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Resenha Critica Shumpeter _ Ana Lia

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SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Tradução Ruy Jungmann. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961. Tradução de: Capitalism, Socialism, and Democracy.
Resenha por Ana Lia Félix Viudez Barreto
	Joseph Alois Schumpeter nasceu no dia 8 de fevereiro de 1883 na República Tcheca. Schumpeter ficou conhecido como um dos principais economistas do século XX. Ele acreditava que para que houvesse mudanças na economia era necessário inovar no ponto de vista da economia para que a situação econômica mudasse.
	A obra “Capitalismo, Socialismo e Democracia” se trata de uma análise feita por Schumpeter sobre a doutrina clássica da democracia e como ela funciona. O autor inicia o capítulo 21 sobre o seguinte tópico: “O bem comum a favor e a vontade do povo”, onde nele se fala que a democracia (o poder da maioria de escolher quem é melhor para representá-los) se acredita na existência de um bem comum e que ele seria bem simples de compreender, e aqueles que não entendessem seria em razão da “ignorância (que pode ser remediada), a estupidez e o interesse antissocial”. Além do bem comum há também a existência da vontade comum, “vontade de todas as pessoas sensatas”. 
A democracia para funcionar se necessita de pessoas especialistas no assunto para que haja uma boa administração, tudo para facilitar a vida do cidadão, esses especialistas teriam como existência os parlamentos ou assembleias como local para tomar decisões importantes. Porém, esse conjunto de pessoas presentes não iria dar voz ao povo mas sim representá-lo, e para isso esse comitê precisará de um órgão para administrá-lo, sendo ele o governo, com o primeiro-ministro como secretário-geral. Para Schumpeter a democracia não há dificuldades além de fazê-la funcionar.
Para o autor a ideia de como deve ser a vida em sociedade vai muito além do uso da lógica. Como por exemplo a utilização do bem comum para resolver problemas econômicos, mesmo que a solução fosse aceita por “todos” ela não se encaixaria em todos os casos. Há ainda o problema com a ideia de vontade do povo que na democracia seria equivalente a vontade individual; se não houvesse uma vontade em comum no povo ela se tornará em várias vontades individuais. Para o autor a vontade em comum funciona como um centro de gravidade utilitarista, que unificaria as vontades e as transformaria em uma vontade do povo, assim a vontade comum falha com o bem comum.
No segundo tópico do capítulo: “A vontade do povo e a vontade individual” elabora um novo conceito sobre a vontade do povo e como funciona. “Não será caótico aquilo que puder ser explicado”, os resultados só teriam significado se houvesse um objetivo completo ou uma idealização, a vontade também dependeria da confiança da democracia do governo, o povo teria de se desprender dos resultados, porém o abandono do bem comum não seria positivo, seria irrealista acreditar que a vontade de uma pessoa seria justa para o coletivo, assim “o homem teria de saber de maneira definida o que deseja defender”, pois se houvesse uma pessoa para decidir por todos ela teria de ser capaz de entender e observar a situação de todos, levando ao conceito de inferência lógica e inferência geral.
A vontade do povo, mesmo tendo as opiniões e desejos individuais e relacionadas a democracia e se todas as pessoas agissem de acordo não seria sábio utilizar a política para decidir o processo de escolha, assim seria baseado no indivíduo e não representaria nada. Se a vontade individual for muito variada as decisões nunca serão o que o povo realmente quer, então para resolver teria de que achar um meio-termo justo, levando em conta os conceitos de quantitativo (maiores oportunidades porém de difícil escolha) e qualitativos (de melhor qualidade porém podendo ser igualmente ruim), e sempre pensando no resultado a longo prazo.
No terceiro tópico do capitulo: “A natureza humana da política” fala sobre a determinação e independência do eleitor e a psicologia social, ele cita o livro: “A natureza humana da política” (dando nome ao tópico) de Graham Wallas, mais especificamente o capitulo Psicologia social, na qual Schumpeter fala que a personalidade humana quando homogênea teria uma vontade fixa, porém essa ideia não durou muito e começou a decair e ser ignorada pelas Ciências Sociais, fala também como Theódule Rebot e Sigmund Freud ajudaram a derrubar essa teoria. Schumpeter cita o livro “Psicologia das multidões” de Gustave Le Bon, onde se fala do comportamento humano em relação ao coletivo, principalmente enfrentando fatos que as pessoas conheciam porém evitavam, cita também a natureza do homem, que é relacionado a doutrina da democracia e acredita no mito da democracia em relação as revoluções. A teoria de Le Bom é bastante incerta pois não se encaixa em todas as sociedades, porém deixa em ênfase que os fenômenos da psicologia estão presentes em todos os lados.
