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UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM Alicia de Oliveira Marquete Deborah Silva Freitas Fabielle Laureano Soares Borges Fernanda Pontes Barreto Hágata Golçalves Monção Leilane Curty da Cunha Castilho Renata Corrêa dos Santos Taulicio Schuwartz Faria Martins Thalya Sousa Berardi Vânia Lúcia Souza Goulart Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra Itaperuna, RJ Junho/2020 2 Alicia de Oliveira Marquete Deborah Silva Freitas Fabielle Laureano Soares Borges Fernanda Pontes Barreto Hágata Golçalves Monção Leilane Curty da Cunha Castilho Renata Corrêa dos Santos Taulicio Schuwartz Faria Martins Thalya Sousa Berardi Vânia Lúcia Souza Goulart Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra Trabalho do Seminário Integrador apresentado à Universidade Iguaçu como requisito para aprovação na disciplina. Orientadora: Ana Maria Ferreira Soares. Itaperuna, RJ Junho/2020 3 UNIG – CAMPUS V – ITAPERUNA/RJ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM 1 TÍTULO Conhecimentos da Enfermagem no cuidado ao paciente alcoólatra 2 PROBLEMA Enfermeiros não especializados em Saúde Mental, estão devidamente capacitados para atender as necessidades do paciente alcoólatra? 3 HIPÓTESE A pouca informação educacional, ou a falta dela, leva à deficiência nos cuidados prestados pela equipe de Enfermagem, atitudes negativas, percepções estereotipadas, pensamentos pessimistas e, consequentemente, a falta de sucesso no tratamento do paciente. 4 JUSTIFICATIVA A necessidade do entendimento específico do enfermeiro e acadêmica de Enfermagem, no momento do cuidado ao paciente alcoólatra. O trabalho visa reconhecer e apontar atitudes negativas e visões estereotipadas do alcoolismo, que ajudam na ineficácia do cuidado de enfermagem prestado ao doente. 4 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Apontar o déficit de conhecimento específico do enfermeiro perante a doença do alcoolismo. 5.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS Definir de um modo geral os conhecimentos de enfermagem no cuidado da doença; Analisar a conduta do enfermeiro perante ao paciente alcoólatra. Resumo Através deste estudo, verificou-se que quando se trata de pacientes alcoólatras, o assunto deve ser abordado de uma maneira ampla para conseguir êxito na assistência. É necessário habilidade técnica e científica para construir ações significativas em prol do paciente. O atendimento integral faz parte da rede básica da saúde, ou seja, é necessário a harmonização de vários saberes, de equipes multidisciplinares, de uma articulação entre os setores de saúde com os demais setores para contribuir no atendimento, para proporcionar qualidade e eficacidade na prestação dos serviços e alcançar também a humanização no cuidado.Os treinamentos e capacitações dos profissionais envolvidos no cuidado direto aos pacientes alcoolistas tornam-se eficazes, visto que ambos contribuem para a quebra de preconceitos. Por meio da análise das literaturas mencionadas neste estudo, conclui-se que o papel do enfermeiro, seja na promoção, na prevenção e até mesmo na reabilitação é essencial para alcançar o bem-estar individual e/ou coletivo. Palavras-chaves: Alcoolismo; Atuação do Enfermeiro; Prevenção. 5 Abstract Through this study, it was found that when it comes to alcoholic patients, the subject must be addressed in a broad way to achieve success in care. Technical and scientific skills are needed to build meaningful actions for the patient. Comprehensive care is part of the basic health network, that is, it is necessary to harmonize various knowledge, multidisciplinary teams, an articulation between the health sectors with the other sectors to contribute to the service, to provide quality and efficiency in the provision services and also achieve humanization in care.The training and qualifications of the professionals involved in direct care for alcoholic patients become effective, since both contribute to breaking prejudices.Through the analysis of the literature mentioned in this study, it is concluded that the role of nurses, whether in promotion, prevention and even rehabilitation, is essential to achieve individual and / or collective well-being. Keywords: Alcoholism; Nurse's performance; Prevention. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 06 2 METODOLOGIA .................................................................................................................................... 08 3 BASES TEÓRICAS ................................................................................................................................ 09 3.1 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA NERVOSO”............................................................ 09 3.2 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA DIGESTIVO” .....................................................09 3.3 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO ÓRGÃO “FÍGADO” ............................................................. 10 3.4 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA RESPIRATÓRIO” ................................................... 10 3.5 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA CIRCULATÓRIO” ................................................... 10 3.6 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA IMUNE” ................................................................... 11 3.7 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA REPRODUTOR” ..................................................... 11 3.8 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NA “GESTAÇÃO” ...................................................................... 11 3.9 CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO ALCOOLISMO .................................. 12 4 O ALCOOLISMO OU SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL (SDA) ..............................................18 5 RELATOS DE PESSOAS QUE SUPERARAM OS MALEFÍCIOS DO ALCOOLISMO .................................... 19 6 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ALCOOLISTAS ................................................. 22 7 A REABILITAÇÃO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO....................................................................... 24 8 O TRATAMENTO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO ....................................................................... 25 9 CAMPANHA DE PREVENÇÃO ........................................................................................................ 26 10 GRÁFICO DEMONSTRAÇÃO DO CONSUMO POR IDADE .............................................................. 