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Prévia do material em texto

De acordo com o edital da PM-SP/2021.
Organizado por disciplinas.
Questões atualizadas da VUNESP.
Gabarito oficial ao final de cada disciplina.
?caderno deQUESTÕES
QUESTÕES PARA 
600
Noções de Direito Penal
Noções de Direitos Humanos 
e Participação Social
Legislação Especial
?caderno deQUESTÕES
QUESTÕES PARA 
Língua Portuguesa
Raciocínio Lógico
Informática
Noções de Direito Constitucional
POLÍCIA PENAL 
(AGEPEN)-MG
• De acordo com os principais assuntos do edital oficial 
SEJUSP Nº 02/2021, de 17 de agosto de 2021.
• Organizado por disciplinas e assuntos.
• Inclui questões gabaritadas do Instituto Selecon + questões 
de bancas variadas para concursos da área de Segurança 
Penitenciária.
NV-LV027-21-600-QUESTOES-PP-MG
Cód.: 7908428800871
Todos os direitos autorais dessa obra são reservados e protegidos 
pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por 
qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito pela 
editora Nova Concursos.
Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso 
de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no 
site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e 
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.
Organização
Alan Firmo
Carolina Gomes
Karina Oliveira
Diagramação
Joel Ferreira dos Santos
Willian Lopes
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Projeto Gráfico
Daniela Jardim & Rene Bueno
Dúvidas
www.novaconcursos.com.br/contato
sac@novaconcursos.com.br
Obra
Caderno de Questões para 
Polícia Penal (AGEPEN)-MG
Disciplinas
LÍNGUA PORTUGUESA • 214 QUESTÕES
RACIOCÍNIO LÓGICO • 33 QUESTÕES
INFORMÁTICA • 82 QUESTÕES
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • 55 QUESTÕES
NOÇÕES DE DIREITO PENAL • 56 QUESTÕES
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL • 34 QUESTÕES
LEGISLAÇÃO ESPECIAL • 153 QUESTÕES 
Data da Publicação
Agosto/2021
APRESENTAÇÃO
O treino de questões, além de testar seus conhecimentos, é fundamental para compreender melhor 
o perfil da banca organizadora. Ao mesmo tempo que você revisa a teoria estudada, você pratica a 
metodologia da banca e cria uma rotina de estudos essencial para a sua preparação.
Pensando nisso, a série Caderno de Questões da Editora Nova Concursos apresenta 600 Questões 
Gabaritadas para o concurso da Polícia Penal-MG, cargo de Agente Penitenciário, organizadas 
por disciplinas, de acordo com os principais assuntos abordados no edital SEJUSP Nº 02/2021, de 
17 de agosto de 2021. Ao final do material você encontra, ainda, o gabarito oficial, para conferir e 
acompanhar o seu desempenho.
A meta é estudar até passar!
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA ...........................................................................................07
RACIOCÍNIO LÓGICO ............................................................................................... 74
INFORMÁTICA ............................................................................................................. 78
DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................95
DIREITO PENAL .........................................................................................................104
DIREITOS HUMANOS .............................................................................................112
LEGISLAÇÃO ESPECIAL ..........................................................................................118
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LÍNGUA PORTUGUESA
 Æ ORTOGRAFIA
1. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão:
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o 
tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, 
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo que de tão perfeito 
nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha 
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagem 
[...]
Não precisa
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver. 
Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade.
In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.
Espontâneo escreve-se com a letra s.
Deve ser escrita com s a palavra:
a) e_ plicar
b) e_ perto
c) e_ pirou
d) e_ celente
 Æ ACENTUAÇÃO
2. (SELECON – 2020)
Ciência e epidemia, construções coletivas
Vacinas, atuando por meio de agentes semelhantes ao 
patógeno da doença, mas incapazes de causá-Ia, geram uma 
memória imunológica que nos protege da doença, às vezes 
por toda a vida. Mais que seu efeito individual, porém, importa 
seu efeito comunitário. Se bem utilizadas, podem proteger até 
quem não se vacinou.
Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais: con-
traímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as 
pessoas ao redor. E a reação do grupo determina o curso e a 
gravidade do surto.
Se boa parte da população já tem imunidade contra deter-
minada doença, é mais difícil que um indivíduo infectado con-
tamine outras pessoas. Esse fenômeno, inicialmente estudado 
em animais, é chamado de imunidade de rebanho.
Para a gripe, observa-se a proteção comunitária quando 
cerca de 40% da população é imune ao vírus; para o sarampo, 
a taxa fica por volta de 95%. Se um número suficiente de indiví-
duos for vacinado de modo a atingir a imunidade de rebanho, 
então a população como um todo recebe proteção contra a 
epidemia.
É nesse contexto que segue a busca por uma vacina para a 
Covid-19. Calcula-se que atingiremos a imunidade de rebanho 
quando entre 60 e 70% da população estiver imune ao vírus. Há 
quem estime que a taxa seja menor, dada a heterogeneidade 
da população.
De um modo ou de outro, várias pesquisas (inclusive bra-
sileiras) evidenciam que sem a vacina essas taxas não serão 
alcançadas no curto prazo. Para agravar a situação, pairam 
dúvidas sobre a imunidade a longo prazo para a doença.
Essa é uma batalha que precisa ser travada com as armas 
da ciência. Pela primeira vez na história, o público acompanha 
tão de perto e com tanta expectativa a produção do conhe-
cimento científico. E esse processo pode às vezes parecer 
caótico.
A ciência é um processo de construção coletiva, tão social 
quanto a epidemia que ela tenta enfrentar. Esforços colossais 
foram canalizados para o enfrentamento da Covid-19 - só de 
vacinas temos 135 iniciativas, 22 delas sendo testadas em 
humanos (duas das quatro que estão no último estágio de 
ensaios em humanos estão sendo testadas no Brasil). Enquan-
to assistimos ao desenrolar dessa busca, vemos o fracasso 
de projetos promissores e o questionamento de informações 
antes tidas por favas contadas.
8
Esse processo de construção do conhecimento científico 
costuma se estender por anos. Mas a urgência e a intensida-
de da pesquisa sobre a Covid-19 têm forçado adaptações e 
aperfeiçoamento.
A demanda do público por informação vem estimulando 
estudiosos a melhorar o modo de comunicar seus achados e 
também as discussões sobre a construção do conhecimento. É 
um momento único: pela primeira vez experimentamos uma 
pandemia de tais proporções, com os atuais níveis de conheci-
mento científico e recursos de comunicação.
Vamos torcer para que as pessoas, confrontadas com estu-
dosde resultados conflitantes, descubram um pouco mais a 
respeito da formação do conhecimento científico. E, com sorte, 
passem a admirar a beleza e o esforço envolvido na construção 
da ciência.
Gabriella Cybis Folha de São Paulo, 15/07/2020 1.
A palavra “difícil” é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) níveis
b) único
c) também
d) científico
3. (SELECON – 2020) Texto I
Qual é a relação entre os incêndios na Austrália e o 
aquecimento global?
Para cientistas de diversas partes do mundo, a violen-
ta onda de incêndios na Austrália tem forte relação com as 
mudanças climáticas.
Embora as florestas australianas estejam naturalmente 
propensas à ocorrência natural do fogo, com a vegetação rela-
tivamente bem preparada para suportá-lo, a região sofreu nos 
últimos anos com dois dos fenômenos típicos das alterações 
climáticas: secas prolongadas e temperaturas cada vez mais 
elevadas.
Dados do Escritório de Meteorologia do governo, divulga-
dos nesta quarta (8) — quinta-feira (9) na Austrália —, indicam 
que 2019 foi o ano mais seco e o de temperaturas mais eleva-
das da história.
Em 18 de dezembro, o país bateu seu recorde histórico de 
temperatura média, chegando a 41,9ºC.
No mesmo mês, todos os estados australianos tiveram 
temperaturas superiores aos 40ºC, incluindo a região da Tas-
mânia, uma ilha que tem clima mais ameno do que o restante 
do país.
A combinação de temperaturas cada vez mais escaldantes 
com as florestas progressivamente mais secas é literalmente 
explosiva.
“As mudanças climáticas estão impressas em todas as 
partes deste verão ‘raivoso’ na Austrália”, avalia a climatolo-
gista Nerilie Abram e pesquisadora da Universidade Nacional 
Australiana.
A comunidade científica vem dando alertas sobre a vulne-
rabilidade da Austrália aos incêndios florestais há anos.
Em 2007, o relatório do IPCC (painel do clima da ONU) já 
falava no assunto. “E provável que um aumento no perigo de 
incêndio na Austrália esteja associado a um intervalo menor 
entre incêndios, maior intensidade do fogo, diminuição da 
extinção de incêndios e propagação mais rápida das chamas”, 
diz o texto.
Por conta das características multifatoriais dos incêndios, 
que envolvem variáveis como a velocidade do vento, o tipo de 
matéria orgânica e a quantidade de chuvas de uma determina-
da região, os especialistas costumam ser cautelosos ao apon-
tar o dedo para uma razão específica.
No hemisfério Norte, de acordo com dados de pesquisa-
dores da Nasa, há evidências fortes do papel do aquecimento 
global em diversos eventos, incluindo os grandes fogos da Cali-
fórnia e no Alasca.
Além da combinação de eventos climáticos extremos, 
como seca prolongada e temperaturas mais altas, os cientistas 
identificaram ainda uma possível relação entre aquecimento 
global e aumento de relâmpagos, a principal causa natural de 
incêndios na natureza.
