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02-Sofrimento mental e Transtorno mental

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Daniel V. Rodrigues-M33
1- Definir sofrimento mental comum e os transtornos mentais graves e persistentes. 
a) O sofrimento mental comum, em seu conceito, retirado do Ministério da Saúde, na edição de Saúde Mental dos cadernos da Atenção Básica, condiz com aquela sensação de ansiedade, depressão ou a presença de somatização que não chega a corresponder à um transtorno mental. 
b) O termo Transtornos Graves e Persistentes tem sido adotado para uma gama extensa e heterogênea de pacientes com características e necessidades, por vezes, muito diferentes. É uma definição que “associa a duração dos problemas, o grau de sofrimento emocional, o nível de incapacidade que interfere nas relações interpessoais e nas competências sociais e o diagnóstico psiquiátrico” (RIBEIRO, 2003).
Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental.
Grande parte deste grupo é composto pelos transtornos psicóticos. Em geral, o conjunto de transtornos psicóticos representa um drama pessoal em potencial no curso de vida de um indivíduo. Este grupo não inclui apenas a esquizofrenia e o transtorno esquizoafetivo, mas também as psicoses afetivas e atípicas e acarreta consequências de longo alcance em vários âmbitos da vida destes indivíduos (OMS, 2004)
A esquizofrenia é a principal condição designada como Transtorno Grave e Persistente
2- Identificar as três síndromes que compõem o sofrimento mental comum. 
Ansiedade: A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e o psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das secreções, aumento da motilidade intestinal e cefaleia. Trata-se de um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O medo é a resposta a uma ameaça conhecida, definida; a ansiedade é uma resposta a uma ameaça desconhecida, vaga. A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente danosas ou qualquer ameaça à unidade ou integridade pessoal, tanto física como moral. Dessa forma, ela prepara o organismo para tomar as medidas necessárias para impedir a concretização desses possíveis prejuízos. Portanto, é uma reação natural e necessária para a autopreservação. Não se trata de um estado normal, mas de uma reação. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas porque são naturais e autolimitadas. Os estados de ansiedade anormais, que constituem síndromes de ansiedade, são patológicos e requerem tratamento específico.
Depressão: A depressão é uma doença “do organismo inteiro”, que compromete o físico, o humor e, em consequência, o pensamento. Ela altera a maneira como o indivíduo vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida, além de afetar a forma como se alimenta e dorme, como se sente em relação a si mesmo e como pensa sobre as coisas. A depressão, de modo geral, resulta em uma inibição global da pessoa, afeta a parte psíquica e as funções mais nobres da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor, o sexo e a parte física. Tudo parece difícil, problemático e cansativo para o deprimido. A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres nem para quase nada na vida; pouco adiantam os conselhos para que passeie, encontre pessoas diferentes, frequente grupos religiosos ou pratique atividades. Ela sabe e tem consciência das coisas boas da vida, sabe que tudo poderia ser bem pior, pode até saber que os motivos do seu estado sentimental não são tão importantes; entretanto, apesar de não desejar estar muito deprimida, continua dessa forma.
Somatização: O termo “somatização” tem significação ampla, referente ao processo pelo qual um indivíduo padece em seu corpo sintomas físicos, que não têm origem exclusiva em uma doença física, mas se relacionam bem mais a dificuldades psicológicas, psicossociais ou interpessoais.
Sintomas comuns nesses quadros são dores difusas (cefaleias, lombalgias, artralgias, dores abdominais, “corpalgias”, entre outras), sintomas gastrintestinais (náuseas, diarreia, dispepsia), fadiga, sono ruim e sintomas psicopatológicos inespecíficos, como ansiedade, depressão e irritabilidade. Somatizações são muito frequentes em adultos, principalmente mulheres, mas também ocorrem em crianças e idosos.
A somatização pode acontecer na presença de doença física demonstrável (intensificando demasiadamente a apresentação sintomática), assim como na ausência de qualquer doença ou condição física. Pode haver (mas não obrigatoriamente) o desejo, consciente ou inconsciente, de estar no papel de doente físico a fim de obter de alguma forma ganhos primários (nesse caso, tentativa inconsciente de se reequilibrar psicologicamente) ou ganhos secundários (benefícios sociais ou interpessoais concretos, como licenças médicas e aposentadoria).
Além disso, é possível que a somatização sirva como um meio de comunicação quando a expressão verbal mais direta está bloqueada. Pode também representar uma forma de expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem reconhecer e verbalizar seus sentimentos.
3-Refletir sobre o impacto do sofrimento mental comum na saúde. 
Há evidências sólidas que o sofrimento mental comum tem um impacto significativo em alguns dos mais prevalentes agravos à saúde. Seja como fator de risco, seja piorando a aderência ao tratamento, ou ainda piorando o prognóstico, pesquisas que estudaram sintomas depressivos e ansiosos mostraram que esses estão relacionados à doença cárdio e cerebrovascular e também ao diabetes. E isso ocorre mesmo quando esses sintomas não são suficientes para fechar diagnóstico de acordo com critérios padronizados de pesquisa. A dependência de substâncias psicoativas também se revelou associada ao curso de doenças infecciosas, principalmente no que se refere à aderência ao tratamento. Muito significativos são os estudos que associam problemas mais graves de saúde mental, como depressão e psicose puerperal a prejuízos na saúde dos bebês. O quadro a seguir mostra uma síntese dos resultados de diversos estudos relacionando problemas de saúde mental a problemas de saúde física.
Esses estudos indicam a necessidade de uma abordagem integral na clínica, posto que aquilo que didaticamente dividimos em saúde mental e em saúde do corpo, na realidade das pessoas que sofrem encontra-se absolutamente inter-relacionado.
4- Identificar prevalência, etiopatogenia e classificação dos transtornos de ansiedade, em especial o transtorno de ansiedade generalizada. 
