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Texto 2 - A Pesquisa e os Métodos e Técnicas de Pesquisa (1)

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A PESQUISA E OS MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 
Eber da Cunha Mendes 
1
 
 
Neste ponto, trataremos a respeito da pesquisa, de suas características, finalidades 
e formas de serem feitas; sobretudo sobre a questão da ética que deve ser aplicada 
no processo de pesquisa. 
 
1 Conceito e características 
Em rápidas palavras, pode-se dizer que pesquisa é a busca de verdades e 
conhecimentos, novos ou não, feitos através de um método adequado e de técnicas 
apropriadas. É um procedimento investigativo e metodológico em que se propõe a 
busca de conhecimentos específicos, respostas ou soluções. 
Toda pesquisa deve nascer de um problema, para o qual se busca encontrar uma 
solução, uma resposta ou um entendimento melhor sobre determinado objeto. Para 
isso, é preciso aplicar procedimentos metodológicos com a intenção de ampliar 
conhecimentos, investigar causas, modificar saberes, questionar a natureza das 
coisas ou dos fenômenos, causas e efeitos, etc. 
Toda atividade científica é uma ação investigativa do ser humano diante de tudo que 
há no mundo, com o propósito final de entender o mundo, torná-lo mais inteligível, 
aperfeiçoá-lo e, na medida em que avança, transformá-lo. Isso abrange todas as 
áreas da vida e do conhecimento. 
Toda pesquisa precisa ser planejada, e ao ser planejada, o pesquisador deve seguir 
rigorosamente cada um dos métodos propostos. Cada objetivo e metodologia devem 
ser seguidos, o que dará à pesquisa mais consistência e mais credibilidade. 
 
 
 
1
 Este texto é parte do livro MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA, de autoria de Eber da Cunha Mendes. 2017. 
Estas são algumas características da pesquisa: 
 Deve ser planejada; 
 Deve ter uma metodologia clara, que é uma decisão prévia do pesquisador; 
 Deve obedecer rigorosamente aos métodos escolhidos; 
 Deve ser flexível na sua aplicação, sem perder seu rigor científico; 
 Deve partir de um problema; 
 Deve ser fundamentada previamente em teorias e conhecimentos já 
realizados por outros pesquisadores; 
 Deve obedecer aos padrões técnicos estabelecidos pela ABNT. 
 
2 Tipos e Técnicas de Pesquisa 
Existem vários tipos de pesquisa. Essa variedade se aplica a uma diversidade de 
áreas do conhecimento, quer seja tecnológico, quer seja biológico, quer seja 
humanístico. O pesquisador, dependendo de seu problema e de seus objetivos, 
deverá escolher o tipo de pesquisa que mais se adequa à sua pesquisa, lembrando 
que nessa fase, o tipo de pesquisa é uma questão de escolha, mas essa decisão 
deve ser pertinente e adequada. 
Em outro momento do curso, aprofundaremos a questão dos tipos de pesquisa e as 
técnicas que podem ser utilizadas dentro de um processo científico investigatório. 
Agora, cabe-nos dizer, de forma sucinta, os principais tipos de pesquisa, que são: 
a. Pesquisa bibliográfica - Utiliza-se de fontes e textos já pesquisados por outros 
autores. O pesquisador trabalha em cima da contribuição bibliográfica já feita 
em livros, teses, artigos, e outros. Esta será sua principal fonte de consulta e 
pesquisa. 
 
b. Pesquisa documental – O pesquisador elege como fonte principal os 
documentos que têm relação com seu objeto de pesquisa. Por exemplo: 
jornais, fotos, filmes, processos judiciários. Esta pesquisa é muito comumente 
utilizada por historiadores. 
 
c. Estudo de caso – O pesquisador tem como fonte principal os dados e as 
informações sobre a vida de alguém ou de um grupo. Todas as as análises 
teóricas são feitas a partir de casos específicos, tais como uma biografia, 
crônicas, memórias, trajetórias pessoais, etc.. 
 
d. Pesquisa etnográfica – O pesquisador procura entender os processos 
cotidianos através de um mergulho em um determinado grupo social. É um 
mergulho microssocial (SEVERINO, 1988, p.119). Dessa forma, o 
pesquisador descreve o olhar para determinado grupo. Esta pesquisa é muito 
utilizada por sociólogos, antropólogos e educadores. 
 
