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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO TENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL SAMU 192 1. SERVIÇO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) MÓVEL De acordo com o Ministério da Saúde, o APH móvel tem como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido alguma urgência ou emergência de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras, que possa levar a sofrimento, a sequelas, ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. De acordo com a Portaria nº 2048/GM, em 5 de novembro de 2002, para um adequado atendimento pré-hospitalar móvel deve estar vinculado a uma Central de Regulação de Urgências, de fácil acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito (192 como número nacional de urgências médicas). O atendimento no local é monitorado via rádio pelo médico regulador que orienta a equipe de intervenção quanto aos procedimentos necessários à condução do caso. Deve existir uma rede de comunicação entre a Central, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os pacientes. 2. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: APH DEFINIÇÃO: conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte da vítima. O objetivo é manter a vítima com vida e em situação mais próxima possível da normalidade até sua chegada a unidade hospitalar. O atendimento pré-hospitalar compreende três etapas: 1. Atendimento na cena da ocorrência 2. transporte rápido e com segurança até o hospital 3. Chegada no hospital e passagem do caso. A atuação dos profissionais de saúde no atendimento pré-hospitalar é regulamentada pela Portaria n.º 2.048 do Ministério da Saúde. Ela regulamenta os serviços de urgência e emergências, dos quais o atendimento pré-hospitalar faz parte. 3. URGÊNCIAS CLÍNICAS 3.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO- IAM CONCEITO: O IAM, conhecido também como ataque cardíaco, ocorre quando uma área do coração não recebe fluxo sanguíneo e oxigênio por um período prolongado de tempo (geralmente mais de 20 a 30 minutos) e o músculo do coração começa a morrer, causando desconforto torácico e/ou dor. Figura 1 e Figura 2. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html CAUSAS: Pode acontecer por: estreitamento grave de uma artéria por uma placa de colesterol, erosão ou rompimento da placa causando bloqueio completo do vaso e espasmos dos vasos sanguíneos causados por uso de substâncias ilícitas como: crack e cocaína. FATORES DE RISCO Indivíduos que tem a maior chance de ter um IAM: hipertensos, cardíacos, diabéticos, Fumantes, alcoolistas, obesos, sedentários, níveis elevados de colesterol, mulheres com mais de 40 anos que usam contraceptivo oral, tensão e estresse. SINAIS E SINTOMAS: Os principais sintomas do IAM são: Dor em aperto no peito caminhando para o braço esquerdo e até pescoço, com duração prolongada (maior que 20 minutos) Sudorese fria Perda da consciência. CONDUTAS: Manter a pessoa deitada, evitando ao máximo a movimentação Afrouxar roupas e arejar ambiente Se prescrito pelo Médico Regulador: Instalar oxigênio administrar 2 comprimidos de Ácido Acetil Salicílico- AAS infantil: 200 mg mastigável. Questionar alergias. puncionar acesso venosos periférico Transportar para hospital Figura 1 e Figura 2: dor torácica e oclusão arterial Figura 5- fatores de risco para AVC 3.2 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) CONCEITO O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é popularmente conhecido como "derrame". Ocorre quando o suprimento sanguíneo é reduzido ou bloqueado, podendo haver a perda súbita da função neurológica, ocasionando lesões cerebrais que podem ser: pequenas, severas, temporárias ou permanentes. O AVC pode ocorrer a qualquer hora, durante qualquer atividade e até durante o sono. Existem dois tipos distintos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. Figura 3 e Figura 4 AVC Isquêmico: AVC isquêmico é o mais comum. Ocorre quando um vaso que irriga o cérebro é bloqueado. AVC Hemorrágico: o AVC hemorrágico ocorre devido a ruptura de um vaso sanguíneo dentro ou ao redor do cérebro Figura 3- Definição do AVCI Figura 4- Definição do AVCH FATORES DE RISCO Indivíduos que tem a maior chance de ter um AVC: Idosos, hipertensos, cardíacos, diabéticos, fumantes, alcoolistas, obesos e sedentários. Figura 5 SINAIS E SINTOMAS DE AVC Alterações do movimento e/ou da sensibilidade em uma parte do corpo Dificuldade para falar e/ou entender Dor de cabeça intensa e súbita. Alteração da visão, como visão dupla e/ou dificuldade para enxergar. Náusea/vômito, dificuldade para engolir e/ou perda de consciência (desmaio). Tontura ou alteração do equilíbrio (andar como bêbado). Presença de APENAS 1 item alterado: Sensibilidade de 72% para AVC ESCALA DE CINCINATTI: ESCADA PRÉ-HOSPITALAR DE AVC- Figura 6 e Figura 7 F FACE Sr(a) Por favor, você consegue dar um sorriso? O socorrista deve observar se os dois lados da boca se levantam ou não. Nomal: lados simétricos Anormal: lados assimétricos F FORÇA Sr (a) consegue levantar os 2 braços na altura do ombro? O socorrista deve avaliar se o paciente além de conseguir levantar o braço mantém a altura do mesmo Normal: sem queda Anormal: queda de um braço ou não se move F FALA Sr (a) consegue repetir: O CÉU É AZUL! Deve-se observar se a clareza nas palavras se a fala está pesada. Normal: repete corretamente Anormal: murmura palavras, repete outras palavras ou não consegue falar CONDUTAS Manter a vítima deitada, evitando ao máximo a movimentação Afrouxar roupas e arejar ambiente Verificar sinais vitais Manter cabeceira a 0 grau, exceto se vomito Aplicar escala pré-hospitalar de avaliação de AVC- CINCINATTI Se prescrito pelo Médico Regulador Instalar oxigênio Puncionar acesso venoso periférico Checar glicemia Determinar horário de início de sintomas Transportar para hospital 3.3 ANGINA PECTORIS CONCEITO Angina pectoris ou ainda angina do peito é a síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de pressão na região do tórax. Obesidade. Diabetes mellitus. Colesterol alto. Sedentarismo. Tabagismo. Hipertensão arterial. Idade acima de 50 anos. História familiar de doença isquêmica cardíaca. CAUSAS Obstrução transitória das artérias coronárias. A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao coração, resultando no suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes para o miocárdio (musculo cardíaco) Alguns fatores podem provocar a dor anginosa: esforço físico, Ingestão de grandes refeições, exposição ao frio e a situações estressantes. FATORES DE RISCO TIPOS DE ANGINA 1. Angina estável: dor de curta duração que inicia ao esforço e cede ao repouso 2. Angina instável: dor mais intensa e de duração mais prolongada, que surge subitamente e que não cede ao repouso. SINAIS E SINTOMAS: Sensação de peso, queimação, pressão ou aperto no peito; Dor intensa na região central ou à esquerda do tórax, que pode irradiar para as costas, mandíbula ou para o braço esquerdo. Sensação de indigestão e queimação no estomago Falta de ar ou sufocação; CONDUTA Manter repouso absoluto Verificar sinais vitais Se prescrito pelo Médico Regulador: Instalar oxigênio Puncionar acersso venoso periférico Orientar sobre ingestão de refeições fracionadas Evitar ingestão excessiva de cafeína e fumo Transportar para hospital https://www.mdsaude.com/obesidade/obesidade-e-sindrome-metabolica/ https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes-tipo-2-causas/ https://www.mdsaude.com/cardiologia/colesterol/colesterol-hdl-ldl-triglicerideos/https://www.mdsaude.com/dependencia/cigarro/ https://www.mdsaude.com/hipertensao/ 3.4 INSUFICIENCIA RESPIRATÓRIA AGUDA As principais funções do sistema respiratório são captar o oxigênio do ar durante a inspiração (quando o ar entra nos pulmões) e transferir o oxigênio para o sangue que passa pelos vasos sanguíneos (então o sistema circulatório se encarregará de levar esse oxigênio para todo o corpo); e retirar o gás carbônico do sangue que passa pelos vasos sanguíneos e eliminá-lo no ar através da expiração (quando o ar sai dos pulmões). CONCEITO Condição caracterizada pela incapacidade do sistema respiratório em fornecer oxigênio necessário para manter o organismo, ou quando não consegue eliminar a quantidade suficiente de dióxido de carbono. CAUSAS Infecções, alterações do sistema nervoso central, obstrução das vias aéreas, abuso de drogas, AVC, doenças pulmonares, inalação de fumaça ou agentes irritantes. SINAIS E SINTOMAS Dispnéia, Taquipnéia Cianose Cefaléia Taquicardia Ansiedade Inquietação e confusão mental CONDUTAS Manter repouso Absoluto Verificar sinais vitais Instalar oxímetro de pulso Se saturação < 95%: Instalar oxigênio Desobstruir vias aéreas, se necessário Transportar para o hospital com cabeceira elevada 3.5 DISTÚRBIOS METABÓLICOS Os valores normais de glicose no sangue quando estamos em jejum costumam ficar entre 70 e 100 mg/dl. 3.5.1 HIPERGLICEMIA CONCEITO Condição que ocorre quando o nível de glicose no sangue se encontra muito elevado. A principal causa desse aumento de açúcar no sangue se deve à diabetes, que ocorre em virtude da não produção ou produção em quantidade insuficiente do hormônio insulina, que é o responsável por adequar os níveis de glicose no sangue. OUTRAS CAUSAS Excesso de alimentação e carência de