Outra análise que Schumpeter faz sobre a psicologia é em relação ao capitalismo, onde os economistas observam que várias coisas presentes nas vidas dos consumidores não estavam presentes nos seus chamados “manuais econômicos”, para eles de um lado os consumidores são facilmente manipulados pelas publicidades e de outro é incerto saber o interesse dos consumidores. Chega-se à conclusão de que as pessoas são influenciadas por experiencias boas e ruins e também por motivos e interesses, “hábito de insistir nas coisas que deseja”. A terceira análise que o autor faz é baseado na indústria, que de primeira pode ser vista como indolente, mau juiz e incompetente, mas para ele na indústria há uma dinâmica de poder reformar e/ou eliminar, o dia a dia e suas situações podem servir de exemplo, as coisas que interessam um indivíduo podem influenciar suas prioridades, cabendo ele saber as situações que lhe favorecem ou desfavorecem. 
O conceito de certeza e racionalidade de pensamento e ação, não é consequência do entendimento de responsabilidade ou da realidade, as escolhas têm como distinção: realidade, familiaridade e reponsabilidade e essas escolhas têm nelas presentes as vontades individuais que podem parecer sem sentido ou egoístas, vontade e racionalidade estão fortemente presentes no cotidiano e é isso que disciplina cada um. O “patriotismo local” está presente no funcionamento da democracia, nisso é possível observar que há semelhanças entre os problemas da cidade e os problemas da indústria, pois neles estão presentes os assuntos nacionais com interesses individuais e que sua maioria é financeira, os eleitores se mostram corruptos nesse assunto e fazem decisões que não abrangem um longo prazo. Isso está fortemente ligado as necessidades da doutrina clássica e suas grandes questões políticas que estão ligadas a economia do cidadão.
O senso de realidade é reduzido, “o individuo fala, deseja, sonha, resmunga”, porém sentimentos não são vontades, contudo o cidadão privado não encontra algo que represente a sua vontade logo ele é membro de uma sociedade que não funciona e assim ele se sente desmotivado. Com o senso de responsabilidade reduzido (falta de bom senso na política) e a ausência de vontade efetiva o cidadão é levado a se apoiar na incerteza da doutrina clássica da democracia e assim ele se tornará fechado e leigo em relação as suas escolhas. “Quanto mais débil o elemento logico nos processos da mentalidade coletiva e mais completa a ausência de crítica racional e de influência racionalizada da experiencia e responsabilidade e pessoal, maiores serão as oportunidades de um grupo que queira explorá-las”, presente na natureza humana política não há uma vontade verdadeira e sim uma fabricada artificialmente. Essa vontade fabricada corresponde a real volontê générale da doutrina clássica, a vontade é facilmente manipulada pela publicidade, logo, “as informações e argumentos que realmente impressionam ao cidadão, por conseguinte provavelmente servem a algum fim político”, assim o interesse do homem é mentir nas publicidades e é sabido que muitas delas são adulteradas quando relacionadas a políticapois nela algumas são exaltadas e outras eliminadas.
No quarto e ultimo tópico: “Razoes para a sobrevivência da doutrina clássica”, se inicia com o autor afirmando que o racionalismo hereditário não funciona, pois ele está liga a doutrina clássica e ela está ligada a fé religiosa, porém se sabe que os políticos não são religiosos, a doutrina clássica se tornou um complemento para aqueles que acreditavam e conservavam a fé, logo, o bem comum e os valores supremos são deixados de lado, utiliza-se o termo a voz do povo é a voz de Deus, “o homem vale apenas por um e ninguém mais por mais de um”, assim à uma divergência, como no socialismo, não é somente um erro e sim também pecado, a democracia nesse ponto de vista se torna uma fantasia ou idealização. O autor também fala de como as diversas nações costumam ligar a democracia a história de um ponto de vista bem favorável a todos.
O autor partiu de um princípio de entender e falar a sua opinião sobre a doutrina clássica da democracia e conseguiu com êxito passar as suas ideias. Como leitora, o texto foi bastante interessante e complementar sobre o assunto, apesar de vários momentos ter me perdido no texto pela sua linguagem bastante coloquial, porém super indicarei e utilizarei o texto na minha vida acadêmica.

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