Buscar

Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
Alicia de Oliveira Marquete 
Deborah Silva Freitas 
Fabielle Laureano Soares Borges 
Fernanda Pontes Barreto 
Hágata Golçalves Monção 
Leilane Curty da Cunha Castilho 
Renata Corrêa dos Santos 
Taulicio Schuwartz Faria Martins 
Thalya Sousa Berardi Vânia Lúcia 
Souza Goulart 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itaperuna, RJ 
Junho/2020 
2 
 
Alicia de Oliveira Marquete 
Deborah Silva Freitas 
Fabielle Laureano Soares Borges 
Fernanda Pontes Barreto 
Hágata Golçalves Monção 
Leilane Curty da Cunha Castilho 
Renata Corrêa dos Santos 
Taulicio Schuwartz Faria Martins 
Thalya Sousa Berardi 
Vânia Lúcia Souza Goulart 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho do Seminário Integrador apresentado 
à Universidade Iguaçu como requisito para 
aprovação na disciplina. 
 
Orientadora: Ana Maria Ferreira Soares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Itaperuna, RJ 
Junho/2020 
3 
 
 
 
UNIG – CAMPUS V – ITAPERUNA/RJ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
1 TÍTULO 
 
 
Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra 
 
 
2 PROBLEMA 
 
 
Enfermeiros não especializados em Saúde Mental, estão devidamente capacitados 
para atender as necessidades do paciente alcoólatra? 
 
3 HIPÓTESE 
 
 
A pouca informação educacional, ou a falta dela, leva à deficiência nos 
cuidados prestados pela equipe de Enfermagem, atitudes negativas, percepções 
estereotipadas, pensamentos pessimistas e, consequentemente, a falta de sucesso 
no tratamento do paciente. 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
 
A necessidade do entendimento específico do enfermeiro e acadêmica de 
Enfermagem, no momento do cuidado ao paciente alcoólatra. O trabalho visa 
reconhecer e apontar atitudes negativas e visões estereotipadas do alcoolismo, que 
ajudam na ineficácia do cuidado de enfermagem prestado ao doente. 
4 
5 OBJETIVOS 
 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
 
 
Apontar o déficit de conhecimento específico do enfermeiro perante a doença do 
alcoolismo. 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
 
Definir de um modo geral os conhecimentos de enfermagem no cuidado da doença; 
Analisar a conduta do enfermeiro perante ao paciente alcoólatra. 
 
 
Resumo 
 
 
Através deste estudo, verificou-se que quando se trata de pacientes alcoólatras, o 
assunto deve ser abordado de uma maneira ampla para conseguir êxito na 
assistência. É necessário habilidade técnica e científica para construir ações 
significativas em prol do paciente. O atendimento integral faz parte da rede básica da 
saúde, ou seja, é necessário a harmonização de vários saberes, de equipes 
multidisciplinares, de uma articulação entre os setores de saúde com os demais 
setores para contribuir no atendimento, para proporcionar qualidade e eficacidade na 
prestação dos serviços e alcançar também a humanização no cuidado.Os 
treinamentos e capacitações dos profissionais envolvidos no cuidado direto aos 
pacientes alcoolistas tornam-se eficazes, visto que ambos contribuem para a quebra 
de preconceitos. Por meio da análise das literaturas mencionadas neste estudo, 
conclui-se que o papel do enfermeiro, seja na promoção, na prevenção e até mesmo 
na reabilitação é essencial para alcançar o bem-estar individual e/ou coletivo. 
 
Palavras-chaves: Alcoolismo; Atuação do Enfermeiro; Prevenção. 
5 
 
Abstract 
 
 
Through this study, it was found that when it comes to alcoholic patients, the subject 
must be addressed in a broad way to achieve success in care. Technical and scientific 
skills are needed to build meaningful actions for the patient. Comprehensive care is 
part of the basic health network, that is, it is necessary to harmonize various 
knowledge, multidisciplinary teams, an articulation between the health sectors with the 
other sectors to contribute to the service, to provide quality and efficiency in the 
provision services and also achieve humanization in care.The training and 
qualifications of the professionals involved in direct care for alcoholic patients become 
effective, since both contribute to breaking prejudices.Through the analysis of the 
literature mentioned in this study, it is concluded that the role of nurses, whether in 
promotion, prevention and even rehabilitation, is essential to achieve individual and / 
or collective well-being. 
 
Keywords: Alcoholism; Nurse's performance; Prevention. 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 06 
2 METODOLOGIA .................................................................................................................................... 08 
3 BASES TEÓRICAS ................................................................................................................................ 09 
3.1 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA NERVOSO”............................................................ 09 
3.2 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA DIGESTIVO” .....................................................09 
3.3 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO ÓRGÃO “FÍGADO” ............................................................. 10 
3.4 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA RESPIRATÓRIO” ................................................... 10 
3.5 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA CIRCULATÓRIO” ................................................... 10 
3.6 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA IMUNE” ................................................................... 11 
3.7 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA REPRODUTOR” ..................................................... 11 
3.8 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NA “GESTAÇÃO” ...................................................................... 11 
3.9 CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO ALCOOLISMO .................................. 12 
4 O ALCOOLISMO OU SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL (SDA) ..............................................18 
5 RELATOS DE PESSOAS QUE SUPERARAM OS MALEFÍCIOS DO ALCOOLISMO .................................... 19 
6 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ALCOOLISTAS ................................................. 22 
7 A REABILITAÇÃO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO....................................................................... 24 
8 O TRATAMENTO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO ....................................................................... 25 
9 CAMPANHA DE PREVENÇÃO ........................................................................................................ 26 
10 GRÁFICO DEMONSTRAÇÃO DO CONSUMO POR IDADE .............................................................. 27 
6 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O alcoolismo é a obsessão excessiva do álcool, onde o ser humano que se 
torna viciado, padece de um impulso que não se sacia por essa droga lícita, é 
classificado assim de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa 
dependência vem alcançando diversas classes da sociedade, com o passar do tempo, 
pessoas mais jovens em faixa de 12 a 14 anos, demostram o início dos sintomas de 
vício, mesmo sendo proibido para menores de 18 anos. 
Além disso, é importante citar que não é uma doença hereditária, mas sim, para 
certos autores, indicam que tem uma herança hereditária, por causa do lugar que 
habita ou frequenta, pois a mente dos adolescentes é influenciada. Essa bebida é 
servida em boa parte dos eventos, sendo assim, fica mais favorável para ser usado. 
Primordialmente no pensamento das pessoas leigas, que essa bebida não 
causa prejuízo à saúde, mas ela traz muitos malefícios, como por exemplos: ‘’as 
intoxicações alcoólicas, Hipoglicemia, Alcoolismo Agudo, Alcoolismo Crônico, 
Doenças hepáticas alcoólicas(DHA), Cirrose, Esteatose alcoólica, Hepatite alcoólica 
(Wang, et al. 2010), diversos problemas graves no sistema nervoso central (SNC) 
como o coma alcoólico que pode ter como uma de suas consequências à morte 
(Bühler & Mann, 2011; Haes, et al., 2010)”. 
Como também, essa substância sendo absorvida por intermédio do sangue, a 
consequência é grave, pois leva rapidamente para o cérebro e agride o sistema 
nervoso central (SNC). Por isso, os enfermeiros e os outros profissionais da área da 
saúde, devem conscientizar a população ao prejuízo dessas práticas, pois ela não é 
só costume de família, em excesso vai levar em muitos malefícios. Para os 
profissionais de saúde é considerado como uma doença mental, que é tratado no 
CAPS AD, onde são especificamente pacientes usuários de álcool. 
De acordo com Malvezzi, C. D. & Nascimento J. L. (2018) O uso de bebidas 
alcoólicas tem sido uma prática milenar e universal com diferentes culturas e 
contextos e diferentes propósitos. Ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, o consumo 
de aguardentes popularmente denominadas ‘águas da vida’ se constituiu como um 
dos prazeres individuais da população. Os países tinham seus destilados típicos e 
7 
 
