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SUMÁRIO 1. A SÉRIE ISO 14000 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) ........... 3 2. DESAFIO AMBIENTAL ................................................................................ 4 3. ALGUNS PASSOS NECESSÁRIOS PARA ENFRENTAR O DESAFIO AMBIENTAL: ...................................................................................................... 6 4. BENEFÍCIOS QUE PODERÃO SER ALCANÇADOS.................................. 7 5. DESEMPENHO AMBIENTAL NA EMPRESA .............................................. 9 6. AUDITORIA AMBIENTAL .......................................................................... 12 7. FORMAS DE AUDITORIAS AMBIENTAIS ................................................ 13 8. VANTAGENS DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS ....................................... 14 9. APLICAÇÃO DA AUDITORIA .................................................................... 15 10. LICENÇAS AMBIENTAIS ....................................................................... 17 11. LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) ............................................................ 20 12. LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) ............................................................. 21 13. ÓRGÃOS PÚBLICOS AMBIENTAIS ...................................................... 22 14. ÓRGÃOS AMBIENTAIS RESPONSÁVEIS PELAS LICENÇAS ............. 23 15. PERÍCIA AMBIENTAL ............................................................................ 24 16. CONFECÇÃO DO LAUDO DO DANO AMBIENTAL .............................. 26 17. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 28 18. GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................... 34 19. LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................. 38 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................... 46 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 52 1. A SÉRIE ISO 14000 – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) Fonte: meioambiente.culturamix.com A série ISO 14000 foi escrita pelo Comitê Técnico 207 (TC 207), criado pela Organização Internacional de Normalização – ISO. Onde define os elementos de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental), a auditoria de um SGA, a avaliação do desempenho ambiental, a rotulagem ambiental e a análise de ciclo de vida. Para a obtenção e manutenção do certificado ISO 14001 a organização tem que se submeter à auditoria periódica, realizada por uma empresa certificadora, credenciada e reconhecida tanto pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial), no caso do Brasil, quanto por outros organismos internacionais. Nesta auditoria são verificados os cumprimentos de requisitos como: a) cumprimento da legislação ambiental; b) diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de suas atividades; c) procedimentos padrão e planos de ação para eliminar ou diminuir os impactos ambientais; d) pessoal devidamente treinado e qualificado; e) entre outros. A norma tem como foco a melhoria contínua, onde a implantação do SGA ISO 14001 segue a metodologia PDCA (Plan, Do, Check, Act), que em português podemos traduzir por Planejar, Implementar, Verificar e Analisar criticamente. É observado que o Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 apoia-se num ciclo de melhoria contínua, que contém as cinco partes: Política Ambiental, Planejamento, Implementação e operação, Verificação e ação corretiva e Análise crítica pela administração. Já relatadas na apostila sistema de gestão ambiental. 2. DESAFIO AMBIENTAL Fonte: www.plusformacion.com Muitas pressões econômicas e sociais estão forçando as organizações a responder ao desafio ambiental. Senão vejamos: 1) Observância da lei. A quantidade e o rigor crescentes de leis e regulamentos. 2) Multas e Custos Punitivos. As multas por não-observância e os custos associados às respostas a acidentes e desastres aumentam em número e frequência. 3) Culpabilidade Pessoal e Prisão. Indivíduos estão sendo multados e ameaçados de prisão por violar as leis ambientais, e mais e mais dessas leis são votadas e regulamentadas. 4) Organizações Ativistas Ambientais. Tem havido uma proliferação desses grupos e suas agendas reformadoras, em nível internacional, nacional, estadual e local. 5) Cidadania despertada. Os cidadãos estão ficando informados através da mídia e de fontes mais substanciais e estão buscando uma série de canais pelos quais possam expressar seus desejos ao mundo empresarial. (Por ex., você, aqui, agora). 6) Sociedades, Coalizões e Associações. Associações de classe, associações de comércio e várias coalizões estão fazendo pronunciamentos e dando início a programas que possam influenciar um comportamento empresarial voltado ao meio ambiente. 7) Códigos Internacionais pelo Desempenho Ambiental. São muitas pressões globais para o desempenho ambiental responsável. 8) Investidores Ambientalmente Conscientes. As organizações estão reconhecendo que seu desempenho ambiental e seus potenciais riscos financeiros decorrentes de um desempenho fraco (multas, custos de despoluição e custas de processos) determinarão o quão atraentes serão suas ações para investidores. 9) Preferência do Consumidor. Os consumidores estão buscando práticas ecológicas e produtos verdes, e a resposta das organizações deve ir além de puras campanhas maciças de propaganda verde. 10) Mercados Globais. A concorrência internacional existe no contexto de uma enorme gama de leis ambientais que não mais permitirão que empresas de países desenvolvidos exportem sua poluição para países em desenvolvimento. 11) Concorrência. A pressão que se coloca provém daquelas empresas que estão adotando o desempenho sustentável e melhorando suas posições competitivas. 12) Outras Pressões. Primeiro, o pessoal qualificado vai cada vez mais preferir trabalhar em organizações com bons históricos ambientais. Segundo, no futuro, a determinação do "preço de custo total" vai requerer que as empresas reflitam nos preços dos produtos e serviços não só os custos de produção e entrega como também os custos totais da degradação ambiental associada àqueles produtos e serviços. 3. ALGUNS PASSOS NECESSÁRIOS PARA ENFRENTAR O DESAFIO AMBIENTAL: Fonte: www.kxiso9000.com 1) Desenvolva e publique uma política ambiental. 2) Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos. 3) Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal administrativo (Linha ou Assessoria). 4) Divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as responsabilidades. 5) Obtenha recursos adequados. 6) Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade. 7) Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios. 8) Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental. 9) Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e desenvolvimento aplicada à área ambiental. 10) Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa, consumidores, comunidade, acionistas etc. 11) Aceite primeiro o desafio ambiental antes que seus concorrentes o façam. 12) Seja responsável em relação ao meio ambiente e torne isso conhecido. Demonstre aos clientes, fornecedores, governo e comunidade que a empresa leva as questões ambientais a sério e que desenvolve práticas ambientais de forma eficiente. 13) Utilize formas de prevenir a poluição. Ser considerada uma empresa amigável ao ambiente, especialmente se ela supera as regulamentações exigidas, propicia vantagens de imagem em relação aos concorrentes, consumidores, comunidade e órgãos governamentais.Fonte: www.calidad-gestion.com 14) Ganhe o comprometimento do pessoal. Com o crescimento da preocupação ambiental, as pessoas não querem trabalhar em organizações consideradas como poluidoras do meio ambiente. Ter empregados interessados, dedicados e comprometidos depende também de uma imagem institucional positiva. 4. BENEFÍCIOS QUE PODERÃO SER ALCANÇADOS Fonte: inst.sitesustentavel.com.br 1) Economias devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos. 2) Economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos. 3) Redução de multas e penalidades por poluição. 4) Aumento da contribuição marginal de "produtos verdes" que podem ser vendidos a preços mais altos. 5) Aumento da participação no mercado devido a inovação dos produtos e menos concorrência. 6) Linha de novos produtos para novos mercados. 7) Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. 8) Melhoria da imagem institucional. 9) Renovação de produtos. 10) Aumento da produtividade. 11) Alto comprometimento do pessoal. 12) Melhoria nas relações de trabalho. 13) Melhoria e criatividade para novos desafios. 14) Melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. 15) Acesso assegurado ao mercado externo. 16) Melhor adequação aos padrões ambientais. 