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CO R PO D E B O M B EI R O S M IL IT A R D O E ST A D O D O R IO D E J A N EI R ODIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO Manual Básico de Bombeiro Militar Vol. 02 TECNOLOGIA E MANEABILIDADE EM SALVAMENTOS Revisto e Atualizado Rio de Janeiro - 2017 Manual Básico de Bombeiro Militar Volume 02 1º Edição Revista e Atualizada Rio de Janeiro - 2017 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Diretoria Geral de Ensino e Instrução 158 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 159Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Manual Básico de Bombeiro Militar Volume 02 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Diretoria Geral de Ensino e Instrução 160 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 161Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Governador do Estado do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão Secretário de Estado da Defesa Civil e Comandante-geral do CBMERJ Cel BM Ronaldo Jorge Brito de Alcântara Subsecretário de Estado da Defesa Civil Cel BM José Eduardo Saraiva Amorim Chefe do Estado-Maior Geral e Subcomandante do CBMERJ Cel BM Roberto Robadey Costa Junior Subchefe do Estado-Maior Geral Administrativo Cel BM Flávio Luiz Castro Jesus Subchefe do Estado-Maior Geral Operacional Cel BM William Vieira Carvalho Diretor-Geral de Ensino e Instrução Cel BM Otto Luiz Ramos da Luz 162 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Comissão de Elaboração e Revisão do Manual Coordenador Maj BM Euler Lucena Tavares Lima Equipe revisora Ten-Cel BM Eliane Cristine Bezerra De Lima Maj BM Euler Lucena Tavares Lima Maj BM Jeferson Corato Junior Maj BM Filipe Correia Lima Cap BM Leonardo Luiz Dos Reis Cap Thiago Muniz Bucker Cap BM Glauco Rocha Machado Cap BM Márcio da Costa Brito Cap BM Raphael de Almeida Mariano Cap BM Rodrigo Pacheco de Melo Alcantelado Cap BM Ruan Gasiglia do Amaral Cap BM Gabriel Ferreira dos Santos Cap BM Felipe Bonfim Junqueira Cap BM Bruno Polycarpo Palmerim Dias Cap BM Anndrio Luiz do Couto Cap BM Igor Campos Bacelar Cap BM Raphael Luiz Ferreira Palmieri Cap BM Natan Lima Paracampos Barroso Cap BM Rodolfo Augusto França Campos 1º Ten BM Luiz Felipe Motta Filgueira Gomes 2º Ten BM Allan Yelsin Ramos de Sousa 3º Sgt BM Priscilla Santos Vitório Tavares Lima Cb BM Rafael Silveira De Oliveira Equipe de apoio Subten BM Renilton Dias dos Santos 1º Sgt BM Rodrigo da Silveira Marins 2º Sgt BM Alexandre Barbosa de Oliveira 2º Sgt BM Ricardo Patrocínio de Oliveira Fotografia de capa do manual Subten BM/RR Marcelo Ciro Xavier 164 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Sumário 9. TÉCNICA E MANEABILIDADE DE SALVAMENTO ..167 9.1. Conceito de Salvamento ...................................................167 9.2. Ferramentas, Equipamentos e Acessórios .................167 9.2.1. Desencarcerador Hidráulico .................................167 9.2.1.1. Componentes do Desencarcerador .... 168 9.2.1.2. Operação prática do conjunto de salvamento ....................................................... 169 9.2.2. Desencarcerador SC 350 e (Lukas elétrico) ................................................................172 9.2.3. Macaco Hidráulico ..................................................173 9.2.4. Almofadas Pneumáticas ......................................173 9.2.5. Tirfor ...........................................................................174 9.2.6. Linga ...........................................................................178 9.2.7. Gerador à gasolina .................................................178 9.2.8. Motosserra ...............................................................178 9.2.9. Moto-cortador ........................................................ 180 9.2.10. Rádio Transceptor Portátil ................................ 180 9.2.11. Oxi-explosímetro .................................................... 181 9.2.12. Tripé ........................................................................... 181 9.2.13. Cabo ou corda ......................................................... 181 9.2.14. Cabo solteiro ..........................................................182 9.2.15. Mosquetão ..............................................................182 9.2.16. Aparelho oito ......................................................... 183 9.2.17. Polias ........................................................................ 183 9.2.18. Ascensor de Punho ............................................... 183 9.2.19. Fitas tubulares ...................................................... 183 9.2.20. Baudrier .................................................................. 184 9.2.21. Cinto Paraquedista ou Baudrier Integral ...... 184 9.2.22. Cinto Cadeira ........................................................ 184 9.2.23. Escada prolongável ............................................ 185 9.2.24. Tesourão ................................................................. 185 9.2.25. Vara de Manobra com Croque na Ponta ....... 186 9.2.26. Alavanca ................................................................ 186 9.2.27. Halligan .................................................................. 186 9.2.28. Machado................................................................. 186 9.2.29. Malho .......................................................................187 9.2.30. Pá ..............................................................................187 9.2.31. Lanternas ................................................................187 9.2.32. Cones de sinalização .......................................... 188 9.3. Equipamentos de Proteção Individual ..................................................................................... 188 9.3.1. Capacetes de proteção ......................................... 188 9.3.2. Luvas de proteção ................................................. 188 9.3.3. Óculos de proteção ............................................... 189 9.3.4. Botas de borracha ................................................. 189 9.3.5. Jardineira ................................................................. 190 9.3.6. Capa de aproximação ........................................... 190 9.3.7. Cotoveleiras e joelheiras ..................................... 190 9.3.8. Máscara contra pó ................................................. 191 9.3.9. Protetor auricular ................................................... 191 9.3.10. Equipamento de Proteção Respiratória Autônomo .................................................... 191 9.3.11. Luva de procedimento ..........................................192 9.4. Técnicas de Salvamento ..................................................192 9.4.1. Desencarceramento ...............................................192 9.4.2. Corte de árvore ....................................................... 198 9.4.3. Operações com elevadores ................................202 9.4.4. Entradas forçadas e arrombamentos ..............................................................208 9.4.5. Salvamento em Alturas ........................................214 9.4.5.1. Cordas.........................................................214 9.4.5.2. Nós e Voltas..............................................217 9.4.5.3. Métodos de enrolar a corda .............. 266 9.4.5.4. Métodos de ancoragem ..................... 284 165Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.4.5.5. Técnicas de salvamento em alturas ...............................................................286 9.4.6. Salvamento aquático ...........................................295 9.4.6.1. Equipamentos para salvamento aquáti- co ..............................................................................296 9.4.6.2. Segurança nas operações .................. 303 9.4.6.3. Comunicação nas operações ............ 304 9.4.6.4. Dinâmica do rio ..................................... 304 9.4.6.5. Características da correnteza .......... 305 9.4.6.6. Leitura das corredeiras ...................... 306 9.4.6.7. Ângulo de travessia ............................. 306 9.4.6.8. Natação defensiva .................................312 9.4.6.9. Posição de nado agressivo ou ofensivo...............................................................312 9.4.6.10. Salvamento com Nadador de Alta Velocidade ou Isca Viva........................................312 9.5. Operações com produtos perigosos ........................... 313 9.5.1. Conceito de produto perigoso ............................. 314 9.5.2. Acidente tecnológico ............................................ 314 9.5.2.1. Acidentes com produtos perigosos no mundo ....................................................................... 314 9.5.2.2. Acidentes com produtos perigosos no Brasil ........................................................................ 315 9.5.3. A identificação do produto perigoso ............... 315 9.5.3.1. Meios para a identificação do produto perigoso ................................................................... 316 9.5.3.2. Sistema de classificação da ONU ..... 