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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA – UFOB CENTRO DAS CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS – CCET CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS GABRIELE BRITO OLIVEIRA MURILLO BARBOSA BRITO SAYONARA DE SOUZA GUEDES RELATÓRIO I CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DO SOLO BARREIRAS 2021 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA – UFOB RELATÓRIO I CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DO SOLO Relatório desenvolvido para obtenção de nota na disciplina Mecânica dos Solos I, ministrada pelo professor Dr. Vinicius de Oliveira Kuhn, no semestre 2020.2, na Universidade Federal do Oeste da Bahia - UFOB. BARREIRAS 2021 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ..................................................................................................... 5 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 5 1.3 OBJETIVO ...................................................................................................................................... 6 2 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 6 2.1 COLETA E PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS ....................................................................................... 6 2.1.1 Materiais utilizados ............................................................................................................... 7 2.2 ENSAIO DE GRANULOMETRIA ........................................................................................................ 7 2.2.1 Materiais utilizados ............................................................................................................... 8 2.2.2 Método ................................................................................................................................... 8 2.3 ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ .................................................................................................... 8 2.3.1 Materiais utilizados ............................................................................................................... 9 2.3.2 Método ................................................................................................................................... 9 2.4 ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE ............................................................................................ 9 2.4.1 Materiais utilizados ............................................................................................................... 9 2.4.2 Método ................................................................................................................................. 10 2.5 ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS ................................................................................ 10 2.5.1 Materiais utilizados ............................................................................................................. 10 2.5.2 Método ................................................................................................................................. 10 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................ 10 3.1 ENSAIO DE MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS .................................................................................. 10 3.2 ENSAIO DE LIMITES DE ATTERBERG ............................................................................................ 12 3.3 ENSAIO DE GRANULOMETRIA ...................................................................................................... 14 3.3.1 Peneiramento grosso ........................................................................................................... 14 3.3.2 Peneiramento fino ............................................................................................................... 15 3.4 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO ............................................................................................................ 17 3.4.1 Sistema Unificado de Classificação do Solo ....................................................................... 17 3.4.2 Sistema rodoviário de classificação .................................................................................... 19 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 19 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 20 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Coleta de amostra de solo. ..................................................................................................... 7 Figura 2 - Coleta de amostra de solo. ..................................................................................................... 