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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR A LÓGICA DO BRINCAR 1

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Impresso por ielmo marinho, CPF 821.646.070-82 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 15/04/2022 22:12:42
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA- UNINTA CURSO DE LICENCIATURA 
EM EDUCAÇÃO FÍSICA - POLO DE EUNÁPOLIS
SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR IV:
ÉTICA E TEORIA CRÍTICA
TEMÁTICA:
INSTRUMENTALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO 
CULTURAL: A LÓGICA DO BRINCAR.
 ROBERTO DAMASCENO SOARES
 
 EUNÁPOLIS-BAHIA
 2021
Impresso por ielmo marinho, CPF 821.646.070-82 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 15/04/2022 22:12:42
RESUMO
A presente pesquisa tem como tema A LÓGICA DO BRINCAR, e o seu objetivo
principal é analisar a diferença entre o brincar e a brincadeira. Para atingir o 
objetivo proposto, primeiramente, faz-se uma abordagem sobre a padronização
e a instrumentalização cultural.
1. INTRODUÇÃO 
A LÓGICA DO BRINCAR
O brincar representa para a criança ter uma linguagem própria uma conexão 
com o mundo e a chance de desenvolver algumas habilidades, a interação 
social por exemplo se da através do brincar.
Correr, pular, criar, atuar. O que as crianças aprendem brincando? 
A brincadeira é um fenômeno cultural que sintetiza os valores do grupo no qual 
se desenvolve. Sua essência é a espontaneidade, e seu teor, a liberdade. 
Brincar pressupõe uma aprendizagem social. Aprendem-se formas, vocabulário
típico, regras, modos de atuar coerentes. 
Através da brincadeira a criança cria várias “janelas” para entender o mundo e
a si mesma. No brincar, as coisas podem ser outras, o mundo vira de ponta-
cabeça, permitindo à criança se descolar da realidade imediata e transitar por
outros tempos e lugares, ser muitos outros e fazer muitas outras coisas com a
ajuda de gestos, palavras e artefatos, ser autora de suas histórias. No faz-de-
conta, pode ser pai, mãe, bebê, bruxo, fada, príncipe, sapo, cachorro, trem,
condutor, guerreiro, super-herói… São tantas possibilidades quanto é permitido
que as crianças imaginem e ajam guiadas pela imaginação, pelos significados
criados, combinados e partilhados com os parceiros de brincadeira. Sendo
Impresso por ielmo marinho, CPF 821.646.070-82 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
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esses outros, experimentando outros tempos, lugares e relações, as crianças
aprendem a olhar o mundo e a si mesma de outras perspectivas.
Elas aprendem brincando, dançando, cantando e atuando. No ato de brincar, 
elas estão criando, fantasiando, e a cada interação com objetos, adultos e 
outras crianças, um novo universo, cheio de aprendizado e possibilidades, se 
abre para cada uma delas.
Ao brincar, a criança não apenas se expressa como ela também se comunica 
troca experiências, e reelabora, se reconhecendo como sujeito pertencente a 
um determinado contexto cultural, marcado por práticas sociais e culturais, 
relações sociais, valores e artefatos específicos. O brincar é, portanto, uma 
experiência do campo da cultura, através da qual valores, habilidades, 
conhecimentos e formas de participação social são constituídos e reinventados 
pela ação coletiva das crianças.
As crianças que convivem diariamente umas com as outras, constroem, 
relações através das brincadeiras e relações de grupo,trazem significados 
muito próprios e comuns, além de formas coletivas de agir e brincar que as 
identificam como um grupo que vive determinados espaços e tempos comuns. 
Juntas, criam um repertório de brincadeiras e referências culturais que 
compõem o que chamamos de cultura lúdica infantil, a qual tanto permite que 
brinquem juntas,com também que criem novas formas de brincar e de ver o 
mundo.
Qual é a importância dos brinquedos nesse processo da infância?
Nesta fase da vida as primeiras pessoas com as quais temos contato são 
os nossos familiares. Dessa maneira, eles também são os primeiros que 
decidem quais nossos brinquedos e quais serão as nossas bricadeiras. É
a partir desse momento que alguns estereótipos acabam por definir os 
brinquedos de acordo com o gênero de cada criança.