exercícios físicos Dose incorreta de insulina pelo paciente diabético SINAIS E SINTOMAS DE HIPERGLICEMIA Aumento da sede e do volume urinário Fraqueza, dores de estômago e dores generalizadas Dificuldade de respirar Perda de apetite, náuseas e vômitos. Fadiga e dormência nas pernas Visão turva e embaçada CONDUTA Reconhecer os sintomas de hiperglicemia Manter paciente em repouso Se prescrito pelo Médico Regulador: Realizar glicemia capilar Puncionar acesso venoso periférico Administrar medicação conforme prescrição medica Transportar para hospital 3.5.2 HIPOGLICEMIA CONCEITO Redução do Nível de glicose no sangue, com um valor de glicemia inferior a 70 mg/dL. CAUSAS Alcoolismo. Cirrose ou hepatite grave. Desnutrição. Tumores do pâncreas. Medicamentos. Cirurgias para redução do estômago. Diabetes SINAIS E SINTOMAS Fraqueza e tremores Calor, suores e pele fria Fome Taquicardia Dormência nos lábios ou membros Dor de cabeça Alterações de comportamento Perda da capacidade de raciocínio Letargia Incoordenação motora Alterações visuais Redução do nível de consciência Convulsões e coma CONDUTA Reconhecer os sintomas de hipoglicemia Manter paciente em repouso Se prescrito pelo Médico Regulador: Realizar glicemia capilar Puncionar acesso venoso periférico Administrar medicação conforme prescrição medica Ficar alerta para ocorrência de PCR e reanimar Transportar para hospital 3.6 INTOXICAÇÃO EXÓGENA CONCEITO Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da exposição a substancias químicas tóxicas para o organismo. CAUSAS Remédios em doses excessivas, picadas de animais venenosos, agrotóxicos, inseticidas e drogas ilícitas. SINAIS E SINTOMAS Batimentos cardíacos acelerados ou lentificados Aumento ou queda da pressão arterial Aumento ou diminuição do diâmetro das pupilas Suor intenso Vermelhidão ou ferimentos na pele Alterações visuais, como borramento, turvação ou escurecimento Falta de ar Vômitos, diarreia e dor abdominal Retenção ou incontinência urinária e fecal Lentificação e dificuldade para realizar movimentos Sonolência Alucinação e delírio Convulsão e coma PCR CONDUTA Manter paciente em repouso Arejar ambiente Buscar identificar o que provocou a intoxicação Verificar sinais vitais Não dar nada para vítima beber Se prescrito pelo Médico Regulador: Puncionar acesso venoso periférico Transportar para hospital 4. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA- PCR CONCEITO Interrupção súbita da atividade mecânica cardíaca, levando a interrupção do fluxo sanguíneo para todos os órgãos e tecidos, especialmente para o cérebro. A PCR é uma emergência clínica que acarreta prioridade de atendimento devido a necessidade de intervenção rápida e eficaz. As ações realizadas durante os minutos iniciais de atendimento de uma emergência são críticas em relação à sobrevivência da vítima. O suporte básico de vida define essa sequência de ações para salvar vidas. Alguns fatores podem implicar diretamente no sucesso do atendimento inicial: O tempo de chegada do socorro; O tempo de início da assistência a PCR. 4.1 CONCEITOS IMPORTANTES I. Anatomia e Fisiologia Cardíaca O coração é um músculo autônomo, localizado no mediastino é envolvido por um saco membranoso denominado pericárdio. Sua principal função é bombear o sangue nutrido com oxigênio e glicose para os demais órgãos (cérebro, pulmão, rins, além do próprio coração), por contrações oriundas de estímulos elétricos próprios. Essas contrações formam as batidas do coração, denominada frequência cardíaca (FC) que tem como valores em pessoas normais: IDADE FREQUÊNCIA CARDÍACA RN/LACTENTE 120 a 160 BPM/ MEDIA 140 CRIANÇA 90 a 140 bpm/média 120 bpm ADULTO 60 a 100 bpm/ media 80 bpm A ausência dessas contrações ou contrações ineficazes impede que o sangue seja bombeado para os órgãos cessando então suas atividades, que se não tiver um a intervenção imediata, pode causar a morte do indivíduo. II. Anatomia e Fisiologia Cerebral O sistema nervoso central é divido em encéfalo e medula espinhal e essas estruturas ocupam o espaço cranioespinhal. Além do tecido nervoso, este espaço é totalmente preenchido por: sangue (dentro dos vasos), líquido cefalorraquidiano. O cérebro faz o controle do sono, movimento, fome, sede e de quase todas as atividades vitais necessárias para a sobrevivência. Não podemos esquecer-nos das emoções: amor, ódio, medo, ira, alegria e tristeza e ainda, recebe e interpreta sinais enviados pelo organismo e pelo meio exterior. Algumas substâncias são fundamentais para seu funcionamento dentre elas: oxigênio e glicose, que são levadas pelos vasos sanguíneos até o tecido nervoso por meio do funcionamento cardíaco. 4.2 SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) A sociedade Brasileira de Cardiologia descreve o SBV como termo genérico aplicável ao conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de uma vítima em parada ventilatória (sem funcionamento do aparelho respiratório) e em parada cardíaca (sem funcionamento do sistema cardíaco). O principal objetivo da execução das manobras de SBV é manter adequado fluxo de sangue oxigenado ao cérebro e coração, até que possa ser instituído tratamento médico e se restabeleça o normal funcionamento cardíaco e ventilatório, sendo que um rápido início do SBV é a chave de sucesso na RCP. Para que essas manobras sejam executadas de forma clara e precisa devemos obedecer a sequência de ações demonstradas nos SEIS ELOS DA CADEIA DE SOBREVIVENCIA. Figura 8 O diagnóstico preciso e precoce de PCR é determinante do prognóstico dos pacientes e o reconhecimento se faz através da ausência de sinais de vida como: inconsciência da vítima, ausência de respiração e ausênciade pulso. FIGURA 8: Cadeia de Sobrevivência da AHA para a PCREH em Adultos FIGURA 9: Abordagem inicial e pedido de ajuda Figuras 10 e 11: Localização da compressão DIAGNÓSTICO DA PCR 1°-Ausência de Responsividade 2º- Ausência de respiração E ausência de pulso arterial central (carotídeo) - tempo máximo de avaliação :10 segundos Se não responder, não respirar e não tiver pulso– GRITE POR AJUDA: Solicite o DEA. Figura 9 RCP IMEDIATA DE ALTA QUALIDADE A RCP no adulto deve ser composta por 3 etapas: Compressão torácica Abertura de Vias aéreas Boa respiração C- Compressão torácica Inicie pelas compressões torácicas com ênfase em "comprimir forte e rápido. Localização da compressão torácica: 2 a 3 dedos acima do apêndice xifoide (osso esterno). Figuras 10, 11,12, e 13 C - A - B COMPRESSÃO TORÁCICA PASSO AÇÃO 1 Posicione-se ao lado da vítima 2 Certifique-se de que a vítima esteja deitada de costas, sobre uma superfície firme e plana. Caso a vítima esteja deitada de bruços, gire-a cuidadosamente, para que fique de costas. 3 Afaste ou remova todas as roupas que cobrem o tórax da vítima. Você precisa conseguir ver a pele. 4 Ponha o calcanhar de uma mão no centro do peito desnudo da vítima, entre os mamilos ou 2 dedos acima do apêndice xifóide. (Esterno) 5 Ponha o calcanhar da outra mão sobre a primeira. 6 Estique seus braços e posicione seus ombros na direção de suas mãos. 7 Faça compressão forte e rápida, pressionando o tórax para baixo, mínimo 5 centímetros e no máximo 6 centímetros. Para cada compressão torácica, assegure- se de comprimir sobre o osso do peito (esterno) da vítima. PERMITIR O RETORNO TOTAL DO TÓRAX 8 Ao final de cada compressão certifique-se do retorno completo do tórax, permitindo que mais sangue encha o coração entre as compressões. 9 Aplique compressões a uma frequência mínima de 100 por minuto e máxima de 120 por minuto. A – Abertura de via aérea – Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo: Figura 14 Figuras 12 e 13: posicionamento dos braços Figura 14- Abertura de via aérea A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da orelha ou o ângulo da mandíbula. Figura 15: Posicionamento da cânula orofaríngea ABERTURA DE VIA AÉREA Passo Ação 1. Ponha uma mão na testa da vítima e empurre com a palma da mão, para inclinar a cabeça para trás. 2. Ponha os dedos da outra mão abaixo da parte óssea da mandíbula, perto do queixo. 