seus rituais de consumo realizados em ambientes públicos como as tavernas e os 
cabarés. 
Conforme Valentim, O. S.; Santos, C. & Ribeiro, J. P. (2017), o consumo de 
álcool tem vem acompanhando as civilizações tendo a finalidade e expectativa de 
proporcionar um estado mental, um estímulo dos processos imaginativos, facilitando 
a fuga de vivências que provocam dor, sofrimento ou angústia. 
A primeira menção à “doença do alcoolismo” foi feita em 1849 por Magnus 
Huss, que a designou como um conjunto de sintomas e danos físicos e mentais 
decorrentes do uso contínuo de bebidas alcoólicas (MALVEZZI, C. D. & 
NASCIMENTO J. L; 2018). 
De acordo com Jorge, F. M; et al (2017) o consumo nocivo de álcool tem uma 
importante carga social e econômica a nível mundial, encontrando-se entre os cinco 
principais fatores de risco para doenças incapacitantes e de morte. Os padrões de 
consumo de álcool e os problemas associados ao seu consumo variam em todo o 
mundo, de acordo com os seus fatores importantes explicar as diferenças, 
designadamente a cultura, disponibilidade e acessibilidade do álcool, entre outros. 
Os resultados do I e II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas 
psicotrópicas no Brasil, realizados nos anos de 2001 e 2005, respectivamente, 
mostram que o consumo de drogas lícitas no país, especialmente o álcool e tabaco, é 
superior ao das drogas ilícitas. Entre os alcoolistas, a taxa de dependência passou de 
11,2% no I Levantamento para 12,3% no II Levantamento (VARGAS, D; et al, 2014). 
O consumo e o uso prejudicial do álcool são considerados o terceiro motivo de 
ausência do trabalho e a oitava causa de concessão de auxílio-doença pela 
Previdência Social. O seu uso prejudicial está diretamente relacionado à violência, à 
negligência, ao prejuízo do trabalhador para com o seu trabalho, ao absenteísmo e ao 
aumento de acidentes no trabalho, devido, principalmente, às alterações de reação, 
percepção e reflexos (GARCIA, L. P. & FREITAS, L. R. S; 2013). 
Pires, C. G. S. (2015) afirma que no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece a 
dimensão, transversalidade, heterogeneidade do problema do consumo de drogas; a 
necessidade da busca de novas estratégias de contato e de vínculo com a pessoa 
usuária e seus familiares e, também, a falta de preparo de profissionais para lidar com 
o uso abusivo de álcool e outras drogas. 
8 
Os enfermeiros da Saúde da Família referem o uso de álcool e de outras drogas 
como um reflexo dos problemas familiares e de vulnerabilidade social: acreditando 
que o início do consumo de álcool e de outras drogas não acontece por acaso, 
podendo estar relacionado à falta de estrutura familiar e à fuga do indivíduo perante 
os problemas sociais. Revelando ainda que uma das maiores dificuldades é a 
aproximação ao usuário à família, relatando que os usuários não veem a Saúde da 
Família como um mecanismo de tratamento (SILVA, K. L; 2015). 
No Brasil atualmente e no mundo, o uso e abuso de álcool têm crescido de 
forma progressiva entre as pessoas de todas as classes sociais, especialmente entre 
os jovens (MAGALHÃES, L. S. P; 2018). Constituindo um problema de saúde pública 
que tem merecido maior atenção na atualidade devido aos seus determinantes e 
condicionantes culturais, ético- legais, políticos, econômicos e tecnológicos gerando 
impacto sobre os indivíduos, as famílias e a sociedade, requerendo atenção não 
somente dos pais e responsáveis pelo jovem, mas também da sociedade, dos 
educadores, profissionais de saúde e da comunidade científica (VALENTIM,O. S.; 
SANTOS, C. B. & RIBEIRO, J. L; 2018). 
Dázio, E. M. R; Zago, M. M. F. & Fava, S. M. C. L. (2017) afirma que o 
conhecimento do enfermeiro em relação ao álcool deve ser considerada essencial na 
formação profissional, abrangendo conhecimentos das atitudes frente ao alcoolista e 
aos problemas relacionados, obtenção de educação formal sobre o tema e mudanças 
de atitudes. A falta de conhecimento por parte do enfermeiro atuante na Estratégia 
Saúde da família em relação ao álcool pode refletir nos cuidados com os alcoolistas 
na prevenção da cirrose hepática. 
 
2 METODOLOGIA 
 
 
Este artigo aborda uma pesquisa exploratória, em que é utilizado a leitura e a 
pesquisa de vários outros artigos. Imediatamente, diante disso, a fonte desse trabalho 
é secundária, pois já foi manuseada por outros autores. 
Além disso, fundamentado também na pesquisa qualitativa, relata em detalhes 
o alcoolismo na visão da enfermagem, buscando o aperfeiçoamento dos enfermeiros 
e quem quiser ter conhecimento dessa área. 
9 
 
3 BASES TEÓRICAS 
 
 
 
3.1 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA NERVOSO” 
 
 
Primeiramente, é importante ressaltar que o sistema nervoso é o responsável por 
ganhar os impulsos nervosos e também direcionar a demais partes, podendo ser do sistema 
nervoso ou em órgãos efetores, ou seja, muscular, visceral ou endócrino. 
Sobretudo, ele é dividido no sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso 
periférico (SNP). Essa droga que deprime o sistema nervoso central, tem características como 
uma sedação e podendo afetar diversas áreas do encéfalo, essa droga não só afeta a 
memória, mais toda a parte dos movimentos, respiração; ocorrendo a mudança dos níveis de 
neurotransmissores, ou seja, substâncias químicas que transmite sinais do corpo. Sendo 
assim, o centro de informações sobre saúde e álcool relata que têm dois tipos de receptores, 
são eles: o GABA-alfa e o GABA-beta, sendo que só o primeiro é incitado pelo álcool. 
Após o uso, é causado uma perda no tecido nervoso, ocorrendo a morte dos neurônios. 
Os seres humanos usam a memória para distinguir e entender as coisas que acontecem na 
vida, sendo chamada de curto prazo às que duram segundos ou minutos. Existe também a 
de longo prazo, mas essa como o próprio nome diz é longa, durando dias, meses ou anos. 
Sendo assim, segundo Ferreira em 2013, supõe que o consumo dessa droga lícita pode levar 
a perda da memória que piora com o longo do tempo. Contudo, pode ocorrer o envolvimento 
do prejuízo da função motora, levando à dificuldade na fala, patologia de amnésia e mudanças 
das personalidades. 
 
3.2 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA DIGESTIVO” 
 
 
Naturalmente, com o uso dessa droga ao longo do tempo, vai ocorrendo muitos 
problemas nesse sistema, de imediato, gere feridas e inflamações, podendo levar ao 
câncer na boca, faringe e laringe, como também, úlceras gástricas, câncer de cólon e 
também pancreatite. 
Como resultado desse uso, ele é absorvido primeiramente na boca e depois no 
estômago. Em menor amostra, causa danos e provoca a mucosa do estômago, 
cooperando para o desenvolvimento de úlceras e gastrites, só que também em prazo 
curto,pode ocorrer azia, queimação e cefaleias segundo Maciel, em 2013. 
10 
Frequentemente, com o uso dessa droga, o pâncreas fica prejudicado 
causando a pancreatite crônica, por causa do uso ao longo do tempo. Por fim, no 
sistema digestório, o maior número de absorvência do álcool decorre no intestino 
delgado, podendo provocar muitos prejuízos. 
 
3.3 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO ÓRGÃO “FÍGADO” 
 
 
Esse órgão é o responsável por diversas funções que são muito importantes 
para o bom funcionamento, gera e secreta a bile, assim como também, armazena o 
glicogênio. Ele é um dos órgãos que é mais acometido pelo uso do álcool, visto que 
ele metaboliza o etanol que fica a disposição das patologias como, por exemplo, a 
cirrose. 
A doença citada acima é muito complicada, causada pelo o uso exagerado 
dessa droga, se identifica mediante a fibrose e produção de nódulos, manifesta-se em 
decorrência da inflamação. Sendo assim, é definida no momento em que os nódulos 
e fibrose altera o tecido hepático, impedindo a passagem do sangue e ocorrendo a 
alteração para um tecido fibroso. 
 