7 Figura 3 - Amostra no aparelho de Casagrande. ..................................................................................... 8 Figura 4 - Ensaio de limite de plasticidade. ............................................................................................ 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Curva granulométrica do solo.............................................................................................17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Dados referentes a umidade higroscópica. .......................................................................... 11 Tabela 2 - Dados referentes a massa específica dos grãos. ................................................................... 11 Tabela 3 - Massa específica dos grãos. ................................................................................................. 12 Tabela 4 - Dados do limite de liquidez da amostra. .............................................................................. 13 Tabela 5 - Dados do limite de plasticidade da amostra. ....................................................................... 13 Tabela 6 - Peneiramento grosso. ........................................................................................................... 15 Tabela 7 - Peneiramento fino. ............................................................................................................... 16 Tabela 8 - Classificação do solo pela porcentagem dos grãos. ............................................................. 17 5 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização do tema Temos no Brasil um vasto território e consequentemente, com uma grande variação de solos, que podem ter tido origem em rochas vulcânicas extrusivas, como os originados pela decomposição de basalto, encontrados na bacia do Paraná; solos oriundos da decomposição de rochas intrusivas, como granito; de rochas sedimentares, como calcário; de rochas metamórficas, como o gnaisse, além de uma farta ocorrência de solos sedimentares (LPE..., 2016). O tipo de solo é classificado de acordo com a densidade de sua composição, as necessidades especiais da edificação e o comportamento do solo após a aplicação de uma determinada pressão. Os fatores relacionados à composição do solo são densidade, porosidade, consistência e relação água- solo. O tamanho relativo das partículas sólidas define o que podemos chamar de textura e sua determinação é feita por meio da distribuição granulométrica. Já a plasticidade representa a maior ou menor capacidade do solo ser moldado sem mudança de volume e sob determinada condição de umidade. A análise granulométrica de um solo é o estudo do tamanho das partículasou grãos que compõem esse solo. Ela serve para nos orientar sobre sua classificação e o comportamento do mesmo quanto a sua utilização. Faz-se distribuindo em diversas frações de solo, conforme seus tamanhos. Estas frações do solo são expressas em porcentagens de peso da amostra tomada. Com o objetivo de determinar as características mecânicas de um tipo de solo, o trabalho apontará os materiais, métodos, procedimentos e resultados dos ensaios laboratoriais que são feitos para a classificação do solo segundo a norma brasileira. 1.2 Justificativa A Análise granulométrica dos solos é um estudo da distribuição das dimensões dos grãos de um solo, sendo possível a determinação geral de suas características físicas. Este ensaio permite determinar a sua textura, o que possibilita sua classificação em: pedregulho, areias (grossa, média e fina), silte e argila. Solos mais grossos apresentam melhor resposta em termos de pavimentação. Através dos resultados obtidos desse ensaio é possível a construção da curva de distribuição granulométrica, muito importante para a classificação dos solos bem como a estimativa de parâmetros para filtros, bases estabilizadas, permeabilidade, capilaridade etc. 6 A Granulometria interfere através das frações grossas (pedregulho e areia) e finas (silte e argila) do material. A primeira entra como elemento inerte, contribuindo para o atrito interno, logo possibilita elevado grau de compactação; já a segunda, como elemento aglutinante, influindo na coesão (capacidade de aglomerar – conexão) (TECH7 ENGENHARIA, 2019). Os Limites de Atterberg dão uma boa ideia do comportamento do solo sob carregamento – solos com elevado LL são mais deformáveis; em conjunto com a curva granulométrica permitem a classificação dos solos para fins de pavimentação, como a classificação HRB. Os ensaios de granulometria e dos Limites de Atterberg, também chamados de ensaios de consistência, são bastante úteis para avaliações inicias dos solos para fins de pavimentação (LPE..., 2016). As propriedades dos solos exercem influencia direta nos projetos de Engenharia. Por