3. Eleve a mandíbula, para levar o queixo para frente. Nos pacientes inconscientes, a abertura da via aérea deve ser complementada com a inserção da cânula orofaríngea (cânula de guedel), que é um dispositivo que irá elevar a língua, possibilitando a passagem do ar. Figura 15 B - Boa Respiração: Podemos utilizar o dispositivo bolsa-válvula-máscara (AMBU) enriquecido com oxigênio, que permite a ventilação assistida para os casos de parada respiratória ou de bradipnéia. Esse dispositivo é o mais indicado para realizar assistência ventilatória durante o atendimento, pois proporciona segurança e eficácia ao atendimento tanto para o socorrista quanto para o paciente. A técnica correta para o manejo do dispositivo bolsa-válvula-máscara é segurando a máscara em forma de C na porção superior fazendo compressão em direção a face do paciente e em forma de E na porção inferior, segurando com a ponta dos dedos na região do osso da mandíbula, de forma a exercer uma tração em direção superior e anterior, elevando o queixo para que abra a via aérea. Figura 16 Figura 16: Técnica C-E de ventilação ATENÇÃO Considerar, nas situações em que não seja possível ventilar a vítima com segurança, a manutenção da compressão cardíaca externa ate a desfibrilação, se indicado. A relação compressão-ventilação a ser utilizada no adulto é 30:2, ou seja, para cada 30 compressões cardíacas externas, duas insuflações de ar, independente de o atendimento ser realizado por UM ou DOIS socorristas. PASSO AÇÃO 1. Posicione-se ao lado da vítima 2. Coloque a máscara na face da vítima, usando a pnte do nariz como base para a posição correta 3. Ajuste a máscara contra a face: TÉCNICA C e E com uma das mãos. 4. Com a outra mão aperte a bolsa para fornecer oxigênio ao paciente Quando houver dificuldade de ventilar o paciente usando uma única mão, pode-se usar da técnica de 02 mãos com 02 socorristas, na qual enquanto um socorrista ventila, o outro segura a máscara com as duas mãos, favorecendo uma melhor expansão pulmonar e consequentemente uma melhor oxigenação. A técnica das 02 mãos deve ser realizada principalmente quando se encontra dificuldade em expandir o tórax como, por exemplo, pacientes muito obesos, com barba, idosos e gestantes. Figura 17 4.3 Posição de Recuperação A posição de recuperação tem como objetivo principal proporcionar conforto a vítima, restabelecer a ventilação, evitar broncoaspiração por vômito ou outro tipo de secreção oriundo da cavidade oral. Independente da posição de recuperação o socorrista deve VIAGIAR a vítima para certificar-se de que a mesma não teve piora do quadro. Figura 18. Figura 17: ventilação por 2 socorristas 4.4 DESFIBRILAÇÃO A desfibrilação precoce é fundamental para as vítimas de parada cardíaca (PC) súbita pelas seguintes razões: O ritmo inicial mais comum em casos de PC súbita testemunhada é a fibrilação ventricular (FV) que quando presente, o coração passa a apresentar tremores e não se contrai para bombear sangue. O tratamento mais eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica (aplicação de um choque). A probabilidade de uma desfibrilação bem-sucedida diminui rapidamente com o passar do tempo. Portanto: quanto mais precoce for realizada a desfibrilação, maior será a taxa de sobrevivência. Sem a RCP, a chance de sobrevivência a uma PCR com FV diminui em 7% a 10% por minuto se a desfibrilação não for feita. DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO – DEA a- Estrutura e função do DEA Os Desfibriladores Externos Automáticos- DEAs são dispositivos computadorizados confiáveis e de simples operação, que permitem que pessoas leigas e profissionais de saúde tentem a desfibrilação com segurança. Possuem pás adesivas que, quando são fixadas adequadamente a uma vítima sem pulso, identificam o ritmo cardíaco de Fibrilação ventricular- FV e recomendam a aplicação do choque se o ritmo cardíaco for passível de tratamento por choque e fornecem mensagens sonoras e visuais para guiar as ações do socorrista. b- Local de aplicação das pás ADULTO: Coloque um eletrodo no lado superior direito, à altura direita do osso esterno, logo abaixo da Coloque a vítima de costas e faça uma “alavanca” com o braço ESQUERDO e posicione o braço DIREITO ao longo do corpo. Dobre o braço DIREITO por cima do pescoço posicionando a mão próxima a orelha esquerda e segure! Com a sua mão esquerda dobre a perna DIREITA e segure! Puxe a vítima para o seu lado mantendo: Via aérea aberta; Visualização do tórax. Figura 18- posição de recuperação Figura 19- localização das pás do DEA Figura 20- Localização das pás na Criança Figura 21- Passo a passo na utilização do DEA clavícula. Coloque a outra pá à esquerda do mamilo, abaixo do músculo peitoral, alguns cm abaixo da axila esquerda. Figura 19. Na criança, coloque uma pá no centro do tórax, na altura do externo e outra na parte posterior do tórax, centralizada. Figura 20. c- Cuidados com a pele na colocação das pás A pele deve estar: • Seca; • Desengordurada; • Sem pelos • Sem adesivos (Salonpas®) d- Choques inadequados ou falha do choque Vários fatores podem afetar a análise do DEA: Movimentaçãodo paciente (Ex. respiração agônica); Reposicionamento do paciente; Contato inadequado entre as pás e o tórax; Falha no cuidado com a pele e- Passo a passo no uso do DEA. Figura 21 FIGURA 22: Cadeia de sobrevivência da AHA para PCREH para crianças Passo Ação 1. LIGUE O DEA (isso acionará as mensagens sonoras para guiá-lo em todos os passos subseqüentes). Abra o estojo do DEA ou a parte superior da caixa do DEA; Ligue o dispositivo 2. FIXE as pás ao tórax desnudo da vítima. Escolha as pás corretas (adulto e criança); Retire a proteção traseira das pás adesivas; Se o tórax da vítima estiver coberto com água ou suor, limpe-o rapidamente; Fixe as pás adesivas no tórax desnudo: - Coloque um eletrodo no lado superior direito, à altura direita do osso esterno, logo abaixo da clavícula. - Coloque a outra pá à esquerda do mamilo, alguns cm abaixo da axila esquerda. Fixe o DEA, conectando os cabos a caixa do desfibrilador (alguns já são pré-conectados) 3. Afaste-se da vítima e ANALISE o ritmo: Certifique-se que ninguém esteja tocando na vítima; Alguns DEAs informarão o momento de pressionar o botão para permitir que o aparelho analise o ritmo outros farão automaticamente e deve levar de 5 a 10 segundos. O DEA informa então se o choque é necessário. 4. Caso o DEA informe que é recomendado aplicar um choque, ele lhe dirá para ter certeza de que está afastado da vítima. Afaste-se da vítima antes de aplicar o choque: tenha certeza de que ninguém esteja tocando na vítima. - Avise em voz alta: AFASTE-SE DA VITIMA - Faça uma inspeção VISUAL Pressione o botão CHOQUE. O choque produzirá uma contração súbita dos músculos da vítima. 5. Assim que o DEA aplicar o choque, inicie a RCP, começando com compressões torácicas e após 2 minutos o DEA recomendará que você repita os passos 3 e 4. 4.5 RCP EM CRIANÇAS (1 mês a 8 anos) A falência respiratória é a principal causa de PCR nesta faixa etária e pode ser caracterizada por: aumento da frequência respiratória, ofegante, batimento da asa do nariz, retrações torácicas, gemência, cianose e alteração do nível de consciência. Diagnóstico da PCR Abordagem inicial da vítima é igual ao adulto com algumas peculiaridades: Figura 22 Criança menor de 1 ano: a. Responsividade: em crianças menores de 1 ano o socorrista deverá fazer fricções na planta do pé esperando que a criança esboce alguma reação (choro, retirada do estimulo, gemência. Figura 23 b. Respiração: igual ao adulto, expor o tórax e VER se está respirando. Figura 24 c. Circulação: avaliar pulso BRAQUIAL em crianças menores de 1 ano. Figura 25 COMPRESSÕES TORÁCICAS a. Compressão Torácica: o local da compressão é igual ao adulto, porém o socorrista irá utilizar, somente o calcanhar de uma mão para crianças de 1 a 8 anos e os dedos para crianças até 1 ano. Figura 26. b. Compressão Torácica em RECEM NASCIDOS: o local continua o mesmo do adulto, contudo para a localização o socorrista deve seguir os seguintes passos: a) Expor o tórax da vítima; b) Localizar o osso esterno (no meio do peito); c) Use o dedo indicador, médio e anelar apoiando-os no meio do tórax do recém nascido; d) Retire o dedo indicador e comece a fazer as compressões torácicas com os dedos médio e anelar, Figura 20 ou abraçar a tórax os as duas mãos e com os polegares apoiados no osso esterno promover as compressões torácicas. Figura 27. Figuras 23- avaliação responsividade Figuras 24- avaliação respiração Figuras 25- avaliação pulso Figura 26: compressão torácica em crianças 1 mês a 1 ano 1 ano a 8 anos Maior de 8 anos 29 Dias a 1 ano 1 ano a 8 anos Acima de 8 anos Pulso Braquial ou Femoral Carotídeo Carotídeo Relação Compressão x ventilação 15:02 15:02 30:02 Depressão do Tórax Mínimo de 4 cm (1/3 do tórax) Mínimo de 5 cm e máximo de 6 cm (1/3 do tórax) Mínimo de 5 cm e máximo de 6 cm (2 polegadas) Para bebês e crianças com pulso, mas esforço respiratório ausente ou inadequado, é aconselhável fornecer uma respiração a cada 2 ou 3 segundos (20 a 30 respirações por minuto). 4.6 RCP EM GESTANTES Peculiaridades da gestante Existem dois potenciais pacientes: a mãe e o bebê. Para que a bebê sobreviva, a sobrevida materna é fundamental. Algumas considerações devem ser lembradas sobre as alterações fisiológicas e dificuldades específicas da grávida. a. Dificuldades específicas da gravidez • Redução do peristaltismo esôfago-gastrointestinal; • Redução do esvaziamento gástrico; • Redução da força de constrição do esfíncter esofagiano; • Edema de via aérea; • Diminuição da capacidade respiratória com aumento da necessidade de oxigênio; Figura 27 - Compressão do Recém-nascido- RN • Aumento do útero/concepto levando a compressão de artéria aorta e veia cava inferior. b. Abordagem diferenciada • Devemos deslocar manualmente o útero para esquerda para facilitar o fluxo de sangue (circulação). Figura 28 • Devemos ter atenção redobrada com a regurgitação do conteúdo gástrica quando estivermos ventilando; • Poderemos ter dificuldade na ventilação devido ao edema de via aérea, peso do tórax/abdome, devendo usar as técnicas apropriadas (guedel, segurar a máscara com duas mãos, etc.). c. Pontos críticos do atendimento na gestante • Ocorre a diminuição do retorno venoso e débito promovido pelo útero gravídico: empurrão do útero para o lado esquerdo; • Localização da compressão: acima do centro esternal; 5. OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA POR CORPO ESTRAMHO- OVACE A avaliação inicial deve identificar rapidamente sinais sugestivos de obstrução de vias aéreas, através da inspeção