319 9.5.4. Ações de primeira resposta às emergências 320 166 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Capítulo 9 167Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9. TÉCNICA E MANEABILIDADE DE SALVAMENTO 9.1. Conceito de Salvamento Operações de salvamento consistem basicamente em: remoção de pessoas, animais, bens ou ainda na re- cuperação de corpos dos mais variados sinistros, com a finalidade de preservar sua integridade física e psíquica, o que torna o serviço altamente especializado, o qual exi- gindo dos socorristas preparo físico, técnico e psicológi- co em função dos diferentes tipos de atividades e mate- riais nelas empregados. Em virtude das circunstâncias em que é efetuado o salvamento, encontramos grande esforço exercido pela guarnição em: • Empregar corretamente as técnicas desenvol- vidas; • Empregar adequadamente os materiais; • Atingir o objetivo da operação desenvolvida; • Localizar e alcançar as vítimas; • Assegurar-lhes a vida. Os serviços de salvamento e atendimento pré-hospi- talar são praticamente interligados por natureza da pro- fissão, nos quais os executantes de ambas as atividades são denominados de “socorristas”. Pode-se dizer que os serviços de salvamento consistem na remoção cuidado- sa de pessoas, animais e/ou objetos dos mais variados sinistros e do atendimento pré-hospitalar imediato, an- tes que os cuidados médicos sejam prestados. 9.2. Ferramentas, Equipamentos e Acessórios i. Ferramenta: Objeto manual que serve para realizar uma tarefa, com a energia que pro- vém diretamente do operador. Exemplos: Guilhotina, barra, martelo e pá. ii. Equipamento: Máquina ou aparelho de certa complexidade que serve para rea- lizar uma tarefa e cujo princípio de ação consiste na transformação da energia para aumentar a capacidade de trabalho. Exem- plos: motosserra, martelo de impacto e moto cortador. iii. Acessório: Objeto que individualmente e em conjunto com outros, podem conformar um equipamento ou ferramenta, permitindo ampliar ou melhorar as capacidades opera- tivas ou realizar uma tarefa. Exemplo: Balde, correntes para a motosserra, extensão elé- trica e vasilha de combustível. 9.2.1. Desencarcerador Hidráulico Ao longo da década de 70, surgiram no mundo vários fabricantes de cunhas expansoras para desencarcera- mento. Inicialmente, foram as empresas Jaws e Hurst, norte-americanas, mais tarde, surgiram a Holmatro (ho- landesa), Weber Hidraulik e Lukas (alemãs). O principal objetivo da concorrência desses fabricantes é o de pro- Desencarcerador hidráulico 168 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ duzir um equipamento com maior capacidade de abertu- ra, maior rapidez de funcionamento com pesos cada vez menores. Nesse manual, será tomado como referência o conjunto de salvamento Lukas por ser de uso mais co- mum no CBMERJ. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Motorização Motor 4 T – gasolina aditiva- da 1,1 litros – potência do mo- tor 4HP – peso 37kg Lubrificação Óleo do motor SAE 10W30 – 0,6 litros Sistema hidráulico Óleo hidráulico – Shell tellus C10/Petrobras HR 10EP/Mo- bil DTE 21,4 litros Ferramenta combinada KS35C – força de corte 300KN / força de expansão 80KN / força de tração 40KN – distância de abertura 36 cm – peso 15,5Kg Jogo de correntes KSS9 – comprimento 2 me- tros / força de ruptura 120KN / força de trabalho 40KN Cilindro expansor LTR3.5/820 – extensão máxi- ma 1,26 metros / mínima 44,5 cm / peso 20,8kg / força 1º embolo 24,4KN / 2º embolo 12,2KN / 3º embolo 3,5KN É composto por uma bomba hidráulica, que acionada por um motor 4 tempos à gasolina, pressuriza um sis- tema formado por mangueiras com sistemas de engate rápido e várias ferramentas hidráulicas, estas servirão no desencarceramento das vítimas, executando afasta- mentos, cortes e tracionamentos. O conjunto de salvamento pode ser utilizado em aci- dentes envolvendo veículos, desabamentos, arromba- mentos, ou até mesmo em trabalhos submersos, dentro do limite de 40m de profundidade. Todos os motores deverão trabalhar com in- clinação máxima de 15° e os desencarceradores possuem conjunto de correntes com engates, com capacidade para 80KN e comprimento de aproximadamente 2m. 9.2.1.1. Componentes do Desencarcerador i. Bomba hidráulica 1. Bocal de abastecimento da gasolina 2. Tela de proteção 3. Manopla de acionamento 4. Bocal de abastecimento do óleo do motor 5. Silencioso com escudo protetor 6. Comando de partida, ace- leração e parada 7. Filtro de ar 8. Carburador 9. Cabeçote 10. Vela 11. Identificação do motor 12. Bocal de abastecimento do fluído hidráulico 13. Visor de nível do fluído hidráulico 14. Bujão do dreno 15. Identificação do modelo da bomba 16. Reservatório do fluído hidráulico 17. alavanca de pressurização 18. Bloco da válvula Fig. Partes da bomba hidráulica do desencarcerador 169Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ ii.Cortadores – A série de cortadores pos- sui lâminas, em formato de meia-lua, que deslizam uma sobre a outra, proporcio- nando o corte. Estas podem ser trocadas por outras de diferentes desenhos para os mais diversos tipos de cortes e de materiais (Ex. Seccionamento de portas e colunas de veículos onde haja vítimas presas), realizando o trabalho com rapi- dez e segurança. iii.Expansores – São ferramentas equipadas com braços que têm, em suas extremida- des, ponteiras substituíveis e podem ser utilizados para abertura ou separação de chapas (Ex. Retirando a porta de um veículo acidentado), ou ainda, no tracio- namento de partes (Ex. elevando-se a coluna de direção para liberar vítima do volante do veículo), com o concurso do jogo de correntes. iv.Ferramenta combinada – Como o próprio nome diz, combina as funções das outras ferramentas, sendo equipada com braços multifuncionais, que permitem a realiza- ção de cortes, afastamento e traciona- mento, este último com auxílio de jogo de correntes. v.Cilindro expansor ou cilindro de resgate – Aplicável em qualquer tipo de resgate e salvamento onde se requeira elevação de carga. É particularmente útil nos de- sabamentos, no serviço de levantamento de lajes e vigas, devido a grande potência desenvolvida (12 ton) ou quando os traba- lhos de afastamento necessitem de gran- des extensões, não alcançadas pelos ex- pansores. Sendo assim, comprimentos de 75cm, 1,30m e 1,70m podem ser atingidos. 9.2.1.2. Operação prática do conjunto de salvamento A operação só pode ser iniciada depois que os opera- dores estiveremequipados com o EPI adequado. De uma forma genérica, a operação das diversas pinças é a mes- ma, a diferença está na escolha da pinça adequada para o serviço. i)Sequência: 1º)Conferir nível de combustível e óleo do motor (este deve ser verificado/completado com o equipamento na posição de uso, não sendo necessária a inclinação do equipamento para esta ação; Pinça LSP 40 e LSP 44B Pinça hidráulica LS-300 e LS-200 Fig. Componentes da pinça e diferentes modelos 1. Braços antideslizantes de aço 2. Eixo central de fixação 3. Manga de proteção 4. Disco anatômico para aber- tura e fechamento 5. Punho 6. Plugue de engate rápido 7. Mangueiras 170 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 3º)A alavanca de pressurização do fluido deve estar na posição que mantenha o sistema despressurizado (posição horizontal). Ela controla uma válvula que é responsável pela liberação do fluido em direção à fer- ramenta. 2º)Conferir nível do fluido hidráulico (a marca do óleo não deve ficar abaixo da metade do visor de nível do mes- mo); 4º)Conecte as mangueiras através dos plugues tipo “en- gate rápido” (evite que as capas dos engates fiquem expostas, conectando uma na outra) e abra a válvula de combustível girando-a cerca de ¼ de volta em sen- tido anti-horário. 171Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 5º)Coloque a chave de ON/OFF na posição ON e posicio- ne o comando do acelerador na posição “START” (afo- gado), quando o motor estiver aquecido posicione na posição “FAST”. 6º)Segure a manopla de acionamento e puxe suavemen- te até sentir resistência, a fim de retirar a folga. Em seguida, puxe rapidamente o cordão, dando partida no motor, deixando a manopla retornar a sua posição inicial de forma gradual. 7º)Quando a máquina funcionar, mova o comando do ace- lerador à posição desejada de rotação do motor, na faixa entre “SLOW” e “FAST”. 8º)Coloque a alavanca de pressurização do fluido na po- sição vertical, a fim de pressurizar o sistema. 9º)Segure a pinça hidráulica pela alça e pelo punho, atu- ando com o dedo polegar no disco anatômico pro- porcionando o movimento desejado, respeitando as 172 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ indicações de abertura e fechamento encontradas no corpo da pinça hidráulica. • Durante o corte os braços da pinça deverão permane- cer perpendiculares à superfície na qual se pretende cortar, caso contrário haverá o perigo de danificar a pinça e de não se conseguir efetuar o corte, deve-se manter o objeto a ser cortado o mais próximo possível do centro das lâminas para o melhor aproveitamento da capacidade de corte da pinça, deve-se realizar cor- tes contínuos, evitando dar pequenos “trancos”, acio- nando e voltando o disco, para não causar danos às válvulas internas do aparelho e sobrecarregar, desne- cessariamente, o motor. • Durante o uso o aparelho deve permanecer nivelado, para evitar problemas como nível de fluido hidráulico. • Deve-se evitar o corte de metais muito duros, e so- mente em último caso este deverá ser realizado, pois tais metais tem a característica de quebrarem quando tensionados. Desta forma, dois problemas poderão ocorrer: ferimentos na vítima ou no opera- dor ocasionados por fragmentos projetados e danos nos braços da ferramenta em função do choque pro- duzido. • Ao final da operação, deve-se deixar as pontas dos braços da pinça afastadas uma da outra, cerca de 1 ou 1,5cm, evitando-se pressões desnecessárias entre as partes. 9.2.2. Desencarcerador SC 350 e (Lukas elétrico) Desencarcerador a bateria da empresa Lukas, seme- lhante ao que funciona com motor externo, tem força de corte de 360KN, força de expansão de 350KN, autonomia de 30min (trabalhando em condições severas) e demora cerca de 75min para carregar totalmente sua bateria. 