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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES LICENCIATURA EM QUÍMICA Relatório da Aula Prática nº 08 CINÉTICA QUÍMICA DEBORAH PIMENTEL MILENA AMORIM LANGAMI MYLENA SARAH LOUZADA RODRIGUES TÁRCILA MATHIASSO NASCIMENTO DA SILVA Disciplina: Química Geral Experimental II Professor: Renan Barroso Soares VILA VELHA 2019 1. RESUMO Essa aula prática foi feita em duas etapas. No primeiro momento o intuito era fazer o estudo do efeito da concentração do íon I-. Reuniu-se 10 tubos de ensaio, mas numerou-se somente 5 deles. Adicionou-se os reagentes aos tubos seguindo a Tabela 1. Misturou-se as soluções contidas nos tubos numerados com os tubos não numerados. Ao fazer essa mistura acionou-se o cronômetro até que houvesse a mudança da coloração da solução final. Esse procedimento foi repetido nos outros tubos, anotando cada tempo de mudança na cor. Observou-se, então, que o tempo para mudança de cor aumentou conforme a concentração de iodeto diminuiu. Para analisar o efeito da temperatura sobre esse procedimento, fez-se uma duplicata do tubo 1. Na etapa que envolvia a mistura das soluções elevou-se a temperatura distintamente para 69°C e 45°C. Novamente, anotou-se o tempo que levou até ambos os tubos mudarem de cor, assumindo um tom azul. Na maior temperatura o tempo de mudança de cor foi menor. No segundo momento dessa prática foi realizado o estudo do efeito da concentração de S2O82– sobre a velocidade da reação. Mais uma vez utilizou-se 10 tubos de ensaio, numerando apenas 5 deles. Os reagentes foram adicionados em cada tubo seguindo a Tabela 2. Adicionou-se a solução do tubo 1 à solução contida em um dos tubos não numerados e depois retornou o conteúdo ao tubo numerado. Acionou-se o cronômetro a partir do momento da mistura inicial e anotou-se o tempo decorrido para o aparecimento da cor azul. Repetiu o processo descrito acima em todos os outros tubos. Observou-se que o tempo para a mudança de cor diminuiu conforme a concentração de peroxidissulfato aumentou. 2. BASE TEÓRICA A cinética química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que influência as condições do aumento da velocidade e os mecanismos envolvidos nas reações químicas. A velocidade de reação é a rapidez com que os reagentes são consumidos ou a rapidez com que os produtos são formados. A taxa de reação para uma determinada alteração química é definida como sendo a velocidade em que seus reagentes desaparecem e se formam em produtos. É um assunto de importância vasta. Ela se relaciona, por exemplo, com a rapidez com que um medicamento é capaz de agir, com o fato de se a formação e a depreciação do ozônio na atmosfera superior estão em equilíbrio, bem como os problemas industriais, como o desenvolvimento de catalisadores para a síntese de novos materiais. (BROWN, 2005) Um dos modelos que explicam sobre a velocidade de reação (taxa de reação) é o chamado de “modelo de colisão” que baseado na teoria cinética molecular diz que, para que uma reação ocorra, a colisão entre as partículas das substâncias reagentes deve acontecer por meio de uma orientação adequada e com uma energia maior que a energia mínima necessária para a ocorrência da reação. Essa energia mínima que deve ser fornecida aos reagentes é denominada Energia de Ativação (Ea). Sem atingi-la, a reação não ocorre. Nem todas as colisões são energéticas suficientes para resultar em produtos. No entanto, as colisões que rompem as ligações formadas e formam novas ligações, são denominadas colisões eficazes ou efetivas. Qualquer fator que contribua para o aumento das frequências de colisões pode aumentar a velocidade das reações. Logo, um dos fatores que interferem na velocidade, rapidez ou taxa de desenvolvimento de uma reação química é a concentração dos reagentes. Geralmente, um aumento na concentração dos reagentes aumenta a rapidez de uma reação. A relação quantitativa entre a velocidade e a concentração é expressa por uma lei da velocidade de uma reação. (BROWN, 2005) Assim, para uma reação (1) genérica balanceada, temos: aA + bB → cC + dD (1) V = k. [A]a.