exemplo, se for analisado dois solos, o primeiro possui grãos bem arredondados e de mesmas dimensões, enquanto o segundo possui grãos irregulares e angulosos, além de partículas de dimensões variadas. Se for construída uma edificação acima de cada um, a resposta aos esforços aplicados será diferente. O solo que apresenta melhor distribuição granulométrica e grãos mais angulosos fornecerá maior resistência, porque ele possui um maior entrosamento entre grãos finos e grossos, que consequentemente promove um maior atrito entre as partículas. Portanto, para a determinação das características mecânicas de um tipo de solo, visando ter uma base na execução de projetos e fundações, são definidos ensaios laboratoriais com amostras do solo que se tenha interesse em classificar. 1.3 Objetivo Este trabalho tem por objetivo classificar uma amostra de solo, segundo o sistema unificado de classificação do solo e o sistema de classificação rodoviário, com base nos ensaios laboratoriais feitos no laboratório de solos da UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Coleta e preparação das amostras Para realização dos ensaios laboratoriais, primeiramente, faz-se a coleta de amostras do solo. Após isso, o material coletado deve passar por um processo de preparação, normatizado pela NBR 6457. Para que esse processo seja feito, após a secagem do material ao ar livre, deve-se analisar a amostra em uma bandeja metálica, para verificar se há alta quantidade de material orgânico, e caso 7 não haja, segue o procedimento. O processo consiste em destorroar, com a finalidade de desagregar as partículas maiores das menores, quartear, pesar e peneirar a amostra para que se possa obter uma quantidade homogênea, satisfatória e significativa do solo que será analisado. Figura 1 - Coleta de amostra de solo. Fonte: Imagem do Google Figura 2 - Coleta de amostra de solo. Fonte: Imagem do Google 2.1.1 Materiais utilizados Bandeja metálica Almofariz de porcelana Mão de gral Balança eletrônica Peneiras Saco plástico 2.2 Ensaio de Granulometria O ensaio de granulometria é muito importante, pois é o processo utilizado para a determinação da percentagem em peso para cada faixa de tamanho de partículas. Através dos resultados advindos desse ensaio é possível construir uma curva de distribuição granulométrica, que é de extrema importância na classificação dos solos. Para os materiais granulares, essa distribuição é obtida através 8 do peneiramento da amostra, enquanto que para siltes e argilas se utiliza a sedimentação dos sólidos em meio líquido. 2.2.1 Materiais utilizados Béquer Provetas Espátula Peneiras grossas: 50, 37.5, 25, 19, 9.5, 4.8 mm Peneiras finas: 2.0, 1.18, 0.6, 0.425, 0.25, 0.15 e 0.075 mm Estufa Água destilada Densímetro Termômetro Balança 2.2.2 Método Todo o método realizado nesse experimento está descrito na NBR 7181. Ela estabelece a metodologia para análise granulométrica de solos, que pode ser realizada por peneiramento ou por uma combinação de sedimentação e peneiramento. 2.3 Ensaio de Limite de Liquidez O limite de liquidez faz parte do conhecido Limites de Atterberg e é definido como a umidade abaixo da qual o solo se comporta como material plástico. Experimentalmente corresponde ao teor de umidade com que o solo fecha uma ranhura nele feita sob impacto de 25 golpes no aparelho de Casagrande. Figura 3 - Amostra no aparelho de Casagrande. Fonte: Imagem do Google 9 2.3.1 Materiais utilizados Almofariz de porcelana Espátula de lâmina flexível Aparelho Casagrande Cinzel Água destilada Balança 2.3.2 Método Todo o método empregado está descrito na NBR 6459. Ela estabelece a metodologia para a determinação do limite de liquidez dos solos. 2.4 Ensaio de Limite de Plasticidade O limite de plasticidade, que também faz parte dos limites de Atterberg, representa o outro extremo do intervalo em que o solo se encontra plástico, havendo a divisão entre o estado plástico e o semissólido, no qual se torna quebradiço e perde a capacidade de ser moldado. Experimentalmente é definido como o menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão (Pinto, 2006). Figura 4 - Ensaio de limite de plasticidade. Fonte: Imagem do Google 2.4.1 Materiais utilizados Almofariz de porcelana Espátula de lâmina flexível Cápsulas de alumínio 10 Balança Placa de vidro com superfície fosca Gabarito cilíndrico Água destilada 2.4.2 Método Todo o método empregado está descrito na NBR 7180. Ela especifica o método para a determinação do limite de plasticidade e para o cálculo do índice de plasticidade dos solos. 2.5 Ensaio de Massa Específica dos Grãos Este ensaio determina o valor da massa específica, que é uma variável que representa a relação entre massa e volume de cada sólido. 