Um artigo publicado na revista Nature, que analisou o per-
fil dos fogos florestais do Alasca em 2015, descobriu que uma 
quantidade anormalmente alta de descargas elétricas foi gera-
da com as temperaturas maiores, o que ajudou a “alimentar” 
as chamas.
Já na Europa, chama a atenção o caso português.
Após uma temporada extremamente quente e seca, em 
2017, uma série de grandes incêndios deixou mais de cem 
mortos.
Pesquisador da Universidade de Lisboa, Pedro Miranda 
destaca que, no caso dos incêndios em Portugal, o manejo 
florestal, a substituição de vegetação nativa por outras mais 
inflamáveis, como eucaliptos e as questões humanas também 
têm um papel importante.
Para os cientistas, no entanto, é importante rechaçar as 
comparações entre os fogos da Amazônia e os da Austrália.
Segundo Erika Berenguer, pesquisadora da Universida-
de Oxford e da Universidade de Lancaster, grande parte da 
Austrália tem uma vegetação seca acostumada a regimes fre-
quentes de fogo. Já na Amazônia, o fogo não é uma presença 
natural.
“Assim como o fogo pode ocorrer de forma natural nas 
savanas africanas e no cerrado brasileiro, ele também pode 
ocorrer naturalmente na Austrália. O que está acontecendo na 
Austrália já estava em alguns modelos climáticos. No caso do 
Brasil, o fogo que vimos em 2019 foi decorrente da imensa alta 
do desmatamento”, diz Berenguer.
Giuliana Miranda
(Extraído e adaptado de: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/ 
2020/01/qual-e-a-relacao-entre-os-incendios-na-australia-e-o-aqueci-
mento-global.shtml)
A palavra acentuada por ser uma paroxítona é:
a) último
b) histórico
c) provável
d) orgânica
4. (SELECON – 2019)
O que é a síndrome do coração festeiro
O nome parece indicar algo positivo. Afinal, a festa está 
associada ao descanso, a celebrações e inclusive à felicidade. 
Mas, neste caso, nada mais longe da realidade. A chamada 
“síndrome do coração festeiro” se refere ao aumento de pro-
blemas cardiovasculares após os feriados.
O termo foi cunhado em 1978 pelo pesquisador Philip 
Ettinger e sua equipe da CMDNJ-New Jersey Medical School 
(EUA) quando, depois de estudar 32 internações em hospi-
tais distintos, eles perceberam que, depois de uma série de 
dias livres, aumentava a quantidade de pacientes que chega-
vam com problemas cardiovasculares ao médico. A causa: o 
aumento do consumo de álcool durante as festas.
“Os casos ocorriam depois das farras de fim de semana ou 
das festividades”, apontaram os especialistas, acrescentando 
que os problemas normalmente apareciam entre domingo e 
terça-feira (quando o aumento do consumo de álcool ocorria 
no fim de semana) e durante os últimos dias do ano, nas festas 
natalinas.
Esse não foi o único trabalho sobre essa síndrome. Trinta 
e quatro anos depois, especialistas da Universidade de Coim-
bra (Portugal) fizeram uma revisão da pesquisa de Ettinger e 
concluíram que, efetivamente, o consumo de álcool, longe de 
trazer benefícios para nossa saúde, “desempenha um papel 
importante no aparecimento de arritmias [um distúrbio da 
frequência ou do ritmo cardíaco, que pode se manifestar com 
sintomas como agitação no peito, aceleração dos batimentos 
LÍ
N
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U
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9
do coração, dor, dificuldade para respirar, tontura, sudorese e 
desmaios]”.
O maior risco ocorre durante as festas de Natal e Ano Novo, 
conclui outro estudo, realizado por especialistas de diferen-
tes universidades suecas e publicado este mês no The British 
Medical Journal. Neste caso, os pesquisadores analisaram 16 
anos de registros de pacientes com problemas coronarianos e 
descobriram que o dia do ano em que há mais internações por 
problemas cardíacos relacionados ao álcool, como o infarto do 
miocárdio, é a véspera de Natal. Essas internações também 
aumentam nos dias 25 e 26 de dezembro e em 1º de janeiro, 
segundo a Fundação Espanhola do Coração (FEC).
Depois das festas de fim de ano, as férias de verão são o 
segundo momento em que mais pessoas têm esse risco, diz o 
estudo sueco. A FEC também aponta nessa direção: “A ingestão 
excessiva e abrupta de bebidas alcoólicas pode provocar uma 
aceleração do ritmo cardíaco”.
“O álcool atua como um tóxico no coração. Assim, o consu-
mo de grandes quantidades dessa substância e em um perío-
do curto de tempo (uma festa, por exemplo) libera adrenalina 
e noradrenalina, dois hormônios que provocam uma acelera-
ção do ritmo cardíaco”, explicou o cardiologista e membro da 
FEC Miguel Ángel García-Fernández.
El País (Disponível em: brasil.elpais.com/brasil/2018/12/19/cultura/
1545230912_988865.html)
A palavra “único” é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) saúde
b) também
c) síndrome
d) concluíram
5. (SELECON – 2019) TEXTO I
Onde o plástico é proibido no mundo
O planeta produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico 
nos últimos 65 anos, e apenas 9% foram recicladas. Preocupa-
ções com o meio ambiente e a poluição dos mares impulsio-
nam medidas em vários países, inclusive no Brasil.
À medida que o mundo lentamente desperta para a escala 
do problema da poluição plástica, um número crescente de 
países e cidades tem introduzido proibições de certospro-
dutos. As medidas não apenas podem ajudar a impedir que 
plásticos poluam os ecossistemas marinhos, mas também 
enfrentam o mito de que podemos nos livrar do problema 
por meio da reciclagem.
Além do fato de que apenas 9% das 8,3 bilhões de tonela-
das de plástico produzidas entre 1950 e 2015 foram recicladas, 
muitos dos produtos plásticos fabricados atualmente não são 
realmente recicláveis.
(Extraído de: https:ltwww.dw.com/pt-br/ )
Em “países”, a acentuação marca tonicidade em:
a) hiato
b) oxítona
c) dissílabo
d) proparoxítona
6. (SELECON – 2019) TEXTO I
Por que a dieta pode baixar a imunidade
Toda vez que começo uma dieta, mesmo com acompanha-
mento nutricional, percebo que minha imunidade fica mais 
baixa. Será que estou restringindo alimentos importantes, e 
isso estaria me deixando mais suscetível a doenças? Há como 
emagrecer sem passar por isso?
A queda na imunidade ocorre porque seu corpo não está 
recebendo os nutrientes de que precisa para funcionar em 
equilíbrio. A falta de zinco, por exemplo, enfraquece o siste-
ma imune. O ideal é não adotar mudanças severas no padrão 
alimentar, mas modificá-lo de forma consistente ao longo do 
tempo. As dietas bruscas agridem o corpo e raramente trazem 
resultados no futuro. Uma alimentação equilibrada – que inclui 
deslizes ocasionais – é o único caminho para ter saúde. Se alia-
da a uma atividade física regular, pode fortalecer o sistema 
imune.
Márcio Atalla (Disponível: http://revistaepoca.globo.com/Revista/
EpocalAdaptado).
A palavra “saúde” é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) juízes
b) saudável
c) límpido
d) farmacêutico
7. (SELECON – 2019) Texto I
Poluição do ar pode ser tão perigosa quanto fumar um 
maço de cigarro por dia
Pesquisadores dos Estados Unidos concluíram que a 
exposição à poluição do ar pode ser equivalente a fumar uma 
carteira de cigarros por dia e que ela ainda pode aumentar a 
chance de se ter enfisema pulmonar, uma doença perigosa e 
sem cura.
Os cientistas notaram uma maior incidência da enfermida-
de em pessoas que estão expostas por muito tempo a gases 
poluentes, em especial ao ozônio. O enfisema é uma doença 
respiratória grave, que diminui a elasticidade dos pulmões e 
leva à destruição dos alvéolos pulmonares, provocando sin-
tomas como respiração rápida, tosse ou dificuldade para 
respirar.
Segundo o estudo, conduzido por universidades america-
nas, em áreas com aumento de três partes por milhão (3 ppm) 
no nível de ozônio ao longo de dez anos, as pessoas têm maior 
chance de ter enfisema. Essa possibilidade é a mesma que tem 
alguém que fume uma carteira de cigarros por dia ao longo de 
29 anos.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estuda-
ram 7 mil pessoas e a poluição a que elas estiveram expostas 
do ano 2000 até 2018. Os participantes, que foram expostos 
a exames de tomografia computadorizada, viviam todos em 
grandes regiões metropolitanas como Chicago, Baltimore, Los 
Angeles, Minnesota e Nova York. Os resultados foram publica-
dos no periódico médico JAMA.
Os cientistas acreditam que a principal causa para a maior 
predisposição ao enfisema é o ozônio que fica concentrado na 
troposfera (camada mais baixa da atmosfera). O gás é produ-
zido especialmente quando a luz ultravioleta age com outros 
poluentes liberados por combustíveis fósseis.
“Conforme as temperaturas aumentam com o aquecimen-
to global, o nível de ozônio troposférico vai continuar a aumen-
tar”, contou R. Graham Barr, professor de epidemiologia na 
Universidade Columbia. “A não ser que passos sejam toma-
dos para reduzir os poluentes, ainda não é claro qual nível ou 
sequer se esses gases são seguros para a saúde humana.”
Disponível em: revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/
A palavra “fósseis” é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) gás
b) nível
c) rápida
d) médico
8. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão:
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o 
tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
10
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, 
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo que de tão perfeito 
nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha 
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagem 
[...]