3.4 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA RESPIRATÓRIO” 
 
 
É importante ressaltar que é ele o formado por um pulmão direito, pulmão 
esquerdo e por diversos ductos por meio disso o ar percorre. O sistema respiratório 
tem como função a realização das trocas gasosas por meio da hematose. 
Destaca-se que o uso dessa droga, é deixado por um fragmento nos pulmões 
e brônquios, ocorrendo assim irritações neles. Ele é o responsável por diversas 
doenças das vias áreas, ou seja, a ampliação da ocorrência da síndrome da patologia 
respiratória aguda. 
 
3.5 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA CIRCULATÓRIO” 
 
 
Primeiramente, esse sistema faz a realização da transferência dos nutrientes, 
dos hormônios, dos gases e assim como os restos dos metabolismos celulares para 
serem excretados. 
11 
 
O uso do álcool tem como prejuízo nesse sistema, pois aflige os mecanismos 
que dominam a pressão do sangue, como ainda a pressão arterial. É evidente que 
quanto mais é consumido, aumenta a predisposição da pressão arterial, sendo assim, 
o indivíduo fica propício a doenças cardíacas, cerebrovasculares como também, a 
doenças renais. De certo também, amplia a possibilidade de anemia, em consumo 
além do limite. 
 
3.6 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA IMUNE” 
 
 
De certo, esse uso igualmente intervém na imunidade, reduzindo a ação dos 
linfócitos, ou seja, células de defesas. Destaca-se que o uso do álcool ao longo do 
tempo, prejudica as funções do sistema imune, que ocorre com o resultado uma 
predisposição para as doenças infecciosas, notando-se que esses indivíduos 
apresentam uma maior possibilidade das infecções bacterianas e virais, como por 
exemplo, a tuberculose. 
 
3.7 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA REPRODUTOR” 
 
 
Nota-se que o uso do álcool nesse sistema trás pontos negativos, tanto na 
reprodução, como também na fertilidade dos seres humanos. Na parte masculina, é 
capaz de diminuir a porção do hormônio, chamado testosterona e dos 
espermatozoides, não só isso, mas também, pode acarretar na impotência sexual. 
Já por parte da mulher, os resultados decorrem na formação dos hormônios, 
os ovários ficam inapropriados. O ciclo menstrual fica descontrolado e interrompe a 
ovulação, a menstruação e a mudança dos atributos sexuais. E por consequência, o 
uso dessa droga lícita pode gerar uma transformação na normalidade do sistema 
regulador cerebral, que é o responsável pela formação dos hormônios femininos, 
podendo ocorrer mudanças no ciclo menstrual, defeito na ovulação e anomalia na fase 
lútea. 
 
3.8 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NA “GESTAÇÃO” 
Para a conclusão dos malefícios, é importantíssimo falar da gestante, quede 
hipótese alguma, pode ingerir álcool; pois é demonstrado que em menos de uma hora, 
12 
depois do uso, o álcool vai para o sangue da grávida, e pode provocar anomalias na 
criança, e ocasionando doenças físicas e mentais. Logo, a gestante alcoólatra, possui 
maior possibilidade de ter partos prematuros ou abortos sem inesperados. 
 
3.9 CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO ALCOOLISMO 
 
 
Conforme Lima, T. J. V; et al (2014), humanização na saúde define-se pelo 
valor atribuído ao esforço dos sujeitos na produção da saúde, quando se contemplam 
a autonomia, o protagonismo, a corresponsabilidade e a vinculação das instâncias, 
põe em evidência a dimensão da subjetividade e da singularidade. Categorias como 
vínculo, responsabilidade, autonomia destacam a ênfase na subjetividade, posto que 
não são categorias do mundo inerte, mas próprias do sujeito. 
O alcoolismo e o uso abusivo de outras drogas, tem sido descrito como 
importante fator relacionado ao aumento da morbidade, mortalidade e prejuízos 
interpessoais e disfunção familiar. A relação entre alcoolismo e família é abordada 
principalmente sob duas perspectivas: os aspectos genéticos, comportamentais e 
relacionais do ambiente familiar, como fator de risco para o uso abusivo e o impacto 
do alcoolismo nas relações familiares (MOURA, R. S; DIAS, M. C. S. & LEMOS, C. L. 
S; 2016). 
Conforme Moura, R. S; Dias, M. C. S. & Lemos, C. L. S. (2016), em decorrência 
de alguns sintomas psíquicos, como irritabilidade, agressividade, prejuízo na 
compreensão e alteração da visão de mundo, o alcoolista tende a apresentar 
dificuldades progressivas no seu relacionamento interpessoal. 
Quem bebe socialmente é moderadamente aceito e exclui-se aquele que bebe 
descontroladamente, considerando que as pessoas podem fazer uso adequado e 
normal, sem levar em consideração que o álcool pode anular sua vontade e levar 
progressivamente ao alcoolismo (JORGE, F. M; et al, 2015). 
Conforme Abreu, T; et al (2018), o consumo de álcool, uma droga lícita, é um 
comportamento bastante tolerado na sociedade e está presente em diversas 
manifestações culturais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 38,3% 
das pessoas com 15 anos ou mais consomem bebidas alcoólicas no mundo, em 
quantidade média de 17,2 litros de álcool puro por pessoa por ano. Nos Estados 
13 
 
Unidos da América, tal prevalência é de 61,5%, e no Brasil 50% dos adultos (18 anos 
ou mais) bebem, sendo a cerveja a bebida de preferência nacional. 
Segundo Abreu, T; et al (2018), o consumo nocivo dessa substância expõe o 
usuário a diversas situações de risco. Tais situações incluem desde riscos a curto 
prazo como acidentes de trânsito – o mais comum e com consequências mais graves 
– até consequências a longo prazo, como o desenvolvimento da cirrose e dos 
cânceres do aparelho gastrointestinal. Dessa forma, o álcool está relacionado a 5,9% 
de todas as mortes do mundo. 
Conforme o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado em 2012 
nas cinco regiões brasileiras, o álcool e o tabaco apresentam as maiores prevalências 
de consumo dentre as substâncias psicoativas (50% e 16,9%, respectivamente) e 
figuram como importantes fatores de risco para a morbidade, mortalidade e 
incapacidades na população (VELOSO, C. & MONTEIRO, C. F. S; 2019). 
Para Veloso, C. & Monteiro, C. F. S. (2019), embora o consumo de substâncias 
psicoativas seja um fenômeno, historicamente, associado aos homens, tem-se 
observado diminuição no hiato entre os gêneros, principalmente na população jovem. 
Este panorama, se dá no desenvolvimento econômico e as mudanças dos papéis de 
gênero na sociedade contemporânea, aliados à dupla jornada de trabalho, 
dificuldades em lidar com os problemas cotidianos e maior suscetibilidade das 
mulheres ao desenvolvimento de transtornos mentais, são fatores que contribuem 
para a iniciação e manutenção do consumo de substâncias psicoativas na população 
feminina. 
A gênese do consumo do álcool geralmente é influenciada por fatores culturais, 
socioeconômicos e ambientais, antecedentes familiares de etilismo, fatores 
individuais, biológicos,psicológicos, além de outros determinantes como a facilidade 
de acesso e a publicidade em larga escala. Assim, o início do consumo de álcool 
constitui-se em uma combinação complexa de influências emocionais, cognitivas, 
genéticas, farmacológicas, constitucionais e de desenvolvimento ontogênico (SILVA, 
A; et al, 2017). 
O uso abusivo de álcool tem sido alvo de estudos e pesquisas na atualidade 
devido a sua relevância, tendo em vista o fato de que suas consequências atingem 
nocivamente toda a sociedade. O alcoolismo é considerado um problema de saúde 
14 
pública que atinge todas as camadas sociais, idades, sexo e etnias (MELO, J. R. F; et 
al, 2011). 
O Programa Saúde da Família foi criado em 1994 pelo Ministério da Saúde 
como estratégia de reorganização da saúde no Brasil, redefinindo a saúde como dever 
do Estado e direito de todos os cidadãos. O programa saúde da família trabalha numa 
perspectiva de saúde ampliada e integral, com equipes multiprofissionais 
responsabilizadas por um número de pessoas de uma região delimitada (Ministério da 
Saúde, 2012). 
De acordo com Garcia, L. P. & Freitas, L. R. S (2015) o Ministério da Saúde, 
no Manual para a Organização da Atenção Básica no SUS de 1998, define a atenção 
básica como o conjunto de ações, individual ou coletivo, situadas na primeira linha de 
atenção dos sistemas de saúde, para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, 
o tratamento em geral e as relativas aos impedimentos físicos e mentais. 
Conforme Moretti-Pires, R. O. & Corradi-Webster, C. M. (2011) a atenção 
básica, para ser resolutiva, deve ter tanto capacidade ampliada de escuta e analisar 
quanto as estratégias para lidar com a complexidade de sofrimentos, adoecimentos, 
demandas e necessidades de saúde às quais as equipes estão constantemente 
expostas. Fazendo parte do processo de organização e classificação de risco dos 
pacientes a identificação de doenças, sejam elas crônicas não transmissíveis ou 
transmissíveis. Além destas, existem também outros agravos como o alcoolismo e 
outras drogas. 
A adoção da Estratégia de Saúde da Família, como principal configuração da 
atenção primária no Brasil, baseia-se no discurso que prima por romper com o modelo 
biomédico e fragmentado em especialidades. Dada a imersão dos profissionais de 
saúde na dinâmica de vida dos usuários, de suas famílias e de seus entornos 
socioculturais, as equipes da estratégia saúde da família têm importância estratégica 
para o enfrentamento de temáticas de saúde mental, tais como o uso problemático de 
substâncias psicoativas e as diversas modalidades de sofrimento psíquico (MORETTI- 
PIRES, R. O. & CORRADI-WEBSTER, C. M; 2011). 
A Atenção Primária à Saúde ou Atenção Básica no Brasil, configura-se como 
um dos principais avanços no Sistema Único de Saúde, sendo ordenadora da Rede 
de Atenção à Saúde e principal porta de entrada do usuário nesse Sistema. Por meio 
de equipes multiprofissionais generalistas da Estratégia Saúde da Família, que 
15 
 
