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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR ÉTICA E TEORIA A LÓGICA DO BRINCAR TEXTO1

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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR 
 
ÉTICA E TEOTIA CRÍTICA 
 
TEMÁTICA: 
 
IELMO MARINHO – RN 
2022 
 
 
 
Componentes: 
LEILANNE FELIX DE FARIAS SANTIAGO 
FATIMA HELOISE S B MELO DA SILVA 
RAYANE ROMUALDO DA SILVA 
MARIANA SILVA DE SOUZA 
 
 
IELMO MARINHO-RN 
2022 
A LÓGICA DO BRINCAR 
 
O brincar representa para a criança ter uma linguagem própria uma conexão 
com o mundo e a chance de desenvolver algumas habilidades, a interação 
social por exemplo se dá através do brincar. 
 
Correr, pular, criar, atuar. O que as crianças aprendem brincando? 
A brincadeira é um fenômeno cultural que sintetiza os valores do grupo no qual 
se desenvolve. Sua essência é a espontaneidade, e seu teor, a liberdade. 
Brincar pressupõe uma aprendizagem social. Aprendem-se formas, 
vocabulário 
típico, regras, modos de atuar coerentes. 
Através da brincadeira a criança cria várias “janelas” para entender o mundo 
e a si mesma. No brincar, as coisas podem ser outras, o mundo vira de ponta- 
cabeça, permitindo à criança se descolar da realidade imediata e transitar 
por outros tempos e lugares, ser muitos outros e fazer muitas outras coisas 
com a ajuda de gestos, palavras e artefatos, ser autora de suas histórias. No 
faz-de- conta, pode ser pai, mãe, bebê, bruxo, fada, príncipe, sapo, cachorro, 
trem, condutor, guerreiro, super-herói… São tantas possibilidades quanto é 
permitido que as crianças imaginem e ajam guiadas pela imaginação, pelos 
significados criados, combinados e partilhados com os parceiros de 
brincadeira. Sendo esses outros, experimentando outros tempos, lugares e 
relações, as crianças aprendem a olhar o mundo e a si mesma de outras 
perspectivas. 
Elas aprendem brincando, dançando, cantando e atuando. No ato de brincar, 
elas estão criando, fantasiando, e a cada interação com objetos, adultos e outras 
crianças, um novo universo, cheio de aprendizado e possibilidades, se abre para 
cada uma delas. 
Ao brincar, a criança não apenas se expressa como ela também se comunica 
troca experiências, e reelabora, se reconhecendo como sujeito pertencente 
a um determinado contexto cultural, marcado por práticas sociais e culturais, 
relações sociais, valores e artefatos específicos. O brincar é, portanto, uma 
experiência do campo da cultura, através da qual valores, habilidades, 
conhecimentos e formas de participação social são constituídos e reinventados 
pela ação coletiva das crianças. 
 
As crianças que convivem diariamente umas com as outras, constroem, 
relações através das brincadeiras e relações de grupo,trazem significados 
muito próprios e comuns, além de formas coletivas de agir e brincar que as 
identificam como um grupo que vive determinados espaços e tempos comuns. 
Juntas, criam um repertório de brincadeiras e referências culturais que 
compõem o que chamamos de cultura lúdica infantil, a qual tanto permite que 
brinquem juntas,com também que criem formas de brincar e de ver o mundo. 
 
Qual é a importância dos brinquedos nesse processo da infância? 
 