Não precisa
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver. 
Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade.
In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.
Belíssimo é uma palavra proparoxítona e por isso mesmo 
recebe acento gráfico.
É também acentuada pelo mesmo motivo a seguinte palavra:
a) egoísmo
b) impossível
c) econômico
d) confiável
9. (SELECON – 2018)
Estudo de crânios serviu como base à falha ciência do 
racismo
Médico do século XIX conquistou intelectuais ao criar jus-
tificativa para uma suposta superioridade dos brancos RIO - A 
banana atirada no jogador Daniel Alves durante um jogo do 
Barcelona e as declarações racistas do dirigente de um clube 
de basquete americano provocaram repúdio mundial esta 
semana, mas as manifestações preconceituosas seriam vis-
tas com naturalidade pelo médico americano Samuel George 
Morton. Ele angariou fama em seu país e na Europa no sécu-
lo XIX disseminando a teoria de que a superioridade racial é 
corroborada pelo estudo dos crânios. Aqueles de estrutura 
mais complexa e avançada, um sinal inegável de inteligência 
e maior capacidade de raciocínio, seriam os de caucasianos. 
Seu argumento resistiu por 150 anos. Foi analisado por figu-
ras como Charles Darwin, convenceu abolicionistas e só foi 
definitivamente desmantelado na década de 1980, embora as 
manifestações racistas persistam.
– Ele fez amizades com as pessoas certas, aquelas que real-
mente importavam – conta o historiador James Poskett, que 
lidera as pesquisas de Cambridge. – Morton produziu apenas 
500 cópias de “Crania americana” e distribuiu para pessoas 
influentes como antropólogos famosos na Inglaterra e editores 
de revistas científicas americanas. Mesmo com a pequena tira-
gem, seu trabalho foi lido em países como França, Alemanha, 
Rússia e Índia.
Morton, então, ganhou as graças da elite intelectual do 
Velho Mundo. Sua obra foi assumidamente uma inspiração 
para autores de livros como “Crania Britannica” e “Crania Ger-
manica” e ainda para os trabalhos do italiano Cesare Lom-
broso, de 1876, que partia de características físicas do crânio 
para determinar criminosos. Até o evolucionista (e abolicionis-
ta) Charles Darwin, que leu o texto de Morton, considerou-o 
uma “autoridade” na discussão racial, embora não tenha usa-
do nada dos seus estudos nos trabalhos que fez. Muito pelo 
contrário.
O elogio ao racismo de Morton só desabou em 1981, 
quando o evolucionista Stephen Jay Gould, professor da Uni-
versidade de Harvard, publicou o livro “A falsa medida do 
homem”, demonstrando que não havia relação entre as raças 
e seus níveis de inteligência. Ainda assim, mesmo sem qual-
quer suporte acadêmico, não faltam convictos de que brancos 
e negros ocupam polos opostos. E, 175 anos depois de “Crania 
americana”, entre bananas e o basquete, surge mais uma polê-
mica que desafia a razão: a ideia, errada, de que somos todos 
macacos.
Renato Grandelle
(Adaptado de O GLOBO,03/05/2014) (https://oglobo.globo.com/
sociedade/historia/estudo-de-cranios- serviu-como-base-falha-ciencia-
-do-racismo-12370323)
A palavra “países” recebe acento gráfico pelo mesmo motivo de:
a) inegável
b) científicas
c) saúde
d) cópias
10. (SELECON – 2018)
Ficar grudado no smartphone é antissocial ou 
hipersocial?
Muitos estudiosos têm chamado atenção para as conse-
quências do uso excessivo dos smartphones. Mas pesquisa-
dores canadenses fizeram uma análise de diversos trabalhos 
publicados sobre o tema e concluíram que o fenômeno é sim-
plesmente um reflexo do desejo profundo de se conectar com 
outras pessoas. Em outras palavras, eles sugerem que esse 
tipo de comportamento não é antissocial, e sim hipersocial.
Em artigo publicado em uma revista científica, Samuel Veis-
sière e Moriah Stendel, da Universidade McGill, tentam mos-
trar que existe um lado positivo nessa mania das pessoas. Para 
eles, é preciso ter em mente que o que vicia não é o aparelho, 
e sim a conexão que ele proporciona.
Os autores observam que os humanos evoluíram como 
espécies exclusivamente sociais, que precisam do retorno 
constante dos outros para se guiar e saber o que é cultural-
mente apropriado. A interação social traz significado, objetivos 
e senso de identidade para as pessoas.
O problema é que essa sede por conexões, que é absolu-
tamente normal e até saudável, muitas vezes se transforma 
num comportamento insalubre – a hiperconectividade faz o 
sistema de recompensa no cérebro funcionar em ritmo exage-
rado e surge uma compulsão que pode trazer diversas conse-
quências à saúde e aos próprios relacionamentos.
Eles também reforçam que é preciso fazer um esforço 
para não cair na cilada de se comparar com os outros, já que 
a realidade apresentada nas mídias sociais é distorcida. Ter 
isso sempre em mente é uma forma de evitar as consequên-
cias negativas das tecnologias móveis. A outra dica é guardar o 
LÍ
N
G
U
A
 P
O
RT
U
G
U
ES
A
11
aparelho durante os encontros reais – já que eles são poucos, 
que sejam aproveita- dos ao máximo.
Jairo Bauer
(https://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/07/
ficar- grudado-no-smartphone-e-antissocial-ou-hipersocial/)
A palavra “evoluíram” recebe acento gráfico por conter o 
seguinte elemento:
a) hiato
b) oxítona
c) ditongo tônico
d) paroxítona
11. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.
Satélite utiliza rede para capturar lixo espacial
Desde 4 de outubro de 1957, quando a União Soviética 
lançou o primeiro satélite artificial para o espaço, milhares de 
objetos foram lançados para fora de nosso planeta. É tanta 
coisa colocada em órbita da Terra que as últimas estimativas 
indicam 7,5 mil toneladas de objetos fora de uso entulhando 
os arredores do planeta, colocando em risco novas missões 
espaciais.
Muitas são as ideias para limpar essa quantidade de lixo 
espacial, incluindo armas a laser. Uma iniciativa da Universi-
dade de Surrey, no Reino Unido, acaba de fazer, com sucesso, 
O primeiro teste para pôr em prática um satélite que funciona 
como lixeiro espacial.
A 300 quilômetros de altitude, o RemoveDebris (Remo-
vedor de detritos), como foi batizado, lançou uma rede para 
capturar um objeto do tamanho de uma caixa de sapatos que 
estava entre seis e oito metros a sua frente.
“Funcionou exatamente como esperávamos”, disse à BBC 
o professor Guglielmo Aglietti, diretor do Centro Espacial de 
Surrey. “O alvo estava girando como você esperaria que um 
lixo não cooperativo se comportasse, mas você pode ver cla-
ramente que a rede o captura, e estamos muito felizes com a 
maneira como o experimento foi feito.”
É verdade que o lixo em questão tinha acabado de ser lançado pelo 
próprio satélite, mas foi somente o primeiro de quatro testes a serem 
desempenhados pelo satélite. Ainda esse ano, a ideia é que coloquem 
em ação um sistema de câmeras para rastrear o lixo espacial. Em 
seguida, será a vez de um outro sistema de captura, que utiliza 
um arpão, ser testado.
Por fim, uma espécie de rede de arrasto, como as utilizadas 
por pescadores, será lançada para capturar tudo que encon-
trar em seu caminho pela alta atmosfera. Depois de cumprida 
a missão, o satélite, que custou US 17 milhões, entrará em rota 
de colisão com a Terra e vai se desintegrar junto com todo o 
lixo conforme mergulha na atmosfera.
(por Redação Galileu, em 19/09/2018)
Disponível em >https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/ noti-
cia/2018/09/satelite-utiliza-rede-para-capturar-lixo-espacial- 
veja- video.html> Acesso em 25/09/2018. Adaptado.
A série em que as palavras recebem acento gráfico seguindo as 
mesmas regras de acentuação de satélite, espécie e entrará, 
respectivamente, é:
a) variáveis, cafeína, também
b) conteúdo, próprio, cafuné
c) quilômetro, sérias, bisavô
d) soviéticos, viúvo, sairá
12. (SELECON – 2017) 
Microscópio impulsionou descobertas
Os microscópios ganharam a tecnologia básica de hoje a 
partir do começo do século 19. Mas, mesmo no século ante-
rior, já havia microscópios com formas semelhantes. No sécu-
lo 17, descobertas importantes foram feitas com esse tipo de 
aparelho. “Noventa por cento das descobertas em citologia, o 
estudo das células, foram feitas com microscópios rudimenta-
res”, diz o biólogo Nelio Bizzo, especialista em ensino de bio-
logia na Faculdade de Educação da USP (Universidade de São 
Paulo).
“O microscópio é uma ferramenta indispensável para quem 
estuda biologia”, afirma Bizzo. “Deveria haver uma lei federal 
proibindo escolas de comprar computadores se não tiverem 
um microscópio.” Para o professor da USP, “quem vê uma foto 
de vírus, de bactérias, e que nunca manipulou um microscópio, 
não tem condição de entender como a foto foi feita”. O micros-
cópio teve para a biologia o mesmo impacto que seu parente 
para ver mais longe, o telescópio, teve na astronomia. Graças 
ao telescópio foi possível enxergar novos planetas e novas luas 
girando em torno deles, e confirmar a hipótese de que a Terra 
não era o centro do universo, mas sim apenas mais um corpo 
celeste que girava em torno do Sol. Graças aos microscópios 
foi possível descobrir todo um novo mundo desconhecido da 
ciência: aquele dos seres vivos de dimensões muito pequenas, 
microscópicas, os chamados micróbios. Um dos mais notáveis 
pioneiros foi o holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-
1723), o primeiro pesquisador a observar micróbios como bac-
térias e protozoários.
