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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E LICENCIAMENTO AMBIENTAL LICENCIAMENTO AMBIENTAL O Licenciamento ambiental é uma exigência legal e uma ferramenta do poder público para o controle ambiental. E, em muitos casos, apresenta-se como um desafio para o setor empresarial. Este manual foi desenvolvido para responder de forma simples e objetiva às freqüentes dúvidas encontradas nos processos de licenciamento ambiental, como: Qual o órgão responsável pelo licenciamento? Quais são as etapas deste processo? Quais são os prazos e que licenças são necessárias? É também objetivo deste manual o levantamento de alguns tópicos relevantes da aplicação da legislação ambiental nas empresas. Para isso, o Manual de Licenciamento Ambiental inclui um roteiro passo a passo de adequação às normas vigentes. http://avatz.com.br/wp-content/uploads/2016/09/licenciamento-ambiental.png O que significa Licenciamento Ambiental? É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu planejamento e instalação até a sua efetiva operação. http://avatz.com.br/wp-content/uploads/2016/09/licenciamento-ambiental.png Minha empresa é obrigada a ser licenciada? Quais são as atividades sujeitas ao Licenciamento Ambiental? Todo empreendimento listado na Resolução CONAMA 237 de 1997 é obrigado a ter licença ambiental. Assim, é necessário conferir se a sua atividade encontra-se na lista abaixo e, neste caso, seguir com os procedimentos legais para o licenciamento ambiental. ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCAMENTO AMBIENTAL Extração e tratamento de minerais pesquisa mineral com guia de utilização lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento lavra subterrânea com ou sem beneficiamento lavra garimpeira perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural Indústria de produtos minerais não metálicos beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. Indústria metalúrgica fabricação de aço e de produtos siderúrgicos produção de fundidos de ferro e aço / forjados /arames / relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas produção de soldas e anodos metalurgia de metais preciosos metalurgia do pó, inclusive peças moldadas fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície. Indústria mecânica fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de superfície Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos Indústria de material de transporte fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios fabricação e montagem de aeronaves fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes Indústria de madeira serraria e desdobramento de madeira preservação de madeira fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada fabricação de estruturas de madeira e de móveis http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Licenciamento-ambiental.jpg Indústria de papel e celulose fabricação de celulose e pasta mecânica http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Licenciamento-ambiental.jpg fabricação de papel e papelão fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada Indústria de borracha beneficiamento de borracha natural fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos fabricação de laminados e fios de borracha fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha , inclusive látex Indústria de couros e peles secagem e salga de couros e peles curtimento e outras preparações de couros e peles fabricação de artefatos diversos de couros e peles fabricação de cola animal Indústria química produção de substâncias e fabricação de produtos químicos fabricação de produtos derivados do processamento fabricação de combustíveis não derivados de petróleo produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/ óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da madeira fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos fabricação de pólvora/ explosivos/ detonantes/ munição para caça-desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes fabricação de fertilizantes e agroquímicos fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários fabricação de sabões, detergentes e velas fabricação de perfumarias e cosméticos produção de álcool etílico, metanol e similares https://encrypted- tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR5EazAeou6SK9h2L_KjnO6JKTI1TBzfF3m9Jtg6SzVYVPBWE1p Indústria de produtos de matéria plástica fabricação de laminados plásticos fabricação de artefatos de material plástico Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos fabricação e acabamento de fios e tecidos tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos fabricação de calçados e componentes p/ calçados Indústria de produtos alimentares e bebidas beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal fabricação de conservas preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados preparação , beneficiamento e industrialização de leite e derivados fabricação e refinação de açúcar refino / preparação de óleo e gorduras vegetaisprodução de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação fabricação de fermentos e leveduras fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais fabricação de vinhos e vinagre fabricação de cervejas, chopes e maltes fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais fabricação de bebidas alcoólicas Indústria de fumo fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo Indústrias diversas usinas de produção de concreto usinas de asfalto serviços de galvanoplastia Obras civis rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos barragens e diques canais para drenagem retificação de curso de água abertura de barras, embocaduras e canais transposição de bacias hidrográficas outras obras de arte Serviços de utilidade produção de energia termoelétrica transmissão de energia elétrica estações de tratamento de água interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos) tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas dragagem e derrocamentos em corpos d’água recuperação de áreas contaminadas ou degradadas Transporte, terminais e depósitos transporte de cargas perigosas transporte por dutos marinas, portos e aeroportos terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos depósitos de produtos químicos e produtos perigosos Turismo complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos Atividades diversas parcelamento do solo distrito e pólo industrial Atividades agropecuárias projeto agrícola criação de animais projetos de assentamentos e de colonização Uso de recursos naturais silvicultura exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre utilização do patrimônio genético natural manejo de recursos aquáticos vivos introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas uso da diversidade biológica pela biotecnologia Por que devo licenciar minha atividade? 