Os transtornos de ansiedade constituem um dos grupos mais comuns de doenças psiquiátricas. O Estudo Americano de Comorbidade (National Comorbidity Study) relatou que 1 em cada 4 pessoas satisfaz o critério diagnóstico de pelo menos um transtorno de ansiedade e que há uma taxa de prevalência em 12 meses de 17,7%. As mulheres (com prevalência durante a vida de 30,5%) têm mais probabilidade de ter um transtorno de ansiedade do que os homens (prevalência durante a vida de 19,2%). 
I- Transtorno do pânico: O transtorno de pânico caracteriza-se por crises súbitas e imprevisíveis de elevada ansiedade e medo, com taquicardia, sudorese, tontura, dor no peito, falta de ar e sensação de morte ou de perda de controle (ataques de pânico). Para definir o transtorno, devem ocorrer vários ataques de pânico em um período de, pelo menos, 1 mês, sem que haja circunstâncias com perigo objetivo
a) Prevalência: Na população em geral, a estimativa de prevalência de 12 meses para o transtorno de pânico nos Estados Unidos e em vários países europeus é de 2 a 3% em adultos e adolescentes. Nos Estados Unidos, taxas significativamente mais baixas de transtorno de pânico são relatadas entre latinos, afro-americanos,negros caribenhos e asiáticos americanos em comparação com brancos não latinos; os índios americanos, em contrapartida, têm taxas bem mais altas.
b) Etiopatogenia: O transtorno do pânico pode ter como origem situações extremas de estresse, como crises financeiras, brigas, separações ou mortes na família, experiências traumáticas na infância ou depois de assaltos e sequestros. 
· Temperamentais. Afetividade negativa (neuroticismo) (i.e., propensão a experimentar emoções negativas) e sensibilidade à ansiedade (i.e., disposição a acreditar que os sintomas de ansiedade são prejudiciais) são fatores de risco para o início de ataques de pânico e, separadamente, para preocupação acerca do pânico, embora seu status de risco para o diagnóstico de transtorno de pânico seja desconhecido. História de “períodos de medo” (i.e., ataques com sintomas limitados que não satisfazem todos os critérios para um ataque de pânico) pode ser um fator de risco para ataques de pânico posteriores e transtorno de pânico. Embora a ansiedade de separação na infância, especialmente quando grave, possa preceder o desenvolvimento posterior de transtorno de pânico, não se trata de um fator de risco consistente.
· Ambientais. Relatos de experiências infantis de abuso sexual e físico são mais comuns no transtorno de pânico do que em alguns outros transtornos de ansiedade. Fumar é um fator de risco para ataques de pânico e para o transtorno. A maioria dos indivíduos relata estressores identificáveis nos meses anteriores ao seu primeiro ataque de pânico (p. ex., estressores interpessoais e estressores relacionados ao bem-estar físico, como experiências negativas com drogas ilícitas ou de prescrição, doença ou morte na família).
· Genéticos e fisiológicos. Acredita-se que múltiplos genes confiram vulnerabilidade ao transtorno de pânico. No entanto, os genes exatos, produtos de genes ou funções relacionadas às regiões genéticas implicadas permanecem desconhecidos. Os modelos atuais dos sistemas neurais para o transtorno de pânico enfatizam a amígdala e estruturas relacionadas, assim como em outros transtornos de ansiedade. Existe risco aumentado para transtorno de pânico entre filhos de pais com transtornos de ansiedade, depressivo e bipolar. Distúrbios respiratórios, como asma, estão associados ao transtorno de pânico, em termos de história passada, comorbidade e história familiar.
c) Tratamento: 
Psicoterapia (cognitivo-comportamental)
ISRs (sertralina; fluoxetina; paroxetina)
Tricíclico (clomipramina) 
Benzodiazepínicos (alprazolam; clonazepam)
II- Agorafobia: Agorafobia refere-se a um medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. É possível que seja a mais incapacitante das fobias, porque pode interferir de maneira significativa na capacidade de uma pessoa funcionar no trabalho e em situações sociais fora de casa. 
a) Prevalência: A cada ano, 1,7% dos adolescentes e adultos têm um diagnóstico de agorafobia. Pessoas do sexo feminino têm uma probabilidade duas vezes maior do que as do masculino de apresentar o transtorno. A agorafobia pode ocorrer na infância, mas a incidência atinge o pico no fim da adolescência e início da idade adulta. A prevalência de 12 meses em indivíduos com mais de 65 anos é de 0,4%. As taxas de prevalência não parecem variar sistematicamente entre os grupos culturais/raciais.
b) Etiopatogenia: Nos Estados Unidos, a maioria dos pesquisadores do transtorno de pânico acredita que a agorafobia quase sempre se desenvolve como uma complicação em pacientes com esse transtorno. Ou seja, acredita-se que o medo de ter um ataque de pânico em um lugar público do qual a fuga seria angustiante e difícil é que cause a agorafobia
· Temperamentais. Inibição comportamental e disposição neurótica (i.e., afetividade negativa [neuroticismo] e sensibilidade à ansiedade) estão intimamente associadas à agorafobia, mas são relevantes para a maioria dos transtornos de ansiedade (transtornos fóbicos, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada). A sensibilidade à ansiedade (a disposição a acreditar que os sintomas de ansiedade são prejudiciais) também é característica de indivíduos com agorafobia.
· Ambientais. Eventos negativos na infância (p. ex., separação, morte de um dos pais) e outros eventos estressantes, como ser atacado ou assaltado, estão associados ao início de agorafobia. Além disso, indivíduos com agorafobia descrevem o clima familiar e a criação dos seus filhos como caracterizados por afeto reduzido e superproteção.