Ele batizou esses seres de “animálculos”, pequenos ani-
mais que pôde observar na água ou no interior do próprio 
corpo humano. Nem todos podem hoje ser chamados de “ani-
mais”, mas com seus esforços Leeuwenhoek abriu toda uma 
área de pesquisa científica. Leeuwenhoek usava um microscó-
pio de um modelo bem simples, que se constituía basicamen-
te de duas placas de latão entre as quais havia apenas uma 
lente, com um parafuso ajustável para manter o espécime 
sendo observado. Apesar da simplicidade do microscópio, ele 
conseguiu enxergar as bactérias, pela primeira vez em 1676, 
com um instrumento que tinha uma ampliação de no máximo 
280 vezes.
Tanto telescópios como microscópios surgiram no momen-
to em que se criaram as bases da ciência moderna, a chama-
da Revolução Científica. Eles foram tanto causa como efeito 
dessa revolução.
(Adaptado de: http:!lwww1.foIha.uoI.com.br/fsg/brasiI/fc15119821.
htm)
A palavra “indispensável” recebe acento gráfico pelo mesmo 
motivo de:
a) vírus
b) básica
c) hipótese
d) constituía
 Æ FORMAÇÃO E ESTRUTURA DAS PALAVRAS
13. (SELECON – 2017)
Densidade
No meio do caminho tinha uma pedra porosa. Dava para 
ver seus grãos. Chegando mais perto, raios finíssimos de sol 
atravessavam a pedra. Mais perto ainda, um turbilhão, um 
pequeno redemoinho (uma galáxia minúscula) se movia lá 
dentro, no Ieve corpo da pedra.
A pedra, no meio do caminho, era permeável: se chovesse, 
ficava encharcada. O vento do meio-dia a deixava com sono e 
sede. A neblina que às vezes baixava no fim da tarde invadiaa pedra, no seu corpo as nuvens trafegavam sem pressa. Os 
sons passavam por ela e iam se extinguir em algum lugar des-
conhecido. Na pequena galáxia dentro da pedra havia peque-
nos planetas orbitando em torno de sóis de diamante.
(LISBOA, A. Caligrafias. Rio de Janeiro: Rocco, 2004)
Leia a frase abaixo para responder à pergunta.
“Chegando mais perto, raios finíssimos de sol atravessa 
vam a pedra” A terminação —íssimos, em “finíssimos”, acres-
centa à base do adjetivo uma informação com o valor de:
12
a) neutralidade
b) contradição
c) comparação
d) intensidade
 Æ CONJUGAÇÃO, RECONHECIMENTO E EMPREGO 
DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS
14. (SELECON – 2020)
Publicidade de alimentos e obesidade infantil: uma 
reflexão necessária
A epidemia de obesidade e doenças crônicas é um pro-
blema que atinge, de maneira crescente, o mundo inteiro. E 
tornou-se consenso entre as principais organizações e pesqui-
sadores em saúde pública que a regulação da publicidade de 
alimentos é uma das estratégias necessárias para combatê-la. 
As campanhas de marketing não apenas influenciam as esco-
lhas alimentares na infância, mas também buscam fidelizar 
consumidores desde a mais tenra idade. O objeto preferencial 
são os alimentos ultraprocessados, feitos a partir de ingredien-
tes industriais, com pouco ou nenhum produto fresco, e, geral-
mente, com alta quantidade de açúcar, gordura e/ou sódio.
Em 2010, a Organização Mundial da Saúde recomendou a 
redução da exposição das crianças à propaganda de alimentos, 
sobretudo aqueles com alta quantidade de açúcar, sal e gor-
dura. Em 2012, a Organização Pan-Americana da Saúde apro-
fundouse no tema e também apresentou recomendações de 
ações concretas por parte dos governos para reduzir a exposi-
ção das crianças à publicidade de alimentos. Para especialistas, 
a autorregulamentação do setor não tem funcionado.
A mais recente publicação sobre obesidade do periódi-
co Lancet, divulgada em fevereiro deste ano, indica que, até 
o momento, as iniciativas de regulação da propaganda não 
foram suficientes. Desde os avanços conquistados na proteção 
da amamentação, com a eliminação de anúncios que apresen-
tam substitutos do leite materno, poucas ações efetivas foram 
implementadas para frear o massivo marketing da indústria de 
alimentos para crianças em todo o mundo.
No Brasil, apesar da proibição da publicidade abusiva (dire-
cionada à criança) prevista no Código de Defesa do Consumi-
dor (CDC) desde 1990, a falta de regulamentação específica 
para alimentos prejudica a efetivação da lei. Em 2010, a movi-
mentação internacional em torno do tema motivou a elabo-
ração da primeira regulação sobre publicidade de alimentos 
em geral, por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária). A regulação, no entanto, foi suspensa logo após sua 
publicação, devido à pressão de diversas associações da indús-
tria de alimentos. A Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) contribuiu 
muito para a proteção ao aleitamento materno, porém aguar-
da regulamentação, desde 2006, o que compromete a fiscaliza-
ção e o cumprimento da lei.
Alguns avanços também precisam ser reconhecidos, como 
a Resolução 163/2014 do Conselho Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente (Conanda), que regulamentou a pro-
paganda abusiva, descrevendo todos os casos em que o Código 
do Consumidor deve ser aplicado. Porém, os órgãos de fisca-
lização ainda não possuem força suficiente para colocá-la em 
prática, também por conta da grande pressão das associações 
da indústria e de publicidade. Assim como na suspensão da 
resolução da Anvisa, esses segmentos fazem pressão contra 
a resolução do Conanda, alegando que esses órgãos não têm 
competência legal para regular a publicidade ou que as regras 
ferem a liberdade de expressão das empresas. Argumentos 
que já foram refutados por renomados juristas e contestados 
pelas evidências científicas na área da saúde pública.
O novo Guia Alimentar para a População Brasileira, publi-
cado pelo Ministério da Saúde em 2014, reconhece a influência 
e coloca a publicidade de alimentos como um dos obstáculos 
para a alimentação saudável. O guia destaca que a regulação é 
necessária, pois a publicidade estimula o consumo de alimen-
tos ultraprocessados, induzindo a população a considerá-los 
mais saudáveis, com qualidade superior aos demais, e fre-
quentemente associá-los à imagem de bem-estar, felicidade e 
sucesso.
Independentemente do tipo de alimento, a propagan-
da direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade 
de indivíduos em fase de desenvolvimento para incentivar o 
consumo. Por isso, não deve ser permitida. Ainda temos 
um longo caminho pela frente para alcançar a garantia dos 
direitos à alimentação adequada e saudável e os direitos dos 
consumidores.
Ana Paula Bortoletto (https://epoca.globo.com/vida/noti-
cia/2015/03/publicidade-dealimentos-e-obesidade-infantil-buma-refle-
xao-necessariab.html) Adaptado.
“Por isso, não deve ser permitida” (7º parágrafo). O verbo subli-
nhado tem a função de:
 a) interrogar ação
 b) paralisar ação presente
 c) indicar ação futura
 d) formular dúvida
15. (SELECON – 2020)
A mobilidade da criança
O que significa a mobilidade para os pequenos habitantes 
das cidades brasileiras? Para parte deles, o ir e vir está sempre 
relacionado ao carro. Das janelas dos automóveis, eles enxer-
gam reflexos da cidade, mas não participam dela.
Para a maior parcela, que se locomove a pé e de transpor-
te coletivo, há insegurança, medo e a certeza de que o pedes-
tre é considerado um intruso, um invasor do espaço. Além de 
aprender que precisa atravessar a rua correndo porque o tem-
po do semáforo é insuficiente e o pedestre não é respeitado, a 
criança brasileira se acostuma a caminhar em calçadas muito 
estreitas e até em ruas sem a presença delas. As décadas de 
planejamento urbano focado no carro tornaram as ruas um 
território de guerra – o fato de que o Brasil é o quarto país 
do mundo em mortes no trânsito fala por si só. Pesquisadores 
internacionais há tempos discutem os efeitos da “imobilidade” 
e da violência no trânsito no desenvolvimento físico, cogniti-
vo, motor e social das crianças. Exercer a independência numa 
cidade segura é fundamental para o crescimento saudável. 
Nos países em que as crianças andam de bicicleta e a pé com 
segurança, como na Holanda e na Dinamarca, por exemplo, 
os acidentes são praticamente inexistentes e a infância é um 
período de feliz interação na sociedade.
Sobrepeso e falta de luz solar Segundo a urbanista e arqui-
teta espanhola Irene Quintáns, os urbanistas usam a presen-
ça de crianças no espaço público como indicador de sucesso 
urbano. “A ausência delas nas ruas aponta as falhas das nossas 
cidades”, ela diz.
Moradora da capital paulista há sete anos e mãe de dois 
filhos, Irene acredita que privar os pequenos de caminhar não 
é positivo. “Uma criança que fica circunscrita à locomoção no 
carro tende a ficar insegura para se movimentar. Ela também 
tem mais dificuldade em perceber o outro. Isso se chama 
empatia e é muito importante para a vida em sociedade. Há 
ainda a questão do sedentarismo, do sobrepeso e da falta de 
luz solar. Crianças que caminham para a escola têm mais con-
centração para desenvolver atividades complexas”.
