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APOSTILA 3

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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professor Henrique Camões Barbosa
Esta unidade analisará, no âmbito da disciplina Movimentos de 
Massa e Riscos Geotécnicos, as principais tipologias e classifi cações 
de deslizamento; noções de estabilidade de taludes, seus conceitos, 
procedimentos e fatores atuantes e atenuantes; as modalidades de de-
sastres ambientais, especialmente aquelas relacionadas à movimenta-
ção de massas, conceituando e caracterizando: Desastre, Susceptibi-
lidade, Perigo, Vulnerabilidade e Risco; a relação entre Risco e Perigo 
ambiental; as principais técnicas/procedimentos de mapeamento da 
vulnerabilidade ambiental, abordando a classifi cação de riscos geológi-
cos, as etapas de avaliação dos riscos e as ações estruturais e não es-
truturais para a redução de desastres. Por fi m, discutem-se os aspectos 
técnicos, normativos, metodológicos e legais geológicos e geotécnicos, 
especialmente aqueles relacionados aos principais métodos de carto-
grafi a, os processos geológicos, geotécnicos e climato-hidrológicos re-
gionais que representam risco de desastres naturais e induzidos, os 
métodos e técnicas de monitoramento de áreas de risco, a legislação 
e as normas técnicas aplicadas a desastres e à Política Nacional de 
Proteção e Defesa Civil.
Movimentos de massa; Estabilidade de Taludes; Desastres geológicos-
-geotécnicos.
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CAPÍTULO 01
MOVIMENTOS DE MASSA NO CONTEXTO DOS DESASTRES SOCIOAM-
BIENTAIS
Conceituando Movimentos de Massa_________________________
Apresentação do módulo __________________________________
13
11
Tipologias/Classifi cação_____________________________________ 15
Conceituando Desastre, Susceptibilidade, Vulnerabilidade e Risco, 
no âmbito dos movimentos de massa________________________ 38
Ações Estruturais e Não Estruturais para a redução dos desastres__ 53
CAPÍTULO 02
DESASTRES AMBIENTAIS
CAPÍTULO 03
ASPECTOS TÉCNICOS, NORMATIVOS, METODOLÓGICOS E LEGAIS 
GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS
Noções de Estabilidade de Taludes___________________________ 24
Perigos, Riscos e Vulnerabilidades: Naturais e Tecnológicas_______ 56
Recapitulando__________________________________________________ 60
Princípios e métodos de cartografi a geológica e geotécnica______ 64
Mapeamentos de vulnerabilidade: tipos e metodologias________ 48
Processos geológicos, geotécnicos e climato-hidrológicos regio-
nais que representam risco de desastres naturais e induzidos____ 69
Coleta, tratamento e interpretação digital de dados: o geoproces-
samento da gestão de risco_________________________________ 67
Recapitulando__________________________________________________ 33
Classifi cação de riscos geológicos____________________________ 57
Etapas para avaliação de Riscos______________________________ 58
Caracterização do local e do empreendimento_________________ 59
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Processos erosivos continentais e marinhos___________________ 71
Métodos e planos de prevenção de acidentes geológicos_________ 73
Elaboração de cartas qualitativas e quantitativas de risco geológi-
co______________________________________________________ 74
Métodos e técnicas de monitoramento de áreas de risco________ 75
Legislação e normas técnicas aplicadas a desastres e à Política Na-
cional de Proteção e Defesa Civil.____________________________ 76
Recapitulando____________________________________________ 80
Fechando a Unidade_______________________________________ 85
Considerações Finais_______________________________________ 89
Referências_______________________________________________ 90
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O presente módulo visa a explanação, o estudo e o aprofun-
damento acerca dos Movimentos de Massa e Riscos Geotécnicos, es-
pecialmente, aqueles relacionados aos principais processos geológicos 
gravitacionais, suas tipologias, característicase agentes indutores. 
Logo, a compreensão dos processos geológicos, de suas es-
pecifi cidades e dos fatores indutores de desastres, no âmbito dos mo-
vimentos de massa/deslizamentos, é um fator fundamental para a qua-
lidade ambiental e segurança da comunidade diretamente atingida por 
esses eventos.
Nesse sentido, este módulo está dividido em três eixos temáti-
cos: Movimentos de massa no contexto dos desastres socioambientais; 
Desastres Ambientais; e Aspectos técnicos, normativos, metodológicos 
e legais geológicos e geotécnicos.
Assim, de primeiro plano, o conteúdo orienta o aluno sobre as 
principais características, tipologias e conceitos relacionadas aos prin-
cipais movimentos de massa (escorregamentos, rastejos, corridas de 
massa e queda ou tombamento), abordando as noções gerais sobre 
estabilidade de taludes, seus tipos e conceitos e os principais métodos 
de análise, bem como, os fatores atuantes, com as causas de instabili-
dades e seus sinais.
Prosseguindo, após uma compreensão geral dos principais 
processos geológicos e de suas características básicas, discutiremos 
em seguida os temas relacionados aos desastres ambientais no âmbito 
dos processos gravitacionais de movimentos de massa, especialmen-
te, quanto aos conceitos relacionados a Desastres, Susceptibilidades, 
Vulnerabilidades, Ameaças, Perigo e Riscos, bem como, as diferenças 
entre risco aceitável, tolerável e intolerável na visão da sociedade; as 
classifi cações dos riscos geológicos e as etapas básicas para o proces-
so de avaliação de risco de deslizamento de encostas. 
Nesse contexto, abordaremos as principais características que 
envolvem os Mapeamentos de vulnerabilidades, suas tipologias e meto-
dologias, e as ações estruturais e não estruturais tão necessárias para 
a mitigação dos eventos desastrosos. 
Prosseguindo, discutiremos, enfi m, os aspectos técnicos, nor-
mativos, metodológicos e legais relacionados à geologia e à geotécni-
ca. Nesse contexto, abordaremos questões concernentes aos principais 
métodos cartográfi cos usados no Brasil para catalogação das informa-
ções geológicas e geotécnicas existentes no país. 
Discutiremos os métodos de coleta, tratamento e interpreta-
ção digital dos dados, mais especifi camente, aqueles relacionados ao 
Geoprocessamento da gestão de risco e ao Sistema de Informações 
Geográfi cas (SIG).
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Também analisaremos os processos geológicos, geotécnicos e 
climato-hidrológicos regionais que representam riscos de desastres na-
turais e induzidos para as comunidades mais próximas da área afetada, 
abordando, de forma mais específi ca, os possíveis processos erosivos 
continentais e marinhos indutores de desastres.
Por fi m, discutiremos alguns métodos e planos de prevenção 
de acidentes geológicos, mais precisamente, aqueles relacionados ao 
monitoramento de áreas de risco, bem como, as ações efetivas de miti-
gação dos efeitos danosos, a legislação e as normas técnicas aplicadas 
a desastres no âmbito da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. 
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Não é de hoje que vemos crescer o número de desastres de-
correntes de deslizamentos de terra nas grandes metrópoles. Os pro-
cessos de Movimento de Massa são considerados, atualmente, um dos 
fatores de maior incidência de desastres socioambientais em áreas de 
risco no mundo. Assim como as enchentes, são eventos que geram 
consideráveis danos e prejuízos às sociedades e ao meio ambiente, 
notadamente, em regiões bastante adensadas e com relevo íngreme. 
Estudos demonstram que a quantidade de deslizamentos no mundo é 
maior do que a de outros desastres que envolvem a natureza, como 
terremotos, vendavais e erupções. 
CONCEITUANDO MOVIMENTOS DE MASSA
De maneira geral, podemos defi nir movimento de massa como 
MOVIMENTOS DE MASSA
NO CONTEXTO DOS DESASTRES
SOCIOAMBIENTAIS
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 o deslocamento de material desordenado (solos, rochas e vegetais), por 
meio da ação da gravidade, que ocorre em áreas com encostas mais 
elevadas.
 Comumente conhecidos como deslizamentos, escorregamen-
tos ou queda de barreiras, os Movimentos de Massa, conforme explica 
Tominaga, et al. (2009):
 são processos de movimentos de massa envolvendo materiais que recobrem 
as superfícies das vertentes ou encostas, tais como solos, rochas e vege-
tação. Estes processos estão presentes nas regiões montanhosas e serra-
nas em várias partes do mundo, principalmente naquelas onde predominam 
climas úmidos. No Brasil, são mais frequentes nas regiões Sul, Sudeste e 
Nordeste.
Os movimentos de massa consistem em importante processo natural que 
atua na dinâmica das vertentes, fazendo parte da evolução geomorfológica 
em regiões serranas. Entretanto, o crescimento da ocupação urbana indiscri-
minada em áreas desfavoráveis, sem o adequado planejamento do uso do 
solo e sem a adoção de técnicas adequadas de estabilização, está dissemi-
nando a ocorrência de acidentes associados a estes processos, que muitas 
vezes atingem dimensões de desastres.