· Genéticos e fisiológicos. A herdabilidade para agorafobia é de 61%. Das várias fobias, a agorafobia é a que tem associação mais forte e mais específica com o fator genético que representa a predisposição a fobias.
c) Tratamento: 
Psicoterapia (cognitivo-comportamental)
ISRs (paroxetina)
Tricíclico (clomipramina) 
Benzodiazepínicos (alprazolam; clonazepam)
III- Fobia específica: O termo fobia refere-se a um medo excessivo de objeto, circunstância ou situação específicos. A fobia específica é um medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação.
a) Prevalência: Nos Estados Unidos, a estimativa de prevalência de 12 meses na comunidade para fobia específica é de 7 a 9%. As taxas de prevalência nos países europeus são, em grande parte, similares às dos Estados Unidos (p. ex., cerca de 6%), mas mais baixas nos países asiáticos, africanos e latino-americanos (2 a 4%). São de aproximadamente 5% em crianças e de 16% em jovens de 13 a 17 anos. São mais baixas em indivíduos mais velhos (de 3 a 5%), possivelmente refletindo diminuição da gravidade para níveis subclínicos. Indivíduos do sexo feminino costumam ser mais afetados do que os do masculino, em uma razão de cerca de 2:1, embora as taxas variem entre os diferentes estímulos fóbicos. Ou seja, as fobias específicas de animais, ambiente natural e situacionais são predominantemente experimentadas por indivíduos do sexo feminino, enquanto a fobia por sangue-injeção-ferimentos é experimentada quase de forma igual por ambos os gêneros.
b) Etiopatogenia: Pessoas com essa fobia podem antecipar lesões, tal como serem mordidas por um cão, ou podem ficar em pânico ante o pensamento de perder o controle; por exemplo, se têm medo de andar de elevador, também podem se preocupar com a possibilidade de desmaiar após a porta se fechar.
· Temperamentais. Os fatores de risco temperamentais para fobia específica, como afetividade negativa (neuroticismo) ou inibição comportamental, também são fatores de risco para outros transtornos de ansiedade.
· Ambientais. Os fatores de risco ambientais para fobias específicas, como superproteção, perda e separação parentais e abuso físico e sexual, também tendem a predizer outros transtornos de ansiedade. Conforme observado anteriormente, encontros negativos ou traumáticos com o objeto ou situação temidos ocasionalmente (mas nem sempre) precedem o desenvolvimento de fobia específica.
· Genéticos e fisiológicos. Pode haver suscetibilidade genética para certa categoria de fobia específica (p. ex., um indivíduo com um parente de primeiro grau com uma fobia específica de animais tem probabilidade significativamente maior de ter a mesma fobia específica do que qualquer outra categoria de fobia). Indivíduos com fobia de sangue-injeção-ferimentos apresentam propensão peculiar a síncope vasovagal (desmaio) na presença de estímulos fóbicos.
IV- Transtorno de ansiedade social (fobia social): O transtorno de ansiedade social (também referido como fobia social) envolve o medo de situações sociais, incluindo aquelas que envolvem escrutínio ou contato com estranhos. O termo ansiedade social reflete a diferenciação entre transtorno de ansiedade social e fobia específica, que é o medo intenso e persistente de um objeto ou uma situação. As pessoas com transtorno de ansiedade social temem se embaraçar em situações sociais (i.e., reuniões sociais, apresentações orais, encontro com pessoas novas). Elas podem ter medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer ou falar na frente dos outros,ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de “embaraçar-se”. Em ambos os casos, o medo no transtorno de ansiedade social é do embaraço que pode ocorrer na situação, não da situação em si.
a) Prevalência: A estimativa de prevalência de 12 meses do transtorno de ansiedade social nos Estados Unidos é de 7%. As estimativas de prevalência de menos de 12 meses são vistas em muitas partes do mundo utilizando-se o mesmo instrumento diagnóstico, agregando em torno de 0,5 a 2,0%; a prevalência média na Europa é de 2,3%. As taxas de prevalência de 12 meses em crianças e adolescentes são comparáveis às dos adultos e decrescem com a idade. A prevalência de 12 meses para adultos mais velhos varia de 2 a 5%. Em geral, são encontradas taxas mais altas de transtorno de ansiedade social em indivíduos do sexo feminino do que nos do masculino na população em geral, e a diferença de gênero na prevalência é mais pronunciada em adolescentes e jovens adultos. As taxas de gênero são equivalentes ou um pouco mais altas para indivíduos do sexo masculino nas amostras clínicas, e presume-se que os papéis de gênero e as expectativas sociais desempenham um papel significativo na explicação do maior comportamento de busca de ajuda nesses pacientes. A prevalência nos Estados Unidos é mais alta nos índios americanos e mais baixa em pessoas de descendência asiática, latina, afro-americana e afro-caribenha em comparação com brancos não hispânicos)
b) Etiopatogenia:
· Temperamentais. Os traços subjacentes que predispõem os indivíduos ao transtorno de ansiedade social incluem inibição comportamental e medo de avaliação negativa.
· Ambientais. Não existe um papel causal dos maus-tratos na infância ou outra adversidade psicossocial com início precoce no desenvolvimento do transtorno de ansiedade social. Contudo, maus-tratos e adversidades na infância são fatores de risco para o transtorno.
· Genéticos e fisiológicos. Os traços que predispõem os indivíduos ao transtorno de ansiedade social, como inibição comportamental, são fortemente influenciados pela genética. Essa influência está sujeita à interação gene-ambiente; ou seja, crianças com alta inibição comportamental são mais suscetíveis às influências ambientais, tais como um modelo socialmente ansioso por parte dos pais. Além disso, o transtorno de ansiedade social pode ser herdado (embora a ansiedade do tipo somente desempenho seja menos). Parentes de primeiro grau têm uma chance 2 a 6 vezes maior de ter o transtorno, e a propensão a ele envolve a interação de fatores específicos (p. ex., medo de avaliação negativa) e fatores genéticos não específicos (p. ex., neuroticismo).
