilidade da arte barroca possibilitou que isso acontecesse de várias formas. Pesquise a visualidade do barroco no México, nas Filipinas, ou na China e perceba as essência do local impregnada nas formas artísticas. Ex pl or Na Europa, a arte barroca ligada ao catolicismo é um dos instrumentos dos programas da Contrarreforma empreendidos desde o século XVI, no Concílio de Trento. Determinações como o fim do liberalismo na arte, severa supervisão teológica na forma de representação sagrada, proibição de temáticas mitológicas, cobertura ou destruição de nus vistos como ofensa ao pudor – fizerem deste um período artisticamente censurado. Por outro lado, a Igreja efetivou a propagação do catolicismo por meio da arte (Hauser,1982), possibilitando a utilização das linguagens artísticas como instrumentos de encantamento e enlevo, renovação e fidelidade na fé católica. Neste contexto, a arquitetura religiosa desenvolve-se plenamente na Itália, tornando-se a referência estilística. Os arquitetos Gian Lorenzo Bernini e Francesco Borromini criam obras primas, fartamente copiadas, nas quais a dramaticidade barroca se materializa. Plantas complexas, elementos rítmicos e curvilíneos nas fachadas e interiores, capelas laterais em toda a extensão das igrejas, efeitos de iluminação e recursos cenográficos de aspectos teatrais e preenchimento total das paredes e tetos com ricas e detalhadas ornamentações, entalhes, dourações, pinturas e esculturas são símbolos de fé e êxtase religioso, de riqueza e Lembre-se destas características quando estudar o estilo pré- modernista neocolonial, no século XX, que busca resgatar a identidade nacional com elementos da arquitetura colonial. 8 9 “acima de tudo, de manifestações sensíveis do poder da Igreja (...) cuja fé fora reconhecida em escala planetária nos três outros continen- tes então conhecidos, a América, a Ásia e a África.” (OLIVEIRA; BAR- CINSKI, 2015, p.108) Bernini e Borromini são os dois mais importantes arquitetos do barroco romano, con- temporâneos e rivais. Não deixe de estudar a obra dos dois antes de ir à Roma; não só é extraordinário conhecer suas obras magnífi cas, mas também perceber os “diálogos” e as “alfi netadas” que as obras de ambos deixam entrever. Ex pl or Estas características chegam tardiamente à Portugal e às suas colônias. Apesar de ter as ordens religiosas (beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesuítas) como introdutoras da arquitetura religiosa no Brasil, com o maneirismo e o início do barroco, é com as associações leigas que a arte barroca se manifesta em total esplendor. Confrarias, irmandades e ordens terceiras patrocinam construções, decorações e imaginária de grande vulto. Nas cidades litorâneas, locais de intercâmbio comercial e cultural, a riqueza barroca aproxima-se da opulência deste estilo na Itália. A utilização da talha dourada, as policromias em tetos e paredes e o uso de azulejaria branca e azul aparecem no final do século XVII em igrejas. A Capela Dourada de Recife (fig. 1) é a pioneira neste estilo, o qual tem no esplendor da ornamentação interna um contraponto à fachada maneirista de planta retangular. Figura 1 – CAPELA DOURADA, Recife, PE. Foto: Sol pulquério/PCR Fonte: Wikimedia Commons Confrarias, irmandades e ordens terceiras são associações religiosas feitas por pessoas que não fi zeram voto clerical, são leigos. Ligam-se por afi nidades, como profi ssões, raça, devoção a um santo, ou ainda a uma ordem religiosa (caso das ordens terceiras). Talha dourada: peças ornamentais feitas em madeira talhada, isto é, esculpida e posterior- mente revestida por folhas de ouro ou policromias. O tipo de forma e de colorismo segue os estilos gerais – estilo nacional, joanino e rococó. Ex pl or 9 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca No Rio deJaneiro, o Mosteiro de São Bento (fig. 2), de arquitetura maneirista de Francisco Frias de Mesquita, tem em seu interior a riqueza barroca (fig. 3). Construído entre 1633 e 1691, tem talha dourada em todo o seu interior, fazendo praticamente desaparecer a estrutura arquitetônica sob o conjunto de