 Movimento de massa é o movimento do solo, rocha e/ou vegetação ao longo 
da vertente sob a ação direta da gravidade. A contribuição de outro meio, 
como água ou gelo se dá pela redução da resistência dos materiais de ver-
tente e/ou pela indução do comportamento plástico e fl uido dos solos. (TO-
MINAGA, et al., 2009, p.27)
No Brasil, esse fenômeno é bem recorrente devido a fatores 
como: aspectos climáticos, quando os verões são bastante chuvosos e 
intensos, especialmente em áreas/regiões que apresentam uma certa 
quantidade de maciços montanhosos íngremes; e em centros urbanos, 
onde os deslizamentos surgem em condições catastrófi cas. 
As ações antrópicas – como retirada de material de taludes, 
aterros irregulares, deposição de lixo, ocupações irregulares, falta de 
infraestrutura, obras de permeabilização que difi cultam a drenagem do 
solo e o corte de árvores – têm elevado a vulnerabilidade das regiões 
íngremes, aumentando a ocorrência de desastres que envolvem movi-
mentos de massa. 
Seguindo esse entendimento, Fernandes et al. (2001), ao 
apontar as atividades antrópicas como fatores condicionantes do pro-
cesso de erosão do solo, explica que os deslizamentos que infl uenciam 
nas encostas: 
trazem enormes prejuízos econômicos, bloqueiam vias expressas e, com fre-
quência, levam à perda de muitas vidas. (...) Nos grandes centros urbanos os 
deslizamentos assumem frequentemente proporções catastrófi cas, uma vez 
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que os inúmeros cortes, aterros, depósitos de lixo, desmatamentos, modifi -
cações na drenagem, entre outras agressões, geram novas relações com os 
fatores condicionantes naturais associados à geomorfologia e à geologia. (...) 
Consequentemente, torna-se muito difícil a efetiva previsão destes fenôme-
nos numa determinada paisagem. (...) A questão da previsão da ocorrência 
dos deslizamentos vem assumindo importância crescente na literatura geo-
morfológica e geotécnica. (FERNANDES, et al., 2001, p. 52)
O Brasil, devido às suas dimensões continentais e por apresen-
tar uma variação climática considerável, está mais vulnerável à ocorrên-
cia de desastres naturais, e até mesmo àqueles provocados pela ação 
do homem, especialmente os que têm relação com a supressão de solo. 
Nesse sentido, os deslizamentosem encostas se destacam, não ape-
nas em regiões agrícolas/naturais, mas também em áreas urbanas, es-
pecialmente aquelas com uma densidade populacional que extrapola os 
limites de tolerância.
TIPOLOGIAS/CLASSIFICAÇÃO
 Quando se fala em movimentos de massas, existem várias 
classifi cações e tipologias empregadas, uma vez que esse conceito 
envolve uma grande variedade de materiais e processos. Nesse sen-
tido, estabelecer uma classifi cação precisa é bastante difícil, visto que 
existem limitações para qualquer metodologia apresentada, devido às 
complexidades envolvidas nos processos de deslizamentos, o que difi -
cultada uma padronização e/ou método que abarque todos os casos de 
forma pormenorizada.
Pode-se afi rmar que essa difi culdade reside no fato de que 
grande parte das classifi cações tem sua aplicação com foco regional, 
isto é, muito caracterizado pelo meio em que o pesquisador está envol-
vido e/ou trabalhando. 
 As práticas/metodologias de classifi cação dos movimentos 
gravitacionais são variadas em função da multiplicidade de ambientes 
e da complexidade dos processos envolvidos. Nesse sentido, os vários 
profi ssionais que se habilitam a classifi car esses processos, o fazem 
baseando-se em aspectos como: tipologia do solo, estrutura, cinemá-
tica, morfologia geológica, tamanho dos blocos, velocidade de desliza-
mento, tipos de deformação do maciço, absorção de líquido, porosidade 
do solo etc. 
Nesse sentido, tomaremos como referência as classifi cações 
propostas por Augusto Filho (1992) e Varnes (1978), usualmente ado-
tadas no Brasil.
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Tabela 1: Principais tipos de movimentos de massa em encostas
PROCESSOS Dinâmica/Geometria/Material
Rastejos • vários planos de deslocamento (internos)
• velocidades muito baixas (cm/ano) a baixas e decrescentes 
com a profundidade
• movimentos constantes, sazonais ou intermitentes
• solo, depósitos, rocha alterada/fraturada
• geometria indefi nida
Escorregamentos/
Deslizamentos 
• poucos planos de deslocamento (externos)
• velocidades médias (m/h) a altas (m/s)
• pequenos a grandes volumes de material
• geometria e materiais variáveis:
Planares – solos pouco espessos, solos e rochas com um 
plano de fraqueza;
Circulares – solos espessos homogêneos e rochas muito 
fraturadas
Em cunha – solos e rochas com dois planos de fraqueza
Quedas/
Tombamentos/
Rolamentos/
• sem planos de deslocamento
• movimentos � po queda livre ou em plano inclinado
• velocidades muito altas (vários m/s)
• material rochoso
• pequenos a médios volumes
• geometria variável: lascas, placas, blocos etc.
Rolamento de matacão
Tombamento
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Corridas de Massa • muitas super� cies de deslocamento
• movimento semelhante ao de um líquido viscoso
• desenvolvimento ao longo das drenagens
• velocidades médias a altas
• mobilização de solo, rocha, detritos e água
• grandes volumes de material
• extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
Fonte: (AUGUSTO FILHO, 1992, APUD TOMINAGA, 2009, P. 28) COM 
ADAPTAÇÕES.
Varnes (1978) detalha com mais precisão os tipos rochosos 
que podem ser encontrados em cada processo de movimento, baseado 
nas características do material em deslocamento, a saber:
Fonte: (VARNES, 1978, apud TOMINAGA, 2009, p. 28)
Tabela 2: Resumo – Classifi cação de Varnes (1978)
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M ovimentos de Massa tipo: Escorregamento/Deslizamento
Trata-se do movimento de massa de maior ocorrência no Bra-
sil. Também conhecido como deslizamento, o escorregamento carac-
teriza-se como um conjunto de movimentos gravitacionais de maciços, 
solos e/ou rochas, que se deslocam para fora e para base da encosta, 
com extrema rapidez.
De uma maneira mais simples, podemos afi rmar que o escor-
regamento inicia-se quando a força gravitacional é maior do que o atrito 
entre as partículas que sustentam a massa; melhor explicando, é quan-
do a força interna de resistência (atrito entre as partículas) é menor 
que a forma externa (força gravitacional), provocando a instabilidade 
da encosta, o que leva ao deslocamento do solo para baixo, pela ação 
gravitacional. 
Pode-se dizer que o fator principal desse desprendimento do 
solo se dá pela penetração de umidade/água no interior do solo gerando 
a instabilidade do maciço, uma vez que a força interna entre as partícu-
las (atrito) passa a ser comprometida pela saturação ou pelo encharca-
mento do maciço.
O fator velocidade de deslizamento tem relação direta com o 
grau de declividade da área, com a profundidade do solo e com o fator 
gerador do processo, podendo ser imperceptível a “olho nu” ou em mo-
vimentos extremamente rápidos. 
Os escorregamentos podem ocorrer de três formas, a saber: 
Escorregamentos Rotacionais/Circulares; Translacionais/Planares; e 
Tipo Cunha. 
Escorregamentos R otacionais/Circulares
O Movimento de Massa é do tipo rotacional ou circular quando 
a área que se rompe se apresenta curvada na parte superior do terreno, 
formando uma “concha”, cujo movimento se dá através de um desloca-
mento homogêneo e circular de materiais (fi gura 1).
De uma maneira geral, os escorregamentos circulares pos-
suem, na grande maioria das vezes, áreas de deslizamentos côncavas, 
apresentando uma série encadeada de eventos/rupturas sucessivas e 
progressivas, cujo raio de ação é pequeno se comparado aos movimen-
tos de massas translacionais. 
Sua o corrência está necessariamente ligada a áreas cujos so-
los são homogêneos e bem densos/espessos, como por exemplo os 
argilosos. Geralmente, o deslizamento ocorre devido à retirada de ma-
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terial/solo da base do maciço, em decorrência da implantação de rodo-
vias e/ou como matéria-prima para a construção civil. 
Figura 1: Escorregamento Rotacional
Fonte: (SOUZA, 2014, p. 39)
Escorregamentos Translacionais/Planares.
 O Movimento de Massa é do tipo Translacional ou Planar quan-
do o ocorre em uma área plana e com solos de características menos 
profundas (solos rasos). 
 Sua ocorrência se dá em áreas cujos maciços/solos se carac-
terizam pela grande declividade. Por ocorrerem em solos com profun-
didade rasa, sua falha/ruptura tem a característica de ser de pequena 
espessura, baixa largura e de grande comprimento. Nesse caso, os 
movimentos de massa, ocorrem em planos e de maneira rasa, geral-
mente entre 50 cm e 5 metros de profundidade, sendo os processos 
geológicos de maior ocorrência e de maior poder de deslocamentos e 
de desastres, uma vez que podem atingir milhares de metros, quando 
associados a períodos chuvosos (fi gura 2).
A chuva, nesse caso específi co, é um indutor poderoso de de-
sastres, uma vez que a presença da chuva/água acelera o desprendi-
mento do solo em intervalos de tempo bastante rápidos. Nesses casos, 
o solo que se desprende muitas vezes traz consigo imensos blocos de 
rochas e, juntamente com a lama que se forma, acarretam grandes da-
nos. 
