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25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17 SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO E DRAWBACK AULA 6 Profª Ana Flávia Pigozzo 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo a mais uma aula sobre Sistemática de Exportação e Drawback. Nesta aula, vamos analisar temas voltados ao mercado internacional, e como uma empresa que deseja exportar deve planejar e conduzir as adequações necessárias, não apenas com relação ao produto exportado, mas sim à toda cultura corporativa. Analisaremos como a empresa pode conhecer seus concorrentes externos e quais valores são praticados, pensando embalagem, qualidade, entre outros fatores. Também vamos tratar sobre o perfil do profissional que atua na empresa, para o desenvolvimento e o fortalecimento da participação no mercado externo. Para tornar essa etapa de estudos mais prática, ao final da aula vamos traçar um modelo de fluxograma de um processo de exportação, que pode servir de base para o planejamento de uma empresa. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Conforme já vimos, exportar é uma excelente opção para as empresas expandirem seu mercado consumidor, ampliar seu faturamento e desenvolver sua marca no mercado externo. O Brasil tem vários incentivos para as empresas que decidem exportar, como isenção de tributos para produtos exportados e drawback, que reduz o custo de produtos adquiridos para a fabricação de produtos voltados à exportação. Porém, é necessário que a empresa tenha algumas informações sobre o produto e como ele vai interagir no mercado externo. Aqui é importante fazer uma análise rigorosa dos produtos e dos valores das empresas concorrentes internacionais, conhecendo seus valores, qualidade, tecnologia presente, embalagem, 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/17 onde e como são vendidos. A empresa precisa também definir um profissional para atuar nessa área, que precisa apresentar certas características. Também é importante analisar a viabilidade econômica de participar do mercado internacional, estudando como se desenha todo o processo. Para isso, vamos trazer um fluxograma que vai ajudar com esse entendimento. TEMA 1 – ANÁLISE DOS PRODUTOS E VALORES DAS EMPRESAS CONCORRENTES Da mesma forma como acontece no mercado interno, ao decidir produzir e vender um produto, independentemente do segmento, um dos primeiros passos é pesquisar. Com o resultado da pesquisa em mãos, busca-se conhecer quais são os produtos, quais seus valores, e qual a disponibilidade de empresas concorrentes. Conhecer a concorrência coloca uma empresa a na situação de poder ajustar processos e outros fatores, para que seu produto chegue no mercado com condições ideias de competir. Mas como realizar essa pesquisa quando estamos tratando de um mercado internacional, com diversos países e possibilidades em jogo? O primeiro pensamento pode ser enviar um representante da empresa, que faria esse levantamento, mas seria um processo caro e mais demorado. Atualmente, com a mais ampla utilização da tecnologia, o processo de pesquisa ficou mais acessível, pois existem portais governamentais e gratuitos que fazem esse levantamento, disponibilizando-o para que as empresas tenham acesso aos dados. 1.1 WWW.APEXBRASIL.COM.BR A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) disponibiliza, em seu portal, dados que permitem analisar os potenciais do produto no mercado internacional. Além disso, provê diversos outros serviços como, por exemplo aproximar exportador de importadores ou captar recursos. É um portal bastante completo para empresas que decidem exportar: 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/17 Contém análises sobre as condições de acesso ao mercado para empresas brasileiras, com foco em temas regulatórios, tarifários, não-tarifários e de padrões privados. Os estudos, preparados em conjunto com o escritório da Apex-Brasil no exterior, apresentam e analisam o ambiente regulatório em diversos países, em diferentes setores, com a identificação de stakeholders públicos e privados. Traz ainda as principais dificuldades enfrentadas na exportação para os mercados e os principais acordos comerciais que o país tem com o mundo. 