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Resumo Fisiologia Homeostase

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Resumo 
FISIOLOGIA
FISIOLOGIA CELULAR E POTENCIAL DE AÇÃO E TRANSMISSÃO SINÁPTICA
Introdução
2. Evolução da fisiologia
3. Homeostase
4. Regulação
5. Homeostasia celular
6. Regulação a nível celular 
7. Regulação à distância
Homeostase
Introdução
A fisiologia = ciência que busca explicar os mecanismos físicos e químicos responsáveis pela origem, pelo desenvolvimento e pela progressão da vida. Cada tipo de vida tem suas próprias características funcionais - o campo da fisiologia pode ser dividido em fisiologia virótica, fisiologia bacteriana, fisiologia celular, fisiologia vegetal, fisiologia dos invertebrados, fisiologia dos vertebrados, fisiologia dos mamíferos, fisiologia humana entre outras.
A ciência da fisiologia humana tenta explicar as características e os mecanismos específicos do corpo humano que fazem dele um ser vivo – Resultado de complexos sistemas de controle. A fome nos faz procurar por alimento e o medo nos leva a buscar refúgio. Sensações de frio nos impulsionam a procurar calor. Outras forças nos levam a buscar o companheirismo e a reprodução. O fato de sermos seres com sensações, sentimentos e inteligência é parte dessa sequência automática da vida; esses atributos especiais nos permitem existir sobre condições muito variáveis.
2. Evolução da fisiologia
Hipocrátes - Fundação da medicina como uma disciplina racional e científica. A fisiologia, está associada a ela que se baseava na doutrina dos “quatro humores” ou sucos. Segundo essa teoria, o corpo humano seria constituído por uma mistura de quatro fluidos: o sangue, a fleuma, a bile amarela e a bile negra. Cada um desses humores estaria associado a um dos elementos essenciais (fogo, água, ar e terra, respectivamente) e possuiria um par dentre quatro características: quente, frio, seco e úmido Assim, o sangue seria quente e úmido; a fleuma, fria e úmida; a bile amarela, quente e seca, e a bile negra, fria e seca. Em um organismo saudável esses quatro humores estariam misturados de maneira equilibrada; já a doença seria o excesso ou a falta de um desses fluidos, ou seja, um desequilíbrio.Na saúde, o organismo estaria em eukrasia (eu: boa, krásis: fusão); na doença, em dyskrasia. Essa doutrina deu origem à ideia dos quatro temperamentos, de acordo com a predominância de um desses humores no organismo. Uma pessoa poderia ter um temperamento sanguíneo, fleumático, colérico (em caso de excesso de bile amarela) ou melancólico (excesso de bile negra).
Hipócrates e a doutrina dos quatro humores exerceram enorme influência na medicina ocidental – mesmo após a Renascença – avançando até meados do século XVIII. Podemos ainda hoje observar seus ecos em nossa linguagem cotidiana, quando dizemos, por exemplo, que alguém está bem humorado ou de mau humor.
Teoria Galênica
A fisiologia de Galeno (baseia-se na doutrina humoral hipocrática) caracterizada pelo protagonismo de três centros, sede das três partes da alma humana: o fígado, o coração e o cérebro – a tríade fígado-coração-cérebro. A eles estariam relacionados três tipos de espíritos: o espírito natural, espírito vital e o espírito animal. Galeno acreditava que o corpo era apenas um instrumento da alma; o espírito seria a essência da vida, o espírito do mundo, incorporado ao homem no ato da respiração. Pela traqueia, o ar inspirado chegaria aos pulmões e, dali, pelas veias pulmonares, o ventrículo esquerdo do coração, onde seria misturado ao sangue. O sangue seria produzido no fígado – os alimentos absorvidos no intestino seriam transportados para lá pela veia porta. Também no fígado, o sangue venoso recém produzido seria impregnado com o espírito natural, e daí distribuído para todo o organismo. O lado direito do coração era considerado um importante ramo do sistema venoso - No ventrículo direito, uma pequena parte do sangue atravessaria o septo interventricular através de minúsculos canais, penetrando o ventrículo esquerdo. A esse sangue seria incorporado o espírito vital, proveniente do ar absorvido nos pulmões. Ao alcançar o cérebro, o sangue receberia o terceiro tipo de espírito, o espírito animal, distribuído para o restante do organismo pelos nervos, que seriam ocos. A teleologia galênica possibilitou realizações extraordinárias na anatomia e na fisiologia. Ao mesmo tempo, tornou-se uma barreira para o avanço dessas disciplinas, uma vez que ela desmotivava a busca de causas eficientes, centrando o problema na determinação de causas finais.