27 6 1 INTRODUÇÃO O alcoolismo é a obsessão excessiva do álcool, onde o ser humano que se torna viciado, padece de um impulso que não se sacia por essa droga lícita, é classificado assim de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa dependência vem alcançando diversas classes da sociedade, com o passar do tempo, pessoas mais jovens em faixa de 12 a 14 anos, demostram o início dos sintomas de vício, mesmo sendo proibido para menores de 18 anos. Além disso, é importante citar que não é uma doença hereditária, mas sim, para certos autores, indicam que tem uma herança hereditária, por causa do lugar que habita ou frequenta, pois a mente dos adolescentes é influenciada. Essa bebida é servida em boa parte dos eventos, sendo assim, fica mais favorável para ser usado. Primordialmente no pensamento das pessoas leigas, que essa bebida não causa prejuízo à saúde, mas ela traz muitos malefícios, como por exemplos: ‘’as intoxicações alcoólicas, Hipoglicemia, Alcoolismo Agudo, Alcoolismo Crônico, Doenças hepáticas alcoólicas(DHA), Cirrose, Esteatose alcoólica, Hepatite alcoólica (Wang, et al. 2010), diversos problemas graves no sistema nervoso central (SNC) como o coma alcoólico que pode ter como uma de suas consequências à morte (Bühler & Mann, 2011; Haes, et al., 2010)”. Como também, essa substância sendo absorvida por intermédio do sangue, a consequência é grave, pois leva rapidamente para o cérebro e agride o sistema nervoso central (SNC). Por isso, os enfermeiros e os outros profissionais da área da saúde, devem conscientizar a população ao prejuízo dessas práticas, pois ela não é só costume de família, em excesso vai levar em muitos malefícios. Para os profissionais de saúde é considerado como uma doença mental, que é tratado no CAPS AD, onde são especificamente pacientes usuários de álcool. De acordo com Malvezzi, C. D. & Nascimento J. L. (2018) O uso de bebidas alcoólicas tem sido uma prática milenar e universal com diferentes culturas e contextos e diferentes propósitos. Ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, o consumo de aguardentes popularmente denominadas ‘águas da vida’ se constituiu como um dos prazeres individuais da população. Os países tinham seus destilados típicos e 7 seus rituais de consumo realizados em ambientes públicos como as tavernas e os cabarés. Conforme Valentim, O. S.; Santos, C. & Ribeiro, J. P. (2017), o consumo de álcool tem vem acompanhando as civilizações tendo a finalidade e expectativa de proporcionar um estado mental, um estímulo dos processos imaginativos, facilitando a fuga de vivências que provocam dor, sofrimento ou angústia. A primeira menção à “doença do alcoolismo” foi feita em 1849 por Magnus Huss, que a designou como um conjunto de sintomas e danos físicos e mentais decorrentes do uso contínuo de bebidas alcoólicas (MALVEZZI, C. D. & NASCIMENTO J. L; 2018). De acordo com Jorge, F. M; et al (2017) o consumo nocivo de álcool tem uma importante carga social e econômica a nível mundial, encontrando-se entre os cinco principais fatores de risco para doenças incapacitantes e de morte. Os padrões de consumo de álcool e os problemas associados ao seu consumo variam em todo o mundo, de acordo com os seus fatores importantes explicar as diferenças, designadamente a cultura, disponibilidade e acessibilidade do álcool, entre outros. Os resultados do I e II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, realizados nos anos de 2001 e 2005, respectivamente, mostram que o consumo de drogas lícitas no país, especialmente o álcool e tabaco, é superior ao das drogas ilícitas. Entre os alcoolistas, a taxa de dependência passou de 11,2% no I Levantamento para 12,3% no II Levantamento (VARGAS, D; et al, 2014). O consumo e o uso prejudicial do álcool são considerados o terceiro motivo de ausência do trabalho e a oitava causa de concessão de auxílio-doença pela Previdência Social. O seu uso prejudicial está diretamente relacionado à violência, à negligência, ao prejuízo do trabalhador para com o seu trabalho, ao absenteísmo e ao aumento de acidentes no trabalho, devido, principalmente, às alterações de reação, percepção e reflexos (GARCIA, L. P. & FREITAS, L. R. S; 2013). Pires, C. G. S. (2015) afirma que no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece a dimensão, transversalidade, heterogeneidade do problema do consumo de drogas; a necessidade da busca de novas estratégias de contato e de vínculo com a pessoa usuária e seus familiares e, também, a falta de preparo de profissionais para lidar com o uso abusivo de álcool e outras drogas. 8 Os enfermeiros da Saúde da Família referem o uso de álcool e de outras drogas como um reflexo dos problemas familiares e de vulnerabilidade social: acreditando que o início do consumo de álcool e de outras drogas não acontece por acaso, podendo estar relacionado à falta de estrutura familiar e à fuga do indivíduo perante os problemas sociais. Revelando ainda que uma das maiores dificuldades é a aproximação ao usuário à família, relatando que os usuários não veem a Saúde da Família como um mecanismo de tratamento (SILVA, K. L; 2015). No Brasil atualmente e no mundo, o uso e abuso de álcool têm crescido de forma progressiva entre as pessoas de todas as classes sociais, especialmente entre os jovens (MAGALHÃES, L. S. P; 2018). Constituindo um problema de saúde pública que tem merecido maior atenção na atualidade devido aos seus determinantes e condicionantes culturais, ético- legais, políticos, econômicos e tecnológicos gerando impacto sobre os indivíduos, as famílias e a sociedade, requerendo atenção não somente dos pais e responsáveis pelo jovem, mas também da sociedade, dos educadores, profissionais de saúde e da comunidade científica (VALENTIM,O. S.; SANTOS, C. B. & RIBEIRO, J. L; 2018). Dázio, E. M. R; Zago, M. M. F. & Fava, S. M. C. L. (2017) afirma que o conhecimento do enfermeiro em relação ao álcool deve ser considerada essencial na formação profissional, abrangendo conhecimentos das atitudes frente ao alcoolista e aos problemas relacionados, obtenção de educação formal sobre o tema e mudanças de atitudes. A falta de conhecimento por parte do enfermeiro atuante na Estratégia Saúde da família em relação ao álcool pode refletir nos cuidados com os alcoolistas na prevenção da cirrose hepática. 2 METODOLOGIA Este artigo aborda uma pesquisa exploratória, em que é utilizado a leitura e a pesquisa de vários outros artigos. Imediatamente, diante disso, a fonte desse trabalho é secundária, pois já foi manuseada por outros autores. Além disso, fundamentado também na pesquisa qualitativa, relata em detalhes o alcoolismo na visão da enfermagem, buscando o aperfeiçoamento dos enfermeiros e quem quiser ter conhecimento dessa área. 9 3 BASES TEÓRICAS 3.1 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA NERVOSO” Primeiramente, é importante ressaltar que o sistema nervoso é o responsável por ganhar os impulsos nervosos e também direcionar a demais partes, podendo ser do sistema nervoso ou em órgãos efetores, ou seja, muscular, visceral ou endócrino. Sobretudo, ele é dividido no sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Essa droga que deprime o sistema nervoso central, tem características como uma sedação e podendo afetar diversas áreas do encéfalo, essa droga não só afeta a memória, mais toda a parte dos movimentos, respiração; ocorrendo a mudança dos níveis de neurotransmissores, ou seja, substâncias químicas que transmite sinais do corpo. Sendo assim, o centro de informações sobre saúde e álcool relata que têm dois tipos de receptores, são eles: o GABA-alfa e o GABA-beta, sendo que só o primeiro é incitado pelo álcool. Após o uso, é causado uma perda no tecido nervoso, ocorrendo a morte dos neurônios. Os seres humanos usam a memória para distinguir e entender as coisas que acontecem na vida, sendo chamada de curto prazo às que duram segundos ou minutos. Existe também a de longo prazo, mas essa como o próprio nome diz é longa, durando dias, meses ou anos. Sendo assim, segundo Ferreira em 2013, supõe que o consumo dessa droga lícita pode levar a perda da memória que piora com o longo do tempo. Contudo, pode ocorrer o envolvimento do prejuízo da função motora, levando à dificuldade na fala, patologia de amnésia e mudanças das personalidades. 