V-Transtorno de ansiedade de separação: Ocorre em crianças e é caracterizado por ansiedade excessiva sobre separar-se de casa ou de figuras de apego além do esperado para o nível de desenvolvimento da criança.
a) Prevalência: A prevalência de 12 meses do transtorno de ansiedade de separação entre adultos nos Estados Unidos é de 0,9 a 1,9%. Em crianças, a prevalência de 6 a 12 meses é estimada em aproximadamente 4%. Em adolescentes nos Estados Unidos, a prevalência de 12 meses é de 1,6%. O transtorno de ansiedade de separação decresce em prevalência desde a infância até a adolescência e idade adulta e é o transtorno de ansiedade mais prevalente em crianças com menos de 12 anos. Nas amostras clínicas de crianças, o transtorno é igualmente comum em ambos os sexos. Na comunidade, o transtorno é mais frequente em indivíduos do sexo feminino.
b) Etiopatogenia: 
· Ambientais. O transtorno de ansiedade de separação frequentemente se desenvolve após um estresse vital, sobretudo uma perda (p. ex., a morte de um parente ou animal de estimação; doença do indivíduo ou de um parente; mudança de escola; divórcio dos pais; mudança para outro bairro; imigração; um desastre que envolveu períodos de separação das figuras de apego). Em jovens adultos, outros exemplos de estresse vital incluem sair da casa dos pais, iniciar uma relação romântica e tornar-se pai. A superproteção e a intromissão parentais podem estar associadas ao transtorno de ansiedade de separação.
· Genéticos e fisiológicos. O transtorno de ansiedade de separação em crianças pode ser herdado. A herdabilidade foi estimada em 73% em uma amostra da comunidade de gêmeos de 6 anos, com taxas mais altas entre as meninas. As crianças com o transtorno exibem sensibilidade particularmente aumentada à estimulação respiratória usando ar enriquecido com CO2.
VI- Mutismo Seletivo: Esse transtorno é caracterizado por uma recusa persistente em falar em situações específicas apesar da demonstração de capacidade de falar em outras situações.
a) Prevalência: O mutismo seletivo é um transtorno relativamente raro e não foi incluído como categoria diagnóstica em estudos epidemiológicos de prevalência dos transtornos na infância. Prevalências pontuais usando várias amostras em clínicas ou escolas variam entre 0,03 e 1%, dependendo do contexto (p. ex., clínica vs. escola vs. população em geral) e da idade dos indivíduos na amostra. A prevalência do transtorno não parece variar por sexo ou raça/etnia. Manifesta-se com maior frequência em crianças menores do que em adolescentes e adultos.
b) Etiopatogenia: 
· Temperamentais. Os fatores de risco temperamentais para o mutismo seletivo não estão bem identificados. Afetividade negativa (neuroticismo) ou inibição comportamental podem desempenhar algum papel, assim como história parental de timidez, isolamento e ansiedade social. As crianças com mutismo seletivo podem ter dificuldades sutis de linguagem receptiva comparadas com seus pares, embora ainda esteja dentro da variação normal.
· Ambientais. A inibição social por parte dos pais pode servir como modelo para a reticência social e o mutismo seletivo em crianças. Além do mais, os pais de crianças com mutismo seletivo foram descritos como superprotetores ou mais controladores do que os pais de crianças com outros transtornos de ansiedade ou nenhum transtorno.
· Genéticos e fisiológicos. Devido à sobreposição significativa entre mutismo seletivo e transtorno de ansiedade social, pode haver fatores genéticos compartilhados por ambos.
4.1- Identificar prevalência, etiopatogenia, critérios diagnósticos, abordagem terapêuticas, tratamento farmacológico e as características dessas drogas, do transtorno de ansiedade generalizada. 
Transtorno de ansiedade generalizada: o transtorno de ansiedade generalizada é caracterizado por preocupação ou ansiedade excessivas, com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observado. É necessário também que essa ansiedade excessiva dure mais de 6 meses continuamente e que seja diferenciada da ansiedade normal ou da causada por alguma doença física ou substância
Várias características distinguem o transtorno de ansiedade generalizada da ansiedade não patológica. Primeiro, as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são excessivas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento psicossocial, enquanto as preocupações da vida diária não são excessivas e são percebidas como mais manejáveis, podendo ser adiadas quando surgem questões mais prementes. Segundo, as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são mais disseminadas, intensas e angustiantes; têm maior duração; e frequentemente ocorrem sem precipitantes. Quanto maior a variação das circunstâncias de vida sobre as quais a pessoa se preocupa (p. ex., finanças, segurança dos filhos, desempenho no trabalho), mais provavelmente seus sintomas satisfazem os critérios para transtorno de ansiedade generalizada. Terceiro, as preocupações diárias são muito menos prováveis de ser acompanhadas por sintomas físicos (p. ex., inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele). Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo relacionado ao funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de sua vida.
a) Prevalência: A prevalênciade 12 meses do transtorno de ansiedade generalizada é de 0,9% entre adolescentes e de 2,9% entre adultos na comunidade em geral nos Estados Unidos. A prevalência de 12 meses para o transtorno em outros países varia de 0,4 a 3,6%. O risco de morbidade durante a vida é de 9%. Indivíduos do sexo feminino têm duas vezes mais probabilidade do que os do masculino de experimentar transtorno de ansiedade generalizada. A prevalência do diagnóstico tem seu pico na meia-idade e declina ao longo dos últimos anos de vida.
b) Etiopatogenia: 
· Temperamentais. Inibição comportamental, afetividade negativa (neuroticismo) e evitação de danos foram associadas ao transtorno de ansiedade generalizada.
· Ambientais. Embora as adversidades na infância e a superproteção parental tenham sido associadas ao transtorno de ansiedade generalizada, não foram identificados fatores ambientais específicos para o transtorno ou necessários ou suficientes para fazer o diagnóstico.