Willian Harvey
A teoria da circulação sanguínea proposta por William Harvey derrubou o núcleo central da fisiologia galênica propondo a teoria de que o sangue circula pelo organismo, impulsionado pelos movimentos de contração muscular do coração e que o movimento circular do sangue seria responsável pela manutenção do organismo. A partir de Harvey, a fisiologia começou a tomar a forma que conhecemos hoje.
Galvanismo
Galvani propôs a existência da “eletricidade animal”. Utilizando vários tipos de preparações experimentais, ele estimulou eletricamente nervos de rãs e observou a contração muscular que ocorria em suas patas. Sua conclusão foi que o corpo desses animais era capaz de produzir e armazenar um tipo de fluido elétrico que era responsável pela contração muscular. O fato de utilizar rãs recentemente sacrificadas, em vez de animais vivos, por exemplo, evitava qualquer possível interferência da alma ou de forças vitais em suas preparações. A irritabilidade era uma propriedade intrínseca do músculo, assim como era a eletricidade animal. Assim, a reação do organismo a um agente externo dependia de sua organização interna. O fenômeno da contração não era, dessa maneira, diretamente causado pelo estímulo elétrico externo; a noção de irritabilidade supunha que o organismo já estava previamente preparado para reagir de uma maneira específica, com um tipo de energia que já possuía dentro de si. São impressionantes as conclusões a que chegou Galvani, em uma época em que nem a célula nem sua membrana – local onde sabemos atualmente ser provocada e armazenada a energia elétrica do organismo – haviam sido descobertas.
Claude Bernard Sua primeira constatação foi a de que existem fenômenos que ocorrem nos organismos vivos que não ocorrem nos corpos inanimados. Assim, são as leis que regem esses fenômenos que o fisiologista deve tentar desvendar; essas leis não são físicas nem químicas, mas leis fisiológicas. Segundo ele a vida depende de fenômenos físico-químicos, mas não se reduz a eles. Bernard acaba propondo uma virada na concepção da fisiologia afirmando que deveria constituir-se em uma ciência autônoma. Ele buscou separar a nova fisiologia das outras ciências da vida e rompeu com a antiga fisiologia como uma continuação da anatomia. Bernard afirma que “em vez de proceder do órgão para a função”, o fisiologista deve “começar a partir do fenômeno fisiológico e procurar sua explicação no organismo”. O santuário do fisiologista não deve ser o hospital - o clínico e o patologista apenas observam os fenômenos vitais. Essas observações podem servir como ponto de partida, mas a partir daí, o verdadeiro fisiologista deve entrar em seu reino: o laboratório.
Walter B. Cannon: Homeostase Em 1929, o fisiologista americano Walter Cannon criou o termo homeostasia para descrever a manutenção de condições quase constantes no meio interno.
3. HOMEOSTASE
Todos os órgãos e tecidos do corpo humano executam funções que contribuem para manter condições relativamente constantes - Os processos encarregados de sustentar essa homeostase são mecanismos de regulação - seu estudo é uns principais objetivos da Fisiologia. 
Grande parte dos sistemas de órgãos de um organismo está destinada a conservar sua homeostase. 
- O sistema digestório mantém aconstituição do meio interno por meio da ingestão, digestão e absorção de alimentos (como hidratos de carbono, proteínas e gorduras) importantes para a constância dos níveis extracelulares de glicose, aminoácidos e ácidos graxos, por exemplo. 
- O sistema endócrino contribui para a manutenção da disponibilidade de substratos energéticos (glicose, ácidos graxos) e do equilíbrio hidroeletrolítico, entre outras funções. 
- O sistema respiratório mantém a homeostase do gás oxigênio e do gás carbônico no meio interno. 
- O rim é um órgão homeostático por natureza, mantendo o nível interno de grande número de componentes, incluindo concentração dos íons, osmolaridade, pH etc. 