1 – O Licenciamento Ambiental é a base estrutural do tratamento das questões ambientais pela empresa. É através da Licença que o empreendedor inicia seu contato com o órgão ambiental e passa a conhecer suas obrigações quanto ao adequado controle ambiental de sua atividade. A Licença possui uma lista de restrições ambientais que devem ser seguidas pela empresa. 2 – Desde 1981, de acordo com a Lei Federal 6.938/81, o Licenciamento Ambiental tornou-se obrigatório em todo o território nacional e as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras não podem funcionar sem o devido licenciamento. Desde então, empresas que funcionam sem a Licença Ambiental estão sujeitas às sanções previstas em lei, incluindo as punições relacionadas na Lei de Crimes Ambientais, instituída em 1998: advertências, multas, embargos, paralisação temporária ou definitiva das atividades. 3 – O mercado cada vez mais exige empresas licenciadas e que cumpram a legislação ambiental. Além disso os órgãos de financiamento e de incentivos governamentais, como o BNDES, condicionam a aprovação dos projetos à apresentação da Licença Ambiental. https://www.primecursos.com.br/arquivos/uploads/2013/10/gestao-ambiental.jpg A quem compete conceder o Licenciamento Ambiental da minha empresa? No Estado do Rio de Janeiro, atuam os três órgãos ambientais ao lado com diferentes responsabilidades nos níveis Federal, Estadual e Municipal. Na esfera federal, o IBAMA é o responsável pelo licenciamento de atividades desenvolvidas em mais de um estado e daquelas cujos impactos ambientais ultrapassem os limites territoriais. Se este não é o caso de sua empresa, é importante saber que a Lei federal 6.938/81 atribuiu aos ESTADOS a competência de licenciar as atividades localizadas em seus limites regionais. Assim, no Rio de Janeiro, o órgão responsável pelo licenciamento é a FEEMA. No entanto, os órgãos estaduais, de acordo com a Resolução http://www.primecursos.com.br/arquivos/uploads/2013/10/gestao-ambiental.jpg CONAMA 237/97, podem delegar esta competência, em casos de atividades com impactos ambientais locais, ao município. É importante ressaltar que a Resolução CONAMA 237/97 determina que o licenciamento deve ser solicitado em uma única esfera de ação. Entretanto, o licenciamento ambiental exige as manifestações do município, representado pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente. http://www.rochacerqueira.com.br/wp-content/uploads/2016/01/pic37.jpg A LICENÇA AMBIENTAL CONCEITOS E PARTICULARIDADES Licença Ambiental A licença ambiental é o documento, com prazo de validade definido, em que o órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem seguidas por sua empresa. http://www.rochacerqueira.com.br/wp-content/uploads/2016/01/pic37.jpg Entre as principais características avaliadas no processo podemos ressaltar : o potencial de geração de líquidos poluentes (despejos e efluentes), resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de riscos de explosões e de incêndios. Ao receber a Licença Ambiental, o empreendedor assume os compromissos para a manutenção da qualidade ambiental do local em que se instala. Tipos de Licenças Ambientais O processo de licenciamento ambiental é constituído de três tipos de licenças. Cada uma é exigida em uma etapa específica do licenciamento. Assim, temos: Licença Prévia (LP) Licença de Instalação (LI) Licença de Operação (LO) https://mariliaescobar.files.wordpress.com/2010/04/b126a3c309fa3f98b990139e89ca5abb8e4f_la.jpg LICENÇA PRÉVIA – LP É a primeira etapa do licenciamento, em que o órgão licenciador avalia a localização e a concepção do empreendimento, atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos para as próximas fases. A LP funciona como um alicerce para a edificação de todo o empreendimento. Nesta etapa, são definidos todos os aspectos referentes ao controle ambiental da empresa . De início o órgão licenciador determina, se a área sugerida para a instalação da empresa é tecnicamente adequada. Este estudo de viabilidade é baseado no Zoneamento Municipal. Zoneamento Municipal - O zoneamento é uma delimitação de áreas em que os municípios são divididos em zonas de características comuns. Com base nesta divisão, a área prevista no projeto é avaliada. Assim, esta avaliação prévia da localização do empreendimento é importante para que no futuro não seja necessária a realocação ou a aplicação de sanções, como multas e interdição da atividade. Nesta etapa podem ser requeridos estudos ambientais complementares, tais como EIA/RIMA e RCA, quando estes forem necessários. O órgão licenciador, com base nestes estudos, define as condições nas quais a atividade deverá se enquadrar a fim de cumprir as normas ambientais vigentes. O anexo I apresenta uma relação de atividades que devem realizar Estudo de Impacto Ambiental durante o licenciamento. EIA/ RIMA - Estudo de ImpactoAmbiental e o Relatório de Impacto Ambiental - Exigência legal, instituída pela Resolução CONAMA 001/86, na implantação de projetos com significativo impacto ambiental. Consiste em um estudo realizado no local, mais precisamente no solo, água e ar para verificar se a área contém algum passivo ambiental além de prever como o meio sócio- econômico-ambiental será afetado pela implantação do empreendimento. RCA - Relatório de Controle Ambiental – Documento que fornece informações de caracterização do empreendimento a ser licenciado. Deverá conter: descrição do empreendimento; do processo de produção; caracterização das emissões geradas nos diversos setores do empreendimento (ruídos, efluentes líquidos, efluentes atmosféricos e resíduos sólidos). O órgão ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA 10/90, pode requerer o RCA sempre que houver a dispensa do EIA/RIMA. http://renoveconsultoriaeengenharia.com/site/wp-content/uploads/2014/09/licenciamento-ambiental_7.jpg LICENÇA DE INSTALAÇÃO – LI Uma vez detalhado o projeto inicial e definidas as medidas de proteção ambiental, deve ser requerida a Licença de Instalação (LI), cuja concessão autoriza o início da construção do empreendimento e a instalação dos equipamentos. A execução do projeto deve ser feita conforme o modelo apresentado. Qualquer alteração na planta ou nos sistemas instalados deve ser formalmente enviada ao órgão licenciador para avaliação. http://renoveconsultoriaeengenharia.com/site/wp-content/uploads/2014/09/licenciamento-ambiental_7.jpg LICENÇA DE OPERAÇÃO – LO A Licença de Operação autoriza o funcionamento do empreendimento. Essa deve ser requerida quando a empresa estiver edificada e após a verificação da eficácia das medidas de controle ambiental estabelecidas nas condicionantes das licenças anteriores. Nas restrições da LO, estão determinados os métodos de controle e as condições de operação. Nos casos em que a empresa já opera e não tem LP ou LI, como pode ser licenciada? Procure o órgão licenciador e exponha a situação. Dependendo das circunstâncias, geralmente o empresário será