representa o seu eixo estruturador, a Atenção Básica busca atender aos atributos de 
universalidade, integralidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado, em âmbito 
individual e coletivo, ampliando o acesso e impactando os 
condicionantes/determinantes da saúde dos habitantes do território (MAFFISSONI, A. 
L; et al, 2018) 
De acordo com Maffissoni, A. L; et al (2018)A implantação de equipes de 
Saúde da Família para estruturar a AB ampliou de modo significativo o acesso à 
saúde, no entanto, há consenso em relação à necessidade de investimentos na 
qualificação dos profissionais, sobretudo, para aumentar a resolubilidade nesse nível 
de atenção. São recorrentes as situações em que os profissionais generalistas da AB 
se deparam com obstáculos, principalmente, quanto à resolubilidade da atenção. 
Diante disso, para dar suporte às de equipes de Saúde da Família, o Ministério da 
Saúde criou, em 2008, mediante a Portaria GM nº 154, os Núcleos de Apoio à Saúde 
da Família (Nasf). Estes surgem com o propósito de apoiar a consolidação da Atenção 
Básica, ampliando as ofertas de serviços de saúde, o potencial resolutivo e a 
abrangência das ações realizadas no nível primário de atenção. Recentemente, com 
a revisão da Política Nacional de Atenção Básica à Saúde (PNAB), esse dispositivo 
passa a ser reconhecido como Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção 
Básica (Nasf-AB). 
De acordo com os dados que demonstram o aumento do uso e dependência 
de substâncias psicoativas, vale ressaltar que até a última década do século passado 
o Brasil não dispunha de centros específicos de atendimento a essa clientela. Foi 
somente na Reforma Psiquiátrica Brasileira que uma nova política federal propôs a 
estruturação do CAPS - Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), entre eles os CAPS 
ad, serviços em funcionamento em todo território nacional, que compõem a rede de 
atenção primária ao atendimento a pacientes com transtornos decorrentes do uso e 
dependência de substâncias psicoativas (VARGAS, D; et al, 2014). 
Vargas, D; et al (2014) conclui através de um estudo realizado com enfermeiros 
que trabalham em CAPS ad que os mesmos demonstram dificuldades na inserção no 
campo de atenção desses serviços, estando as suas práticas mais atreladas ao 
modelo tradicional de atenção à saúde mental, apontando ainda a carência de preparo 
para atuação na área e o pouco conhecimento sobre conteúdos relacionados à 
dependência química que favoreçam sua inserção nesses locais. 
16 
Conforme Vargas, D. (2011), especialistas tem evidenciado que cuidar de 
pacientes com problemas relacionados ao álcool e outras drogas nem sempre 
constitui tarefa fácil para o enfermeiro generalista, sendo comuns atitudes negativas 
frente a essa clientela, haja vista o pouco preparo e falta de conhecimentos e 
habilidades adequadas para prestar cuidado. Considerando as evidências que 
apontam a carência de conhecimentos em relação ao álcool, alcoolismo e ao 
alcoolista, além do despreparo dos enfermeiros no cuidado ao dependente químico, 
demonstrado por suas atitudes negativas, compreende-se que os estudantes de 
enfermagem também demonstrem tal comportamento durante sua pratica hospitalar, 
uma vez que e durante a formação acadêmica que se adquire os conhecimentos 
necessários para a formação também das atitudes, sendo elas positivas ou não, em 
relação ao alcoolista. 
A Promoção à saúde é realizada através de ações que estão para além do 
acesso a serviços assistenciais de qualidade, necessitando, também, o enfrentamento 
dos determinantes do processo saúde-doença. Isto requer a existência de políticas 
públicas abrangentes, efetiva articulação intersetorial do poder público e privado, além 
da mobilização da população. Nesse sentido, promoção da saúde consiste, também, 
no processo de capacitação do indivíduo para melhorar e controlar sua saúde. (LIMA, 
H. P; et al, 2010). 
Seixas, E. G. & Pereira, C. A. L. (2014) reconhece a falta de preparo do 
profissional de enfermagem para lidar com a clientela alcoolista, sobretudo o 
conhecimento insuficiente recebido durante a graduação em relação a essa 
problemática que requer assistência diferenciada. Reafirmando que a formação 
acadêmica do enfermeiro deva contemplar os conteúdos mais abrangentes sobre a 
temática nos currículos, criando grupos de discussão, pesquisa, para conduzir os 
alunos a pensarem criticamente e a desenvolverem formas de assistir essas pessoas, 
de maneira criativa. 
Melo Souza, L. & Pinto, M. G. (2012) ressalta-se a importância de que os 
atendimentos aos alcoolistas sejam realizados na atenção primária, porém existem 
fatores que impedem essa intervenção: pouca adesão do tratamento, despreparo da 
equipe para lidar com essa problemática de saúde pública, agravamento dos casos, 
entre outros fatores. Sendo que, um dos principais desafios para tratar o problema 
17 
 