A doença é usualmente considerada um estado de ruptura da homeostasia - No entanto, mesmo na patologia, os mecanismos homeostáticos permanecem ativos e mantêm as funções vitais, por meio de múltiplas compensações que podem levar a desvios significativos da faixa normal das funções corporais, tornando difícil a distinção entre a causa principal da doença e as respostas compensatórias. 
Exemplo: Doenças que comprometem a capacidade dos rins de excretar sal e água -podem levar a uma elevação da pressão arterial - inicialmente ajuda a recuperar os valores normais de excreção (mantendo um equilíbrio entre a absorção e a excreção renal.) mas, durante longos períodos - a pressão arterial elevada pode danificar vários órgãos causando aumentos ainda maiores na pressão arterial com intensificação da lesão renal. 
Compensações homeostáticas após a lesão, doença ou grandes agressões ambientais ao corpo, podem ser necessárias para manter as funções vitais do corpo, mas a longo prazo contribuem para anomalias adicionais no organismo. 
Homeostasia dos Líquidos Corporais 
A função normal das células requer que a composição intracelular de íons, de pequenas moléculas, da água, do pH e de diversas outras substâncias se mantenha dentro de limite estreito – O que é realizado pelo transporte de diversas substâncias e de água para dentro e fora da célula, utilizando-se as proteínas de transporte da membrana. Todos os dias são ingeridos alimentos e água, e os produtos do metabolismo são excretados do organismo. Em uma pessoa saudável isso ocorre sem que ocorram mudanças significativas do volume dos líquidos corporais ou em sua composição. As células* (que constituem a interface entre o ambiente interno do organismo e o mundo exterior) são responsáveis por manter constantes o volume e a composição do LEC (o líquido extracelular) que banha todas as células. O LEC ajuda a manter um ambiente intracelular constante - A capacidade do organismo de manter constantes o volume e a composição do líquido intracelular – LIC – e do LEC constitui processo complexo que envolve todos os sistemas orgânicos do organismo. - O transporte, pelas células epiteliais do trato gastrointestinal, rins e pulmões, controla tanto a ingesta como a excreção de diversas substâncias e da água. - O sistema cardiovascular leva nutrientes às células e tecidos e remove os produtos do metabolismo. - Os sistemas nervoso e endócrino regulam e integram essas funções. 
Compartimentos dos Líquidos Corporais
A água constitui por volta de 60% do peso corporal - a variabilidade desse valor depende da quantidade de tecido adiposo - O conteúdo de água do tecido adiposo é menor que o dos demais tecidos, maiores quantidades de tecido adiposo reduzem a porcentagem de peso corporal atribuída à água que também varia com a idade. Em recém-nascidos, é de aproximadamente 75%. Com 1 ano de idade, o bebê já atingiu o valor adulto de 60%.
A água corporal total se distribui entre dois compartimentos principais, divididos pela membrana celular: 1. O compartimento intracelular - o maior, contendo +ou- dois terços da água corporal ou 40% do peso corporal total. A composição do líquido intracelular é mantida pela ação de diversas proteínas de transporte da membrana específicas principalmente a Na+,K+-ATPase - que converte a energia do ATP em gradientes iônicos e elétricos, que podem impulsionar o transporte de outros íons e moléculas 
2. Compartimento extracelular - = +ou- 20% do peso corporal. O líquido do compartimento extracelular se divide em: A) Líquido intersticial (ou “3º espaço”) - Banha as células dos diversos tecidos do corpo, sendo responsável por três quartos do volume do LEC. Inclui a água contida nos ossos, no tecido conjuntivo denso e no líquido cefalorraquidiano que aparece de maneira fisiológico. B) Plasma (dentro dos vasos sanguíneos que são separados pela parede capilar). O plasma representa o quarto restante do LEC. 
A composição do plasma e do líquido intersticial é semelhante - são separados apenas pelo endotélio capilar (barreira livremente permeável aos íons e moléculas pequenas) 
A principal diferença entre o líquido intersticial e o plasma é que o plasma contém quantidade significativamente maior de proteínas. 