3.2 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA DIGESTIVO” Naturalmente, com o uso dessa droga ao longo do tempo, vai ocorrendo muitos problemas nesse sistema, de imediato, gere feridas e inflamações, podendo levar ao câncer na boca, faringe e laringe, como também, úlceras gástricas, câncer de cólon e também pancreatite. Como resultado desse uso, ele é absorvido primeiramente na boca e depois no estômago. Em menor amostra, causa danos e provoca a mucosa do estômago, cooperando para o desenvolvimento de úlceras e gastrites, só que também em prazo curto,pode ocorrer azia, queimação e cefaleias segundo Maciel, em 2013. 10 Frequentemente, com o uso dessa droga, o pâncreas fica prejudicado causando a pancreatite crônica, por causa do uso ao longo do tempo. Por fim, no sistema digestório, o maior número de absorvência do álcool decorre no intestino delgado, podendo provocar muitos prejuízos. 3.3 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO ÓRGÃO “FÍGADO” Esse órgão é o responsável por diversas funções que são muito importantes para o bom funcionamento, gera e secreta a bile, assim como também, armazena o glicogênio. Ele é um dos órgãos que é mais acometido pelo uso do álcool, visto que ele metaboliza o etanol que fica a disposição das patologias como, por exemplo, a cirrose. A doença citada acima é muito complicada, causada pelo o uso exagerado dessa droga, se identifica mediante a fibrose e produção de nódulos, manifesta-se em decorrência da inflamação. Sendo assim, é definida no momento em que os nódulos e fibrose altera o tecido hepático, impedindo a passagem do sangue e ocorrendo a alteração para um tecido fibroso. 3.4 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA RESPIRATÓRIO” É importante ressaltar que é ele o formado por um pulmão direito, pulmão esquerdo e por diversos ductos por meio disso o ar percorre. O sistema respiratório tem como função a realização das trocas gasosas por meio da hematose. Destaca-se que o uso dessa droga, é deixado por um fragmento nos pulmões e brônquios, ocorrendo assim irritações neles. Ele é o responsável por diversas doenças das vias áreas, ou seja, a ampliação da ocorrência da síndrome da patologia respiratória aguda. 3.5 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA CIRCULATÓRIO” Primeiramente, esse sistema faz a realização da transferência dos nutrientes, dos hormônios, dos gases e assim como os restos dos metabolismos celulares para serem excretados. 11 O uso do álcool tem como prejuízo nesse sistema, pois aflige os mecanismos que dominam a pressão do sangue, como ainda a pressão arterial. É evidente que quanto mais é consumido, aumenta a predisposição da pressão arterial, sendo assim, o indivíduo fica propício a doenças cardíacas, cerebrovasculares como também, a doenças renais. De certo também, amplia a possibilidade de anemia, em consumo além do limite. 3.6 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA IMUNE” De certo, esse uso igualmente intervém na imunidade, reduzindo a ação dos linfócitos, ou seja, células de defesas. Destaca-se que o uso do álcool ao longo do tempo, prejudica as funções do sistema imune, que ocorre com o resultado uma predisposição para as doenças infecciosas, notando-se que esses indivíduos apresentam uma maior possibilidade das infecções bacterianas e virais, como por exemplo, a tuberculose. 3.7 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NO “SISTEMA REPRODUTOR” Nota-se que o uso do álcool nesse sistema trás pontos negativos, tanto na reprodução, como também na fertilidade dos seres humanos. Na parte masculina, é capaz de diminuir a porção do hormônio, chamado testosterona e dos espermatozoides, não só isso, mas também, pode acarretar na impotência sexual. Já por parte da mulher, os resultados decorrem na formação dos hormônios, os ovários ficam inapropriados. O ciclo menstrual fica descontrolado e interrompe a ovulação, a menstruação e a mudança dos atributos sexuais. E por consequência, o uso dessa droga lícita pode gerar uma transformação na normalidade do sistema regulador cerebral, que é o responsável pela formação dos hormônios femininos, podendo ocorrer mudanças no ciclo menstrual, defeito na ovulação e anomalia na fase lútea. 3.8 OS EFEITOS DO USO DO ÁLCOOL NA “GESTAÇÃO” Para a conclusão dos malefícios, é importantíssimo falar da gestante, quede hipótese alguma, pode ingerir álcool; pois é demonstrado que em menos de uma hora, 12 depois do uso, o álcool vai para o sangue da grávida, e pode provocar anomalias na criança, e ocasionando doenças físicas e mentais. Logo, a gestante alcoólatra, possui maior possibilidade de ter partos prematuros ou abortos sem inesperados. 3.9 CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO ALCOOLISMO Conforme Lima, T. J. V; et al (2014), humanização na saúde define-se pelo valor atribuído ao esforço dos sujeitos na produção da saúde, quando se contemplam a autonomia, o protagonismo, a corresponsabilidade e a vinculação das instâncias, põe em evidência a dimensão da subjetividade e da singularidade. Categorias como vínculo, responsabilidade, autonomia destacam a ênfase na subjetividade, posto que não são categorias do mundo inerte, mas próprias do sujeito. O alcoolismo e o uso abusivo de outras drogas, tem sido descrito como importante fator relacionado ao aumento da morbidade, mortalidade e prejuízos interpessoais e disfunção familiar. A relação entre alcoolismo e família é abordada principalmente sob duas perspectivas: os aspectos genéticos, comportamentais e relacionais do ambiente familiar, como fator de risco para o uso abusivo e o impacto do alcoolismo nas relações familiares (MOURA, R. S; DIAS, M. C. S. & LEMOS, C. L. S; 2016). Conforme Moura, R. S; Dias, M. C. S. & Lemos, C. L. S. (2016), em decorrência de alguns sintomas psíquicos, como irritabilidade, agressividade, prejuízo na compreensão e alteração da visão de mundo, o alcoolista tende a apresentar dificuldades progressivas no seu relacionamento interpessoal. Quem bebe socialmente é moderadamente aceito e exclui-se aquele que bebe descontroladamente, considerando que as pessoas podem fazer uso adequado e normal, sem levar em consideração que o álcool pode anular sua vontade e levar progressivamente ao alcoolismo (JORGE, F. M; et al, 2015). Conforme Abreu, T; et al (2018), o consumo de álcool, uma droga lícita, é um comportamento bastante tolerado na sociedade e está presente em diversas manifestações