5. DESEMPENHO AMBIENTAL NA EMPRESA Desempenho ambiental consiste nos “resultados obtidos com a gestão dos aspectos ambientais da empresa”. Ou seja, resultados obtidos na gestão das atividades, produtos e serviços da empresa que podem interagir com o meio ambiente. Empresas comprometidas com a conquista da melhoria contínua do seu desempenho ambiental, buscam continuamente soluções para três questões fundamentais: a. ONDE ESTAMOS? A realização de uma primeira avaliação ambiental permitirá que a empresa responda a esta questão. Esta avaliação deverá abranger a comparação do desempenho ambiental da empresa com padrões, normas, códigos e princípios externos já estabelecidos. Deverão ser avaliados, também, os procedimentos, as políticas e as práticas de gestão ambiental já implementadas na empresa. As exigências de mercado e os padrões ambientais mais elevados, atingidos por algumas empresas do setor, são importantes parâmetros para esta avaliação. Da mesma forma, os diversos códigos de lideranças empresariais. Ao avaliar o potencial para vantagem competitiva de cada um desses códigos, será fácil perceber que o atendimento à legislação e aos padrões legais não são mais suficientes para garantir um diferencial competitivo às empresas ou regiões. É fundamental o comprometimento das lideranças com a melhoria do desempenho ambiental. Como mobilizar a empresa: Fonte: cdn1.mundodastribos.com Promova reuniões internas. Discuta o assunto com demais membros da empresa(gerentes). Realize seminários. Convide à participação de outras empresas conforme seu interesse. Estimule a participação da empresa em eventos, seminários e reuniões externas sobre o assunto. Promova o acesso da sua empresa a informações ambientais (como por exemplo revistas especializadas) e divulgue-as. Envolva todos os membros da empresa em ações de endomarketing (campanhas internas e eventos de sensibilização à questão ambiental). O status atual pode ser feito através de questionários de auto avaliação, será um primeiro passo para situar o estágio atual da empresa quanto à gestão ambiental. A avaliação inicial compreende, entre outras, as seguintes tarefas: Avaliação do grau de atendimento aos requisitos legais e suas principais pendências, assim como a outras exigências do órgão de controle. Identificação dos passivos ambientais da empresa. Avaliação da documentação existente na empresa, referente às questões ambientais. Avaliação dos procedimentos internamente adotados em ações ambientais. Avaliação dos programas de capacitação de mão-de-obra existentes (treinamento). Avaliação das práticas e procedimentos adotados na contratação de serviços e fornecedores externos. Registros de não conformidade e ações de controle. Interação com outros sistemas e programas internos de qualidade, de saúde e segurança. Avaliação das relações com a comunidade e outras partes interessadas. Na avaliação inicial é importante identificar os pontos fortes e as principais deficiências no desempenho ambiental da empresa, de forma a eleger prioridades. Técnicas de auditorias ambientais (incluindo a elaboração e aplicação de questionários e chec lists, além de entrevistas com o pessoal interno) são usadas na avaliação. A participação de pessoas qualificada, de fora da empresa, geralmente torna o processo mais produtivo e confiável, quer seja pela experiência específica, quer seja pela sua imparcialidade. Em alguns casos, recorre-se aos serviços de consultoria especializada. b. ONDE QUEREMOS CHEGAR? A política de meio ambiente da empresa é o seu “termo de compromisso ambiental”. Este compromisso está condicionado às metas globais da empresa, de acordo com seu porte, com as tendências ambientais do mercado em que atua, além das características peculiares à sua região de entorno. Os objetivos e as metas ambientais da empresa serão estabelecidos a partir da identificação das atividades, produtos e serviços da empresa que podem interagir com o meio ambiente, e dos respectivos impactos ambientais significativos associados. c. COMO CHEGAR LÁ? Fonte: meioambiente.culturamix.com A implementação de planos de ação e de programas de gestão específicos, associados ao treinamento e à conscientização dos empregados, possibilitam à empresa a conquista de objetivos e metas ambientais. A realização de avaliações ambientais periódicas permitirá o acompanhamento sistemático dos resultados das ações implementadas, assim como a correção dos eventuais desvios detectados, com o contínuo aperfeiçoamento de desempenho ambiental da empresa. 6. AUDITORIA AMBIENTAL A auditoria ambiental consiste em processo sistemático de inspeção, análise e avaliação das condições gerais ou especificas de uma determinada empresa em relação a fontes de poluição, eficiência dos sistemas de controle de poluentes, riscos ambientais, legislação ambiental, relacionamento da empresa com a comunidade e órgão de controle, ou ainda do desempenho ambiental da empresa. A auditoria ambiental tem como objetivo caracterizar a situação da empresa para fornecer um diagnóstico atual no que diz respeito a poluição do ar, águas e resíduos sólidos, favorecendo a definição das ações de controle e de gerenciamento que deverão ser tomadas para proporcionar a sua melhoria ambiental. A auditoria fornece recomendações de ações emergenciais, de curto, médio e longo prazo que deverão ser tomadas para proporcionar a melhoria ambiental da empresa. De forma sucinta, pode-se dizer que a auditoria ambiental compara resultados com expectativas ambientais. A realização de Auditorias Ambientais terá caráter compulsório quando for legalmente exigida por um órgão ambiental regulador. Quanto ao tipo, a Auditoria Ambiental poderá ser: a) INTERNA - como um instrumento de gestão ambiental da empresa, geralmente utilizadas a fim de identificar e analisar eventuais passivos ambientais. Passivo ambiental é o conjunto de dívidas reais ou potenciais que o homem, a empresa ou a propriedade possui com relação à natureza por estar em desconformidade com a legislação ou procedimentos ambientais propostos. b) EXTERNA - com o objetivo de se obter uma certificação ambiental. Concluindo, cada dia mais as empresas fazem uso dessa prática, não apenas para a prevenção ou saneamento de seus passivos ambientais, mas também com o objetivo da certificação que será umfator de decisão num mercado altamente competitivo. 7. FORMAS DE AUDITORIAS AMBIENTAIS Fonte: investidoresenegocios.files.wordpress.com A maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra forma de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria ambiental é a realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o que está faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do desempenho ambiental da empresa. Seguem algumas formas: a) Auditoria dos impactos ambientais: – Onde é feita uma avaliação dos impactos ambientais no ar, água, solo e comunidade de uma determinada unidade industrial ou de um determinado processo com objetivo de fornecer subsídios para ações de controle da poluição, visando a minimização destes impactos. b) Auditoria dos riscos ambientais: – Onde é feita uma avaliação dos riscos ambientais reais ou potenciais de uma fábrica ou de um processo industrial especifico. c) Auditoria da legislação ambiental: – Onde é feita uma avaliação da situação ambiental de uma determinada fábrica ou organização em relação ao cumprimento da legislação vigente. d) Auditoria de sistemas de gestão ambiental: – É uma avaliação sistemática para determinar se o sistema da gestão ambiental e o desempenho ambiental de uma empresa estão de acordo com sua política ambiental, e se o sistema está efetivamente implantado e adequado para atender aos objetivos ambientais da organização. – A auditoria de sistema de gestão é uma ferramenta de gestão, compreendendo uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva sobre como os equipamentos, gestão e organização ambiental estão desempenhando o objetivo de ajudar a proteger o meio ambiente. 8. VANTAGENS DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS As principais vantagens das auditorias ambientais são: Promover a defesa do ambiente; Apoiar o cumprimento da legislação ambiental; Reduzir a exposição da empresa a processos-crime; Proporcionar uma verificação independente do desempenho da empresa; Identificar aspectos a necessitar de atenção; Proporcionar, a tempo, alertas à gestão sobre potenciais futuros problemas; Facilitar a comparação e o intercâmbio de informação entre empresas; Aumentar da consciência dos empresários sobre políticas e responsabilidades ambientais; Identificar potenciais poupanças nomeadamente as resultantes da minimização de resíduos; Avaliar programas de treino e fornecer dados para o treino de pessoal; Fornecer informação de base para uso em emergências e avaliar a eficácia e eficiência dos dispositivos de resposta a emergências; Assegurar a existência de dados ambientais de base, adequados e atualizados a serem utilizados pela gestão (em sensibilização e para o processo de tomada de decisão) em alterações processuais, instalação de novas unidades, etc.; Permitir à gestão acreditar no bom desempenho ambiental; Apoiar e assistir nas relações entre a empresa e as autoridades, informando do tipo de procedimentos adaptados; Facilitar a celebração de contratos de seguro e a cobertura por prejuízos ambientais. 