Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Usinagem F lu idos de Corte Fluidos de Corte 1 Prof. Dr. Rodrigo Henriques Lopes rodrigolopes@utfpr.edu.br Usinagem F lu idos de Corte 2 Sumário Introdução Fluidos de corte com capacidade lubrificante Fluidos de corte com capacidade refrigerante Razões para usar fluidos de corte Classificação dos fluidos de corte Principais problemas causados pelos fluidos de corte Seleção dos fluidos de corte Métodos de aplicação dos fluidos de corte Reduzindo ou evitando o uso de fluidos de corte Usinagem F lu idos de Corte 3 Usinagem F lu idos de Corte 4 Em sistemas de manufatura, qualquer esforço para aumentar a produtividade e/ou reduzir custos deve ser considerado. Em usinagem, o uso de fluidos de corte, quando escolhidos e aplicados apropriadamente, traz benefícios. Composição química e propriedades corretas para lidar com adversidades de um processo de corte específico. O método escolhido deve permitir que chegue o mais próximo possível da aresta de corte, dentro da interface cavaco/ferramenta, garantindo suas funções. Fluidos em usinagem Usinagem F lu idos de Corte 5 LUBRIFICAÇÃO em baixas velocidades de corte. REFRIGERAÇÃO em altas velocidades de corte. Ajudar a retirar o cavaco da zona de corte. Proteger a máquina ferramenta e a peça da corrosão (suficientemente alcalino – pH>7, se possível, 8-9,5). Principais funções dos fluidos de corte ! ! Usinagem F lu idos de Corte 6 Embora as primeiras duas funções sejam normalmente consideradas prioritárias, há situações em que a remoção de cavacos se torna crítica, como na furação profunda e no serramento, processos nos quais a aplicação deficiente de fluido de corte pode resultar no engripamento dos cavacos, o que causa a quebra prematura da ferramenta de corte. A capacidade do fluido de corte em remover os cavacos da zona de corte depende de sua viscosidade e vazão, além, é claro, da natureza da operação de usinagem e do tipo de cavaco que está sendo formado. Usinagem F lu idos de Corte 7 Em baixas velocidades de corte: ➢ Refrigeração relativamente sem importância. ➢ Enquanto a lubrificação reduz o atrito e evita o aparecimento da APC. ➢ Nesse caso utilizar um fluido a base de óleo. Em altas velocidades de corte: ➢ As condições não são favoráveis para a penetração do fluido de corte na interface para exercer o papel lubrificante. ➢ Refrigeração diminui as temperaturas na ferramenta de forma geral. ➢ Nesse caso um fluido a base de água deve ser utilizado. Usinagem F lu idos de Corte 8 Compatibilidade humana: o fluido deve ser compatível ao contato com a pele (pH=9,5), a nocividade de vapores e fumaças deve ser testado (exaustão adequada). Partes da máquina: não só peças metálicas devem ser consideradas, peças plásticas e borrachas não podem sofrer com a ação do fluido. Durabilidade com envelhecimento: os fluidos devem ser fisicamente e quimicamente estáveis, não devendo ser agentes degradantes ao longo do tempo. O ideal é que sejam duráveis. Biologicamente degradáveis: fluidos com essa capacidade são preferíveis, uma vez que os fluidos podem possuir alta capacidade de ser agente de eutrofização. Funções adicionais e propriedades necessárias aos fluidos de corte (TOENSHOFF e DENKENA, 2013) Usinagem F lu idos de Corte 9 Trabalham reduzindo o atrito e área de contato cavaco/ferramenta. ▪ Fluido “reduz a área” de contato cavaco-ferramenta. ▪ Sua eficiência depende da habilidade de penetrar na interface. ▪ Sua eficiência também depende da capacidade de formar um filme, com resistência ao cisalhamento menor que a resistência do material a ser usinado. ▪ Redução do atrito entre a ferramenta e o material; redução de forças e potências; redução da tendência de adesão entre a ferramenta e peça usinada (TOENSHOFF e DENKENA, 2013). Usinagem F lu idos de Corte 10 Favorecem a transferência de calor na região de corte, reduzindo, assim, a temperatura da ferramenta e da peça, ainda