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Aliás, é importante lembrarmos como a ,em especial, a indústria cultural
lúdica, e a mídia, especialmente através da televisão, reforçam esses 
pensamentos. Os desenhos animados, por exemplo, costumam mostrar a 
mulher como a pessoa que é capaz, mas sempre precisa de ajuda de um 
super herói, ou príncipe, para salva-lá do “perigo”.
Nessa perspectiva, quando, de fato, entramos em um novo ambiente, 
como a escola ou a creche, a partir desse momento a criança irá 
socializar-se com quem lhe parece, ou seja: meninos preferem brincar 
com meninos, já que eles, juntos, desfrutam de brincadeiras em comum; e
as meninas gostam de brincar com meninas, dado que elas, unidas, 
brincam de “mãe e filha”, por exemplo.
Logo, há um incentivo de quem brinca com quem Desse modo, é preciso .
que, nesse momento do texto, saibamos diferenciar a brincadeira do 
brinquedo.
A brincadeira busca uma interação entre seus participantes e, por isso, o 
brincar é livre. Vejamos com um exemplo: a bandeirinha. Essa brincadeira
pode ser feita de maneira mista, com meninos e meninas numa mesma 
equipe.
Brinquedos e Brincadeiras
Brinquedo, brincadeira e jogo são termos que podem se confundir, uma vez
que a sua utilização varia de acordo com o idioma utilizado. Bomtempo e 
cols (1986), Kishimoto (1994), Brougère; Wajskop (1997) e Baptista da Silva
(2003) discutem as dificuldades existentes na definição dessas palavras nas 
línguas francesa, inglesa e portuguesa. Segundo os autores, cada idioma 
possui particularidades na utilização das mesmas, o que as faz diferirem entre 
si.
A palavra em português que indica a ação lúdica infantil é caracterizada pelos 
verbos brincar e jogar, sendo que brincar indica atividade lúdica não 
estruturada e jogar, atividade que envolve os jogos de regras propriamente 
ditos. Baptista da Silva (2003) afirma que os verbos brincar e jogar, em 
português, não têm significados tão amplos quanto os seus correspondentes 
em inglês e francês. A mesma autora aborda que, no cotidiano da língua 
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portuguesa, os verbos brincar e jogar também podem ter outros sentidos, 
entretanto, seu significado principal está relacionado à atividade lúdica infantil. 
Ainda na língua portuguesa, existe uma falta de discriminação na utilização dos
termos brincar e jogar. Mesmo estando o termo jogar diferenciado de brincar 
pelo aparecimento das regras, a utilização de ambos, muitas vezes, se 
confunde. 
Como se pode depreender, até este ponto, definir o que é brincadeira não é 
uma tarefa simples, pois o que pode ser considerado como brincar, em 
determinado contexto, pode não o ser em outros. Kishimoto (1994) conceitua o 
brinquedo como o objeto suporte da brincadeira. Brougère; Wajskop (1997) vão
um pouco mais além, quando consideram o brinquedo um objeto cultural que, 
como muitos objetos construídos pelos homens, tem significados e 
representações. Esses significados e representações podem ser diferentes, de 
acordo com a cultura, o contexto e a época no qual estão inseridos os objetos. 
Por exemplo, a boneca Barbie representa o padrão de beleza feminina para a 
atual sociedade ocidental, todavia, em épocas passadas,ela poderia 
representar falta de saúde e raquitismo. Para Sutton-Smith (1986), o brinquedo 
é o produto de uma sociedade e, como objeto lúdico da infância, possui 
funções sociais.
o de vassoura pode mudar nas mãos de uma criança que, simbolicamente, o 
transforma em um cavalo.
Portanto, a função do brinquedo é a brincadeira. O brinquedo tem como 
princípio estimular a brincadeira e convidar a criança para esta atividade. A 
brincadeira é definida como uma atividade livre, que não pode ser delimitada e 
que, ao gerar prazer, possui um fim em si mesma. Um elenco de autores como 
Bomtempo e cols (1986), Friedmann (1996), Negrine (1994), Kishimoto (1999), 
Alves (2001), e Dohme (2002) confirmam e reforçam a afirmativa anterior. 