 
Distribuição de Líquidos no organismo
Osmose - Um dos mecanismos mais importantes pela distribuição da água nos vários setores do organismo, capaz de mover água através de membranas de qualquer espécie. A osmose é um movimento particular de difusão para a água, que depende de uma diferença de osmolaridade entre dois compartimentos separados por uma membrana. 
Osmolaridade = somatório das concentrações de todas as moléculas e íons independentes que existe em uma solução aquosa, é também um movimento de água do local de sua maior concentração para o de menor O movimento de água devido à osmose pode ser contrabalançado pela pressão hidrostática. = O Na+ (e os íons que o acompanham, principalmente Cl– e HCO3–, abundantes no LEC) é o principal determinante da osmolaridade desse compartimento.
Exemplo 1: A adição de uma solução isotônica de NaCl (infusão intravenosa de NaCl a 0,9% ≈ osmolalidade plasmática) ao líquido extracelular = Aumento de volume do compartimento semelhante ao volume de líquido administrado. O líquido adicionado tem a mesma osmolaridade que o líquido extracelular e que o líquido intracelular = não haverá qualquer força gerando o movimento de líquido entre esses compartimentos, e o volume do líquido intracelular não se alterará. O Na+ pode cruzar as membranas celulares mas isso fica restrito ao líquido extracelular pela atividade da Na+,K+-ATPase (presente na membrana plasmática de todas as células) Portanto, não há movimento efetivo de NaCl para o interior das células.
Exemplo 2: A adição de solução hipotônica de NaCl (infusão intravenosa de NaCl a 0,45% < osmolalidade plasmática) ao líquido extracelular = Reduz a osmolaridade do compartimento e resulta no movimento de água para o líquido intracelular. Depois de atingido o equilíbrio osmótico, as osmolalidades do líquido extracelular e intracelular se igualam, mas em nível menor que antes da infusão, e o volume de cada compartimento fica aumentado. O aumento no volume do líquido extracelular é menor do que no do líquido intracelular.
Exemplo 3: A adição de solução hipertônica de NaCl (infusão intravenosa de NaCl a 3%, > osmolalidade plasmática) ao líquido extracelular = Aumenta a osmolaridade desse compartimento e resulta no movimento de água para fora das células. Depois de atingido o equilíbrio osmótico, as osmolaridades do líquido extracelular eintracelular se igualam, mas em nível maior do que antes da infusão. O volume do líquido extracelular aumenta, enquanto o do líquido intracelular diminui.
Procedimentos neurocirúrgicos e acidentes vasculares encefálicos (derrames) frequentemente resultam no acúmulo de líquido intersticial no cérebro (edema) e no inchaço dos neurônios - Como o cérebro se encontra restrito dentro do crânio, o edema pode elevar a pressão intracraniana – prejudicando a função neuronal, o que pode levar ao coma e à morte. A barreira hematoencefálica separa o líquido cefalorraquidiano e o líquido intersticial cerebral do sangue e é livremente permeável à água, mas não permite a passagem da maior parte das demais substâncias. O excesso de líquido no tecido cerebral pode ser removido impondo-se um gradiente osmótico através da barreira hematoencefálica - Para isso pode ser usado o manitol (um açúcar que não cruza facilmente a barreira hematoencefálica nem as membranas celulares dos neurônios e das demais células do organismo). Portanto, o manitol é um osmol efetivo, e sua infusão intravenosa resulta no movimento de líquido para fora do tecido cerebral por osmose*.
4. REGULAÇÃO 
Um processo regulatório pode ser representado por um mecanismo básico chamado de sistema – que se consisti em um grupo de componentes interconectados que interagem e apresenta, para uma dada entrada (input), uma saída (output) previsível. 
Os componentes do sistema podem ser: Mecânicos; Elétricos; Eletrônicos; Químicos ou *Biológicos - Componentes biológicos podem ser constituídos por: (1) células nervosas interligadas por dendritos e axônios; (2) células capazes de produzir substâncias (hormônios) que atuam sobre outras células a distância; (3) células que detectam modificações da homeostase diretamente ou por meio de outras - especializadas em receptores específicos que, ativam mecanismos neurais que levam a respostas mecânicas (ação muscular) ou respostas químicas (secreção). 