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Figura 2: Residências atingidas por escorregamentos translacionais ra-
sos
Fonte: (RESERCHGATE.NET, 2010)
A depender da composição do material que se descola (se ro-
cha, solo puramente ou rocha e solo), pode ocorrer uma variação do 
comportamento do descolamento, a saber:
Composição por Rocha: em deslizamentos translacionais de 
rocha, o deslocamento ocorre em planos de fraqueza ligados à estrutu-
ra das rochas, como por exemplo: falhas, estratifi cação e xistosidade.
Composição por Solo puramente: trata-se de deslocamen-
tos de solo que ocorrem em uma área plana, estandomoldada a algum 
aspecto estrutural do solo. Sua ocorrência se dá no interior do manto 
de alteração, apresentado aspecto tabular que diz respeito à rocha que 
originou o solo, do relevo predominante da área e do clima encontrado. 
Nesses casos, trata-se de um processo cuja duração é pequena; con-
tudo, apresenta um forte poder de dano ambiental devido à velocidade 
que o movimento pode atingir.
Rocha e Solo: em movimentos de massa translacionais com 
composição de solo e rocha (massas de tálus ou colúvio), o material 
carregado no processo apresenta uma grande quantidade de rocha, ge-
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rando grande poder destrutivo. 
Escorregamentos em cunha.
 O Movimento de Massa do tipo Escorregamento em Cunha é 
potencialmente mais raro por ocorrer em áreas que possuem um relevo 
extremamente rochoso, fortemente alterado, e caracteriza-se, basica-
mente, pela presença de duas falhas planares que contribuem para a 
instabilidade do maciço, provocando o escorregamento do solo em for-
ma de um prisma que se desloca no sentido longitudinal desses planos 
(fi gura 3).
Os escorregamentos em cunhas ocorrem em áreas que, de 
alguma forma, possuem algum processo de erosão natural ou que já 
tenha sofrido algum processo anterior de movimento de massa. 
Figura 3: Escorregamento em Cunha. Morro do Bumba, Niterói-RJ, 2010
 Fonte: (SOUZA, 2014, p.39)
 Movimentos Massa tipo: Rastejos
Trata-se de movimentos que ocorrem de forma bastante lenta ao lon-
go do tempo, sem que seja possível a visualização de sua movimentação a 
“olho nu”. Não existe fratura/ruptura visível que possa ser detectada facilmente. 
São movimentos de massa que apresentam um comportamento bastante lento 
e que ocorrem de forma contínua, englobando na maioria das vezes grandes 
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porções de solo. Apresentam como causa geradora, a grande concentração de 
umidade e temperatura, cujas variações provocam a instabilidade do terreno. 
Épocas com grande variação de temperatura, associada a momentos de 
elevação de umidade são fatores de risco que devem ser observados nes-
ses processos de movimentação de massa.
Por se tratar de um processo bastante lento, faz-se necessário obser-
var algumas evidências que ajudam a evitar possíveis desastres. Na fi gura 4, é 
possível observar quais são esses sinais e como identifi cá-los:
Figura 4: Principais Evidências superfi ciais do processo de Rastejo
Fonte: (SILVA, s/d, p.36)
Movimentos de Massa tipo: Corridas de Massa
A característica principal desse tipo de Movimento de Massa é 
a presença de água em abundância na estrutura do solo. Trata-se de 
deslocamentos de massa de características estritamente relacionadas 
à perda de atrito interno do solo devido à presença de água no seu in-
terior.
Em épocas com grande concentração pluviométrica, os desli-
zamentos do tipo corridas de massa podem atingir distâncias conside-
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ráveis e provocar danos irreversíveis, que muitas vezes levam à destrui-
ção de comunidades e até à morte, devido à velocidade de propagação 
desse processo (fi gura 5).
Seu grande potencial de danos é devido à capacidade que 
esse processo de massa tem de arrastar por grandes distâncias, mes-
mo em regiões com baixa inclinação, uma grande quantidade de ma-
terial, como: árvores, maciços rochosos, pedregulhos, água, lama etc.
Souza (2014) complementa, afi rmando que o movimento de 
massa tipo corrida tem como uma de suas características: 
alta velocidade (≥ 10 km/h), gerados pela perda completa das 
características de resistência do solo. A massa de solo passa a se com-
portar como um fl uido e os deslocamentos atingem extensões signifi ca-
tivas. A fl uidifi cação do material pode ser originada por adição de água 
em solos predominantemente arenosos, terremotos, cravação de esta-
cas ou amolgamento em argilas muito sensitivas. (SOUZA, 2014, p. 40)
Figura 5: Esquema Geral dos principais tipos de Movimentos de Massa
Fonte: (SANTOS, 2016, p. 8)
Movimentos de Massa tipo: Queda/Tombamento/Rolamento
A principal característica desse processo de movimento de 
massa é, justamente, a ausência de deslocamento do solo, uma vez 
que se trata de desprendimento de taludes de rochas brutas. Trata-se 
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de “queda livre” de blocos de rocha que se desprendem do maciço ro-
choso, muito devido ao processo de intemperismo natural ao longo do 
tempo (Figura 6).
Sua ocorrência se dá em penhascos ou em taludes com incli-
nação extrema, e tem como principais causas: a dilatação do maciço ro-
choso devido à variação térmica do ambiente, processo erosivo natural, 
vibração mecânica próxima ao talude, em decorrência da localização 
dessas áreas próximas à rodovias. 
Figura 6: Esquema de Movimento de Massa do tipo Queda/Tombamen-
to/Rolamento
Fonte: (BRASIL, 2016, P. S/N)
 NOÇÕES DE ESTABILIDADE DE TALUDES.
Conceito de Talude
 De uma forma geral, Talude pode ser defi nido como uma área 
que possui uma determinada inclinação/ângulo com o plano horizontal, 
podendo ser natural, como encostas, ou artifi cial, como cortes de solos 
ou aterros construídos. 
Tipos de Taludes.
Os taludes podem ser naturais ou construídos.
Talude Construído
Com o próprio nome já diz, são aqueles resultantes de ação 
antrópica, caracterizados por retiradas/cortes de material de encostas, 
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de escavações para construção de rodovias, e/ou por processos de 
aterramento para construção de residências. em todos esses processos 
existe a ação do homem como agente modifi cador do maciço.
Quando se trata da intervenção humana, alguns cuidados devem ser observa-
dos, a saber: 
Aterros ou Cortes: deve-se realizar uma análise observando, prioritariamen-
te, as modifi cações ocorridas no talude durante a execução da obra e após 
seu término. Isso possibilita a identifi cação do sítio onde está o ponto de 
maior desequilíbrio da estrutura/talude.
 Em casos de barramento, a instabilidade deve ser verifi cada durante a exe-
cução da obra e depois que ele for entregue, especialmente, quando o nível 
do material (água, rejeito etc) que está sendo barrado estiver apresentando 
redução rápida de volume.
De uma forma geral, deve-se observar que os cortes (para retiradas de ma-
terial) devem ser implementados atendendo ao limite de segurança quanto à 
altura, à inclinação e aos planos de corte. 
Talude Natural
Quando nos referimos aos taludes naturais, é importante ob-
servar sua composição. Nesse sentido, os taludes naturais podem ser 
constituídos por Solo Residual ou Solo Coluvionar, a saber:
Solo Residual: se forma através do processo de deterioração/
intemperismo físico e/ou químico da rocha-mãe, modifi cando gradativa-
mente as características geomecânicas dessa rocha.
Basicamente, dentro do processo de transformação, as rochas 
gradativamente vão se “descamando”, perdendo lascas do seu material 
periférico (do exterior para o interior da rocha) e se constituindo em solo, 
podendo, ao longo dos anos, representarem uma grande extensão de 
solo residual, a depender do processo de intemperismo envolvido. 
Uma característica importante do processo de formação do 
solo residual é que ele pode apresentar vários aspectos, a depender da 
profundidade do solo, devido ao tempo e às ações envolvidas em cada 
camada. Diante disso, quando são feitas análises nesse tipo de solo, 
geralmente são observadas várias faixas com várias características dis-
tintas de depósito de sedimentos. Sua composição está diretamente 
relacionada à composição mineralógicada rocha-mãe, conforme pode-
mos observar na tabela 5, a seguir:
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Tabela 3: Composição do solo em função da rocha-mãe
Fonte: (SOUZA, 2014, p. 32)
Solo Coluvionar: é aquele cujos materiais se apresentam de 
forma heterogênea. Esses tipos de solo caracterizam-se pela compo-
sição de restos da rocha-mãe que sofreram intemperismo e que estão 
inseridos no corpo do maciço. Sua formação se dá pela ação da gravi-
dade e geralmente estão localizados na base da encosta. 
Quando existe um solo coluvionar cuja composição apresenta 
grande quantidade de rochas com dimensões maiores, esse solo passa 
a se chamar Tálus. De onde advém o nome Talude.
A distinção entre solo coluvionar e solo residual é bastante 
complicada, uma vez que dentro do processo de intemperismo existe a 
decomposição de ambas as características de cada solo, inviabilizando 
sua identifi cação.