9. APLICAÇÃO DA AUDITORIA Fonte: 1.bp.blogspot.com A Auditoria deverá realizar: 1) Levantamento de informações sobre a empresa, tais como localização das instalações, processo produtivo, insumos, matérias-primas e resíduos industriais decorrentes de suas atividades. - A matéria-prima é a substância bruta principal e essencial com que é fabricada alguma coisa. Minério de ferro, por exemplo, é matéria-prima para fabricação de aço. Algodão é matéria-prima para fabricação de tecido. - Insumo é o elemento que entra no processo de produção de mercadorias ou serviços. Exemplos: energia, água, equipamentos, reagentes químicos, trabalho humano, etc. - Resíduo é tudo aquilo que sobra de algum processo. Quando falamos de resíduos industriais, geralmente nos referimos a resíduos sólidos (qualquer tipo de rejeito de consistência sólida) e resíduos líquidos (aqueles que não podem ser lançados em cursos d’água, como por exemplo, os resíduos oleosos, os resíduos de estações de tratamento de efluentes e muitos outros). 2) Levantamento da legislação de proteção ao meio ambiente, nos âmbitos federal, estadual e municipal, bem como das normas técnicas pertinentes às atividades da empresa a ser auditada. 3) Levantamento de informações relevantes, como por exemplo resultados de auditorias anteriores, condicionantes das licenças de operação, planos de controle ambiental, política, objetivos e metas e etc.; 4) Elaboração prévia das listas de verificação sobre os pontos a serem auditados (áreas a serem verificadas (no nosso caso, todas), pessoas envolvidas e pessoas a serem ouvidas); 5) Comunicar a empresa a ser auditada; 6) Coleta de evidências: entrevistas, exames de processos de produção, controle de equipamentos e revisão da documentação; 7) Descrever as evidências de conformidade e não conformidade detectadas, nomes das pessoas contatadas, conteúdo das discussões, documentação examinada e evidências positivas e negativas; 8) Apresentar pontos polêmicos e divergentes, obstáculos e dificuldades; 9) Solicitação de informações adicionais/esclarecer dúvidas; 10) Produto Final: Elaboração do Relatório de Auditoria Ambiental contendo observações e não conformidades encontradas, descrição dos pontos principais e sugestões de programas de ação para melhoria da performance ambiental. 10. LICENÇAS AMBIENTAIS Fonte: 2.bp.blogspot.com O Licenciamento Ambiental é o mais importante instrumento do Poder Público com objetivo de permitir e induzir a utilização racional dos recursos ambientais, inclusive no que diz respeito a organismos estatais e paraestatais, de maneira a atingir o bem comum, manifestado na forma de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. A instalação, a expansão e a operação de equipamentos ou atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços, dependem de prévia autorização e inscrição em registro cadastral, desde que inseridas na listagem das atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental, como por ex. atividades industriais, minerárias (extração de areia, calcário, argila, etc.), de infraestrutura (ponte, rodovia, loteamento, gasoduto, hidrelétrica, termoelétrica, etc.), agropastoris (suinocultura, avicultura etc.). A Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que prevê o licenciamento ambiental determina que a competência para sua realização é do órgão estadual do setor, cabendo à autoridade federal, através do IBAMA, atuar de forma supletiva em casos de omissão do órgão do Estado ou quando as obras ou atividades forem capazes de provocar impactos regionais. A Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente ( no caso do Estado de São Paulo é a CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SMA) estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimento ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Para a concessão da Licença Ambiental, dependendo da atividade, são necessários Estudos Ambientais que são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentando como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: Relatório Ambiental, Plano e Projeto de Controle Ambiental, Relatório Ambiental Preliminar,Diagnóstico Ambiental, plano de manejo, Plano de Recuperação de área Degradada e Análise Preliminar de Risco. A autorização (Licença Ambiental) será concedida através de: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). LICENÇA PRÉVIA (LP) Corresponde à fase preliminar de elaboração de planos e estudos pelo empreendedor em que este por vezes, ainda não tenha efetivado a compra do terreno, nem detalhado o processo a empregar. É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases do licenciamento. Ou seja: a Licença Prévia (LP) autoriza o empresário a desenvolver o projeto do empreendimento. Assim, qualquer planejamento realizado antes da LP pode ser alterado. Aprova a localização e a concepção e atesta a viabilidade ambiental do empreendimento ou atividade. É de grande importância no atendimento do princípio constitucional da precaução. Vamos citar alguns documentos que deverão ser apresentados nesta fase. É bom lembrar que a lista de documentos é variável, pois depende de critérios como: atividade da empresa, região, diretrizes de uso do solo etc.: a) Requerimento Padrão (Formulário); b) Cadastro específico de cada atividade (Formulário); c) Certidão da Prefeitura Municipal, atestando que o local e o tipo de atividade estão de acordo com as posturas e leis municipais; d) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para as atividades que por Lei os exijam; ou Estudo Preliminar - EAP (Relatório de Controle Ambiental - RCA, para atividades minerárias), a critério do Órgão Público responsável; e) Comprovante da taxa de recolhimento no valor da respectiva licença, conforme guia própria; f) Requerimento ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM de aproveitamento das substâncias minerais sob qualquer regime (Registro de Licença, autorização de pesquisa mineral, permissão de lavra garimpeira entre outros) (atividades minerárias); g) Comprovante de posse ou arrendamento da área (atividades minerárias e empreendimentos imobiliários); h) Documentos exclusivos para empreendimentos imobiliários; i) Descrição detalhada da atividade; j) Descrição da área (vegetação, curso d'água e áreas vizinhas); k) Projeto de Saneamento Básico (lixo, esgoto, luz, água, etc.); l) Plano de transporte e armazenamento de combustível. 11. LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.com Exigida para atividades que necessitam de Sistema de Controle ou minimização de impactos ambientais. Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Ou seja: a Licença de Instalação (LI) é requerida ao se ter o projeto aprovado, servindo para a construção do empreendimento ou atividade, de acordo com esse projeto. Alguns documentos exigidos: a) Requerimento padrão (Formulário); b) Cadastro industrial complementar (Formulário); c) Memorial de Caracterização do Empreendimento – MCE – GERAL d) Projeto do sistema de tratamento de resíduos e/ou medidas mitigadoras de impactos ambientais; e) Cópia da Licença anterior; f) Plano de Controle Ambiental - PCA (atividades minerárias); g) Cópia da comunicação do DNPM julgando satisfatório o Plano de Aproveitamento Econômico - PAE, quando for regime de autorização de pesquisa no DNPM; h) Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do(s) responsável(is) pelo projeto; i) Publicação da súmula do pedido da Licença de Instalação no Diário Oficial do Estado e periódico de circulação local/regional; j) Comprovante da taxa de recolhimento no valor da respectiva licença, conforme guia própria. 12. LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) Exigida antes do início da operação das atividades, onde deverá ser confirmado se o sistema de controle/minimização dos impactos efetivamente executados. Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. A base para autorização é a vistoria, teste de operação ou qualquer meio técnico de verificação. Ou seja: a Licença de Operação (LO) é expedida após a Licença de Instalação, depois da verificação de que o empreendimento foi construído de acordo com o projeto aprovado. Autoriza o empresário a iniciar as atividades do empreendimento. Alguns documentos exigidos: a) Requerimento padrão (Formulário); b) Cópia da Licença anterior; c) Comprovante de taxa de recolhimento no valor da respectiva licença, conforme guia. d) Cópia da outorga de lavra do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM (atividades minerárias). 