10ºAo final da operação, coloque a alavanca de pressuri- zação na posição de forma a despressurizar o siste- ma. 11º)Desligue o motor passando o comando do acelerador para “STOP”. 12º)Feche a válvula de combustível, girando-a em sentido horário. 13º)Desconecte as mangueiras e coloque as capas apro- priadas. ii)Considerações gerais: • Antes da operação, devem ser verificados os níveis de combustível, óleo do motor e fluido hidráulico. Fig. – Lukas SC 350 E 173Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.3. Macaco Hidráulico Aparelho destinado ao levantamento de cargas atra- vés do deslocamento de um êmbolo que sobe impulsio- nado pela pressão do óleo hidráulico, que é bombeado com o vai e vem do pistão. Para a descida do embolo usa- se a válvula de retorno que é aberta com sua torção no sentido anti-horário. pelo regulador de pressão, reduzindo a pressão de 3.000 para 125Psi, que é a pressão de trabalho. Depois o ar segue para a almofada, que é inflada sob controle do bombeiro. Este equipamento possui a válvula de controle e vál- vula de segurança (VCVS) que é formada por um sistema duplo de segurança e controle de ar e é usada para inflar ou esvaziar as almofadas, capaz de controlar a operação de duas almofadas individualmente, as duas válvulas de alívio da pressão são fabricadas com regulagem de 87Psi ou 118Psi dependendo da aplicação, para prevenir um en- chimento acima do possível. O sistema vem acompanhado por três mangueiras: duas mangueiras (uma vermelha e outra amarela) são co- nectadas entre a VCVS. Todas as almofadas, mangueiras e reguladores são equipados com conexões de engate rápido fabricados em tamanho especial para evitar cone- xões erradas. São muitos os tamanhos e formatos de almofadas de ar MAXIFORCE, cada uma é indicada para uma de- terminada carga ou situação, contudo todas possuem um X no centro indicando o local correto de posiciona- mento da almofada no centro da carga. O que garantirá o maior deslocamento e uma melhor estabilidade. Fig. – Macaco hidráulico 9.2.4. Almofadas Pneumáticas O sistema Maxiforce de Almofadas Pneumáticas é caracterizado pela força, leveza e praticidade, o que lhe garante grande versatilidade e aplicabilidade nas operações de levantamento de cargas ou afastamento, sendo indicado para salvamento em eventos de colisão de veículos, desabamentos e outras situações de socor- ro. O sistema opera com os cilindros usados nas más- caras autônomas, somado as almofadas e os regulado- res de pressão. O sistema funciona com a utilização do ar comprimido nos cilindros a alta pressão que passa Bico de Entrada de ar Etiqueta com Dados técnicos Fig. – Almofada pneumática 174 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ i)Operação: Antes de iniciar a operação é importante que todos os bombeiros que estiverem operando o equipamen- to estejam usando os EPIs adequados como capace- te, óculos de proteção, luvas, botas, etc. Deve-se ava- liar cuidadosamente o que será feito, determinando o peso e o tamanho a ser movimentado, sempre garan- tindo o máximo contato entre a almofada e a carga. ii)Sequência: 1º)Fixe o cilindro em um ponto fixo, poste, muro ou carro e inspecione as válvulas do cilindro e o re- gulador para verificar a presença de defeitos na rosca, sujeira, poeira, óleo ou graxa; 2º)Enrosque o regulador de pressão ao cilindro e aperte firmemente; 3º)Antes de abrir a válvula do cilindro, deve-se girar a alça em “T” do manômetro até a mola de ajustagem estar solta, posicione-se do lado oposto ao regulador e abra lentamente a válvula do cilindro, matendo-se entre o ci- lindro e o regulador. Depois calibre o manô- metro de baixa pressão para 125Psi girando a alavanca em “T”, o botão de ajustagem para a direita. 4º)Conecte a mangueira do regulador (preta) na VCVS, e em seguida abra completamente a vál- vula de saída de ar, girando o botão para contro- le de saída de ar para a direita, o que levará o ar até a válvula de controle, conecte a almofada e coloque-a sob a carga, e antes de inflá-la verifi- que seas válvulas de segurança (alívio) estão na posição “FECHADO”. 5º)Proceda à abertura da válvula de controle lentamente, e dessa forma vá controlando o levantamento da carga, sempre mantendo atenção à pressão a que ela está submetida, através do manômetro correspondente da VCVS, e quando o manômetro estiver acu- sando pressão na área vermelha a válvula de segurança deverá abrir e o ar escapará por ela em grande velocidade. iii)Observações: • Não permita que a almofada receba pressão acima da necessária para erguer ou escorar a carga em que se está operando. Assim que o objetivo estiver erguido na altura desejada, calce-o ou escore-o, e durante o calçamento o operador deve interromper o enchimento, lembre-se que as almofadas não precisam de uma superfície regular para apoiar-se, mas é necessário calçamento e escoramento. Nun- ca trabalhe sob a carga apoiada penas pela almofada. • As almofadas não podem ser usadas sob obje- tos cortantes ou em uma superfície com tempe- ratura superior a 105ºC, contudo se isto for ab- solutamente necessário, coloque uma proteção flexível (lonas industriais, borracha, couro, pro- teções de mangueira) entre a superfície quente ou cortante e a almofada. • Duas almofadas podem ser usadas simultanea- mente, tanto para levantar grandes pesos com dois pontos de apoio, ou empilhadas, para ga- rantir um maior deslocamento, sendo que nes- te caso, a maior ficará embaixo e esta deve ser inflada primeiro. • Para esvaziar a almofada, feche ambas as vál- vulas de controle e lentamente gire o botão da válvula de segurança para a direita. 9.2.5. Tirfor Durante várias décadas o uso do Tirfor constituiu-se como o elemento chave das operações de desencarce- ramento. Ancorado em postes, árvores ou mesmo na viatura de salvamento, por intermédio da tração de um cabo de aço que passava pelo seu interior e era traciona- do pela ação conjugada de dois mordentes em trabalho alternado. Produzido pela filial brasileira da empresa alemã CI- DAM, o nome Tirfor se tornou de uso corrente e de termi- nologia técnica ao invés de “Sistema de Tracionamento de Cabos de Aço”, nome este que adotamos nesta publi- cação para uma maior facilidade de emprego de nomen- clatura. Abaixo será descrita as características técnicas 175Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ do equipamento Tirfor numa transcrição de seu manual de operação. É um aparelho manual de tração e içamento de cargas, que trabalhando com cabo de aço, desenvolve uma força nominal que vai de 750 Kg até 4000 Kg, conforme o seu tipo. a liberação da carga, acionado pela alavanca telescópica que nela se encaixa, quando nesta operação; 4. Punho de debreagem – Destina-se ao movimento de debreagem, acionando ou liberando os pares de mordentes, para passagem livre do cabo; 5. Trava de debreagem – aciona-se para travar o pu- nho de debreagem em sua posição; 6. Gancho/bloco de ancoragem – Para ancoragem da linga ou cabo de aço amarrado ao peso a ser deslocado; 7. Alavanca telescópica; 8. Cabo de aço. i)Funcionamento: Consiste no princípio de acionamento do cabo de sustentação, em vez de enrolar-se em um tambor, como nos aparelhos clássicos de içamento, é puxado em linha reta por dois pares de mordentes de ajuste automático e forma apropriada. Fechados em um cárter, os dois pares de mordentes, movendo-se alternadamente, agarram o cabo como duas mãos. O esforço é transferido para os mordentes por meio de duas alavancas - uma de avanço e outra de marcha-a-ré - as quais funcionam através de um sistema de chaves, que comandam o travamento dos mordentes no cabo. Os dois blocos de mordentes são le- vados ao fechamento pela própria tração do cabo, assim: “quanto mais pesada a carga, mais sólido será o aperto”. Para facilitar a operação do aparelho Tirfor, é possível abrir simultaneamente os dois pares de mordentes para introduzir o cabo de aço. Para dar tensão ao cabo de aço, desengatar o aparelho. Para soltar simultaneamente os dois pares de mordentes é necessário puxar o mecanis- mo de marcha-a-ré. ii)Segurança: Ao operar um aparelho TIRFOR em sentido inverso, você rapidamente se conscientiza de como é perfeita- mente seguro. Naturalmente, notará que deverá exercer um certo esforço nas alavancas. Este esforço correspon- de ao exigido para forçar o cabo a passar pelos morden- 1 – Orifício para a admissão do cabo 2 – Alavanca de avanço 3 – Alavanca de recuo 4 – Punho de debreagem 5 – Trava de debreagem 6 – Gancho/bloco de ancoragem 7 – Alavanca telescópica 8 – Cabo de aço 1. Orifício para admissão do cabo; 2. Alavanca de avanço – Destina-se ao movimento alternado de vai e vem, acionando os pares mor- dentes para o tracionamento da carga, acionado pela alavanca telescópica que nela se encaixa, quando nesta operação; 3. Alavanca de recuo – Destina-se ao movimento alternado de vai e vem, acionando os pares de mordentes para o retorno do cabo e favorece 176 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ tes ligeiramente soltos, que não abrem, mas atuam con- tinuamente com um dispositivo secundário de frenagem. Em caso de o par de mordentes ser danificado no curso de sua operação, por um objeto estranho, o par de mor- dentes imediatamente assume o controle da carga em uma distância que não ultrapassa o curso dos morden- tes, isto é, 5cm. iii)Utilização dos aparelhos Tirfor: Os aparelhos TIRFOR podem ser para qualquer servi- ço de içamento e tração dentro de sua capacidade. São particularmente úteis para trações de içamento a longas distâncias, que não podem ser feitos por outros equipa- mentos, em virtude do fato de que comprimento de cabo pode ser usado. iv)Ancoragem dos aparelhos Tirfor: Caso seja necessário ancorar o TIRFOR no solo, a pri- meira coisa a fazer, é localizar um ponto adequado e satis- fatório. Uma argola fixada ao solo, uma