São justamente os Taludes naturais que estão mais sujeitos à 
fatores de instabilidades, devido à ação da gravidade. As tensões de 
cisalhamento, devido ao intemperismo ao longo do tempo, desestabili-
zam os maciços rochosos, tornando-se desiguais as forças que manti-
nham a estrutura estabilizada. 
Casos que requerem análise de estabilidade de Talude.
 Em alguns casos, a análise da estabilidade dos taludes é obri-
gatória, sob risco de ocorrência de desastres, quais sejam:
 Encostas Naturais – para avaliação da necessidade de medi-
das de estabilização; 
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 Cortes ou Escavações – para a defi nição da inclinação do corte 
e/ou para avaliar a necessidade de medidas de estabilização; 
 Barragem de Terra – para a defi nição de seção da barragem e 
confi guração economicamente mais viável; 
 Aterros sobre solos compressíveis – para a defi nição da geo-
metria da seção economicamente mais viável; 
Barragem de rejeito (alteamento a montante) – para a defi nição 
da seção dos diques e confi guração economicamente mais viável; e
Retroanálise de ruptura – para avaliação dos parâmetros de 
projeto. (GERSCOVICH, 2012, apud SOUZA, 2014, p. 31-32)
Estudos de estabilidade de Taludes.
De maneira geral, os estudos que objetivam a análise da esta-
bilidade dos Taludes, sejam eles naturais ou construídos, devem seguir 
uma metodologia clara e objetiva, como forma de garantir a segurança 
à comunidade que vive em volta da área. Nesse sentido, é importante 
que esses estudos atendam aos seguintes fatores:
Detalhamento topográfi co da encosta/talude a ser analisado;
Caracterização das cargas que serão ou estão sendo subme-
tidas ao talude;
Análise de campo para identifi car os aspectos estruturais do 
solo e a presença ou não de lençóis freáticos;
Determinação dos fatores críticos de estabilidade do talude, a 
depender da vida útil da construção que se pretende realizar;
Determinação dos sítios de onde serão retiradas as amostras 
indeformadas para análise em laboratório;
Análise de cisalhamento e de deformidade das amostras, atra-
vés de ensaios laboratoriais;
De posse dos resultados laboratoriais, deve-se realizar a deter-
minação dos parâmetros projetuais a serem utilizados; e
Defi nir e implementar a metodologia de dimensionamento 
como forma de se garantir a segurança contra as tensões e deforma-
ções que, porventura, possam surgir.
Análise da Estabilidade
Vale destacar que a função principal da análise da estabilidade 
de um talude é verifi car a probabilidade de surgir um deslizamento de 
solo que possa ocorrer em um talude construído ou mesmo natural. 
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De maneira bem simples, pode-se dizer que essa análise se dá pela 
comparação/relação entre as forças de cisalhamento mobilizadas coma 
as forças de resistência ao mesmo cisalhamento, defi nindo-se assim o 
fator de segurança para seu uso. 
Simplifi cadamente, o fator de segurança pode ser representa-
do pela fórmula descrita a seguir:
Nesta equação, τf é a resistência mobilizável e τmob a resis-tência mobilizada.
Onde: 
τf = forças resistentes (resistência ao cisalhamento disponível) 
τmob = forças atuantes (resistência mobilizada)
Tabela 4: Classifi cação do talude em função de FS
Fonte: (FERREIRA, 2012 p. 6)
Segundo aponta a literatura, esse tipo de análise de classifi ca-
ção quanto ao fator de segurança é defi nido como “determinístico”, uma 
vez que ele determina/caracteriza um grau de segurança para o talude 
que está sendo analisado, a depender das forças atuantes.
O fator de segurança diz respeito ao valor aceitável, mínimo 
aceito, dentro de um projeto e sua variação está em função basica-
mente do tipo de construção e vida útil que se pretender obter. Nesse 
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contexto, pode-se dizer que o valor de admissibilidade de segurança 
é aquele que diz respeito às prováveis consequências (econômicas e 
sociais) que um desastre pode gerar.
São três as forças exercidas sobre um talude (as devidas ao 
peso, ao escoamento da água e à resistência ao cisalhamento). Diante 
disso, os métodos de análise devem, basicamente, preocupar-se em:
analisar as forças de tensão que estão presentes ao longo do 
talude, calcular e confrontá-las com as forças/tensões consideradas de 
resistência. As zonas de ruptura surgem, quando as tensões existentes 
ao longo do talude são maiores que as foças de resistência, do contrário 
pode-se determinar que se trata de uma zona de equilíbrio;
analisar isoladamente blocos de massas de forma aleatória, 
para verifi car suas condições de equilíbrio, buscando assim aquela que 
observar um desequilíbrio mais acentuado. Trata-se do que comumente 
se chama de método de equilíbrio limite; 
Conforme preceitua a NBR 11.682 (ABNT, 2009), a depender 
dos riscos envolvidos, inicialmente, o projeto deve atender a um grau de 
segurança necessário, a saber:
6.1.4.1 Grau de segurança necessário ao local.
Resultará do julgamento das consequências que poderão advir 
da instabilidade de um talude.
6.14.1.1 Alto grau de segurança, exigido no caso de proximidade imediata 
de edifi cações habitacionais, instalações industriais, obras de arte (viadutos, 
elevados, pontes, túneis, etc.); condutos (gasodutos, oleodutos, adutoras); 
linhas de transmissão de energia; torres de sistemas de comunicação; obras 
hidráulicas de grande porte (corpo de barragens, canais ou tubulações de 
sistemas de produção hidroelétrica); estações de tratamento de água de 
abastecimento urbano ou esgoto sanitário; rodovias e ferrovias dentro do 
perímetro urbano de cidades de grande porte; vias urbanas; rios e canaliza-
ções pluviais em áreas urbanas densamente ocupadas e situações similares.
6.1.4.1.2 Médio grau de segurança, possível em todos os casos citados an-
teriormente quando houver, entre o talude e o local a ser ocupado, espaço de 
utilização não per- manente, considerado como área de segurança. Também 
no caso de haver proximidade imediata de leito de ferro- vias e de rodovias 
fora do perímetro urbano; corpo de diques de reservatórios de águas pluviais 
com habitações próximas, rios em áreas imediatamente a jusante do períme-
tro urbano de cidades de grande porte, sujeitas a inundações.
6.1.4.1.3 Baixo grau de segurança, adotável desde que sejam instituídos 
procedimentos capazes de prevenir acidentes em rodovias, túneis em fase 
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de escavação, minas, bacias de acumulação de barragens, canteiros de 
obras em geral. (ABNT/NBR 11.682, 2009a, p. 7)
Fatores Atuantes, Causas de instabilidades e seus sinais.
Vários são os fatores de contribuem para o deslocamento dos 
taludes, sejam eles naturaisou artifi ciais; contudo, duas causas espe-
cífi cas podem ser notadas em todos os processos de movimentação de 
massa de um talude: aumento de carga no bordo superior (fator externo) 
e diminuição de resistência ao cisalhamento do material (fator interno).
Cabe destacar que, uma outra causa que gera deslizamentos 
é a construção de obras civis na base do talude, quando são realizadas 
escavações no “pé” do talude, desestabilizando o maciço e provocando 
acidentes. Essas atividades são corriqueiras em médios e grandes cen-
tros urbanos, devido à escassez de espaço. 
Baseado nesses dois fatores citados anteriormente (aumento 
dos esforços e diminuição da resistência), apresentamos, conforme o 
quadro a seguir, os principais fatores desencadeadores de movimentos 
de massa em encostas:
Tabela 5: Fatores desencadeadores de movimentos de massa
Ação Fatores Fenômenos Naturais/Antrópicos
Aumento da 
solicitação
Remoção de massa (lateral 
ou da
base)
Erosão, escorregamentos Cortes.
Sobrecarga Peso da água da chuva, neve, 
granizo etc.
Acúmulo natural de material (de-
pósitos);
Peso da vegetação;
Construção de estruturas, aterros 
etc.
Solicitações dinâmicas Terremotos, ondas, vulcões etc.
Explosões, tráfego, sismos indu-
zidos.
Pressões laterais Água em trincas, congelamento, 
material expansivo etc.
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Redução da 
resistência
Caracterís-
� cas
inerentes ao
material
Textura, es-
trutura,
geometria 
etc.
Caracterís� cas geomecânicas 
do material, estado de tensões 
iniciais.
Mudanças ou
fatores ariá-
veis
Mudanças 
nas
caracterís� -
cas do
material
Intemperismo, redução da coe-
são, ângulo de atrito.
Elevação do nível d’água.
Outras causas Enfraquecimento devido ao raste-
jo progressivo.
Ação das raízes das árvores e 
buracos de animais.
Fonte (VARNES, 1978, apud CAPUTO, 2015, p. 549)
Estabilização de Taludes
A estabilização física dos taludes é uma preocupação de pri-
meira ordem para os engenheiros. Quanto mais rápido e adequado for 
o processo de estabilização física do maciço, menos riscos de desloca-
mentos existem.
Nesse sentido, apresentamos alguns dos principais procedi-
mentos construtivos de estabilização de taludes:
Diminuição da inclinação do talude: nesse método, o peso/
força superior que pode gerar uma instabilidade no talude é reduzido 
com a diminuição da inclinação do talude. Taludes com inclinações bai-
xas são menos susceptíveis a rupturas. Um outro artifício é criar planos/
patamares (degraus) como forma de diminuir o esforço. 