1.2 WWW.VITRINEDOEXPORTADOR.GOV.BR Outro portal de referência para empresas que decidem exportar. Nele, o Ministério da Economia disponibiliza espaço para as empresas que já exportam e que tenham interesse em divulgar seus produtos e serviços na Vitrine do Exportador. As empresas podem mostrar os produtos para o mundo, abrindo assim um importante canal de oportunidade de negócios com importadores estrangeiros. O site disponibiliza uma área para construção de vitrine virtual, com a possibilidade de inclusão de fotos, vídeos, texto de apresentação, ferramenta de geolocalização, edição de dados comerciais, além da possibilidade de construção da vitrine em três idiomas: português, inglês e espanhol. E tudo isso é oferecido de forma gratuita. 1.3 WWW.INVESTEXPORTBRASIL.GOV.BR Portal do governo voltado às empresas que decidem exportar ou já exportam. Contém uma seção com informações sobre produtos, apresentando condições de comercialização de determinado produto em mercado específico, o que inclui, entre outros itens, dados o tratamento tarifário e não tarifário aplicado à importação de produtos brasileiros; lista de importadores locais; e estatísticas de importação do produto. Disponibiliza também a ferramenta Market Access Map, que oferece informações sobre tarifas alfandegárias (incluindo preferências tarifárias) de diversos países, com disposições de natureza comercial, regras e certificados de origem, direito aduaneiro de membros da Organização Mundial do Comércio, medidas não tarifárias e fluxos de comércio. 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/17 1.4 WWW.COMEXSTAT.MDIC.GOV.BR No portal Comexstat, existe o ComexVis, que apresenta representações gráficas e interativas de dados estatísticos do comércio exterior brasileiro. Tem como objetivo auxiliar na análise e na comunicação dos dados de comércio exterior, possibilitando maior facilidade e transparência na exploração dessas informações, por meio de visualizações. Apresenta inclusive informações e visualizações interativas nas seguintes categorias: Brasil (Geral), países, blocos econômicos, estados (UF), municípios e produtos. 1.5 WWW.INMETRO.GOV.BR/BARREIRASTECNICAS/ A presença do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), nos mais importantes organismos mundiais, nas áreas de metrologia, avaliação da conformidade e acreditação, e o consequente reconhecimento internacional de suas atividades, têm favorecido a abertura do mercado exterior às empresas brasileiras. O Inmetro também é responsável pela Coordenação Nacional do SGT n. 3 do Mercosul, a quem compete harmonizar Regulamentos Técnicos e Procedimentos de Avaliação da Conformidade no âmbito do Mercosul. O Coordenação-Geral de Articulação Internacional (Caint) tem como objetivo prover os exportadores brasileiros de informações e soluções articuladas para a superação de barreiras técnicas ao comércio, por meio de negociações e acordos de Cooperação Técnica Internacional e regional, visando garantir acesso a mercados e facilitação do comércio exterior. 1.6 HTTPS://BB.B2BRAZIL.COM.BR/ Por meio da parceria entre o Banco do Brasil e a B2Brazil, foi crida uma plataforma personalizada para os clientes do Banco do Brasil promoverem internacionalmente sua empresa e seus produtos por meio da internet. As empresas cadastradas são divulgadas gratuitamente também no portal principal do B2Brazil, que conta com milhões de visitantes em mais de 200 países – ou seja, é uma excelente oportunidade de vitrine virtual para quem quer exportar. 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/6/17 TEMA 2 – PREPARAR A EMPRESA PARA AS PRÓXIMAS VENDAS AO EXTERIOR Exportar é uma possibilidade de as empresas brasileiras ampliarem mercado e conquistar novos destinos consumidores. Porém, a empresa precisa estar preparada para esse passo. É o que vamos estudar neste momento: afinal, como podemos preparar a empresa para realizar suas próximas vendas com foco no mercado internacional? Para iniciar esse estudo, vamos compreender quais são os elementos necessários para essa negociação: Classificação fiscal: item primordial, primeiro da lista, pois é por meio dessa classificação que serão definidas todas as etapas, como documentação, tributação viabilidade (técnica e de legislação), entre outros fatores. Incoterms: define como é feito negociação, pagamento, responsabilidades e demais