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CAFS_SATPRES_ECA_GMADEIRA_AULA01_AULA02_270913_JAIME

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CURSO ANUAL FINS DE SEMANA - CAFS 
 Estatuto da Criança e do Adolescente 
Prof. Guilherme Madeira 
27/09/2013 
Aula 02 
 CURSO ANUAL FINAIS DE SEMANA – 2013 
Anotador: Jaime 
Damásio Educacional 
 
SUMÁRIO 
 
8. CONSELHO TUTELAR 
8.1. ATUAÇÃO NO MUNICÍPIO 
8.2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE PARA O CARGO DE CONSELHEIRO TUTELAR 
8.3. DIREITOS DO CONSELHEIRO TUTELAR 
8.4. EFEITOS DA FUNÇÃO DE CONSELHEIRO TUTELAR 
8.5. IMPEDIMENTOS NO CONSELHO TUTELAR 
8.6. PROCESSO DE ESCOLHA DO CONSELHEIRO TUTELAR 
8.7. ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR 
9. ESTADO DE FILIAÇÃO 
9.1. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE 
9.2. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
10. FAMÍLIA 
10.1. REGRAS GERAIS 
10.2. REGRAS PARA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA 
 
 
8. CONSELHO TUTELAR 
- ECA, arts. 131/140 
 
O conselho tutelar é um órgão permanente, autônomo e não jurisdicional (ECA, art. 131). É 
obrigatório no município. 
ATENÇÃO – se não houver Conselho Tutelar no Município, quem exerce as suas funções é o 
juiz. 
 
8.1. ATUAÇÃO NO MUNICÍPIO 
 
Haverá, no mínimo, 01 conselho tutelar por Município (ECA, art. 132) e quem define a 
quantidade de conselhos tutelares no município é a lei municipal. 
Cada Conselho Tutelar é formado por 05 conselheiros tutelares, com mandato de 04 anos. 
ATENÇÃO – o número de conselheiros tutelares é invariável, não podendo ser modificado por 
lei municipal ou por ato do próprio conselho. 
 
8.2. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE PARA O CARGO DE CONSELHEIRO TUTELAR 
- ECA, art. 133 
 
São três os requisitos, a saber: 
I – idoneidade moral; 
II – ser maior de 21 anos; 
ATENÇÃO – para adotar alguém, deve ser maior de 18 anos (não confundir com a idade para 
concorrer ao cargo de conselheiro tutelar). 
III – residir no município. 
ATENÇÃO – essas condições são para concorrer ao cargo, e não para tomar posse. 
 
 
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 Estatuto da Criança e do Adolescente 
Prof. Guilherme Madeira 
27/09/2013 
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Anotador: Jaime 
Damásio Educacional 
 
8.3. DIREITOS DO CONSELHEIRO TUTELAR 
- ECA, art. 134 
 
I – remuneração; 
II – cobertura previdenciária; 
III – férias anuais remuneradas, mais 1/3; 
IV – licença maternidade/paternidade; 
V – gratificação natalina. 
ATENÇÃO - a lei municipal irá definir local, dia e hora do funcionamento do conselho tutelar e 
o valor da remuneração. 
 
8.4. EFEITOS DA FUNÇÃO DE CONSELHEIRO TUTELAR 
- ECA, art. 135 
 
I – é serviço público relevante; 
II – estabelece presunção de idoneidade moral. 
 
8.5. IMPEDIMENTOS NO CONSELHO TUTELAR 
- ECA, art. 140 
 
Não podem servir no mesmo Conselho Tutelar: 
I – marido e mulher; 
II – sogro e genro/nora; 
III – ascendente e descendente; 
IV – irmãos; 
V – padrasto/madrasta e enteado; 
VI – tio e sobrinho; 
VII – cunhados durante o cunhadio. 
 
8.6. PROCESSO DE ESCOLHA DO CONSELHEIRO TUTELAR 
- ECA, art. 139 
 
É uma eleição municipal, realizada sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos 
da Criança e do Adolescente, sob a fiscalização do MP. 
A eleição ocorre no mesmo domingo de outubro do ano seguinte à eleição presidencial e a 
posse ocorre no dia 10 de janeiro. 
O candidato não pode doar, prometer, oferecer ou entregar bem ou vantagem pessoal, 
inclusive brindes de pequeno valor. 
ATENÇÃO – o ECA permite que haja uma recondução. 
 