Drenagem: a instabilidade de um talude, muitas vezes, está 
associada à presença de água superfi cial ou no interior da estrutura. 
Para esses casos, proceder à drenagem desse líquido reduz, sobrema-
neira, a instabilidade do talude. Essa drenagem, na maioria das vezes, 
é feita com a perfuração e instalação de dutos no interior dos taludes.
Revestimento do talude: o recobrimento dos taludes com ve-
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getação é outra forma de garantir a sua estabilidade, uma vez que, as 
erosões provenientes da chuva se tornam bem menos ameaçadoras. 
Em alguns casos mais emergenciais, esse revestimento pode ocorrer 
de forma artifi cial, usando-se mantas plásticas.
Mistura de materiais estabilizantes: visando aumentar a es-
tabilidade do solo do talude, em alguns casos, mistura-se ao solo pro-
dutos (cimentos e/ou agregantes químicos) que melhoram a sua resis-
tência e, consequentemente, a segurança do talude.
Muros de arrimo e ancoragens: em alguns casos, não raros, 
são construídos muros de arrimos ou instalados tirantes de aço como 
forma de garantir a estabilidade da estrutura. 
Aplicação de bermas: com o objetivo de aumentar a estabili-
dade do maciço, são colocadas bermas no “pé” do talude, isto é, blocos 
de terra, em geral do mesmo material que o do próprio talude. 
 
Métodos de análise de estabilidade de taludes
Por fi m, cabe destacar que existem dois grandes grupos de 
métodos que podem ser utilizados para analisar a instabilidade de um 
Talude: os Métodos Determinísticos e os Métodos Probabilísticos, a sa-
ber:
Métodos determinísticos: as condições reais do talude de-
vem ser previamente conhecidas. Estes métodos indicam se o talude 
é ou não estável. Trata-se de analisar os valores dos aspectos físicos 
e resistência do material em questão para, a partir deles, estabelecer o 
fator de estabilidade e/ou de segurança do talude. 
Métodos probabilísticos: nesse método são observadas as 
probabilidades de ruptura do talude sob determinadas condições. Para 
isso, faz-se necessário conhecer os valores das forças de distribuição 
considerados como variáveis aleatórias nas análises, procedendo-se, a 
partir desses valores, aos cálculos do fator de segurança. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geografi a 
Nível: Superior
Os cursos d´água, que se confi guraram ao longo da história como apoio 
à sedentarização da sociedade, têm sido objeto de diversas interven-
ções do poder público no espaço geográfi co. Nas áreas urbanas, as 
canalizações dos corpos hídricos têm favorecido:
(A) o acúmulo de detritos ao longo dos cursos d´água, em especial nas 
pontes, em virtude de diâmetros insufi cientes.
(B) a instalação de movimentos de massa em suas margens, em virtude 
da realização de cortes e aterros nos taludes.
(C) o assoreamento, em virtude do transporte e depósito de sedimentos 
a montante.
(D) a ocorrência de inundações, em virtude da velocidade da água, da 
diminuição das rugosidades do leito e de sua linearidade.
Questão 2
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geografi a 
Nível: Superior
As bacias hidrográfi cas situadas nas escarpas costeiras do sul do Brasil 
apresentam frequentemente canais de pequeno porte contendo eleva-
da quantidade de seixos, blocos e matacões ao longo de seus leitos. 
Esses materiais são indicadores de processos geomorfológicos relacio-
nados com:
(A) fl uxos de base de elevada vazão, que deslocam por arrasto e vão 
arredondando sedimentos grosseiros, areia e argila.
(B) fl uxos de chuva de reduzida vazão, que deslocam continuamente 
por saltação seixos, blocos e matacões.
(C) formações de ravinas tributárias aos canais, que deslocam por sal-
tação e arrasta os seixos, blocos e matacões.
(D) movimentos de massa laterais aos canais que trazem sedimentos, 
com posterior remoção da fração de terra fi na.
(E) ativações de falhas normais, transcorrentes ou inversas que soer-
guem o continente e geram depósitos grosseiros.
Questão 3
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geografi a 
Nível: Superior
A teoria da deriva continental foi proposta pela primeira vez por Alfred 
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Wegener, em 1912. Segundo essa teoria, é ela que controla os proces-
sos de magmatismo, metamorfi smo e sedimentação que ocorrem na 
Terra. Com relação a essa teoria, assinale a opção correta:
(A) Há aproximadamente 200 milhões de anos, todas as massas conti-
nentais atuais estavam reunidas num único supercontinente denomina-
do Gondwana.
(B) Uma das evidências utilizadas por Wegener para propor a teoria 
da deriva continental foi a do espalhamento oceânico: rochas próximas 
da dorsal mesoatlântica eram mais jovens e rochas mais afastadas da 
dorsal eram mais antigas.
(C) A principal indagação que o Wegener não conseguiu responder foi 
que tipo de força seria capaz de movimentar massas continentais tão 
grandes.
(D) Logo após a morte de Wegener, em 1930, a teoria foi abandonada 
por cerca de 20 anos, mas foi retomada com a descoberta de sedimen-
tos glaciais em algunslocais atualmente cobertos por desertos.
(E) As placas tectônicas são constituídas pelas crostas oceânicas e 
continentais e pelas partes superior e inferior do manto.
Questão 4
Ano: 2016 Banca: UFG Órgão: Prefeitura de Goiânia – Prova: Geografi a 
Nível: Superior
A zona costeira cearense possui uma complexidade própria, devido à 
interação entre os elementos naturais que a defi nem. Por esta razão, 
identifi ca-se como risco geológico associado a este ambiente:
(A) o predomínio de rochas carbonáticas (calcários e metacalcários) que 
se dissolvem com facilidade pela ação das águas, formando cavidades 
subterrâneas que podem causar abatimentos e colapsos dos terrenos.
(B) o padrão de relevo acidentado, suscetível aos processos erosivos 
e movimentos naturais de massa com deslizamentos de solos e blocos 
de rocha.
(C) a intensa dinâmica sedimentar, com processos de mobilização eóli-
ca de areias (migração de dunas) e erosão da linha de costa.
(D) o acentuado processo de desertifi cação que atinge parcelas signifi -
cativas do ambiente, associado ao relevo fortemente acidentado.
Questão 5
Ano: 2016 Banca: VUNESP – Órgão: MPF – Prova: Geólogo Nível: Su-
perior
Em um estudo de ruptura de taludes em solos argilosos homogêneos, 
para obtenção dos parâmetros a serem utilizados nos cálculos de esta-
bilidade, o ensaio que melhor se aplica é:
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(A) compressão simples.
(B) triaxial normalmente adensado, não drenado.
(C) triaxial rápido, drenado.
(D) edométrico.
(E) uniaxial drenado
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
De maneira geral, podemos defi nir movimento de massa como o deslo-
camento de material desordenado (solos, rochas e vegetais), por meio 
da ação da gravidade, que ocorrem em áreas com encostas mais ele-
vadas. Nesse sentido, pergunta-se: o movimento de massa é um fenô-
meno constante nas cidades brasileiras? Explique. 
TREINO INÉDITO
 Assunto: Movimento de massa
Sobre a especifi cação do movimento de massa tipo rastejo, indica-se 
que ocorre de maneira:
Lenta ao longo do tempo.
Rápida ao longo do tempo.
Intermitente ao longo do tempo.
Ampla ao longo do tempo.
NDA.
NA MÍDIA
O MEGADESASTRE DA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO: 
AS CAUSAS DO EVENTO, OS MECANISMOS DOS MOVIMENTOS 
DE MASSA E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS INVESTIMENTOS DE 
RECONSTRUÇÃO NO PÓS-DESASTRE
Todos os anos, no estado do Rio de Janeiro, dezenas de pessoas mor-
rem e milhares são afetadas em decorrência de desastres naturais re-
lacionados a eventos climáticos extremos, em especial, as inundações 
e movimentos de massa. Nos últimos anos (2010 e 2011), mais de mil 
pessoas morreram nos desastres em Angra dos Reis, na Região Metro-
politana do Rio de Janeiro e na Região Serrana do Rio de Janeiro. O 
Megadesastre da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro ocorreu 
entre os dias 11 e 12 de Janeiro de 2011, atingindo sete cidades da re-
gião serrana, principalmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis 
e Petrópolis, causando a morte de 947 pessoas. 
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É considerado um dos maiores eventos de movimentos de massa 
generalizados do Brasil. O evento foi defl agrado por condições climáticas 
extremas de precipitação acumulada em 24 horas de 241,8 mm, com 
pico de 61,8 mm em uma hora, o que ajudou a perfazer a precipitação 
acumulada entre os dias 1º e 12 de Janeiro de 573,6 mm. Os principais 
tipos de movimentos de massa observados na área foram as corridas 
de massa, de detritos, terra ou de lama, os deslizamentos do tipo “Par-
roca”, “tipo Rasteira”, “tipo Vale Suspenso e os deslizamentos tipo “Ca-
tarina”. 