Bomtempo e cols (1986) colocam que a brincadeira é uma atividade 
espontânea e que proporciona para a criança condições saudáveis para o seu 
desenvolvimento biopsicossocial. Friedmann (1996) inclui que a brincadeira 
tem características de uma situação não estruturada. Para Kishimoto (1999) o 
brincar tem a prioridade das crianças que possuem flexibilidade para ensaiar 
novas combinações de idéias e de comportamentos. Alves (2001) afirma que a 
brincadeira é qualquer desafio que é aceito pelo simples prazer do desafio, ou 
seja, confirma a teoria de que o brincar não possui um objetivo próprio e tem 
um fim em si mesmo.
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não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 15/04/2022 22:12:42
A perspectiva sócio-cultural estuda o brincar a partir da concepção de que é o 
social que caracteriza a ação na atividade lúdica do sujeito. Vygotsky (1991) 
seguido de Leontiev (1994) e Elkonin (1998) são representantes desta 
perspectiva que teve base na sociedade soviética. Dias Facci (2004) 
concordando com as concepções de Vygotsky (1991), Leontiev (1994) e 
Elkonin (1998), afirma que é a percepção que a criança tem do mundo dos 
objetos humanos que irá definir os conteúdos da brincadeira. A autora ainda 
completa que o brincar “é influenciado pelas atividades humanas e pelas 
relações entre as pessoas” (DIAS FACCI, 2004; p.69).
Nos relatos sobre a brincadeira infantil Vygotsky (1991) afirma que esta é uma 
situação imaginária criada pela criança e onde ela pode, no mundo da fantasia,
satisfazer desejos até então impossíveis para a sua realidade. Portanto, o 
brincar “é imaginação em ação” (FRIEDMANN, 1996). Para Vygotsky (1991) a 
brincadeira nasce da necessidade de um desejo frustrado pela realidade. 
Elkonin (1998) amplia essa sentença quando afirma que os objetos, ao terem 
seus significados substituídos, transformam-se em signos para a criança. Desta
forma, “a criança não faz distinção entre o brinquedo e o que ele significa, mas 
a utilidade que terá nas representações que serão feitas com ele” (BISCOLI, 
2005; p. 29).
Vygotsky (1991) também afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não 
estruturada, possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido 
de regras, até mesmo o faz-de-conta possui regras que conduzem o 
comportamento das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com 
suas bonecas assume comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu 
conhecimento de figura materna. Para Vygotsky (1991) o brincar é essencial 
para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de 
simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato. Elkonin 
(1998) avançando nos estudos de Vygotsky elaborou a lei do desenvolvimento 
do brinquedo. Para este autor o brincar passa por momentos evolutivos. A 
brincadeira vai de uma situação inicial, onde o papel e a cena imaginária são 
explícitas e as regras latentes, para uma situação em que as regras são 
explícitas e o papel e a cena imaginária latentes.
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CONSIDERAÇÔES FINAIS
Atualmente as crianças estão cada vez mais afastadas do mundo real, isso
porque a indústria fabrica brinquedos que fazem com que as crianças não
brinquem como no passado, onde elas criavam suas próprias historias seus
personagens e etc... Participar efetivamente das mais diversas brincadeiras
durante a infância é de suma importância para o desenvolvimento da criança.
Pois é através destas que a criança começa a se desenvolver, socializar e
formar sua personalidade.
REFERÊNCIAS:
(FONTE: NEIRA, Marcos. A brincadeira é livre! Carta Fundamental, n.60, 
agosto 2014
BOMTEMPO, E.; HUSSEIN, C. L.; ZAMBERLAN, M. A. T. Psicologia do 
brinquedo: aspectos teoricos e metodologicos. São Paulo: Editora da USP Nova 
Stella, 1986.
KISHIMOTO, T. M. São Paulo: Cortez,Jogo, brinquedo, brincadeira e educação.
1999.
VYGOTSKY, L. S. o desenvolvimento dos processos A formação social da mente:
psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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