anjos, folhas e pássaros folheados a ouro dos relevos das talhas e da densidade das pinturas. Figura 2 – MOSTEIRO DE SÃO BENTO, Rio de Janeiro, RJ. Fachada Fonte: Wikimedia Commons Figura 3 – MOSTEIRO DE SÃO BENTO, Rio de Janeiro, RJ. Interior Fonte: Wikimedia Commons A exuberância interna, que provoca uma sensação inequívoca de êxtase em quem adentra, contrasta com a sobriedade das fachadas retas deste período. Isso é analisado por Myriam Ribeiro de Oliveira: 10 11 E aqui temos um dado importante: intencionalmente buscado, esse contraste entre simplicidade externa e opulência interna é uma das chaves para a compreensão do barroco luso-brasileiro e sua apreciação estética. Neste contexto, o ato de transpor a porta de entrada de uma igreja brasileira datada da fase áurea do barroco produz em geral uma sensação de surpresa e maravilhamento. Num ambiente de meia penumbra (...) uma profusão de formas de contornos imprecisos são sugeridas, mais do que reveladas, pelos reflexos colorísticos e luminosos, produzidos simultaneamente pela irradiação do ouro da talha, pelas cores quentes das pinturas do teto e dos quadros da parede e pelo brilho metálico dos azulejos, jogando sobre alternâncias de azul e branco. (OLIVEIRA; BARCINSKI, 2015, p.112) Cabe aqui diferenciar dois estilos de interiores barrocos brasileiros: o estilo nacional português e o estilo joanino. O primeiro, empregado até cerca de 1730, caracteriza-se pelo uso intensivo de retábulos, painéis e forros em caixotões, colunas interligadas por arcos plenos, recobertas integralmente por relevos de fênix, anjinhos, videiras e folhas de acanto dourados – a já citada Capela Dourada de Recife (fig. 1) é um exemplo deste estilo. De forte influência do barroco italiano, o estilo joanino – ligado ao monarca português D. João V – utiliza-se de esculturas integradas às talhas douradas, baldaquinos e colunas salomônicas e os tetos são pintados em perspectivas ilusionistas, no lugar dos caixotões. A Igreja da Penitência (fig. 4), no Rio de Janeiro apresenta a decoração joanina e o forro da nave da Igreja da Conceição da Praia (fig. 5), em Salvador, é pintado pelo maior expoente deste gênero de pintura, José Joaquim da Rocha. Aqui já percebemos o efeito de “aparição celestial”, como se o telhado da igreja tivesse sido retirado e observamos o paraíso in loco. As pinturas de teto em perspectiva tiveram seguidores em Pernambuco (João de Deus Sepúlveda) e em Minas Gerais (José Soares de Araújo). Figura 4 – IGREJA DA PENITÊNCIA, Rio de Janeiro, RJ. Interior Fonte: Wikimedia Commons 11 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Figura 5 – José Joaquim da Rocha. Forro da nave da IGREJA DA CONCEIÇÃO DA PRAIA, Salvador, BA Fonte: Wikimedia Commons Talha dourada: peças ornamentais feitas em madeira talhada, isto é, esculpida e posterior- mente revestida por folhas de ouro ou policromias. O tipo de forma e de colorismo segue os estilos gerais – estilo nacional, joanino e rococó. Retábulos: estrutura que ocupa um altar, apresentando em pintura ou escultura, a imagem dos santos padroeiros. Painéis: pinturas que ocupam paredes, retábulos ou forros das igrejas. Forros em caixotão: tetos divididos em painéis pictóricos, normalmente emoldurados de talha dourada. Ex pl or 12 13 Uma das obras mais impactantes de azulejaria barroca é o painel do claustro do Convento de São Francisco, em Salvador, datado de 1752. São 37 painéis utilizados para auxiliar na meditação sobre os valores cristãos, porém utilizando-se de imagens da mitologia greco- romana. A representação de molduras e colunas ornamentais são típicas do período joanino. Observe um dos painéis intitulado A certeza da morte. (fi g. 6). Aqui, vemos a Morte entregando uma moeda para cada pessoa da fi la entregar ao barqueiro Caronte (fi gura mitológica). Na fi la, todas as classes sociais estão representadas. Ex pl or Figura 6 – A CERTEZA DA MORTE. Painel de azulejos do claustro do Convento de São Francisco, Salvador. BA Fonte: Unesp.br Após as edificações maneiristas, cujo rigor formal contrastava-se com as de- corações dos interiores, iniciou-se, na terceira década do século XVIII, a cons- trução de naves poligonais e de plantas em elipses entrelaçadas. Este período é paralelo ao estilo joanino das decorações, mas raramente temos construções completas – fachada, planta e ornamentação – do mesmo estilo. A Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (fig. 7), no Rio de Janeiro, 1739, é um exemplo de traçado poligonal. 