orientado a requerer a LO, visto que os propósitos da LP ou LI já não se aplicam mais neste caso. A LO, portanto, deverá ser requerida quando o empreendimento, ou sua ampliação, está instalado e pronto para operar (licenciamento preventivo) ou para regularizar a situação de atividades em operação (licenciamento corretivo). Para o licenciamento corretivo, a formalização do processo requer a apresentação conjunta de documentos, estudos e projetos previstos para as fases de LP, LI e LO. Normalmente é definido um prazo de adequação para a implantação do sistema de controle ambiental. Então, sempre que modificar ou implantar algo na empresa será necessário licenciá-la de novo? Mesmo que já possua a licença? Sim, mas somente da unidade a ser modificada ou implantada. No entanto é importante verificar se a licença já incluiu as unidades e instalações existentes ou previstas nas plantas utilizadas no licenciamento. Por isso, qualquer alteração deve ser comunicada ao órgão licenciador para a definição sobre a necessidade de licenciamento para a nova unidade ou instalação. A OBTENÇÃO DAS LICENÇAS AMBIENTAIS Passos para a obtenção da licença 1º passo: Identificação do tipo de licença ambiental a ser requerida. Qual a situação de seu empreendimento? http://renoveconsultoriaeengenharia.com/site/wp-content/uploads/2014/09/licenciamento-ambiental_7.jpg 2º passo: Identificação do órgão a quem solicitar a licença. Conforme detalhado na página 4, empreendimentos cujos os potenciais impactos ultrapassem os limites do Estado devem ser licenciados pelo IBAMA. No caso de empreendimentos cujos potenciais impactos ambientais sejam restritos aos limites do Estado, a competência para o Licenciamento é da FEEMA. Esse é o caso da grande maioria dos empreendimentos existentes em nosso país, por isso os próximos passos detalham o procedimento do órgão licenciador estadual. Caso o seu empreendimento deva ser licenciado pelo IBAMA, o procedimento é semelhante, e mais detalhes podem ser obtidos na Gerência Executiva do IBAMA no Rio de Janeiro (Praça XV de Novembro 42, 8o Andar ,Centro RJ. Telefone: 021 25061734 / 1735 / 1737 – www.ibama.gov.br ). 3º passo: Solicitação de requerimento e cadastro industrial disponibilizados pela FEEMA. Identificada a fase e, consequentemente, o tipo de licença, que será requerida, é necessário procurar o órgão licenciador e solicitar os formulários de requerimento adequados. Atualmente a FEEMA http://renoveconsultoriaeengenharia.com/site/wp-content/uploads/2014/09/licenciamento-ambiental_7.jpg http://www.ibama.gov.br/ disponibiliza o cadastro em seu portal na Internet no endereço http://www.feema.rj.gov.br . 4º passo: Coleta de dados e documentos Conforme o tamanho da empresa, a tipologia, o grau de risco e a fase de licenciamento poderá haver diferenciação em relação aos documentos e procedimentos exigidos. O quadro que se segue, obtido na Central de Atendimento da FEEMA, relaciona os principais documentos exigidos no licenciamento. 5º passo: Preenchimento do cadastro de atividade industrial O cadastro de atividade industrial é um documento com informações da empresa que O cadastro dispõe de orientações complementares em cada campo descreve a sua atividade contendo endereço, produto fabricado, fontes de abastecimento para facilitar a compreensão sobre os dados exigidos. de água, efluentes gerados, destino de resíduos e produtos estocados. Outros documentos tais como o levantamento de plantas e a descrição dos processos industriais deverão ser anexados ao cadastro de atividade industrial. Nesta ocasião já deverá estar paga a taxa referente aos custos do processo. Saiba que publicações também deverão ser realizadas no recebimento de cada licença e nos pedidos de renovação! Muitas empresas optam por contratar serviços de empresas ou profissionais especializados na área para a realização do licenciamento. Porém, nem todas dispõem de recursos para este serviço. Neste caso, não deixe que isso seja um empecilho, pois as suas dúvidas podem e devem ser esclarecidas pelo próprio órgão ambiental. 6º passo: Requerimento da licença - Abertura de processo Preenchido o cadastro industrial e anexados os devidos documentos, procure a Central de Atendimento (CA) da FEEMA para a abertura do processo http://www.feema.rj.gov.br/ http://www.feema.rj.gov.br/ de licenciamento ambiental de sua empresa. Os documentos serão conferidos e se estiverem corretos será iniciado o processo de licenciamento. 7º Passo: Publicação da abertura de processo A abertura do processo deverá ser publicada em jornal de circulação e no Diário Oficial do Rio de Janeiro pela empresa. Após realizada a publicação, faça um ofício e protocole junto com as publicações na FEEMA. Você terá 30 dias para efetuar este procedimento. http://www.terra.ig.ufu.br/sites/terra.ig.ufu.br/files/solucoes_ambientais.jpg Principais Documentos Exigidos no Licenciamento Ambiental • Memorial descritivo do processo industrial da empresa; legal; • Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo representante • Cópia do CPF e Identidade do representante legal que assinar o requerimento; • Cópias dos CPFs e Registros nos Conselhos de Classe dos profissionais responsáveis pelo projeto, construção e operação do empreendimento; http://www.terra.ig.ufu.br/sites/terra.ig.ufu.br/ • Cópias do CPF e Identidade de pessoa encarregada do contato entre a empresa e o órgão ambiental; • Cópias da Procuração, do CPFe da Identidade do procurador, quando houver; http://www.consultoriajob.com.br/images/img/licenciamento.jpg • Cópia da Ata da eleição da última diretoria, quando se tratar de sociedade anônima, ou contrato social registrado, quando se tratar de sociedade por cotas de responsabilidade limitada; • Cópia do CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; • Cópias do registro de propriedade do imóvel ou de certidão de aforamento ou cessão de uso; • Cópia da Certidão da Prefeitura indicando que o enquadramento do empreendimento está em conformidade com o a Lei de Zoneamento Municipal; • Cópia da Licença ambiental anterior, se houver; • Guia de Recolhimento (GR) do custo de Licença. A efetuação do pagamento e custo da taxa referente deverá ser orientada pelo órgão; http://www.consultoriajob.com.br/images/img/licenciamento.jpg • Planta de Localização do empreendimento. Poderá a empresa anexar cópia de mapas do Guia Rex ou outros mapas de ruas, indicando sua localização; • Croquis ou planta hidráulica, das tubulações que conduzem os despejos industriais, esgotos sanitários, águas de refrigeração, águas pluviais etc. A representação dessas tubulações deverão ser representadas com linhas em cores ou traços diferentes. https://encrypted- tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSdqtS4K_XdrWAyEcuxeS5XWPrWpKxSbc5vaaGG5HMcpXVDTyL0 PROCEDIMENTOS DA FEEMA / CECA Com o requerimento devidamente formalizado, o processo de licenciamento segue as etapas do trâmite interno da FEEMA. 