· Genéticos e fisiológicos. Um terço do risco de experimentar transtorno de ansiedade generalizada é genético. Os fatores genéticos se sobrepõem ao risco de neuroticismo e são compartilhados com outros transtornos de ansiedade e humor, particularmente o transtorno depressivo maior.
c) Critérios diagnósticos 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses).
Nota: Apenas um item é exigido para crianças.
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto).
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante).
d) Abordagem terapêutica: O tratamento mais eficaz para transtorno de ansiedade generalizada provavelmente seja um que combine psicoterapia, farmacoterapia e abordagens de apoio. Ele pode durar um período significativo, dependendo do profissional envolvido, seja um clínico, um psiquiatra, seja o médico da família ou outro especialista. 
Psicoterapia: As principais abordagens terapêuticas ao transtorno de ansiedade generalizada são a cognitivo-comportamental, a de apoio e a orientada ao insight. As abordagens cognitivas tratam diretamente as distorções cognitivas hipotéticas, e as comportamentais tratam os sintomas somáticos. As principais técnicas utilizadas nas abordagens comportamentais são o relaxamento e o biofeedback. Alguns dados preliminares indicam que a combinação de abordagens cognitivas e comportamentais é mais eficaz do que cada uma utilizada de forma isolada. A maioria dos pacientes experimenta uma redução acentuada da ansiedade quando lhes é dada a oportunidade de discutir suas dificuldades com um médico preocupado e empático. Se os médicos descobrem situações externas que sejam provocadoras de ansiedade, podem ser capazes – sozinhos ou com o auxílio do paciente e da família – de modificar o ambiente e, assim, reduzir as pressões estressantes. A diminuição dos sintomas por vezes permite que os pacientes se comportem de forma eficiente em seu trabalho diário e em seus relacionamentos, obtendo novas recompensas e gratificações, que por si só são terapêuticas.
A terapia de apoio oferece encorajamento e conforto para os pacientes, ainda que sua eficácia a longo prazo seja duvidosa. A psicoterapia orientada ao insight enfoca a revelação de conflitos inconscientes e a identificação de forças do ego. 
Farmacoterapia: A decisão de prescrever um ansiolítico a pacientes com transtorno de ansiedade generalizada em raros casos deve ser tomada na primeira visita. As três principais opções de medicamentos a serem consideradas para o tratamento desse transtorno são os benzodiazepínicos, os ISRSs, a buspirona e a venlafaxina. Outros agentes que podem ser úteis são os tricíclicos (p. ex., a imipramina), os anti-histamínicos e os antagonistas β-adrenérgicos (p. ex., o propranolol. Embora o tratamento medicamentoso do transtorno de ansiedade generalizada seja, às vezes, considerado uma intervenção de 6 a 12 meses, alguma evidência indica que ele deve ser a longo prazo, talvez por toda a vida. 
e) Características dessas drogas:
Benzodiazepínicos. Os benzodiazepínicos têm sido os medicamentos de escolha no transtorno de ansiedade generalizada. Podem ser prescritos conforme necessário, de modo que os pacientes tomem um benzodiazepínico de ação rápida quando se sintam particularmente ansiosos. A abordagem alternativa é prescrevê-los por um período limitado, durante o qual abordagens psicossociais são implementadas.
Os benzodiazepínicos são agentes sedativos-hipnóticos amplamente utilizados. Seu mecanismo se ação, se baseia no entendimento de ser um agonista no GABA, assim, os alvos para as ações dos benzodiazepínicos são os receptores do ácido γ-aminobutírico tipo A GABA (é o principal neurotransmissor inibitório no sistema nervoso centra). 
O tratamento para a maioria das condições de ansiedade dura de 2 a 6 semanas, seguidas por 1 a 2 semanas de redução gradativa da utilização do medicamento antes de sua interrupção. O erro clínico mais comum no tratamento com esses fármacos é continuá-lo por tempo indefinido. Para o tratamento da ansiedade, é habitual começar administrando o medicamento no extremo mais baixo da variação terapêutica e aumentar a dose para atingir a resposta terapêutica. A utilização de um benzodiazepínico com uma meia-vida intermediária (8 a 15 horas) pode evitar alguns efeitos adversos associados aos agentes com meias-vidas mais longas, e a utilização de doses divididas evita o desenvolvimento de efeitos adversos associados a picos elevados dos níveis plasmáticos. 
Fármacos benzodiazepínicos 
Diazepam: Perfil ansiolítico. Via oral ou intravenosa. 
Lorazepam: Meia vida intermediária. Recomendado para paciente com insuficiência hepática 
Alprazolam: Perfil indutor do sono. Útil em transtornos ansiosos, principalmente transtorno do pânico. 
Buspirona. A buspirona é um agonista parcial dos receptores 5-HT1A e pode ser mais eficaz em 60 a 80% dos pacientes com transtorno de ansiedade generalizada. Dados indicam que essa substância é mais eficaz na redução de sintomas cognitivos do que na de sintomas somáticos. A maior desvantagem da buspirona é que seus efeitos levam de 2 a 3 semanas para se tornarem evidentes, em contraste com os efeitos ansiolíticos quase imediatos dos benzodiazepínicos. Uma abordagem é iniciar o uso de ambos os grupos ao mesmo tempo e, então, reduzir de forma gradual a utilização dos benzodiazepínicos até a retirada, após 2 a 3 semanas, momento em que a buspirona deve teratingido seus efeitos máximos. 
A buspirona é útil no tratamento crônico do TAG e tem eficácia comparável à dos benzodiazepínicos. Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz para tratamento de curta duração ou para estados de ansiedade agudos. As ações da buspirona parecem mediadas pelos receptores de serotonina (5-HT1A), embora ela também tenha alguma afinidade pelos receptores D2 da dopamina e 5-HT2A da serotonina. Assim, seu modo de ação difere do mecanismo de ação dos benzodiazepínicos.