culturais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 38,3% das pessoas com 15 anos ou mais consomem bebidas alcoólicas no mundo, em quantidade média de 17,2 litros de álcool puro por pessoa por ano. Nos Estados 13 Unidos da América, tal prevalência é de 61,5%, e no Brasil 50% dos adultos (18 anos ou mais) bebem, sendo a cerveja a bebida de preferência nacional. Segundo Abreu, T; et al (2018), o consumo nocivo dessa substância expõe o usuário a diversas situações de risco. Tais situações incluem desde riscos a curto prazo como acidentes de trânsito – o mais comum e com consequências mais graves – até consequências a longo prazo, como o desenvolvimento da cirrose e dos cânceres do aparelho gastrointestinal. Dessa forma, o álcool está relacionado a 5,9% de todas as mortes do mundo. Conforme o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado em 2012 nas cinco regiões brasileiras, o álcool e o tabaco apresentam as maiores prevalências de consumo dentre as substâncias psicoativas (50% e 16,9%, respectivamente) e figuram como importantes fatores de risco para a morbidade, mortalidade e incapacidades na população (VELOSO, C. & MONTEIRO, C. F. S; 2019). Para Veloso, C. & Monteiro, C. F. S. (2019), embora o consumo de substâncias psicoativas seja um fenômeno, historicamente, associado aos homens, tem-se observado diminuição no hiato entre os gêneros, principalmente na população jovem. Este panorama, se dá no desenvolvimento econômico e as mudanças dos papéis de gênero na sociedade contemporânea, aliados à dupla jornada de trabalho, dificuldades em lidar com os problemas cotidianos e maior suscetibilidade das mulheres ao desenvolvimento de transtornos mentais, são fatores que contribuem para a iniciação e manutenção do consumo de substâncias psicoativas na população feminina. A gênese do consumo do álcool geralmente é influenciada por fatores culturais, socioeconômicos e ambientais, antecedentes familiares de etilismo, fatores individuais, biológicos,psicológicos, além de outros determinantes como a facilidade de acesso e a publicidade em larga escala. Assim, o início do consumo de álcool constitui-se em uma combinação complexa de influências emocionais, cognitivas, genéticas, farmacológicas, constitucionais e de desenvolvimento ontogênico (SILVA, A; et al, 2017). O uso abusivo de álcool tem sido alvo de estudos e pesquisas na atualidade devido a sua relevância, tendo em vista o fato de que suas consequências atingem nocivamente toda a sociedade. O alcoolismo é considerado um problema de saúde 14 pública que atinge todas as camadas sociais, idades, sexo e etnias (MELO, J. R. F; et al, 2011). O Programa Saúde da Família foi criado em 1994 pelo Ministério da Saúde como estratégia de reorganização da saúde no Brasil, redefinindo a saúde como dever do Estado e direito de todos os cidadãos. O programa saúde da família trabalha numa perspectiva de saúde ampliada e integral, com equipes multiprofissionais responsabilizadas por um número de pessoas de uma região delimitada (Ministério da Saúde, 2012). De acordo com Garcia, L. P. & Freitas, L. R. S (2015) o Ministério da Saúde, no Manual para a Organização da Atenção Básica no SUS de 1998, define a atenção básica como o conjunto de ações, individual ou coletivo, situadas na primeira linha de atenção dos sistemas de saúde, para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento em geral e as relativas aos impedimentos físicos e mentais. Conforme Moretti-Pires, R. O. & Corradi-Webster, C. M. (2011) a atenção básica, para ser resolutiva, deve ter tanto capacidade ampliada de escuta e analisar quanto as estratégias para lidar com a complexidade de sofrimentos, adoecimentos, demandas e necessidades de saúde às quais as equipes estão constantemente expostas. Fazendo parte do processo de organização e classificação de risco dos pacientes a identificação de doenças, sejam elas crônicas não transmissíveis ou transmissíveis. Além destas, existem também outros agravos como o alcoolismo e outras drogas. A adoção da Estratégia de Saúde da Família, como principal configuração da atenção primária no Brasil, baseia-se no discurso que prima por romper com o modelo biomédico e fragmentado em especialidades. Dada a imersão dos profissionais de saúde na dinâmica de vida dos usuários, de suas famílias e de seus entornos socioculturais, as equipes da estratégia saúde da família têm importância estratégica para o enfrentamento de temáticas de saúde mental, tais como o uso problemático de substâncias psicoativas e as diversas modalidades de sofrimento psíquico (MORETTI- PIRES, R. O. & CORRADI-WEBSTER, C. M; 2011). A Atenção Primária à Saúde ou Atenção Básica no Brasil, configura-se como um dos principais avanços no Sistema Único de Saúde, sendo ordenadora da Rede de Atenção à Saúde e principal porta de entrada do usuário nesse Sistema. Por meio de equipes multiprofissionais generalistas da Estratégia Saúde da Família, que 15 representa o seu eixo estruturador, a Atenção Básica busca atender aos atributos de universalidade, integralidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado, em âmbito individual e coletivo, ampliando o acesso e impactando os condicionantes/determinantes da saúde dos habitantes do território (MAFFISSONI, A. L; et al, 2018) De acordo com Maffissoni, A. L; et al (2018)A implantação de equipes de Saúde da Família para estruturar a AB ampliou de modo significativo o acesso à saúde, no entanto, há consenso em relação à necessidade de investimentos na qualificação dos profissionais, sobretudo, para aumentar a resolubilidade nesse nível de atenção. São recorrentes as situações em que os profissionais generalistas da AB se deparam com obstáculos, principalmente, quanto à resolubilidade da atenção. Diante disso, para dar suporte às de equipes de Saúde da Família, o Ministério da Saúde criou, em 2008, mediante a Portaria GM nº 154, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Estes surgem com o propósito de apoiar a consolidação da Atenção Básica, ampliando as ofertas de serviços de saúde, o potencial resolutivo e a abrangência das ações realizadas no nível primário de atenção. Recentemente, com a revisão da Política Nacional de Atenção Básica à Saúde (PNAB), esse dispositivo passa a ser reconhecido como Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). De acordo com os dados que demonstram o aumento do uso e dependência de substâncias psicoativas, vale ressaltar que até a última década do século passado o Brasil não dispunha de centros específicos de atendimento a essa clientela. Foi somente na Reforma Psiquiátrica Brasileira que uma nova política federal propôs a estruturação do CAPS - Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), entre eles os CAPS ad, serviços em funcionamento em todo território nacional, que compõem a rede de atenção primária ao atendimento a pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas (VARGAS, D; et al, 2014). Vargas, D; et al (2014) conclui através de um estudo realizado com enfermeiros que trabalham em CAPS ad que os mesmos demonstram dificuldades na inserção no campo de atenção desses serviços, estando as suas práticas mais atreladas ao modelo tradicional de atenção à saúde mental, apontando ainda a carência de preparo para atuação na área e o pouco conhecimento sobre conteúdos relacionados à dependência química que favoreçam sua inserção nesses locais. 