está na necessidade de aperfeiçoare motivar os profissionais que trabalham 
prestando assistência aos usuários e seus familiares. 
As ações de enfermagem desenvolvidas com os usuários de drogas são 
heterogêneas e fragmentadas, sendo realizadas de acordo com a ciência de cada 
profissional. Embora, muitas vezes, os enfermeiros reconheçam as necessidades de 
intervenção desses usuários, não realizam ações devido à falta de programas de 
atenção na unidade e à falta de preparo dos profissionais (MELO SOUZA, L. & PINTO, 
M. G; 2012). 
De acordo com Moretti-Pires, R. O. & Corradi-Webster, C. M. (2011) o 
conhecimento dos profissionais, tanto nas categorias de profissionais de nível de 
escolaridade superior como nas categorias técnicas envolvidas na ESF, a visibilidade 
da temática se dá principalmente em casos de intoxicação, identificando 
conjuntamente aos fatores de risco para o uso problemático de álcool. O 
reconhecimento das consequências desse consumo para o indivíduo e para a 
sociedade não aponta como atuar sobre essa questão, indicando a necessidade de 
ações de capacitação no âmbito da ESF. 
As unidades básicas de saúde são a porta de entrada do Sistema Único de 
Saúde, sendo um dos principais dispositivos para o acolhimento de diversos 
problemas de saúde. Portanto, também é necessário descrever as características da 
demanda em saúde que chegam à atenção básica, em especial, àquelas relacionadas 
aos problemas decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas (SCHNEIDER, 
D. R. & LIMA, D. S; 2011). 
Schneider, D. R. & Lima, D. S. (2011), a percepção dos profissionais de que o 
acolhimento dos usuários alcoolistas não é papel das Unidades Básicas de Saúde 
nem das equipes da Estratégia Saúde da Família conduz a uma dificuldade de 
abordagem, tanto nos atendimentos clínicos quanto nas visitas domiciliares realizadas 
pelos Agentes Comunitário de Saúde. Desse modo, há subnotificação para esse tipo 
de problemática, uma vez que se verifica que muitos casos de usuários com 
problemas decorrentes do uso de substâncias psicoativas não são devidamente 
identificados pelo fato das equipes não abordarem diretamente o problema e não 
terem a capacitação para fazerem o diagnóstico. 
Schneider, D. R. & Lima, D. S. (2011), declara que as equipes de Estratégia 
Saúde da Família, na sua maioria, não recebem capacitação específica para atuar na 
18 
área da saúde mental, situação que está na base da reprodução do modelo 
hegemônico, baseado na meta da abstinência, na ministração de psicofármacos, no 
encaminhamento para internação, o que fere princípios básicos que regem o SUS, 
bem como a política de atenção integral aos usuários de drogas do Ministério da 
Saúde, como o da integralidade e da equidade, bem como a perspectiva da redução 
de danos. 
 
4 O ALCOOLISMO OU SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL (SDA) 
 
 
Sabemos que o abuso do álcool e a dependência do mesmo nos últimos 
séculos tomou uma proporção epidêmica. Ao longo dos anos, essa substância produz 
uma tolerância e dependência física. Essa síndrome é definida como um estado 
psíquico e físico devido à ingestão repetitiva de álcool incluindo a compulsão, havendo 
perda de controle. Aspectos característicos: empobrecimento do repertório; relevância 
da bebida; aumento da tolerância do álcool; sintomas de abstinência; esquiva ou 
abusa de alívio para os sintomas de abstinência; compulsão para beber; reinstalação 
mais rápida da tolerância após abstinência e negação. 
O Alcoolismo deve ser definido como a perda da liberdade entre beber, assim 
como com quem e onde beber. É diagnosticado com base em três dimensões. 
Dimensão física, verificam-se que as alterações físicas decorrentes ao uso de álcool 
produzem doenças como gastrite, hepatite, cirrose e outro. Dimensões psicológicas 
irritabilidade ansiedade depressão agressividade perda de autoestima entre outros. 
Dimensão social, problemas no relacionamento matrimonial, familiar, no trabalho, 
acidentes de trânsito, problemas legais, desmoralidade e tantos outros conflitos. 
Alguns quadros psicopatológicos característicos do SDA, são: Delirium 
Tremens: Delirium Tremens é um estado confusional breve acompanhado de 
perturbação somática ele ocorre geralmente 3 dias após o início dos sintomas da 
abstinência e pode durar vários dias. Alucinose alcoólica: Alucinose alcoólica ocorre 
durante a síndrome da abstinência caracterizada por alucinações áudio verbais, 
podendo durar horas e dias e até meses, ou algum tempo mesmo após o paciente ter 
parado de beber. Delírio de ciúmes: O delírio de ciúmes dos alcoólatras é bastante 
típico. Em geral, usuário passa a acreditar que está sendo traído. Embriaguez 
patológica: A embriaguez patológica caracteriza-se por uma resposta intensa à 
19 
 
pequena ingestão de álcool. Um indivíduo pode ter uma fissura alcoólica que pode 
durar horas. Amnésia e sono profundo também são resultados dessa embriaguez. 
 
5 RELATOS DE PESSOAS QUE SUPERARAM OS MALEFÍCIOS DO ALCOOLISMO 
 
 
O consumo indevido de bebida alcoólica pode trazer danos à saúde e isso 
pode ocorrer de imediato, ou a médio e longo prazo. Segundos dados da Organização 
Mundial da Saúde (OMS), não há como, por se tratar de uma substancia tóxica ao 
organismo humano, garantir um volume seguro a ser consumido de álcool. O álcool 
tem também um potencial de causar doenças mentais, diversos tipos de cânceres, 
problemas hepáticos, como a cirrose, alterações cardiovasculares, com risco de 
infarto e acidente vascular cerebral e a diminuição de imunidade. 
Contudo, se a opção, mesmo assim, é fazer o consumo de álcool, a OMS 
orienta que assim se faça com moderação. Essa substância provoca alterações no 
cérebro semelhante a qualquer outra droga. O seu uso causa de imediato uma 
sensação prazerosa e isso estimula a reiteração do seu uso. 
Em eventos sociais existe a prática de consumo alcóolico o que muitas pessoas 
utilizam como forma de facilitar a interação entre elas, porém, o uso abusivo pode 
causar grandes prejuízos a no dia a dia do dependente dessa substância, e podem 
ser: compulsão para o uso, sintomas de abstinência, prejuízo funcional, laboral e 
familiar. O alcoolismo, inclusive, é uma doença reconhecida pelo Código Internacional 
de Doenças. 
Ainda segundo dados da OMS, em todo o mundo, mais de 3 milhões pessoas, 
homens e mulheres, morrem todo os anos em razão do uso indiscriminado do álcool. 
Conforme relatório da OMS, divulgado em 2018, 28% das mortes provocadas pelo 
consumo abusivo de álcool são originadas de lesões, como por exemplo, acidentes 
de trânsito. Outras 21% são distúrbios digestivos graves, 19% são doenças 
cardiovasculares e o restante doenças infecciosas, câncer e transtornos mentais. 
Considerando os argumentos acima expostos faz-se necessário, para uma 
melhor compreensão uma análise na pratica das dificuldades enfrentadas por pessoas 
dependentes do álcool e que iniciam uma caminhada para excluir o uso dessa 
substância em suas vidas. 
20 
Em primeiro momento será feito a análise do depoimento de uma jovem que 
que após diversos infortúnios toma a decisão de abandonar o uso do álcool. Segue o 
depoimento abaixo: 
Entrevista realizada pela repórter Larissa Roso, do site Gaúcha ZN 
Comportamento, em 25 de maio de 2014 a uma jovem, que no intuito de preservar a 
sua identidade será identificada apenas como Camila. Assim prossegue a entrevista: 
De acordo com a entrevistada, Camila, ela dos 13 aos 22 anos se embriagou 
com vodca e uísque durante quase todos os finais de semana, geralmente, em festas 
em casa de amigos. Também arriscava sua vida com carona com motoristas bêbados 
e muitas vezes acordava com desconhecidos ao seu lado. Camila diz que sofria muito 
em ter que mentir para os seus pais e em muitas madrugadas não se recorda do que 
fez naquele período. Camila afirma na entrevista que chegou ao fundo do poço e que 
seus pais foram coniventes sem ter a real noção do que ela estava passando.Na data da entrevista Camila encontrava-se sóbria há dois anos e a jovem 
advogada formada em uma instituição privada procurou ZH após ler uma reportagem 
que retratava o alcoolismo na adolescência. Camila esclarece para a repórter da ZH 
que o seu primeiro porre foi aos 13 anos e que não se lembrava de nada somente que 
apagou e que acordou no outro dia de banho tomado. A maneira que ela e seus 
amigos usavam para comprar bebidas era usando maquiagem para aparentar ser 
mais velha e assim ludibriar os vendedores de bebidas. Informa ainda que essas 
compras eram realizadas em mercados e que misturava a bebida alcoólica em sucos 
e bebia na casa de alguém sem a autorização dos pais. A força do vício era tamanha 
que eles faziam o que fosse possível para driblar a lei e os pais para satisfazerem 
suas vontades. Camila diz ainda em sua entrevista que começou a beber na presença 
dos pais, porém, eles não sabiam a gravidade de seu vício. Inclusive na escola ela e 
seus amigos entravam com bebidas escondidas em suas mochilas e bebiam no 
ginásio, nos banheiros e salas vazias. Esclarece ainda que as excursões que fazia 
eram regadas à álcool o dia inteiro. Camila diz que os pais viam os exageros alcóolicos 
de suas amigas, mas, nunca percebiam que a sua própria filha estava imersa nesse 
vício. A entrevistada diz que um traço em comum que ela percebeu no pais que tinham 
filhos dependentes de álcool era o fato deles nunca perceberem que seus próprios 
filhos estavam nesse vício e o fato de minimizarem muito o potencial destrutivo do 
álcool. Camila diz que gostava muito mais da sensação, das brincadeiras do que do 
21 
 