13 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Figura 7 – IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO, Rio de janeiro, RJ. Fachada Fonte: Wikimedia Commons A já demolida São Pedro dos Clérigos (fig. 8), de 1732, também no Rio de Janeiro, apresentava complexa planta curvilínea, traçado que chegou a influenciar, mais tarde, o rococó. Figura 8 – IGREJA DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS, Rio de Janeiro, RJ. Foto de Marc Ferrez Fonte: Wikimedia Commons 14 15 A riqueza das cidades litorâneas, e seu estreito comércio e comunicação com a metrópole, possibilitou o grande desenvolvimento da produção de bens diversos, inclusive os artísticos. Imagens religiosas começam a ser produzidas em oficinas ur- banas, encabeçadas por artistas que contavam com grande quantidade de artífices, pintores, douradores, encarnadores, ourives, cabeleireiros, costureiras e escultores de olhos de vidro. A responsabilidade do trabalho final era do mestre escultor, po- rém estes não assinavam ou marcavam suas peças, dificultando, muitas vezes, a precisão da autoria. As características gerais das esculturas religiosas do século XVIII são a fisionomia e a gestualidade expressivas, os planejamentos e a composição da peça com forte ritmo visual, uso de policromia, encarnação e douração. Importantes obras anônimas (fig.9) e artistas renomados, como Francisco Xavier de Brito (___- 1751) (fig. 10) e Manuel Inácio da Costa (1762-1857), que atuou principalmente na Bahia. Figura 9 – Autor desconhecido. Nossa senhora da Conceição. Madeira policromada. Século XVIII. Procedência: Vale do Paraíba, SP Fonte: Museu de Arte Sacra de São Paulo Figura 10 Atribuído a Francisco Xavier de Brito. Santa Maria Madalena. Madeira policromada Século XVIII. Minas Gerais Fonte: Museu de Arte Sacra de São Paulo Policromia: uso de diversas cores sobre uma superfície, com uso de tintas e técnicas específi cas. Encarnação: pintura imitando a pele humana nas estátuas. Douração: acabamento de superfícies lisas ou entalhadas com fi nas folhas de ouro aderidas com mordentes ou vernizes. Ex pl or 15 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Imagens de roca: São estátuas próprias para serem transportadas em procissões, normal- mente em andores, mas podendo ser até em cavalos. Também chamadas “de vestir”, têm cabeças, braços e pés completamente detalhados, mas o tronco é quase sempre reduzido a uma armação de madeira que é vestida com roupas de tecido nas procissões. Ex pl or O Rococó Mineiro: Originalidade e Brasilidade O século XVIII ficou conhecido como o século de ouro do barroco brasileiro. Mas a referência ao metal não é apenas pela valorização ao estilo, mas também pela intensa exploração e comercialização deste minério pela metrópole portuguesa. “... o ouro do Brasil que, (...), traduzia naquele tempo a maior massa aurífera explorada e produzida após a queda de Roma”. (Simonsen, 2015; p. 314). Diferente da cana-de-açúcar (base econômica do ciclo anterior) que não gerava cidades, por ser latifundiária por excelência, a produção aurífera promoveu diversos incremento na paisagem e na sociedade colonial.Instigados pela coroa, os bandeirantes paulistas adentraram o território nacional em busca de jazidas. Em Goiás, Mato Grosso e, principalmente, Minas Gerais, foram abertas estradas e edificadas vilas e cidades; movimentou-se a economia e ampliou-se, de forma extraordinária, a produção artística das regiões do interior do país. A mineração brasileira impulsionou o progresso mundial, fomentou a industriali- zação inglesa, gerou um século de fartura à Coroa Portuguesa. Centenas de milha- res de escravos trabalharam na retirada e no transporte de minérios, na