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Gestão empresarial com foco nas práticas trabalhistas brasileiras

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2
GESTÃO EMPRESARIAL COM FOCO NAS PRÁTICAS TRABALHISTAS BRASILEIRAS: A REFORMA TRABALHISTA INSTRUÍDA PELA LEI 13.467/17 E SEU IMPACTO NAS MICROEMPRESAS
Acadêmica: Vanessa Sanhudo da Rocha Feijo
Prof Orientadora: Aline Alves
RESUMO:
O presente estudo apresenta a reunião dos fatores referentes, principalmente, à gestão empresarial e práticas trabalhistas brasileiras, demonstrando os impactos da Reforma Trabalhista instruída pela Lei 13.467/17 as microempresas. Para isso, foi realizada uma pesquisa com base num questionário que foi disponibilizado via link para 5 microempreendedores da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. As questões caracterizaram a amostra e, também, revelaram que, de acordo com as repostas dos participantes, os conhecimentos sobre a reforma são limitados por conta da mesma ser nova e ainda não apresentar muito tempo de prática nas empresas. 
Palavras-chave: Gestão Empresarial. Práticas Trabalhistas Brasileiras. Reforma Trabalhista.
INTRODUÇÃO
No decorrer dos anos, as leis trabalhistas foram sofrendo alterações conforme as necessidades dos trabalhadores foram surgindo, a Reforma Trabalhista instruída pela Lei 13.467/17 representa uma das maiores mudanças na legislação trabalhista brasileira, visto que a mesma passa a modificar a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Assim, as empresas passaram a ter autonomia em possibilitar negociações com seus colaboradores, respeitando os interesses de todas as partes envolvidas em acordos trabalhistas, por exemplo.
Na gestão das empresas, torna-se limitante a quantidade de materiais disponíveis que demonstrem a prática da atualização da CLT, visto o pouco tempo de criação e implantação da mesma. A modificação é alvo de inúmeras críticas e, também, elogios, criando mesas de debate, onde os ambientes acadêmicos passam a discutir e compartilhar ideias para que haja um maior entendimento dos acontecimentos e atualização, bem como os impactos dessa mudança para os trabalhadores e empresas.
Como principal questão problema do presente estudo, apresenta-se: quais são os efeitos da Reforma Trabalhista em referência à gestão empresarial nos dias atuais? Dessa forma, serão contextualizadas os principais impactos da reforma para trabalhadores e empresas. Para complementar e auxiliar na resposta da questão problema e para que a presente pesquisa possa ser explorada, observa-se o objetivo geral de compreender os impactos da mudança na CLT provocada pela nova lei; como objetivos específicos elencam-se: a) demonstrar os efeitos provocados pela nova legislação à gestão empresarial de microempresas; b) analisar as modificações criadas pela atualização entre o relacionamento do colaborador com as empresas; e c) explorar cunhos bibliográficos, por meio de revisão de literatura, acerca do tema.
Assim, a presente pesquisa acaba se justificando por conta da vontade e necessidade de apresentar as novas atualizações da Reforma Trabalhista, visto que os materiais que existem, até então, são escassos dentro da configuração de microempresas e a relação com seus colaboradores. Assim, a pesquisa apresenta-se de forma estrutural como: descrição das principais mudanças acometidas à CLT por conta da Lei da Reforma Trabalhista; no segundo momento apresenta-se a principal caracterização de microempresas; no terceiro momento demonstra-se a democratização das relações de trabalho entre empresa e trabalhador com base na reforma.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS – CLT
2.1.2 A evolução histórica do trabalho no Brasil
Borges; Yamamoto (2014) apontam que o trabalho é uma consequência de estados culturais e necessidades econômicas, bem como a exploração dos entendimentos e atividades de um ser. Bicalho; Matos (2016) apontam que o trabalho é o ato de realizar esforço físico ou mental, buscando algum tipo de resultado que passe a beneficiar quem trabalha, podendo ser cobrado ou não; para Carmo (2001, p. 15), o trabalho é “Toda atividade realizada pelo homem civilizado que transforma a natureza pela inteligência. E realizando essa atividade, o homem se transforma, se auto-produz e, ao se relacionar com outros homens, estabelece a base para as relações sociais [...]”.
Para que o trabalho moderno possa ser explanado e contextualizado, torna-se importante demonstrar os primórdios do trabalho; para Huberman (2011), na Idade Média, em meados dos séculos V e XV, a necessidade do investimento em riqueza acumulada passou a dominar as culturas, que, naquela época, caracterizavam-sepor produções agrícolas, onde a era mercantilista passou a ganhar forma e força, contribuindo assim para as cruzadas, e, também, para os comércios.
O autor ainda comenta que o crescimento dos comércios passava a se ligar diretamente com o avanço das cidades, onde as primeiras empresas passaram a surgir. A partir daí, as riquezas passaram-se a se focar no acúmulo de dinheiro, e não em terras, como acontecia anteriormente, foi a partir daí, então, que as relações passaram a acontecer num nível global (HUBERMAN, 2011). 