questões relacionadas à negociação em si. Modalidade de pagamento: importante etapa para ambos, exportador e importador, pois definirá quando e como será feito o pagamento da negociação. Formação de preço: lembre-se, vender para o exterior não é igual a vender no mercado interno, pois o preço aqui é formado por outros elementos, que incluem transporte, taxas e outros valores agregados. Por sua vez, para exportar, o Brasil oferece uma séria de incentivos fiscais, em relação a IPI, PIS, Cofins e ICMS. É preciso estar sempre atento à legislação para conseguir a melhor formulação de preço. Documentos básicos: uma vez realizadas as etapas anteriores, já temos elementos para providenciar a documentação básica para a exportação. Uma dica é: providencie toda a documentação, para não correr o risco de ter sua mercadoria retida ou ainda precisar arcar com multas e outros valores não previstos. Agora que já conhecemos os elementos básicos para negociar com foco no mercado externo, vamos seguir na preparação da empresa para as vendas ao exterior. 2.1 ANÁLISE DE MERCADO A análise de mercado é importante para que a empresa saiba para onde vender seu produto, sendo capaz de prever a aceitação, fazer uma projeção de demanda, e obter dessa forma sucesso no 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/17 seu projeto exportador. A seguir, veremos uma sugestão de passos que podem ser seguidos para a realização de uma análise de mercado consistente. São perguntas que não tem uma “resposta certa”, mas que trazem uma oportunidade de reflexão com base no seu produto e em seus objetivos com relação à exportação. O que é preciso saber sobre o mercado a ser atingido? Muito importante! É preciso conhecer o mercado consumidor com certa profundidade e evitar questões culturais, por exemplo, ou ainda conhecer os hábitos de consumo de seu produto. Será que vai ser bem aceito? Qual o mercado potencial (análise de demanda)? É muito provável que a empresa encontre mais de um destino para exportar, mas qual a demanda potencial de cada um? Vale a pena exportar pouco para vários ou é melhor focar em um destino com maior potencial? Comportamento do consumidor (na região, país, no mundo): essa é uma etapa importante, pois o comportamento do consumidor com relação a produtos semelhantes ao de sua empresa, e também a outros produtos, pode ajudar na decisão do destino. Esse comportamento vai demonstrar como o mercado consumidor prospectado gasta o dinheiro que tem disponível. Elasticidade de preços: considere avaliar os preços máximos e mínimos encontrados em produtos similares, para conhecer quais serão seus concorrentes diretos de preços, para que dessa forma seja possível ajustar, dentro do possível, seus valores para o mercado exterior; Rentabilidade prevista: análise de mercado que busca trazer para a empresa uma previsão de rentabilidade com a exportação. Esse dado é importante para a definição da viabilidade do processo. Caso não esteja de acordo com as expectativas da empresa, pode promover uma nova rodada de estudos, para ajustes ou mesmo a redefinição do projeto; Estudos de cobertura: este estudo é importante para conhecer de que forma o produto exportado vai ser comercializado. É possível, por exemplo, direcionar-se a uma região específica, ou então buscar abranger o maior número de localidades de uma região ou até de vários países. Canais de distribuição: Tão importante quanto decidir exportar, é planejar como o produto será distribuído no país de destino. Quem fará a distribuição, de quem será a responsabilidade de controle, entre outros fatores que ajudam a determinar, por exemplo, o coeficiente de produção dedicado ao mercado exterior. Também é importante refletir sobre os parceiros locais, e como funcionará a parceria em termos de reponsabilidade e divisão de lucros. 