Constituição dos sistemas e suas características = Relação entre estímulo (entrada) e reação (saída) dos sistemas
1) Sistemas Passivos
Determinada por uma situação em que a energia (calor) dirigida para o sistema não é regulada por ele próprio = a entrada não é modulada pelo sistema. Ex: Crescimento de microrganismos como função da temperatura do meio = sistema passivo - sua saída (ritmo de crescimento) depende da entrada (calor fornecido) + microrganismos não dispõem de meios de limitar ou controlar o calor que é fornecido a eles (ao contrário de organismos mais complexos que podem manter uma temperatura interna controlada mesmo com variação de entrada/calor fornecido)
2) Sistemas controlados 
Possui mecanismo capaz de regular a quantidade de energia que é fornecida a ele e que constitui sua entrada mantendo a saída em níveis desejados. Ex: Banho (recipiente de água) aquecido por uma resistência regulada por termostato (pode regular a temperatura do banho no nível desejado). Um sistema passivo = banho com resistência aquecedora, mas sem termostato: qualquer fornecimento de energia se traduz em saída elevada/aumento da temperatura do banho. 
Dentre os sistemas controlados, estes podem também ser classificados em 
Sistemas controlados 
a) Sistemas de alça aberta (open loop)
Sistemas em que a saída não tem efeito sobre a entrada. Ex: Sistema de medida de pressão arterial - A entrada = é pressão arterial; O sistema é = um transdutor, sistema de detecção, de amplificação e de registro; e a saída é = o registro da pressão. Nesse sistema a saída deverá espelhar a entrada, sem ter influência sobre ela
Sistemas controlados
b) Sistemas de alça fechada ou sistemas com realimentação (feedback)
Há um controle da saída sobre a entrada. Exemplo: produção de hormônios por glândulas endócrinas, como a glândula tireoide - A entrada: hormônio tireoestimulante-TSH (produzido pela hipófise sob controle hipotalâmico). O sistema = glândula tireoide, e a saída = hormônio tiroxina (T4). Nesse caso, a saída vai afetar a entrada, ou melhor, o nível de tiroxina vai regular a liberação de TSH pela hipófise – uma elevação do nível de tiroxina reduzirá o de TSH = realimentação negativa - elevação da saída corresponde um efeito de redução da entrada.
Sistemas controlados 
c) Sistemas de Controle
Os sistemas podem ter a função de regular ou controlar determinados parâmetros da constituição do meio interno. - Um sistema com realimentação, especialmente negativa, é um sistema de controle - regula sua saída pelo próprio nível dessa saída. Maior a saída = Maior a redução da entrada - o que vai diminuir a saída; Quando a saída se reduz = a entrada é menos afetada e tende a elevar (novamente) a saída. O sistema impede que a saída se desvie de um determinado nível - característico do balanço entre o sistema efetor e o subsistema de realimentação. Classificamos os sistemas de controle de acordo com sua maneira de responder a desvios do parâmetro controlado. A relação entre a saída produzida pelo sistema e o desvio do parâmetro controlado de seu valor normal (que deve ser mantido) vai distinguir os diferentes tipos de sistemas de controle:
Controle contínuo proporcional Sistema de controle em que há uma relação constante e contínua entre o desvio do parâmetro controlado e a saída do sistema. Maior o desvio = Maior a resposta do sistema. Leva a uma regulação bastante estável de um dado parâmetro, mas necessita de certo erro ou desvio para ativar o mecanismo de correção. Detectado o desvio - se estabelece uma resposta constante e proporcional a ele, que vai diminuindo continuamente à medida que o próprio desvio for dimunuindo. 
Exemplo de sistema de controle proporcional - Mecanismo de regulação da glicemia e a perda de glicose pelo rim. Rim = tem capacidade máxima de reabsorver glicose e quando é ultrapassada = perda de glicose na urina. Rim = sistema cuja função é a manutenção da glicose sanguínea abaixo do limiar renal de glicose (um dado máximo). Resposta do sistema de controle = eliminação da glicose filtrada em excesso – que é proporcional ao desvio (da glicemia do valor normal) Maior o desvio = Maior a quantidade filtrada e excretada = Maior a resposta do sistema. 