coluna de suporte, um trilho, um caminhão, uma árvore, uma viga atravessada no vão da porta ou uma janela, são as soluções mais fáceis. Ainda assim, é possível que nenhum ponto de ancoragem satisfatório seja encontrado. Então torna-se necessário criar um ponto de ancoragem no solo. v)Operação: O militar deve manter atenção especial ao EPI, princi- palmente com relação às mãos, que são um alvo freqüen- te de lesões. Após este cuidado, o militar deve desenro- lar o cabo, pressionar o punho de debreagem em direção à alavanca telescópica até travá-lo, introduzir a ponta do cabo até sair do lado oposto, ancorar o aparelho pelo eixo de ancoragem num ponto fixo e resistente, puxar o cabo, a mão, até ficar bem esticado e colocar o punho de debreagem à posição inicial. Antes de iniciar o tracionamento, é conveniente a ve- rificação da ancoragem do aparelho e o ângulo de traba- lho, para que o cabo trabalhe em linha reta, então deve-se introduzir e travar a alavanca telescópica no seu braço e para içar ou tracionar, movimenta-se a mesma em vai e vem, obter o deslocamento desejado da carga. Para finalizar a operação, deve-se movimentar a ala- vanca em marcha a ré, até afrouxar o cabo e, após isto, elevar o punho de debreagem à frente, liberando o cabo. Fig. –tirfor Fig. –tirfor debreagem acionada 177Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Fig. –introdução do cabo de aço Fig. – ancoragem Fig. –pronto para tracionar Fig. – Utilização do tirfor Fig. – Utilização do tirfor 178 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.6. Linga Cabo curto de aço com alças em suas extremidades, que tem por objetivo laçar algum objeto para transporte, içamento ou arrasto. 9.2.8. Motosserra Este equipamento é essencial nos eventos de corte de árvore, já que facilita o corte dos galhos e troncos, agi- lizando o trabalho, mas em momento algum devem ser afastadas as técnicas e nem o fator segurança, afinal o bombeiro não pode permitir a velocidade influenciar no fator segurança. A motosserra écomposta de um motor a explosão e um sabre com corrente. Conforme será de- monstrado abaixo: As motosserras são constituídas dos seguintes com- ponentes, observados na fig.ura abaixo: Fig. – Linga 9.2.7. Gerador à gasolina O gerador a gasolina é um equipamento formado por um motor à explosão destinado a fornecer corrente elé- trica aos materiais operacionais, comumente usado para garantir a iluminação do local do evento, principalmente quando este estiver distante da viatura. Fig. – Gerador 1 – Sabre 2 – Corrente 3 – Punho 4 – Filtro de ar 5 – Acelerador 6 – Trava do acelerador 7 – Afogador 8 – Protetor do punho 9 – Retém do acelerador 10 – Vela de ignição 11 – Tampa do cárter 12 – Garra 179Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ i)Operação: Para dar a partida na motosserra, o militar deve equi- par-se com o EPI, colocar o afogador em “O”, apertar o botão de meia aceleração e bloqueá-lo. Para acionar o arranque, deve-se primeiramente fixar a motosserra contra o solo, segurando o suporte tubular com a mão esquerda e a manete do cabo de arranque com a direita, retirar a folga do cabo até travar e puxar rápido e firme- mente, não largando no retorno, mas levando-o até a po- sição inicial. Com a motosserra já em funcionamento, deve-se co- locar o afogador em “I”, soltar o bloqueio da alavanca do acelerador, e manter a aceleração do motor até que o motor passe a marcha lenta. Quando o motor já estiver quente, não necessita de acionamento do afogador e muitas vezes também não é preciso da meia aceleração. Para desligar o motor, vire a chave interruptora na po- sição “off”. O abastecimento é realizado com uma mistura de óleo 2 tempos e gasolina na proporção 1:50 (óleo do fabrican- te, para óleos de outros fabricantes use a proporção 1:25) – O fabricante especifica a marca Castrol super TT, pró- prio para motores 2 tempos de alta rotação. CERTOERRADO Fig. como ligar a motosserra Nunca coloque a motosserra em funcionamento de forma suspensa, pois dessa forma, poderá ferir-se ou ou- tra pessoa que estiver próxima. Cuidado redobrado quando a utilização do equipamento for feito no alto da árvore devendo o operador possuir o conhecimento técnico e o domínio da motosserra. 180 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.9. Moto-cortador Equipamento com o funcionamento semelhante ao da motosserra, contudo usado para cortes de chapas. É pos- sível a utilização de vários tipos de discos, mas na cor- poração, utiliza-se o disco misto para corte (corta ferro e aço), o que capacita o equipamento ao salvamento de pessoas em acidentes automobilísticos, ou para arrom- bamentos de portas de aço, ou ainda outras situações onde caiba sua utilização, como para o corte de verga- lhões em desabamentos. Os moto-cortadores são constituídos dos seguintes componentes, observados na figura abaixo: I)Operação: O procedimento para dar a partida no motor do moto-cortador é o mesmo do acima descrito para a motosserra, no entanto alguns cuidados especiais devem nortear a operação deste equipamento, já que há a geração, de centelhas durante o corte, o que oferece riscos ao bombeiro, ao patrimônio e das pos- síveis vítimas envolvidas, criando a possibilidade de incêndios, caso haja derramamento de inflamáveis ou explosão se houver escapamento de gases combus- tíveis. 9.2.10. Rádio Transceptor Portátil É um equipamento indispensável para eventos mais complexos por facilitar a comunicação entre os membros da equipe de salvamento, e membros de outras equipes, já que facilita a coordenação da prestação do socorro. As viaturas de salvamento devem estar equipadas com este equipamento. Fig. cuidados na utilização da motosserra 1 – Disco 2 – Protetor de disco 3 – Punho 4 – Filtro de ar 5 – Acelerador 6 – Trava do acelerador 7 – Afogador 8 – Borboleta da regulagem do protetor Sempre que trabalharmos com a motosserra em lo- cais suspensos esta deverá estar ancorada. 181Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.11. Oxi-explosímetro É um instrumento, portátil, confiável e de fácil utili- zação para a detecção da presença de oxigênio e gases combustíveis. Sempre que houver a presença de algum gás combustível em porcentagem que venham a ofere- cer risco de explosão o mesmo disparará um alarme lu- minoso, bem como um alarme sonoro indicando o risco do local, isso ocorrerá também quando da alteração de oxigênio. Pode ser manuseado facilmente nas situações e ambientes mais adversos. 9.2.12. Tripé É formado por três peças tubulares com 3,5m de altu- ra, que possuem encaixe na parte superior, que os man- tém unidos, formando uma estrutura piramidal estável. Ele é muito útil para o içamento de cargas, especialmen- te em poços. Para a sua utilização deve-se adaptar uma roldana no centro do aparelho para içar a carga, o que permite a utilização de cordas ou de cabos de aço. Fig. – Rádio Fig. – Oxi-explosímetro Fig. – Tripé 9.2.13. Cabo ou corda Basicamente a corda é formada por fios unidos e tor- cidos uns sobre os outros, formando um conjunto unifor- me e resistente à tração. Existem vários tipos de cordas, principalmente em função do material usado em sua fa- bricação, entre eles temos os cabos de fibras de origem animal (seda, crina e couro), os cabos de fibra vegetal (manilha, sisal e cânhamo), os de fibra sintética (nylon, seda, polietilenos, poliamida, poliéster, etc.) e os de fibra mineral (aço). No CBMERJ as cordas tem normalmente diâmetros de 9 a 11mm e comprimentos variando em 30, 50, 60, 100 ou 200m dependendo do seu uso. Podem ser estáticas ou semi-estáticas (mais usadas em salvamentos em altu- ras) e dinâmicas (usadas em salvamento em montanhas). I)Partes da corda: a. Fibra: Matéria básica da corda; 182 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ b. Fio: Conjunto de fibras; c. Cordão: Conjunto de fios; d. Capa: É a camada externa de uma corda, que tem como finalidade a flexibilidade e a proteção da alma; e. Alma: Trata-se da parte interna da corda, que é protegida pela capa, tem como finalidade a resis- tência e a elasticidade da corda; f. Chicote: Ponta solta da corda; g. Falcaça: É o agrupamento dos cordões na extremi- dade da corda para evitar que este desacoche; h. Firme: Parte livre da corda próxima à ancoragem. 9.2.15. Mosquetão Trata-se de uma peça metálica constituída de um anel com abertura e gatilho para ser utilizado em ancoragens e no baudrier. No início os mosquetões eram feitos de aço, mas devido ao seu peso, foram completamente superados pelas novas ligas, que agregam leveza e resistência. Hoje a maior parte dos mosquetões é feita de uma liga especial de alumínio, cromo e zinco, mas existem mode- los de titânio, tornando-os leves e resistentes. Existem vários modelos com utilidades específicas, como o simétrico ou oval, assimétrico, pêra e semi-oval. Também diferem entre si dependendo do tipo de gatilho, sem trava, ou com trava que pode ser de rosca ou auto- mática. Possuem resistências diferentes, sempre com a ins- crição da sua capacidade expressa em KN, gravada ao longo do corpo ou dorso, cujo valor do mesmo é de 100Kg para cada 1KN. Os mosquetões sem trava, no CBMERJ, são conheci- dos como molas. Fig. – Corda 9.2.14. Cabo solteiro Cabo de material sintético, de 6 a 8mm de diâmetro e de comprimento reduzido. Fig. – cabo solteiro Fig. – mosquetão simétrico Fig. – mosquetões sem trava ou “molas” 183Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.16. Aparelho oito Peça com formato do algarismo oito, usado como freio para a descida de pessoas e cargas. Fig. – mosquetão assimétrico Fig. – aparelho oito 9.2.17. Polias Conhecidas no CBMERJ como patescas, são utiliza- das em içamentos de cargas, transposição de obstácu- los, sistemas de força e salvamento com plano inclinado. São fabricadas em vários modelos. Fig. – polias9.2.18. Ascensor de Punho Ou simplesmente ascensor, geralmente utilizado em cordas simples de 8 a 13mm de diâmetro. Este equipa- mento trava na corda para facilitar a ascensão, é fácil de manusear, o CBMERJ padroniza o uso de uma mola, entre o orifício superior do mesmo e a corda, a fim de evitar aci- dentes. É utilizado em par, sendo o 1º posicionado acima e o 2º posicionado abaixo, e são conectados ao cinto do bombeiro através de fitas tubulares ou cabos solteiros. 