16 Conforme Vargas, D. (2011), especialistas tem evidenciado que cuidar de pacientes com problemas relacionados ao álcool e outras drogas nem sempre constitui tarefa fácil para o enfermeiro generalista, sendo comuns atitudes negativas frente a essa clientela, haja vista o pouco preparo e falta de conhecimentos e habilidades adequadas para prestar cuidado. Considerando as evidências que apontam a carência de conhecimentos em relação ao álcool, alcoolismo e ao alcoolista, além do despreparo dos enfermeiros no cuidado ao dependente químico, demonstrado por suas atitudes negativas, compreende-se que os estudantes de enfermagem também demonstrem tal comportamento durante sua pratica hospitalar, uma vez que e durante a formação acadêmica que se adquire os conhecimentos necessários para a formação também das atitudes, sendo elas positivas ou não, em relação ao alcoolista. A Promoção à saúde é realizada através de ações que estão para além do acesso a serviços assistenciais de qualidade, necessitando, também, o enfrentamento dos determinantes do processo saúde-doença. Isto requer a existência de políticas públicas abrangentes, efetiva articulação intersetorial do poder público e privado, além da mobilização da população. Nesse sentido, promoção da saúde consiste, também, no processo de capacitação do indivíduo para melhorar e controlar sua saúde. (LIMA, H. P; et al, 2010). Seixas, E. G. & Pereira, C. A. L. (2014) reconhece a falta de preparo do profissional de enfermagem para lidar com a clientela alcoolista, sobretudo o conhecimento insuficiente recebido durante a graduação em relação a essa problemática que requer assistência diferenciada. Reafirmando que a formação acadêmica do enfermeiro deva contemplar os conteúdos mais abrangentes sobre a temática nos currículos, criando grupos de discussão, pesquisa, para conduzir os alunos a pensarem criticamente e a desenvolverem formas de assistir essas pessoas, de maneira criativa. Melo Souza, L. & Pinto, M. G. (2012) ressalta-se a importância de que os atendimentos aos alcoolistas sejam realizados na atenção primária, porém existem fatores que impedem essa intervenção: pouca adesão do tratamento, despreparo da equipe para lidar com essa problemática de saúde pública, agravamento dos casos, entre outros fatores. Sendo que, um dos principais desafios para tratar o problema 17 está na necessidade de aperfeiçoare motivar os profissionais que trabalham prestando assistência aos usuários e seus familiares. As ações de enfermagem desenvolvidas com os usuários de drogas são heterogêneas e fragmentadas, sendo realizadas de acordo com a ciência de cada profissional. Embora, muitas vezes, os enfermeiros reconheçam as necessidades de intervenção desses usuários, não realizam ações devido à falta de programas de atenção na unidade e à falta de preparo dos profissionais (MELO SOUZA, L. & PINTO, M. G; 2012). De acordo com Moretti-Pires, R. O. & Corradi-Webster, C. M. (2011) o conhecimento dos profissionais, tanto nas categorias de profissionais de nível de escolaridade superior como nas categorias técnicas envolvidas na ESF, a visibilidade da temática se dá principalmente em casos de intoxicação, identificando conjuntamente aos fatores de risco para o uso problemático de álcool. O reconhecimento das consequências desse consumo para o indivíduo e para a sociedade não aponta como atuar sobre essa questão, indicando a necessidade de ações de capacitação no âmbito da ESF. As unidades básicas de saúde são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, sendo um dos principais dispositivos para o acolhimento de diversos problemas de saúde. Portanto, também é necessário descrever as características da demanda em saúde que chegam à atenção básica, em especial, àquelas relacionadas aos problemas decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas (SCHNEIDER, D. R. & LIMA, D. S; 2011). Schneider, D. R. & Lima, D. S. (2011), a percepção dos profissionais de que o acolhimento dos usuários alcoolistas não é papel das Unidades Básicas de Saúde nem das equipes da Estratégia Saúde da Família conduz a uma dificuldade de abordagem, tanto nos atendimentos clínicos quanto nas visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitário de Saúde. Desse modo, há subnotificação para esse tipo de problemática, uma vez que se verifica que muitos casos de usuários com problemas decorrentes do uso de substâncias psicoativas não são devidamente identificados pelo fato das equipes não abordarem diretamente o problema e não terem a capacitação para fazerem o diagnóstico. Schneider, D. R. & Lima, D. S. (2011), declara que as equipes de Estratégia Saúde da Família, na sua maioria, não recebem capacitação específica para atuar na 18 área da saúde mental, situação que está na base da reprodução do modelo hegemônico, baseado na meta da abstinência, na ministração de psicofármacos, no encaminhamento para internação, o que fere princípios básicos que regem o SUS, bem como a política de atenção integral aos usuários de drogas do Ministério da Saúde, como o da integralidade e da equidade, bem como a perspectiva da redução de danos. 4 O ALCOOLISMO OU SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL (SDA) Sabemos que o abuso do álcool e a dependência do mesmo nos últimos séculos tomou uma proporção epidêmica. Ao longo dos anos, essa substância produz uma tolerância e dependência física. Essa síndrome é definida como um estado psíquico e físico devido à ingestão repetitiva de álcool incluindo a compulsão, havendo perda de controle. Aspectos característicos: empobrecimento do repertório; relevância da bebida; aumento da tolerância do álcool; sintomas de abstinência; esquiva ou abusa de alívio para os sintomas de abstinência; compulsão para beber; reinstalação mais rápida da tolerância após abstinência e negação. O Alcoolismo deve ser definido como a perda da liberdade entre beber, assim como com quem e onde beber. É diagnosticado com base em três dimensões. Dimensão física, verificam-se que as alterações físicas decorrentes ao uso de álcool produzem doenças como gastrite, hepatite, cirrose e outro. Dimensões psicológicas irritabilidade ansiedade depressão agressividade perda de autoestima entre outros. Dimensão social, problemas no relacionamento matrimonial, familiar, no trabalho, acidentes de trânsito, problemas legais, desmoralidade e tantos outros conflitos. Alguns quadros psicopatológicos característicos do SDA, são: Delirium Tremens: Delirium Tremens é um estado confusional breve acompanhado de perturbação somática ele ocorre geralmente 3 dias após o início dos sintomas da abstinência e pode durar vários dias. Alucinose alcoólica: Alucinose alcoólica ocorre durante a síndrome da abstinência caracterizada por alucinações áudio verbais, podendo durar horas e dias e até meses, ou algum tempo mesmo após o paciente ter parado de beber. Delírio de ciúmes: O delírio de ciúmes dos alcoólatras é bastante típico. Em geral, usuário passa a acreditar que está sendo traído. Embriaguez patológica: A embriaguez patológica caracteriza-se por uma resposta intensa à 19 pequena ingestão de álcool. Um indivíduo pode ter uma fissura alcoólica que pode durar horas. Amnésia e sono profundo também são resultados dessa embriaguez. 