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Teorias Psicanalíticas II - Melanie Klein - Introdução

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Teorias Psicanalíticas II
Melanie Klein- Introdução
↳entra na sociedade húngara de psicanálise falando de brincadeiras, mas a questão das brincadeiras já era comentada
↳em uma certa discordância, onde a clínica não batia com a prática, Freud apostava na prática, crendo que a teoria que deveria ser modificada, revisada ou ampliada
↳Klein era muito rigorosa nos preceitos freudianos, seguindo ao “pé da letra” a primazia da prática
Brincar para Freud
Pequeno Hans
-“Só porque a autoridade de um pai e a de um médico se uniam numa mesma pessoa, e porque nela se combinava o carinho afetivo e o interesse científico, é que se pode, neste único exemplo, aplicar o método numa utilização para a qual ele não se teria prestado, fossem as coisas diferentes” -> só porque já há transferência e afeto entre Hans e seu pai que era possível realizar esse trabalho (só com essa confluência de papéis que seria possível esse trabalho)
↳tentativa de compreender o adoecimento neurótico, notando que o adoecimento não era endógeno, passando a conversar com companheiros do grupo das quartas feiras e outros colegas, pedindo que praticassem outras atividades para além da clínica, como observação de crianças, como leituras para além de teorias etc. Ele começou a perceber que a psicanálise poderia não intervir diretamente na sociedade, mas que teria o que dizer sobre
↳o caso do pequeno Hans é uma observação do pai de Hans, desde antes do menino nascer a até um momento posterior ao nascimento
↳ideia dessas observações: se a neurose de transferência é causada pela neurose infantil, então se observarmos a criança, não veríamos a neurose infantil e seu desenvolvimento? Freud então passa a pedir por essas observações, sendo a do Hans a que mais aproveitou, com os sonhos, as fantasias da criança, mas abordando muito pouco sobre as brincadeiras em si 
-Além do Princípio do Prazer, jogo do “Vor-da”
↳Freud observando seu neto, que tem por volta de 1 ano e meio, e observa que o menino desenvolve uma brincadeira repetitiva. Sempre que está no berço, joga o carretel de lá e fala “vor”, puxando de volta então. Começa a modificar e falar “da” para puxar de volta
↳percebe que essa brincadeira é feita quando o bebê chama a mãe, precisando da presença dela para reativar os traços de memória do corpo dela nele, a fim de não a esquecer (a memória começa a se esvaecer)
↳quando a mãe não vem ao chamar, ao invés de espernear e se desesperar, o menino começa a brincar
↳se tem o ato de jogar o carretel somado a vocalização era como se jogasse a mãe longe, jogasse a angústia para longe, separando-se dela (a voz, para o bebê pequeno, é como se fosse algo material, assim como fezes, urina, saliva etc. quando estamos raivosos, não falamos. o ato de falar é um ato de amor ou de ódio. paciente em plena transferência negativa não consegue falar com o analista)
↳Freud coloca uma questão nessa observação: por que esse menino brinca que a mãe não está lá? por que encena o que está faltando? Inicialmente, a brincadeira é unicamente sobre a partida da mãe (por que o menino repete justamente o que traz angústia?) -> encenar alivia a angústia, colocar a angústia em uma cena o deixou aliviado, sendo um processo que traz independência e autonomia desse menino frente a mãe
↳outra brincadeira: se esconder do espelho (ficar levantando-se para se ver e abaixando para esconder) -> ao aparecer no espelho, fala “bebê o”, usando justamente a vocalização que simboliza a falta da mãe -> há aqui uma identificação narcísica porque esse som, sendo o da falta da mãe, é o som do desejo da mãe
↳a mãe só se torna real porque percebe o desejo da mãe para além dele, sendo possível ver a pulsão de morte e, por isso, o narcisismo
↳o som “bebê” era referido a ele mesmo (narcisismo), sendo somado ao “o”, que é o som do desejo da mãe, do qual se apropria quando a mãe falta
-Simbolização e narcisismo
-Passividade e atividade
Hermine von Hug-Hellmuth
-Educação Psicanalítica
↳um dos primeiros métodos para atender a criança
↳parte do princípio de se é possível criar uma criança sem muita repressão, ou seja, se permitindo conversar com os filhos sobre coisas que não se conversavam na época pelo desconforto que os pais tinham de falar sobre certas coisas (como, até mesmo, de onde vem os bebês)
↳a ideia de Hermine era de que os pais não fugissem das respostas como essa ou não dizem que ela não poderia ser feita, havendo uma tentativa de dar uma mínima resposta
-Crítica da técnica de confluência de papéis, pai/mãe analista. A criança não confessa os seus desejos aos pais. Fantasias não são suportadas, atentam contra o narcisismo
↳onde os pais não respondem o que desejam, não apontam ou insinuam algo concreto, a criança fantasia, cria hipóteses
