Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Eixo Microbiota-Intestino-Cérebro (Parte I) Profª Dra. Renata Juliana da Silva Art Credit: Jonatan Sarmento APRESENTAÇÃO Profª. Dra. Renata Juliana da Silva Doutora e Mestre em Ciências Morfofuncionais – ICB/USP; Especialista em Fisiologia e Metabolismo Aplicados à Nutrição e Atividade Física – ICB/USP; Bacharel em Nutrição – USJT / CRN-3: 24411; Técnica em Nutrição e Dietética pela ETEC Getúlio Vargas; Coordenadora do Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio (ETIM) em Nutrição e Dietética – ETEC Uirapuru; Docente do Centro Paula Souza (Técnico em Nutrição e Dietética; Técnico em Cozinha ênfase em Gastronomia); Docente de cursos de Pós-Graduação; Membro da Comissão Técnico Científica da APAN (2020-2023). Aula 1 – Breve histórico e conceitos importantes; Aula 2 – Eixo Microbiota-Intestino-Cérebro; (mecanismos e fatores que influenciam) Aula 3 – Abordagens experimentais e Processos/Doenças; Aula 4 – Potenciais terapias e perspectivas futuras. Apresentar um breve histórico sobre o eixo microbiota- intestino-cérebro; Descrever conceitos importantes sobre o eixo intestino- cérebro; Identificar os aspectos gerais da microbiota intestinal. (conceitos, funções, fatores que influenciam) OBJETIVOS: Art Credit: Debra Solomon "Todas as doenças começam no intestino." Hipócrates de Kos (460 a.C. em Cós; † 370 a.C) GENOME MEDICINE (2016) 8:36; PHYSIOL REV 99: 1877–2013, 2019. (pesquisa sobre o estômago de Alexis St. Martin) Art Credit: scienceprogress.org + 2000 anos atrás (Séc. XIX) 1857 1904 1980 Eixo intestino-cérebro? Art Credit: wikim edia.org Milieu intérieur (homeostase corporal) Claude Bernard Art Credit: abc.es Ivan Pavlov Estudos definidores do condicionamento clássico William Beaumont Art Credit: pt.wikipedia.org/ Art Cre dit: psy chasse ssment .us/ Bidirecionalidade Eixo intestino-cérebro! Art Cre dit:http s: hspe rsunite .org.au / Art Credit:https: google images YOUNG, EMMA. “Gut instincts: The secrets of your second brain.” New Scientist (December 12, 2012). 12 CÉREBRO: ü Suporte de células gliais ü 85 bilhões de neurônios ü 100 neurotransmissores identificados ü Produz 50% de toda a dopamina ü Produz 5% de toda a serotonina ü Barreira restringe o fluxo sanguíneo ao cérebro. YOUNG, EMMA. “Gut instincts: The secrets of your second brain.” New Scientist (December 12, 2012). SEGUNDO CÉREBRO (SNE): ü Suporte de células gliais ü 500.000 neurônios ü 40 neurotransmissores identificados ü Produz 50% de toda a dopamina ü Produz 95% de toda a serotonina ü Barreira restringe o fluxo sanguíneo ao segundo cérebro. PLEXO SUBMUCOSO PLEXO MIOENTÉRICO SNE compreende uma rede de neurônios espalhados por duas camadas de tecido intestinal: MEDIATORS INFLAMM. 