que a temperatura na interface cavaco/ferramenta não seja significativamente alterada. ▪ Fluido aumenta a dissipação de calor (refrigeração). ▪ Reduz a geração de calor (lubrificação). ▪ Fluidos a base de água mais refrigeram que lubrificam a região de corte. ▪ O aumento da velocidade de corte e da profundidade de corte diminui a capacidade do fluido de refrigerar a zona de corte. ▪ Redução da temperatura da máquina (TOENSHOFF e DENKENA, 2013) Usinagem F lu idos de Corte 11 e fe it o n e c e s s á ri o d e r e fr ig e ra ç ã o e fe it o n e c e s s á ri o d e l u b ri fi c a ç ã o a tr it o te m p e ra tu ra v e lo c id a d e d e c o rt e Retificação Torneamento Fresamento Furação Furação profunda Usinagem de engrenagens Brunimento Brochamento Alargamento Rosqueamento Efeitos necessários para os fluidos de corte e requisitos de do processo, considerando diferentes processos de usinagem (TOENSHOFF e DENKENA, 2013). Usinagem F lu idos de Corte 12 O objetivo final ao usar os fluidos de corte é reduzir o custo total de fabricação ou aumentar a taxa de produção. Além disso, o fluido de corte podem evitar alterações microestruturais na peça decorrentes de elevadas temperaturas de usinagem. ▪ Aumento da vida da ferramenta. ▪ Redução das forças de usinagem e, portanto, redução da potência. ▪ Melhoria do acabamento superficial da peça. ▪ Facilidade de remoção do cavaco da região de corte. ▪ Redução do risco de distorção da peça. Usinagem F lu idos de Corte 13 Curso de tempo de desgaste durante o fresamento de titânio em corte seco e corte úmido com ar comprimido externo (TOENSHOFF e DENKENA, 2013). Influência do resfriamento na vida útil da ferramenta durante a perfuração de cobre. (TOENSHOFF e DENKENA, 2013). Usinagem F lu idos de Corte 14 1. Gasosos (AR, CO2, N2) 2. Aquosos a) Água. b) Emulsões (“óleos solúveis”). Fluidos emulsionáveis, Fluidos semissintéticos (microemulsões). c) Soluções Químicas. 3. Óleos Óleos minerais, graxos (vegetais ou animais), compostos, EP, usos múltiplos. Usinagem F lu idos de Corte 15 Para conferir aos fluidos melhorias em propriedades específicas são adicionados alguns produtos químicos ou orgânicos. ➢ Antiespumantes (ceras especiais, óleos à base de silicone). ➢ Anticorrosivos (nitrito de sódio, óleos sulfurados e sulfonados). ➢ Detergentes (compostos organometálicos com Mg, Ba, Ca, etc. e alcoois). ➢ Emulsificantes (sabões ácidos graxos, gorduras sulfatadas, sulfonatos de petróleo). ➢ Biocidas. ➢ Aditivos de Extrema Pressão (EP) (compostos de enxofre, fósforo e cloro) – podem atacar o cobalto. Usinagem F lu idos de Corte 16 ➢ Problemas relativos ao meio ambiente. ➢ Problemas relativos a saúde e segurança. ➢ Podem promover choques térmicos nas ferramentas. ➢ Podem acelerar o aparecimento de trincas de origem térmica. ➢ Manutenção e descarte. Usinagem F lu idos de Corte 17 As pessoas que trabalham frequentemente com fluidos de corte podem: ter o fluido entrando em contato com a pele ou olhos, respirar névoas e vapores de fluidos, ou engolir partículas. Consequências: • Dermatites. • Problemas nos sistemas respiratórios e digestivos. • Problemas visuais. • Câncer. • Etc. Usinagem F lu idos de Corte 18 A legislação, originada por necessidades do ser humano e do meio ambiente, a partir de pressão da sociedade, torna as questões relativas à reciclagem e ao descarte adequado dos fluidos de corte uma exigência para as empresas que os empregam em usinagem. Ainda, para garantir um sistema seguro e eficiente, as seguintes características devem ser frequentemente monitoradas e controladas: • Crescimento de bactérias e fungos. • Odor. • Fumaça e vapor. • pH. • Concentração do fluido. • Contaminação do fluido. Usinagem F lu idos de Corte 19 Embora ensaios de laboratórios ou testes nas linhas de produção devam ser critérios básicos na decisão final, algumas informaçõesrelevantes devem ser consideradas: ❑ Material da ferramenta. ❑ Processo