da cavidade oral e observação de alguns sinais que possam indicar redução de oxigênio e obstrução: Esforço respiratório Agitação motora Sons anormais (roncos) pela resistência na passagem de ar Sonolência Boca e unhas arroxeadas- cianose Figura 28- deslocamento manual do útero para lado esquerdo Os corpos estranhos podem causar obstruções leves ou graves: OBSTRUÇÃO LEVE OBSTRUÇÃO HRAVE Boa troca gasosa; Responsividade e possibilidade de tosse; Pode ter chiado no peito entre os acessos de tosse. Troca gasosa insuficiente ou ausente; Tosse fraca e insuficiente ou ausência total de tosse; Ruído agudo e alto à inalação ou ausência total de ruídos; Aumento da dificuldade de respiração; Possível cianose; Incapacidade de falar e movimentar o ar; Agarra o pescoço com o polegar e os dedos; a. Desobstruções de vias aéreas em Adultos e Crianças maiores de 1 (um) ano: CONSCIENTE Que respira ou que possui obstrução parcial: 1- Estimular a pessoa a tossir na obstrução leve; 2- Nunca bater nas costas da vítima quando a cabeça estiver em nível acima do corpo; 3- Realizar: Manobra de HEIMLICH Maneuver: Consiste na aplicação de uma série de compressões sobre a região superior do abdome, entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical. Pode ser preciso repetir a compressão várias vezes para eliminar a obstrução da via aérea. Figura 29 e Figura 30. b. Desobstruções de vias aéreas em Adulto e Crianças maiores de 1 (um) ano: INCONSCIENTE As vítimas podem estar inicialmente responsivas e tornarem se não responsivas e você precisa procurar o corpo estranho na faringe. Figura 29 Manobra de Heimlich em adultos Figura 30 Manobra de Heimlich em gestante Figura 31- Manobra de Heimlich em bebê consciente Se a vítima estiver não responsiva acione o serviço de emergência, abra a via aérea e remova a obstrução, se puder visualizá-la, e COMECE A RCP; Após cada ciclo de RCP abra a via aérea à procura do objeto; Você saberá que removeu com sucesso a obstrução em uma vítima não responsivaquando: Sentir a movimentação de ar e observação do tórax quando aplica as ventilações Visualizar e remover um corpo estranho da faringe da vítima. c. Desobstrução de vias aéreas em Crianças menores de um ano (lactente): CONSCIENTE Um corpo estranho que causa obstrução da laringe geralmente é retirado por tosse, tapa nas costas e compressões no peito ou abdome (manobra de Heimlich). O objeto que mais causa obstrução é a comida sólida, sementes de frutas ou vegetais e, em segundo lugar, itens não comestíveis feitos de borracha ou plástico de superfície lisa, porem em alguns casos, ocorre o engasgo por bola de gude e pedaços de metais ou plásticos. A eliminação de uma obstrução da via aérea de um lactente requer uma combinação de 5 golpes nas costas (interescapulares) e 5 compressões torácicas. Figura 31 Após as compressões, checar cavidade oral a procura do objeto. Se visualizar: RETIRE-O com movimento de pinça ou gancho. IMPORTANTE Não realize varredura digital às cegas em lactentes e crianças, pois o corpo estranho pode ser empurrado para dentro agravando a obstrução e/ou provocar ferimentos; Caso o lactente torne-se NÃO RESPONSIVO, PARE de aplicar os golpes nas costas e comece a fazer a RCP. 6. URGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 6.1 INTRODUÇÃO A morte decorrente do trauma é um grande problema de saúde no mundo inteiro. Uma abordagem organizada e sistemática ao cuidado desses doentes pode aumentar sua sobrevida 6.2 AVALIAÇÃO DA CENA O socorrista ao chegar ao local do incidente e antes de entrar em contato com a vítima deve avaliar a cena através de: 1. Impressão geral da situação para a segurança da cena 2. Avaliação da causa e resultado do incidente 3. Observação de familiares e expectadores SITUAÇÃO A avaliação da situação segue a avaliação da segurança. As questões relacionadas com a situação incluem: cena? O que de fato aconteceu na cena? Qual foi o mecanismo do trauma? Quantas pessoas podem estar envolvidas e faixa etária das pessoas? É necessário ajuda de outras unidades? É necessário um médico na cena para auxiliar com triagem ou cuidados médicos na A cena é violenta ou tem potencial para se tornar? SEGURANÇA O atendimento a vítima pode ter que esperar até que a cena esteja segura o suficiente para que a equipe possa entrar sem riscos indevidos. Além do que, equipe deve manter atenção e vigilância contínua. Os riscos e perigos da cena envolvem não apenas o óbvio, tais como som de arma fogo ou fluídos corporais, mas também achados mais súbitos como odores e cheiros e nuvens de vapor. A segurança da cena, portanto inclui dois componentes principais: segurança da equipe e da vítima. Condições que ameaçam a segurança da equipe e da vitima incluem entre outros: Fogo, explosivos e linhas elétricas. Materiais perigosos Sangue e fluídos corporais Tráfego Ferimento de Arma de Fogo- FAF e Ferimento de arma branca- FAB Enchentes e deslizamentos Condições ambientais Importante: se for percebida uma ameaça comece a preparar a saída da cena. A SEGURANÇA DOS SOCORRISTAS É A PRIORIDADE! 6.3 AVALIAÇÃO INICIAL E ATENDIMENTO À VÍTIMA 1. Avaliação Inicial A avaliação é a base para todas as decisões de atendimento e transporte, sendo a primeira a meta a determinação da condição atual do doente. Dessa forma consegue-se uma impressão geral sobre o estado global do doente e as condições dos seus sistemas respiratório, circulatório e neurológico. Condições que ameaçam a vida são rapidamente avaliadas e a intervenção de urgência e reanimação é iniciada. Caso haja tempo após a estabilização do doente, realiza-se a avaliação secundária para identificar lesões que ameaçam os membros ou que não estão comprometendo a vida. Em geral, esta avaliação ocorre durante o transporte da vítima. Assim, o tempo gasto no local pode ser reduzido e doentes graves podem ser rapidamente encaminhados ao hospital. 1.1 Avaliação Primária: No exame da vítima traumatizada grave, a prioridade máxima é a identificação e o atendimento rápido das lesões com risco de vida. È composta de seis etapas e sua ordem de prioridade é: X – Controle da Hemorragia externa exsanguinante A – Desobstrução das vias aéreas e estabilização da coluna cervical B – Respiração- Ventilação e Oxigenação C – Circulação- perfusão e controle de outras hemorragias D – Avaliação Neurológica E – Exposição/ambiente e proteção da vítima. X- HEMORRAGIA EXSANGUINANTE- CONTROLE DO SANGRAMENTO EXTERNO GRAVE A hemorragia externa potencialmente fatal deve ser identificada e tratada. Se houver hemorragia exsanguinante externa ela deve ser controlada antes mesmo de avaliar a via aérea (ou simultaneamente se houver assistencia suficiente na cena), ou de realizar outras intervenções, como a imobilização da cervical. A hemorragia pode ser controlada das seguintes maneiras: 1. Compressão direta ou curativo compressivo: aplicação de pressão no local do sangramento colocando-se um curativo diretamente sobre o local do sangramento e aplicando-se pressão contínua por cerca de 10 minutos. A pressao deve ser aplicada de maneira mais precisa e focal possível 2. Torniquete: os torniquetes são muito efetivos no controle da hemorragia grave e devem ser usados quando a compressão direta e os curativos compressivos não conseguirem controlar a hemorragia em uma extremidade Local de aplicação: O torniquete deve ser aplicado na virilha ou na axila; Se um torniquete não interromper completamente a heorragia, deve ser aplicado outro proximalmente ao primeiro; Após a aplicação, o local do torniquete não deve ser coberto para que possa ser monitorado. Grau de compressão aplicada O torniquete deve ser aplixado de maneira apertada para que bloqueie o fluxo arterial e o pulso distal. Limite de tempo Podem ser usados com segurança por 120 a 150 minutos e devem permanecer no local até que o paciente alcance sos cuidados definitivos no hospital; Apertar o torniquete até que a hemorragia cesse, e fixá-lo bem no local; Escrever o horário de apicação do torniquete, em um pedaço de esparadrapo, fixando no torniquete; Pode ser usado o aparelho de pressão como alternativa para torniquete em braço. Figura 32 A – DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL A via aérea deve ser rapidamente verificada para assegurar que esteja permeável (aberta e limpa) e que não existe perigo de obstrução. Se a via aérea estiver comprometida terá que ser abertas usando métodos manuais, além de eliminar sangue e outras substâncias, se necessário. São métodos de abertura de via aérea: Figura 32- torniquete em braço Figura 35- Posicionamento da cânula orofaríngea A.1 Manobras Manuais: elevação do mento- Figura 33 ou tração da mandíbula- Figura 34; A.2 Manobras mecânicas: cânula orofaríngea- COF: pode ser inserida diretamente ou de maneira invertida. A cânula orofaríngea é posicionada para manter a língua do paciente anteriorizada, fora da faringe. São disponíveis em vários tamanhos. Porém é necessário obter o tamanho apropriado para assegurar a melhor permeabilidade da via aérea. A escolha da COF- é feita através da medida da distancia do canto da boca (comissura labial) do paciente até o lóbulo da orelha, para correto posicionamento- Figura 35. Obstrução mecânica das vias aéreas: pode ocorrer por alteração neurológica ou de natureza puramente mecânica. Causas: Queda da língua - neurológica; Corpo estranho: estes podem entalar e ocluir a hipofaringe ou a laringe; A.3 Controle da coluna cervical: Deve-se suspeitar de lesão na medula espinhal em pacientes traumatizados com um mecanismo significativo de trauma. Os colares cervicais rígidosnão imobilizam adequadamente, apenas ajudam a sustentar o pescoço e impedir movimentos. Eles limitam a flexão e a extensão em 90%, a flexão lateral e a rotação em cerca de 50%. A finalidade principal e específica do colar cervical é proteger a coluna cervical de compressão. Um colar cervical eficiente se apoia sobre o peito, coluna torácica posterior, clavícula e músculos trapézio, onde o movimento de tecido é mínimo. A cabeça fica Figura 33- elevação do mento Figura 34- tração da mandíbula imobilizada sob o ângulo da mandíbula e na região occipital do crânio. É importante que o colar seja do tamanho correto, e para tal deve-se aplicar algumas medidas como: 1- Posicionar a cabeça em posição neutra; 2- Medir a altura do pescoço: da base do pescoço ate o ângulo da mandíbula; 3- Escolher o tamanho do colar; 4- 4- Instalar o colar. Figura 36 CRITÉRIOS PARA DETERMINAR QUANDO A RESTRIÇÃO DO MOVIMENTO DE COLUNA É DESNECESSÁRIA 1- Nível de consciência normal (escore 15 na Escala de Coma de Glasgow). 