Venlafaxina. A venlafaxina (inibidor seletivo recaptação de serotonina e noradrenalina ré eficaz no tratamento de insônia, má concentração, inquietação, irritabilidade e tensão muscular excessiva associadas com o transtorno de ansiedade generalizada. É um inibidor não seletivo da recaptação de três aminas biogênicas – serotonina, norepinefrina e, em menor grau, dopamina.
Venlafaxina, desvenlafaxina, levomilnaciprana e duloxetina inibem a captação de serotonina e norepinefrina. Esses fármacos, denominados ICSNs, podem ser eficazes no tratamento de depressão em pacientes nos quais os ISCSs foram ineficazes. A venlafaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina. A venlafaxina produz inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato da isoenzima CYP2D6.
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Os ISRSs podem ser eficazes especialmente para pacientes com depressão mórbida. A desvantagem maior dos ISRSs, sobretudo da fluoxetina, é que eles podem aumentar a ansiedade de forma transitória e causar estados agitados. Por essa razão, os ISRSs sertralina, citalopram ou paroxetina são escolhas melhores para pacientes com transtorno de alta ansiedade. É razoável iniciar o tratamento com sertralina, citalopram ou paroxetina em associação com um benzodiazepínico e, então, reduzir gradualmente o uso do benzodiazapínico após 2 a 3 semanas. 
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) são um grupo de fármacos antidepressivos que inibem especificamente a captação da serotonina, apresentando uma seletividade. Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Os antidepressivos, incluindo os ISCSs, em geral precisam de 2 semanas para produzir melhora significativa no humor, e o benefício máximo pode demorar até 12 semanas ou mais. A indicação primária dos ISCSs é a depressão. Vários outros transtornos psiquiátricos também respondem favoravelmente aos ISCSs, incluindo transtorno obsessivo- -compulsivo, de pânico, de ansiedade generalizada, de estresse pós- -traumático, de ansiedade social. 
Fármacos ISRSs
Citalopram: Único ISRs aplicada por via intravenosa. É seguro para a gestação. Pode ser usado para ansiedade e depressão em crianças. É seguro para idosos. 
Sertralina: Não recomendado para pacientes com insuficiência hepática. Usado em crianças e adolescentes para ansiedade. É seguro para idosos. É utilizado para gestantes ansiosas. 
5- Caracterizar os transtornos depressivos, abordando critérios de diagnóstico, abordagens terapêuticas e tratamento farmacológico adotado. 
Transtornos depressivos: Os transtornos depressivos incluem transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado.
I- Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor
Nesse transtorno, o sintoma central é a irritabilidade crônica grave. O diagnóstico geralmente é feito antes dos 10 anos de idade (e não pode, pela primeira vez, ser feito depois dos 18 anos), e tal categoria diagnóstica não deve ser aplicada a crianças com menos de 6 anos de idade. A criança tem explosões de raiva que não se explicam pela sua idade e estágio de desenvolvimento; as explosões são frequentes, de três ou mais vezes por semana; e o humor entre as explosões é persistentemente irritável ou zangado. As explosões geralmente ocorrem em diversos ambientes, mas, para o diagnóstico, devem ser graves em pelo menos um dos ambientes. Estima-se que a prevalência do transtorno, no período de seis meses a um ano, esteja em torno de 2 a 5%.
a) Critérios diagnósticos
A. Explosões de raiva recorrentes e graves manifestadas pela linguagem (p. ex., violência verbal) e/ ou pelo comportamento (p. ex., agressão física a pessoas ou propriedade) que são consideravelmente desproporcionais em intensidade ou duração à situação ou provocação.
B. As explosões de raiva são inconsistentes com o nível de desenvolvimento.
C. As explosões de raiva ocorrem, em média, três ou mais vezes por semana.
D. O humor entre as explosões de raiva é persistentemente irritável ou zangado na maior parte do dia, quase todos os dias, e é observável por outras pessoas (p. ex., pais, professores, pares).
E. Os Critérios A-D estão presentes por 12 meses ou mais. Durante esse tempo, o indivíduo não teve um período que durou três ou mais meses consecutivos sem todos os sintomas dos Critérios A-D.
F. Os Critérios A e D estão presentes em pelo menos dois de três ambientes (p. ex., em casa, na escola, com os pares) e são graves em pelo menos um deles.
G. O diagnóstico não deve ser feito pela primeira vez antes dos 6 anos ou após os 18 anos de idade.
H. Por relato ou observação, a idade de início dos Critérios A-E é antes dos 10 anos.
I. Nunca houve um período distinto durando mais de um dia durante o qual foram satisfeitos todos os critérios de sintomas, exceto a duração, para um episódio maníaco ou hipomaníaco.
J. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante um episódio de transtorno depressivo maior e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do espectro autista, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade de separação, transtorno depressivo persistente [distimia]).
K. Os sintomas não são consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica ou neurológica.
b) Abordagens terapêuticas
Intervenções psicossociais, como psicoterapia cognitivo-comportamental, possivelmente sejam um componente essencial no tratamento de jovens com transtorno disruptivo da desregulação do humor, e intervenções psicossociais visando a crianças diagnosticadas com transtorno bipolar podem ser benéficas.
c) Tratamento farmacológico adotado
O tratamento atual para transtorno disruptivo da desregulação do humor baseia-se em intervenções sintomáticas, visto que sua etiologia não é bem compreendida neste momento. Caso se confirme que esse transtorno é semelhante à depressão unipolar e aos transtornos de ansiedade em sua fisiopatologia, e seja com frequência comórbido com TDAH, então os ISRSs e estimulantes provavelmente seriam agentes farmacológicos de primeira escolha. Contudo, se a fisiopatologia do transtorno disruptivo da desregulação do humor for semelhante à do transtorno bipolar, então os tratamentos de primeira linha para jovens incluiriam agentes antipsicóticos atípicos e estabilizadores do humor. 