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/17 2.2 PERFIL PROFISSIONAL A empresa que decide exportar deve também definir o profissional que atuará na área. Espera-se desse profissional que tenha um vasto conhecimento de conceitos, regras e normas básicas de comércio exterior. Deve conhecer ainda o perfil brasileiro de processos de importação e exportação, pois essa experiência vai ajudar muito. Não é preciso dizer que conhecer mais de um idioma, além do inglês, é um grande diferencial. Conhecimento técnico do processo, documentação envolvida em todas as etapas, por mais que não seja necessário atuar diretamente, são necessidades básicas. Além disso, como o processo de exportação e importação está em constante evolução, é preciso estar sempre disposto a aprender e a permanecer em constante estado de pesquisa. Ainda, por se tratar de negociações que envolvem outras culturas e costumes, é obrigatório que o profissional tenha flexibilidade na tomada de decisões, as quais somadas à iniciativa e persistência, serão um grande diferencial. Afinal, trata-se de uma carreira que exige dedicação e muito foco em objetivos. Consequentemente, a empresa precisa estar disposta a remunerar corretamente esse profissional, de perfil tão complexo. 2.3 POR QUE EXPORTAR? Chagamos a uma pergunta importante. Com tantos processos envolvidos, documentações, pesquisas, por que então exportar? Vamos elencar alguns motivos: economias de escala; regularidade na produção; aprimoramento da qualidade; incorporação de tecnologia; redução da carga tributária; novos mercados e clientes; novos produtos, design e embalagem; 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/17 diluição de riscos. Esses são motivos bastante fortes para que uma empresa invista em exportação. Mesmo que exista um mercado interno consolidado, quando a empresa decide exportar, ela precisa saber a resposta sobre quais são os seus objetivos, para que dessa forma seja possível estabelecer plano de ação, política de preço etc. coerentes com tais objetivos. TEMA 3 – CERTIFICAÇÃO DA EMPRESA NO PROGRAMA OEA DA RECEITA FEDERAL Para ter benefícios oferecidos pela aduana brasileira, relacionados a maior agilidade e previsibilidade de cargas nos fluxos de comércio internacional, é preciso que a empresa seja certificada como operador de baixo risco, confiável. Isso é possível após comprovação do cumprimento de requisitos e critérios do Programa OEA, que é um parceiro estratégico da Receita Federal. A Receita Federal do Brasil (RFB), conforme consta no art. 1º, parágrafo 1º da Instrução Normativa NBR n. 18985/2020, prevê que os intervenientes nas operações de comércio exterior envolvidos na movimentação internacional de mercadorias, a qualquer título, e que demonstrem voluntariamente desejo e ainda atendam aos requisitos e critérios exigidos, podem se tornar Operador Econômico Autorizado (OEA). Essa condição, quando do interesse da empresa, pode ser iniciada com o Questionário de Autoavaliação elaborado pela Receita Federal do Brasil (RFB). Ao responder aos questionamentos, a empresa demonstrará de que forma atua nas questões previstas pela RFB, e assim poderá conseguir sua Certificação OEA . A seguir, apresentamos exemplos de questões do QAA. Figura 1 – Exemplo 1 [1]25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/17 As respostas a esses questionamentos vão demonstrar como a empresa vai tratar os dados. Em uma fiscalização, o que foi descrito no QAA precisará ser demonstrado. Figura 2 – Exemplo 2 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/17 Lembrando que todos os procedimentos descritos no QAA são utilizados pela RFB para a concessão do OEA, ou seja, precisam ser seguidos à risca, conforme descrito no documento para a concessão e manutenção da certificação OEA. TEMA 4 – ANÁLISE DE VIABILIDADE COMERCIAL DE ACORDO COM OS INCOTERMS Ao decidir exportar, uma empresa precisa analisar com bastante cuidado a formação do preço do produto que será exportado, não apenas sob a óptica do preço de venda no mercado importador, mas também considerando as diferenças com a precificação para o mercado interno, levando em conta todos os tributos. O Brasil oferece uma série de incentivos para empresas que exportam. Dentre esses incentivos, está justamente a isenção de alguns tributos, o que deve ser considerado ao se estabelecer a precificação para o mercado externo. Em contrapartida, para exportar, existem outros custos, como transporte internacional, além de outros valores que não são praticados no mercado interno. É o que você pode observar no diagrama a seguir. 