2- Ausência de dor a palpação da coluna vertebral ou de anormalidade anatômica. 3- Ausência de lesão de distração*. 4- Ausência de intoxicação. 5- Ausência de queixas ou achados neurológicos. DEFINIÇÃO DE LESÃO DE DISTRAÇÃO Qualquer lesão que produza alteração de nível de consciência Fratura de ossos longos Trauma abdominal Laceração grande, lesão por desenluvamento Lesão por esmagamento Grandes queimaduras Qualquer lesão que produza comprometimento funcional agudo Posição Neutra Altura do Pescoço Tamanho do Colar Figura 36- colar instalado Figura 37-Técnica C e E de ventilação com ambú B – RESPIRAÇÃO- VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO B- Ventilação:A base das lesões com risco de vida é mais frequentemente a falta de oxigenação adequada do tecido, levando ao metabolismo anaeróbio (sem oxigênio). A hipóxia é resultante de ventilação inadequada dos pulmões e falta de oxigenação nos tecidos do doente. No atendimento deve se verificar se a pessoa respira: 1. Expor o tórax e observar expansibilidade torácica; 2. Instalar suporte ventilatório assistido com máscara de oxigênio com reservatório ou com bolsa-valva máscara (ambu), técnica C e E. Figura 37. 3. Avaliar estado ventilatório, observando profundidade e frequência ventilatória. C – CIRCULAÇÃO - PERFUSÃO E HEMORRAGIA INTERNA A avaliação do comprometimento ou falência do sistema circulatório é a próxima etapa no cuidado do paciente. Na primeira etapa o sangramento potencialmente fatal já foi identificado e controlado (compressão e torniquete). O socorrista então deve obter uma estimativa geral adequada do débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração) e da perfusão (oferta de oxigênio as células) do paciente. A hemorragia externa ou interna é a causa mais comum de morte prevenível no trauma. Como avaliar: Verificar perfusão O socorrista pode obter uma visão geral do estado circulatório do paciente verificando o pulso, a pele (cor, temperatura e a umidade) e a perfusão periférica (tempo de enchimento capilar). Pulso: Definição: Ondulação exercida pela expansão das artérias, seguindo a contração do coração. Locais de verificação- artérias radiais, carótida, braquial, femoral. Pontos a observar- frequência, qualidade e regularidade. Fatores que alteram o pulso normal-fisiológico: Aceleram= emoções, digestão, exercícios. Diminuem= choque, colapsos. Pele Cor – perfusão adequada, coloração rosada; Coloração pálida ou azulada: perfusão inadequada. Temperatura – Pele normal é morna ao toque; Pele fria indica perfusão diminuída. Umidade – pele seca indica boa perfusão; Pele úmida está associada com choque e perfusão diminuída. Perfusão: Tempo de Enchimento Capilar: É verificado pressionando o leito ungueadepois liberando a pressão. O retorno do sangue ao leito capilar ideal ocorre em tempo menor que dois segundos. C.1 A hemorragia interna em locais de fratura também deve ser considerada. O manuseio descuidado de uma extremidade pode converter uma fratura fechada em fratura aberta, mas também pode aumentar de maneira significativa o sangramento interno das extremidades ósseas, do tecido muscular e dos vasos lesionados. Todas as extremidades com suspeita de fraturas (principalmente coxas) devem ser imobilizadas para minimizar essa hemorragia. As fraturas dos ossos pélvicos também devem ser imobilizadas. Os possíveis locais de hemorragia interna massiva incluem também o abdome e a pelve, além das extremidades. Se houver suspeita de hemorragia interna o abdome, pelve e pernas devem ser expostos para rápida inspeção e palpação em busca de sinais de lesão. A hemorragia nessas áreas não é facil de controlar fora do hospital. Portanto o objetivo é rapidamente entregar o paciente ao hospital para o rápido controle cirúrgico. Reposição Volêmica É importante para a restauração do sistema cardiovascular. Em geral, deve ser instituído acesso venoso calibroso em veias do antebraço ou dobra do cotovelo, se possível. A velocidade da reposição depende do estado clínico, principalmente se a hemorragia do doente foi controlada ou não quando a reposição foi iniciada ou se apresenta sinais de lesões do SN. Deve se administrar líquido suficiente para manter a pressão arterial sistólica em pelo menos 90 mmHg. O transporte do paciente com trauma nunca deve ser atrasado para obtenção de acesso IV. A solução de Ringer lactato é a solução de escolha para o manejo do choque por ter a composição mais parecida com o sangue. O soro fisiológico é a outra alternativa aceitável. D- AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Objetiva determinar o nível de consciência do doente e inferir o potencial de hipóxia. Um nível de consciência diminuído deve alertar o socorrista para 4 possibilidades: Oxigenação cerebral diminuída; Lesão de SNC Drogas / Álcool Distúrbio Metabólico (DM) A avaliação deve ser neurológica deve ser realizada através da Escala de Coma de Glasgow e da avaliação de pupilas. Escala de Coma de Glasgow 1. Abertura Ocular (AO = 1 A 4) Espontânea = 4 Estímulo Verbal = 3 Estimulo Doloroso= 2 Sem Resposta= 1 2. Melhor Resposta Verbal (MRV = 1 A 5) Orientado = 5 Confuso = 4 Palavras desconexas = 3 Gemente = 2 Sem resposta = 1 3. Melhor Resposta Motora (MRM = 1 A 6) Atende a solicitações =6 Localiza o estímulo= 5 Retira membro ao estímulo= 4 Descerebração Decorticação Figura 38- Locais de avaliação de estímulo doloroso Figura 39- avaliação pupilar Decorticação= 3 Descerebração =2 Sem resposta = 1 Total: 3 a 15 pontos Locais para realização de estímulo doloroso: Pressão na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura supraorbitária. Figura 38 AVALIAÇÃO DAS PUPILAS E – Exposição É fundamental para encontrarem-se todas as lesões e realizar uma avaliação correta. Entretanto é importante na exposição: prevenir a hipotermia e respeitar a privacidade do paciente Na rua, expor parcialmente o paciente, e dentro da ambulância, expor todas as áreas em partes, verificando frente e dorso. Quaquer roupa molhada deve ser removida e o paciente deve ser aquecido com manta térmica. É necessário uma intervenção limitada na cena e iniciar o transporte rapidamente para o Leito ungueal Trapézio Pupilas isocóricas normais Pupilas anisocóricas Pupilas isocóricas mióticas Pupilas isocóricas midriaticas Supra orbital hospital. AVALIAÇÃO E MANEJO SIMULTANEO Embora a avaliação primária seja abosdada de maneira escalonada, muitas etapas podem ser abordadas simultaneamente. Enquanto um profissional faz uma aplicação direta de pressão ou um torniquete em um sangramento, o outro avalia a via aérea e a respiração.Ao usar esta abordagem obtem-se uma avaliação rápida para as lesões potencialmente fatais. TRANSPORTE DO PACIENTE O tratamento efetivo do paciente grave deve ser realizado no ambiente hospitalar, necessitando de transporte rápido. Isso não significa desconsiderar ou negligenciar as modalidades de tratamento que são importantes no cuidado do paciente. O socorrita do APH deve rapidamente instituir as medidas críticas que podem salvar a vida do paciente, como o controle da hemorragia, a desobstrução da via aérea e o suporte ventilatório. Não se deve perder tempo com uma avaliação ou manobras inadequadas. Muitas etapas como avaliação secundária podem ser feitas na ambulancia, durante o trajeto até a unidade hospitalar. 