II- Transtorno Depressivo Maior: O aspecto necessário do transtorno depressivo maior é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer nas atividades habituais. Todos os sintomas devem estar presentes quase todos os dias, exceto ideação suicida ou pensamentos de morte, que precisam apenas ser recorrentes. O diagnóstico é excluído se os sintomas forem o resultado de um luto normal e se sintomas psicóticos estiverem presentes na ausência de sintomas de humor.
a) Critérios diagnósticos 
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.
1. Humor deprimido na maior parte dodia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas (p. ex., parece choroso). 
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos os dias. 
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outras pessoas, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado.
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco.
b) Abordagens terapêuticas
Embora a maioria dos estudos indique – e a maioria dos médicos e pesquisadores acredite – que uma combinação de psicoterapia e farmacoterapia é o tratamento mais eficaz para transtorno depressivo maior, alguns dados sugerem outra visão: tanto uma quanto a outra isoladas são eficientes, pelo menos em episódios depressivos maiores leves, e o uso regular da terapia combinada aumenta o custo do tratamento e expõe o paciente a efeitos adversos desnecessários
c) Tratamento farmacológico adotado 
A nefazodona é efetiva para o tratamento de depressão maior. A dosagem eficaz habitual é de 300 a 600 mg diários. Este fármaco é um inibidor fraco da captação de serotonina. Seu efeito terapêutico parece estar relacionado com a capacidade de bloqueio dos receptores 5-HT2A pós-sinápticos. O fármaco é sedativo, provavelmente devido à potente atividade bloqueadora H1. 
III- Transtorno Depressivo Persistente (Distimia): O aspecto mais característico da distimia, também conhecida como transtorno depressivo persistente, é a presença de um humor deprimido que dura a maior parte do dia e está presente quase continuamente. Existem sentimentos associados de inadequação, culpa, irritabilidade e raiva; afastamento da sociedade; perda de interesse; e inatividade e falta de produtividade. 
a) Critérios diagnósticos 
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos.
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características:
1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso.
2. Insônia ou hipersonia.
3. Baixa energia ou fadiga.
4. Baixa autoestima.
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
6. Sentimentos de desesperança.
C. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses.
D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos.
E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico.
F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo).
H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
b) Abordagens terapêuticas 
A combinação de terapia farmacológica e alguma forma de psicoterapia pode ser o tratamento mais eficaz para o transtorno.
c) Tratamento farmacológico adotado
Em geral, os dados indicam que os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), a venlafaxina e a bupropiona são tratamentos eficazes para pacientes com distimia. Os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) são eficazes em um subgrupo de pacientes com o transtorno, o qual também pode responder ao uso criterioso de anfetaminas. 
A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos e outros tecidos, como fígado e intestino. No neurônio, a MAO funciona como “válvula de segurança”, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de neurotransmissor (norepinefrina, dopamina e serotonina) que possa vazar das vesículas sinápticas quando o neurônio está em repouso. O IMAO pode inativar reversível ou irreversivelmente a enzima, permitindo que as moléculas do neurotransmissor fujam da degradação e, assim, se acumulem dentro do neurônio pré-sináptico e vazem para o espaço sináptico. A maioria dos IMAOs, como a fenelzina, forma complexos estáveis com a enzima, causando inativação irreversível. Isso resulta em aumento dos estoques de norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos neurônios e subsequente difusão do excesso de neurotransmissor para a fenda sináptica. 
IV- Transtorno Disfórico Pré-menstrual: Esse transtorno ocorre cerca de uma semana antes da menstruação e é caracterizado por irritabilidade, labilidade emocional, cefaleia e ansiedade ou depressão que desaparecem após terminar o ciclo menstrual.
a) Critérios diagnósticos 
A. Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco sintomas devem estar presentes na semana final antes do início da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois do início da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual.
B. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve estar presente:
1. Labilidade afetiva acentuada (p. ex., mudanças de humor; sentir-se repentinamente triste ou chorosa ou sensibilidade aumentada à rejeição).
2. Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais.
3. Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos.
4. Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite.
C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve adicionalmente estar presente para atingir um total de cinco sintomas quando combinados com os sintomas do Critério B.
1. Interesse diminuído pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola, amigos, passatempos).
2. Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar.
3. Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada.
4. Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos.
5. Hipersonia ou insônia.
6. Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle.
7. Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso.
D. Os sintomas estão associados a sofrimento clinicamente significativo ou a interferência no trabalho, na escola, em atividades sociais habituais ou relaçõescom outras pessoas (p. ex., esquiva de atividades sociais; diminuição da produtividade e eficiência no trabalho, na escola ou em casa).
E. A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, como transtorno depressivo maior, transtorno de pânico, transtorno depressivo persistente (distimia) ou um transtorno da personalidade (embora possa ser concomitante a qualquer um desses transtornos).
F. O Critério A deve ser confirmado por avaliações prospectivas diárias durante pelo menos dois ciclos sintomáticos. 
G. Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo).
b) Abordagens terapêuticas 
Um estilo de vida saudável é igualmente fundamental para controlar os sintomas da Síndrome Disfórica Pré-Menstrual. É importante manter uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, dormir entre 7 e 8 horas por noite e evitar hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo e a ingestão de álcool. Técnicas de relaxamento, tais como a ioga e a meditação, podem propiciar uma diminuição do estresse e uma consequente melhora dos sintomas emocionais do TDPM
c) Tratamento farmacológico adotado 
O tratamento do TDPM inclui apoio para a paciente para a presença e identificação dos sintomas. O tratamento é sintomático e inclui analgésicos para dor e sedativos para ansiedade e insônia. A retenção de líquidos é aliviada com diuréticos. Paroxetina (inibidor seletivo da captação de serotonina) de liberação controlada é aprovada para transtorno disfórico pré-menstrual. A nefazodona é efetiva para o tratamento de transtorno disfórico pré-menstrual. 
V- Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento: 
Há um quadro depressivo intimamente associado durante ou logo após a intoxicação por substâncias ou fármacos Drogas associadas à depressão são, por exemplo, álcool, cocaína, maconha, inalantes, opioides ou medicamentos como hipnóticos e ansiolíticos (p. ex. benzodiazepínicos), anti-hipertensivos e corticosteroides (no seu uso ou em sua retirada abrupta).
a) Critérios diagnósticos
A. Uma perturbação proeminente e persistente do humor que predomina no quadro clínico, caracterizada por humor depressivo ou diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades.
B. Existem evidências, a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais, de (1) e (2):
1. Os sintomas no Critério A desenvolveram-se durante ou logo após intoxicação ou abstinência de substância ou após exposição a medicamento.
2. A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir os sintomas no Critério A.
C. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno depressivo não induzido por substância/ medicamento. Tais evidências de um transtorno depressivo independente podem incluir: Os sintomas precedem o início do uso da substância/medicamento; os sintomas persistem por um período substancial (p. ex., cerca de um mês) após a cessação da abstinência aguda ou intoxicação grave; ou existem outras evidências sugerindo a existência de um transtorno depressivo independente, não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de episódios recorrentes não relacionados a substância/medicamento).
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium.
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
b) Abordagens terapêuticas 
Terapia de rede: A terapia de rede (network therapy) foi desenvolvida como um tipo especializado de terapias individual e em grupo combinadas para assegurar maior sucesso no tratamento de pacientes aditos em consultório. A terapia de rede utiliza as abordagens psicodinâmica e cognitivo-comportamental associadas à terapia individual ao mesmo tempo que insere o paciente em uma rede de apoio em grupo. 
Terapias psicossociais: Intervenção psicossocial normalmente envolve as modalidades individual, em grupo e familiar. 
c) Tratamento farmacológico adotado 
O tratamento dependera da substância/medicamento utilizado que causa esse transtorno. Em geral, se for devido ao álcool, o tratamento será a abstinência e poderá ser recomendado o uso de Naltrexona (antagonista opioide que tem a função de diminuir o prazer ao beber, por meio da liberação das endorfinas e consequente bloqueio da liberação de dopamina. A dose usual é de 50 mg/dia, mas pode chegar a 100 mg/dia); Acamprosato (o acamprosato, ao contrário da naltrexona, reduz o desejo compulsivo que aparece na abstinência, por meio da redução da atividade glutamatérgica e aumento da gabaérgica).
Em relação ao tratamento de transtorno induzido por medicamentos e outras drogas, será recomendado a abstinência e intervenções psicológicas em grupo, familiares ou individuais. 
VI- Transtorno depressivo devido a outra condição médica: Aqui estão presentes as síndromes depressivas causadas ou fortemente associadas a uma doença física, a um quadro clínico primariamente somático, seja ele localizado no cérebro (p. ex., doença de Parkinson, doença de Huntington, acidente vascular cerebral [AVC], trauma ou tumor cerebral), seja ele sistêmico, isto é, em outra parte do organismo, mas com consequências para todos os órgãos, inclusive o cérebro.
a) Critérios diagnósticos 
A. Um período proeminente e persistente de humor deprimido ou de diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades que predomina no quadro clínico.
B. Existem evidências, a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais, de que a perturbação é consequência fisiopatológica direta de outra condição médica.
C. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., transtorno de adaptação com humor depressivo em resposta ao estresse de ter uma condição médica grave).
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium.
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo
VII- Outro transtorno depressivo especificado: Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno depressivo que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos transtornos depressivos. A categoria outro transtorno depressivo especificado é usado nas situações em que o clínico opta por comunicar a razão específica pela qual a apresentação não satisfaz os critérios para qualquer transtorno depressivo específico. Isso é feito por meio do registro de “outro transtorno depressivo especificado”, seguido pela razão específica (p. ex., “episódio depressivo de curta duração”).
Essa categoria diagnóstica inclui dois subtipos: (1) episódio depressivo recorrente, que é uma depressão que dura entre 2 a 13 dias e que ocorre pelo menos uma vez por mês e (2) episódio depressivo de curta duração, que é um humor deprimido que dura de 4 a 14 dias e que não é recorrente.
VIII- Transtorno depressivo não especificado: Esta categoria aplica-se a apresentações em que sintomas característicos de um transtorno depressivo que causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos transtornos depressivos. A categoria transtorno depressivo não especificado é usada nas situações em que o clínico opta por não especificar a razão pela qual os critérios para um transtorno depressivo específico não são satisfeitos e inclui apresentações para as quais não há informações suficientes para fazer um diagnóstico mais específico (p. ex., em salasde emergência).
Essa categoria diagnóstica inclui quatro subtipos principais: (1) melancolia, que é uma forma grave de depressão maior caracterizada por desesperança, anedonia e retardo psicomotor e que também traz consigo um alto risco de suicídio; (2) depressão atípica, que é marcada por um humor deprimido associado com ganho de peso, em vez de perda, e com hipersonia, em vez de insônia; (3) depressão periparto, que é a que ocorre em torno da época do parto ou no período de um mês após dar à luz (chamada depressão pós-parto no DSM-IV); e (4) padrão sazonal, que é um humor deprimido que acontece em uma determinada época do ano, geralmente no inverno (também conhecido como transtorno afetivo sazonal [TAS])
Referências 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
Kaplan, H.I; Sadock, B.J. Compêndio de. Psiquiatria- Ciências do Comportamento e. Psiquiatria Clínica. 11ª ed. Editora Artes Médicas
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental (Ministério da Saúde- Saúde mental)
https://www.fcm.unicamp.br/acessus/agravos-estudados/transtorno-mental-grave (TRANSTORNO MENTAL GRAVE)

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