2016;2016:1363818 SNC SNE Plexo submucoso Plexo mioentérico Mesentério Mucosa Mucosa muscularis Músculo circular Músculo longitudinal Plexo submucoso Plexo mioentérico Inervação simpática Inervação parassimpática SCIENCE 307, 1909 (2005). Art Credit: Creative Commons Adaptado de AIRES, 2012. Ø Digestão química final dos macronutrientes; Ø Absorção dos nutr ientes (microvilosidades); Ø Movimentos peristálticos; Ø Produção de hormônios (controle da fome/saciedade); Ø Defesa imunológica. Adaptado de AIRES, 2012. Ø Absorção de água, eletrólitos e vitaminas K e B12; Ø Formação e armazenamento temporário de fezes; Ø Eliminação de dejetos/metabólitos (fezes); Ø Defesa imunológica. Adaptado de AIRES, 2012. tight junctions (TG) Lisozima e defensinas Mucina NATURE 489, 231–241 (2012) FUNÇÃO DE BARREIRA (DEFESA) IMUNOLÓGICA Art Credit: Creative the-gist.org/ Ø Fornece uma base para entender como o genoma humano se relaciona (saúde e doença); Ø No entanto, o número de células microbianas é 10 vezes mais do que células humanas em um ser humano!! MICROBIOMA HUMANO 1.000,000 + genes Genoma humano 23,000 genes HMP CONSORTIUM, 2012 2008 PHYSIOL REV 99: 1877–2013, 2019. BIOL PHILOS (2013) 28:241–259; PHYSIOL REV. 2019 Oct 1;99(4):1877-2013 Muitas diferenças FENOTÍPICAS DOS SERES HUMANOS podem ser decorrentes de PARTICULARIDADES DA MICROBIOTA e não do genoma humano. Obesidade: identificada em 90% das vezes quando analisado MICROBIOMA FECAL e apenas 58% quando analisado o GENOMA HUMANO!! Art Credit: blog.biologicus.com.br MSYSTEMS. 2016 MAR 29;1(2). HOLOGENOMA GENOMA DO HOSPEDEIRO MICROBIOMA METAGENOMA AMBIENTAL Genes do hospedeiro e simbionte que isoladamente e/ou juntos afetam o fenótipo holobionte Genes do hospedeiro e simbiontes coevoluídos que afetam o fenótipo holobionte Microrganismos ambientais que não fazem parte do holobionte Genes do hospedeiro e simbionte que não afetam o fenótipo holobionte ACTA MEDICA 2018; 49(2): 31-37 Previsão para 2022: R$2,5 bilhões NAT REV MICROBIOL. 2011 Apr;9(4):279-90; NAT REV IMMUNOL. 2014 Dec;14(12):827-35; PHYSIOL REV. 2019 Oct 1;99(4):1877-2013. 80% 70 a 75% Bacteroidetes e Firmicutes Adaptado de: GASTROENTEROL 2015 August 7;21(29): 8787-8803; PHARMACOL REV 71:198–224, April 2019 ESTÔMAGO pH 1 a 3 101 – 103 UFC/ml pO2 77 mmHG Streptococcus, Lactobacillus, Prevotella, Enterococcus, Helicobacter pylori ESÔFAGO pH <4 Bacteroides, Gemella, Megasphaera, Pseudomonas, Prevotella, Rothia sps., Streptococcus, Veillonella INTESTINO DELGADO pH 5 a 7 DUODENO 101 – 103 UFC/ml pO2 33 mmHG Streptococcus, Lactobacillus, Staphylococcus, Enterococcus JEJUNO e ÍLEO 104 – 107 UFC/ml pO2 33 mmHG Bifidobacterium, Bacteroides, Streptococcus, Lactobacillus, Enterococcus, Proteobacteria INTESTINO GROSSO pH 7 1010 – 1011 UFC/ml pO2 <33 mmHG Bacteroides, Clostridium, Prevotella, Porphyromonas, Eubacterium, Ruminococcus, Streptococcus, Enterobacterium, Enterococcus, Lactobacillus, Peptostreptococcus, Fusobacteria, Bifidobacterium INTESTINO GROSSO (CECO) pH 5.7 1010 – 1011 UFC/ml pO2 <33 mmHG Lachnospira, Roseburia, Butyrivibrio, Ruminococcus, Fecalibacterium, Fusobacteria METABÓLICAS/NUTRICIONAIS: ü Produção de AGCC; ü Síntese de vitamina K e B12; IMUNOMODULADORAS: ü Ativação do sistema imune e modulação das vias inflamatórias; ü Estímulo sistema imune inato e adaptativo; ü Modulação da inflamação via TLRs. ANTIMICROBIANAS: ü Competição por sítio de adesão ou por nutrientes essenciais; ü Produção de bacteriocinas; ü Fortalecimento da barreira intestinal (espessura do muco e tight junctions); ü Equilíbrio de microrganismos patogênicos e não-patogênicos. BIOLOGICS. 2011; 5: 71–86 NEUROGASTROENTEROL MOTILITY 2013; 25:4-15 PHYSIOL REV 99: 1877–2013, 2019. Adaptado de: FRONT CELL INFECT MICROBIOL. 