13. ÓRGÃOS PÚBLICOS AMBIENTAIS Fonte: www.thtcongnghe.com O Serviço Público Federal possui hoje em nível mais elevado o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Ligada a esse Ministério existe o SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA), que é composto pelos órgãos e instituições ambientais das três esferas do governo, ou seja, federal, estadual e municipal, e que atua através de dois órgãos: O Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, que é um órgão consultivo e normativo, encarregado de fixar as resoluções que regem todas as atividades no tocante ao meio ambiente. Participam do CONAMA organizações do governo e não governamentais, estabelecendo normas, diretrizes e critérios para operacionalizar a Política Nacional de Meio Ambiente, PNMA; e O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que é o órgão responsável pela execução da política Federal no tocante ao meio ambiente. É um órgão responsável de fiscalizar e multar os infratores. Na estrutura administrativa dos estados existem as Secretarias do Meio Ambiente, subordinadas aos Governos Estaduais. Em cada Estado, ligado à Secretaria existe o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA). Os estados têm uma atuação importante na questão ambiental, sobretudo aprovando o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras, o IBAMA vem transferindo para os Estados a responsabilidade e autoridade para fiscalização. Temos no Estado de São Paulo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) que participa do licenciamento e a Secretaria do Meio Ambiente (SMA). Em alguns municípios mais importantes existem também Secretarias Municipais de Meio Ambiente, ligados às prefeituras (em São Paulo, denomina- se Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente). 14. ÓRGÃOS AMBIENTAIS RESPONSÁVEIS PELAS LICENÇAS Para verificar se sua atividade necessita de licenciamento ambiental, os micro e pequenos empresários devem dirigir-se: a) ao Ibama: nos casos de licenciamento federal. O Ibama possui representações em todos os estados da Federação e no Distrito Federal, em condições de orientar o licenciamento; b) ao Órgão Estadual de Meio Ambiente – Oema, responsável pela emissão de licenças ambientais para instalação e operação de empresas; (No caso do estado de São Paulo é a CETESB); c) ao órgão municipal de meio ambiente: muitas prefeituras já dispõem de uma entidade para orientar o empresário em questões ambientais (normas, regulamentos, produtos, projetos, tecnologia e financiamento). E ainda: • No caso de empreendimentos que exigem desmatamento, é preciso obter uma autorização do Ibama ou do órgão estadual de florestas. • Para empreendimentosde extração mineral, é necessário que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) aprove o Plano de Aproveitamento Econômico apresentado pela empresa, e ainda que o empresário cumpra outras exigências. DOCUMENTAÇÃO AMBIENTAL BÁSICA PARA ABERTURA DE EMPRESA (variações dependendo do ramo da empresa): CETESB - licença de instalação e licença de funcionamento PREFEITURA - alvará de funcionamento e alvará de localização POLÍCIA CIVIL (Secretaria de Segurança Pública) - alvará para fins industriais (produtos químicos) e certificado de vistoria POLÍCIA FEDERAL (DEPC) Departamento de Produtos Controlados - licença de funcionamento e utilização de produtos químicos CORPO DE BOMBEIROS - projeto de combate a incêndios. 15. PERÍCIA AMBIENTAL Fonte :www.qualesconsultores.es/ No Brasil, com tão vasto aparato legislativo de proteção ambiental, a efetivação dos direitos surge por meio de diversas formas de tutela judicial, em demandas individuais ou coletivas. Em todas elas, especialmente no âmbito civil, o princípio poluidor-pagador guia as decisões judiciais, no sentido de que em se constatando o dano ambiental e a exploração de uma atividade potencialmente (em menor ou maior grau) poluidora, o explorador dessa atividade deverá ser responsabilizado - a reparar ou indenizar – pelo dano. A constatação do dano e a sua dimensão tornam-se determinantes para a solução da lide, o que, via de regra, deverá ser apurada por meio de perícia ambiental. Trata-se de meio de prova disciplinada pelos Artigos 420 a 439 do Código de Processo Civil, aplicáveis também às lides de Direito Ambiental, em que o juiz nomeia pessoa de sua confiança e com conhecimento técnico suficiente para averiguar a veracidade de fatos e, no mais das vezes, quantificar as consequências dos mesmos, através de avaliação da área afetada com a realização de diversos testes de qualidade ambiental gerando a confecção de um laudo ambiental. Conforme mencionado, em termos de procedimento processual as perícias ambientais não diferem das perícias comuns, consistindo no exame, vistoria e avaliação, e sendo reguladas pelos arts. 420 a 439 do Código de Processo Civil. Por ocasião da apuração dos fatos, a perícia ambiental se apoia nas normas do Direito Ambiental, mais precisamente na legislação principal de proteção ambiental, conforme destacamos abaixo: - Constituição Federal art.225 - Lei 6.938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 4.347/85 - Ação Civil Pública - Lei 9.605/98 - Crimes Ambientais É importante salientar que quem está sofrendo a perícia tem direito de defesa, portanto se uma empresa está sob perícia ambiental movida contra ela pelo judiciário, a empresa deve ter ao seu lado um perito assistente técnico que realmente conheça o assunto, a fim de que possa contra-argumentar de forma competente com o Perito do Juiz e o Perito Assistente Técnico da outra parte. O perito é chamado pela Justiça para oferecer laudos técnicos em processos judiciais, nos quais podem estar envolvidos pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos. O laudo técnico é escrito e assinado pessoalmente pelo perito e passa a ser uma das peças (prova) que compõem um processo judicial. O mercado de trabalho de perícias judiciais é farto para administradores, contadores, economistas e engenheiros civis. Resumindo o que falamos até agora, podemos concluir o seguinte: - A perícia ambiental destina-se à avaliação dos danos ambientais, que são todas as alterações aos elementos e sistemas da natureza produzida pela ação humana ou natural, que venham a prejudicar suas condições originárias, alterando-os ou degradando-os. - Por sua vez, o dano ambiental produzido pelo homem proporciona o direito à sociedade de exigir do agente causador uma reparação. - Exige-se para esta perícia uma equipe multidisciplinar, pois as questões ambientais envolvem várias áreas do conhecimento humano. - O perito é auxiliar do juízo, nomeado pelo juiz, sendo requisitos necessários o conhecimento técnico, a confiança e sua imparcialidade. - O perito deve fazer uma avaliação apurada da área afetada e confeccionar um laudo do dano ambiental 16. CONFECÇÃO DO LAUDO DO DANO AMBIENTAL O Laudo de Dano Ambiental deverá obedecer ao seguinte roteiro básico para sua elaboração: 1) Qualificação: 2) Número do processo: 3) Nome do interessado (quem propôs a ação) 4) Nome do réu (empresa) 5) Local do dano ambiental 6) Município 7) Ação degradadora 8) Data da vistoria 9) Nome dos integrantes da Equipe Técnica 10) Histórico do dano 11) Gravidade 12) Informações complementares 13) Caracterização da Região (aspectos como solos, vegetação, fauna, população, etc.) 14) Possibilidade de recuperação 15) Legislação: (relacionar Leis, Decretos, Resoluções etc., relativos a questão). 16) Indenização: Fonte: www.tocadacotia.com Para a estimativa do valor, em dinheiro, da indenização deve-se considerar dois aspectos: a) Valor da exploração: é o valor advindo diretamente da exploração do recurso, como por exemplo: o valor de lenha e tora retirada com o desmatamento, ou o valor de minério extraído. b) Valor da recuperação: é o valor da recuperação do dano ambiental considerando-se a tecnologia disponível e compatível para a recuperação do dano, como por exemplo: o valor das mudas e tratos culturais para reflorestar uma área ou o valor da recuperação paisagística de uma cratera provocada pela mineração, etc. Neste item é preciso especial atenção porque determinados danos são "irrecuperáveis" (por exemplo lançamento de vinhoto num rio) e outros são "imensuráveis" (por exemplo abate de um animal em extinção). 17) Relatório Final 17. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Fonte :www.tocadacotia.com A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais bem elaboradas e completas do mundo, graças as leis e regulamentos que foram emitidos a partir de 1981. Existe um conjunto bastante completo de leis que definem as obrigações, responsabilidades e atribuições, tanto dos empregados quanto do Poder Público, nas várias esferas, federal estadual e municipal. A par das leis, há toda uma série de regulamentos a serem cumpridos, elaborados por órgãos como o CONAMA e secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente. Essa legislação é, de certa forma, uma herança das leis portuguesas, que continham alguns tópicos ambientais desde à época do descobrimento. A lista a seguir é uma demonstração de parte das normas ambientais brasileiras. Foram destacados os campos de atuação da norma ambiental, epígrafes e ementas. a) Meio ambiente Constituição da República Federativa do Brasil (art. 225) b) Ação Civil Pública Lei n. 7.347, de 24 /07/85- disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências. c) Agricultura Lei n.º 6.894, de 16.2.80 – dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, destinados à agricultura e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto n.º 86.955, de 18.2.82. Lei n.º 7.802, de 11.7.89 – dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências. Regulamenta pelo Decreto n.º 98.816/90. Lei n.º 8.171, de 17.1.91 – dispõe sobre a política agrícola. d) Água Decreto n.º 23.777,de 23.1.34 – regulariza o lançamento de resíduo industrial das usinas açucareiras nas águas pluviais. Lei n.º 7.661, de 16.5.88 – institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Lei n. 6.134, de 02/06.88- dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo. Lei n.º 7.754, de 14.8.89 – estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios. Lei n. 9.433, de 08/01/97– institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei das Águas) Decreto 2.612, de 03/06/98- regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, e dá outras providências. Lei 9.984, de 17/07/00- dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA. e) Biossegurança/Biodiversidade Lei n.º 8.974, de 5.1.95 – Regulamenta os incisos II e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados, autoriza o Poder Executivo a criar, no âmbito da Presidência da República a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança e dá outras providências. Decreto n.º 2.519, de 16.3.98 – Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1992. f) Biotecnologia/Engenharia genética Decreto n.º 2.929, de 11.1.99 – promulga o Estatuto e o Protocolo do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia, adotados em Madri, em 13 de setembro de 1983, e em Viena, em 4 de abril de 1984, respectivamente, e assinados pelo Brasil em 5 de maio de 1986. g) Camada de ozônio Decreto n.º 2.679, de 17.7.98 – promulga as emendas ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, assinadas em Copenhague, em 25 de novembro de 1992. Decreto n.º 2.699, de 30.7.98 – promulga a emenda ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, assinada em Londres, em 29 de junho de 1990. h) Crimes ambientais Lei n. 9.605, de 13/02/98– dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei n.º 9456, de 28.4.97 – institui o direito de proteção de cultivares e dá outras providências. Decreto n. 3.179, de 21/09/99- dispõe sobre a especificação de sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. i) Educação Ambiental Lei n.º 9.795, de 27.4.99 – dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. j) Fauna Decreto n.º 24.645, de 10.7.34 – dispõe sobre maus tratos em animais. Lei 5.197, de 31/01/67– dispõe sobre a proteção à fauna. Decreto-Lei n. 221, de 28/02/67– dispõe sobre a proteção e estímulo à pesca. Lei n. 7.173, de 14/12/83– dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos. Dec. Estadual n. 42.838, de 04/02/98- declara as espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção e as provavelmente ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Lei n. 9.605, de 13/02/98– dos crimes ambientais. k) Florestas e vegetação nativa Lei n. 4.771, de 19/09/65– institui o novo Código Florestal. Lei n.º 6.535, de 15.1.78 – inclui no rol das áreas de preservação permanente as florestas situadas em Regiões Metropolitanas. Lei n. 6.607, de 07/12/78– declara o pau-brasil Árvore Nacional, institui o Dia do pau-brasil e dá outras providências Decreto n.º 84.017, de 21.9.79 – aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros Lei n.º 6.902, de 27.4.81 – dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental. Lei n. 7.511, de 07/07/86– altera o Código Florestal Portaria Ibama n.º 218, de 4.5.89 – normaliza os procedimentos quanto às autorizações de derrubada e exploração florestal envolvendo área de Mata Atlântica. Decreto n.º 750, de 10.2.93 – dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração de Mata Atlântica, e dá outras providências. Resolução conjunta Ibama/Supes/SP-SMA/SP n.º 2, de 12.5.94 – Regulamenta o artigo 4º do Decreto Federal n.º 750, de 10.2.1993, que dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração da Mata Atlântica, no Estado de São Paulo. Lei nr 9.605, de 13/02/98– dos crimes ambientais. Resolução SMA-SP n.º 20, de 9.3.98 - publica lista preliminar das espécies da vegetação do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção. Decreto n.º 2.707, de 4.8.98 – promulga o Acordo Internacional de Madeiras Tropicais, assinado em Genebra, em 26 de janeiro de 1994. l) Mar Lei n.º 7.661, de 16.5.88 – institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Lei n.º 8.617, de 4.1.93 – dispõe sobre o mar territorial, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros dá outras providências. Decreto n.º 2.956, de 3.2.99 – Aprova o V Plano Setorial para os Recursos do Mar. m) Patrimônio Artístico Nacional Decreto-Lei n.º 25, de 30.11.37 – organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Lei nr 9.605, de 13/02/98– dos crimes ambientais. n) Pesca Decreto-lei nr 221, de 31/08/81 Proteção à pesca. Lei n.º 10.234, de 12.3.99 – Institui o Programa Pescar e estabelece diretrizes para a sua execução. Lei nr 9.605, de 13/02/98– dos crimes ambientais. o) Política Nacional do Meio Ambiente Lei nr 6.938, de 31/08/81–dispõe sobre a Política do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Regulamentada pelo Decreto n.º 99.274/90. p) Poluição Lei n.º 997, de 31.5.76 – dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente. Alterada pela Lei n.º 9.477, de 30.12.96. q) ONGs Lei nr 9.790, de 23/03/99- dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. r) Queimadas Lei n.º 4.771, de 19.9.65, art. 27 (Código Florestal). Dec. Presidencial n.º 2.661, de 8.7.98 - regulamenta o artigo 27 da Lei n.º 4.771/65. Lei nr 9.605, de 13/02/98– dos crimes ambientais, arts.14 e 15. s) Reserva Legal Lei n.º 4.771, de 19.9.65, art. 16 (Código Florestal). t) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Decreto nr 1.992, de 05/06/96– dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, e dá outras providências. u) Segurança Nuclear Decreto n.º 2.648, de 1º.7.98 – Promulga o Protocolo da Convenção de Segurança Nuclear, assinada em Viena, em 20.9.94. v) Solo Lei nr 5.318, de 26/09/67– institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento. Lei nr 6.766, de 19/12/79– dispõe sobre parcelamento do solo urbano. x) Taxas Ambientais Lei nr 9.960, de 28/01/00- institui a Taxa de Serviços Administrativos - TSA, em favor da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, estabelece preços a serem cobrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, cria a Taxa de Fiscalização Ambiental – TFA. Lei 10.165 – IBAMA. Obs.: Há ainda leis estaduais e municipais. 18. GESTÃO AMBIENTAL Fonte :www.calidad-gestion.com Num mercado globalizado, competitivo e de constante mudança e onde os consumidores estão cada vez mais exigentes, a empresa que utiliza a pratica de gestão ambiental pode atingir a sua grande vantagem competitiva pois, a gestão ambiental auxilia as organizações a aprofundar aos temas ambientais e integrar o cuidado ambiental de forma sistemática das suas operações. Logo, podemos definir Gestão Ambientalcomo sendo uma estrutura organizacional “que possui atividade de planejamento, responsabilidades, pratica, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental.” Dentre os principais princípios da empresa, em relação à questão ambiental, serão destacados alguns a seguir. Prioridade organizacional – a empresa deve garantir que a gestão ambiental está entre suas principais prioridades e que ela é o principal fator de ajuda para o desenvolvimento sustentado de forma equilibrada. Gestão Integrada – integrar todas as políticas, práticas ambientais em sua cadeia de valor. Processo de Melhoria – estar sempre buscando alternativas de melhoria para a área ambiental levando em conta o desenvolvimento inovativo tecnológico. Educação Ambiental – conforme já estudamos a Educação Ambiental é relevante pois, não basta apenas implementar a gestão ambiental, a preocupação com o meio ambiente é de suma importância educar, motivar e sociabilizar todos os colaboradores da organização para este fato, já que, espera-se que a educação parta para fora do ambiente de trabalho e que ela faça parte de seu grupo de valores. Prioridade no