Exemplo de sistema de controle não proporcional = Sistema de aquecimento de um banho com termostato - Nesse caso, quando o desvio detectado, o sistema de aquecimento é ligado por um relé = havendo aquecimento do banho pela resistência do sistema até a temperatura voltar à faixa desejada. A intensidade do aquecimento não é proporcional ao desvio, mas constante, embora aplicada por tempo variável.
Controle integral- Sistema de controle que permite manter um parâmetro em seu nível desejado, com erro ou desvio praticamente nulo. O ritmo de saída é proporcional ao desvio. Na ausência do desvio, a saída do sistema não será zero, mas permanecerá constante. Além disso, não há relação fixa entre o desvio e a ação efetora. Esse sistema é capaz de manter umasituação estacionária, como, por exemplo, a glicemia (nível de glicose no sangue) - mantida por um sistema complexo, em que a adição de glicose ao meio interno é balanceada pela retirada dessa substância por todos os tecidos. O ritmo de produção de glicose ou de sua retirada do meio é proporcional ao desvio em relação à glicemia normal, que tende a ser próximo à situação estacionária. (infinitesimal).
Controle de ritmo (rate control) A ação efetora (saída do sistema) é proporcional ao ritmo de variação da variável controlada (e não à sua magnitude). Esse sistema aumenta a velocidade de resposta a alterações da variável controlada mas não chega a regular o nível da variável controlada - Só atua quando ela varia.. Esse sistema pode ser utilizado juntamente com outros sistemas que controlam o valor absoluto da variável, sendo um elemento estabilizador= impedindo desvios de um nível estável. Exemplo: fenômeno da acomodação observado em células nervosas. Na presença de um estímulo (uma alteração brusca da entrada do sistema) ocorre um incremento da saída. – Ex: terapia contínua de estimulação fisioterápica após AVC - Com a continuação do estímulo, a resposta da célula se atenua - voltando com o tempo ao nível normal, apesar da manutenção do estímulo.
5. Homeostasia celular 
Função normal das células = Necessidade de que a composição do líquido intracelular seja controlada. Exemplo: Atividade de algumas enzimas depende do pH - o pH intracelular deve ser regulado. A composição iônica intracelular também é mantida dentro de limites - necessário para que se estabeleça o potencial de membrana - propriedade celular importante para a função das células excitáveis (neurônios e células musculares) e para a sinalização intracelular. O volume celular também precisa ser mantido - murchamento ou inchaço das células pode levar a lesões e morte celular. A regulação da composição e do volume intracelular é realizada pela atividade de transportadores específicos presentes na membrana plasmática das células.
Composição Iônica das Células
Composição iônica intracelular - varia para cada mas existem padrões semelhantes - como as concentrações intracelulares de Na+ e K+ = em virtude da atividade da Na+,K+-ATPase, que 
transporta três íons Na+ para fora da célula e dois íons K+ para dentro da célula, para cada molécula de ATP hidrolisada.
A atividade da Na+,K+-ATPase - importante para a formação dos gradientes celulares de Na+ e K+, e também (indiretamente) na determinação dos gradientes celulares de outros íons e moléculas. Como a Na+,K+-ATPase transporta três cátions para fora da célula em troca de dois cátions, é um transportador eletrogênico, contribuindo para o estabelecimento da voltagem da membrana (com o interior da célula negativo). A Na+,K+-ATPase transforma a energia do ATP em gradientes iônicos e em gradiente de voltagem como resultado do vazamento de K+ para fora da célula, movido pelo gradiente de concentração do K+ entre os dois lados da membrana. Os gradientes iônicos e elétricos gerados pela Na+,K+-ATPase são usados para impulsionar o transporte de íons e moléculas para dentro e para fora da célula. Exemplos: Diversos carreadores de solutos associam o transporte de Na+ ao de outros íons ou moléculas. Os simportadores de Na+-glicose usam a energia do gradiente eletroquímico do Na+ - tende a levar o Na+ para o interior da célula, para impulsionar a absorção ativa secundária de glicose pela célula.
Gradiente de influxo do Na+ - impulsiona a extrusão ativa secundária de H+ da célula, contribuindo para a manutenção do pH intracelular. O antiportador 3Na+- -1Ca2+, com a Ca2+-ATPase da MP, remove Ca2+ da célula e contribui para a manutenção de baixa [Ca2+] intracelular. A voltagem da membrana impulsiona o Cl– para fora da célula por meio de canais seletivos para o Cl–, reduzindo a concentração a nível menor que o do LEC.