Para a análise dos impactos na região, utilizaram-se os limites das ba-
cias de 6ª ordem, que dividiram a região em quatro bacias: do Rio Pia-
banha, do Rio Preto, do Rio Grande e do Rio Macaé. Segundo dados da 
SEOBRAS, o estado investiu, em recuperação da região após o desas-
tre, R$ 188.451.196,08 em 79 obras em seis municípios. O município 
que recebeu o maior número de intervenções foi Petrópolis (29), en-
quanto Nova Friburgo foi o município que mais recebeu recursos (R$ 91 
milhões). Em termos de bacias, a bacia do Rio Preto foi a que recebeu 
o maior número de intervenções (31) e a que mais recebeu recursos foi 
a bacia do Rio Grande (R$ 101 milhões). Na relação habitante/recurso 
investido, a bacia do Rio Grande foi a que apresentou a maior relação 
de investimentos por habitante (R$ 504,81 por habitante) e, da mes-
ma forma, foi a que apresentou a maior relação investimento por km² 
(R$101,5/km²).
Fonte: Francisco Dourado, Thiago Coutinho Arraes, Mariana Fernandes 
e Silva.
Data: 2012
Leia na íntegra em: 
http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/anigeo/article/view/5950
NA PRÁTICA
A defesa civil da cidade em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura 
da cidade do Recife – Pernambuco, preocupados com a situação identi-
fi cada no morro da Conceição, solicitou uma averiguação in loco sobre 
a situação do local para que fosse identifi cado o tipo de movimento de 
massa que poderia ocorrer no sentido de tentar combatê-lo. As informa-
ções que foram passadas pela equipe municipal indicavam: variação 
térmica do maciço rochoso, a ocorrência de erosão em virtude da ação 
da água e vibrações geradas pelo tráfego contínuo. Indique que tipo de 
movimento de massa está para acontecer no morro da Conceição. 
PARA SABER MAIS:
Filme sobre o assunto: O amanhã é hoje
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Peça de teatro: Brumadinho
Acesse os links: https://youtu.be/CCUif3F_ko8
https://youtu.be/K9i3JyXocgI
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S CONCEITUANDO DESASTRE, SUSCEPTIBILIDADE, VULNERA-
BILIDADE E RISCO NO ÂMBITO DOS MOVIMENTOS DE MASSA.
Compreender os conceitos relacionados aos desastres é de 
fundamental importância para que o profi ssional domine, de maneira 
satisfatória, os fundamentos do Gerenciamento de Riscos em desas-
tres, especialmente, aqueles relacionados aos movimentos de massa.
A seguir, veja algumas das principais defi nições que envolvem o tema em 
questão: 
Desastres: de maneira geral, desastre pode ser considerado 
um evento de natureza adversa, provocado ou advindo de causas na-
turais que, a depender do grau de vulnerabilidade do ambiente em que 
ocorreu, é capaz de gerar danos (econômicos, sociais e ambientais) de 
difícil reparação (Figura 7).
 Os desastres possuem uma relação direta com o processo de 
DESASTRES AMBIENTAIS
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transformação social e crescimento populacional, com o modelo con-
temporâneo de desenvolvimento econômico adotado, com o acelerado 
processo de uso e ocupação do solo dos médios e grandes centros 
urbanos, ou seja, com todos os modelos de vida que produzem vul-
nerabilidades sociais. E é justamente através dessas vulnerabilidades 
sociais associadas à inadequada gestão de riscos e à incapacidade de 
respostas efetivas, que as consequências dos desastres se amplifi cam. 
Existe uma relação íntima entre os desastres e os modelos 
de desenvolvimentos adotados no mundo contemporâneo que inten-
sifi cam, sobremaneira, a vulnerabilidade ambiental e social de certas 
comunidades, o que agrava a ocorrência dos desastres como: a intensa 
e massiva pressão sobre os recursos naturais, o elevado consumo de 
produtos e serviços acarretando um excesso de resíduos contaminan-
tes etc. 
Figura 7: Relação entre Eventos adversose Vulnerabilidade Ambiental
Fonte: Elaboração própria (2019)
Conforme consta na Instrução Normativa nº 1, de 24 de agosto 
de 2012, no Brasil, os desastres são classifi cados de acordo com a in-
tensidade, evolução e a periodicidade, a saber: 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº1, DE 24 DE AGOSTO DE 2012
Art. 3º Quanto à intensidade os desastres são classifi cados em dois níveis:
a) nível I - desastres de média intensidade; e b) nível II - desastres de grande 
intensidade
§ 2º São desastres de nível I aqueles em que os danos e prejuízos são supor-
táveis e superáveis pelos governos locais e a situação de normalidade pode 
ser restabelecida com os recursos mobilizados em nível local ou complemen-
tados com o aporte de recursos estaduais e federais;
§ 3º São desastres de nível II aqueles em que os danos e prejuízos não 
são superáveis e suportáveis pelos governos locais, mesmo quando bem 
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preparados, e o restabelecimento da situação de normalidade depende da 
mobilização e da ação coordenada das três esferas de atuação do Sistema 
Nacional de Proteção e Defesa Civil -SINPDEC e, em alguns casos, de ajuda 
internacional.
Art. 6º Quanto à evolução os desastres são classifi cados em: 
I - desastres súbitos ou de evolução aguda; e II - desastres graduais ou de 
evolução crônica.
§ 1º São desastres súbitos ou de evolução aguda os que se caracterizam 
pela velocidade com que o processo evolui e pela violência dos eventos ad-
versos causadores dos mesmos, podendo ocorrer de forma inesperada e 
surpreendente ou ter características cíclicas e sazonais, sendo assim facil-
mente previsíveis.§ 2º São desastres graduais ou de evolução crônica os 
que se caracterizam por evoluírem em etapas de agravamento progressivo.
§ 4º Os desastres de nível I ensejam a decretação de situação de emergên-
cia, enquanto os desastres de nível II a de estado de calamidade pública
§ 1º Quanto à origem ou causa primária do agente causador, os de-
sastres são classifi cados em: 
I - Naturais; e II - Tecnológicos.
§ 2º São desastres naturais aqueles causados por processos ou fe-
nômenos naturais que podem implicar em perdas humanas ou outros 
impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, interrupção 
dos serviços e distúrbios sociais e econômicos.
§ 3º São desastres tecnológicos aqueles originados de condições tecno-
lógicas ou industriais, incluindo acidentes, procedimentos perigosos, falhas 
na infraestrutura ou atividades humanas específi cas, que podem impli-
car em perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio 
ambiente, à propriedade, interrupção dos serviços e distúrbios sociais e 
econômicos.
Art. 9º Quanto à periodicidade os desastres classifi cam-se em:
I - Esporádicos; e II - Cíclicos ou Sazonais.
§ 1º São desastres esporádicos aqueles que ocorrem raramente com possi-
bilidade limitada de previsão.
§ 2º São desastres cíclicos ou sazonais aqueles que ocorrem periodicamente 
e guardam relação com as estações do ano e os fenômenos associados. 
(BRASIL, 2012, secção 1 DOU, p. 30)
Por fi m, cabe argumentar que o grau de intensidade de um de-
sastre está diretamente relacionado com a extensão do Evento Adverso 
e com o nível de vulnerabilidade existente no ambiente atingido. Quanto 
maior for a vulnerabilidade, maiores serão os danos provocados (desas-
tres). Muitas vezes, um mesmo evento adverso ocorre em ambientes 
com níveis de vulnerabilidade diferentes. Certamente, um ambiente que 
possui uma vulnerabilidade baixa não sofrerá tantos problemas se com-
parado com um ambiente com alta vulnerabilidade. 
S uscetibilidade: t rata-se da capacidade que um ambiente 
apresenta para a ocorrência de um determinado processo/evento ad-
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verso. Pode ser entendido como os fatores condicionantes que podem 
acarretar um desastre. 
Nesse contexto, pode-se dizer que, para cada evento existe 
uma caracterização de suscetibilidade, uma vez que, dentro do proces-
so de verifi cação da suscetibilidade, faz-se necessário verifi car quais 
aspectos são geradores desses desastres. Ou seja, para cada evento 
adverso que surge existe um conjunto de aspectos específi cos de sus-
cetibilidade.
No caso específi co de uma área com potencial processo de 
deslizamento, a análise de suscetibilidade de um ambiente deve obser-
var aqueles fatores que podem acarretar o possível desastre, tais como: 
clima, drenagem, ocupação residencial do entorno, pluviosidade, tempo 
de resposta aos eventos, estrutural natural do terreno etc.
Aqui no Brasil, a maioria das análises que são feitas para iden-
tifi car áreas com ameaça de desastres fazem uso da identifi cação da 
suscetibilidade local, como forma de antecipar os possíveis eventos ad-
versos que, porventura, venham a ocorrer. 
A meaças: podem ser entendidas como um indício de um 
possível acontecimento desfavorável, um sinal ou um “aviso” de que o 
desastre pode ocorrer, podendo apresentar diversas origens, a saber: 
biológicas, naturais, meteorológicas, atividades antrópicas e geológica. 
P erigo: t rata-se de uma situação com grande potencial para 
gerar problemas adversos. O perigo é uma condição com potencial de 
gerar danos ao meio ambiente e à sociedade. Diz respeito à probabili-
dade de o fato ocorrer. 