gosto da bebida propriamente dito, que teve experiência com diversos tipos de drogas 
ilícitas, porém, o álcool era o que a dominava. Esclarece ainda que na faculdade tudo 
ficou pior, que a oferta de bebidas era mais abundante e que a vida dela se resumia 
em torno de festas e bebidas. Em razão do grau de alcoolismo não se lembrava do 
que acontecia e ficava sabendo do seu proceder através de relato de terceiros. Camila 
diz que teve ciência de uma amiga que foi estuprada por dois homens e pelo menos 
três amigas que deixaram o uso de preservativo e contraíram Doenças Sexualmente 
Transmissíveis, tudo em razão do uso do álcool. Camila diz que quando o efeito do 
álcool passava o arrependimento era certo principalmente em razão dos pais, porém, 
em sua própria casa tinha um bar que era orgulho da família e que diversas vezes 
suas trágicas histórias de bebedeiras viravam anedotas contadas por seus pais e todo 
mundo ria. Quando Camila tina 18 anos foi a primeira vez que acordou com um 
estranho e sentiu-se demasiadamente humilhada e resolveu pedi ajuda aos seus pais. 
Camila diz que o próprio círculo de amizade que pertencia desaprovava a intenção de 
qualquer um parar de beber 
Na época que era estagiária faltou serviço em função do álcool e diante de seu 
desespero e de sua família pediu ajuda, estava decidida para com as bebidas 
alcoólicas. Camila conta que diante da sua decisão de parar de beber fez uma reunião 
de família e fez tratamento psiquiátrico e que sua decisão de parar de beber foi 
próxima época da sua formatura e que já havia sido comprada uma quantidade muito 
grande de bebidas alcoólicas em razão da festa, porém, ela estava decidida em parar 
com uso do álcool. Diz ainda Camila que aos poucos foi frequentando o Alcoólicos 
Anônimos e que percebeu que lá tinham muitas histórias semelhantes à sua e que 
seus pais foram fundamentais na consumação de sua decisão de parar de beber e 
que abandonou um pouco a vida noturna e adotou novos hábitos como por exemplo 
a prática de esporte e que hoje está não faz mais uso de álcool. 
Nesse momento, no mesmo diapasão, será analisada a reportagem do site 
acrítica.com, do dia 04 de fevereiro de 2018, que contou a história de pessoas que 
superaram os malefícios do alcoolismo. Vale salientar que os nomes dos envolvidos 
foram modificados para preservar a imagem dos verdadeiros personagens dessa 
matéria e que todos os entrevistados frequentam o Alcoólicos Anônimos do Grupo 
Coroado, zona leste de Manaus que tem 29 anos de atuação. 
22 
O site começa relatando sobre a vida de Lúcio que foi grande parte dela 
destinada ao uso do álcool e só conseguiu parar de beber quando entrou em um grupo 
de Alcoólicos Anônimos. Conta Lúcio na entrevista que no período que consumia 
álcool perdeu diversos empregos, mentia, faltava ao trabalho em razão da ressaca. 
“O importante para mim era beber”, relata. Lúcio teve sua vida mudada quando, 
embriagado, envolveu-se em um acidente de trânsito. Lúcio relata que não se 
lembrava de nada sobre o ocorrido. Foi diante dessa grave situação que Lúcio 
procurou ajuda em um grupo e que durante muito tempo, mesmo com a decisão de 
parar de beber, a vontade de ingerir bebida alcoólica o acompanhava, porém, ao longo 
do tempo essa vontade foi desaparecendo e hoje conta a história de que é possível 
ser curado do alcoolismo. O site também ouviu Roberto que disse que a sua vida 
tomou rumos bem diferentes depois que tomou a decisão de parar com as bebidas 
alcoólicas. Roberto diz que não aceitava ser chamado de alcoólatra e brigava com 
quem assim o tachasse. Roberto diz que o álcool fazia com que ele perdesse a noção 
das oportunidades perdidas. Diz ainda que sua vida foi mudada quando conheceu um 
grupo de apoio. “Vi que aquela pessoa que bebia exageradamente e sem controle não 
era um viciado, e sim um doente”, ressalta. 
No caso de Antônio, outro entrevistado, o álcool foi a porta de entrada para 
drogas mais pesadas. “Depois de um tempo no álcool comecei a utilizar maconha e 
cocaína. Estava prestes a me separar quando minha esposa, em uma última tentativa 
de me salvar. Me levou para conhecer o A.A (Alcoólicos Anônimos). A partir dali minha 
vida mudou”. 
O que se pode perceber em comum nessas histórias é a importância da família 
para o início da recuperação dos alcoólicos, bem como a essencialidade de um grupo 
de apoio de Alcoólicos Anônimos para a manutenção da decisão de parar de beber. 
A vontade de deixar de usar o álcool é algo que deve ser revitalizada durante a cada 
dia. 
 
6 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ALCOOLISTAS 
 
 
A Enfermagem é a linha de frente, o primeiro contato que este paciente terá e 
continuará a ter ao longo do tratamento. Para que haja um atendimento qualificado e 
recuperação do paciente, são necessários estudos dos pilares e comprometimentos 
23 
 
causados pelo uso abusivo do álcool, a fim de que não tenham prévios julgamentos 
por parte da equipe e que entendam e vejam a situação como uma doença séria e 
destrutiva. Os profissionais ainda enxergam os alcoolistas de forma estigmatizada, 
enfatizando a todo instante que são desobedientes e indisciplinados, isso indica a 
necessidade de uma melhor capacitação e quebra de preconceitos, tendo em vista 
que se trata de uma doença crônica que além de afetar o físico, compromete o 
psíquico. O vínculo terapêutico e a escuta qualificada entre enfermeiro e paciente são 
de suma importância para que tenha confiança, realize a terapia com qualidade e para 
o bem-estar do paciente. 
A assistência de Enfermagem a estes pacientes se inicia com anamnese, 
obtendo o histórico, queixas atuais, uso de substâncias e sintomas característicos, 
garantindo o diagnóstico e segurança dos pacientes, disponibilizando relacionamento 
interpessoal, acompanhamento contínuo, empatia e incentivo para o autocuidado. 
Necessário que avalie as evoluções e alterações físicas e psíquicas, que considere 
suas queixas, sentimentos e motivos, conheça e acompanhe os sintomas de 
abstinência através de consultas recorrentes e mantenha a família por perto para 
ajudar no processo de desintoxicação e prevenção a uma possível recaída. O 
processo de enfermagem e as teorias são essenciais, possibilitando ao profissional 
enfermeiro sistematizara assistência de enfermagem e as necessidades de cada 
paciente. 
Três específicas etapas no tratamento do alcoolista: Desintoxicação: Trata a 
dependência e suas consequências, eliminando os sintomas. Manutenção da 
abstinência: Atua evitando recaída e promovendo a recuperação. Prevenção de 
recaídas: Maximiza a recuperação funcional e evita uma nova crise de dependência. 
No início do tratamento farmacológico, os benzodiazepínicos, atualmente 
considerados os melhores no tratamento do alcoolismo, são utilizados em grandes 
doses para que mantenham os pacientes calmos, que vão diminuindo de acordo com 
a melhora. Esses medicamentos atuam na ansiedade aguda, controlam atividade 
convulsiva, delirium, taquicardia e tremores, apresentando alta segurança. Durante o 
tratamento, bebidas alcoólicas não devem ser ingeridas, pois associadas aos 
medicamentos, ocasionarão um estado de coma. O enfermeiro orienta o paciente 
quanto ao uso do medicamento, explicando os efeitos, tais como, diminuições 
psicomotoras evitando atividades de estado de alerta para que não tenham acidentes, 
24 
ingerir muito líquido e enfatizar que a xerostomia (boca seca)irá melhorar com o 
tempo, trazer o paciente para a realidade explicando sua condição para que o mesmo 
não abandone o tratamento e apresente negação, esclarecer todas as dúvidas e 
proporcionar uma escuta adequada, de qualidade, ajuda-lo quanto aos seus medos e 
preocupações, proporcionando um tratamento holístico. 
O Enfermeiro deve procurar entender o paciente como um todo, sabendo lidar 
com as inúmeras facetas desta doença, obtendo ações eficazes na recuperação do 
mesmo. 
 