Enfoque – ao escolher o processo ambiental e também inovativo é necessário manter o foco, deve-se fazer de planejamento e constantes feedback nas ideias que forem colocadas em práticas. Produtos e Serviços – Desenvolver e fabricar produtos que não sejam agressivos ao meio ambiente. Orientação ao Consumidor – orientar a sociedade sobre o correto uso de seus produtos e/ou serviços para que a gestão ambiental também funcione fora da organização. Equipamentos e Operacionalização – verificar se a escolha das maquinas, equipamentos e operações estão produzindo algum mal ao meio ambiente. O ideal é que se faça intervenções constantes no processo no intuito de verificar o bom funcionamento das operações. Pesquisa – a empresa pode conduzir projetos ou até apoiar universidades e/ou centros de pesquisa no intuito de verificar os impactos de todas as suas operações. Enfoque Preventivo – modificar os processos em que ocorra algum impacto ambiental. Fornecedores e subcontratados – o ideal é que a organização também se preocupe com seus fornecedores, fornecendo conhecimentos necessários sobre os seus possíveis impactos ambientais, assim assegurará o possível melhoramento de suas atividades. Planos de Emergência – desenvolver e manter planos de emergências nas áreas em que ocorrem potencialmente riscos de danos ambientais. Transferência de Tecnologia – contribuir para a disseminação de práticas tecnológicas que tragam benefícios para o meio ambiente, em conjunto com os órgãos públicos e privados. Contribuição ao Esforço Comum – contribuir para o desenvolvimento de treinamentos, cursos, palestras e iniciativas educacionais que atinjam toda a sociedade. Transferência de Atitude – gerar uma transferência de informações, ou seja, comunicar e ajudar sempre que necessário à sociedade em geral sobre os possíveis impactos ambientais e formas de prevenção. Atendimento e Divulgação – correspondem à verificação das práticas de gestão ambiental, pode ser realizada auditorias internas e externas, além da divulgação para a comunidade em geral sobre as formas das suas políticas ambientais. É preciso nunca esquecer que a inovação, não é um termo técnico, é econômico e social. Seu critério é uma mudança no comportamento das pessoas como cidadãos, estudantes ou professores ou os profissionais de uma forma geral. Estes princípios tornam-se mais claro na medida em que aumentam as preocupações com a manutenção da qualidade do meio ambiente, bem como a proteção da saúde humana, organizações de todos os tamanhos vem crescentemente voltando suas atenções para os potenciais impactos de suas atividades, produtos e serviços. O desempenho ambiental de uma organização vem tendo importância cada vez maior para as partes interessadas, internas e externas. Alcançar um desempenho ambiental consistente requer comprometimento organizacional e uma abordagem sistemática ao aprimoramento contínuo. As questões ambientais passam a tornar-se objeto de iniciativas de normalização e certificação no âmbito nacional e internacional. Dentre essas normas, destacam-se as que fornecem diretrizes para que as empresas adotem procedimentos que fomentem e controlem a adoção de práticas menos degradantes ao meio ambiente, algumas destas normas são certificáveis possibilitando à empresa demonstrar a terceiros – organismos financiadores, acionistas, companhias de seguro e clientes (pessoa física e jurídica) – o atendimento a suas diretrizes. Essas normas de âmbito nacional e internacional visam à melhoria da gestão ambiental nas empresas, tendo como destaque a ISO 14000 – instrumento mundial de critérios ambientais na gestão de empresas – e suas séries. 19. Leitura complementar ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS ADVINDOS DA OBTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO ISO 14000 PELAS EMPRESAS Valdir Frigo Denardin* Glaucia Vinter** Resumo A preocupação com o meio ambiente, nos últimos anos, vem crescendo tanto nas sociedades desenvolvidas quanto nas em desenvolvimento. Esta preocupação com a qualidade ambiental pode manifestar-se principalmente pelo repúdio dos consumidores em adquirir bens que ao longo de seu ciclo de vida causem degradação ambiental. Nesse sentido, o presente artigo visa apresentar uma discussão acerca dos benefícios econômicos, sociais e ambientais que a implantação de um sistema de gestão ambiental poderá proporcionar para as empresas. Além disso, busca-se destacar a importância de ações individuais, por parte das empresas, em prol da preservação do meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Palavras-chave: Gestão ambiental, Barreiras não tarifárias, Desenvolvimento sustentável. 1. Introdução Atualmente, grande parte dos consumidores exigem informações sobre as características dos produtos disponíveis no mercado, bem como dos impactos ambientais gerados em seus processos produtivos. Nesse sentido, os consumidores através de seu poder de decisão, no ato da compra, podem afetar significativamente a lucratividade das empresas. Além da pressão dos consumidores, os chamados consumidores verdes, Miranda et al. (1997) identifica outras fontes de pressão sobre as empresas, tais * Economista, Mestre em Economia Rural e Professor do Departamento de Ciências Econômicas da UNOESC/Chapecó. ** Acadêmica do curso de Economia e Bolsista do FAPE/UNOESC. como: ONGs, Associações e Instituições públicas e privadas que primam pela qualidade ambiental, bem como investidores verdes, que procuram investir em empresas não poluidoras. A Série ISO 14000, que compreende um conjunto de normas ambientais, não obrigatórias e de âmbito internacional, possibilita a obtenção da certificação ambiental, porém está só pode ser obtida por uma determinada empresa se a mesma implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Este visa reduzir os impactos ambientais gerados na produção (inclui matérias-primas), transporte, uso e disposição final do produto (descarte). Valle (1995) afirma que após implantada pelas empresas e exigida pelos consumidores, a Série ISO 14000 irá beneficiar os produtores responsáveis, preocupados com o meio ambiente, contra os concorrentes inconsequentes e irresponsáveis que, por não respeitarem o meio ambiente1, conseguem produzir a um menor custo, repassando parte dos custos não internalizados para a sociedade, via externalidades negativas. Porém, antes de gerenciar ambientalmente2a empresa, a empresa necessita definir sua “política ambiental”. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas: ABNT - NBR ISO 14001 (1996), a política ambiental consiste em uma declaração da empresa quanto as suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental. Deve prever, portanto, estrutura para agir e definir seus objetivos e metas ambientais. Dado que a Série ISO 14000 consiste em um conjunto de normas ambientais voluntárias, as quais, em última instância, visam contribuir para a melhoria da qualidade do meio ambiente, pode-se afirmar que o somatório de 1 Segundo a ABNT - NBR ISO 14004 (1997), o meio ambiente é considerado a circunvizinhança em que uma determinada empresa realiza suas atividades, inclui, portanto: ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna e seres humanos, bem como suas inter-relações. 2 A ABNT - NBR ISO 14001 (1996), defini um conjunto de requisitos, princípios básicos, que devem ser seguidos pelas empresas para a implantação do SGA, quais sejam: política ambiental, planejamento, implementação e operação, verificação e ação corretiva e análise crítica pela administração da empresa. esforços individuais das empresas “contribui”, em parte, para que se atinja o que atualmente é denominado de desenvolvimento sustentável3. Portanto, o presente artigo visa apresentar algumas considerações acerca das vantagens econômicas, sociais e ambientais decorrentes da obtenção da certificação ISO 14000 pelas empresas, bem como destacam-se algumas desvantagens enfrentadas pelas empresas que não dão a devida importância aos aspectos ambientais em seus processos produtivos. 