1.1 Avaliação Secundária É a avaliação da cabeça aos pés do doente. Seu objetivo é identificar lesões ou problemas que não foram identificados durante o exame primário. Revisão do X A B C D E Verificar sinais Vitais Obter histórico rápido do paciente, documentando as informações e repassando para a equipe do hospital. O método auxiliar de memória (mnemônico) que serve como lembrança dos componentes básicos é: SAMPLE HISTÓRIA SAMPLE S- Sintomas: de que o doente se queixa? Dor? Dificuldade para respirar? Dormência: Formigamento A- Alergias: principalmente a medicamentos M- Medicamentos que o doente usa regularmente P- Passado médico e antecedente cirúrgico: problemas clínicos, cirurgias L- Líquido e alimentos: o que ingeriu recentemente antes do trauma E- Eventos que precederam à lesão 6.4 BIOMECÂNICA DO TRAUMA Um histórico completo e preciso do evento traumático bem como uma interpretação adequada dessas informações pode fazer com que o socorrista pré-hospitalar antecipe a maioria das lesões antes mesmo de examinar o doente. O conhecimento da biomecânica do trauma permite que lesões que não são imediatamente aparentes sejam identificadas e tratadas de forma correta. MECANISMO DO TRAUMA Estuda a transferência de energia de uma fonte externa para o corpo da vítima. Dessa forma, ajuda a predizer 90% das lesões. Saber onde procurar as lesões é tão importante quanto saber o que fazer após encontrá- las. Mecânica básica da Transferência de Energia Cavitação – É quando o tecido do corpo humano é arremessado para longe de sua posição original criando uma cavidade. São criados dois tipos de cavidades: Temporária – forma-se no momento do impacto, mas, dependendo da elasticidade do tecido pode retornar a sua posição prévia. Ex.: tecidos moles – lesões por estiramento. Permanente – se forma no momento do impacto e é causada por compressão ou laceração dos tecidos, esta não retorna a sua forma original. Ex.: partes duras – ossos. TIPOS DE TRAUMA Este pode ser classificado em: Trauma Contuso ou Fechado: lesões produzidas à medida que os tecidos são comprimidos, desacelerados ou acelerados. Trauma Penetrante: lesões produzidas à medida que os tecidos são esmagados e separados ao longo do caminho do objeto penetrante. TRAUMA CONTUSO OU FECHADO: CAUSAS MAIS COMUNS: 1- Incidentes com Veículo Automotor 2- Colisão com motocicleta 3- Atropelamento 4- Quedas 5- Atividades Esportivas 1- Incidente com veículo automotor Pode ser dividido em 5 tipos: Ponto de impacto Frontal Trajetória por cima: tórax, abdome e coluna cervical. Trajetória por baixo: pé, fêmur e tíbia. Lateral É pressionada a lateral do veículo contra o lado do ocupante. Regiões do corpo que podem ser lesionadas: cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve. Angular Ocorre colisões com impacto frontal e lateral. Traseiro Nessas colisões a energia do impacto é convertida em aceleração. Isto resulta em hiperextensão do pescoço. Capotamento É quase impossível prever as lesões que a vítima pode sofrer devido a muitos impactos em vários ângulos diferentes que o carro pode sofrer. Na desaceleração, identificar lesão de: GOLPE E CONTRA-GOLPE Quando a calota craniana para seu movimento para frente, o cérebro continua a mover-se para frente, sendo comprimido contra a calota craniana intacta ou fraturada resultando em concussão, contusões ou lacerações. O resultado pode ser hemorragia nos espaços epidural, subdural ou subaracnóideo. Mecanismo das Três Lesões O veículo está em movimento e em determinada velocidade colide com um anteparo. O ocupante do veículo também está em movimento e com a mesma velocidade, colide com a estrutura do veículo. Os órgãos internos do ocupante do veículo estão em movimento, e com a mesma velocidade, colidem com as estruturas do próprio corpo sofrendo, então, lesões. 2- Colisão com motocicletas São responsáveis por um número significativo de mortes Ponto de impacto: Frontal – pode ocorrer lesões no crânio, tórax, abdome ou pelve, dependendo de qual parte anatômica colidir com o guidão. Lateral – a motocicleta cai sobre o motorista, ocorre lesões nos membros superiores e inferiores, ou ainda órgãos da cavidade abdominal. Ejeção – nesta colisão o motociclista é lançada como míssil, por isso é grande o número de lesões. 3- Atropelamento As lesões em pedestres estão associadas a faixa etária da vítima. Ponto de impacto: Adulto: tenta proteger-se virando para fugir da colisão. Podem ocorrer lesões: MMII Quadril. Criança: posiciona-se de frente para o veículo o que resulta em lesões anteriores. Podem ocorrer lesões: Cabeça, Tórax e Abdome. 4- Quedas As vítimas de quedas também podem sofrer lesões por impactos múltiplos, isto ocasiona maior incidência de lesões, porque a velocidade da queda aumenta à medida que elas caem. Buscar mecanismos de lesão como: Altura da queda Tipo de superfície Interrupção da queda (ou diminuição do impacto) O que bateu primeiro no chão? 5- Atividades Esportivas Essas lesões podem ser causadas por desaceleração subita, excesso de compressão, torsão, hiperextensão ou hiperflexão. Devem ser consideradas as seguintes questões: Quais as forças que agiram sobre a vítima Quais são as lesões aparentes Estava sendo usado equipamento de proteção Houve subita compressão, aceleração ou desaceleração Trauma Penetrante Na avaliação da Lesão é importante saber: Tipo de arma envolvida: arma de fogo ou arma branca. Trajetória da arma no corpo. Procurar mais de uma lesão. 1-Armas Ferimento por arma branca (FAB) - armas de baixa energia Considerar: 1. Comprimento e força aplicada; 2. Sexo do agressor; 3. Anatomia subjacente; 4. Lesões associadas. Ferimento por arma de fogo (FAF)– média e alta energia. Considerar: 1. Características da bala; 2. Avaliar ferimentos de entrada e saída; 3. Conhecimento da posição da vítima e do agressor; 4. Conhecimento da arma utilizada; 5. Distância; 6. Avaliar locais dos ferimentos. Lesões por Impacto Lesões causadas por Explosão: existe uma grande variedade de lesões. As lesões podem ser divididas: 1. Lesão Primária: lesa órgãos que contém ar (sistema respiratório e digestivo). Pode levar à morte sem sinais externos. 2. Lesão Secundária: lesões externas provocadas por estilhaços da explosão – queimaduras, lacerações, fraturas, etc. 3. Lesão Terciária: a vítima é projetada como um míssil humano e é atirada contra um objeto. 4. Mistura de lesões explosivas: duas ou três das anteriores numa só vítima. Lesões por explosão muitas vezes causam complicações graves que podem levar à morte caso sejam negligenciadas ou ignoradas. Definição Ocasionado por uma diminuição do fluxo sanguíneo proporcionando uma perfusão tecidual diminuída e lesão celular irreversível, pode levar a falência do sistema circulatório. A sensibilidade das células em relação à ausência de oxigênio varia deorganismo para organismo. Essa sensibilidade é chamada de sensibilidade isquêmica (ausência de oxigênio). Existe uma variação de sensibilidade a isquemia de acordo com o órgão e tecido. TOLERANCIA DOS ÓRGÃOS À ISQUEMIA ÓRGÃO TEMPO DE ISQUEMIA Coração, cérebro e pulmões 4 a 6 minutos Rins, fígado, trato gastrointestinal 45 a 90 minutos Músculo, osso e pele 4 a 6 horas Fonte: Advanced Life Support O atendimento a um doente em choque ou que possa entrar em choque começa pela avaliação adequada e completa a procura de sinais óbvios de perda de sangue. O objetivo primário do tratamento é a identificação da provável fonte da hemorragia e, se possível, seu tratamento específico. No ambiente pré-hospitalar, esta abordagem é mais eficaz quando a fonte de hemorragia é externa. A hemorragia interna somente pode ser tratada no hospital, de modo que o rápido transporte do doente é essencial. CLASSIFICAÇÃO: 1. Hipovolêmico Caracterizado por baixo volume intravascular. Perda aproximada de sangue interno associado as fraturas OSSO HEMORRAGIA INTERNA Costela 125 ml Rádio - Ulna 250-500 ml Úmero 500-750 ml Tíbia-Fíbula 500-1000 ml Fêmur 1000-2000 ml Quadril 1000-imensa Causa Básica: se o paciente estiver num processo de hemorragia, esta deve ser interrompida o mais rápido possível, através da pressão sobre o local do sangramento ou pode ser necessária uma cirurgia para estancar o sangramento intenso. Se a causa da hipovolemia for diarreia ou vômito, devem ser administrados medicamentos. Avaliação: Deve incluir a busca de evidencias sutis precoces. No ambiente pré-hospitalar requer avaliação dos órgãos e sistemas. Os sinais de hipoperfusão manifestam-se com mau funcionamento desses órgãos e sistemas. Tais sistemas são cérebro e Sistema Nervoso Central (SNC), coração e sistema cardiovascular, sistema respiratório, pele, membros e rins. Sinais e Sintomas: Redução do nível de consciência, ansiedade, desorientação, agressividade, alteração de comportamento; Taquicardia, redução da pressão sistólica e de pulso; Respiração rápida e superficial; Pele fria, pálida e úmida, cianótica, aumento do tempo de enchimento capilar; Diminuição posterior de volume urinário. Avaliação Primária: 1. X A B C D E Com ênfase para: Controlar Hemorragias, Imobilizar Fraturas e puncionar AVP 2. Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 3. Transportar para hospital LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA – LCT A prevenção do desenvolvimento da hipóxia e da redução do fluxo sanguíneo cerebral ou do seu reconhecimento pode fazer a diferença entre o resultado final bom ou inaceitável. Uma rápida avaliação da biomecânica do trauma, combinada com uma rápida e eficiente análise primária, ajudará a identificar problemas com po0tencial risco de vida em um doente com suspeita de LCT. Prioridades: impedir a ocorrência de lesão cerebral secundária Assegurar boa ventilação, corrigindo a hipoxemia. Assegurar boa oxigenação cerebral. Mecanismos do Trauma Aceleração / Desaceleração/Rotação Fraturas: lineares, afundamento de calota craniana e aberta. Fratura de base de crânio: difícil visualização radiológica, cuidado com sondas e tubos nasais, presença de sangramento oral, sangramento por ouvido, equimose em mastoide (sinal de Battle) e periorbital, drenagem nasal ou pelo ouvido de líquor. Fisiopatologia Lesão Primária: trauma direto, fraturas de crânio, contusões do SNC, acelerações e desacelerações, ferimentos penetrantes. Lesão Secundária: má perfusão, hipóxia, hipertensão intracraniana e herniações. A Lesão Cerebral Traumática pode ser dividida em duas categorias: Lesão Cerebral Primária - é decorrente de um trauma direto no encéfalo associado a lesões vasculares (hemorragias e hematomas). Lesão Cerebral Secundária - refere-se a uma extensão da magnitude da lesão primária devido a fatores que resultam em déficit neurológico mais extenso. As causas das lesões cerebrais secundárias podem ser divididas em sistêmicas e intracranianas. Sistêmicos – podem ser identificados e tratados em ambiente pré-hospitalar. Os fatores que podem levar à lesão cerebral secundária incluem hipóxia, hipercapnia, hipocapnia, anemia, hipotensão, hiperglicemia e hipoglicemia. Intracranianas – estas podem apenas ser suspeitadas, mas não identificadas no local da ocorrência. Exemplos de lesões intracranianas que são identificadas em ambiente hospitalar são o edema e os hematomas intracranianos, provocando aumento da PIC. Avaliação Primária e Tratamento Figura 40- Olhos de Guaxinim Figura 41- Sinal de Battle crânio 1. X A B C D E 2. Exame Físico Específico- Avaliação Externa da Cabeça- sinais de fratura de base de Olhos de Guaxinim- Figura 40 Sinal de Battle- Figura 41 Otorreia Rinorreia 3. Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 4. Transportar para hospital TRAUMA RAQUI MEDULAR Se não for reconhecido e atendido adequadamente no local do trauma pode resultar em lesão irreparável e deixar a vítima paralisada permanentemente, o modo de vida e a situação financeira são afetados. O maior número de vítimas deste trauma fia no grupo de 16 a 20 anos. O segundo entre 21 a 25 anos. Causas mais comuns 1.Colisão de veículos automotores (48%). 2.Quedas (21%). 3.Ferimentos penetrantes (15%) 4.Lesões por esportes (14%) 5.Outros (2%) Estado de Consciência Paciente comatoso com TCE revela que houve grande energia envolvida no trauma. 1. Não há como avaliar os sintomas e queixas. 2. Necessita ser imobilizado, presumindo-se que houve lesão cervical. Queixa e Exame Físico 1. Avaliação do nível de consciência. (AVDI) 2. Palpação e inspeção da coluna cervical procurando por pontos dolorosos, deformidades ou crepitações. 3. Palpação de toda coluna vertebral. Classificação de acordo com a perda funcional a.Completa: Ocorre no momento do impacto ou da aplicação da força e pode causar compressão da medula ou lesão direta da medula. Esta pode resultar na incapacidade permanente se todos os tratos espinhais estiverem rompidos e todas as funções da medula distal ao local da lesão estão perdidas ocasionando em paraplegia ou tetraplegia, dependendo do nível da lesão. b.Incompleta: Ocorre após o traumatismo inicial e pode acarretar inchaço, isquemia ou movimento de fragmentos osseos que resultam em uma interrupção temporária das funções da medula espinhal distal à lesão. Nesta, as funções motoras/sensitivas permanecem intactas, o prognóstico de recuperação é melhor. Sinais e Sintomas de Lesão de Coluna Dor no pescoço ou nas costas Dor ao mexer o pescoço ou as costas Dor à palpação da região posterior do pescoço ou da linha média das costas Deformidade da coluna vertebral Defesa ou contratura da musculatura do pescoço ou das costas Paralisia, paresia, adormecimento ou formigamento nas pernas ou nos braços, em qualquer momento após o acidente Priapismo em homens Avaliação Primária e Tratamento 1. X A B C D E 2. Exame Físico: Função motora e função sensitiva 3. Atenção para imobilização de columa 4. Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 5. Transportar para hospital TRAUMA ABDOMINAL O abdome é a região do corpo onde é mais difícil fazer o diagnóstico correto de lesões traumáticas que necessitem de correção cirúrgica. As lesões intra-abdominais muitas vezes acarretam risco de vida, por causa da hemorragia interna e derramamento de conteúdo gastrointestinal na cavidade peritoneal. Localização : Abaixo do músculo diafragma Acima dos ossos pélvicos Atrás da parede abdominal anterior À frenteda coluna vertebral É dividido em 2 espaços: Peritônio Retroperitônio: é a “verdadeira” cavidade abdominal. Peritônio contém: Estômago. Fígado. Vesícula biliar. Baço. Intestinos (delgado e grosso). Órgãos reprodutores femininos. Retroperitônio (fica atrás do peritônio) contém: Rins. Ureteres. Bexiga. Órgãos reprodutores. Veia cava inferior. Aorta abdominal. Pâncreas. Uma porção do duodeno. Cólon e reto. Obs.: Na maioria dos casos, lesões em retroperitônio são inicialmente assintomáticas. Trauma Fechado O índice de suspeita para lesão abdominal deve ser baseado no mecanismo de trauma nos achados de exame físico, tais como sinais equimose, escoriações externas, distensão ou outros sinais de batida. Ocorre: Por compressão: os órgãos ficam comprimidos entre o causador do trauma e a coluna vertebral. Por desaceleração: ocorre o golpe e contragolpe (1ª lei de Newton) Causas mais frequente: Acidentes automobilísticos Quedas Agressões Órgãos mais lesados: Fígado Baço Rins Coluna lombar Sinais de hemorragia intra-abdominal: Abrasão Dor Sensibilidade Distensão Rigidez Presença de choque com causa não explicada Trauma Penetrante São causados por: Ferimento por Arma Branca (FAB) Ferimento por Arma de Fogo (FAF) O órgão mais comumente lesado é o INTESTINO Avaliação do Abdome Inspeção: observar distensão, contusão, abrasões, penetrações, eviscerações, objetos empalados, hemorragias. Casos Especiais 1- Objetos empalados Não o retirar no ambiente pré-hospitalar. É necessário a realização do Rx e equipe cirúrgica pronta. Imobilizá-lo como está. 2- Evisceração Não colocar de volta (intestino ou outro órgão) para dentro do abdome Manter úmido com S.F. 0,9% estéril e coberto com compressas. Na gestante Mais suscetível a lesões: rupturas, ferimentos penetrantes, descolamento de placenta e rotura prematura de membranas. O útero e a placenta são muito vascularizados, o que pode levar a hemorragia intensa. O sangue pode ficar contido no interior do útero. A perda de sangue por lesão abdominal pode manifestar desde por sinais e sintomas mínimos até choque grave. O transporte da gestante traumatizada não deve ser retardado, deve ser transportada com rapidez. Durante o transporte, deve ser iniciada reposição volêmica vigorosa para combater o choque tanto da mãe quanto do feto. Avaliação no A. P. H. Estudo da cinemática do trauma; Sinal de trauma abdominal na inspeção; Distensão e dor abdominal; Avaliação Primária e Tratamento do Trauma Abdominal Fechado e Penetrante 1. X A B C D E 2. Se houver presença de evisceração e objeto empalado: conduta específica 3. Monitorizar sinais vitais 4. Puncionar acesso venoso periférico 5. Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 6. Transportar para hospital TRAUMA DE TÓRAX Definição: Comprometimento torácico oriundo de qualquer mecanismo agressivo (trauma) que resulte na injúria das estruturas anatômicas bem como sua interferência no mecanismo fisiológico deste setor orgânico, podendo ser aberto ou fechado. Lesões torácicas são muito importantes em função do potencial comprometimento das funções respiratórias e circulatórias e porque as lesões torácicas estão frequentemente associadas aos traumas multisistêmicos. Avaliação do Trauma Torácico Observação – palidez? Sudorese? Cianose? Dispneia? Batimento asa nariz? Uso musculatura acessória? Contusões? Abrasões? Lacerações? Simetria da parede? Palpação – Pontos dolorosos? Oximetria de pulso: deve ser instalada para avaliar o nível de oxigênio circulante. Avaliação Primária e Tratamento tórax; 1. X A B C D E 2. Se houver presença de perfuração em tórax: conduta específica: curativo de três pontas; 3. Adiministrar oxigênio; 4. Evitar imobilização de costelas com bandagem firme ou atadura que envolva todo o 5. Puncionar acesso venoso periférico 6. Monitorizar sinais vitais 7. Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 8. Transportar para o hospital. Conclusão: Lesão do Tórax = Lesão Grave Pode causar comprometimento: Respiratório e Cardiovascular ATENDIMENTO À CRIANÇA POLITRAUMATIZADA Mecanismos de trauma: Quedas Acidente automobilísticos/atropelamento Menor de 1 ano: morte por trauma pensar em espancamento Criança vítima de espancamento: apresenta Resposta contraditórias entre os familiares História do trauma não condiz com as lesões Demora para procurar atendimento Múltiplas fraturas em diferentes locais Sinais da Violência Queimaduras de cigarro e hematomas em locais cobertos pela roupa. Síndrome da orelha de lata (orelha deformada por puxões). Síndrome de Munchausen (pais simulam sintomas para levar a criança ao médico). Síndrome do bebê sacudido (lesões e sangramentos na cabeça). Fraturas múltiplas e em fases de recuperação diferentes. Sonolência causada por drogas para dormir, dadas constantemente pelas mães. Avaliação Primária: 1. X A B C D E Considerar anatomia pediátrica: A – Vias Aéreas e Coluna Cervical: Considerar- Desproporção do tamanho da cabeça para o corpo: Hiperflexão do pescoço Vias aéreas de tamanho menor Cordas vocais e cartilagem são muito frágeis Traqueia é curta e estreita Cavidade oral pequena e língua volumosa B – Ventilação: Fazer inspeção do Tórax: Considerar o Esforço respiratório Usar dispositivo bolsa-valva-máscara de tamanho adequado a criança