[B]b Onde, V = Taxa ou velocidade de uma reação K= Constante de velocidade [A] [B] = Concentração molar dos reagente Desta forma, a prática descrita neste relatório tem como objetivo compreender a variação da velocidade em relação à temperatura, concentração de iodeto e concentração de peroxidissulfato. 3. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO REALIZADO Na primeira parte do experimento usou-se 10 tubos de ensaio, 5 deles foram numerados. Todos os tubos foram preenchidos com as quantidades de soluções indicadas na Tabela 1. Tabela 1- Reagentes para o estudo do efeito da concentração do iodeto, I- na velocidade da reação. TUBOS NUMERADOS DE 1 A 5 TUBOS NÃO NUMERADOS Tubo Vol. de I- (mL) Vol. de S2O32– (mL) Amido Vol. deCl- (mL) Vol. de S2O82- (mL) 1 3,0 1,0 5 gotas 0,0 2,0 2 2,5 1,0 5 gotas 0,5 2,0 3 2,0 1,0 5 gotas 1,0 2,0 4 1,5 1,0 5 gotas 1,5 2,0 5 1,0 1,0 5 gotas 2,0 2,0 Após o preparo de todos os tubos, adicionou-se a solução de um dos tubos numerado em um dos tubos não numerado e retornou a mistura para o mesmo tubo numerado. A partir do momento em que as soluções tiveram o primeiro contato acionou-se o cronômetro, que findou a contagem quando houve a mudança na cor da solução final. Anotou-se o tempo ao aparecimento da cor azul no tubo de ensaio. Repetiu-se esse processo em todos os tubos numerados. Para a segunda parte do experimento também foram utilizados 10 tubos de ensaio, sendo 5 numerados e outros 5 não numerados. Adicionou-se reagentes aos tubos conforme a Tabela 2. Tabela 2- Reagentes para o estudo do efeito da concentração de S2O82– na velocidade da reação. TUBOS NUMERADOS DE 1 A 5 TUBOS NÃO NUMERADOS Tubos Vol. de SO42– Vol. de S2O82– Vol. de I- Vol. de S2O32– Amido (mL) (mL) (mL) (mL) 1 0,0 3,0 2,0 1,0 5 gotas 2 0,5 2,5 2,0 1,0 5 gotas 3 1,0 2,0 2,0 1,0 5 gotas 4 1,5 1,5 2,0 1,0 5 gotas 5 2,0 1,0 2,0 1,0 5 gotas Foram utilizadas as mesma técnicas do procedimento anterior, portanto, realizou-se a misturas dos tubos numerados ao não enumerados, fazendo a contagem do tempo a partir do momento qual as soluções entraram em contato, até o aparecimento da coloração azul. Em um terceiro momento escolheu-se o tubo 1 para que fosse feito uma duplicata. Repetiu-se o procedimento de adição de reagentes nos tubos numerados e não numerados, mas dessa vez, ao misturá-los elevou-se a temperatura distintamente para 69°C e 45°C. Anotou-se o tempo que levou desde a mistura dos tubos até a mudança de cor. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Quando se pretende realizar a determinação da velocidade de uma reação química, faz-se necessário compreender a influência de fatores sobre a mesma, sendo a temperatura e concentração dos reagentes as condições a serem estudadas. Segundo os dados experimentais a velocidade de uma reação deve ser diretamente proporcional a concentração dos reagenteselevada a ordem, e inversamente proporcional ao tempo de reação. Neste experimento observou-se como a variação de concentração do iodeto (I-), influência na cinética da reação entre (I-) e o persulfato (S2O82-). Reação fundamental : S2O8 2− (aq)+ 2I -(aq) → 2SO4 2− (aq)+ I2 (aq) A próxima tabela se relaciona com a tabela 1 anteriormente apresentada, os tubos de 1 a 5 estão relacionado a quantidade de iodo presente na solução, sendo a ordem decrescente do tubo 1 ao 5. Faz-se necessário entender a variação do tempo em relação a concentração de Iodo. Tabela 3- Tempo necessário para aparecimento da cor azul. TUBO TEMPO (seg) 1 36,89 2 9,97 3 3,74 4 2,66 5 1,65 A variação de velocidade “ [...] deve ser entendida como a mudança de concentração de um reagente ou produto pelo intervalo de tempo (t)[...]” (BROWN, 2005). Sendo esta variação dada por 𝑘 = 𝐴𝑒 −𝐸𝑎/𝑅𝑇. Quando todo o tiossulfato for consumido, os primeiros traços de iodo – produzido na reação entre os íons persulfato e iodeto –, formarão um complexo com o amido que tornará azul a solução, onde