5 RELATOS DE PESSOAS QUE SUPERARAM OS MALEFÍCIOS DO ALCOOLISMO O consumo indevido de bebida alcoólica pode trazer danos à saúde e isso pode ocorrer de imediato, ou a médio e longo prazo. Segundos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), não há como, por se tratar de uma substancia tóxica ao organismo humano, garantir um volume seguro a ser consumido de álcool. O álcool tem também um potencial de causar doenças mentais, diversos tipos de cânceres, problemas hepáticos, como a cirrose, alterações cardiovasculares, com risco de infarto e acidente vascular cerebral e a diminuição de imunidade. Contudo, se a opção, mesmo assim, é fazer o consumo de álcool, a OMS orienta que assim se faça com moderação. Essa substância provoca alterações no cérebro semelhante a qualquer outra droga. O seu uso causa de imediato uma sensação prazerosa e isso estimula a reiteração do seu uso. Em eventos sociais existe a prática de consumo alcóolico o que muitas pessoas utilizam como forma de facilitar a interação entre elas, porém, o uso abusivo pode causar grandes prejuízos a no dia a dia do dependente dessa substância, e podem ser: compulsão para o uso, sintomas de abstinência, prejuízo funcional, laboral e familiar. O alcoolismo, inclusive, é uma doença reconhecida pelo Código Internacional de Doenças. Ainda segundo dados da OMS, em todo o mundo, mais de 3 milhões pessoas, homens e mulheres, morrem todo os anos em razão do uso indiscriminado do álcool. Conforme relatório da OMS, divulgado em 2018, 28% das mortes provocadas pelo consumo abusivo de álcool são originadas de lesões, como por exemplo, acidentes de trânsito. Outras 21% são distúrbios digestivos graves, 19% são doenças cardiovasculares e o restante doenças infecciosas, câncer e transtornos mentais. Considerando os argumentos acima expostos faz-se necessário, para uma melhor compreensão uma análise na pratica das dificuldades enfrentadas por pessoas dependentes do álcool e que iniciam uma caminhada para excluir o uso dessa substância em suas vidas. 20 Em primeiro momento será feito a análise do depoimento de uma jovem que que após diversos infortúnios toma a decisão de abandonar o uso do álcool. Segue o depoimento abaixo: Entrevista realizada pela repórter Larissa Roso, do site Gaúcha ZN Comportamento, em 25 de maio de 2014 a uma jovem, que no intuito de preservar a sua identidade será identificada apenas como Camila. Assim prossegue a entrevista: De acordo com a entrevistada, Camila, ela dos 13 aos 22 anos se embriagou com vodca e uísque durante quase todos os finais de semana, geralmente, em festas em casa de amigos. Também arriscava sua vida com carona com motoristas bêbados e muitas vezes acordava com desconhecidos ao seu lado. Camila diz que sofria muito em ter que mentir para os seus pais e em muitas madrugadas não se recorda do que fez naquele período. Camila afirma na entrevista que chegou ao fundo do poço e que seus pais foram coniventes sem ter a real noção do que ela estava passando.Na data da entrevista Camila encontrava-se sóbria há dois anos e a jovem advogada formada em uma instituição privada procurou ZH após ler uma reportagem que retratava o alcoolismo na adolescência. Camila esclarece para a repórter da ZH que o seu primeiro porre foi aos 13 anos e que não se lembrava de nada somente que apagou e que acordou no outro dia de banho tomado. A maneira que ela e seus amigos usavam para comprar bebidas era usando maquiagem para aparentar ser mais velha e assim ludibriar os vendedores de bebidas. Informa ainda que essas compras eram realizadas em mercados e que misturava a bebida alcoólica em sucos e bebia na casa de alguém sem a autorização dos pais. A força do vício era tamanha que eles faziam o que fosse possível para driblar a lei e os pais para satisfazerem suas vontades. Camila diz ainda em sua entrevista que começou a beber na presença dos pais, porém, eles não sabiam a gravidade de seu vício. Inclusive na escola ela e seus amigos entravam com bebidas escondidas em suas mochilas e bebiam no ginásio, nos banheiros e salas vazias. Esclarece ainda que as excursões que fazia eram regadas à álcool o dia inteiro. Camila diz que os pais viam os exageros alcóolicos de suas amigas, mas, nunca percebiam que a sua própria filha estava imersa nesse vício. A entrevistada diz que um traço em comum que ela percebeu no pais que tinham filhos dependentes de álcool era o fato deles nunca perceberem que seus próprios filhos estavam nesse vício e o fato de minimizarem muito o potencial destrutivo do álcool. Camila diz que gostava muito mais da sensação, das brincadeiras do que do 21 gosto da bebida propriamente dito, que teve experiência com diversos tipos de drogas ilícitas, porém, o álcool era o que a dominava. Esclarece ainda que na faculdade tudo ficou pior, que a oferta de bebidas era mais abundante e que a vida dela se resumia em torno de festas e bebidas. Em razão do grau de alcoolismo não se lembrava do que acontecia e ficava sabendo do seu proceder através de relato de terceiros. Camila diz que teve ciência de uma amiga que foi estuprada por dois homens e pelo menos três amigas que deixaram o uso de preservativo e contraíram Doenças Sexualmente Transmissíveis, tudo em razão do uso do álcool. Camila diz que quando o efeito do álcool passava o arrependimento era certo principalmente em razão dos pais, porém, em sua própria casa tinha um bar que era orgulho da família e que diversas vezes suas trágicas histórias de bebedeiras viravam anedotas contadas por seus pais e todo mundo ria. Quando Camila tina 18 anos foi a primeira vez que acordou com um estranho e sentiu-se demasiadamente humilhada e resolveu pedi ajuda aos seus pais. Camila diz que o próprio círculo de amizade que pertencia desaprovava a intenção de qualquer um parar de beber Na época que era estagiária faltou serviço em função do álcool e diante de seu desespero e de sua família pediu ajuda, estava decidida para com as bebidas alcoólicas. Camila conta que diante da sua decisão de parar de beber fez uma reunião de família e fez tratamento psiquiátrico e que sua decisão de parar de beber foi próxima época da sua formatura e que já havia sido comprada uma quantidade muito grande de bebidas alcoólicas em razão da festa, porém, ela estava decidida em parar com uso do álcool. Diz ainda Camila que aos poucos foi frequentando o Alcoólicos Anônimos e que percebeu que lá tinham muitas histórias semelhantes à sua e que seus pais foram fundamentais na consumação de sua decisão de parar de beber e que abandonou um pouco a vida noturna e adotou novos hábitos como por exemplo a prática de esporte e que hoje está não faz mais uso de álcool. Nesse momento, no mesmo diapasão, será analisada a reportagem do site acrítica.com, do dia 04 de fevereiro de 2018, que contou a história de pessoas que superaram os malefícios do alcoolismo. Vale salientar que os nomes dos envolvidos foram modificados para preservar a imagem dos verdadeiros personagens dessa matéria e que todos os entrevistados frequentam o Alcoólicos Anônimos do Grupo Coroado, zona leste de Manaus que tem 29 anos de atuação. 