8.7. ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR 
- ECA, art. 136 
 
Premissa - resolução 131 do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente): 
a) lei municipal não pode alterar as atribuições do Conselho Tutelar; 
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b) ato infracional praticado por criança só é investigado pelo Conselho Tutelar; 
c) no caso de ato infracional praticado por adolescente em que haja suspeita de abuso, deve 
haver a participação obrigatória do Conselho Tutelar. 
 
I – pode aplicar as medidas de proteção do art.101, I a VII; não se pode aplicar as seguintes 
medidas: 
a) inclusão em programa de acolhimento familiar; 
b) colocação em família substituta. 
II – pode aplicar as medidas do art. 129, I a VII aos pais ou responsável; não se pode aplicar: 
a) perda da guarda; 
b) destituição da tutela; 
c) suspensão ou destituição do poder familiar. 
III – assessorar o Executivo local na elaboração de proposta orçamentária para planos e 
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente(inciso IX). 
 
9. ESTADO DE FILIAÇÃO 
 
É um direito personalíssimo, logo, irrenunciável e imprescritível (ECA, art. 27). 
 
9.1. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE 
 
O reconhecimento de paternidade pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao 
falecimento, se deixar descendentes (ECA, art. 26, Parágrafo Único) e é irrevogável. 
Formas de reconhecimento: 
I – qualquer documento público ou particular; 
II – testamento: o testamento anterior revoga o anterior, mas, se no anterior houve 
reconhecimento de paternidade, nesta parte não haverá revogação; 
III – investigação administrativa de paternidade (Lei 8.560/92): neste tipo de procedimento, a 
ausência do suposto pai no exame de DNA não gera consequências; 
IV – investigação judicial de paternidade: aqui, a ausência do réu no exame de DNA gera 
presunção relativa de paternidade. 
ATENÇÃO – Provimento 16 de 17.02.2012 da Corregedoria do CNJ: pela Lei de Registros 
Públicos, quando o sujeito comparece em cartório para fazer o reconhecimento, o registrador 
monta o expediente e encaminha para o seu juiz corregedor. Este poderá marcar audiência, 
determinar a realização de exame de DNA ou, ainda, determinar a averbação da paternidade. 
Na Lei de Registros Públicos não existe averbação de paternidade sem autorização judicial. 
Por este provimento, a regra é que o registrador determine a averbação da paternidade sem 
precisar de autorização judicial. Caso tenha dúvidas, poderá montar o expediente e 
encaminhar para o juiz corregedor com as razões de sua dúvida. 
 
9.2. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE 
 
Segundo o STJ, é possível a ação negatória se o reconhecimento foi baseado em vício do 
consentimento e não houve a formação de vínculos sócio-afetivos. Mas, se o reconhecimento 
foi feito e o indivíduo sabia que não era o pai ou tinha dúvidas, não poderá ser movida a ação 
negatória. 
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10. FAMÍLIA 
 
10.1. REGRAS GERAIS 
 
Modalidades de família: 
I – natural (ECA, art. 25): é a comunidade formada pelos pais ou por qualquer deles e seus 
descendentes – é a regra; 
II – extensa/ampliada (ECA, art. 25, Parágrafo Único): é a comunidade formada por parentes 
próximos com os quais a criança/adolescente tenha convivência, afinidade e afetividade; 
III – família substituta (ECA, art. 28) – modalidades: 
a) guarda; 
b) tutela; 
c) adoção: é a única irrevogável, a única que o estrangeiro pode usar. 
ATENÇÃO – curatela não é modalidade de colocação em família substituta. 
 
10.2. REGRAS PARA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA 
 
I – oitiva/consentimento da criança/adolescente (ECA, art. 28, § 1º): se for maior de 12 anos, é 
imprescindível o seu consentimento colhido em audiência e se for menor de 12 anos, será 
ouvido sempre que possível; 
II – para a apreciação do pedido, devem ser considerados o grau de parentesco, relação de 
afinidade e relação de afetividade; 
III – grupos de irmãos: devem ficar preferencialmente juntos, salvo comprovado risco de abuso 
ou outra circunstância excepcional plenamente comprovada; 
IV – quilombolas e índios: preferencialmente, devem ficar no seio de sua comunidade, ou 
junto a membros da mesma etnia; deve haver parecer antropólogo e, no caso dos índios, a 
intervenção e oitiva dos representantes do órgão federal (FUNAI); 
V – vedação (ECA, art. 29): não se deferea colocação em família substituta a pessoa que 
revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou ainda não ofereça 
ambiente familiar adequado.