1º procedimento: Análise dos documentos Após abertura do processo de requerimento de licença, a empresa aguarda a definição da FEEMA. Neste período, os técnicos da FEEMA analisam os documentos, os projetos e/ou estudos ambientais apresentados pela empresa. 2º procedimento: Vistoria técnica Durante o processo de licenciamento a empresa receberá a visita de técnicos da FEEMA para a verificação das condições do empreendimento. Esta vistoria avalia o atendimento às exigências realizadas pelo órgão ambiental e acompanha a execução das medidas de controle propostas pelas empresas em seus planos de ação. Em qualquer etapa do processo, outras exigências1 podem ser definidas. A FEEMA, com base nos resultados destes estudos, decide os itens ou parâmetros que devem ser ajustados, e se a implantação de métodos mais eficazes de controle ambiental é necessária. Neste caso a empresa receberá uma notificação definindo as exigências e seus prazos. 3º procedimento: Emissão do parecer técnico deferindo ou não a licença requerida Após o cumprimento de todas as exigências determinadas, a FEEMA emite um parecer técnico referente aos dados levantados durante o licenciamento. O parecer é encaminhado à presidência da FEEMA, para aprovação ou não da Licença Ambiental. E se a licença for aprovada é enviada à CECA para a solicitação da emissão. 4º procedimento: Emissão da licença Deferida a licença, os responsáveis pela empresa receberão uma comunicação e serão convocados a comparecer ao órgão a fim de formalizar o processo. 5º procedimento: Publicação A empresa deve publicar uma nota sobre o recebimento da licença no Diário Oficial do Estado e em um periódico regional (ou local) de grande circulação. Recomendações Após a publicação, a empresa estará devidamente licenciada. Para assegurar a manutenção de sua licença, seguem algumas recomendações, que merecem muita atenção: Observe as restrições da licença pois o não cumprimento destas poderá resultar no cancelamento da licença, além de outras sanções; • Atente para o prazo de validade da licença e lembre-se de pedir a renovação 120 dias antes do prazo de validade (CONAMA 237,1997); Para os casos de LP e LI não haverá renovação conforme descrito no quadro: Prazos de validade das licenças. Mantenha sempre disponível, no local onde a atividade está sendo exercida, uma cópia autenticada da licença a fim de evitar problemas com a fiscalização; Qualquer ampliação ou modificação no processo industrial deve ser previamente comunicada à FEEMA; É importante controlar continuamente as condições de operação, pois, mesmo licenciada, a atividade não deve causar poluição ambiental. A empresa estará sujeita às sanções impostas pela legislação ambiental por qualquer impacto ambiental negativo decorrente da sua operação, mesmo após o encerramento das atividades. Quanto tempo demora o processo de licenciamento? (Qual o prazo para análise e deferimento de licença?) Este prazo é estabelecido no Art. 14◦ da Resolução CONAMA 237/97 abaixo: “O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses”. Acompanhamento das Licenças Após a emissão da licença ambiental a empresa entrará em fase de acompanhamento da operação em que órgãos ambientais poderão fazer vistorias regulares a fim de verificar o cumprimento das exigências estabelecidas na licença. Sendo assim, suspender os métodos de controle de poluição ambiental constitui uma infração passível de autuação, de multas, do cancelamento da licença e da interdição da atividade. Prazos de validade das Licenças Ambientais O prazo de validade de cada licença varia de atividade para atividade de acordo com a tipologia, a situação ambiental da área onde está instalada, e outros fatores. O órgão ambiental estabelece os prazos e os especifica na licença de acordo com os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA 237/97, resumidos abaixo: Renovação de LO A LP e a LI poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos na tabela anterior. No caso da LO, deve-se requerer a renovação até 120 dias antes do término da validade dessa Licença. A licença pode ser cancelada? Quando isso acontece? Sim. A qualquer momento a licença poderá ser cancelada, bastando para isso que a fiscalização ambiental constate irregularidades do tipo: • Falsa descrição de informações nos documentos exigidos pelo órgão ambiental para a concessão da licença; • Graves riscos ambientais ou à saúde; • Alteração do processo industrial sem que o órgão ambiental seja informado; entre outras. Que tipo de custos eu terei no processo de licenciamento? Todos os custos envolvidos nas diversas etapas do licenciamento são de responsabilidade da empresa. Os principais custos serão referentes às atividades de: •Recolhimento da taxa referente a cada licença expedida; •Coletas de dados e informações pertinentes; •Análises, se necessárias; •Estudo de avaliação de impacto ambiental, dependendo da licença; •Implantação de medidas preventivas e/ou corretivas aos impactos negativos; •Acompanhamento e monitoramento dos impactos; •Publicações das licenças; Depois de pedir a Licença, como acompanhar o processo? Existem algumas formas de acompanharmos o andamento dos processos: pelo setor de protocolo da FEEMA; pelo site da FEEMA (http://www.feema.rj.gov.br/licenciamento ambiental.htm). ECONÔMIA RELACIONADA AO MEIO AMBIENTE Os avanços ocorridos na área ambiental quanto aos instrumentos técnicos, políticos e legais, principais atributos para aconstrução da estrutura de uma política de meio ambiente, são inegáveis e inquestionáveis. Nos últimos anos, saltos quantitativos foram dados, em especial no que se refere à consolidação de práticas e formulação de diretrizes que tratam a questão ambiental de forma sistêmica e integrada. http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2012/05/licenciamento_ambiental_img2.jpg Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento, e o programa será atendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social equitativo e equilíbrio ecológico. Meyer (2000) enfoca que, para esta ótica, o conceito de desenvolvimento sustentável apresenta pontos básicos que devem considerar, de maneira harmônica, o crescimento econômico, maior percepção com os resultados sociais decorrentes e equilíbrio ecológico na utilização dos recursos naturais. http://www.feema.rj.gov.br/licenciamento http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2012/05/licenciamento_ambiental_img2.jpg Assume-se que as reservas naturais são finitas, e que as soluções ocorrem através de tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender às necessidades básicas usando o princípio da reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haverá uma maior descentralização, que a pequena escala será prioritária, que haverá uma maior participação dos segmentos sociais envolvidos, e que haverá recalescência de estruturas democráticas. A forma de viabilizar com equilíbrio todas essas características