22 O site começa relatando sobre a vida de Lúcio que foi grande parte dela destinada ao uso do álcool e só conseguiu parar de beber quando entrou em um grupo de Alcoólicos Anônimos. Conta Lúcio na entrevista que no período que consumia álcool perdeu diversos empregos, mentia, faltava ao trabalho em razão da ressaca. “O importante para mim era beber”, relata. Lúcio teve sua vida mudada quando, embriagado, envolveu-se em um acidente de trânsito. Lúcio relata que não se lembrava de nada sobre o ocorrido. Foi diante dessa grave situação que Lúcio procurou ajuda em um grupo e que durante muito tempo, mesmo com a decisão de parar de beber, a vontade de ingerir bebida alcoólica o acompanhava, porém, ao longo do tempo essa vontade foi desaparecendo e hoje conta a história de que é possível ser curado do alcoolismo. O site também ouviu Roberto que disse que a sua vida tomou rumos bem diferentes depois que tomou a decisão de parar com as bebidas alcoólicas. Roberto diz que não aceitava ser chamado de alcoólatra e brigava com quem assim o tachasse. Roberto diz que o álcool fazia com que ele perdesse a noção das oportunidades perdidas. Diz ainda que sua vida foi mudada quando conheceu um grupo de apoio. “Vi que aquela pessoa que bebia exageradamente e sem controle não era um viciado, e sim um doente”, ressalta. No caso de Antônio, outro entrevistado, o álcool foi a porta de entrada para drogas mais pesadas. “Depois de um tempo no álcool comecei a utilizar maconha e cocaína. Estava prestes a me separar quando minha esposa, em uma última tentativa de me salvar. Me levou para conhecer o A.A (Alcoólicos Anônimos). A partir dali minha vida mudou”. O que se pode perceber em comum nessas histórias é a importância da família para o início da recuperação dos alcoólicos, bem como a essencialidade de um grupo de apoio de Alcoólicos Anônimos para a manutenção da decisão de parar de beber. A vontade de deixar de usar o álcool é algo que deve ser revitalizada durante a cada dia. 6 A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO AOS PACIENTES ALCOOLISTAS A Enfermagem é a linha de frente, o primeiro contato que este paciente terá e continuará a ter ao longo do tratamento. Para que haja um atendimento qualificado e recuperação do paciente, são necessários estudos dos pilares e comprometimentos 23 causados pelo uso abusivo do álcool, a fim de que não tenham prévios julgamentos por parte da equipe e que entendam e vejam a situação como uma doença séria e destrutiva. Os profissionais ainda enxergam os alcoolistas de forma estigmatizada, enfatizando a todo instante que são desobedientes e indisciplinados, isso indica a necessidade de uma melhor capacitação e quebra de preconceitos, tendo em vista que se trata de uma doença crônica que além de afetar o físico, compromete o psíquico. O vínculo terapêutico e a escuta qualificada entre enfermeiro e paciente são de suma importância para que tenha confiança, realize a terapia com qualidade e para o bem-estar do paciente. A assistência de Enfermagem a estes pacientes se inicia com anamnese, obtendo o histórico, queixas atuais, uso de substâncias e sintomas característicos, garantindo o diagnóstico e segurança dos pacientes, disponibilizando relacionamento interpessoal, acompanhamento contínuo, empatia e incentivo para o autocuidado. Necessário que avalie as evoluções e alterações físicas e psíquicas, que considere suas queixas, sentimentos e motivos, conheça e acompanhe os sintomas de abstinência através de consultas recorrentes e mantenha a família por perto para ajudar no processo de desintoxicação e prevenção a uma possível recaída. O processo de enfermagem e as teorias são essenciais, possibilitando ao profissional enfermeiro sistematizara assistência de enfermagem e as necessidades de cada paciente. Três específicas etapas no tratamento do alcoolista: Desintoxicação: Trata a dependência e suas consequências, eliminando os sintomas. Manutenção da abstinência: Atua evitando recaída e promovendo a recuperação. Prevenção de recaídas: Maximiza a recuperação funcional e evita uma nova crise de dependência. No início do tratamento farmacológico, os benzodiazepínicos, atualmente considerados os melhores no tratamento do alcoolismo, são utilizados em grandes doses para que mantenham os pacientes calmos, que vão diminuindo de acordo com a melhora. Esses medicamentos atuam na ansiedade aguda, controlam atividade convulsiva, delirium, taquicardia e tremores, apresentando alta segurança. Durante o tratamento, bebidas alcoólicas não devem ser ingeridas, pois associadas aos medicamentos, ocasionarão um estado de coma. O enfermeiro orienta o paciente quanto ao uso do medicamento, explicando os efeitos, tais como, diminuições psicomotoras evitando atividades de estado de alerta para que não tenham acidentes, 24 ingerir muito líquido e enfatizar que a xerostomia (boca seca)irá melhorar com o tempo, trazer o paciente para a realidade explicando sua condição para que o mesmo não abandone o tratamento e apresente negação, esclarecer todas as dúvidas e proporcionar uma escuta adequada, de qualidade, ajuda-lo quanto aos seus medos e preocupações, proporcionando um tratamento holístico. O Enfermeiro deve procurar entender o paciente como um todo, sabendo lidar com as inúmeras facetas desta doença, obtendo ações eficazes na recuperação do mesmo. 7 A REABILITAÇÃO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO O profissional Enfermeiro é um dos maiores grupos da área da saúde relacionado ao Alcoolismo e muitas das vezes porta de entrada para o cliente, sendo assim chave importante para a reabilitação. A trajetória do usuário até a chegada ao serviço, traz com ele histórias e pensamentos que afetam a sua qualidade de vida, existe uma relação entre o grau de sofrimento e o tempo de procura do usuário pelo serviço. Isso significa que quanto mais tempo o usuário leva até acessar o serviço, maior o grau de sofrimento que ele apresenta, o que implica um maior desafio na minimização do sofrimento. Para o Enfermeiro é necessário que exista uma disponibilidade do trabalhador para valorizar o sofrimento do usuário, por meio de uma escuta qualificada, para entender quais são as expectativas do usuário em relação ao serviço e o que o serviço pode oferecer para o usuário; a escuta sendo uma escuta de qualidade traz benefícios para a organização e promoção da saúde do usuário, identificando o grau de sofrimento; temos como principais dispositivos comunitários os grupos terapêuticos, os grupos operativos, a abordagem familiar, as redes de apoio social e/ou pessoal do indivíduo, os grupos de convivência, os grupos de artesanato ou de geração de renda, entre outros. Estes dispositivos também podem ser úteis na abordagem de problemas de saúde de outros campos e, neste caderno, alguns capítulos serão dedicados a abordar a especificidade de cada um destes recursos no campo da Saúde Mental, com olhar específico para a Atenção Básica. Nessa perspectiva, a Raps é a estratégia adotada pelo SUS, a Raps é a concretude dos princípios e diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Ela insere-se como uma das redes indispensáveis do cuidado nas 25 Redes de Atenção à Saúde (RAS), com a finalidade de criar, ampliar e articular os pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. A Raps têm como funções para a construção do cuidado: ser base para uma atenção, elaborar e acompanhar o fluxo dos usuários, identificar riscos e necessidades das demandas sob responsabilidade. A Raps tem componentes nas diferentes complexidades da RAS. Possui serviços na atenção básica em saúde; atenção psicossocial especializada; atenção de urgência e emergência; atenção residencial de caráter transitório; atenção hospitalar; estratégias de institucionalização e estratégias de reabilitação psicossocial (BRASIL, 2011). 