Mesmo com todas as dificuldades já citadas, é importan-
te usar o transporte público, caminhar e participar da vida na 
cidade. Na próxima vez que levar seus filhos à escola, reflita: 
por que ir de carro? Que tal descobrir a cidade ao lado deles, 
trocando ideias sobre o que vocês veem? Assim, eles apren-
dem a ser cidadãos e a viver o coletivo, enquanto exigimos que 
o poder público priorize a proteção das nossas crianças.
(https://www.metrojornal.com.br/colunistas/2018/10/11/ mobilida-
de-da-crianca.html)
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No último parágrafo, a forma verbal “priorize” indica ação com 
valor de:a) certeza
b) hesitação
c) possibilidade
d) inviabilidade
16. (SELECON – 2020)
Texto II
No terceiro quadrinho, o modo verbal empregado indica ação 
com valor de:
a) promessa
b) certeza
c) suposição
d) possibilidade
17. (SELECON – 2019) Leia o texto para responder às questões
Liberdade
Cecília Meireles
Deve existir nos homens um sentimento profundo que cor-
responde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm 
escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas 
e monumentos, por ela se têm até morrido com alegria e 
felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada 
acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há 
liberdade não há pátria, que a morte é preferível à falta de 
liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria con-
dição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que 
a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisa-
vós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!” ; nossos 
avós cantaram: “Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil”; 
nossos pais pediam: “Liberdade! \abre as asas sobre nós”, e 
nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios 
fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria...” em certo instante.
Somos, pois criaturas nutridas de liberdade há muito tem-
po , com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certa-
mente morrer por ela.
Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escra-
vo; é agir segundo nossa cabeça e o nosso coração, mesmo 
tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um 
caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a con-
dição de autômato e de teleguiado, é proclamar o triunfo lumi-
noso do espírito. (Suponho que seja isso.)
Ser livre ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimen-
sões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É 
não viver |obrigatoriamente entre quatro paredes. Por isso, os 
meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocente-
mente vai até onde o sonho das crianças deseja ir (Ás vezes, é 
certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de 
outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se 
pudessem chegar tão simplesmente, com um fio de linha e 
um pouco de vento!....
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papa-
gaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a 
vida.
E os loucos que sonharam a sair de seus pavilhões, usando 
a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram 
queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!...
São essas coisas tristes que contornam sombriamente 
aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la, 
estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos prefe-
rem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas 
correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papa-
gaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os 
loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios 
fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem 
humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...
Texto extraído do livro “Escolha o seu sonho”, Editora Record Rio 
de Janeiro, 2002, p 07, Adaptado.
Em “pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm 
levantado estátuas e monumentos” a combinação do verbo 
auxiliar ter com o particípio do verbo principal, nos dois exem-
plos destacados, constitui um novo tempo chamado compos-
to. Esta combinação denota que, no momento em que o autor 
escreve, essas ações verbais:
a) estão concluídas
b) não terminaram
c) não se realizaram
d) estão no início
18. (SELECON – 2019)
TEXTO II
O drama do degelo da Groenlândia em uma só foto
Uma imagem mostra as consequências da mudança climá-
tica na região, que registrou até 17 graus Celsius na semana 
passada, quando a temperatura máxima nesta época é de 3,2 
graus.
Os cientistas concordam que, embora a imagem seja sur-
preendente, não é inesperada. Ainda assim, a foto, tirada em 
13 de junho por Steffen M. Olsen, deu a volta ao mundo. Nela 
aparecem vários cães puxando um trenó no fiorde de Ingle-
field Bredning, no noroeste da Groenlândia, e se vê como os 
animais estão caminhando sobre o gelo derretido. Embora o 
verão já esteja muito próximo, nesta região da Terra as tempe-
raturas máximas em junho costumam ser de 3,2 graus Celsius, 
segundo o pesquisador espanhol Andrés Barbosa, diretor de 
campanhas no Àrtico. Na semana passada, a estação meteoro-
lógica mais próxima do aeroporto de Qaanaaq, no noroeste da 
Groenlândia, registrou uma máxima de 17,3°C na quarta-feira, 
12 de junho, e 15°C no dia seguinte.
O cientista que fez a foto contou que os caçadores e pes-
cadores locais se surpreenderam ao encontrar tanta água em 
cima do gelo, especialmente no princípio da temporada. Embo-
ra não seja um fato isolado, nunca tinham visto tanto gelo der-
retido antes de julho. Os sinais da mudança climática são cada 
vez mais evidentes. As temperaturas superiores à média em 
quase todo o oceano Ártico e Groenlândia durante o mês de 
maio fizeram o gelo derreter antes do habitual, resultando no 
menor bloco de gelo registrado em 40 anos, segundo os dados 
do Centro Nacional de Neve e Gelo dos EUA.
As temperaturas registradas na semana passada na Groen-
lândia e em grande parte do Ártico foram impulsionadas por 
um ar mais quente que subia do sul. “Este fato ocorre de vez 
em quando, mas há evidências de que está se tornando mais 
comum, embora seja uma área de pesquisa que evolui com 
muita rapidez. Além disso, à medida que a atmosfera se tornar 
mais calorosa haverá um maior derretimento”, afirma Ruth H. 
Mottram, cientista do Instituto Meteorológico Dinamarquês e 
colega de Steffen M. Olsen, o pesquisador que tirou a foto.
O autor da popular imagem revelou no Twitter que se 
tratava de um “dia incomum” e que a imagem “para muitos 
MAGRINHA, 
COMO ASSIM?
EU PESARIA MENOS 
DE UMA GRAMA
POR WILLIAN RAPHAEL 
SILVA E DARIO MARTINS
EU SERIA UMA GRAMA 
MAGRINHA.SE VOCÊ FOSSE UM VEGETAL, 
O QUE VOCÊ SERIA?
14
é mais simbólica que científica”. Os pesquisadores concordam 
que o alarmante não é o aumento pontual das temperaturas, 
e sim a tendência de alta que observam há anos. “Por causa 
desse aumento 63% das geleiras da Groenlândia estão em 
retrocesso, e já houve uma perda de 30% do gelo marinho”, 
diz Barbosa.
Além disso, Mottram explica que, embora o degelo mari-
nho não contribua imediatamente para o aumento do nível do 
mar, em longo prazo isso ocorre. Seus modelos de simulações 
climáticas preveem que o gelo marinho se derreta, com conse-
quências para as populações locais e os ecossistemas do Árti-
co. “Também é provável que no futuro haja uma quantidade 
cada vez maior de água que contribua para a elevação do nível 
do mar a partir da Groenlândia”, conclui.
Belén Juaréz (Adaptado de: https:l/brasil.elpais.com/brasil[)
No último parágrafo, o modo verbal em “contribua” assume o 
valor de:
a) possibilidade
b) imaginação
c) incerteza
d) desejo
19. (SELECON – 2019)
Vacinas, para que as quero?
Em um momento em que os menos avisados suspeitam 
das vacinas, as autoridades em saúde pública e imunologia 
apresentam dados mostrando que, na realidade, as vacinas 
precisam, sim, ser inoculadas com mais frequência. Esse é o 
teor do artigo ‘Quanto tempo duram as vacinas?’, assinado por 
Jon Cohen e publicado na prestigiosa revista Science em abril 
de 2019 Nele, Cohen indaga, entre outros assuntos, por que 
o efeito protetor das vacinas contra a gripe dura tão pouco 
(em média, depois de 90 dias, a proteção começa a cair) e em 
outras, como as da varíola e da febre amarela, a ação é bem 
mais prolongada.
Alguns especialistas argumentam que certos vírus sofrem 
altas taxas de mutação e geram novos clones, que, por serem 
ligeiramente diferentes dos originais, não seriam reconhecidos 
pelas células do sistema imune. Mas, a coisa não é tão simples 
assim.
Ao estudar a caxumba (que ainda afeta os humanos),por 
exemplo, os epidemiologistas descobriram que a recorrência 
da doença acontece com mais frequência em uma determina-
da faixa etária (entre 18 e 29 anos de idade). Se a reinfecção 
dependesse apenas de mutações, todas as idades deveriam 
ser igualmente afetadas. Assim, o enigma perdura.
No entanto, o consenso entre os imunologistas especializa-
dos em vacinas é que, de fato, precisamos de mais exposição 
aos agentes infecciosos ou às próprias vacinas. Em outras pala-
vras, no caso da gripe, teríamos que tomar doses seguidas da 
vacina a fim de aumentar seu efeito protetor. Em razão desses 
achados, os pesquisadores chegaram até a criticar a decisão 
da Organização Mundial da Saúde (OMS) de recomendar que 
a vacina contra a febre amarela devesse ser inoculada apenas 
uma vez, isto é, seria uma vacina vitalícia.
A necessidade da exposição constante aos agentes infec-
ciosos vai de encontro à hipótese do biólogo norte-americano 
Jared Diamond que, em seu livro Armas, germes e aço, defende 
a ideia de que, ao longo da história, o sucesso dos conquista-
dores se deveu, em parte, ao fato de eles serem originalmente 
cosmopolitas e, dessa maneira, terem adquirido resistência 
imunológica aos agentes infecciosos da época. Mesmo resis-
tentes, seriam portadores desses agentes, o que manteria a 
memória imunológica. Já os conquistados, grupo formado 
por populações menores, sucumbiriam ao confronto por não 
serem capazes de se defender tanto dos invasores humanos 
quanto daqueles microscópicos.