↳as fantasias infantis tentam contra o narcisismo dos pais, sendo fantasias perversas, sádicas, incestuosas, de que ela não falará com os pais -> por conta disso, seria impossível essa confluência de papéis
↳se a criança não faz transferência com pessoas que não sejam os pais, deveria se trabalhar conjuntamente aos pais em um método de educação
Técnica
-Livre expressão verbal das crianças
↳pensando que as crianças teriam a mesma capacidade de verbalização que os adultos, que deixa de fora a questão da apropriação e apreendimento da linguagem por parte das crianças
↳ela está num momento muito incipiente de sua linguagem
↳encontrou-se crianças com dificuldades de falar, fazendo entrar as técnicas “quebra gelo”
-“Quebra gelo”
↳tentativa de fazer a criança entrar em contato de forma relaxada com o analista
-Não interpretação
↳se a criança está organizando e reorganizando os traços de identificação com os pais para o Eu, a interpretação vai no lado oposto da desorganização, atrapalhando o processo. Por isso, ela não fazia interpretações
-Um senso profilático
↳senso de prevenção
↳trabalho com a família, com os pais, suas preocupações e outros dados da gravidez/criação
↳tratamento feito na casa das crianças para que elas ficassem confortáveis
-Educativo-curativo
 ↳em casos um pouco mais graves funcionava dessa forma
↳se pretendia que esses trabalhos curassem coisas leves (mas nada mais grave, como psicoses e neuroses infantis) 
-Brincadeira como mais um instrumento
↳fica lateral, marginal, como um dos recursos, mas sem outras funções
Sigmund Pfeifer
-"Manifestações das Pulsões Eróticas Infantis nas Brincadeiras, Posições da Psicanálise em face das Teorias do Brincar” 1919
↳elabora uma revisão com uma nova teoria da psicanálise sobre o brincar, propondo a ligação entre pulsões e a atividade da brincadeira. Brincadeira como uma prática do devaneio, da fantasia
-Inclui entre as manifestações do inconsciente
↳considera a brincadeira como uma delas
-Mecanismos do sonho - deslocamento, condensação e figurabilidade
↳faz um paralelo entre brincadeiras e sonhos, vendo esses mecanismos dentro do brincar
↳deslocamento nos desenhos, que juntam pedaços de diversas figuras pensadas ou imaginada, 
↳condensação porque há muitos fragmentos na brincadeira que a criança condensa
↳figurabilidade a partir dos elementos, instrumentos, aquilo que tem a mão, e usa para dar forma a brincadeira, a criança sente necessidade de tocar nas mãos, manusear, justamente porque há dificuldade de diferenciar fantasia e realidade (principalmente em bebês e crianças pequenas)
-Realização imaginária de um desejo
↳é uma realização para além da satisfação, é a realização de tornar real
-Relação com as teses de Klein
liberação das fantasias subjacentes ao brincar
↳vivemos em um estado de recalque após certa idade, mas que não serve para uma criança pequena, não serve como o estado inicial que tem presença maciça da brincadeira e fantasia. Aquilo que posso manusear existe, está lá. Aquilo que não posso manusear, de que não posso fugir, não é existente
relação destas com a cena primitiva
↳cena original em que a criança se vê como separada da mãe e que desencadeia completamente a ligação da criança com o ambiente e com a mãe
↳a criança se vê como um ente próprio, individual
↳Freud trata disso no Homem dosLobos
brincar como descarga de fantasias (princípio do prazer)
↳brincadeira como descarga libidinal
↳primeiramente, apesar de na maioria das vezes parecer aos olhos de fora como uma atividade prazerosa, ela tem um fundamento que se origina em algo muito diferente
↳é a descarga de uma tensão, de descarregar desconfortos (como o neto do Freud fazia com o carretel)
clivagem com identificação
↳crianças mexendo com pedaços dela mesma nas brincadeiras
↳a criança é um inconsciente a céu aberto
↳no próprio ato da brincadeira que a criança cria relação entre elemento e cria a fantasia com aquilo que está brincando
distribuição das identificações na brincadeira
-A criança é pura pulsão
↳não possui sexualidade e ser pura pulsão faz com que 
↳pensamento é uma forma de não agir
Educação e Psicanálise
↳pela criança estar fora da cultura e sem o freio edipiano, sendo papel da psicanálise não atrapalhar a educação
-Qual a função da fala para a criança?
O sonho de Anna Freud
↳sonhava que não era permitido que ela comece, sendo negado todo alimento a ela “Anne Foid morango framboesa”
↳a fala demonstra os interesses de desejo da criança
-Transferência
↳a criança faz ou não?
Transferências ou neurose de transferência?
“A criança não quer trocar os pais por outras pessoas?
↳caso do menino que não tinha quem chamar de mãe, já que a mãe não o criou, mas a avó que o criou não quer ser chamada de mãe. se torna quase "órfão de mãe”, e é a essa figura da mãe que a criança implicaria na demanda de amor
↳faz-se uma espécie de transferência parcial, pequenas transferências, assim como dizia Anna Freud
-Demanda

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