2.5.1 Materiais utilizados Estufa Aparelho de dispersão Picnômetro Bomba à vácuo Termômetro 2.5.2 Método Todo o procedimento utilizado está descrito na NBR 6508. Ela prescreve o método de determinação da massa específica dos grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Ensaio de massa específica dos grãos Para chegar ao valor numérico da massa específica dos grãos é necessário calcular a umidade higroscópica do solo analisado. Para isso, de acordo com o tópico A-4 do anexo da NBR 6457, será utilizado os dados dispostos na Tabela 1, sendo o cálculo feito pela Equação 01. (Equação 01) 11 Onde: h = umidade higroscópica M1 = peso do solo úmido + peso da cápsula M2 = peso do solo seco +peso da cápsula M3 = peso da cápsula Tabela 1 - Dados referentes a umidade higroscópica. CAP PESO CAP (g) PESO SOLO ÚMIDO + CAP (g) PESO SOLO SECO + CAP (g) UMIDADE (%) H1 12,53 42,84 42,59 0,83 H2 12,9 43,86 43,64 0,72 H3 13,1 43,81 43,6 0,69 MÉDIA DA UMIDADE (%) 0,75 Fonte: Autor próprio. Para que se possa generalizar uma umidade para o solo, foi calculada a média aritmética das três umidades encontradas, e foi possível afirmar que a umidade higroscópica do solo analisado é igual a 0,75%. Analisando o resultado, é possível afirmar que o mesmo viria a possuir um valor pouco expressivo de água entre suas partículas sólidas, já que sua massa seca e sua massa úmida possuem uma diferença mínima. Utilizando a Equação 02, apresentada na NBR 6508, será determinada a massa específica dos grãos a partir dos dados que estão dispostos na Tabela 2 e adotando a massa específica da água a uma temperatura de 24ºC como sendo 0,9973 g/cm³. Tabela 2 - Dados referentes a massa específica dos grãos. M (g) R + M + A (g) R + A (g) T ÁGUA (°C) CP1 60,18 734,44 696,14 24 CP2 60,39 720,64 682,34 24 CP3 60,07 724,5 686,3 24 Fonte: Autor próprio. (Equação 02) 12 Onde: δ = massa específica dos grãos do solo, em g/cm³ M1 = massa do solo úmido M2 = massa do picnômetro + solo + água, na temperatura T de ensaio M3 = massa do picnômetro cheio, na temperatura T do ensaio h = umidade inicial da amostra δT = massa específica da água, na temperatura T do ensaio Tabela 3 - Massa específica dos grãos. CÁPSULAS δ (g/cm3) CP1 2,78 CP2 2,76 CP3 2,78 Fonte: Autor próprio. Todos os valores obtidos no ensaio são considerados como satisfatórios, pois nenhum deles ficou fora do intervalo determinado pela NBR 6508, sendo assim, tem-se então uma massa específica dos grãos igual a 2,77 g/cm³. 3.2 Ensaio de Limites de Atterberg Para se proceder esses ensaios, tomou-se por base a NBR 6459 que prescreve o procedimento de cálculo para determinação da umidade do solo após um número de golpes obtidos no aparelho de Casagrande, calculando, assim, o limite de liquidez. E a NBR 7180, que determina o ensaio para encontrar o valor de umidade necessária para se moldar um cilindro com diâmetro de 3 mm com a mão, determinando, assim, o limite de plasticidade. Partindo dos dados obtidos para esse relatório, desenvolveu-se as Tabelas 4 e 5 com as informações necessárias para discussão. 13 Tabela 4 - Dados do limite de liquidez da amostra. CÁPSULA PESO CAP (g) PESO CAP + SOLO ÚMIDO (g) PESO CAP + SOLO SECO (g) GOLPES L1 6,77 14,75 NL 20 L2 7,2 12,46 NL 25 L4 6,83 12,53 NL 26 L5 6,43 13,03 NL 31 L6 5,75 10,54 NL 34 Fonte: Autor próprio. Tabela 5 - Dados do limite de plasticidade da amostra. CÁPSULA PESO CAP (g) PESO CAP + SOLO ÚMIDO (g) PESO CAP + SOLO SECO (g) P7 6,77 16,75 NP P8 6,58 16,67 NP P9 6,93 17,49 NP P10 7,07 17,17 NP P2 6,37 16,52 NP Fonte: Autor próprio. O que se pode notar com a Tabela 4 e a partir da NBR 6459 é que o solo analisado não possui limite de liquidez, logo não se conseguiu a abertura da ranhura ou o seu fechamento com mais de 25 golpes no aparelho de Casagrande. Para os resultados da Tabela 5, pode-se observar a impossibilidade de se obter o cilindro com 3 mm de diâmetro, considerando então, que a amostra não apresenta limite de plasticidade. Através da NBR 7180, pode-se obter o índice de plasticidade, que é definido como o intervalo em que o solo se apresenta em estado plástico, com esse valor sendo obtido através da Equação 03. Onde: IP = Índice de plasticidade LL = Limite de liquidez LP = Limite de plasticidade (Equação 03) 14 Porém, como esse solo não apresenta limite de liquidez e limite de plasticidade, pode-se considera-lo como solo não plástico (NP). De maneira prévia, pode-se dizer que esse solo não apresenta quantidade de finos suficiente para desenvolvimento dos ensaios. 