é o grande desafio a enfrentar nestes tempos. http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/fiquePorDentro/temas/licenciamento-ambiental-out- 2015/Licenciamentoambiental2.jpg Neste sentido, Donaire (1999) diz que o retorno do investimento, antes, entendido simplesmente como lucro e enriquecimento de seus acionistas, ora em diante, passa, fundamentalmente, pela contribuição e criação de um mundo sustentável. Estes processos de produção de conhecimento têm oportunizado o desabrochar de práticas positivas e proativas, que sinalizam o desabrochar de métodos e de experiências que comprovam, mesmo que em um nível ainda pouco disseminado, a possibilidade de fazer acontecer e tornar real o novo, necessário e irreversível, caminho de mudanças. http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/fiquePorDentro/temas/licenciamento-ambiental-out- Isto é corroborado por Souza (1993), ao dizer que as estratégias de marketing ecológico, adotadas pela maioria das empresas, visam a melhoria de imagem tanto da empresa quanto de seus produtos, através da criação de novos produtos verdes e de ações voltadas pela proteção ambiental. Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico que a alta administração das organizações deve analisar. Neste contexto, as organizações deverão, incorporar a variável ambiental no aspecto de seus cenários e na tomada de decisão, mantendo com isso uma postura responsável de respeito à questão ambiental. Empresas experientes identificam resultados econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental. Estes resultados não se viabilizam de imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e organizados todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização para que ela possa atingir o conceito de excelência ambiental, trazendo com isso vantagem competitiva. Os dez passos necessários para a excelência ambiental segundo Elkington & Burke, apud Donaire (1999) são os seguintes: "1 - Desenvolva e publique uma política ambiental. 2 - Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos. 3 - Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal administrativo (linha de assessoria). 4 - Divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as responsabilidades. 5 - Obtenha recursos adequados. 6 - Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade. 7 - Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios. 8 - Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental. 9 - Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental. 10 - Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa, consumidores, comunidade, acionistas etc." A primeira dúvida que surge quando considerarmos a questão ambiental do ponto de vista empresarial é sobre o aspecto econômico. Qualquer providência que venha a ser tomada em relação à variável ambiental, a ideia é de que aumenta as despesas e o consequente acréscimo dos custos do processo produtivo. Donaire (1999) refere que "algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo não sendo uma organização que atua no chamado 'mercado verde', desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas que possam transformar as restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócios”. http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2011/04/img_meio_ambiente.jpg A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DA EMPRESA Ecologia e empresa eram considerados dois conceitos e realidades inconexas. A ecologia é à parte da biologia que estuda a relação entre os organismos vivos e seu ambiente. Dessa forma a ecologia é entendida como uma ciência específica dos naturalistas, distanciada da visão da Ciência Econômica e Empresarial. Para a empresa o meio ambiente que estuda ecologia constitui simplesmente o suporte físico que fornece a empresa os http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2011/04/img_meio_ambiente.jpg recursos necessários para desenvolver sua atividade produtiva e o receptor de resíduos que se geram. Alguns setores já assumiram tais compromissos com o novo modelo de desenvolvimento, ao incorporarem nos modelos de gestão a dimensão ambiental. A gestão de qualidade empresarial passa pela obrigatoriedade de que sejam implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais, as fontes de matérias-primas, as potencialidades do quadro humano criativo, as comunidades locais e devem iniciar o novo ciclo, onde a cultura do descartável e do desperdício sejam coisas do passado. Atividades de reciclagem, incentivo à diminuição do consumo, controle de resíduo, capacitação permanentes dos quadros profissionais, em diferentes níveis e escalas de conhecimento, fomento ao trabalho em equipe e às ações criativas são desafios-chave neste novo cenário. A nova consciência ambiental, surgida no bojo das transformações culturais que ocorreram nas décadas de 60 e 70, ganhou dimensão e situou o meio ambiente como um dos princípios fundamentais do homem moderno. Nos anos 80s, os gastos com proteção ambiental começaram a ser vistos pelas empresas líderes não primordialmente como custos, mas como investimentos no futuro e, paradoxalmente, como vantagem competitiva. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos da organização moderna amplia substancialmente todo o conceito de administração. Administradores, executivos e empresários introduziram em suas empresas programas de reciclagem, medidas para poupar energia e outras inovações ecológicas. Essas práticas difundiram-se rapidamente, e em breve vários pioneiros dos negócios desenvolveram sistemas abrangentes de administração de cunho ecológico. Para se entender a relação entre a empresa e o meio ambiente tem que se aceitar, como estabelece a teoria de sistemas, que a empresa é um sistema aberto. Sem dúvida nenhuma, as interpretações tradicionais da teoria da empresa como sistema tem incorrido em uma certavisão parcial dos efeitos da empresa geral e em seu entorno. A empresa é um sistema aberto porque está formado por um conjunto de elementos relacionados entre si, porque gera bens e serviços, empregos, dividendos, porém também consome recursos naturais escassos e gera contaminação e resíduos. Por isto é necessário que a economia da empresa defina uma visão mais ampla da empresa como um sistema aberto. Neste sentido Callenbach (1993), diz que é possível que os investidores e acionistas usem cada vez mais a sustentabilidade ecológica, no lugar da estrita rentabilidade, como critério para avaliar o posicionamento estratégico de longo prazo das empresas. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Em 1983, a ONU cria a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento como um organismo independente. Em 1987, a comissão sobre a presidência de Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega, materializa um dos mais importantes documentos do nosso tempo – o relatório Nosso Futuro Comum, responsável pelas primeiras conceituações oficiais, formais e sistematizadas sobre o desenvolvimento sustentável - ideia-mestra do relatório. O segundo capítulo – “Em busca do desenvolvimento sustentável” – o relatório define o desenvolvimento sustentável com sendo “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. Ele contém dois conceitos-chave: o de “necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade”; e “a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras”. Em 1992 no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, reconheceu-se à importância de assumir a ideia de sustentabilidade em qualquer programa ou atividade de desenvolvimento. Nesse aspecto as empresas têm um papel extremamente relevante. Através de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à ideia de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente. Neste novo paradigma, Almeida (2002) diz que a ideia é de integração e interação, propondo uma nova maneira de olhar e transformar o mundo, baseada no diálogo entre saberes e conhecimentos diversos. No mundo sustentável, uma atividade – a econômica, por exemplo – não pode ser pensada ou praticada em separado, porque tudo está inter-relacionado, em permanente diálogo. Abaixo tem-se as diferenças entre o velho e o novo paradigmas: Quadro 1 – Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade Cartesiano Sustentável Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas Ética integrada ao cotidiano Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo Seres humanos e ecossistemas separados, em uma relação de dominação Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em uma relação de sinergia Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo Relação linear de causa e efeito Relação não’linear de causa e efeito Natureza entendida como descontínua, o todo formado pela soma das partes Natureza entendida como um conjunto de sistemas inter- relacionados, o todo maior que a soma das partes Bem-estar avaliado por relação Bem-estar avaliado pela de poder (dinheiro, influência, recursos) qualidade das inter-relações entre os sistemas ambientais e sociais Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida) Análise Síntese Centralização de poder Descentralização de poder Especialização Transdisciplinaridade Ênfase na competição Ênfase na cooperação Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela sustentabilidade Fonte: Almeida (2002). Os empresários neste novo papel, tornam-se cada vez mais aptos a compreender e participar das mudanças estruturais na relação de forças nas áreas ambiental, econômica e social. Também, em sua grande parte, já decidiram que não querem ter mais passivo ambiental. Além disso, desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e política que considere o desenvolvimento como um processo de mudança social, com consequente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição equitativa dos custos e benefícios do desenvolvimento. Camargo, apud Novaes (2002), diz que nos últimos dois séculos têm vivido sob a tríade da liberdade, da igualdade e da fraternidade. À medida que caminhamos para o século XXI, precisamos tomar como inspiração os quatros valores da liberdade, da igualdade, da fraternidade e da sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável, além de equidade social e equilíbrio ecológico, segundo Donaire (1999), apresenta, como terceira vertente principal, a questão do desenvolvimento econômico. Induz um espírito de responsabilidade comum como processo de mudança no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento, e o progresso será entendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social equitativo e equilíbrio ecológico. Sachs apud Campos (2001) apresenta cinco dimensões do que se pode chamar desenvolvimento sustentável: - A sustentabilidade social – que se entende como a criação de um processo de desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres. - A sustentabilidade econômica – que deve ser alcançada através do gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados. - A sustentabilidade ecológica – que pode ser alcançada através do aumento da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e de poluição, através da conservação de energia, de recursos e da reciclagem. - A sustentabilidade espacial – que deve ser dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas. - A sustentabilidade cultural – incluindo a procura por raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área. A busca de sustentabilidade é um processo, sendo a própria construção do conceito uma tarefa ainda em andamento e muito longe do fim. Alguns resultados práticos já podem ser reconhecidos e celebrados como argumenta Almeida (2002), que entre julho de 1996 e julho de 2001, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade ultrapassou com folga o Índice Dow Jones Geral: 18,4% para o primeiro, contra 14,8% para o segundo. O Índice Dow Jones de Sustentabilidade reflete a lucratividade das ações das 312 empresas com melhor desempenho sócio ambiental, dentre as cerca de três mil que compõem o Índice Dow Jones Geral, principal índice bolsistado mundo. Hoje, a principal ferramenta de escolha de ações de empresas com responsabilidade social e ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, em inglês Dow Jones Sustainability Group Index). O DJSI foi lançado em setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos da Suíça especializada em empresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental. O índice é formado por 312 ações de empresas de 26 países e quatro brasileiras integram a lista: Itaú, Unibancos, Embraer e Cemig. http://www.fasar.edu.br/imagens/pos_gestao_ambiental.jpg Os índices de sustentabilidade fornecem marcas de nível objetivas para os produtos financeiros que são ligados aos critérios econômicos, ambientais e sociais. Oferecem uma linha de base do desempenho como uma marca de nível e universo do investimento para o número crescente de fundos mútuos, de certificados e de outros veículos de investimento que são baseados no conceito de sustentabilidade. As empresas que integram a lista do DJSI tem vários benefícios como: Reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social. Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como legisladores, clientes e empregados (por exemplo conduzir a uma lealdade melhor do cliente e do empregado). Benefício financeiro crescente pelos investimentos baseados no índice. http://www.fasar.edu.br/imagens/pos_gestao_ambiental.jpg Os resultados altamente visíveis, internos e externos à companhia, como todos os componentes são anunciados publicamente pelo Boletim do Índice e a companhias são intituladas a usar “membro da etiqueta oficial de DJSI”. Verifica-se, portanto, que as empresas estão cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delas têm ganhado econômico e maior durabilidade a longo prazo, ou seja, o risco do investidor é menor. http://quanthus.com.br/wp-content/uploads/2015/07/14.07.2015-C.jpg O Jornal Valor Econômico de 07 de março de 2003, trouxe a seguinte manchete : “Sustentabilidade entra na pauta das multinacionais, que diz: Presidentes e diretores de multinacionais e de grandes grupos brasileiros participaram segunda-feira dia 10 de março de 2003, no Rio, da reunião executiva do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês). A entidade, que representa 169 grupos com faturamento anual de US$ 6 trilhões, discutiu os caminhos do desenvolvimento sustentável, abordando temas como pobreza, recursos naturais, inovação tecnológica e biotecnologia. O vice-presidente da República, José Alencar, participou de um seminário durante o encontro. Fernando Almeida, diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS, http://quanthus.com.br/wp-content/uploads/2015/07/14.07.2015-C.jpg equivalente nacional do WBCSD), disse que na reunião o Brasil poderá se tornar o primeiro caso do projeto-piloto Sobrevivência Sustentável. Criado pelo WBCSD, o projeto tem o objetivo de desenvolver atividades em áreas de baixa renda, oferecendo condições para que essas regiões se desenvolvam conforme o conceito de sustentabilidade. Almeida previu que os líderes empresariais reunidos no Rio poderão apoiar a iniciativa de transformar o Brasil no primeiro "case" do Sobrevivência Sustentável. A ideia é começar com dois projetos-piloto, um na caatinga e outro na região Noroeste do estado do Rio. Segundo ele, os temas discutidos pelo WBCSD, como clima e energia, acesso a água, biodiversidade, inovação e tecnologia, valem também para os 42 conselhos nacionais (por país), que reúnem cerca de mil empresas. Há ainda projetos setoriais discutidos pelo conselho, como florestas, mineração, cimento e setores elétrico e financeiro. GESTÃO AMBIENTAL – O NOVO MODELO Gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de uma empresa, que desenvolve e implanta as políticas e estratégias ambientais. Diversas organizações empresariais estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. Além dessa ferramenta, a problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente, por meio de sistemas de gestão ambiental, da busca pelo desenvolvimento sustentável, da análise do ciclo de vida dos produtos e da questão dos passivos ambientais. Para Meyer (2000), a gestão ambiental é apresentada da seguinte forma: objeto de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras. Meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ação viáveis técnica e economicamente, com prioridades perfeitamente definidas. instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições, subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e conscientização. base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para os problemas que forem detectados. Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão ambiental deve, inevitavelmente, passar por uma mudança em sua cultura empresarial; por uma revisão de seus paradigmas. Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado com uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. De acordo com Macedo (1994), se uma unidade produtiva, ao ser planejada, atender a todos os quesitos apresentados na tabela acima, através de ferramentas e procedimentos adequados, certamente ela atenderá a todas as requisições existentes relativas à qualidade ambiental. O mesmo autor subdivide a gestão ambiental em quatro níveis: Gestão de Processos – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental de todas as atividades, máquinas e equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matérias primas, recursos humanos, recursos logísticos, tecnologias e serviços de terceiros. Gestão de Resultados – envolvendo a avaliação da qualidade ambiental dos processos de produção, através de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, odores, ruídos, vibrações e iluminação. Gestão de Sustentabilidade (Ambiental) – envolvendo a avaliação da capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos processos produtivos que nele são realizados e que o afetam, através da monitoração sistemática da qualidade do ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano. Gestão do Plano Ambiental – envolvendo a avaliação sistemática e permanente de todos os elementos constituintes do plano de gestão ambiental elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o em função do desempenho ambiental alcançado pela organização. Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental e o processo decisório. São aplicados a todas as fases dos empreendimentos e poder ser: preventivos, corretivos, de remediação e proativos, dependendo da fase em que são implementados. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A SUSTENTABILIDADE O Brasil vem buscando, por meio de políticas públicas claras, incentivar a criação de instrumentos que promovam o envolvimento de empresas e da sociedade no trabalho de constituição de um sistema sustentável, principalmente do ponto de vista das mudanças de atitude. Muito disso é resultado das necessidadesindicadas pela iniciativa privada. Um exemplo de medida eficiente é transformar em regras as boas práticas empresariais, nas suas diversas searas – seja no modo de produção, seja na substituição de recursos naturais –, consolidando-as como padrão geral. E os meios que podem ser utilizados para transformar boas práticas em normas são a regulamentação pública e a autorregulação setorial, muitas vezes utilizadas conjuntamente. Nesse sentido, a indução de políticas públicas utilizaria as organizações já comprometidas com pelo menos parte das mudanças necessárias como apoio ao engajamento do mercado em que estão inseridas, provocando ações estruturais que resultariam em alterações relevantes nos perfis da produção, do consumo e da distribuição de renda. Considerando um objetivo mais abrangente, a adoção de políticas públicas representa ampliar o leque contributivo das ferramentas já criadas pelas próprias empresas para promover avanços concretos na implantação de uma nova economia, equilibrando o patamar das práticas de Responsabilidade Social Empresarial. Além disso, as políticas públicas devem prever que práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, que já produzem algum resultado, devem ser identificadas e reconhecidas, de forma que o ciclo de investimentos e de desenvolvimento de ações positivas permaneça sempre em atividade. Políticas públicas são ações governamentais no nível federal, estadual e municipal com objetivo de desenvolver o bem coletivo. No caso ambiental incentivam um desenvolvimento sustentável com menor impacto ao meio ambiente. As políticas públicas podem ser desenvolvidas em parcerias do governo com a sociedade, através de ONGs e mais recentemente com a iniciativa privada. As leis de incentivos são uma prova disso. Cabe ao Estado propor ações preventivas diante de situações de risco