6. Regulação a nível celular 
Em qualquer reação química reversível, o acúmulo de produtos inibe a reação, de acordo com a lei da ação das massas: 
Ponto de vista da análise de sistemas = uma reação reversível corresponde a um sistema com realimentação negativa. Como a razão entre o produto das substâncias resultantes da reação (C e D) e o dos reagentes (A e B) é constante um acúmulo de resultantes vai elevar também a concentração dos reagentes inibindo a reação. A regulação a nível celular está diretamente relacionada a ação das enzimas reguladoras e da regulação do pool energético celular
Enzimas reguladoras
Contribuem para regular determinadas reações com base em características gerais do meio no qual as reações estão ocorrendo. Características que contribuem para o comportamento regulador de reações catalisadas por enzima - Características reguladoras gerais de enzimas: sensibilidade ao pH do meio, à concentração de substrato, à presença de íons, como Mg2+ e K. Processos enzimáticos são (no geral) processos amplificadores = uma molécula enzimática é capaz de catalisar a transformação de muitas moléculas de substrato.
Regulação de pool energético celular
As reações do metabolismo energético celular levam a um acúmulo de ATP ou de outros reservatórios energéticos, como fosfocreatina. O consumo de energia por parte dos diversos processos celulares (síntese, secreção transporte...) vai depletar esses reservatórios de energia, e os componentes do sistema adenilato estarão presentes de preferência na forma de AMP e ADP. O pool energético celular = a predominância de ATP ou de AMP/ADP - importante fator regulador do metabolismo celular, regulando alostericamente a enzima fosfofrutoquinase
7. Regulação à distância
Organismos multicelulares - necessidade de reagir como um todo a estímulos e a mudanças provenientes do meio. Para isso, necessitam de mecanismos de integração que permita a atividade de um determinado número de células em conjunto. O mesmo tipo de atividade conjugada pode ser necessário também para garantir um funcionamento em conjunto, harmonioso, das células e, através dele, toda a via de produção de energia. O pool energético celular acaba exercendo função reguladora de todo o metabolismo celular. Tenta-se exprimir o grau de depleção ou preenchimento deste pool por meio da avaliação quantitativa dos componentes desse sistema Para esse funcionamento é necessário a existência de sistemas de controle mais amplos, supracelulares, que conjuguem o funcionamento de certo grupo de células diferentes ou iguais e de um conjunto de órgãos - cuja função se torna necessária para atingir determinado objetivo. 
Essa integração funcional de órgãos e células pode ser obtida essencialmente por dois tipos de sistemas tecidos do corpo humano executam:
1) Regulação nervosa – Sistema Nervoso
Sistema nervoso = conjunto de células distribuído por todo o organismo, mas com aglomerações regionais e centrais de extrema complexidade, capaz de analisar e armazenar informações e de elaborar as respostas adequadas a estímulos externos e internos e por meio dessas respostas, manter a homeostase do organismo. Receptores = mecanismos ou subsistemas de detecção de estímulos externos e de alterações das condições do meio interno que enviam as informações colhidas a centros que as integram e elaboram e enviam ordens a subsistemas efetores - por intermédio dos quais se efetuam as alterações necessáriaspara responder aos estímulos do meio exterior ou alterações do meio interno. Arco Reflexo = conjunto de receptores, vias aferentes, centros nervosos e vias eferentes Pode apresentar vários graus de complexidade.