2012 Aug 9;2:104. MUDANÇAS NO MICROBIOMA INTESTINAL AO LONGO DO CICLO DE VIDA Firmicutes Verrucomicrobiota Actinobacteria Bacteroidetes Proteobacteria Outros Composição da Microbiota INFÂNCIA JOVEM ADULTO SAUDÁVEL ATLETA DE ELITE IDOSO SAUDÁVEL IDOSO FRÁGIL GENÉTICA NASCIMENTO ANTIBIÓTICOS NUTRIÇÃO GEOGRAFIA HIGIENE ESTRESSE MEDICAMENTOS Doença Estabilidade e complexidade do Microbioma NASCIMENTO 3 anos ADULTO IDOSO PERTURBAÇÃO PERTURBAÇÃO DOENÇAS, INFECÇÕES Localização geográfica Genética Exercício físico Estresse Antibióticos Idade Motilidade Gástrica Secreção Gástrica Dieta Nascimento (procedimento) Peptídeos antimicrobianos e IgA PHARMACOL REV 71:198–224, April 2019 Art Credit: Creative Commons NATURE REV. UROL. 12, 81–90 (2015) MICROBIOTA METAGENOMA MICROBIOMA Todos os microrganismos de um determinado ambiente. ex: microbiota intestinal. Conteúdo genômico de microrganismos de um determinado ambiente. O conjuntocomposto pelos microrganismos, seus genes e metabólitos e o ambiente/meio com o qual eles interagem. PLOS COMPUT BIOL. 2012. 8(12): e1002808. MICROBIOTA METAGENOMA MICROBIOMA Geralmente usando sequenciamento do gene 16S rRNA Pode utilizar sequenciamento do gene 16S rRNA ou shotgun/ WGS Geralmente determinado por shotgun/WGS. NATURE. 2010;464(7285):59–65. Maior diversidade biológica entre os representantes por categoria Maior semelhança entre os representantes por categoria Para facilitar a avaliação da diversidade pode ser realizada análise de comunidades bacterianas segundo o nível taxonômico: FILO = nível mais alto da classificação • Firmicutes (Bacilli, Clostridia) • Bacteroidetes (Bacteroides) • Actinobacteria (Bifidobacteriaceae) • Proteobacteria (Enterobacteriaceae) Classificação Taxonômica NATURE. 2010;464(7285):59–65. PEDIATR INTEGRAL 2015; XIX (5): 337-354 FILO FIRMICUTES BACTEROIDETES BACTEROIDETES ACTINOBACTERIA CLASSE Clostridios Bacteroidia Bacteroidetes Actinobacteria ORDEM Clostridiales Bacteroidales Bacteroidales Bifidobacteriales FAMÍLIA Ruminococcaceae Bacteroidaceae Prevotellaceae Bifidobacteriaceae GÊNERO Ruminococcus Bacteroides Prevotella Bifidobacterium ANAERÓBIO/ AERÓBIO Anaerobios Anaerobios (Aerotolerantes) Anaerobios Anaerobios GRAM Positivo Negativo Negativo Positivo OUTRAS CARACTERÍSTICAS A esta espécie pertencem os: Lactobacillus: casei, paracasei, rhamnosus (aerotolerantes) Associados a dieta rica em gordura e proteínas. B. faecis, B. fragilis (envolvido na resistência a antibióticos), B. intestinalis, etc. Associados a dieta rica em vegetais e carboidratos, com pouca proteína e gordura B. bifidum, B. breve, B.infantis, B. lactis, B. longum, B. minimum, B. suis, B. thermacidophilum, B. thermophilum OBS.: MCGs aerotolerantes não utilizam o oxigênio para o crescimento, mas toleram sua presença. Identificaram 3 enterótipos: Bacteroides, Prevotella e Ruminococcus Clusters de bactérias da microbiota intestinal humana NATURE. 2011 May 12;473(7346):174-80. COMENSAIS SIMBIONTES PATOBIONTES SAÚDE COMENSAIS INFLAMAÇÃO NAT REV IMMUNOL. 2009 May;9(5):313-23 GUT. 2019 Aug;68(8):1516-1526. TOXINAS PARTÍCULAS DE ALIMENTOS BACTÉRIAS PATOGÊNICAS DROGAS INFLAMAÇÃO SISTÊMICA TG TG
Compartilhar