9.2.19. Fitas tubulares São fabricadas normalmente de polipropileno, perlon ou nylon, com 3cm de largura e 3mm de espessura são usadas como ponto de ancoragem e para a confecção de cintos-cadeiras ou amarrações em vítimas e macas. Fig. – ascensores Fig. – fitas tubulares 184 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.20. Baudrier Equipamento destinado a envolver o bombeiro ou a ví- tima dando sustentação ao corpo com segurança e equi- líbrio, fornecendo um ponto de fixação. 9.2.21. Cinto Paraquedista ou Baudrier Integral Equipamento semelhante ao baudrier anterior, no en- tanto possui sustentação para a parte superior do corpo, bem como outros olhais onde o bombeiro pode se anco- rar no sistema, a saber: um no peito e um nas costas, além do tradicional na parte frontal da cintura. 9.2.22. Cinto Cadeira Equipamento inventado pelo 1º Sargento BM Carlos, mais conhecido também por “Graveto”, militar do Grupa- mento de Busca e Salvamento do CBMERJ. Reciclando partes dos cintos da brigada paraquedista do exército brasileiro, deu origem a este cinto muito utilizado em salvamentos em altura, principalmente no resgate a sui- cidas, por possuir ganchos de soltura rápida, facilitando a operação. 185Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.23. Escada prolongável Escada composta de alumínio ou fibra de vidro para garantir resistência e versatilidade, composta de dois lanços, um fixo e um móvel. O lanço móvel desloca-se so- bre o fixo através de encaixes. i)Operação: 1º)’Dois militares transportaram a escada, com seus ombros entre os banzos da mesma en- tre o primeiro e segundo degrau de cada lado; 2º) Deslocam-se com os pés da escada para frente; 3º) Chegando ao local certo para desenvolvê-la a colocam no chão, um dos militares apoia os pés da escada sob seus próprios pés, en- quanto o outro militar do lado oposto da es- cada a levanta andando por baixo da mesma até colocá-la na posição vertical; 4º) Com a escada na posição vertical começam a desenvolvê-la, quando ela estiver do ta- manho desejado usam o mesmo cabo que utilizaram para desenvolvê-la para ancorar no degrau, evitando que o cabo fique solto e possa causar acidentes; 5º) Um dos militares sobe na escada alternando os movimentos, subindo o braço direito jun- to com a perna esquerda e o braço esquerdo junto com a perna direita, enquanto o outro militar segura a escada; 6º) O militar que sobe na escada leva consigo um cabo solteiro que utiliza para ancorar a escada, evitando que ela caia. 9.2.24. Tesourão É uma ferramenta formada de aço com lâminas que é utilizada no corte de barras metálicas, fios, cabos, ara- mes e chapas. O tamanho da ferramenta é proporcional a sua capacidade de cortar peças de maior espessura. Fig. – Utilização do cinto cadeira Fig. – escada prolongável Fig. – tesourão 186 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.25. Vara de Manobra com Croque na Ponta Ferramenta composta por um cabo de fibra sub- dividido em partes com 1,5m cada, que servem para prolongar o equipamento e possuem alta resistên- cia mecânica e elétrica, possui versatilidade para que a peça na sua ponta possa ser trocada confor- me a necessidade. Deve-se ter o cuidado para não expô-la a temperaturas muito elevadas, pois assim ela pode perder sua resistência mecânica e elétri- ca. A peça na ponta da vara é o croque, ferramenta clássi- ca do bombeiro em forma de gancho e fisga. 9.2.27. Halligan Também conhecida como Hooligan é uma ferramenta muito versátil usada para entradas forçadas, foi projeta- da por um bombeiro de New York, FDNY, chamado Hugh Halligan em 1948, mais tarde naquele ano, o primeiro protótipo da barra Halligan foi feita por Peter Clarke (um ferreiro). 9.2.26. Alavanca Equipamento aplicado em vários tipos de salvamen- tos, constituído de uma barra de ferro de seção circular ou octogonal, com comprimento, formas e extremidades variadas, usado em atividades de arrombamento e des- locamento de cargas. Fig. – vara de manobra e croque Fig. – alavanca Fig. – Tipos de barra Halligan 9.2.28. Machado Ferramenta de aço com o formato semicircular e de gume afiado dotado de um cabo de madeira, usado em arrombamentos e cortes. Fig. – machado 187Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.29. Malho Ferramenta em aço de resistência superior aos aços comuns, possuindo uma extremidade em forma retangu- lar e seção quadrada conectada a um cabo de madeira ou ferro, à semelhança de uma marreta, destinado a traba- lhos que exijam grandes esforços de deslocamento ou deformação, especialmente em arrombamentos. 9.2.31. Lanternas Aparelho destinado à iluminação, alimentado por pi- lhas, destina-se a iluminação de pequenas áreas nas ope- rações de salvamento. Fig. – malho 9.2.30. Pá É um equipamento formado por uma chapa metálica de formato côncavo dotado de um cabo de madeira, usa- do em remoção de material e escavação, é comum a sua utilização em colisões quando há o vazamento de com- bustíveis e óleo, pode ser quadrada, redonda ou ainda de campanha. Fig. – pá de campanha Fig. – pá quadrada Fig. – pá redonda Fig. – lanterna 188 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.2.32. Cones de sinalização Objeto de borracha de formato tronco cônico branco e laranja, empregado na sinalização em vias de trânsito e isolamento da área do evento. 9.3.1. Capacetes de proteção Capacete com desenho específico para proteger a cabeça do militar em situações de salvamento, evitando lesões em uma das principais partes do corpo humano, fazendo com que o bombeiro possa ficar impossibilitado de prosseguir na atividade. 9.3. Equipamentos de Proteção Individual Segundo a Norma Regulamentadora nº 06 do Ministé- rio do Trabalho, Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetí- veis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. A seleção destes equipamentos deve ser bastante cri- teriosa, tendo em vista o fato de afetarem diretamente o próprio desempenho do militar. Segundo Roberge (2008, p.135 apud BELTRAME, 2010,p.12) “o uso impróprio do EPI pode impactar de forma negativa o trabalhador em seu desempenho, segurança, conforto físico e emocional, co- municação e audição”. São equipamentos utilizados para manter a seguran- ça do usuário, são utilizados quando as medidas coleti- vas de segurança não garantem a proteção necessária. São de extrema importância e necessidade para as ati- vidades de bombeiro, um socorrista ferido perde parte de seu potencial para resgatar uma vítima e pode vir a se transformar em uma nova vítima, dificultando muito a operação e sobrecarregando seus companheiros. Fig. – cone de sinalização Fig. – Capacete Montana para Trabalhos em Alturas Fig. – capacete F2X MSA 9.3.2. Luvas de proteção Luva usada em atividades que gerem atritos que po- deriam ferir a mão, podendo ser de vaqueta, de raspa de couro ou de outros materiais com resistência química, como a butílica ou a nitrílica, entre outras. 189Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.3.3. Óculos de proteção É destinado a proteção dos olhos do bombeiro contra agentes agressivos e partículas. Fig. – luva de vaqueta Fig. – luva de raspa de couro Fig. – luva butílica Fig. – óculos de proteção 9.3.4. Botas deborracha Calçados de borracha com um cano longo usado em atividades em que haja a proteção dos pés em relação a líquidos, contudo deve ser evitado o contato com agen- tes agressivos à borracha e superfícies aquecidas. Fig. – botas de borracha 190 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.3.5. Jardineira Calça de segurança, confeccionada em PVC, com ajus- te e acoplada com botas de PVC, dá proteção ao bombei- ro em seus membros inferiores contra líquidos contami- nados. utilizado em salvamentos por possuir também proteção contra abrasão. Fig. – jardineira 9.3.6. Capa de aproximação Equipamento de proteção típico de combate a in- cêndio, que oferece proteção térmica, mas que é muito Fig. – capa de aproximação 9.3.7. Cotoveleiras e joelheiras Equipamentos de proteção contra abrasão dos coto- velos e joelhos, muito utilizado em operações de resgate em estruturas colapsadas. 191Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.3.8. Máscara contra pó Protege o bombeiro de respirar pós em operações, muito utilizado em operações de resgate em estruturas colapsadas, entradas forçadas e também em operações de desencarceramento. 