e. Pesquisa de campo – Nesta pesquisa, o objeto pesquisado é analisado em 
seu próprio ambiente. O pesquisador coleta todas as informações do 
fenômeno em suas condições naturais, observando-o sem qualquer 
intervenção. É uma pesquisa de natureza descritiva. 
 
f. Pesquisa-ação – O termo já diz, ele “age” e “pesquisa” ao mesmo tempo. 
Nesta pesquisa, o agente pesquisador se envolve e propõe intervenção em 
seu objeto de pesquisa. Assim, ele analisa o comportamento do objeto frente 
às intervenções. É possível que o pesquisador se surpreenda com os 
resultados encontrados e até mesmo com as mudanças realizadas no objeto 
de pesquisa. 
 
g. Pesquisa participante – Aqui, o pesquisador apenas interage com o objeto de 
pesquisa. Seu propósito é ampliar a visão sobre o objeto a partir dessa 
interação. Não há intervenção. 
 
h. Pesquisa experimental – O objeto de pesquisa é manipulado em ambientes 
de controle onde todas as condições naturais são reproduzidas. É muito 
utilizada em pesquisas de biologia, tecnologia, dentre outros. 
 
i. Pesquisa exploratória – Visa desenvolver e/ou esclarecer conceitos. Alguns 
teóricos da metodologia a associam à pesquisa explicativa,, que por sua vez, 
analisa e registra os fenômenos de forma qualitativa. 
 
É importante lembrar que uma pesquisa pode trabalhar os elementos acima de 
forma combinada, desde que isso seja pertinente e relevante aoestudo e condizente 
com a área de atuação. Por exemplo, pode-se ter uma pesquisa de natureza 
principal BIBLIOGRÁFICA conjugada a uma PESQUISA DE CAMPO ou a um 
ESTUDO DE CASO. 
Ressalta-se ainda que, além dos diversos tipos de pesquisa, há também diversas 
técnicas de pesquisa. Técnicas de pesquisa são procedimentos práticos e 
operacionais que se aplicam durante a pesquisa. É importante ressaltar que as 
técnicas escolhidas pelo pesquisador devem ser compatíveis com o tipo de pesquisa 
a que se propõe realizar e também compatíveis com a área do conhecimento em 
que se situa. As principais técnicas de pesquisa são: 
a. Entrevista; 
b. História de vida; 
c. Observação; 
d. Grupos de estudo; 
e. Grupo focal; 
f. Grupos de controle; 
g. Documentação; 
h. Testes; 
i. Sociometria. 
Tem sido uma tendência científica que cada área do conhecimento desenvolva e 
aprofunde a teoria metodológica sobre cada tipo de pesquisa e de cada técnica de 
pesquisa relativas à sua área. Por isso, o pesquisador, em seu planejamento 
científico, deve se inteirar das teorias metodológicas mais específicas e mais 
adequadas ao seu campo. Os livros mais conhecidos e mais usuais de metodologia 
científica de graduação, normalmente são mais gerais e não aprofundam o uso 
específico de cada pesquisa ou técnica. Mas é comum que cada área publique 
livros metodológicos mais profundos e mais adequados. Cabe ao pesquisador 
buscar, conhecer e dominar a metodologia que ele adotou para sua pesquisa, dentro 
da sua área do conhecimento. 
Por exemplo, para um historiador, há uma variedade de métodos e técnicas 
específicos para tratar da pesquisa em história. Assim, temos, dentro da História, 
obras metodológicas específicas, como: 
 BARROS, J. D. O projeto de pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro teórico. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 
 
 GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Como fazer pesquisa qualitativa em ciências 
sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997. 
 
 VIEIRA, M. P. A. et al. A pesquisa em História. São Paulo: Ática, 1991 (Série Princípios). 
 
 RODRIGUES, Márcia, B.F. Paradigmas para o século XXI: possibilidades de aplicação 
do paradigma indiciário de corte psicanalítico às ciências humanas e sociais, In Revista 
Passagens, vol. 6 - No. 2 - Maio a Agosto. Editorial 206. ISSN (on-line): 1984-2503. 2014. 
 
 
Da mesma forma, outras áreas do conhecimento produzem literaturas 
metodológicas específicas. 
 