Embora o avanço nessa área seja promissor, o mecanis-
mo que torna uma vacina mais duradoura ou não ainda segue 
sem resposta. Como afirma Cohen em seu artigo,”essa é uma 
pergunta de um milhão de dólares!” (aproximadamente, o 
valor do prêmio Nobel).
A despeito disso, ninguém deveria duvidar do poder das 
vacinas Muito pelo contrário A tendência atual no tratamento 
de doenças crônicas, como o câncer e a artrite reumatoide, é 
a imunoterapia. Um dia, quem sabe, teremos vacinas contra 
todos esses males.
Franklin Rumjanek
(Disponível em: http://cienciahoie.orq.br/artiqo/
vacinaspara- que-as-guero/)
No terceiro parágrafo, o emprego do modo verbal em “depen-
desse” expressa a seguinte ideia:
a) evento com prolongamento constante
b) ação com duração no passado
c) hipótese pouco provável
d) probabilidade com ocorrência certa
20. (SELECON – 2019) 
De onde menos se espera
O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores. 
Estamos acostumados a acompanhar relatos diversos que 
descrevem protocolos rígidos, geralmente envolvendo treina-
mento árduo, alimentação controlada, descanso e, em alguns 
casos, a dopagem – prática proibida que consiste na injeção 
de compostos, como a testosterona (hormônio anabolizante), 
para aumentar a massa muscular dos atletas. Jamais imagina-
ríamos que um dos segredos do sucesso poderia ter origem 
no intestino dos atletas, mais especificamente, num gênero de 
bactérias com o curioso nome de Veillonela atypica.
Pesquisadores norte-americanos descobriram que, duran-
te – e logo após – o exercício vigoroso, ocorre o crescimento 
agudo de populações de bactérias V. atypica nos intestinos de 
alguns maratonistas. A pergunta seguinte foi: qual a relação 
desses microrganismos com o desempenho dos atletas de eli-
te? Essa pergunta foi respondida recentemente e se encontra 
no artigo do biólogo molecular Jonathan Scheiman e colabora-
dores, publicado na revista Nature Medicine em junho último.
Para explicar esse fenômeno, é preciso antes descrever 
rapidamente um pouco o que acontece no metabolismo. Um 
exercício como a maratona implica a contração muscular 
repetitiva durante um período relativamente longo. Para que 
a contração ocorra, o músculo usa a glicose como combustível.
Acontece que a glicólise também produz o lactato ou ácido 
láctico. Quem já fez exercícios repetitivos sabe que, ao final de 
certo tempo, o músculo sofre fadiga, o que produz uma sen-
sação bem conhecida de queimação ou dor e, nesse momento, 
a pessoa deve parar o exercício. Quando isso acontece, o des-
conforto cessa e, após algum tempo, os músculos estão pron-
tos para continuar a contrair.
Para que haja recuperação da contração muscular, é 
importante que o lactato acumulado no músculo tenha sua 
concentração diminuída. Mas, qual a relação do lactato com 
a V. atypica? Bem, os cientistas descobriram que essas bacté-
rias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente. 
Assim, as bactérias contribuem para reduzir mais rapidamente 
a concentração do lactato nos músculos e, dessa forma, apres-
sar a recuperação muscular. Isso é, decididamente, uma van-
tagem para os atletas que têm a V. atypica em seu intestino.
Os pesquisadores realizaram experimentos com camun-
dongos para demonstrar esse efeito. Transplantaram as bacté-
rias para os roedores e os testaram em uma esteira adaptada 
para eles. Os animais que receberam as bactérias corriam 
durante bem mais tempo que aqueles controles, que não as 
receberam.
Descobriu-se também que a V. Atypica, além de consu-
mir o lactato, produz propionato – composto que é produto 
do metabolismo do lactato. Já se mostrou em camundongos 
que o propionato aumenta os batimentos cardíacos e, tam-
bém, o consumo máximo de oxigênio (que é importante para 
gerar energia na fase aeróbica do exercício). Assim, estar 
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contaminado com V. atypica é tudo de bom – se você for um 
atleta, é claro.
Franklin Rumjanek Adaptado de: http://cienciahoje.org.br/
No 1º parágrafo, o emprego do tempo verbal em “imaginaría-
mos” apresenta significado equivalente a:
a) temos imaginado
b) quisemos imaginar
c) poderemos imaginar
d) teríamos imaginado
21. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir para responder às 
questões:
Para você estar passando adiante
Este artigo foi feito especialmente para que você possa 
estar recortando e possa estar deixando discretamente sobre 
a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar 
espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o 
futuro do gerúndio. Você pode também estar passando por fax, 
estar mandando pelo correio ou estar enviando pela Internet. 
O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá 
estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar 
lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta 
da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve 
estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando.
Sinta-se livre para estar fazendo tantas cópias quantas 
você vá estar achando necessárias, de modo a estar atingindo 
o maior número de pessoas infectadas por essa epidemia de 
transmissão oral.
Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o 
objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja cain-
do a ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito 
sem estar percebendo.
Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando 
a nossos interlocutores que, sim!, pode estar existindo uma 
maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando 
desse jeito. Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar 
sendo obrigados a estar emigrando para algum lugar onde 
não vão estar nos obrigando a estar ouvindo frases assim o 
dia inteirinho.
Ricardo Freire
In “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras”. Ed. Objetiva, RJ, 2009.
Para o autor, o uso indevido do que ele denomina “futuro do 
gerúndio” propagou-se na comunicação moderna a ponto de se 
tornar uma:
a) maneira de estar aprendendo
b) garantia de enviar mensagens
c) epidemia de transmissão oral
d) construção de linguagem erudita
22. (SELECON – 2018) As expressões “estou dirigindo” e “estamos 
andando” apresentam os verbos principais da ação no gerúndio 
e demonstram que esta ação acontece, no momento da fala, de 
forma:
a) hipotética
b) contínua
c) duvidosa
d) imperativa
23. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda às 
questões:
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da suapaz, 
Ano Novo sem comparação com todo o 
tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, 
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo que de tão perfeito 
nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha 
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagem 
[...]
Não precisa
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver. 
Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade.
In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.
Em “mas novo nas sementinhas do vir-a-ser”, o poeta faz refe-
rência ao tempo:
a) presente
b) passado
c) futuro
d) imperfeito
24. (SELECON – 2018) 
“eu sei que não é fácil”
Passando os verbos da frase acima para o futuro do presente do 
modo Indicativo, estará correta a seguinte alternativa:
a) eu sabia que não seria fácil
b) eu soube que não será fácil
c) eu saberei que não será fácil
d) eu saberia que não seria fácil
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25. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.
Satélite utiliza rede para capturar lixo espacial
Desde 4 de outubro de 1957, quando a União Soviética 
lançou o primeiro satélite artificial para o espaço, milhares de 
objetos foram lançados para fora de nosso planeta. É tanta 
coisa colocada em órbita da Terra que as últimas estimativas 
indicam 7,5 mil toneladas de objetos fora de uso entulhando 
os arredores do planeta, colocando em risco novas missões 
espaciais.
Muitas são as ideias para limpar essa quantidade de lixo 
espacial, incluindo armas a laser. Uma iniciativa da Universi-
dade de Surrey, no Reino Unido, acaba de fazer, com sucesso, 
O primeiro teste para pôr em prática um satélite que funciona 
como lixeiro espacial.
A 300 quilômetros de altitude, o RemoveDebris (Remo-
vedor de detritos), como foi batizado, lançou uma rede para 
capturar um objeto do tamanho de uma caixa de sapatos que 
estava entre seis e oito metros a sua frente.
“Funcionou exatamente como esperávamos”, disse à BBC 
o professor Guglielmo Aglietti, diretor do Centro Espacial de 
Surrey. “O alvo estava girando como você esperaria que um 
lixo não cooperativo se comportasse, mas você pode ver cla-
ramente que a rede o captura, e estamos muito felizes com a 
maneira como o experimento foi feito.”
É verdade que o lixo em questão tinha acabado de ser 
lançado pelo próprio satélite, mas foi somente o primeiro de 
quatro testes a serem desempenhados pelo satélite. Ainda 
esse ano, a ideia é que coloquem em ação um sistema de 
câmeras para rastrear o lixo espacial. Em seguida, será a vez 
de um outro sistema de captura, que utiliza um arpão, ser 
testado.
Por fim, uma espécie de rede de arrasto, como as utilizadas 
por pescadores, será lançada para capturar tudo que encon-
trar em seu caminho pela alta atmosfera. Depois de cumprida 
a missão, o satélite, que custou US 17 milhões, entrará em rota 
de colisão com a Terra e vai se desintegrar junto com todo o 
lixo conforme mergulha na atmosfera.
(por Redação Galileu, em 19/09/2018)
Disponível em >https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/
Espaco/ noticia/2018/09/satelite-utiliza-rede-para-captu-
rar-lixo-espacial- veja- video.html> Acesso em 25/09/2018. 
Adaptado.
“Ainda esse ano, a ideia é que coloquem em ação um sistema de 
câmeras para rastrear o lixo espacial.”
Admitindo-se o verbo ser, em destaque, no Futuro do Pretérito 
do Modo Indicativo, a frase acima está corretamente formula-
da, com as devidas alterações, em:
a) Ainda esse ano, a ideia foi que colocariam em ação um sis-
tema de câmeras para rastrear o lixo espacial.
b) Ainda esse ano, a ideia será que colocarão em ação um sis-
tema de câmeras para rastrear o lixo espacial.
c) Ainda esse ano, a ideia seria que colocassem em ação um 
sistema de câmeras para rastrear o lixo espacial.
d) Ainda esse ano, a ideia era que colocaram em ação um sis-
tema de câmeras para rastrear o lixo espacial.