9.3.10. Equipamento de Proteção Respiratória Autônomo Equipamento típico de combate a incêndios que deve ser utilizado sempre nos salvamentos quando houver ris- co de contaminação respiratória ou ainda deficiência de oxigênio na atmosfera do salvamento. Maiores informa- ções consultar capítulo de técnica e maneabilidade em combate a incêndio. Fig. – máscara contra pó 9.3.9. Protetor auricular Equipamento que visa proteger a audição do militar, deve ser utilizado em conjunto com equipamentos como Motosserra e moto cortador. Fig. – cotoveleiras e joelheiras Fig. – protetor auricular Fig. – equipamento de proteção respiratória Autônomo 192 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 9.3.11. Luva de procedimento Luvas confeccionadas em látex natural, de pequena espessura (tipo cirúrgica) com talco. Material leve e fle- xível, formando uma luva confortável, que garante exce- lente tactibilidade. Oferecem relativa resistência contra compostos or- gânicos e inorgânicos que apresentam água como sol- vente. Devem ser empregadas internamente, sob outras lu- vas, como segurança extra para as mãos dos usuários. Este tipo de luva, sobretudo, deve garantir a proteção biológica do bombeiro. Vale lembrar que em nenhum momento o militar deve ficar desatento com o fator segurança, por ser este es- sencial para uma operação bem sucedida. São muitos os perigos existentes nas colisões de veículos, como o de incêndio, instabilidade dos veículos, ferragens pon- tiagudas, estilhaços de vidro, produtos perigosos etc. Portanto é necessário utilizar os equipamentos de pro- teção individual e tomar medidas para evitar riscos à integridade física dos bombeiros, da vítima e dos tran- seuntes. Deve-se ter sempre em mente que a prioridade do bombeiro é garantir o acesso às vítimas, estabilizar e protegê-las de novas lesões, que poderiam ser ocasiona- das por faísca, vidros, metais e até mesmo pelas ferra- mentas de resgate. • O desencarceramento possui as seguintes fa- ses: • Estacionamento das viaturas; • Sinalização/isolamento do local; • Uso do EPI; • Armação da linha de prevenção; • Estabilização do veículo; • Desligamento ou corte dos cabos da bateria e fechamento da válvula do GNV (caso possua); • Manuseio dos vidros; • Desencarceramento e resgate das vítimas. i)Estacionamento das viaturas: Sempre que possível, a viatura de salvamento (ABS e ABSL) deve ser posicionada junto à calçada, a uma dis- tância mínima de 5 metros à frente do evento, de forma que fique facilitada a retirada dos equipamentos neces- sários à realização das atividades operacionais. A viatura de socorro médico (ASE) deverá também ser posicionada à frente, a uma distância máxima de 5 me- tros do ponto da colisão, ficando, entretanto, posiciona- da junto à margem interna da via de circulação, de forma que fique assegurada a sua partida rápida sem maiores impedimentos em direção à rolagem da pista. Fig. – luva de procedimento 9.4. Técnicas de Salvamento 9.4.1. Desencarceramento A missão do bombeiro de salvamento neste evento é a de retirar as ferragens das vítimas, permitindo aos bombeiros das viaturas de socorros de emergências (ASE) o atendimento e a remoção da vítima ao hospital, contudo se a viatura de socorro médico não estiver no lo- cal, a guarnição de salvamento deverá atender as vítimas empregando os conhecimentos apreendidos na matéria de socorros de urgência e aguardar no local a chegada da outra viatura (ASE). 193Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ A viatura de combate a incêndio (ABI, ABT ou AT) de- verá se posicionar, no mínimo, 5 metros à retaguarda do evento. ficando a uma distância mais larga que a ocupada pela viatura, tal procedimento, de extrema importância, serve como prevenção à ocorrência de outros acidentes se- cundários. A sinalização deverá envolver toda a cena do acidente, o local deverá ser isolado de forma a limitar o acesso apenas àqueles que trabalham na ocorrência. No caso de curvas a sinalização deve ter início antes da mesma, se o acidente ocorrer em locais de aclive ou declive acentuado, a sinalização deve ter início no lado oposto do mesmo, em caso de anormalidades (presen- ça de chuva, fumaça, neblina, óleo na pista, à noite, etc.) a distância de sinalização dever ser dobrada por motivo de segurança. Fonte: POP-CBMERJ, parqueamento de viaturas No caso de incêndio, as distâncias serão de 20 metros do ponto de colisão e, caso haja risco de explosão, de, no mínimo, 200 metros. ii)Sinalização/Isolamento do local: A sinalização do local deverá ser feita desde a distân- cia de 1 x velocidade máxima da pista, ou seja, em uma pista de velocidade máxima de 100 km/h, a sinalização deverá se iniciar a 1 x 100 = 100 metros, ou para facilitar a demarcação dessa distância, adota-se um passo longo para cada metro, sendo assim, a distância de isolamento dessa pista ficaria de 100 passos longos. Essa sinalização deverá ser feita obrigatoriamente por meio de dispositivos (cones) fotoluminescentes (que brilhem a exposição da luz), no mínimo sete cones devem ser utilizados, ficando o primeiro deles, o mais distante da viatura, encostado ao meio feio da pista e o último Tipo da via Velocidade máxima per-mitida Distância para início da si- nalização (pista seca) Distância para início da sinalização (chuva, ne- blina, fumaça, à noite) Vias locais 30 km/h 30 passos longos 60 passos longos Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos Vias de fluxo rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos Rodovias 110 km/h 110 passos longos 220 passos longos Fig. – estacionamento de viaturas e balizamento da cena 194 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Quanto ao isolamento, poderemos operar estipulando círculos de trabalho, com objetivo de organizar o teatro de operações, ou seja: • Círculo interno: círculo imaginário de 5 metros, em redor do acidente a que se tem acesso: equi- pes de salvamento/equipes médicas/ambulân- cia. • Círculo exterior: área delimitada de 10 metros que se situa fora do círculo interior e onde estão demarcadas as seguintes áreas: • Viatura de desencarceramento/Ambulância; • Outras viaturas de socorro; • Depósito de destroços. iii)Uso do EPI: Todos os bombeiros deverão estar usando o EPI ade- quado: capacete, capa de aproximação, luvas cirúrgicas, luvas de raspa de couro, equipamento autônomo de res- piração artificial (caso o evento seja pertinente a vaza- mento de produtos perigosos); Para os casos que envolvam riscos elétricos deverá ser acrescido o EPI dos seguintes materiais: capacete de segurança, calçado de segurança, luva de segurança iso- lante de borracha, manga de segurança isolante de bor- racha,vestimenta condutiva de segurança, multímetro, croque com cabo isolante, tesourão com cabo isolado, alicate com cabo isolado, chave de fenda com cabo iso- lado, tapete isolante, protetor facial para arco elétrico, óculos de segurança. Fig. – demonstração dos círculos imaginários Fig. – bombeiro equipado com EPI adequado 195Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ iv)Armação da linha de prevenção: Antes de qualquer procedimento de abordagem do veículo, deverá ser armada uma linha de prevenção com esguicho de vazão regulável (EVR) ou, se for o caso, o mangotinho, em carga (pressurizada) e fechado, com o corpo de bomba funcionando em regime de baixa rota- ção. v)Estabilização do veículo: Deverá ser feita antes da abordagem dos veículos acidentados a estabilização dos mesmos contra tomba- mento, esmagamento do teto, deslizamento ou contra qualquer outro movimento que venha a pôr em risco o su- cesso da operação, o que deverá ser feito pela utilização de calços, cunhas, escoras, cabos, fitas tubulares, cabos de aço ou outros dispositivos aplicáveis. Deverá haver uma estabilização progressiva, ou seja, uma estabilização da área à medida que for progredindo a operação, visto que algumas partes do veículo são reti- radas e sua estabilidade pode ficar comprometida. Cabe ao Comandante da Operação alertar seus comandados para observarem sempre esse detalhe. Fig. – estabilização de veículo capotado vi)Desligamento ou corte dos cabos da bateria e fechamento da válvula do GNV Deverá ser feito, com a prevenção de uma linha direta, o corte da alimentação de energia elétrica do veículo, re- tirando primeiramente o cabo ligado ao borne negativo (-) da bateria. Atualmente, alguns automóveis são equipados com sistema suplementares de retenção, ou seja, airbags, possuindo várias siglas de identificação, como “SIR”, Fig. – ancoragem em veículo tombado Fig. – veículo estabilizado 196 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ “SRS”, “SIPS”. Porém, no caso de corte de energia, estes se mantêm ativos por aproximadamente trinta minutos, em virtude dos veículos possuírem acumuladores eletrô- nicos, portanto assegurar que ninguém se coloque entre o volante e/ou console e a vítima. Na falta de protetores de airbag, as equipes de salva- mento poderão utilizar fitas tubulares e/ou cabos soltei- ros, envolvendo o volante, reduzindo assim a probabili- dade de ocorrer lesões devido ao seu acionamento. vii) Manuseio dos vidros Os vidros podem ser: removidos, partidos ou cor- tados. Dependendo da situação, não será necessária a quebra dos vidros, o que poderá dificultar ainda mais as ações de salvamento. Basta apenas retirá-los, caso a situação assim permitir, utilizando facas para a remoção de borrachas, chaves de fenda para remoção de metais e ainda borrachas tipo “ventosas’ para segurar o vidro im- pedindo assim a sua queda.Fig. – protetor de airbag Fig. – desligamento da bateria 197Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Caso seja necessária a quebra dos vidros, estes deverão ser eliminados de fora para dentro; uma proteção transparente, segura e maleável deve ser utilizada para proteger a vítima e as equipes de sal- vamento. viii) Abertura de acessos Permite que a equipe de atendimento pré-hospitalar se aproxime da vítima para prestar os cuidados necessá- rios. Após o veículo se encontrar estabilizado e seguro, de- vem ser utilizados os acessos já existentes, permitindo uma rápida abordagem, ou seja, portas, para-brisas, jane- las etc. Caso seja necessário o Comandante de Operações ordenará que cortes estratégicos sejam feitos e acessos sejam criados para chegar à vítima, até terminarem as operações. No caso de incêndio, simultaneamente ao combate às chamas, utilizando o esguicho regulável na posição de jato neblinado, produzir uma “cortina d’água” entre o fogo e o acidentado e efetuar o salvamento. Porém, nos casos de menor potencial ígneo, poderão ser utilizados extinto- res correspondentes. Caso o veículo seja movido a GNV e não havendo cha- mas envolvendo o cilindro, a válvula deverá ser fechada. Caso o cilindro de um veículo esteja envolvido em cha- mas, sua válvula não deverá ser fechada. ix) Desencarceramento da vítima Para efeito de entendimento, as barras de sustenta- ção do teto de qualquer veículo são denominadas pilares, levando em consideração inicial o pilar A, próximo do vi- dro dianteiro e, por conseguinte pilares B, C e D, quantos forem. Este procedimento deverá obedecer às seguintes eta- pas, caso sejam necessárias: - Desencarceramento: aqui deve ser aplicada a regra básica de remover as ferragens da vítima e nunca a víti- ma das ferragens. • Remoção do teto: frontal, lateral, a retaguarda ou totalmente. • Remoção da porta: pela maçaneta e pela dobradiça. • Afastamento do painel. Protocolo a ser seguido: 1º)Removem-se teto e portas; 2º)Corta-se o pilar “A” na parte de baixo; 3º)O cilindro é colocado na parte de baixo da co- luna “B” e no meio da coluna “A”; 4º)Pode-se usar o suporte do cilindro na colu- na “B” (material específico) ou o expansor como base; 5º)Levantar o painel verticalmente; pode-se colocar um cilindro pequeno na base do pilar “A”, no local do corte. 