3 Métodos de Análise e de abordagem do Conteúdo 
Ainda dentro da metodologia de umapesquisa, existem outros elementos 
metodológicos que devem ser delineados pelo pesquisador no planejamento prévio 
de sua pesquisa, que são os Métodos de Análise dos dados e os Métodos de 
Abordagem dos conteúdos. 
Quanto aos métodos de análise dos dados, ela pode ser: 
a- Pesquisa Quantitativa - 
Este tipo de pesquisa parte do pressuposto de que seu objeto de estudo pode ser 
quantificável, ou seja, traduzido em números, opiniões e informações contáveis. 
Após isso, pode ser classificado e analisado sob vários ângulos e categorias. Este 
método de análise faz uso de recursos e de técnicas estatísticas, tais como 
percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, 
análise de regressão, entre outros tratamentos estatísticos. Na pesquisa quantitativa 
sempre se utilizam cálculos, estatísticas, etc. Um bom exemplo é a pesquisa 
eleitoral. Nela, procura-se analisar os números e os percentuais de eleitores e 
intenções de voto. 
Nesta modalidade, é comum o uso de questionários, e um grande número de 
pessoas ou dados é contatado ou numerado. 
b- Pesquisa Qualitativa – 
Já na pesquisa qualitativa, o objeto de estudo não pode ser medido por 
números. Por exemplo, a análise de crenças, situações, a natureza de algo, 
os valores de um grupo, teorias, etc. Neste tipo, busca-se compreender 
causas e natureza de um fenômeno, por exemplo, analisar a qualidade do ar 
em uma determinada região, etc. 
Nesta modalidade de análise não se visa estabelecer generalizações, mas 
focar em como os sujeitos constroem seus sentidos em torno dos conceitos 
nos seus diferentes contextos. A pesquisa qualitativa é orientada para a 
análise de casos particulares e concretos em um determinado tempo e em 
algum espaço geográfico. O objetivo da pesquisa qualitativa é buscar 
interpretações sobre fenômenos particulares acerca do sujeito em seu 
contexto. (ALVES-MAZZOTI et. al., 2007, p. 16; FLICK, 2004, p. 19-31). 
Segundo Flick (2004), Os métodos qualitativos podem ser decompostos, em 
linhas gerais, em três abordagens de pesquisa: o interacionismo simbólico, 
que trata dos estudos dos significados subjetivos e das atribuições 
particulares ao sentido de cada pessoa; a etnometodologia, que trata das 
rotinas do cotidiano e sua produção; e por fim as posturas estruturalistas ou 
psicanalíticas, que lidam com os processos inconscientes psicológicos 
(indivíduo) e com o sociis (grupos de indivíduos). 
Este método possibilita a análise de aspectos subjetivos e atingem 
motivações não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. 
(ANDRADE, 2003). É utilizada quando se busca percepções e entendimento 
sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. 
É uma pesquisa indutiva pela qual o pesquisador desenvolve conceitos, 
ideias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados. 
Este tipo de pesquisa é muito usado em ciências sociais e humanas, em que 
os dados numéricos são relativamente pequenos e normalmente não são 
analisados com técnicas estatísticas. Isso diferencia e as técnicas da de 
pesquisa de mercado quantitativa, pois nesta última há um grande número de 
dados. É possível e comum que os métodos da pesquisa qualitativa sejam 
uma introdução à pesquisa quantitativa, e vice-versa. 
Na abordagem qualitativa, os dados numéricos existem, mas em menor 
número, e são usados para definir um problema, gerar hipóteses, identificar a 
natureza do problema,por exemplo. Por causa do baixo número de dados 
numéricos envolvidos, este método não pode ser usado para generalizar toda 
uma população, muito embora possa obter resultado preciso quando se trata 
de um grupo pontual e localizado. Na pesquisa qualitativa é possível que se 
busque elementos afetivos, emotivos e inconscientes que atravessam ou 
envolvem o objeto de estudo. 
Por fim, há muitas pesquisas que se utilizam das duas abordagens ao mesmo 
tempo, o que é chamado de Pesquisa Quantitativa-Qualitativa. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith, GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas 
ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: 
Pioneira, 2001. 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 
6.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2ed. Porto Alegre: Bookman, 
2004. 
MENDES, Eber C. Mendes. Métodos e Técnicas de Pesquisa. Serra:Fabra, 2017. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 
2008.

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