2. Considerações Econômicas A certificação ISO 14000 auxiliará as empresas que veem a preservação ambiental não como um empecilho, mas como um fator de sucesso para se posicionarem no mercado, ou seja, uma oportunidade de ascensão regional, nacional e internacional. A implementação da gestão ambiental pode oferecer outras vantagens para a empresa e também para o cliente. Entre as vantagens para a empresa estão a criação de uma imagem “verde”; acesso a novos mercados; redução e/ou eliminação de acidentes ambientais, evitando, com isso, custos de remediação; incentivo ao uso racional de energia e dos recursos naturais; redução do risco de sanções do Poder Público (multas) e facilidade ao acesso a algumas linhas de crédito. Referente aos consumidores, estes possuirão maiores informações sobre a origem da matéria-prima e composição dos produtos, podendo optar, no momento da compra, por bens e serviços menos agressivos ao meio ambiente (Valle, 1995). Para Castro (1996), além de promover a redução dos custos internos das organizações, a implementação de um sistema de gestão ambiental aumenta a competitividade e facilita o acesso aos mercados consumidores. Argumentos semelhantes são apresentados por Rattner (1991), quando menciona que até pouco tempo as exigências referentes à proteção ambiental eram consideradas como um freio ao crescimento, um fator de aumento dos custos de produção. Hoje, proteger o meio ambiente está se convertendo em 3 Para COMISSÃO (1991: 46), desenvolvimento sustentável é “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. oportunidades para expandir mercados, baixar custos e prevenir-se contra possíveis restrições a mercados externos (barreiras não tarifárias). As desvantagens em não implantar um sistema de gestão ambiental estão diretamente ligadas as barreiras não tarifárias, impostas por países mais desenvolvidos, pois um sistema de normatização ambiental como a série ISO 14000 pode abrigar em suas entrelinhas mecanismos de proteção de mercado. Nos últimos anos, houve um crescimento acentuado de leis e acordos internacionais na área ambiental que visavam a preservação do meio ambiente, paralelamente a isso ocorreu uma grande expansão do comércio mundial. No intuito de proteger o meio ambiente, muitos países passaram a exigir padrões de qualidade ambiental muito elevados, criando barreiras não tarifárias, que podem trazer efeitos danosos ao livre comércio (Procópio, 1994; Bravo & Silva, 1994). Para Cicco (1994), o protecionismo pode estar abrigado na defesa do meio ambiente, principalmente nas atividades produtivas que, por fatores econômicos ou operacionais, não conseguem concorrer em regime de liberdade comercial entre os países. Segundo Cavalcanti (1997), a Série ISO 14000 vai representar um grande problema para os países em desenvolvimento, como o Brasil, pois estes países serão obrigados a se adequarem aos padrões estabelecidos pelos países desenvolvidos, podendo aumentar, ainda mais, as desigualdades econômicas e sociais entre o primeiro e o terceiro mundo. Outro problema enfrentado pelos países em desenvolvimento serão os rótulos ambientais (Selo Verde), pois os programas de rotulagem, por sua falta de flexibilidade, poderão representar futuramente barreiras e restrições ao comércio internacional (Tibor & Feldman, 1996). May (1997) afirma que se um país importador estabelecer restrições sobre seus processos produtivos, ele também se sentirá no direito de aplicar regras de proteção para impedir a entrada de bens que não sejam produzidos obedecendo os mesmos critérios. No entanto, isto constitui dumping ecológico4 e tal discriminação está sendo dificultada pela OMC (Organização Mundial do Comércio). 4 Segundo Almeida (1998) dumping ecológico ocorre quando um país, por possuir uma política ambiental mais branda, consegue produzir produtos que se destinam ao mercado externo a um menor custo de produção. Dessa forma, a exigência de um meio ambiente saudável constitui um requisito de peso ao comércio internacional. Em países desenvolvidos, as certificações ambientais voluntárias significam para as empresas ampliação de mercado e garantia de consumidores fiéis. Assim, a busca de maior competitividade pelas empresas, incluindo-se as micro e pequenas, passa pela promoção de ações de resposta positivas frente as novas demandas ambientais (Castro,1996). Castro (1996), cita como exemplo empresas brasileiras dos setores de papel e celulose, couro e calçados e ainda o têxtil, que apresentaram dificuldades para exportar seus produtos para os Estados Unidos, Europa e Japão, uma vez que os países importadores alegavam que estas empresas eram altamente poluidoras. Além de legislações que regulamentam os processos produtivos, os países poderão regulamentar os produtos, no que tange a materiais de embalagens e exigências de reciclagem. Tal atitude dificultará o comércio internacional, uma vez que a tendência nos países mais desenvolvidos é não utilizar embalagens descartáveis, caso dos refrigerantes. Referente a reciclagem, cabe a empresa produtora reciclar seus produtos após sua não possibilidade de uso, por exemplo: máquinas de lavar, televisores etc. (Bravo & Silva, 1994). Neste sentido, a mobilização internacional em torno da definição de normas ambientais comuns reflete nitidamente a pressão dos agentes econômicos, em diferentes graus, na busca do desenvolvimento sustentável, possibilitando às gerações futuras usufruir de um meio ambiente mais saudável. Portanto, para continuar concorrendo em mercados cada vez mais competitivos, as empresas devem tomar conhecimento e resolver os problemas ambientais decorrentes de seus processos produtivos, caso contrário perderão gradativamente seu espaço entre os consumidores mais exigentes e preocupados com o meio ambiente. 3. Considerações ambientais A implantação do SGA visa amenizar ou eliminar os impactos ambientaisadvindos dos processos produtivos. Nesse sentido, o conjunto de ações empreendidas pelas empresas durante a implantação do SGA trazem melhorias ao meio ambiente. Segundo Castro (1996), a partir de um SGA a empresa passa a incentivar a reciclagem, buscar matérias-primas e processos produtivos menos impactantes, passando a racionalizar o uso dos recursos naturais renováveis e não-renováveis. Dessa forma, a implantação do SGA poderá possibilitar o desenvolvimento de processos produtivos mais limpos, bem como de produtos menos nocivos ao meio ambiente. Em estudo realizado com 1.451 empresas brasileiras, Frondizi (1998) salienta que as preocupações ambientais das grandes e médias empresas são quanto a redução de gases e emissões atmosféricas. Salienta, também, que suas ações ambientais são movidas no intuito de obter o licenciamento, bem como atender a legislação5 vigente no país. Referente às micro e pequenas empresas, estas adotam procedimentos associados a redução de custos, buscando reduzir a intensidade no uso de matérias-primas. Por fim, pode-se afirmar que a ações ambientais das empresas, manifestadas através da implantação da gestão ambiental, buscam racionalizar o uso dos recursos naturais e reduzir o montante de dejetos e resíduos devolvidos ao meio ambiente, contribuindo, com isso, para o desenvolvimento sustentável. 4. Considerações Sociais As vantagens sociais fundem-se com as vantagens ambientais. Uma vez que a gestão ambiental visa corrigir problemas ambientais, decorrentes da produção e consumo de bens que geram contaminações físicas e/ou externalidades negativas, consequentemente a sociedade passa ser beneficiada. 5 Conforme Miranda et al. (1997), este tipo de comportamento caracteriza uma “estratégia reativa” quanto ao meio ambiente. Quando as empresas atendem a legislação ambiental vigente e, também, preocupam-se com as pressões externas dos consumidores verdes e grupos de pressão (ONGs, etc.), estão adotando uma “estratégia proativa”. Como resultado da implantação de um SGA por parte da empresa, dependendo do setor, pode-se obter a melhoria das condições de trabalho, advindas, por exemplo, da redução de materiais particulados e de mau cheiro. Além disso, as famílias que residem próximo as empresas que causavam externalidades negativas, passam a usufruir de um ambiente mais agradável. A ABNT - NBR ISO 14004 (1996) destaca, também, como benefícios potenciais associados a um SGA a redução de incidentes que impliquem em responsabilidade civil através da redução de conflitos jurídicos locais, regionais, estaduais, nacionais e/ou internacionais decorrentes das externalidades negativas advindas de seus processos produtivos. 