à sociedade por meio de políticas públicas. No caso da questão ambiental, os interesses são diversos, e com uma extensa pauta, o governo segue regulando, criando leis e fiscalizando. Nem sempre, a política e a urgência da questão ambiental andam no mesmo compasso. Haja visto a nossa Política Nacional de Resíduos Sólidos que tramitou 19 anos antes de ser aprovada recentemente pelo Congresso. Mas, este é apenas um dos temas de interesse difuso em pauta. No Brasil, a devastação da biodiversidade, como consequência direta da devastação de seus recursos naturais, em geral, não foge ao que se vê no mundo como um todo: segundo dados do GEO Brasil 2002, analisando os dados da área total de florestas naturais remanescentes no Brasil, com os dados da população obtidos na contagem de 1996 do Censo 2001 do IBGE, visualizamos a baixíssima estimativa da superfície florestal por pessoa na Região Sudeste que é de 0,30 há por habitante. A taxa de extinção de vertebrados e plantas vasculares é de 50 a 100 vezes maior do que a taxa natural de extinção esperada, podendo chegar a 10 mil vezes. Por estas questões levantadas e com a assinatura da Convenção sobre Diversidade Biológica em 1992, no Rio de Janeiro, e posterior ratificação pelo Congresso Nacional, o Brasil viu-se obrigado a adotar medidas que visassem à conservação e uso sustentável da biodiversidade, e a repartição justa e equitativa dos benefícios de sua utilização ou dos conhecimentos tradicionais associados. O órgão brasileiro responsável pela adoção destas medidas é o Ministério do Meio Ambiente, o qual atua através de sua Diretoria do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade, desenvolvendo projetos que contam com recursos do Tesouro Nacional e de entidades internacionais como o Fundo para o Meio Ambiente Mundial. Visando à implementação da CDB, o governo brasileiro criou o Programa Nacional da Diversidade Biológica, ou PRONABIO, por meio do Decreto n 1.354, de 29 de dezembro de 1994, e iniciou negociações com o Fundo para o Meio Ambiente Mundial - GEF para receber recursos de doação para criação de um projeto que apoiasse este programa. Tal decreto criou também sua Comissão Coordenadora com a finalidade de coordenar, acompanhar e avaliar as ações do PRONABIO. Em virtude da assinatura do Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, que instituiu a chamada Política Nacional da Biodiversidade, o PRONABIO teve de ser modificado para atender a novos princípios e diretrizes. A Política Nacional da Biodiversidade, instituída por decreto, estabeleceu princípios e diretrizes norteadores das ações de conservação, adotando, em geral, aqueles estabelecidos na Convenção sobre Diversidade Biológica e na Declaração do Rio, ambas de 1992, na Constituição e na legislação nacional vigente sobre a matéria. Tem como objetivo geral a promoção, de forma integrada, da conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos. A Política Nacional da Biodiversidade é constituída por cinco elementos, e respectivos objetivos específicos, sendo que tais componentes devem ser considerados como eixos temáticos que orientarão as etapas de desenvolvimento desta política. São esses componentes (i) o conhecimento da biodiversidade, (ii) a conservação da biodiversidade, (iii) utilização sustentável dos componentes da biodiversidade, (iv) monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de impactos sobre a biodiversidade e (v) acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados e repartição de benefícios. Com a assinatura de um acordo de doação entre o governo brasileiro e o BIRD, com vigência até dezembro de 2005, foi possível o repasse de verbas para a execução do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO. Tal projeto é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, o qual como gestor administrativo contrata os subprojetos e libera recursos. O PROBIO, que tem por objetivo identificar ações prioritárias, através do estímulo de subprojetos que promovam parcerias entre os setores público e privado, gerando e divulgando informações e conhecimentos sobre o tema, é o mecanismo de auxílio técnico e financeiro na implementação do PRONABIO. A Secretaria de Biodiversidade e Florestas, uma das cinco secretarias do Ministério do Meio Ambiente, procura atuar de forma temática, ou seja, focando suas ações nos grandes temas que, juntos, compõem o que poderia ser entendido como conservação da biodiversidade. Desta forma, atualiza listas de espécies silvestres ameaçadas de extinção e estabelece regras para seu manejo assim como de espécies exóticas invasoras e polinizadores, elabora diagnósticos e indicadores sensíveis de mudanças climáticas, fomenta o conhecimento de plantas medicinais e aquelas conhecidas como do futuro. Através de sua Diretoria do Programa Nacional de Áreas Protegidas, procura atuar também de forma temática, e hoje há um grande esforço no sentido da elaboração de um Plano Nacional de Áreas Protegidas, o qual abarcaria questões como unidades de conservação, terras indígenas, áreas quilombolas, áreas de preservação permanente e reservas legais. Por outro lado, através da sua Diretoria de Conservação da Biodiversidade, a Secretaria procura atuar nos diversos biomas brasileiros, identificando e avaliando as áreas e ações prioritárias para conservação e utilização sustentável de seus recursos. Ainda no âmbito dos biomas, realizou workshops, com a participação do setor acadêmico, setor empresarial, ONGs ambientalistas e movimentos sociais. Graças a essas ações conduzidas pela Diretoria de Conservação da Biodiversidade,foi publicado um mapa das áreas prioritárias para atuação do Ministério e suas autarquias vinculadas, todas essas ações visando à conservação da biodiversidade. Por fim, deve-se salientar que o Decreto nº 4.703, de 21 de maio de 2003, modificou a estrutura do PRONABIO, ampliando seu escopo, suas atribuições e a representação de sua Comissão Coordenadora, que passou a ser denominada Comissão Nacional da Biodiversidade. Uma das principais mudanças que o novo decreto trouxe foi à inclusão, na Comissão Nacional da Biodiversidade, de representações dos povos indígenas, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA). Todas as ações do PRONABIO devem ser aprovadas pela Comissão Nacional de Biodiversidade – CONABIO, segundo o artigo o artigo 6º, do Decreto nº 4.703/2003. Compete a esta Comissão promover a implementação dos compromissos assumidos pelo Brasil junto à CDB, bem como identificar e propor áreas e ações prioritárias para a conservação e uso sustentável dos componentes da biodiversidade. REFERENCIAIS BIBLIOGRAFICOS BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009. BENJAMIN, Antônio Herman V. Manual Prático da Promotoria de Justiça de Meio Ambiente. São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo: Ministério Público do Estado de São Paulo, 2005. 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