6º)Abertura do painel lateral: o procedimento é utilizado quando da necessidade de ma- nusear os pés da vítima que se encontram presos nos pedais. Fig. – demonstração de pontos importantes do veículo 198 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ 7º)Retirada dos pedais: poderá ser feito o afastamento do pedal com a fita tubular e/ ou o corte do pedal com ferramenta espe- cífica. - Abertura em “concha”: este procedimento é feito quando o veículo encontra-se tombado lateralmente, ou seja, formando um ângulo de 90º em relação ao solo aproximadamente. Protocolo a ser seguido: 1º)Estabiliza-se a viatura em ambos os lados (utilizamos também, além dos calços e cunhas, escoras); 2º)Retira-se o vidro traseiro para o primeiro contato com a vítima; 3º)Os vidros são quebrados para que possam ser feitos cortes nos pilares; 4º)Antes de quebrar os vidros, proteger a ví- tima e o socorrista (equipe médica) com a proteção maleável (cacos de vidro); 5º)Cortar os pilares; 6º)Realizar dois cortes estratégicos no teto na parte traseira e dianteira, próximo ao solo; 7º)Rebater o teto para o solo, como se estives- se “abrindo uma concha”; 8º)Retirar a vítima. - Atropelamento com vítima sob o veículo: Protocolo a ser seguido: • Levantar o veículo utilizando cilindros extensi- vos, macacos e/ou expansores hidráulicos; • Estabilizar progressivamente. 9.4.2. Corte de árvore • O serviço de corte de árvore, realizado pelo CBMERJ, compreende o abate ou retirada e o desbaste ou poda, só se aplicando em situações emergenciais. I)Definições: a. Situações emergenciais: são acontecimentos mórbidos e inesperados, que, por sua natureza imutável e de risco extremo, requerem tratamen- to imediato. b. Risco iminente: perigo ou possibilidade de perigo que está em via de efetivação imediata. c. Abate seccionado: utilizado quando não for pos- sível efetuar a queda livre da árvore, consiste em seccionar a árvore em pedaços menores, utilizan- do-se de técnicas variadas. d. Corte de abate pleno: realizado acima do corte direcional, mantendo uma faixa de fratura igual a 1/10 do diâmetro da árvore. e. Sistema de elevador: técnica de corte que con- siste em remover os galhos parcialmente, aos pe- daços, em vez de abatê-los totalmente de um só golpe. Essa técnica deve ser empregada amarran- do-se o galho ou a parte da árvore que se vai cortar em ponto fixo da própria árvore ou outro ponto de apoio seguro, efetuando-se em seguida o corte. A adoção dessa técnica evita que a parte cortada caia de uma só vez. f. Entalhe direcional: é o entalhe feito para deter- minar a direção da queda do tronco, formadapela mesa (base horizontal) e a boca (corte oblíquo) onde se retira uma cunha em direção ao centro. Nem toda solicitação para a realização da ativi- dade de corte de árvore requer, necessariamente, a efetiva execução pelo CBMERJ, nas hipóteses em que não forem constatadas a incidência de risco imi- nente, a atividade competirá a Engenheiro Agrôno- mo, segundo o art. 6º, letra “f”, do Decreto Federal nº 23.196, de 12 de outubro de 1933, cuja infração consta sedimentada no art. 6º, alíneas “a” e “e”, c/c o art. 76, todos da Lei Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. ii)Considerações gerais Considerando o que preconizam as normas legais vigentes sobre o tema depreende-se ser da atribuição do CBMERJ apenas a retirada das árvores ou a poda dos galhos de grande porte já caídos nas vias públicas, 199Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ que possam vir a provocar outros acidentes como a colisão de um veículo. Dentro desse cenário, podem- se incluir também vegetais que estejam parcialmente tombados, ou seja, que estejam pendentes ou soltos de sua base de apoio, fora do seu estado normal e que só não estão no chão por estarem apoiados em muros, em edificações, ou quaisquer outros anteparos eleva- dos, caracterizando o risco iminente de queda, pois oferecendo risco real à integridade física das pessoas ou de seus bens. O evento de corte de árvore é um atendimento que re- quer bastante atenção, tanto no que toca a segurança da guarnição dos Bombeiros Militares que estão realizando o serviço, haja vista o elevado número de ocorrências que incapacitaram ou levaram a termo fatal militares da Corporação, quanto no que se refere à proteção dos bens materiais circunvizinhos ao evento. iii)Ameaça de queda Em casos de solicitação de “ameaça de queda”, requer a avaliação de profissional com habilitação legal (Enge- nheiro Agrônomo), pelo fato de não termos em nossos quadros tal profissional, a análise da situação fitossa- nitária da árvore se torna impossível. Portanto, quanto às solicitações de “ameaça de queda”, é imprescindível que seja apresentado ao CBMERJ um relatório do pro- fissional habilitado, atestando que o vegetal se encontra em risco de queda iminente, caracterizando a natureza emergencial do serviço. iv)Procedimentos 1º) A viatura de autobusca e salvamento (ABS ou ABSL) deverá se posicionar afastada do local onde será efetuado o corte de árvore, a uma distância segurapara pos- síveis incidentes, porém de fácil acesso à guarnição, de forma que facilite a retirada dos materiais específicos necessários à atividade. 2º)O isolamento do local deverá obedecer a uma distância de, no mínimo, duas vezes o tamanho real da árvore a ser cortada, deve- rá ser feito com faixas de sinalização, cor- das e/ou cones de sinalização. 3º)Antes de efetuar o corte, deve-se fazer uma avaliação técnica (reconhecimento do lo- cal), bem como uma avaliação do tipo de ter- reno: se há edificações por perto, presença de fiação elétrica e principalmente as condi- ções climáticas (possibilidade de chuvas ou ventos fortes). 4º)A análise da situação efetuada nos reconhe- cimentos citados norteará a tomada de de- cisão quanto ao método de corte a ser em- pregado, assim como possibilitará decidir pela solicitação de apoio a outros Órgãos Públicos, pelo isolamento da área, retirada de pessoas e ainda a escolha adequada dos equipamentos necessários à execução do serviço. 5º)Os equipamentos de proteção individual de- vem ser usados pelos elementos da guarni- ção, a saber: capacete, óculos de proteção, protetor auricular, equipamentos de altura e luvas. Adotar todos os cuidados com rela- ção à utilização da motosserra. 6º)Na aplicação do “sistema de elevador”, o bombeiro responsável pelo abate do galho deverá atentar para que não haja, a princí- pio, o corte total do mesmo, ou seja, deverá fazer uma incisão suficiente para que não cause a sua queda, ficando a ação final a ser executada por tração, pela equipe de terra, após a descida do operador e do equipa- mento de corte. 7º)Todo bombeiro que tiver que subir na árvo- re deverá estar ancorado e fazer uma se- gurança acima da sua cabeça, bem como o equipamento a ser utilizado e todo material deverão ser levados para cima da árvore por içamento. 200 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ - Corte de abate: Para a queda, dependendo da situa- ção e necessidade, poderão ser utilizados materiais auxi- liares de tração (Tirfor, guinchos, cabos, polias, etc). - Sistema de elevador: Para a queda, dependendo da situação e necessidade, poderão ser utilizados materiais auxiliares de tração (Tirfor, guinchos, cabos, polias, etc). Filete de ruptura Corte de abate Corte de abate Direção CORTE DIRECIONAL 1/3 de diâmetro Fig. – corte de abate Fig. – Análise Preliminar antes do Corte e Preparação do Sis- tema de Elevador 201Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Após o serviço, os BM deverão deixar livres vias e passagens no local do evento. Não é responsabilidade do CBMERJ a retirada e o transporte dos troncos e galhos cortados. Fig. –Sistema de Elevador na mesma árvore e utilização do tirfor A tensão, a lubrificação e a afiação da corrente da motosserra devem ser observadas antes e após o corte; deve-se testar a motosserra antes de qualquer situação real. Para o içamento da motosserra, a mesma deverá estar em funcionamento e com o freio da corrente acio- nado. Quando a motosserra for transportada em terreno plano ou aclive, deve ser conduzida com o sabre voltado para trás. Ao abastecer, não derramar combustível nem fumar. Somente o operador deve manusear a motosserra desde sua preparação até o corte. O operador deve pos- suir condições físicas, psicológicas e técnicas para reali- zar o serviço. Durante o corte, as garras da motosserra devem estar firmadas, garantindo maior controle do equipamento. Deve-se ter muita atenção com os troncos rachados, pois estes podem facilmente soltar lascas. v)Cuidados com árvores próximas a rede elétrica: A tabela a seguir, retirada do manual MTB-35 - Cole- tânea de Manuais Técnicos de Bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo apresenta a distância mínima necessária de um ponto energizado para que uma pessoa possa se movimentar, inclusive ma- nipulando equipamentos ou ferramentas não isolantes, sem o risco de abertura de arco elétrico em relação ao seu corpo. Classes de tensão (KV) Distância mínima (m) 13,8 1,10 20 1,15 34,5 1,20 69 1,35 88 1,45 138 1,60 230 2,20 345 3,00 440 3,30 500 3,80 Nesse caso, torna-se importante que a companhia Fonte: CBSP 202 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ de eletricidade local seja acionada e apóie o CBMERJ devido à complexidade do evento. Se não for possível a interrupção do fornecimento de energia, solicitar junto à companhia o apoio de equipe especializada em trabalhos. 