7 A REABILITAÇÃO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO 
 
 
O profissional Enfermeiro é um dos maiores grupos da área da saúde 
relacionado ao Alcoolismo e muitas das vezes porta de entrada para o cliente, sendo 
assim chave importante para a reabilitação. A trajetória do usuário até a chegada ao 
serviço, traz com ele histórias e pensamentos que afetam a sua qualidade de vida, 
existe uma relação entre o grau de sofrimento e o tempo de procura do usuário pelo 
serviço. Isso significa que quanto mais tempo o usuário leva até acessar o serviço, 
maior o grau de sofrimento que ele apresenta, o que implica um maior desafio na 
minimização do sofrimento. Para o Enfermeiro é necessário que exista uma 
disponibilidade do trabalhador para valorizar o sofrimento do usuário, por meio de uma 
escuta qualificada, para entender quais são as expectativas do usuário em relação ao 
serviço e o que o serviço pode oferecer para o usuário; a escuta sendo uma escuta 
de qualidade traz benefícios para a organização e promoção da saúde do usuário, 
identificando o grau de sofrimento; temos como principais dispositivos comunitários 
os grupos terapêuticos, os grupos operativos, a abordagem familiar, as redes de apoio 
social e/ou pessoal do indivíduo, os grupos de convivência, os grupos de artesanato 
ou de geração de renda, entre outros. Estes dispositivos também podem ser úteis na 
abordagem de problemas de saúde de outros campos e, neste caderno, alguns 
capítulos serão dedicados a abordar a especificidade de cada um destes recursos no 
campo da Saúde Mental, com olhar específico para a Atenção Básica. 
Nessa perspectiva, a Raps é a estratégia adotada pelo SUS, a Raps é a 
concretude dos princípios e diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e 
Outras Drogas. Ela insere-se como uma das redes indispensáveis do cuidado nas 
25 
 
Redes de Atenção à Saúde (RAS), com a finalidade de criar, ampliar e articular os 
pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com 
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. A Raps têm como 
funções para a construção do cuidado: ser base para uma atenção, elaborar e 
acompanhar o fluxo dos usuários, identificar riscos e necessidades das demandas sob 
responsabilidade. 
A Raps tem componentes nas diferentes complexidades da RAS. Possui 
serviços na atenção básica em saúde; atenção psicossocial especializada; atenção 
de urgência e emergência; atenção residencial de caráter transitório; atenção 
hospitalar; estratégias de institucionalização e estratégias de reabilitação psicossocial 
(BRASIL, 2011). 
 
8 O TRATAMENTO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO 
 
 
A abordagem da Redução de Danos na Atenção Básica é uma forma de 
tratamento do alcoolismo pelo Ministério da Saúde na qual o papel da enfermagem é 
fundamental, em suas vertentes a construção de ações de redução de danos tomando 
como principal a valorização do desejo e das possibilidades dos sujeitos para os quais 
estão orientadas essas ações, portanto sendo o foco da ação o diálogo e a negociação 
evitando ditar ou impor, sendo mais prescritiva as medidas a serem adotadas. 
A construção de uma proposta de redução de danos deve partir dos problemas 
percebidos pela própria pessoa ajudando-a a ampliar a avaliação de sua situação. 
No caso de pessoas com problema em relação ao álcool, podem se sugerir 
cuidados de praxe como não beber e dirigir; alternar o consumo de bebida alcoólica 
com alimentos e bebidas não alcoólicas; evitar beber de barriga vazia; beber bastante 
água, optar por bebidas fermentadas às destiladas, entre outras sugestões. Usuários 
de crack podem ser orientados a não compartilhar cachimbos, pois possuem maior 
risco de contrair doenças infectocontagiosas caso tenham feridas nos lábios, 
geralmente ressecados pelo uso do crack e queimados pelo cachimbo. Casos 
complexos exigem criatividade e disponibilidade da equipe de Saúde para a oferta de 
cuidado. Por exemplo, um usuário de crack em situação de rua, com tuberculose ou 
Aids e baixa adesão ao tratamento medicamentoso pode ser estimulado a um 
tratamento supervisionado, negociando-se o fornecimento da alimentação diária no 
26 
momento da administração da medicação, na própria unidade de Saúde. E nos finais 
de semana é possível articular uma rede de apoio que possa assumir este cuidado. 
‘’Em síntese, a adoção da perspectiva da redução de danos pressupõe uma 
abertura para o diálogo, a reflexão, os questionamentos e a avaliação contínua das 
intervenções. Abordagens baseadas na redução de danos implicam em levar em 
conta a vulnerabilidade das pessoas e dos coletivos. A noção de vulnerabilidade, 
compreendida enquanto o resultado de interações que determinam a maior ou menor 
capacidade de os sujeitos se protegerem ou se submeterem a riscos, possibilita a 
singularização das intervenções e converge com as ideias já apresentadas, a respeito 
do Projeto Terapêutico Singular (PTS) (OLIVEIRA, 2000).’’ 
 
9 CAMPANHA DE PREVENÇÃO 
 
 
Destaca-se que os profissionais de enfermagem são como agentes-chave no 
processo da transformação social, participando no desenho e na implantação de 
programas e projetos de promoção e prevenção à saúde, já que a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo um problema de saúde pública 
(SILVA, et al., 2007). 
A determinação da causa, ou seja, no que se refere a sua etiologia, a literatura 
traz que ela é multifatorial - o seu surgimento ocorre por meio da interação das 
hipóteses biológicas, psicológica e sociocultural, que se complementam no processo 
dessa patologia. Pela abrangência dos vários fatores, é compreensível que o uso de 
forma abusiva desta droga compromete o ser humano holisticamente (SILVA, et al., 
2011). 
A proposta do Sistema Único de Saúde (SUS) é de atender o usuário em todas 
as suas demandas, atender em todos os níveis de complexidade. Existe três níveis 
de atenção à saúde, são eles: atenção primária e/ou básica, atenção secundária e 
atenção terciária (Lei no 8.080/1990). 
O enfermeiro é o pilar da atenção primária, onde estará desenvolvendo ações 
de promoção e prevenção à saúde, vale ressaltar que essas ações são para os 
indivíduos que não tiveram contato com o álcool, e a atuação do enfermeiro irá 
contribuirpara a saúde e o bem-estar da coletividade ou até mesmo individual. Ele 
27 
 
utilizará a educação em saúde como ferramenta principal para alcançar a participação 
efetiva da comunidade (SILVA, et al., 2011). 
É de notável importância a articulação entre o setor saúde com outros setores, 
como foi mencionado em 1998 pelo autor MINAYO, percebe-se que esse assunto já 
era discutido antes da Portaria 2436/2007 ser publicada, já que ela traz que o processo 
de educação em saúde tem que está articulado intrasetorial e intersetorial, para 
alcançar as propostas desejadas pelo profissional. 
 