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/17 Figura 3 – Preço na exportação Vamos analisar agora a formulação de preço para exportação na modalidade FOB. Nesse modelo, temos a seguinte dinâmica de formulação do preço: PREÇO NO MERCADO INTERNO (-) IPI (-) ICMS (-) COFINS (-) PIS (-) EMBALAGEM NO MERCADO INTERNO (-) LUCRO NO MERCADO INTERNO (-) COMISSÕES DE VENDA = PREÇO DE CUSTO Agora que temos um modelo para tratar o valor do produto, partiremos do preço de custo demonstrado para estabelecer a precificação para o mercado externo: PREÇO DE CUSTO NO MERCADO INTERNO (+) CUSTOS ADMINISTRATIVOS (serviços, vistos etc.) (+) FRETE E SEGURO INTERNOS 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/17 (+) DESPESA PORTUÁRIAS (+) EMBALAGEM P/ EXPORTAÇÃO (+) LUCRO NO MERCADO EXTERNO (+) COMISSÕES DE AGENTE EXTERNO ( = ) VALOR FOB EM REAIS PARA EXPORTAÇÃO ( : ) TAXA DO DÓLAR COMERCIAL / COMPRA ( = ) PREÇO FOB, EM US$, PARA EXPORTAÇÃO Importante observar quais são os valores que devem ser ou não considerados na formulação do preço do produto exportado, pois o produto precisa, além de ter demanda de consumo, chegar com um preço competitivo no mercado externo. Vale lembrar que o preço de um produto está diretamente relacionado ao Incoterm negociado. Por exemplo, em uma negociação DDP, é preciso somar ao valor do produto custos como transporte interno, seguro, transporte internacional, entre outros . TEMA 5 – FLUXOGRAMA DE EXPORTAÇÃO [2] 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/17 Vamos tratar agora o processo de exportação de uma forma mais prática, com o objetivo de capacitar você com a compreensão do processo como um todo. Exportar não é um processo simples, pois várias ações são necessárias, como uma série de documentos e outros fatores que requerem atenção. O primeiro é criar um fluxograma voltado ao produto. Para tanto, vamos sugerir um modelo que pode ser seguido: Definição do produto: este é o primeiro passo, o mais importante, quando há intenção de exportar. É preciso analisar se o produto é realmente exportável, se atende a exigências de qualidade e processos dos possíveis compradores, entre outros fatores. Classificação NCM: definido o produto, busca-se a classificação correta para ele. Definição de países com maior potencial: tendo o produto e definida a classificação, parte-se para a escolha dos destinos para onde exportar. Nem todos os países têm o mesmo interesse por seu produto; então, é preciso pesquisar quem tem maior interesse, quem valoriza mais, quem poderá oferecer maior demanda de consumo. Sondagem de mercado: veja que, até aqui, todos os passos são sequenciais. Agora, definidos os países com maior potencial, partimos para a sondagem de mercado. Hoje em dia, existem diversas ferramentas online que ajudam no mapeamento de mercado, a partir das quais podemos observar quem consome o que, quando, onde, em que quantidades, e outras informações pertinentes. Identificação de clientes potenciais: país ou países escolhidos, feita a sondagem de mercado, e demonstradas as potencialidades, agora é hora de identificar os clientes potenciais nos destinos. Aqui mais uma vez, há ferramentas online que auxiliam no processo, com instituições que prestam esse serviço, o que torna esse processo mais efetivo. Formação de preço de exportação: os passos anteriores são importantes para o processo de decisão de exportar um produto, e auxiliam nessa etapa, que é a formação de preço de exportação. Afinal, o produto precisa chegar no destino com condições de competir com os similares locais, caso existam, e também com valores acessíveis, de acordo com suas características. Contatos comerciais: todas as etapas citadas para um processo de exportação são de grande importância; o estabelecimento de contatos comerciais não seria diferente. Eles vão fazer as coisas acontecerem quando seu produto estiver no destino. Utilizarão ferramentas para 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/17 divulgação e distribuição, para que os consumidores possam efetivamente consumir seu produto e conhecer sua marca. Definição de Incoterm: você realizou todos os passos indicados, e agora chegou a hora de definir como será o processo de exportação, definindo suas responsabilidades e as do importador, as modalidades de frete e pagamento, e demais fatores. Ou seja, é chegada a hora de definir os Incoterms para o processo. Até aqui, focamos no fluxograma mais voltado ao produto e aos fatores ligados ao produto. Com essa primeira etapa