8 O TRATAMENTO ALIADA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO A abordagem da Redução de Danos na Atenção Básica é uma forma de tratamento do alcoolismo pelo Ministério da Saúde na qual o papel da enfermagem é fundamental, em suas vertentes a construção de ações de redução de danos tomando como principal a valorização do desejo e das possibilidades dos sujeitos para os quais estão orientadas essas ações, portanto sendo o foco da ação o diálogo e a negociação evitando ditar ou impor, sendo mais prescritiva as medidas a serem adotadas. A construção de uma proposta de redução de danos deve partir dos problemas percebidos pela própria pessoa ajudando-a a ampliar a avaliação de sua situação. No caso de pessoas com problema em relação ao álcool, podem se sugerir cuidados de praxe como não beber e dirigir; alternar o consumo de bebida alcoólica com alimentos e bebidas não alcoólicas; evitar beber de barriga vazia; beber bastante água, optar por bebidas fermentadas às destiladas, entre outras sugestões. Usuários de crack podem ser orientados a não compartilhar cachimbos, pois possuem maior risco de contrair doenças infectocontagiosas caso tenham feridas nos lábios, geralmente ressecados pelo uso do crack e queimados pelo cachimbo. Casos complexos exigem criatividade e disponibilidade da equipe de Saúde para a oferta de cuidado. Por exemplo, um usuário de crack em situação de rua, com tuberculose ou Aids e baixa adesão ao tratamento medicamentoso pode ser estimulado a um tratamento supervisionado, negociando-se o fornecimento da alimentação diária no 26 momento da administração da medicação, na própria unidade de Saúde. E nos finais de semana é possível articular uma rede de apoio que possa assumir este cuidado. ‘’Em síntese, a adoção da perspectiva da redução de danos pressupõe uma abertura para o diálogo, a reflexão, os questionamentos e a avaliação contínua das intervenções. Abordagens baseadas na redução de danos implicam em levar em conta a vulnerabilidade das pessoas e dos coletivos. A noção de vulnerabilidade, compreendida enquanto o resultado de interações que determinam a maior ou menor capacidade de os sujeitos se protegerem ou se submeterem a riscos, possibilita a singularização das intervenções e converge com as ideias já apresentadas, a respeito do Projeto Terapêutico Singular (PTS) (OLIVEIRA, 2000).’’ 9 CAMPANHA DE PREVENÇÃO Destaca-se que os profissionais de enfermagem são como agentes-chave no processo da transformação social, participando no desenho e na implantação de programas e projetos de promoção e prevenção à saúde, já que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo um problema de saúde pública (SILVA, et al., 2007). A determinação da causa, ou seja, no que se refere a sua etiologia, a literatura traz que ela é multifatorial - o seu surgimento ocorre por meio da interação das hipóteses biológicas, psicológica e sociocultural, que se complementam no processo dessa patologia. Pela abrangência dos vários fatores, é compreensível que o uso de forma abusiva desta droga compromete o ser humano holisticamente (SILVA, et al., 2011). A proposta do Sistema Único de Saúde (SUS) é de atender o usuário em todas as suas demandas, atender em todos os níveis de complexidade. Existe três níveis de atenção à saúde, são eles: atenção primária e/ou básica, atenção secundária e atenção terciária (Lei no 8.080/1990). O enfermeiro é o pilar da atenção primária, onde estará desenvolvendo ações de promoção e prevenção à saúde, vale ressaltar que essas ações são para os indivíduos que não tiveram contato com o álcool, e a atuação do enfermeiro irá contribuirpara a saúde e o bem-estar da coletividade ou até mesmo individual. Ele 27 utilizará a educação em saúde como ferramenta principal para alcançar a participação efetiva da comunidade (SILVA, et al., 2011). É de notável importância a articulação entre o setor saúde com outros setores, como foi mencionado em 1998 pelo autor MINAYO, percebe-se que esse assunto já era discutido antes da Portaria 2436/2007 ser publicada, já que ela traz que o processo de educação em saúde tem que está articulado intrasetorial e intersetorial, para alcançar as propostas desejadas pelo profissional. É importante lembrar que a ação promocional/educativa é um processo que se realiza a médio e longo prazo, com impactos sociais não imediatos. Na área de prevenção, as ações que visam minimizar o efeito dos fatores de riscos envolvem estratégias e medidas específicas. As ações destinadas à prevenção necessitam ser elaboradas com as comunidades e suas instituições, bem como com os diversos setores públicos (Educação, Saúde e Justiça) e as empresas e os meios de comunicação de massa (MINAYO, et al., 1998) Gráfico – Representação por consumo por idade: Pesquisas recentes como, a do Ministério da Saúde (s.d) aponta que 71% dos jovens entre 13 e 15 anos já tomaram alguma bebida alcoólica e 22% deles já se 28 embriagaram. Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool. Já em pesquisa feita pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o uso começou aos sete, oito ou nove anos. Sendo assim, o uso do álcool é um fenômeno mundial que precisa ser discutido no Brasil como em todo o mundo e é, portanto, um tema que deve ser conhecido, divulgado, refletido. As bebidas alcoólicas pertencem ao grupo das drogas lícitas mais consumidas no Brasil. O problema é que os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo. Dessa forma vem uso/abuso pelas pessoas, sendo eles adolescentes este fato piora por envolve-lo em um momento que em suas características biológicas, psicológicas, comportamentais, familiares e sociais, estão sendo formadas, e o afeta para a vida toda. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco fatores propiciam o abuso de substâncias: • Falta de informação sobre o problema; • Dificuldade de inserção no meio familiar e no trabalho; • Insatisfação com a qualidade de vida; • Problemas de saúde; • Facilidade de acesso às substâncias. 29 REFERÊNCIAS DALGALARRONDO,Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais 2ª Edição. 2000. Editora Artmed. 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