Nesta fase da vida as primeiras pessoas com as quais temos contato são 
os nossos familiares. Dessa maneira, eles também são os primeiros que 
decidem quais nossos brinquedos e quais serão as nossas brincadeiras. 
É a partir desse momento que alguns estereótipos acabam por definir os 
brinquedos de acordo com o gênero de cada criança. 
Aliás, é importante lembrarmos como a indústria cultural,em especial, a 
lúdica, e a mídia, especialmente através da televisão, reforçam esses 
pensamentos. Os desenhos animados, por exemplo, costumam mostrar a 
mulher como a pessoa que é capaz, mas sempre precisa de ajuda de um 
super-herói, ou príncipe, para salva-lá do “perigo”. 
Nessa perspectiva, quando, de fato, entramos em um novo ambiente, 
como a escola ou a creche, a partir desse momento a criança irá socializar-
se com quem lhe parece, ou seja: meninos preferem brincar com 
meninos, já que eles, juntos, desfrutam de brincadeiras em comum; e as 
meninas gostam de brincar com meninas, dado que elas, unidas, brincam 
de “mãe e filha”, por exemplo. Logo, há um incentivo de quem brinca com 
quem. Desse modo, é preciso que, nesse momento do texto, saibamos 
diferenciar a brincadeira do brinquedo. 
A brincadeira busca uma interação entre seus participantes e, por isso, o 
brincar é livre. Vejamos com um exemplo: a bandeirinha. Essa brincadeira 
pode ser feita de maneira mista, com meninos e meninas numa mesma 
equipe. 
 
Brinquedos e Brincadeiras 
Brinquedo, brincadeira e jogo são termos que podem se confundir, uma vez que 
a sua utilização varia de acordo com o idioma utilizado. Bomtempo e cols (1986), 
Kishimoto (1994), Brougère; Wajskop (1997) e Baptista da Silva (2003) discutem 
as dificuldades existentes na definição dessas palavras nas línguas francesa, 
inglesa e portuguesa. Segundo os autores, cada idioma possui 
particularidades na utilização das mesmas, o que as faz diferirem entre si. 
A palavra em português que indica a ação lúdica infantil é caracterizada pelos 
verbos brincar e jogar, sendo que brincar indica atividade lúdica não 
estruturada e jogar, atividade que envolve os jogos de regras propriamente 
ditos. Baptista da Silva (2003) afirma que os verbos brincar e jogar, em 
português, não têm significados tão amplos quanto os seus correspondentes 
em inglês e francês. A mesma autora aborda que, no cotidiano da língua 
portuguesa, os verbos brincar e jogar também podem ter outros sentidos, 
entretanto, seu significado principal está relacionado à atividade lúdica infantil. 
Ainda na língua portuguesa, existe uma falta de discriminação na utilização 
dos termos brincar e jogar. Mesmo estando o termo jogar diferenciado de 
brincar pelo aparecimento das regras, a utilização de ambos, muitas vezes, 
se confunde. 
Como se pode depreender, até este ponto, definir o que é brincadeira não é 
uma tarefa simples, pois o que pode ser considerado como brincar, em 
determinado contexto, pode não o ser em outros. Kishimoto (1994) conceitua 
o brinquedo como o objeto suporte da brincadeira. Brougère; Wajskop (1997) 
vão um pouco mais além, quando consideram o brinquedo um objeto cultural 
que, como muitos objetos construídos pelos homens, tem significados e 
representações. Esses significados e representações podem ser diferentes, de 
acordo com a cultura, o contexto e a época no qual estão inseridos os objetos. 
Por exemplo, a boneca Barbie representa o padrão de beleza feminina para 
a atual sociedade ocidental, todavia, em épocas passadas, ela poderia 
representar falta de saúde e raquitismo. Para Sutton-Smith (1986), o 
brinquedo é o produto de uma sociedade e, como objeto lúdico da infância, 
possui funções sociais. O de vassoura pode mudar nas mãos de uma criança 
que, simbolicamente, o transforma em um cavalo. 
 