e concentração de oxigênio de 85 a 100%. A oximetria de pulso serve como medida auxiliar para avaliação da via aérea e da respiração. C – Circulação: Choque Hipovolêmico: A criança é mais tolerante à perda de sangue Possui volemia aumentada em 25% Utilizar Ringer lactato ou soro fisiológico em bolus de 20 ml/kg. D – Avaliação Neurológica: Escala de coma de Glasgow: Resposta Verbal: Deve ser modificada para crianças < 4 anos Resposta Verbal Escala Palavras apropriadas ou sorriso social; fixa e segue objetos 5 Chora, mas é consolável 4 Persistentemente irritável 3 Inquieta, agitada 2 Nenhuma 1 E - Exposição: Manter um familiar/acompanhante para oferecer o suporte emocional à criança; Expor ao mínimo criança. TRAUMA NO IDOSO Epidemiologia • Prevenção; • 66% - feminino; • Mecanismo do trauma: Quedas - acidentes automobilísticos - 1° causa de morte acidental: acima dos 65 anos; • 6° causa de morte em pessoas de mais de 75 anos. Ambiente • 66% NA RESIDÊNCIA – falta de estrutura voltada ao idoso; • A queda acarreta consequências físicas (incapacidade, morte e injúria), psicológicas (síndrome pós-queda), sociais; • 10% da população consomem 1/3 da despesa com internação. Fatores Desencadeantes • Condições clínicas; • Fragilidade óssea e muscular, diminuição da acuidade visual, auditiva; • Dados suplementares: 46% sem socorro; • 86% não recebem socorro especializado após o atropelamento; • Trauma frequentemente é subsequente a doenças preexistentes; • Acidentes automobilísticos respondem por 25% dos traumas, seguido por queimadura, envenenamentos, arma de fogo; • Os idosos não apresentam reservas para enfrentar a demanda metabólica representada pelo trauma. Fatores Agravantes: • Reserva fisiológica deficiente; • Desnutrição; • Osteoporose, diminuição da acuidade visual e auditiva; • Doenças preexistentes, (doenças isquêmicas, depressão, disfunção renal, resposta imunológica deficiente e trombose). Avaliação e conduta 1- X A B C D E 2- Monitorizar sinais vitais 3- Seprescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição 4- Transportar para hospital TRAUMA MÚSCULO ESQUELÉTICO Incidência: 1. Acidentes Automobilísticos 2. Acidentes de trabalho 3. Acidentes domiciliares e Idosos Atendimento A - Avaliação Primária A, B,C – Identificar risco de vida A- Avaliação Secundária 1)Avaliar lesões associadas Este tipo de trauma é tratado na Secundária. 2)Avaliar o tipo de lesão do membro: Lesão Vascular Esmagamento Síndrome Compartimental Amputação Tipos de Lesão 1. Amputação – Parcial – fratura exposta grave – Total O Socorrista deve levar o membro amputado acondicionado corretamente A v a l i a ç ã o 1) Avaliar o tipo de lesão do membro: Luxação Fratura com ou sem luxação Fratura com lesão vascular e/ou de nervos Fratura aberta 2) Avaliar a síndrome do Choque OSSO HEMORRAGIA INTERNA Costela 125 ml Rádio Ulna 250-500 ml Úmero 500-750 ml Tíbia-Fíbula 500-1000 ml Fêmur 1000-2000 ml Quadril 1000-imensa 3) Avaliar o foco da lesão Relacionar lesão com o mecanismo do trauma; Avaliação da extremidade lesada. Prioridades do Atendimento XABC, controle e manutenção. Avaliação de todas as lesões que ameaçam a vida. Avaliação de todos os membros lesados. Cuidados com a fratura exposta: – Limpeza – Oclusão – Imobilização Prevenção de infecção: – Técnica asséptica Controle da dor: – Posicionamento Prevenção e Complicações: – Remover adereços – Alinhamento e imobilização Priorização do Atendimento X A B C D E Puncionar acesso venoso periférico Imobilização Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição Monitorizar sinais vitais Transferência para hospital Protocolo de Transferência: IMOBILIZAÇÃO: Colar Cervical KED – Kendrich Extrication Device Imobilização: Imobilizador lateral Prancha rígida Talas de Imobilização: Rígidas: de madeira, de plástico, infláveis Moldáveis: à vácuo, travesseiros, cobertores. Tração: de fêmur Resumo 1. Conhecer os mecanismos do trauma que produziu a lesão. 2. Identificar os tipos de lesão e suas complicações. 3. Cuidados com o membro lesado 4. Checar pulso, perfusão, coloração, temperatura. 5. Imobilizar articulação distal e proximal. 6. Prevenir infecção e lesões futuras. 7. Documentar todo o atendimento pré-hospitalar. 8. Dar conforto – físico e psicológico - à vítima QUEIMADURAS Introdução Causa importante de morbidade e mortalidade. Princípios de ressuscitação Medidas simples – menos complicações Comprometimento da via aérea nas inalações de fumaça Camadas da Pele Epiderme: camada mais externa Derme: terminações nervosas; vasos sanguíneos Subcutâneo: tecidos elásticos e fibrosos; depósito de gordura. Funções: relacionamento, metabólica, homeostase e proteção. Conceito Queimaduras são lesões da pele, provocadas pelo calor, radiação, produtos químicos ou certos animais e vegetais, que causam dores fortes e podem levar a infecções. Manifestações locais mais importantes nas queimaduras: Formação de substâncias tóxicas; Dor intensa que pode levar ao choque; Perda de líquidos corporais; Destruição de tecidos e; Infecção. A consequência mais grave das queimaduras é a porcentagem da área do corpo atingida Quando esta é menos de 15%, diz-se que o acidentado é, simplesmente, portador de queimaduras; Quando a percentagem da pele queimada ultrapassa os 15% (cerca de 15 palmos), pode-se considerá-lo como grande queimado . Ao atingir mais de 40% da superfície do corpo, pode provocar a morte. Acima de 70%, as chances de sobreviver são mínimas! Classificação das Queimaduras Agente causador Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, etc. eletricidade: corrente elétrica, raio, etc. radiação : sol, aparelhos de raios X, raios ultravioletas, nucleares, etc. Químicos: produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. e vegetais: o látex de certas plantas, urtiga, etc. Profundidade ou Grau da Queimadura 1º. grau : superficial e só atinge a epiderme ou a pele (causa vermelhidão). 2º. grau : atinge toda a epiderme e parte da derme (forma bolhas). 3º. grau : profunda : atinge toda a epiderme, a derme e outros tecidos mais profundos, 4º grau : ossos. Carbonização dos tecidos. Extensão Ou Severidade Da Queimadura O importante na queimadura não é o seu tipo e nem o seu grau, mas sim a extensão da pele queimada, ou seja, a área corporal atingida. Baixa: menos de 15% da superfície corporal atingida; Média: entre 15 e menos de 40% da pele coberta; Alta: mais de 40% do corpo queimado. Como Atender Garantir: Segurança da cena do acidente; Avaliação Primária: Identificar risco de vida. Medidas Iniciais 1.Manter Via Aérea pérvia 2. Manter vítima aquecida 3. Calcular área de superfície corpórea 4. Profundidade da lesão. Vias aéreas Envolvimento da via aérea? Desconforto respiratório? Manter via aérea pérvia. Sinais indicativos de lesão por inalação: 1. Queimaduras faciais 2. Chamuscamento das sobrancelhas e vibrissas nasais 3. Depósito de carbono e reação inflamatória aguda na orofaringe 4. Escarro carbonáceo 5. História de confusão mental 6. Confinamento em ambiente com incêndio 7. História de explosão Exposição da Vítima 1. Retirar todas as roupas para interromper o processo de queimadura. 2. Tecidos sintéticos inflamáveis queimam rapidamente. 3. Manter vítima aquecida Cálculo de Superfície de Corporal Queimada: Regra dos Nove Queimaduras pequenas: palma da mão = 1% Queimaduras Químicas Ácidos, alcalinos ou derivados do petróleo. Alcalinos: lesões mais sérias - penetram mais profundamente Para remover: grandes quantidades de água: chuveiros ou jato d’água por pelo menos 20 a 30 minutos. Queimaduras Elétricas: Mais sérias do que aparentam! Resultam dos efeitos diretos da corrente e da conversão da energia elétrica em energia térmica, pela passagem da corrente nos tecidos. Priorização do Atendimento X A B C D E com ênfase para Cálculo da extensão e profundidade da queimadura Não retirar roupas aderidas a pele Manter curativos úmidos só em queimaduras até 10% de extensão Aquecer a vítima com manta térmica Administrar oxigênio Puncionar acesso venoso periférico Imobilização Se prescrito pelo Médico Regulador: Administrar medicação conforme prescrição Monitorizar sinais vitais Transferência para hospital 7. INCIDENTE COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS (IMV) Diariamente temos em nosso país acidentes dos mais variados tipos, como ônibus, trens, vans, automóveis, desabamentos, colisão de vários veículos, incidentes em eventos com aglomerado de pessoas que causam um número considerável de vítimas, em sua maioria superior a cinco. Nessas situações ocorre um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e a capacidade de atendimento médico, levando a uma incapacidade dos serviços para lidarem com esse problema, que muitas vezes sequer é percebida, ou seja, o caos se instala e muitas vidas podem ser perdidas. Assim é necessário estarmos preparados e treinados para atender essas situações caóticas. A definição do número 5 (cinco) como limite acima do qual consideramos a situação como acidente com múltiplas vítimas, deve-se à necessidade de mudança de comportamento das equipes para atender esses eventos. Nos municípios cuja estrutura de saúde é insuficiente para o atendimento simultâneo a cinco vítimas graves, este número pode ser readequado, tornando-se compatível com cada realidade. O importante
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