concluída, precisamos continuar com o Fluxograma Básico de Exportação: Definição de forma de pagamento: é chegada a hora de definir como serão feitos os pagamentos por parte do importador pela mercadoria exportada. Como já vimos, existem muitas formas de realizar esse pagamento. O principal é que a modalidade escolhida seja de comum acordo para ambas as partes. Fechamento do contrato: com todos os itens anteriores definidos, é hora de gerar uma Proforma, que formaliza todos os passos realizados, além de prever os compromissos de produção, envio e entrega, e as modalidades para o pagamento dos produtos. Produção: é hora de produzir. Agora, o foco é estabelecer um ritmo de produção que atenda às necessidades acordadas para a entrega dos produtos da forma como consta no contrato. Documentação: com o processo de produção iniciado, é necessário verificar toda a documentação que pode ser necessária para o produto, como licenças, liberações e demais condições específicas, quando for o caso. É também o momento de produzir a Invoice. Embarque: documentação, produto e detalhes do processo prontos, é hora de embarcar a mercadoria conforme o que foi acordado. Remessa de documentos: após a realização do embarque, é preciso reunir os documentos referentes ao processo de exportação e enviá-los ao importador e aos demais envolvidos no processor (órgão anuentes, de fiscalização e sistemas). Recebimento: de acordo com o negociado com o importador, ele fará o envio dos valores. Esse valor em geral é enviado em dólares ou euros, por isso é preciso contatar um agente financeiro (banco ou corretora de câmbio) para realizar a conversão para reais. Fechamento de câmbio: processo realizado pelo agente financeiro (banco ou corretora de câmbio), para a conversão dos valores recebidos internacionalmente em moeda nacional corrente (reais). 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/17 Análise de melhoria: como todo processo, é de fundamentalimportância que a empresa reveja os passos realizados. Ao observar pontos de melhoria, deve buscar alternativas para melhorar seu desempenho. TROCANDO IDEIAS Vamos trocar uma ideia? O Brasil é um dos maiores exportadores de commodities, mas possui uma participação ainda tímida de produtos industrializados. Esse número é menor ainda quando tratamos de produtos com alta tecnologia. Exportar é, além de uma possibilidade para as empresas aumentarem faturamento, uma grande oportunidade de expandir o mercado para destinos antes não imaginados. Após o estudo dos conteúdos apresentados, qual a sua visão do Brasil daqui uma década? E para os próximos 20 anos? Temos potencial, temos mão de obra, temos empresas com capacidade produtiva, o que nos falta? Participe do nosso fórum! NA PRÁTICA Vamos colocar em prática? Se você quiser saber informações sobre como exportar madeira e móveis para Portugal, é preciso saber quais os requisitos técnicos exigidos. Como se chama o órgão equivalente ao Inmetro em Portugal? Como você fez para descobrir? FINALIZANDO Chegamos ao final da nossa aula, em que estudamos questões práticas que envolvem o processo de exportação, como identificação de mercado, como analisar a concorrência no país de destino escolhido, entre outros fatores. Analisamos também o perfil do profissional que vai atuar na linha de frente das exportações para a empresa, o que é esperado desse profissional, e quais ações ele deve estar preparado para assumir. 25/10/2021 16:41 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17 Por fim, traçamos um fluxograma para demonstrar uma forma de se planejar o processo de exportação para uma empresa, descrevendo suas etapas e a importância de cada uma no processo. Espero que tenha gostado! Bons estudos! REFERÊNCIAS RFB – Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa RFB n. 1985, de 29 de outubro de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 nov. 2020. O questionário está disponível em: RFB – Receita Federal do Brasil. Disponível em: <http://www.gov.br/receitafederal>. Acesso em: 19 maio 2021. Acesse para simular os valores dos componentes incluídos no preço de exportação de acordo com o Incoterm a ser negociado: SIMULADOR DE PREÇO. Disponível em: <http://simuladordepreco.mdic.gov.br>. Acesso em: 19 maio 2021. [1] [2]
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