 Æ PRONOMES PESSOAIS
26. (SELECON – 2019)
Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim
Rubem Braga
Conhece o vocábulo escardinchar? Qual o feminino de 
cupim? Qual o antônimo de póstumo? Como se chama o natu-
ral do Cairo?
O leitor que responder “não sei” a todas estas perguntas 
não passará provavelmente em nenhuma prova de Português 
de nenhum concurso oficial. Aliás, se isso pode servir de algum 
consolo à sua ignorância, receberá um abraço de felicitações 
deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmão.
Porque a verdade é que eu também não sei. Você dirá, 
meu caro professor de Português, que eu não deveria confes-
sar isso; que é uma vergonha para mim, que vivo de escrever, 
não conhecer o meu instrumento de trabalho, que é a língua. 
Concordo. Confesso que escrevo de palpite, como outras pes-
soas tocam piano de ouvido. De vez em quando um leitor culto 
se irrita comigo e me manda um recorte de crônica anotado, 
apontando erros de Português. Um deles chegou a me pas-
sar um telegrama, felicitando-me porque não encontrara, na 
minha crônica daquele dia, um só erro de Português; acrescen-
tava que eu produzira uma “página de bom vernáculo, exem-
plar”. Tive vontade de responder: “Mera coincidência” - mas 
não o fiz para não entristecer o homem.
Espero que uma velhice tranquila – no hospital ou na 
cadeia, com seus longos ócios - me permita um dia estudar 
com toda calma a nossa língua, e me penitenciar dos abusos 
que tenho praticado contra a sua pulcritude. (Sabem qual o 
superlativo de pulcro? Isto eu sei por acaso: pulquérrimo! Mas 
não é desanimador saber uma coisa dessas? Que me acontece-
ria se eu dissesse a uma bela dama: a senhora é pulquérrima? 
Eu poderia me queixar se o seu marido me descesse a mão?).
Alguém já me escreveu também – que eu sou um escoteiro 
ao contrário. “Cada dia você parece que tem de praticar a sua 
má ação – contra a língua”. Mas acho que isso é exagero.
Como também é exagero saber o que quer dizer escardin-
char. Já estou mais perto dos cinquenta que dos quarenta; vivo 
de meu trabalho quase sempre honrado, gozo de boa saúde 
e estou até gordo demais, pensando em meter um regime no 
organismo – e nunca soube o que fosse escardinchar. Espero 
que nunca, na minha vida, tenha escardinchado ninguém; se o 
fiz, mereço desculpas, pois nunca tive essa intenção.
Vários problemas e algumas mulheres já me tiraram o 
sono, mas não o feminino de cupim. Morrerei sem saber isso. 
E o pior é que não quero saber; nego-me terminantemente 
a saber, e, se o senhor é um desses cavalheiros que sabem 
qual é o feminino de cupim, tenha a bondade de não me 
cumprimentar.
Por que exigir essas coisas dos candidatos aos nossos car-
gos públicos? Por que fazer do estudo da língua portuguesa 
uma série de alçapões e adivinhas, como essas histórias que 
uma pessoa conta para “pegar” as outras? O habitante do Cairo 
pode ser cairense, cairei, caireta, cairota ou cairiri - e a única 
utilidade de saber qual a palavra certa será para decifrar um 
problema de palavras cruzadas. Vocês não acham que nossos 
funcionários públicos já gastam uma parte excessiva do expe-
diente matando palavras cruzadas da “Última Hora” ou lendo o 
horóscopo e as histórias em quadrinhos de “O Globo?”.
No fundo, o que esse tipo de gramático deseja é tornar a 
língua portuguesa odiosa; não alguma coisa através da qual as 
pessoas se entendam, mas um instrumentode suplício e de 
opressão que ele, gramático, aplica sobre nós, os ignaros.
Mas a mim é que não me escardincham assim, sem mais 
nem menos: não sou fêmea de cupim nem antônimo do póstu-
mo nenhum; e sou cachoeirense, de Cachoeiro, honradamente 
- de Cachoeiro de Itapemirim!
Texto extraído do livro “Ai de Ti, Copacabana”, Editora do Autor - 
Rio de Janeiro, 1960, pág. 197.
Em “Mas a mim é que não me escardincham assim” (último 
parágrafo), o uso dos pronomes mim e me evidenciam a 1ª pes-
soa do singular.
Passando-se a frase acima para a 1ª pessoa do plural, a forma 
correta é:
a) Mas a eles é que não os escardincham assim
b) Mas a nós é que não nos escardincham assim
c) Mas a nós é que não se escardincham assim
d) Mas a eles é que não se escardincham assim
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 Æ PRONOMES RELATIVOS
27. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.
Ética
Adolfo Sanchez Vásquez
Nas relações cotidianas dos indivíduos entre si, surgem 
continuamente problemas como estes: devo cumprir a pro-
messa x que fiz ontem ao meu amigo y, embora hoje perceba 
que o cumprimento me causará certos prejuízos? Devo dizer 
sempre a verdade ou há ocasiões em que devo mentir? Quem, 
numa guerra de invasão, sabe que o seu amigo z está cola-
borando com o inimigo, deve calar, por causa da amizade, ou 
deve denunciá-lo como traidor? Podemos considerar bom o 
homem que se mostra caridoso com o mendigo que bate à 
sua porta e, durante o dia — como patrão —, explora impie-
dosamente os operários e os empregados da sua empresa? Se 
um indivíduo procura fazer o bem e as consequências de suas 
ações são prejudiciais àqueles que pretendia favorecer, por-
que lhes causa mais prejuízo do que benefício, devemos julgar 
que age corretamente de um ponto de vista moral, quaisquer 
que tenham sido os efeitos de sua ação? (...)
Em situações como essas que acabamos de enumerar, os 
indivíduos se defrontam com a necessidade de pautar o seu 
comportamento por normas que se julgam mais apropriadas 
ou mais dignas de ser cumpridas. Estas normas são aceitas 
intimamente e reconhecidas como obrigatórias: de acordo 
com elas, os indivíduos compreendem que têm o dever de 
agir desta ou daquela maneira. Nestes casos, dizemos que o 
homem age moralmente e que neste seu comportamento se 
evidenciam vários traços característicos que o diferenciam de 
outras formas de conduta humana. Sobre este comportamento, 
que é o resultado de uma decisão refletida e, por isto, não 
puramente espontânea ou natural, os outros julgam, de acordo 
também com normas estabelecidas, e formulam juízos como 
os seguintes: “X agiu bem mentindo naquelas circunstâncias”; 
“Z devia denunciar o seu amigo traidor” etc.
Dessa maneira temos, pois, de um lado, atos e formas de 
comportamento dos homens em face de determinados pro-
blemas, que chamamos morais, e, do outro lado, juízos que 
aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos atos. Mas, 
por sua vez, tanto os atos quanto os juízos morais pressupõem 
certas normas que apontam o que se deve fazer. Assim, por 
exemplo, o juízo: “Z devia denunciar o seu amigo traidor”, 
pressupõe a norma “os interesses da pátria devem ser postos 
acima dos da amizade”. Por conseguinte, na vida real, defron-
tamo-nos com problemas práticos do tipo dos enumerados, 
dos quais ninguém pode eximir-se. E, para resolvê-los, os 
indivíduos recorrem a normas, cumprem determinados atos, 
formulam juízos e, às vezes, se servem de determinados argu-
mentos ou razões para justificar a decisão adotada ou os pas-
sos dados.
Tudo isso faz parte de um tipo de comportamento efeti-
vo, tanto dos indivíduos quanto dos grupos sociais e tanto de 
ontem quanto de hoje.(...)
A este comportamento prático-moral, que já se encontra 
nas formas mais primitivas da comunidade, sucede posterior-
mente — muitos milênios depois — a reflexão sobre ele. Os 
homens não só agem moralmente (isto é, enfrentam determi-
nados problemas nas suas relações mútuas, tomam decisões 
e realizam certos atos para resolvê-los e, ao mesmo tempo, jul-
gam ou avaliam de uma ou de outra maneira estas decisões e 
estes atos), mas também refletem sobre esse comportamento 
prático e o tomam como objeto da sua reflexão e do seu pen-
samento. Dá-se assim a passagem do plano da prática moral 
para o da teoria moral; ou, em outras palavras, da moral efeti-
va, vivida, para a moral reflexa.
Quando se verifica essa passagem, que coincide com os 
inícios do pensamento filosófico, já estamos propriamente 
na esfera dos problemas teórico-morais ou éticos. À diferen-
ça dos problemas prático-morais, os éticos são caracterizados 
pela sua generalidade. Se na vida real um indivíduo concreto 
enfrenta uma determinada situação, deverá resolver por si 
mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita 
intimamente, o problema de como agir de maneira que sua 
ação possa ser boa, isto é, moralmente valiosa.
Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar 
nela uma norma de ação para cada situação concreta. Aética 
poderá dizer-lhe, em geral, o que é um comportamento pau-
tado por normas, ou em que consiste o fim — o bom — visado 
pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento 
do indivíduo concreto ou o de todos.(...)
Sem dúvida, esta investigação teórica não deixa de ter con-
sequências práticas, porque, ao se definir o que é o bom, se 
está traçando um caminho geral, em cujo marco os homens 
podem orientar a sua conduta nas diversas situações particu-
lares. Neste sentido, a teoria pode influir no comportamento 
moral-prático.