Sistema nervoso - funciona com base em continuidade física entre seus componentes, que é garantida por prolongamentos celulares = as fibras nervosas, que (por meio de diferentes processos) transmitem informações entre os subsistemas. Receptores de pressão = localizados no bulbo carotídeo e no arco da aorta e darão origem às fibras nervosas aferentes, que irão transitar por nervos específicos ou junto com o nervo vago, para os centros vasomotores do bulbo. Vias efetoras = seguem pelos sistemas simpático e parassimpático até os efetores - células musculares lisas da parede de arteríolas e aumentarão sua tensão sob estímulo das vias simpáticas e reduzirão quando as vias parassimpáticas forem estimuladas. As vias aferentes levam suas mensagens aos centros por meio de uma codificação de frequência de descargas nervosas. Quando a pressão no bulbo carotídeo ou no arco da aorta se eleva, os receptores locais são estimulados, elevando-se a frequência dos potenciais de ação nas fibras aferentes, quando cai a pressão nesses locais ocorre o oposto. A elevação de frequência dos potenciais de ação nas fibras aferentes = estimula os centros 
vasodepressores do bulbo e aumenta a frequência de descargas nas vias eferentes parassimpáticas. Uma redução das descargas nas vias aferentes irá inibir os centros vasodepressores, elevando a frequência de descarga das fibras do sistema nervoso simpático com a consequente vasoconstrição sistêmica com elevação da pressão arterial. Há outros receptores que participam desse sistema - Os centros relacionados com a regulação cardiovascular têm amplas conexões com outros setores do sistema nervoso central, em particular com o hipotálamo (centro de integração e regulação neurovegetativa - de processos relacionados com a manutenção das funções responsáveis pela higidez funcional do organismo) - das quais a regulação da constituição do meio interno é uma das mais importantes
Regulação humoral/endócrina
Parte importante dos sistemas de controle de um organismo multicelular é composta por mecanismos endócrinos onde participam (substâncias) hormônio produzidas por células especializadas e por elas transferidas à corrente circulatória até atingem as células (células-alvo) onde desencadeiam a mensagem regulatória. O processo de regulação de produção varia de acordo com o tipo de hormônio. 
Hormônios liberados pela hipófise (glândula que depende da atividade hipotalâmica) - Na porção ventral do hipotálamo = série de núcleos nervosos cujos neurônios produzem neurossecreções que são transferidas à hipófise. Nos núcleos paraventriculares e supraópticos do hipotálamo – Se originam as neurossecreções que se dirigem, pelos axônios dessas células, à hipófise posterior (ou neuro-hipófise) onde a vasopressina (ou hormônio antidiurético) e a ocitocina são armazenadas nas terminações dos neurônios hipotalâmicos - A liberação desses hormônios depende da atividade dos neurônios dos núcleos. 
Hormônios produzidos nas células da hipófise anterior (adeno-hipófise) estão também sob dependência do hipotálamo. Os neurônios de vários núcleos hipotalâmicos produzem por processo de neurossecreção, fatores liberadores dos hormônios (produzidos na hipófise anterior) e são liberados pelo axônio na eminência média (região hipotalâmica mais próxima à hipófise) – Onde se encontra um sistema porta = uma capilarização dupla - responsável pela transferência dos fatores liberadores à hipófise. 
A primeira capilarização desses vasos (localizada na eminência média) formam vasos de tipo portal que se dirigem à adeno-hipófise e se capilarizam novamente - Dessa maneira indireta, os fatores liberadores atingem as células produtoras dos hormônios pituitários anteriores
O fator liberador de tireotrofina (TRH) - tripeptídio originado no núcleo paraventricular do hipotálamo - atua sobre a liberação de hormônio TSH (tireotrófico - produzido por células basófilas da adenohipófise.) que atua sobre a glândula tireoide = Sendo o seu fator trófico* = fator que estimula seu crescimento e funcionamento. A ação a longo prazo determina hipertrofia (excesso de hormônio) e, a curto prazo, regula a produção diária das iodotironinas (T3 e T4) - hormônios dessa glândula, O nível de T4 (tiroxina) circulante e do T3 - por um processo de realimentação negativa - vai reduzir a produção de hormônio tireotrófico e do fator liberador hipotalâmico correspondente. = sistema de controle da produção de iodotironinas por realimentação negativa que mantem níveis constantes e adequados desses hormônios.
A interface com o sistema nervoso central - por meio do fator liberador (produzido no hipotálamo) permite manter influências centrais sobre a produção desses hormônios. Por exemplo: em pequenos mamíferos e bebes recém-nascidos, o mecanismo de termorregulação sediado no próprio hipotálamo pode lançar mão de variações dos níveis desses hormônios - responsáveis pelo nível do metabolismo energético celular e pela liberação de calor a partir das reações metabólicas, dirigindo-se diretamente ao seu local de ação intracelular.

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