3.3 Ensaio de Granulometria Para esse relatório, o solo analisado não necessita do processo de sedimentação para sua determinação granulométrica, dependendo apenas do peneiramento deste, que está regulamentado pela NBR 7181. A MT para o ensaio de análise granulométrica seguindo a nomenclatura apresentada na NBR 7181 foi MT = 8000 g. Além disso, a partir das medições de massa das três cápsulas separadas para determinação da umidade higroscópica, determinou-se de acordo com a NBR 6457 e de forma já apresentada neste documento que a umidade higroscópica do solo para o ensaio de análise granulométrica foi h = 0,75%. Partindo dos dados obtidos, deve-se calcular a massa total da amostra seca, utilizando a Equação 04. Onde: MS = massa total da amostra seca MT = massa da amostra seca ao ar Mg = massa do material seco retido na peneira de 2 mm h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2 mm O valor obtido foi de MS = 7951,79 g. 3.3.1 Peneiramento grosso De acordo a NBR 7181, deve se calcular a porcentagem de material passante das peneiras apresentadas na Tabela 6. Este cálculo deve ser efetuado através da Equação 05 (Equação 04) 15 Onde: Qg = porcentagem de material em cada peneira MS = massa total de amostra seca Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira Tabela 6 - Peneiramento grosso. PENEIRAS (mm) MATERIAL RETIDO (g) MASSA RETIDA ACUMULADA (g) Qg (%) 50 0 0 100,00 34,5 104,3 104,3 98,69 25 76,3 180,6 97,73 19 60,1 240,7 96,97 9,50 258 498,7 93,73 4,8 1109,6 1608,3 79,77 2 1483,2 3091,5 61,12 Fonte: Autor próprio. 3.3.2 Peneiramento fino O Mh utilizado para esse relatório segue a NBR 7181, na qual diz que se deve retirar cerca de 120 g do material passado na peneira 2 mm. Para determinar a porcentagem de material passante das peneiras finas, utilizou-se a Equação 06, que foi dada pela NBR 7181 e os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 7. Onde: Qf = porcentagem de material passado em cada peneira. (Equação 06) 16 Mh = massa do material úmido submetido ao peneiramento fino ou a sedimentação, conforme o ensaio tenha sido realizado apenas por peneiramento ou por combinação de sedimentação e peneiramento, respectivamente. h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2 mm. Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira. N = porcentagem de material que passa na peneira de 2 mm, calculado conforme indicado em 5.2 (item da NBR 7181). Tabela 7 - Peneiramento fino. PENEIRAS (mm) MATERIAL RETIDO (g) MASSA RETIDA ACUMULADA (g) Qf (%) 1,18 8,56 8,56 56,73 0,6 7,78 16,34 48,95 0,425 7,15 23,49 39,29 0,250 16,84 40,33 25,99 0,15 17,64 57,97 13,34 0,075 24,14 82,11 4,14 Fonte: Autor próprio. A partir do peneiramento, pode-se perceber que não houve sedimentação. Portanto, o peneiramento foi suficiente para determinar a granulometria dos grãos. Em seguida está apresentado o Gráfico 1 dispondo nas abcissas os diâmetros das partículas e nas ordenadas as porcentagens passantes das partículas. 17 Gráfico 1 - Curva granulométrica do solo. Fonte: Autor próprio. Dada a granulometria, definimos os grãos de solo neste ensaio com a distribuição. Como indicado na Tabela 8. Tabela 8 - Classificação do solo pela porcentagem dos grãos. PERCENTUAL DE SILTE OU ARGILA 4,14 PERCENTUAL DE AREIA FINA 35,15 PERCENTUAL DE AREIA MÉDIA 21,83 PERCENTUAL DE AREIA GROSSA 18,65 PERCENTUAL DE PEDREGULHO 20,23 Fonte: Autor próprio. 3.4 Classificação do solo Após determinar a curva granulométrica e as demais informações adquiridas ao logo deste documento, pode-se classificar o solo estudado de acordo com o sistema unificado e o sistemarodoviário. 3.4.1 Sistema Unificado de Classificação do Solo Primeiramente deve-se determinar a porcentagem de material passante na peneira #200 (0,075 mm), que pela Tabela 8 é possível afirmar que é 4,14%. Sendo assim, o solo estudado pode ser 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,001 0,01 0,1 1 10 100 P o rc e n ta ge m d e So lo P as sa n te Diâmetro dos grãos (mm) 18 classificado como granular. Para esse tipo de solo, deve-se identificar se é pedregulho ou areia, e a característica que irá predominar é a que tem maior porcentagem. Pelos dados obtidos, observa-se que a areia apresenta maior porcentagem, cerca de 75,63%. Se o material tiver poucos finos, ou seja, a porcentagem que passa na peneira #200 for menor que 5 %, deve-se verificar como é sua composição granulométrica e classificá-la como bem ou mal graduada. Essa característica dos solos granulares é determinada pelo CNU, que é o coeficiente de não uniformidade, dado pela Equação 07. Onde: D60 = diâmetro abaixo do qual se situam 60% em peso das partículas. D10 = diâmetro abaixo do qual se situam 10% em peso das partículas. Quanto maior o coeficiente de não uniformidade, mais bem graduado é considerado o solo. Analisando os dados obtidos no Gráfico 01, pode-se dizer que o D60 é aproximadamente igual a 1,9 mm e o D10 aproximadamente igual a 0,13 mm. Assim, substituindo esses valores na Equação 07 tem-se CNU = 14,6. Outro coeficiente utilizado na classificação é o CC, coeficiente de curvatura, que detecta melhor o formato da curva granulométrica e permite identificar eventuais descontinuidades ou concentração muito elevada de grãos mais grossos. Para determiná-lo, utiliza-se a Equação 08. Onde: D60 = diâmetro