5. Considerações Finais A maioria dos autores pesquisados veem a certificação ambiental como um diferencial de competitividade, que possibilitará a empresa reduzir seus custos de produção via racionalização dos processos produtivos e substituição de matérias-primas, reduzindo, com isso, o uso de recursos naturais. Além disso, possibilitará que a empresa crie uma imagem verde junto aos seus clientes, bem como não enfrente problemas quanto a exportação de seus produtos. A exemplo de que o comportamento dos empresários brasileiros, quanto as questões ambientais, está se alterando, pode ser encontrado na pesquisa realizada por Frondizi (1998). O estudo mostra que em torno de 85% das empresas pesquisadas, numa amostra de 1.451 empresas, adotam algum tipo de procedimento associado a gestão ambiental em suas atividades, tais como reciclagem, disposição de resíduos, controle de ruídos, entre outros. Tais resultados mostram que as preocupações dos empresários quanto as questões ambientais estão aumentando, porém salienta-se que procedimentos isolados, sem definir a política ambiental da empresa e sua efetivação via implantação da gestão ambiental, contribuem, mas não garantem a obtenção da certificação ambiental. Portanto, a partir de pressões de consumidores, ONGs, Associações e demais instituições públicas e privadas, a empresas passam a preocupar-se com as possíveis degradações ambientais oriundas da produção e consumo de seus bens e serviços. Neste sentido as ações isoladas dos empresários ambientalmente corretos contribuem para que se atinja um desenvolvimento sustentável. Leitura complementar O que é ISO 14001 A ABNT NBR ISO 14000 especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a uma organização desenvolver e praticar políticas e metas ambientalmente sustentáveis. A norma leva em conta aspectos ambientais influenciados pela organização e outros passíveis de serem controlados por ela. A implementação dessa norma deve ser buscada por empresas que desejam estabelecer ou aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental, estar seguras sobre políticas ambientais praticadas ou demonstrar estar de acordo com práticas sustentáveis a clientes e a organizações externas. A aplicação da norma e o comprometimento com as práticas sustentáveis A aplicação da norma depende de fatores como a política ambiental da organização, da natureza das atividades por ela desenvolvidas, dos seus produtos e serviços, dos locais e das condições nas quais o sistema funciona. Os princípios de gestão da norma ISO 14000 são comuns aos princípios da ISO 9000. A ISO 14000 é o nome dado a uma família de normas. A ISO 14001 pertence a essa família e dispõe as diretrizes básicas de um sistema de gestão ambiental. Para a maior parte das empresas, obter a certificação da ISO 14001 é suficiente para demonstrar o comprometimento com práticas sustentáveis e mesmo exportar para o exterior. Vale a pena lembrar que não existe certificação para a ISO 14000, que agrupa conceitos e diretrizes relativos a políticas ambientais sustentáveis. Em resumo ISO 14000: parâmetros e conceitos da família 14000 ISO 14001: Norma com diretrizes básicas para o desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental O que é desenvolvimento sustentável e Sistema de Gestão Ambiental A Comissão Brundtland, formada pela Organização das Nações Unidas para estudar a crescente deterioração do meio ambiente humano e dos recursos naturais e as consequências da deterioração para o desenvolvimento econômico e social, definiu, no relatório “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future), o desenvolvimento sustentável como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Essa é a definição mais aceita mundialmente do termo desenvolvimento sustentável. Ela se aplica ao meio ambiente na medida em que as necessidades atuais estão diretamente relacionadas aos recursos naturais. Basta pensar na energia fóssil (petróleo, por exemplo) e nas diversas matérias-primas comumente usadas em indústrias. O Sistema de Gestão Ambiental representa um processo que busca resolver, mitigar ou prevenir problemas de caráter ambiental. Contribuir para o desenvolvimento sustentável é a meta maior do sistema. Papo de maluco? (Ou: importância de um Sistema de Gestão Ambiental) Definitivamente, não. A importância de contribuir com o desenvolvimento sustentável é hoje vital nas grandes empresas e mesmo as micro e pequenas estão preocupadas com o assunto. Em primeiro lugar, porque a maior parte das pesquisas científicas demonstra a influência de ações humanas sobre mudanças globais no meio ambiente. Em segundo lugar, mas não menos importante, porque as empresas têm diversos ganhos econômicos com a promoção do desenvolvimento sustentável. Em uma época na qual o governo brasileiro está cada dia maispreocupado com o meio ambiente, desenvolver um Sistema de Gestão Ambiental resulta em escapar de multas impostas por órgãos voltados à proteção da natureza, como o Ibama, a empresas que violam o Direito Ambiental. Obter financiamentos a juros mais convidativos é outra característica atrativa par quem tem um Sistema de Gestão Ambiental. Caso a empresa tenha um bom histórico de respeito ao meio ambiente, as chances de conseguir empréstimos a custos mais baixos aumentam significativamente (considerando-se bancos públicos). Ademais, a preocupação com o desenvolvimento sustentável é mundial. Em termos práticos, isso significa que o certificado ISO 14001 é exigido por diversos países para que bens possam ser importados. Não ter o certificado pode diminuir as chances de exportação de uma empresa brasileira. Por fim, a sociedade civil tem priorizado empresas preocupadas com a questão ambiental. Empresas que incorrem em violações sistemáticas ao meio ambiente têm a imagem prejudicada junto ao público, o que pode resultar em arranhões na imagem e consequente diminuição de vendas. Objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental Entre os elementos que são priorizados em um Sistema de Gestão Ambiental estão: Dejetos banais e perigosos; Poluições do ar, da água, sonora e visual; Energia; Matérias primas; Fauna e flora associadas à empresa. Os principais objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental são: Respeitar o direito ambiental; Controlar os riscos para a área; Controlar os custos dos dejetos; Melhorar o desempenho do sistema de gestão com a introdução de um novo ângulo crítico; Se diferenciar em relação à concorrência; Valorizar a imagem da empresa. Benefícios de um Sistema de Gestão Ambiental Um Sistema de Gestão Ambiental tem como benefícios: Redução de riscos de acidentes, de sanções legais etc; Aumento da qualidade dos produtos, serviços e processos; Economia ou redução do consumo de matérias-primas, água e energia; Captação de novos clientes; Melhora da imagem; Melhora dos processos; Aumento das possibilidades de permanência da empresa no mercado; Aumento das possibilidades de financiamentos, devido ao bom histórico ambiental. Convém mencionar que a adoção de um SGA deve ser feita de modo estratégico por cada organização. O desenvolvimento do sistema é específico para cada tipo de empresa. Assim como no caso da ISO 9001, não é objetivo da ISO 14001 impor uniformidade na estrutura do sistema desenvolvido ou uniformidade na documentação. Elementos da ISO 14001 O documento da ISO 14001 está disponível para compra no site da ABNT e contém os itens abaixo: Prefácio Introdução Objetivo e campo de aplicação Referências normativas Termos e definições Requisitos do sistema da gestão ambiental Requisitos Gerais Política Ambiental Planejamento Implementação e operação Verificação Análise pela administração ANEXO A: Orientações para uso desta norma ANEXO B: Correspondência entre a ABNT NBR ISO 14000:2004 e a ABNT NBR ISO 9001:2000 De acordo com a Norma, a documentação do Sistema de Gestão Ambiental varia de uma organização para outra. Isso depende: Do porte e tipo de organização e suas atividades, produtos ou serviços, Da complexidade dos processos e suas interações, e Da competência do pessoal. Alguns exemplos de documentos: Declarações das políticas, objetivos e metas Informações sobre aspectos ambientais significativos Procedimentos Informações do processo Organogramas Normas internas e externas Planos locais de emergência Registros Isso não quer dizer que os documentos listados acima sejam os únicos. Implementação e certificação ISO 14001 Para obter certificação ISO 14001, a organização deve aplicar algumas medidas com vistas a atender os requisitos da norma. Conseguir o selo ISO 14001 é um pouco mais complicado do que obter o certificado ISO 9001. A legislação pertinente ao Direito Ambiental no Brasil é bastante complexa e é necessário fazer um levantamento minucioso da situação da empresa. O processo de implementação ISO 14001dura, em geral, de um a dois anos. Em casos mais complicados e menos comuns, o tempo de implementação pode ser superior. Isso depende do tamanho da empresa, dos recursos humanos disponíveis para o trabalho e do grau de envolvimento da direção. Cabe a uma consultoria todo o processo de implementação e pré-auditoria. Já o processo de certificação cabe a organismos de certificação independentes, como a Fundação Carlos Alberto Vanzolini e o Bureau Veritas Quality International, por exemplo. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Luciana T. Política ambiental: uma análise econômica. São Paulo: UNESP, 1998. 192 p. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14001 - Sistema de gestão ambiental: especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 1996. 14 p. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14004 - Sistema de gestão ambiental: diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro: ABNT, 1996. 32 p. CASTRO, Newton de. A questão ambiental: o que todo empresário precisa saber. Brasília: SEBRAE, 1996. 71 p. CAVALCANTI, Rachel N. As normas da série ISO 14000. In ROMEIRO, Ademar R. et al. Economia do meio ambiente: teorias políticas e a gestão de espaços regionais. 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