Q uando analisamos os conceitos de perigo e ameaça, obser-
vamos que eles são praticamente idênticos. A diferença é que na situa-
ção de ameaça não existe a variável probabilidade, já quanto ao perigo, 
existe uma probabilidade de o evento existir ou ocorrer.
Diante do exposto, podemos inferir que o conceito de perigo é 
diretamente proporcional às ameaças e à probabilidade daquele evento 
ocorrer, pois quanto maior for a probabilidade ou a ameaça, maior será 
o perigo.
Conforme explica a publicação da UN-ISDR - International Stra-
tegy for Disaster Reduction (2004), intitulado Living with Risk. A global 
review of disaster reduction initiatives, para se compreender os perigos 
ambientais, faz-se necessário considerar “quase todos os fenômenos 
físicos da Terra (...), tais como, os geofísicos, meteorológicos, hidroló-
gicos, geológicos, tecnológicos, biológicos e até mesmo sócio-políticos, 
individualmente ou em complexas interações.” (UN-ISDR, 2004, apud 
TOMINAGA, et al., 2009, p. 149). 
Nesse sentido, apresentamos, a seguir, a classifi cação de pe-
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rigo, conforme preceitua a UN-ISDR (2004):
Tabela 6: Classifi cação de Perigo, baseado em UN-ISDR (2004).
 PERIGO (HAZARD)
Um evento, fenômeno ou a� vidade humana potencialmente danoso que pode 
causar perda de vidas ou ferimentos a pessoas, danos a propriedades, rupturas 
socioeconômicas ou degradação ambiental.
PERIGOS NATURAIS (NATURAL HAZARDS)
Processos ou fenômenos naturais que ocorrem na biosfera e que podem cons� tuir-
-se em um
evento danoso. Os perigos naturais podem ser classifi cados quanto à origem em: 
geológico,
hidrometeorológico e biológico.
ORIGEM EXEMPLOS DE FENÔMENOS
Perigos geológicos
Processos ou fenômenos naturais que
podem ser de origem endógena ou
exógena
• Terremotos, tsunamis;
• A� vidade e emissões vulcânicas;
• Movimentos de massa, escorregamen-
tos, queda de blocos rochosos, liquefa-
ção;
• Colapso superfi cial, a� vidade de falha 
geológica.
Perigos hidrometeorológicos
Processos ou fenômenos naturais de
natureza atmosférica, hidrológica ou
oceanográfi ca
• Inundações/enchentes, corridas de 
lama/detritos;
• Ciclones tropicais, tempestades mari-
nhas, ventanias,
chuvas de tempestades, nevasca, relâm-
pagos;
• Secas, deser� fi cação, fogo, temperatu-
ras extremas,
tempestade de areias;
• Permafrost, avalanches de neve.
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Perigo biológico
Processo de origem biológica ou aqueles
transmi� dos por vetores biológicos,
incluindo exposição aos micro-organis-
mos
patogênicos, tóxicos e
substâncias bioa� vas
• Eclosão de doenças epidêmicas, con-
tágios de plantas ou de animais e de 
infestações extensivas.
PERIGO TECNOLÓGICO (TECHNOLOGICAL HAZARDS)
Perigo associado com acidentes tecnológicos ou industriais, rompimento de in-
fraestrutura
ou a� vidades humanas que podem causar perda de vidas ou ferimentos à pessoa, 
danos à
propriedades, rupturas socioeconômicas ou degradação ambiental. Exemplos: 
poluição industrial, radioa� vidade, resíduo tóxico, queda de barragens, acidentes 
industriais etc.
Fonte: (UN-ISDR, 2004, apud TOMINAGA, 2009, p.150)
Exposição: trata-se do quanto o elemento (comunidade, pes-
soa, ambiente) está sujeito a sofrer um evento danoso. Uma ameaça soa, ambiente) está sujeito a sofrer um evento danoso. Uma ameaça 
tem potencial para se transformar em desastre à medida em que au-tem potencial para se transformar em desastre à medida em que au-
menta o nível de exposição do elemento (comunidade, pessoa, ambien-
te) analisado. te) analisado. 
A exposição faz parte da avaliação do grau de vulnerabilidade A exposição faz parte da avaliação do grau de vulnerabilidade 
que o indivíduo está passando. No tocante a eventos de movimento de que o indivíduo está passando. No tocante a eventos de movimento de 
massa em ambientes seguros, de fácil locomoção e acesso, a exposi-
ção será menor em virtude do tipo de uso que se faz desse local (as ção será menor em virtude do tipo de uso que se faz desse local (as 
pessoas possuem mais liberdade para escaparem com segurança). Já 
quando falamos de ambientes acidentados, encostas e morros, a expo-quando falamos de ambientes acidentados, encostas e morros, a expo-
sição é bem mais elevada (as pessoas possuem menos possibilidade sição é bem mais elevada (as pessoas possuem menos possibilidade 
de locomoção, estando mais vulneráveis aos deslizamentos).de locomoção, estando mais vulneráveis aos deslizamentos).
Nesse sentido, pode-se dizer que o grau de exposição de uma Nesse sentido, pode-se dizer que o grau de exposição de uma 
comunidade é um fator determinante para a ocorrência de desastres, comunidade é um fator determinante para a ocorrência de desastres, 
uma vez que sua medida observa o quanto uma área está suscetível à 
ocorrência de um evento adverso (desastre). ocorrência de um evento adverso (desastre). 
Desse modo, medir a exposição signifi ca medir o quanto uma Desse modo, medir a exposição signifi ca medir o quanto uma 
determinada localidade ou comunidade está vulnerável para certo even-determinada localidade ou comunidade está vulnerável para certo even-
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to. O grau de vulnerabilidade é determinado pela medida em que o am-
biente está exposto. 
Vulnerabilidade: pode ser defi nida como um conjunto de con-
dições necessárias (fatores sociais, econômicos, climáticos/ambientais) 
que podem elevar o nível de suscetibilidade de ocorrência de um evento 
indesejado.
A vulnerabilidade está relacionada com a condição às quais 
estão expostos os elementos (indivíduos, comunidades ou meio físico) 
ao perigo, e pode ser analisada através do grau esperado de danos e 
prejuízos, no caso do evento acontecer (Figura 8).
 Fonte: Foto Globo.com - Deslizamento de terra na Avenida 
Niemeyer – RJ, 2019.
Quando se fala em vulnerabilidade relacionada a questões de 
movimentos de massa, suas origens dizem respeito, necessariamente, 
à topografi a do terreno, à geologia da área, ao grau de drenagem do 
subsolo, às características da atividade que é praticada naquele local e 
à periodicidade dos movimentos de massa que vêm ocorrendo na área. 
Uma possibilidade clara de se combater os consequências 
danosas provocadas por esses eventos é estudar, analisar e antever 
esses processos, possibilitando que ações de evacuação, isolamento e 
combate aos desastres sejam efetivamente bem sucedidas. 
De nada adianta analisar e identifi car as áreas com real poten-
cial de ocorrência de desastres, se efetivamente nada é feito para que 
os efeitos sejam mitigados. Para isso, faz necessário que tanto o go-
verno quanto a população contribuam para os mesmos fi ns. O governo 
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deve implementar políticas públicas efi cazes, e a população, na medida 
do possível, deve reduzir sua exposição ao perigo.
Risco: o risco, por sua vez, é a potencialidade real do dano 
ocorrer em decorrência da ação/atividade que se realiza. É uma com-
binação de fatores que pode levar à ocorrência de eventos de conse-
quências indesejáveis, possuindo alta, média ou baixa probabilidade de 
ocorrência. O risco surge em decorrência de uma ação ou atividade mal 
executada diante de um perigo pré-existente.
Conforme aponta o Relatório da ONU, intitulado Estratégia In-
ternacional de Redução de Desastres – EIRD/ONU (2004), risco é:
a probabilidade de que ocorram consequências prejudiciais e/ou danos 
(como, por exemplo, mortes, lesões, prejuízos econômicos, interrupção de 
serviços, entre outros), resultado da interação entre as ameaças e a vulne-
rabilidade. Convencionalmente, o risco é expresso pela equação: RISCO = 
Ameaça x Vulnerabilidade. (EIRD, 2004, apud UFRGS, 2016, p. 38)
O resultado da inter-relação entre vulnerabilidade e ameaça é 
o que efetivamente provoca o risco (Figura 9), que existirá sempre que 
uma atividade se portar de forma temerária em ambiente cujo grau de 
vulnerabilidade seja latente. 
Figura 9: RISCO = Vulnerabilidade + Ameaça.
Fonte: Elaboração própria (2019)
A relação entre Perigo e Risco
A relação entre risco e perigo é bastante tênue. No perigo, fala-
mos de probabilidade, enquanto que no risco, falamos de potencialida-
de (risco potencial). No caso de moradias instaladas em encostas, por 
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exemplo, pode-se afi rmar, naturalmente, que o perigo sempre estará 
presente, existindo constantemente a probabilidade de ocorrer algum 
dano; contudo, nada pode ser falado sobre risco, uma vez que este 
dependerá do fator manuseio para se tornar danoso. Por outro lado, as 
moradias bem instaladas e os maciços dos taludes bem controlados e 
monitorados tendem a não apresentar riscos, mas ainda assim podem 
ser potencialmente perigosos, uma vez que, se ocorrer deslizamento, 
pode sim, ser considerado um risco à segurança das pessoas.