abaixo do qual se situam 60% em peso das partículas. D10 = diâmetro abaixo do qual se situam 10% em peso das partículas. D30 = diâmetro abaixo do qual se situam 30% em peso das partículas. Analisando o Gráfico 01, como feito anteriormente, pode-se dizer que o D30 é aproximadamente igual a 0,3 mm. Assim, substituindo os valores na Equação 08, tem-se que CC = 0,36. (Equação 07) (Equação 08) 19 Com isso, pode-se concluir que o solo é uma areia bem graduada e que sua classificação no sistema unificado é SW. Sabendo disso, é possível afirmar que esse solo possui excelente trabalhabilidade como material de construção, é considerado permeável quando compactado, com excelente resistência compactada e saturada, desprezível quanto a compressibilidade compactada e saturada, além de possuir excelentes características de drenagem. No que diz respeito ao seu uso em fundações, esse solo não apresenta dados. 3.4.2 Sistema rodoviário de classificação Foi visto que o percentual de solo passante na peneira #200 é igual a 4,14%, sendo assim, o próximo passo é realizar o cálculo do índice de grupo (IG) através da Equação 09. Onde: a = % de material que passa na peneira #200 – 35; se % > 75 adota-se a = 40, se % < 35, adota-se a = 0. (a varia de 0 a 40); b = % de material que passa na peneira #200 – 15; se % > 55 adota-se b = 40, se % < 15, adota-se b = 0. (b varia de 0 a 40); c = valor do LL – 40; se LL > 60% adota-se c = 20, se LL < 40%, adota-se c = 0. (c varia de 0 a 20); d = valor do IP – 10; se IP > 30% adota-se d = 20, se IP < 10%, adota-se d = 0. (d varia de 0 a 20). A partir das informações passadas é possível afirmar que o IG vale 0. Logo, pela classificação rodoviária o solo analisado é caracterizado como sendo do tipo A-1-b, um solo com predominância de pedra britada, pedregulho e areia, com comportamento geral como subleito de excelente a bom. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos ensaios realizados, foi possível obter os valores necessários para classificar o solo coletado, no qual faz parte do grupo de solos com predominância de pedra britada, pedregulho e areia, com massa específica de 2,77 g/cm3. O gráfico obtido a partir da curva granulométrica apresentou um comportamento descontínuo, isso aconteceu porque o solo analisado apresenta ausência de grãos com certo (Equação 09) 20 diâmetro. Além disso, ele nos mostrou as porcentagens dos solos, com índices de 75,63% de areia e 20,23% de pedregulhos, o que afirma a presença de poucos finos. Ao analisarmos o coeficiente de não uniformidade (CNU) e o coeficiente de curvatura (CC), deparamos com uma disparidade, pois o CNU nos diz que o solo tem característica bem graduada, porém, o CC induz que é descontínuo, por seu resultado não se encontrar entre 1 e 3. Contudo, se levarmos em consideração o CNU, este solo passa a ser classificado, pelo SUCS (Sistema Unificado de Classificação do Solo), como SW e, pelo SRC (Sistema Rodoviário de Classificação), como A-1-b, que é um solo com areia considerada bem graduada, considerado permeável quando compactado, com excelente resistência compactada e saturada, desprezível quanto a compressibilidade compactada e saturada, além de possuir excelentes características de drenagem. Em linhas gerais, estradas construídas em terreno com esse tipo de solo não atolam na época de chuva e não formam poeira na época seca. Isto porque seus grãos são suficientemente pesados para não serem levantados quando da passagem dos veículos, e também não se aglutinam como acontece nos terrenos argilosos. Estes, em comparação, quando usados em estradas sem pavimentação, torna as pistas barrentas nas chuvas e na seca formam um pisa duro. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo – Determinação do Limite de Liquidez. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6508: Grãos de solos que passam na peneira de 4,8mm – Determinação da massa específica. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo – Determinação do Limite de Plasticidade. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181: Solo – Análise granulométrica. 21 IBDA. Construção, Fórum da. Conheça os três tipos principais de solo: areia, silte e argila. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=59. Acesso em: 05 de Agosto de 2021. LPE Engenharia: Ensaios de solos: por que fazer?. In: LPE Engenharia: Ensaios de solos: por que fazer?. São Paulo, 26 set. 2016. Disponível em: http://lpe.tempsite.ws/blog/index.php/ensaios-de- solos-por-que-fazer/. Acesso em: 30 jul. 2021. TECH7 ENGENHARIA. A importância dos ensaios Geotécnicos dos Solos em sua Obra. In: TECH7, Engenharia. Macapá – AP, 22 de maio, 2019. Disponível em: https://www.tech7engenharia.com.br/blog/a-importancia-de-ensaios-geotecnicos-dos-solos-em-sua- obra. Acesso em: 05 de Agosto de 2021.
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