edificação das cidades e na produção artística – a arte barroca brasileira tem mãos negras e mulatas em sua feitura. O Ciclo do Ouro da economia colonial teve seu apogeu por volta de 1760, declinando rapidamente com o fim do século. A arte barroca, plenamente desenvolvida no litoral, estende-se ao interior, gerando especificidades que dinamizaram o estilo, intensificando sua identidade nacional. Ouro Preto e Mariana foram as principais cidades desta região aurífera: Ouro Preto, capital política e administrativa, Mariana, capital religiosa. Vocações paralelas de centros de poder na antiga região das minas do ouro e em contínua emulação na obtenção de títulos e de regalias. Se Mariana foi a primeira vila e cidade da região das minas e sede do bispado desde 1745, Ouro Preto foi a capital nos períodos colonial e imperial, supremacia que perdeu na era republicana com a construção da nova capital, Belo Horizonte. (OLIVEIRA e CAMPOS, 2010, p. 13) 16 17 Em ambas o barroco foi instaurado, nas igrejinhas e nas capelas primitivas construídas pelos próprios paulistas mineradores, com formas, materiais e tipologias variadas, de acordo com as possibilidades imediatas. Mas é nas igrejas matrizes que o barroco similar ao litorâneo, se estabelece. São construções de grandes dimensões e, neste estilo, têm a fachada simples e geométrica da tradição maneirista que persistiu, com plantas de base retangular, nave única, fachadas com duas torres de formato retilíneo, técnicas construtivas simples, ainda sem uso de pedra. Esta simplicidade entra em contraste com o requinte da decoração interna. Retábulos totalmente dourados e uso de colunas salomônicas, capelas laterais com tribunas na parte superior (única parte com bancos, utilizada apenas pelas famílias ricas) e luz artificial dando ênfase à penumbra e ao contraste de luz e sombra, como podemos observar nas matrizes de Nossa Senhora do Pilar (fig. 11) e Nossa Senhora da Conceição, em Vila Rica de Albuquerque (primeiro nome de Ouro Preto) e na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo (atual Mariana). A talha da capela-mor da Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi executada pelo já citado Francisco Xavier de Brito e é considerada uma das obras-primas do gênero, pelo uso criativo do entalhe de figura humana e marcação da arquitetura (fig. 12). As construções da região de Minas Gerais praticamente não utilizaram azulejaria, em função da inviabilidade de transporte para o interior. Pinturas de teto e de painéis, as ricas talhas e o retábulo do altar mor – zona de maior luminosidade, colunas salomônicas, degraus com o trono acima e imagem de santos padroeiros – dirigem o olhar do fiel, causando a impressão geral de emoção e de dramaticidade. Figura 11 – MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO PILAR em Ouro Preto, MG. Decoração interna Fonte: Wikimedia Commons 17 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Figura 12 – Francisco Xavier de Brito. Detalhe da talha da capela mor da MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO PILAR, em Ouro Preto Fonte: Wikimedia Commons Mas são do estilo rococó as manifestações artísticas mais originais de Minas Gerais, quiçá do Brasil ou mesmo do império luso-brasileiro – na arquitetura religiosa, decorações internas, escultura e pintura. O rococó desenvolveu-se na França, a partir de 1730. Estilo essencialmente aristocrático, não foi a princípio utilizado na arquitetura religiosa italiana ou portuguesa, por ser considerado pueril. Na Europa Central foi utilizado amplamente e com resultados primorosos, resultados estes que chegaram à Minas Gerais através de cartões e de miniatura, sendo copiados e adaptados posteriormente. Nos ambientes em estilo rococó, a decoração é mais leve, ornatos dourados (ramalhetes de flores e rocailles – forma concheados) são intercalados com fundos brancos ou em tons pastéis, a dramaticidade do barroco dá lugar a formas contidas, elegantes e mais equilibradas, privilegiando-se a luz natural e suave. As especificidades do rococó, em comparação ao barroco, só foram determinadas na década de 60 do século XX. É portanto compreensível que tenha sido cunhado o termo “barroco mineiro”, ainda hoje bastante usado. Intelectuais modernistas, nos anos 20, ansiosos por uma arte com forte identidade nacional, observaram nas obras de arte mineiras essa originalidade tão desejada. 