I2 + amido → complexo azul. Para verificar a ordem da reação, neste caso, utilizamos a variação do reagente, sendo a lei da velocidade v = k[I- ] n [S2O8] m (n e m são subscritos). Ao mantermos o S2O8 constante os valores de n podem ser escolhidos e a equação testada para a linearidade com os dados obtidos. Por exemplo, se o valor de n é escolhido como 1, então teremos que v = k[I- ] 1 [S2O8] m. A velocidade de formação de I2 da reação é medida permitindo que o I2 formado sofra uma rápida reação com o íon tiossulfato. I2 + 2 S2O3 2- → 2 I - + S4O6 -2 Uma quantidade conhecida de tiossulfato é adicionada a mistura de reação. Como I2 é lentamente formado na reação com persulfato será imediatamente consumido na reação com tiossulfato. Começamos a obter um acúmulo de I2, onde ocorre a formação do complexo azul anteriormente explicado. Portanto o tempo necessário para o aparecimento da cor azul corresponde ao tempo necessário para consumir uma quantidade conhecida de tiossulfato, e, portanto, também corresponde ao tempo necessário à formação de uma quantidade comparável de I2. A próxima tabela se relaciona com a Tabela 2 anteriormente apresentada. Faz-se necessário entender a variação de volume entre as espécies de SO4 2– e S2O8 2–. Tabela 4- Tempo necessário para aparecimento da cor azul. TUBO TEMPO (seg) 1 29,62 2 38,89 3 50,26 4 71,1 5 108,0 Segundo a tabela, é possível observar que quanto menor o volume de S2O8 2–,, maior será o tempo necessário para aparecimento da coloração azul. Como já discutido no tópico anterior, quanto o tiossulfato for consumido, ocorrerá a formação do complexo azul. A terceira parte do procedimento, verificamos o efeito da temperatura na velocidade da reação. Segundo BROWN (2005) as reações tornam-se mais rápidas, conforme o aumento da temperatura, sendo esta variação responsável por aumentar a energia cinética das moléculas. O tubo (01) cujo temperatura de reação ocorreu em 69°C, obtivemos o tempo necessário de apenas 1 segundo e 20 milésimos. No tubo (02), a reação ocorreu a 45°C, obtivemos o tempo necessário para reação de 2 segundo e 75 milésimos. Segundo Atkins (2011) com este aumento de temperatura, ampliamos também, a frequência e a energia as quais ocorrem os choques, sendo estes, um dos fatores necessários para aceleramento das reações. 5. CONCLUSÕES/RECOMENDAÇÕES Através da prática realizada, é possível observar a inferência da concentração dos reagentes, bem como a temperatura, no processo reacionário, tornando-se necessário o aprofundamento teórico quanto à cinética química das reações. Além disso, é perceptível como os princípios estudados com auxílio do referencial teórico foram de encontro para exemplificação dos fenômenos ocorridos, tornando- se de suma importância o aprimoramento intelectual quanto ao assunto abordado, visto que ao sabermos os fatores que afetam a velocidade da reação, faz-se possível a diminuição do tempo reacionário de forma inteligente, sem desperdício de reagentes no ambiente a qual estamos atuando. Dessa forma, concluímos que o entendimento da cinética das reações químicas torna-se indispensável para o conhecimento prático em laboratório, sendo útil para gerenciamento de tempo e quantidade de reagentes, além disso, contribuindo para construção de uma química verde, com a menor produção de resíduos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ECIVIUFES. Teoria das colisões de Arrhenius. Disponível em: <https://ecivilufes.files.wordpress.com/2011/03/cinc3a9tica-quc3admica-b-e ng-civi-2008-2.pdf>. Acesso em: 19 out. 2019. 2. BROWN, Theodore L.; LEMAY, JR, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química, A Ciência Central, 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 3. CONSTANTINO, Mauricio Gomes. Fundamentos de Química Experimental - 2º ed. 1. reimpr - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014. - (Acadêmica;53). 4. Atkins, P. Jones, L. Princípios de Química.,3ª ed., Bookman: Porto Alegre, 2003
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