É importante lembrar que a ação promocional/educativa é um processo que 
se realiza a médio e longo prazo, com impactos sociais não imediatos. Na 
área de prevenção, as ações que visam minimizar o efeito dos fatores de 
riscos envolvem estratégias e medidas específicas. As ações destinadas à 
prevenção necessitam ser elaboradas com as comunidades e suas 
instituições, bem como com os diversos setores públicos (Educação, Saúde 
e Justiça) e as empresas e os meios de comunicação de massa (MINAYO, et 
al., 1998) 
 
 
 
 
 
Gráfico – Representação por consumo por idade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pesquisas recentes como, a do Ministério da Saúde (s.d) aponta que 71% dos 
jovens entre 13 e 15 anos já tomaram alguma bebida alcoólica e 22% deles já se 
28 
embriagaram. Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas 
(CEBRID) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram 
álcool. Já em pesquisa feita pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras 
Drogas (CRATOD) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o 
uso começou aos sete, oito ou nove anos. Sendo assim, o uso do álcool é um 
fenômeno mundial que precisa ser discutido no Brasil como em todo o mundo e é, 
portanto, um tema que deve ser conhecido, divulgado, refletido. 
As bebidas alcoólicas pertencem ao grupo das drogas lícitas mais consumidas 
no Brasil. O problema é que os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. 
Dessa forma vem uso/abuso pelas pessoas, sendo eles adolescentes este fato piora 
por envolve-lo em um momento que em suas características biológicas, psicológicas, 
comportamentais, familiares e sociais, estão sendo formadas, e o afeta para a vida 
toda. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco fatores 
propiciam o abuso de substâncias: 
• Falta de informação sobre o problema; 
• Dificuldade de inserção no meio familiar e no trabalho; 
• Insatisfação com a qualidade de vida; 
• Problemas de saúde; 
• Facilidade de acesso às substâncias. 
29 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
DALGALARRONDO,Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos 
mentais 2ª Edição. 2000. Editora Artmed. 
 
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.Dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. 
 
MEDEIROS, Fernando Mendes. Alcoolismo: uma breve revisão. 2018. 16p. 
Bacharel em Psicologia Clínica (2017) pela Faculdade Maurício de Nassau de de 
Fortaleza,Brasil,2018.Disponívelem<https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1174.p 
df?fbclid=IwAR2KIGsNPOEP9BZZtzkc8TQgNRmsLPFH6Xu68A740J1Q17uuMO88F 
jcLalU> Acesso em 06 de Mai.2020 
 
Ministério da Saúde. Blog da Saúde de 1 de março de 2019. Entenda os riscos do 
consumo de bebida alcoólica.<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao- 
da-saude/53786-entenda-os-riscos-do-consumo-de-bebida-alcoolica>. Acesso em 23 
de Maio de 2020. 
 
Ministério da saúde. Cadernos de Atenção Básica. 2013.176p. Disponível em 
<https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTIxMQ==> Acessado em 30 de Maio 
de 2020. 
 
Ministério da saúde. Guia Estratégico para o Cuidado de Pessoas com 
Necessidades Relacionadas ao Consumo de Álcool e Outras Drogas: Guia AD. 
2015. 101p. Disponível em <https://pt.scribd.com/document/366144680/Guia- 
Estrategico-Para-o-Cuidado-de-Pessoas-Com-Necessidades-Relacionadas-Ao- 
Consumo-de-alcool-e-Outras-Drogas> Acessado em 30 de Maio de 2020. 
 
Ministério da saúde. A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO 
INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS. 2003. 60p. 
Disponívelem<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_atencao_alcool_dr 
ogas.pdf> Acessado em 30 de Maio de 2020. 
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1174.p
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_atencao_alcool_dr
30 
MINAYO, Maria Cecília de Souza and DESLANDES, Suely Ferreira. A complexidade 
das relações entre drogas, álcool e violência. Cad. Saúde Pública [online]. 1998, 
vol.14, n.1, pp.35-42. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/S0102- 
311X1998000100011. 
 
NINDITI, Aparecido Angelo. PERCEPÇÃO DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA DE 
SAÚDE DA FAMÍLIA FRENTE AO ALCOOLISMO.23p. Graduado em enfermagem 
pela Universidade Salgado Oliveira – Universo BH, 2016. Pós graduação em Urgência 
e Emergência pela Ucamprominas 2019. Disponível em 
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo percepcao_do_enferm 
eiro_da_estrategia_de_saude_da_familia_frente_ao_alcoolismo_1.pdf> Acessado 
em 17 de Maio de 2020. 
 
PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017. Aprova a Política Nacional de 
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção 
Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
ROSO, Larissa. Site Gaúcha ZN Comportamento. Veja o depoimento de uma jovem 
que conseguiu se recuperar do abuso de álcool na adolescência. Disponível 
em:<http://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticias/2014/05/veja-o- 
depoimento-de-uma-jovem-que-conseguiu-se-recuperar-do-abuso-de-alcool-na- 
adolescencia-4496984.html. Acesso em 23 de Maio de 2020. 
 
Site acrítica. Conheça histórias de pessoas que superaram os malefícios do 
alcoolismo, Manaus. <https://www.acritica.com/channels/manaus/news/conheca- 
historia-de-pessoas-que-superaram-os-maleficios-do-alcoolismo> Acesso em: 23 de 
Maio de 2020. 
 
SILVA, Sílvio Éder Dias da et al . A educação em saúde como uma estratégia para 
enfermagem na prevenção do alcoolismo. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 11, n. 
4, p. 699-705, Dez. 2007. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414814520070004000 
23&lng=en&nrm=iso>. Acessos em: 05 de junho de 2020. 
https://doi.org/10.1590/S1414-81452007000400023. 
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1998000100011
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1998000100011
http://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticias/2014/05/veja-o-
http://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticias/2014/05/veja-o-
http://www.acritica.com/channels/manaus/news/conheca-
http://www.acritica.com/channels/manaus/news/conheca-
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&amp;pid=S1414814520070004000
31 
 
SOUZA, Gisele Tourinho. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DIRECIONADA AO 
PACIENTEALCOOLISTA.Disponívelem<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/ 
123456789/170572/Giselle%20Tourinho%20Souza%20%20DCNT%20%20tcc.pdf?s 
equence=1&isAllowed=y>Acesso em 22 de Maio de 2020. 
 
Silva SED, Padilha MICS, Borenstein MS, Spricigo JS. Alcoolismo e a produção 
científica da enfermagem brasileira: uma análise de 10 anos. Rev. Eletr. Enf. 
[Internet]. 2011 abr/jun;13(2):276-84. Disponível em: 
<http://dx.doi.org/10.5216/ree.v13i2.9616> 
 
VERONEZI, Maria de Lourdes. & RIBEIRO Lucineia de Fátima Chasko. Os desafios 
da escola pública paraense na perspectiva do professor. 2014. 21p. 1volume, 
2014. Disponível em 
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p 
de/2014/2014_unioeste_bio_artigo_maria_de_lourdes_veronezi.pdf?fbclid=IwAR1sr 
YFUBYCwwmMd9HzHsXfUg7gQMT-vak9B3QPMRz9o5rJiBAioJgBkFio> Acesso em 
08 de Maio de 2020. 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/170572/Giselle%20Tourinho%20Souza%20%20DCNT%20%20tcc.pdf?sequence=1&amp;isAllowed=yhttps://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/170572/Giselle%20Tourinho%20Souza%20%20DCNT%20%20tcc.pdf?sequence=1&amp;isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/170572/Giselle%20Tourinho%20Souza%20%20DCNT%20%20tcc.pdf?sequence=1&amp;isAllowed=y
http://dx.doi.org/10.5216/ree.v13i2.9616
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p

Outros materiais