A percepção do risco varia conforme a maneira como as pes-
soas o interpretam. A depender da atividade que desempenhamos, es-
tamos mais ou menos susceptíveis aos riscos. O risco está ligado ao 
nosso comportamento e ao modo como manuseamos tudo ao nosso 
redor, como por exemplo a moradia em morros e encostas. 
Figura 10: Perigo x Risco
Fonte: Elaboração própria (2019)
Diante do exposto, fi ca claro que a variável a ser CONTROLA-
DA, ADMINISTRADA é o RISCO, uma vez que ela decorre da interação 
humana com o perigo, sendo este uma variável binária, isto é, podendo 
existir ou não. Dessa forma, estabelece-se o conceito de Gestão de 
Riscos (GALANTE, 2015, p. 39).Riscos (GALANTE, 2015, p. 39).
A relação entre RISCO, PERIGO e AMEÇA pode ser descrita 
da seguinte maneira:
Quanto maiores e melhores forem as medidas de segurança 
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implementadas, menores serão os riscos de o dano ocorrer.
Ris co Aceitável, Tolerável e Intolerável.
O g rau de aceitabilidade de um risco tem relação direta com a 
análise feita pela pessoa/comunidade em medir as consequências queestão ligadas ao risco em si. Trata-se do risco que a população está 
disposta a suportar, após considerar os vários fatores intrínsecos e ex-
trínsecos inerentes aos riscos.
Um risco é considerado tolerável pela sociedade qua ndo os 
custos para mitigá-lo são elevados, não sendo vantajoso implementar 
ações no sentido combatê-lo. Em uma escala hierárquica, pode-se dizer 
que o risco tolerável é proporcionalmente mais elevado do que aquele 
risco considerado por muitos como aceitável. Trata-se daquele risco 
aceito pela comunidade em virtude dos fatores econômicos e sociais 
envolvidos para mitigá-los. Ou seja, para a sociedade não vale apena 
trabalhar para solucionar os riscos, uma vez que os seus custos são 
elevados.
Por fi m, pode-se dizer que o risco intolerável é a quele que a 
sociedade não aceita, em hipótese alguma, sua existência, uma vez 
que não existe nenhuma vantagem (econômica e/ou social) em conti-
nuar exposta ao risco. 
Vale destacar que, em muitos casos/ambientes/comunidades, 
a natureza do risco pode ser aceita devido a diversos fatores (econô-
micos, sociais, de lazer, de comodidade etc.), a depender da prioridade 
que é dada para o fato em si. 
O desafi o, por parte do poder público, está justamente em es-
tabelecer o momento de atuar sobre o risco existente, especialmente, 
quanto aos desastres que envolvem movimentação de massas, uma 
vez que, estabelecer o limite do que seja tolerável ou aceitável é bastan-
te delicado, devido aos vários aspectos sociais, culturais e econômicos 
envolvidos. 
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Figura 11: Esquema representativo da diferenciação entre risco aceitá-
vel, tolerável e inaceitável
Fonte: (UFRGS, 2016, p. 88)
 MAPEAMENTOS DE VULNERABILIDADE: TIPOS E METODOLO-
GIAS
Como já observado anteriormente, os conceitos de Suscetibili-
dade e Vulnerabilidade estão bastante interligados. Enquanto a Susce-
tibilidade diz respeito a quanto um ambiente está sujeito a determinado 
processo ou evento, a vulnerabilidade diz respeito a um conjunto de 
condições necessárias (fatores sociais, econômicos, climáticos/ambien-
tais) que podem elevar no nível de suscetibilidade de ocorrência de um 
evento indesejado.
O mapeamento das áreas vulneráveis deve abarcar a análise 
de todos os aspectos que fazem parte da área que apresenta certo grau 
de exposição ao perigo. Nesse sentido, ele deve buscar levantar todos 
os elementos que potencialmente estão associados aos perigos aos 
quais a comunidade está exposta. Reduzir a vulnerabilidade é acima 
de tudo catalogar, analisar e implementar ações (estruturai e não estru-
turais) para correção e mitigação dos riscos. 
Nesse contexto, o processo de mapeamento da vulnerabilida-
de ambiental, com vistas a alcançar os resultados esperados, deve se-
guir alguns passos básicos, a saber:
Execução de trabalhos de campo: aqui é feita a catalogação/
levantamento de todos os elementos que de alguma forma estão expos-
tos ao risco. Para isso, é importantíssimo que se observem os aspectos 
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físicos e ambientais, o sistema de infraestrutura existente, o grau de 
atendimento dos serviços/ações governamentais, e as características 
sociais da comunidade que vive no local. 
Trabalho de escritório: diz respeito à compilação e à geração 
de informações a partir dos dados coletados in loco. Nesse momento, 
são usadas algumas ferramentas como os Sistemas de Informações 
Geográfi cas (SIG), que facilitam o mapeamento dessas áreas, permi-
tindo análises mais detalhadas através da compilação e integração de 
diversos dados e informações relevantes. 
Para que o processo de mapeamento da vulnerabilidade seja 
efetivo, faz-se necessário que se observem as três dimensões da vulne-
rabilidade: Física, Social e Funcional (função), a saber:
 Vulnerabilidade física: está relaciona a um tipo de dano direto 
que a residência, bem ou pessoa pode sofrer no caso de um evento 
adverso ocorrer, teoricamente variando entre altamente vulnerável (es-
pera-se grande grau de perda) e não vulnerável (sem danos). É impor-
tante observar a localização e o padrão construtivo das edifi cações e da 
infraestrutura, sua exposição a situações que as colocam em perigo e o 
possível dano esperado. 
 Vulnerabilidade Funcional (de função): visa medir o potencial 
de danos causados aos sistemas de serviços e infraestruturas. Quando 
essas funções públicas são afetadas por eventos adversos, há impac-
tos diretos e indiretos à população, devido à defi ciência na qualidade da 
prestação do serviço. Por exemplo, mesmo que um deslizamento não 
atinja o hospital diretamente, mas impeça o seu acesso (fechamento de 
estradas), confi gura um prejuízo caracterizado pela vulnerabilidade de 
função. Nestes casos, as consequências são sentidas por aqueles que 
estão a vários quilômetros de onde ocorreu o desastre. 
Quando se fala em desastres de evolução instantânea/súbita, 
como deslizamentos, soterramentos e desmoronamentos, diversos pro-
blemas sociais são sentidos pela comunidade, uma vez que os danos 
não estão restritos apenas às questões econômicas em si, mas princi-
palmente aos aspectos sociais. 
Nesse contexto, as principais funções que devem ser analisa-
das em um processo de mapeamento de vulnerabilidade ambiental são 
as seguintes:
Presença de Segurança pública: Polícia Civil, Corpo de Bom-
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beiros, Defesa civil, Sistema de alerta e proteção;
Presença efetiva de Saúde pública: controle sanitário, Respos-
ta a emergências antes, durante e depois do evento;
Presença de Infraestrutura básica: água potável, sistema de 
esgotamento sanitário, comunicação, energia elétrica, oferta de com-
bustível, drenagem urbana, limpeza urbana e sistema de transporte;
Comunicação efetiva com a comunidade como forma de escla-
recer os riscos e procedimentos em casos de desastres;
Presença de sistema de ensino/educação pública de qualida-
de;
Presença de igrejas/templos etc.
Vulnerabilidade Social: diz respeito aos aspectos sociais que 
defi nem o grau de vulnerabilidade de uma comunidade quanto aos efei-
tos de um desastre. Basicamente, sua medida se dá através do quanto 
uma população é capaz de resistir a esses efeitos adversos, ou seja, o 
quanto ela está preparada para fazer frente a um desastre. 
Para que haja um mapeamento e uma avaliação dos riscos 
existentes quanto aos deslizamentos, faz-se necessário o levantamen-
to de uma série de dados (mapas sobrepostos), que muitas vezes são 
analisados de forma qualitativa pela difi culdade de obtenção dos dados 
quantitativos, a saber: 
• a suscetibilidade do terreno às ameaças estudadas;
• a probabilidade temporal das ameaças, ou seja, o perigo dos 
fenômenos;
• a vulnerabilidade dos elementos expostos ao risco (ex.: popu-
lação, infraestrutura, atividades econômicas);
• os danos e prejuízos associados ao desastre em potencial 
(ex.: número de mortos, feridos, danos materiais, prejuízos diretos e 
indiretos esperados) (UFRGS, 2016, p. 123).
No Brasil, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT e o Ser-
viço Geológico do Brasil – CPRM, no âmbito da identifi cação/mapea-
mento de áreas de risco, utilizam métodos quantitativos para obtenção 
desses dados.
Quando as avaliações são realizadas, basicamente, dois im-
portantes documentos informativos são elaborados: a carta de susceti-
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bilidade e a carta de setorização dos riscos geológicos para cada área 
mapeada, que indicam os sítios com alto risco de movimentos de massa 
(fi gura 12 e tabela 7).
Tabela 7: Defi nições das Castas
Fonte: (IPT/CPRM, 2014, p. 10)
No tocante aos processos de Movimentos de

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