18 19 Construídas e geridas pelas irmandades (as ordens religiosas foram proibidas nas regiões mineiras, pela coroa) as igrejas também tiveram modificações na arquitetura. Fachadas sinuosas e torres arredondadas são utilizadas em igrejas como na do Carmo (fig. 13), em Ouro Preto de São Francisco, em São João Del Rei. Figura 13 – IGREJA NOSSA SENHORA DO CARMO, Ouro Preto, MG. Fachada Fonte: Wikimedia Commons É na igreja de São Francisco (figs. 14 e 15) que a originalidade do rococó mineiro se dá plenamente. Observe a elegante fachada com torres arredondadas, as meias colunas em pedra mineira e o frontispício escultórico em pedra sabão do gênio Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). Sobre a portada, analisa Myriam A. R. de Oliveira (BARCINSKY, 2015): ...destaca-se das demais pelas proporções e pela audácia inventiva do desenho assimétrico, como demonstra, entre outros aspectos, o inusitado posicionamento das asas de serafins das laterais. Observe-se que, com a amplificação da composição da portada, estendida visualmente aos relevos que fecham o óculo, o Aleijadinho imprimiu sua marca pessoal à fachada desta igreja excepcional e repetiu a mesma façanha na decoração interna, na qual trabalharia por cerca de vinte anos. 19 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Figura 14 – IGREJA DE SÃO FRANCISCO, Ouro Preto, MG. Fachada Fonte: Wikimedia Commons Figura 15 – Retábulo da IGREJA DE SÃO FRANCISCO, Ouro Preto, MG Fonte: Wikimedia Commons A grande beleza da decoração rococó se dá com a perfeita integração entre a talha do púlpito, o retábulo do altar mor e as pinturas, tanto parietais como do forro – a igreja de São Francisco, em Ouro Preto é uma das obras-primas do estilo. Aleijadinho produz uma ornamentação escultórica no retábulo, detalhamento ini- ciado no barroco joanino e que atinge o ápice criativo no rococó com este artista. O uso singular da pedra sabão, típica da região, nos ornamentos internos e exter- nos das igrejas, também dão o tom original ao rococó mineiro. Não é à toa que o estado de Minas Gerais detém importantes Patrimônios Históricos e Culturais da Humanidade, determinados pela UNESCO: a cidade histórica de Ouro Preto; o centro histórico de Diamantina e o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos – são os patrimônios pertencentes ao século XVIII. Explore os Patrimônios da Humanidade localizados no Brasil no site da UNESCO: https://goo.gl/VOUQh9Ex pl or 20 21 Aleijadinho e Mestre Athaide Não há como exagerar a importância de Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho) para a arte brasileira e mundial. Inúmeros biógrafos, estudiosos e historiadores pesquisaram e escreveram sobre este artista, gerando dúvidas sobre todos os aspectos de sua biografia, desde sua origem, autoria real de cada obra até sua própria existência. Estima-se que nasceu e cresceu em Ouro Preto, filho do arquiteto português Ma- noel Francisco Lisboa com uma escrava. Teve educação e formação que o prepa- rou para as atividadesde arquitetura, de entalhe, de carpintaria e, principalmente, de escultura – arte em que se destacou. Produziu intensamente, mesmo afetado por uma doença degenerativa que o deformou com maior ênfase nas mãos e nos pés. É popularizada a sua imagem de sobre humano esforço para entalhar e esculpir, tendo as ferramentas atadas aos punhos por ajudantes. Suas obras abrangem a arquitetura – as igrejas de São Francisco e de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto; talha – retábulos das igrejas de São Francisco em São João Del Rei e em Ouro Preto e de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto; esculturas – conjunto de esculturas do Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo e inúmeras obras espalhadas em igrejas, museus e coleções particulares. Aleijadinho entalhou