de usinagem. ❑ Outros fatores: ✓ Aceitação pelo operador da máquina. ✓ Facilidade de descarte adequado. ✓ Saúde humana e a contaminação do fluido. ✓ Fatores econômicos. Usinagem F lu idos de Corte 20 Existem três métodos básicos de aplicação do fluido: ❑ Jorro de fluido à baixa pressão (torneira à pressão normal). ❑ Pulverização [Mínima Quantidade de Fluido (MQF), Mínima Quantidade de Líquido (MQL)]. ❑ Sistema de alta pressão. Usinagem F lu idos de Corte 21 Peça Ferramenta Cavaco 1 2 3 4 1 – Sobre-cabeça 2 – Na superfície de saída 3 – Na superfície de folga 4 – Pelo interior da ferramenta (TOENSHOFF e DENKENA, 2013)(AB SANDVIK COROMANT, 2017) Usinagem F lu idos de Corte 22 Meio Ambiente Sociedade Aspectos econômicos Aspectos tecnológicos ❑ Apesar dos benefícios tecnológicos proporcionados pelos fluidos de corte, eles também representam um risco considerável ao meio ambiente e à humanidade. ❑ Componentes do fluido de corte, como bactericidas e fungicidas, produtos de reação originados no fluido de corte e substâncias estranhas incluídas, podem se tornar a causa raiz de doenças. ❑ Vazamentos e perdas por arraste, emissões, água de lavagem e descarte de fluidos de corte usados são um fardo para a terra, a água e o ar. (KLOCKE, 2011) Usinagem F lu idos de Corte 23 ❑ O manuseio de fluidos de corte e seu descarte são, portanto, regulamentados por legisladores e associações profissionais com requisitos rígidos. ❑ A redução do uso de fluidos de corte visa utilizar apenas a quantidade de fluido de corte tecnologicamente necessária. ❑ Tarefas secundárias do fluido de corte, como o transporte de cavacos dentro da máquina ou trazer esses cavacos à temperatura certa devem ser executadas por outras medidas que dizem respeito não apenas à ferramenta, mas também à máquina- ferramenta. (KLOCKE, 2011) Meio Ambiente Sociedade Aspectos econômicos Aspectos tecnológicos Usinagem F lu idos de Corte 24 Meios relativos às ferramentas e às máquinas-ferramenta para reduzir a demanda por fluido de corte no processo de usinagem (KLOCKE, 2011). Usinagem F lu idos de Corte 25 A etapa mais decisiva para evitar problemas associados ao uso de fluidos de corte é a usinagem a seco (KLOCKE, 2011). Há um esforço para o desenvolvimento de métodos de usinagem sem fluido de corte. Alguns problemas a serem solucionados com parâmetros de corte adequados em função do material a ser usinado (visando o corte sem fluido): ▪ Composição do material da peça. ▪ Desenvolvimento de materiais de ferramenta e revestimento. ▪ Mudanças nas geometrias de ferramentas. (TSCHÄTSCH, 2009) Usinagem F lu idos de Corte 26 Usinagem a seco - requisitos e restrições (KLOCKE, 2011). ❑Muitas tarefas de usinagem, que ainda hoje usam grandes quantidades de fluidos de corte, não os requerem tecnologicamente. ❑ Para cada tarefa de usinagem atual ou futura, portanto, a questão básica deve ser colocada é se é possível dispensar os fluidos de corte ou não. ❑ No entanto, isso não pode ser realizado simplesmente interrompendo o fornecimento de fluido de corte, mesmo que isso tenha um efeito positivo em casos isolados. Usinagem F lu idos de Corte 27 Referências Bibliográficas: KLOCKE, F. Manufacturing Processes 1: Cutting. Springer, 2011. https://doi.org/10.1007/978-3-642-11979-8. MACHADO, A. R.; COELHO, R. T.; ABRÃO, A. M.; SILVA, M. B. Teoria da usinagem dos materiais. Editora Blucher, 2015. TOENSHOFF, H. K.; DENKENA, B. Basics of Cutting and Abrasive Processes. Springer, 2013. https://doi.org/10.1007/978-3-642-33257-9. TRENT, E. M.; WRIGHT, P. K. Metal cutting. 4th ed. Butterworth Heinemann, 2000. ISBN 9788131203521. TSCHÄTSCH, H. Applied Machining Technology. Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2009. DOI 10.1007/978-3-642- 01007-1. https://doi.org/10.1007/978-3-642-11979-8 https://doi.org/10.1007/978-3-642-33257-9 Usinagem F lu idos de Corte 28 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PRU
Compartilhar