9.4.3. Operações com elevadores Conjunto de equipamentos com acionamento ele- tromecânico ou hidráulico destinado a realizar trans- porte vertical de passageiros, cargas ou para ambos concomitantemente entre os pavimentos de uma edificação. Devido às diversas aplicações, os equipa- mentos possuem os mais diversos itens de segurança e proteção aos usuários: reguladores de velocidade, freios de segurança, limites de parada, botões de emergência etc. Esses itens dão ao passageiro segurança no trans- porte e consistem basicamente de uma cabina sus- pensa por meio de cabos de aço que correm sobre uma polia de tração adequada e sobre trilhos acionada por um motor. Na outra extremidade, cabos de aço susten- tam um contrapeso. O acionamento desse conjunto é comandado por um sistema de controle que propor- ciona o deslocamento da cabina no sentido de subida, descida e as paradas realizadas pela mesma nos an- dares predeterminados. Esses comandos poderão ser realizadospela parte externa, que são os pavimentos, e pelo interior da cabina. Para fins de entendimento pelo Corpo de Bombei- ros, com o intuito de melhor classificar as ocorrências, ficará definido que “pessoas retidas” compreendem aquelas no interior da cabina do elevador parado por qualquer motivo; “pessoas presas” compreendem aquelas prensadas entre ferragens ou prensadas en- tre a cabina e o pavimento ou ainda entre a cabina e as paredes da caixa de corrida. i)Definições: A seguir teremos uma visão geral bem como a de cada parte que compõe o sistema de um elevador : a. Cabina: É o nome dado ao compartimento onde é transportada a carga e/ou as pessoas. Fig. –principais partes do elevador Fig. – cabina do elevador 203Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ b. Caixa de corrida: Compreende o espaço entre a casa de máquinas e o piso do poço; é o local onde se movimentam a cabina e o contrapeso (cabina, operador de porta, contrapeso, guias, cabos de aço). Fig. – caixa de corrida c. Contrapeso: utilizado para diminuir a foça reali- zada pelo motor do elevador, tem normalmente a metade do peso suportado pelo aparelho acresci- da do peso da cabina. Ex.: Elevador com capacida- de para 1.000 kg, possuirá um contrapeso de 500 kg mais o peso da cabina. d. Pavimento de acesso: São os diversos locais de parada da cabina; é composto por: porta de pavi- mento, sinalização de pavimento, botoeira de pa- vimento. Fig. – contrapeso Fig. – pavimento de acesso 204 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ e. Casa de máquinas: É o nome dado ao local onde normalmente são instalados os equipamentos; abriga os aparelhos que comandam e controlam o elevador (máquina de tração, limitador de velocidade, painel de comando, quadro de força e controle). Fig. – casa de máquinas f. Poço: É a parte inferior da caixa (fosso), onde ficam instalados dispositivos de segurança (para- choque) para proteção de limites de percurso do elevador; existem três tipos de para-choques: hidráulico, de molas e de borracha. Fig. – poço g. Limitador de velocidade: Tem a finalidade de tra- var o elevador em caso de aumento de velocidade acima do padrão de segurança, impedindo, assim, uma eventual queda livre do elevador. 205Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Fig. – limitador de velocidade h. Quadro de comandos: Onde são gerenciadas as informações elétricas do elevador para a realiza- ção dos comandos de parada e partida. Constituí- do de bobinas, relês, transformadores e chaves de força. i. Máquina de tração: Conjunto motriz que tem a fi- nalidade de realizar a força no transporte vertical. Constituído de motor-gerador, sistema de tração, coroa sem fim, freio eletromecânico, polia de tra- ção e cabos de tração. Fig. – quadro de comandos Fig. – máquina de tração ii)Possíveis defeitos: • A falta de força geral ou por algum defeito loca- lizado na edificação causa paralisação imediata dos elevadores; • Sobrecargas, devido ao excessivo número de passageiros, podem desarmar a chave de pro- teção do motor de tração; • Defeito no freio pode causar a ultrapassagem dos limites de percurso, desligando as chaves de limite que cortam a alimentação; • Sapatas, cursores das cabinas com desgaste excessivo provocam atuação do freio de segu- rança na descida; • Defeito no regulador de velocidade pode fazer atuar o freio de segurança quando a cabina se movimentar em sentido de descida; 206 Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ Defeitos no comando elétrico podem causar a parali- sação em qualquer ponto do percurso. iii)Procedimentos: A guarnição padrão para esse tipo de ocorrência é for- mada com no mínimo três Bombeiros. O Chefe da Guar- nição deverá abrir e operar junto à porta de pavimento mais próxima da cabina (andar imediatamente superior ou inferior); os outros dois componentes da guarnição deverão operar acima da caixa de corrida, na casa de má- quinas do elevador. O dispositivo de construção do elevador estabelece o contrapeso a fim de amenizar o esforço dos motores. Para tal, o contrapeso vem a ter sua carga igual ao peso da cabina acrescido de metade do valor do peso da capa- cidade total do equipamento, ou seja, terá o peso igual ao da cabina com metade de sua carga. Se a quantidade de passageiros for menor que a me- tade da capacidade da cabina, a tendência da cabina será subir, pois estará mais leve que o contrapeso, sendo en- tão as vítimas serão retiradas pelo andar imediatamente superior. Se a quantidade de passageiros for maior que a metade da capacidade da cabina, a tendência da cabina será descer, pois estará mais pesada que o contrapeso, as vítimas são retiradas, então, pelo andar imediatamen- te inferior. Coletar, durante o deslocamento, o máximo de infor- mações possível junto à SsCO: As solicitações para o atendimento dessa emergência, com vítimas, envolvem diversas causas e circunstâncias, conforme os vários tipos que podem ser classificados: • Retiradas de pessoas do interior das cabinas; • Acidentes com as vítimas presas entre a cabina e o piso dos pavimentos; • Vítima presa às ferragens ou ao contrapeso; • Vítima no interior do fosso. Os dados que deverão ser colhidos são aqueles que irão auxiliar o Comandante da Ocorrência a fazer um planejamento tático, solicitar meios adequados e prever riscos adicionais para aquele tipo de ocorrência, dados estes, além daqueles que são padrão de serem colhidos pelo SsCO, como local da ocorrência, identificação do so- licitante etc. Os dados a serem coletados para este tipo de ocor- rência são: 1)Causa do acidente; 2)Tipo de acidente; 3)Quantidade de vítimas; 4)Empresa e contato do técnico; 5)Responsável pela edificação (porteiro, sindi- co, proprietário) no local; 6)Existência de chave de emergência da porta de pavimento; 7)Riscos potenciais para o atendimento da ocorrência (incêndio, rompimento de cabos, curtos-circuitos etc.). Antes do deslocamento, conferir o material ne- cessário ao salvamento (rádios, chaves de elevador, lanternas, desencarcerador, material de salvamen- to em altura etc.). Acionar de imediato o apoio ne- cessário (por exemplo: se houver vítima presa nas ferragens, acionar a guarnição de emergência pré- -hospitalar, policiamento, que deverá ser acionado de imediato logo na solicitação de atendimento da ocorrência, em caso de acidente com vítimas fatais, para realizar os procedimentos legais e preserva- ção dos autos, assistência técnica responsável pelo elevador), cabendo ao Comandante de Operações confirmar com a SsCO, durante o deslocamento, es- ses acionamentos. iv)Conduta operacional para vítimas retidas no interior da cabina: Esse tipo de acidente é causado, de modo geral, pela falta de energia elétrica, por excesso de carga ou por de- feitos eletromecânicos no elevador. O bombeiro, ao che- gar ao local, após rápido reconhecimento, deverá avaliar 207Manual Básico de Bombeiro Militar | Vol. 2 | CBMERJ a quantidade de vítimas e o estado psicológico em que se encontram, informando-as da presença do socorro, procurando tranqüilizá-las, adotando os seguintes pro- cedimentos: a. Localizar a posição da cabina em relação aos pa- vimentos; b. Dividir a guarnição, devidamente equipada com rádios transceptores e lanternas, entre a casa de máquinas e o local próximo à cabina com as víti- mas; c. Na casa de máquinas deverá ser efetuado o corte da energia elétrica do elevador, por meio do desligamento da chave geral corresponden- te; d. Em caso de dúvida, desligam-se as chaves de to- dos os elevadores, a chave geral da casa de máqui- nas ou ainda os disjuntores do quadro de energia situado geralmente no andar térreo, após evacuar as demais cabinas; e. Simultaneamente às ações desenvolvidas na casa de máquinas, deverá ser procedida a abertura da porta do andar mais próximo
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