em cedro 64 esculturas em tamanho natural, representando os passos da paixão de Cristo, divididos em sete grupos e dispostas em 6 capelas (fig. 16) em um aclive até a igreja do Bom Jesus de Matosinhos. Fortemente expressivas, as cenas são apresentadas como em um teatro, onde gestos, posições e expressões podem chegar ao caricatural. A figura de Cristo se transforma, de serena na Última Ceia (fig. 17) à desfigurada depois de martirizado (fig.18). Figura 16 – SANTUÁRIO DE BOM JESUS DO MATOSINHO, Congonhas do Campo, MG. Vista das capelas dos passos Fonte: Wikimedia Commons 21 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Entre 1800 e 1805, Aleijadinho conclui o conjunto monumental dos doze profetas em pedra-sabão que ocupam o adro e a escadaria do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Escolhidos pela importância no antigo testamento, as doze esculturas protagonizam uma cena onde gestos e posições se interrelacionam, em uma composição fortemente simbólica e narrativa. Dentre elas, destaca-se a escultura do profeta Daniel (fig. 19) provavelmente feita inteiramente pelo próprio Aleijadinho, sem as pequenas imperfeições de seus auxiliares. Figura 17 – Ceia dos apóstolos. Foto: Jacob Gelwan Fonte: Unesp.br Figura 18 – Flagelação. Foto: Jacob Gelwan Fonte: Unesp.br Figura 19 – Profeta Daniel, tendo o leão a seus pés Fonte: Unesp.br 22 23 As esculturas dos passos da paixão de Cristo foram encarnadas por outro importante artista mineiro do século XVIII, Manoel da Costa Athaide (Mariana MG 1762 - idem 1830). Pintor, dourador, encarnador, entalhador é considerado, junto com Aleijadinho, um dos mestres do rococó. Seus trabalhos mais importantes são as pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto, realizadas entre 1801 e 1812, e a do forro da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Mariana, de 1823. Mas é o teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, sua obra prima (fig. 20). Talvez a mais bem sucedida pintura em perspectiva do rococó brasileiro, com rica e harmoniosa composição de concheados, arquiteturas e cromatismos é reco- nhecidamente uma pintura de resistência cultural e identidade nacional pela nossa senhora de traços mulatos que, provavelmente, representava a esposa do artista. Figura 20 – Detalhe da pintura do forro da IGREJA DE SÃO FRANCISCO, em Ouro Preto, MG Fonte: Wikimedia Commons 23 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Sobre Aleijadinho, na biografia do artista na Enciclopédia de Artes Visuais do Itaú Cultural: https://goo.gl/FFpF0T Sobre Mestre Athaide ,na biografia do artista na Enciclopédia de Artes Visuais do Itaú Cultural: https://goo.gl/MtdZHW Ex pl or O Barroco Paulista de Frei Jesuíno e o Barroco-Clássico Carioca de Mestre Valentim São Paulo apresentou características díspares do restante da colônia quanto ao processo de povoamento, economia, costumes e religiosidade. O isolamento caracterizou o estado, em função, entre outras, da geografia que dificultava o acesso ao interior pela Serra do Mar. A autonomia do bandeirante já foi citada em outro capítulo – e gerou uma arte austera, singela e original. A arte barroca desenvolvida na região não tem a opulência das regiões litorâneas, ou a riqueza econômica e artística das Minas Gerais. Pejorativamente chamado de barroco caipira, teve, na espontaneidade, verdade e distanciamento dos padrões estéticos europeus, identidade e valor. O barroco paulista foi exaltado por Mario de Andrade na figura do talentoso Frei Jesuíno do Monte Carmelo e recentemente analisado e catalogado por estudiosos, entre eles o historiador Percival Tirapeli. Na cidade de São Paulo, o convento de Nossa Senhora da Luz (fig. 21), preserva vestígios arqueológicos do século XVII, mas foi edificado a cerca de 1788, em taipa. Atualmente, sedia o Museu de Arte Sacra de São Paulo, convênio entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, instalado em de 28 de junho de 1970. Figura 21 – IGREJA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA LUZ, São Paulo, SP Fonte: Wikimedia Commons 24 25 A cidade de Itu, no interior do