Portanto, a função do brinquedo é a brincadeira. O brinquedo tem como 
princípio estimular a brincadeira e convidar a criança para esta atividade. A 
brincadeira é definida como uma atividade livre, que não pode ser delimitada 
e que, ao gerar prazer, possui um fim em si mesma. Um elenco de autores 
como Bomtempo e cols (1986), Friedmann (1996), Negrine (1994), Kishimoto 
(1999), Alves (2001), e Dohme (2002) confirmam e reforçam a afirmativa 
anterior. 
Bomtempo e cols (1986) colocam que a brincadeira é uma atividade 
espontânea e que proporciona para a criança condições saudáveis para o seu 
desenvolvimento biopsicossocial. Friedmann (1996) inclui que a brincadeira 
tem características de uma situação não estruturada. Para Kishimoto (1999) 
o brincar tem a prioridade das crianças que possuem flexibilidade para 
ensaiar novas combinações de idéias e de comportamentos. Alves (2001) 
afirma que a brincadeira é qualquer desafio que é aceito pelo simples prazer 
do desafio, ou seja, confirma a teoria de que o brincar não possui um objetivo 
próprio e tem um fim em si mesmo. 
A perspectivasócio-cultural estuda o brincar a partir da concepção de que é o 
social que caracteriza a ação na atividade lúdica do sujeito. Vygotsky (1991) 
seguido de Leontiev (1994) e Elkonin (1998) são representantes desta 
perspectiva que teve base na sociedade soviética. Dias Facci (2004) 
concordando com as concepções de Vygotsky (1991), Leontiev (1994) e 
Elkonin (1998), afirma que é a percepção que a criança tem do mundo dos 
objetos humanos que irá definir os conteúdos da brincadeira. A autora ainda 
completa que o brincar “é influenciado pelas atividades humanas e pelas 
relações entre as pessoas” (DIAS FACCI, 2004; p.69). 
 
Nos relatos sobre a brincadeira infantil Vygotsky (1991) afirma que esta é uma 
situação imaginária criada pela criança e onde ela pode, no mundo da 
fantasia, satisfazer desejos até então impossíveis para a sua realidade. 
Portanto, o brincar “é imaginação em ação” (FRIEDMANN, 1996). Para 
Vygotsky (1991) a brincadeira nasce da necessidade de um desejo frustrado 
pela realidade. 
Elkonin (1998) amplia essa sentença quando afirma que os objetos, ao terem 
seus significados substituídos, transformam-se em signos para a criança. 
Desta forma, “a criança não faz distinção entre o brinquedo e o que ele 
significa, mas a utilidade que terá nas representações que serão feitas com 
ele” (BISCOLI, 2005; p. 29). 
Vygotsky (1991) também afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não 
estruturada, possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido 
de regras, até mesmo o faz-de-conta possui regras que conduzem o 
comportamento das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com 
suas bonecas assume comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu 
conhecimento de figura materna. Para Vygotsky (1991) o brincar é essencial 
para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de 
simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato. Elkonin 
(1998) avançando nos estudos de Vygotsky elaborou a lei do 
desenvolvimento do brinquedo. Para este autor o brincar passa por 
momentos evolutivos. A brincadeira vai de uma situação inicial, onde o papel 
e a cena imaginária são explícitos e as regras latentes, para uma situação em 
que as regras são explícitas e o papel e a cena imaginária latentes. 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÔES FINAIS 
 
Atualmente as crianças estão cada vez mais afastadas do mundo real, isso 
porque a indústria fabrica brinquedos que fazem com que as crianças não 
brinquem como no passado, onde elas criavam suas próprias historias 
seus personagens e etc... Participar efetivamente das mais diversas 
brincadeiras durante a infância é de suma importância para o 
desenvolvimento da criança. Pois é através destas que a criança começa 
a se desenvolver, socializar e formar sua personalidade. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
 
(FONTE: NEIRA, Marcos. A brincadeira é livre! Carta 
Fundamental, n.60, agosto 2014 
 
 
BOMTEMPO, E.; HUSSEIN, C. L.; ZAMBERLAN, M. A. T. Psicologia do 
brinquedo: aspectos teoricos e metodologicos. São Paulo: Editora da USP 
Nova Stella, 1986. 
 
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São 
Paulo: Cortez, 1999. 
 
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos 
processos psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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