(ÉTICA. VÁSQUEZ, A. S., Ética, Ed. Civilização Brasileira, R. J., 
95. Adaptado)
No trecho “se está traçando um caminho geral, em cujo marco 
os homens podem orientar”, o autor utiliza corretamente o pro-
nome cujo antecedido por uma preposição. A frase encontra-se 
gramaticalmente correta em:
a) O projeto com cujas estruturas não concordei refere-se ao 
meio ambiente.
b) Este é o medicamento de cuja formulação estou ainda 
analisando.
c) A receita cuja a legibilidade estava comprometida ficou 
sobre a mesa.
d) Não posso concordar com uma pessoa em cujos métodos 
discordo.
 Æ ADVÉRBIO
28. (SELECON – 2019)
De onde menos se espera
O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores. 
Estamos acostumados a acompanhar relatos diversos que 
descrevem protocolos rígidos, geralmente envolvendo treina-
mento árduo, alimentação controlada, descanso e, em alguns 
casos, a dopagem – prática proibida que consiste na injeção 
de compostos, como a testosterona (hormônio anabolizante), 
para aumentar a massa muscular dos atletas. Jamais imagina-
ríamos que um dos segredos do sucesso poderia ter origem 
no intestino dos atletas, mais especificamente, num gênero de 
bactérias com o curioso nome de Veillonela atypica.
Pesquisadores norte-americanos descobriram que, duran-
te – e logo após – o exercício vigoroso, ocorre o crescimento 
agudo de populações de bactérias V. atypica nos intestinos de 
alguns maratonistas. A pergunta seguinte foi: qual a relação 
desses microrganismos com o desempenho dos atletas de eli-
te? Essa pergunta foi respondida recentemente e se encontra 
no artigo do biólogo molecular Jonathan Scheiman e colabora-
dores, publicado na revista Nature Medicine em junho último.
Para explicar esse fenômeno, é preciso antes descrever 
rapidamente um pouco o que acontece no metabolismo. Um 
exercício como a maratona implica a contração muscular 
repetitiva durante um período relativamente longo. Para que 
a contração ocorra, o músculo usa a glicose como combustível.
Acontece que a glicólise também produz o lactato ou ácido 
láctico. Quem já fez exercícios repetitivos sabe que, ao final de 
certo tempo, o músculo sofre fadiga, o que produz uma sen-
sação bem conhecida de queimação ou dor e, nesse momento, 
a pessoa deve parar o exercício. Quando isso acontece, o des-
conforto cessa e, após algum tempo, os músculos estão pron-
tos para continuar a contrair.
Para que haja recuperação da contraçãomuscular, é 
importante que o lactato acumulado no músculo tenha sua 
concentração diminuída. Mas, qual a relação do lactato com 
a V. atypica? Bem, os cientistas descobriram que essas bacté-
rias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente. 
Assim, as bactérias contribuem para reduzir mais rapidamente 
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a concentração do lactato nos músculos e, dessa forma, apres-
sar a recuperação muscular. Isso é, decididamente, uma vanta-
gem para os atletas que têm a V. atypica em seu intestino.
Os pesquisadores realizaram experimentos com camun-
dongos para demonstrar esse efeito. Transplantaram as 
bactérias para os roedores e os testaram em uma esteira adap-
tada para eles. Os animais que receberam as bactérias corriam 
durante bem mais tempo que aqueles controles, que não as 
receberam.
Descobriu-se também que a V. Atypica, além de consumir 
o lactato, produz propionato – composto que é produto do 
metabolismo do lactato. Já se mostrou em camundongos que 
o propionato aumenta os batimentos cardíacos e, também, o 
consumo máximo de oxigênio (que é importante para gerar 
energia na fase aeróbica do exercício). Assim, estar contamina-
do com V. atypica é tudo de bom – se você for um atleta, é claro.
Franklin Rumjanek Adaptado de: http://cienciahoje.org.br/
“O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores”. A pala-
vra “muito” é invariável em:
a) Pedro observa em sua casa muito inseto.
b) Márcia adquire frequentemente muito livro.
c) Júlio costuma chegar muito cedo no trabalho.
d) Andréa percebe no trabalho muito regulamento.
 Æ PREPOSIÇÃO
29. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão:
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o 
tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, 
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo que de tão perfeito 
nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha 
ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagem 
[...]
Não precisa
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver. 
Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade.
In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.
Em “Não precisa/fazer listas de boas intenções/para arquivá-las 
na gaveta”, a preposição para estabelece uma relação de sentido 
de:
a) finalidade
b) companhia
c) condição
d) instrumento
30. (SELECON – 2018)
Microscópio impulsionou descobertas
Os microscópios ganharam a tecnologia básica de hoje a 
partir do começo do século 19. Mas, mesmo no século anterior, 
já havia microscópios com formas semelhantes. No século 17, 
descobertas importantes foram feitas com esse tipo de apare-
lho. “Noventa por cento das descobertas em citologia, o estudo 
das células, foram feitas com microscópios rudimentares”, diz o 
biólogo Nelio Bizzo, especialista em ensino de biologia na Facul-
dade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).
“O microscópio é uma ferramenta indispensável para quem 
estuda biologia”, afirma Bizzo. “Deveria haver uma lei federal 
proibindo escolas de comprar computadores se não tiverem 
um microscópio.” Para o professor da USP, “quem vê uma 
foto de vírus, de bactérias, e que nunca manipulou um 
microscópio, não tem condição de entender como a foto 
foi feita”. O microscópio teve para a biologia o mesmo impac-
to que seu parente para ver mais longe, o telescópio, teve na 
astronomia. Graças ao telescópio foi possível enxergar novos 
planetas e novas luas girando em torno deles, e confirmar a 
hipótese de que a Terra não era o centro do universo, mas 
sim apenas mais um corpo celeste que girava em torno do 
Sol. Graças aos microscópios foi possível descobrir todo um 
novo mundo desconhecido da ciência: aquele dos seres vivos 
de dimensões muito pequenas, microscópicas, os chamados 
micróbios. Um dos mais notáveis pioneiros foi o holandês Anto-
nie van Leeuwenhoek (1632-1723), o primeiro pesquisador a 
observar micróbios como bactérias e protozoários.
Ele batizou esses seres de “animálculos”, pequenos animais 
que pôde observar na água ou no interior do próprio corpo 
humano. Nem todos podem hoje ser chamados de “animais”, 
mas com seus esforços Leeuwenhoek abriu toda uma área de 
pesquisa científica. Leeuwenhoek usava um microscópio de um 
modelo bem simples, que se constituía basicamente de duas 
placas de latão entre as quais havia apenas uma lente, com um 
parafuso ajustável para manter o espécime sendo observado. 
Apesar da simplicidade do microscópio, ele conseguiu enxergar 
as bactérias, pela primeira vez em 1676, com um instrumento 
que tinha uma ampliação de no máximo 280 vezes.
Tanto telescópios como microscópios surgiram no momen-
to em que se criaram as bases da ciência moderna, a chamada 
Revolução Científica. Eles foram tanto causa como efeito dessa 
revolução.
(Adaptado de: http:!lwww1.foIha.uoI.com.br/fsg/brasiI/
fc15119821.htm)
“Para o professor da USP, “quem vê uma foto de vírus, de bacté-
rias, e que nunca manipulou um microscópio, não tem condição 
de entender como a foto foi feita”. No trecho, a preposição “para” 
expressa o seguinte significado:
a) conformidade
b) consequência
c) comparação
d) finalidade
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 Æ CONJUNÇÃO
31. (SELECON – 2021) Texto l (Para responder à questão)
Os clássicos estão morrendo?
Catástrofe espiritual. Foi assim que Cornel West, um dos 
mais destacados intelectuais negros dos EUA, classificou a 
decisão da Universidade Howard, talvez a mais importante ins-
tituição de ensino negra do país, de fechar seu departamento 
de estudos clássicos.
West, que escreveu um contundente artigo de opinião para 
o Washington Post, afirma que a noção de crimes do Ociden-
te se tornou tão central na cultura americana que ficou difícil 
reconhecer as coisas boas que o Ocidente proporcionou, nota-
damente os clássicos, que são clássicos justamente porque 
permitem uma conversação universal, abarcando pensadores 
de diferentes eras e povos.
Diretores de Howard responderam, no New York Times. 
Dizem que, ao contrário de universidades brancas de elite, a 
instituição não tem dinheiro para tudo e teve de estabelecer 
prioridades. Afirmam que os alunos de Howard não ficarão 
sem ler Platão, Aristóteles e outros clássicos, apenas que não 
haverá mais um departamento exclusivo dedicado a esses 
pensadores.
Os clássicos estão morrendo? Morrer, eles não morrerão. 
Haverá sempre, nas universidades e fora delas, uma legião de 
estudiosos que garantirão que nosso conhecimento sobre 
esses autores não só não regredirá como avançará. Eu receio, 
porém, que o chamado cânon ocidental será cada vez mais 
objeto de estudo de especialistas e menos um corpo de refe-
rências que todos os cidadãos educados reconheçam.
Isso é ruim, porque, assim como a concordância acerca do 
que são fatos é fundamental para a ciência e a democracia, 
um universo de noções comuns em que as pessoas possam 
se apoiar para dialogar, trocar ideias e identificar-se é vital 
para a constituição de uma sociedade. E é preferível que esse 
universo seja povoado por autores densos, que comportem 
interpretações complexas e que resistiram ao teste do tempo 
a que seja determinado pelos modismos simplificadores

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