estado, teve forte desenvolvimento a partir da segunda metade do XVIII e, ao mesmo tempo em que se edificavam fazendas para o plantio de cana de açúcar, se edificavam mosteiros e igrejas. É em Itu que um dos principais artistas coloniais paulistas, Frei Jesuíno do Monte Carmelo, faz seus mais importantes trabalhos. Negro de origem humilde, tornou- se compositor de músicas sacras, construtor de órgãos, entalhador, arquiteto e, principalmente, pintor. Foi discípulo de José Patrício da Silva Manso, colaborando com este na decoração da recém construída Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu. Sua obra prima é a pintura do forro da capela-mor da Igreja do Carmo (fig. 22), na mesma cidade. Dotada de total brasilidade, apresenta uma paleta clara e luminosa, um anjinho mulato entre os brancos e um festão de folhagens e flores à guisa de moldura da cena central. Figura 22 – Forro da capela mor da IGREJA DO CARMO, Itu, SP. N. Sra. do Carmo, século XVIII, óleo sobre madeira Fonte: Rapha Bathe Na segunda metade do século XVIII, acontece a elevação do Brasil a Vice-Reino e término do Governo-Geral, com a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763). Entre o final do século XVIII e o início do XIX, a nova capital passa por bruscas mudanças. Um novo estilo, “híbrido”, no qual concilia formas barrocas e rococós com certa sobriedade neoclássicas, tem na figura de Mestre Valentim, seu maior expoente. Valentim da Fonseca e Silva (Serro MG ca.1745 - Rio de Janeiro RJ 1813), foi escultor, entalhador, arquiteto, urbanista. Vive 25 anos em Portugal, onde presencia o estilo pombalino e acaba adaptando-o para o Brasil. Autor de talhas originais em que coexistiam o rococó, o barroco joanino e elementos classicizantes, destaca-se na arquitetura civil com o Passeio Público do Rio de Janeiro (fig. 23). Primeiro jardim público brasileiro, para a edificação do Passeio Público foi necessário o aterramento de uma lagoa – uma área de aproximadamente 20 hectares. Mestre Valentim projetou a planta em forma de hexágono irregular e confeccionou todas as peças de arte, inclusive as de metal, as primeiras fundidas no Brasil: fontes, esculturas, pirâmides e o portão de ferro fundido, são de sua autoria. 25 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Figura 23 – Passeio Público do Rio de Janeiro, fotografia de Revert Henrique Klumb, cerca de 1862 Fonte: Revert Henrique Klumb O artista Leandro Joaquim (Rio de Janeiro ca.1738 – idem ca.1798), pintor, cenógrafo, arquiteto, trabalhou ao lado de Mestre Valentim em vários projetos. São atribuídos a ele seis importantes painéis ovais, que deveriam ficar em um dos pavi- lhões do Passeio Público, os quais representam paisagens e vistas cariocas, festas e atividades econômicas e mostram aspectos do cotidiano e detalhes. Os painéis encontram-se, atualmente, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro (fig. 24). Figura 24 – Boqueirão e Arcos da Lapa Óleo sobre tela, de Leandro Joaquim (c. 1738-1798), final do século XVIII, 96,1 x 126 cm. Acervo MuseuHistórico Nacional do Rio de Janeiro Fonte: Wikimedia Commons O toque dos sinos também é um patrimônio. Fazendo parte da paisagem sonora das cidades, liga-se às suas identidades e expressa a diversidade cultural brasileira, como explica este artigo do Iphan. https://goo.gl/V57Ex9 Ex pl or 26 27 Conexões Contemporâneas: Adriana Varejão A artista visual Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) apresenta uma conexão constante com a pintura e com a história. A pintura como procedimento, linguagem, técnica e aparência está sempre presente – mesmo em uma escultura, em uma instalação ou em um múltiplo. A história é ainda mais abrangente: Minha narrativa é um tecido de histórias. Histórias do corpo, da arquitetura, do Brasil, da tatuagem, da cerâmica, dos azulejos antigos portugueses, ou dos modernos vulgares, dos mapas dos livros, da pintura. E mais: um botequim na Lapa, um canto em Macau, uma piscina em Budapeste, ruínas em Chacahua, um muro em Lisboa, um claustro em Salvador, um hammam subterrâneo no 18º bairro de Paris, um delicado vaso Song, uma frase num livro, um mercado em Taxco, uma pele tatuada, um anjo negro em Minas, um caco em Barcelona, um nanquim em Guilim, um açougue em Copacabana, um crisântemo em Cachoeira, uma notícia no jornal, um espelho em Tlacolula, um banheiro de rodoviária, um pássaro chinês em Sabará, o som do violão, um azulejo em Queluz, um charque em Caruarú, uma frase do passado, um quadro em Nova Iorque, ex-votos em Maceió, um vermelho em Madrid, um sento em Kyoto, e mais, e mais, e mais… (Adriana Varejão, sobre sua relação com a palavra história – blog de Inhotim 22/05/2014) Entra em contato com a arte barroca ao visitar a cidade histórica de Ouro Preto, a partir de então a narrativa, a materialidade e a história fundam-se em uma poética cheia de referências e originalidade, concomitantes. A azulejaria portuguesa azul e branca, é citada em diversas de suas obras. Em Proposta para uma Catequese – Parte I Díptico: Morte e Esquarteja- mento (1993) fig. 25, cenas de antropofagia e dogmas cristãos aproximam-se em sua simbologia. Pequenas incisões revelam um interior de vísceras (pinturas brilhan- tes de esculturas de órgãos humanos). Figura 25 - Adriana Varejão, Proposta para uma Catequese – Parte I Díptico: Morte e Esquartejamento,1993, óleo sobre tela, 140.00 x 240.00 cm Fonte: adrianavarejao.net 27 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Em Celacanto Provoca Maremoto (2004-2008) fig. 26, uma instalação criada especialmente para a Galeria Adriana Varejão em Inhotim, 184 placas de gesso pintadas articulam pintura, escultura e arquitetura. Barroco, azulejaria, ligação colônia – metrópole através do mar se transfiguram em um desordenado painel de grandes azulejos, cujos detalhamentos curvilíneos aparentam um mar revolto. Figura 26 – Adriana Varejão, Celacanto provoca maremoto, 2004 - 2008, óleo e gesso sobre tela, 110 X 110 cm cada, 184 peças Fonte: inhotim.org.br A obra de Adriana Varejão é permeada de violência e estética, cultura e opres- são, verdades que se deixam entrever por incisões, nichos e detalhes assim como nossa história. 28 29 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Adriana Varejão Conheça mais sobre a obra de Adriana Varejão. Visite o site da artista! https://goo.gl/isbmIU Filmes Aleijadinho, - Paixão, Glória e Suplício 2003. Direção: Geraldo Santos Pereira. Atuam no filme: Carlos Vereza e Edwin Luise. É uma cinebiografia bonita, sobre o maior escultor do barroco nacional. Leitura O IPHAN tem uma série de publicações em PDF para baixar gratuitamente. A série Roteiros, ligada ao Barroco Brasileiro é particularmente interessante, são escritos pela historiadora da arte Myriam Ribeiro de Oliveira, grande especialista no assunto. Baixe e leia antes de visitar esses locais: Roteiros 1: O Aleijadinho e o Santuário de Congonhas https://goo.gl/sxmf3u Roteiros 8: Barroco e Rococó em Ouro Preto e Mariana Vol. 1 https://goo.gl/CBTFwR Roteiros 2 - Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro Vol. 1 https://goo.gl/F3CGTt Roteiros 2 - Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro Vol. 2 https://goo.gl/Y3bc6s Roteiros 2 - Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro Vol. 3 https://goo.gl/DUsQV9 29 UNIDADE O Brasil Colonial 2ª Parte – O Esplendor da Arte Barroca Referências BARCINSKI, F. W. Sobre a Arte Brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2015. HOLLANDA, S. B. de. História Geral da Civilização Brasileira, Tomo 1. São Paulo: Ed. Records,1993. OLIVEIRA, M. A. R. de. O Aleijadinho e o Santuário de Congonhas. Brasília, DF: IFHAN/MONUMENTA, 2006. PEREIRA, S. G., OLIVEIRA, M. A. R., LUZ, A. A. História da Arte no Brasil: textos de síntese. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008. SILVA, R. M. Da Pré-História ao fim do Período Colonial (livro 1) Ed. Rumo Certo. (e-Book). SIMONSEN. Roberto C. História econômica do Brasil: 1500-1820. Brasília: Edi- ções do Senado Federal, 2005. <http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/1111>. TIRAPELLI, P. Conhecendo os Patrimônios da Humanidade no Brasil. São Paulo: Metalivros, 2001. 30
Compartilhar