No Brasil, para Machado (2016), as relações de trabalho iniciaram-se no século XVI, no período colonial, onde ocorria a exploração da mão de obra de povos indígenas; essa condição exploratória vigorou até o povo indígena decidir não participar mais das situações de exploração, o que estimulou a coroa portuguesa a iniciar o sistema escravagista. Oliveira (2017) discorre sobre a Reforma Industrial, um dos fatores de maior dignificância para a evolução do trabalho no Brasil, que ocorrei do século XVII até o século XIX, onde a mão de obra passou a ser substituída pela máquina, fomentando o avanço tecnológico, culminando na diminuição de salários e retração das ofertas de emprego.
Morais (2018) afirma que no ano de 1988, com a criação da Constituição Federal, criuou-se, tambem, os direitos sociais que culminavam com os direitos de trabalhadores urbanos e rurais. Para Delgado (2013), o período ficou conhecido como a fase 13 de transição democrática do Direito do Trabalho, visto que passou a possibilitar a autonomia sindical, bem como o reconhecimento de negociações coletivas, fomentando e incentivando o capital de giro.
A CLT resistui ao tempo, e à todas as reformas que ocorreram, Teixeira et al. (2017) aforma que a mesma é atualizada, de forma contínua, para que as necessidades culturais, sociais e econômicas do Brasil possam estar sempre de acordo com o que acontece no âmbito real, promovendo, assim, a igualdade e dignidade no trabalho do brasileiro. Nesse quesito, Morais (2018) demonstra que o sistema jurídico trabalhista brasileiro é o principal norteador dos regramentos legair que atuam sobre os interesses de empregadores e empregados.
2.2 MICROEMPRESAS: CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
Silva; Scheffer (2015) discorem, principalmente, sobre o Primeiro Estatudo da Microempresa, configurado pela Lei 7.256/84, bem como a inclusão de Micro e Pequenas empresas na CF/88 onde especificam-se os processos de formalização dos negócios empreendedores. Foi na década de 90 que ocorreu a transformação do Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (CEBRAE), que passou a ser Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), hoje sendo um dos maiores símbolos atuantes na vida de Microempreendedores no Brasil.
Para que uma empresa possa ser caracterizada como Microempresa, Moreira (2014) demontra que a mesma deve ter como base a sua receita anual, de acordo com a Lei Complementar 123/06 microempresa é a sociedade empresária, simples ou empresa individual que tenha uma receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 anuais. Para o SEBRAE (2018) também considera-se o número de colaboradores como um requisito para o enquadramento, sendo limitado a 19 pessoas no setor industrial e 9 pessoas para os setores de comércio e serviços.
Moreira (2014) discorre sobre o atual Estatuto Nacional de Microempresas e Empresas de Pequeno porte, que parte do princípio que os processos devem ser o menos burocráticos possíveis, onde as formalidades legais possam sermais acessíveis para quem decide empreender.
2.3 A REFORMA TRABALHISTA INSTRUÍDA PELA LEI 13.467/17 E A GESTÃO EMPRESARIAL
A reestruturação que a Reforma Trabalhista provocou na CLT diz respeito, de forma essencial, para as possibilidades de criação de novos vínculos trabalhistas, ondde algumas formas de trabalhoo foram formalizadas, remunerações foram ajustadas, jornadas de trabalho foram melhor elaboradas, as rescições de contrato foram simplificadas e a descentralização das decisões no que refere-se às negociações foram melhor ajustadas (BIAVASCHI, 2016).
Para o autor a mudança carrega a justificativa de que o mundo do trabalho, quando trata-se da gestão das mcroempresas brasileiras, torna-se muito burocrático, e que a reforma veio para facilitar a vida de gestores e, também, trabalhadores. De forma prática, as contribuições da reforma fazem com que as organizações possam utilizar-se de recursos jurídicos para tomar decisões que antes necessitavam de um prévio acordo com trabalhadores, criando inúmeras situações de desvantagem (BIAVASCHI, 2016).
Filgueiras; Bispo; Coutinho (2018) afirmam que a CLT sempre foi alvo de polêmicas, onde as opiniões teóricas sobre a reforma divergem-se; algumas pessoas criticam, por exemplo, as especificações rígidas da CLT; outras defendem a flexibilidade criada pela mesma. Existe receio por parte dos trabalhadores que, ao serem colocados frente a frente com as novas especificações, acreditam que a reforma passa a beneficiar somente os empregadores, fazendo com que os colaboradores passem por dificuldades (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI, 2017).
Para CNI (2017) a Reforma Trabalhista modificou 106 pontos da CLT, e que esses não atingem, de forma alguma, os direitos fundamentais dos trabalhadores como, por exemplo, férias, décimo terceiro, licença maternidade ou paternidade, seguro desemprego, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTA) e aposentadoria.
Ainda para Filgueiras, Bispo e Coutinho (2018), as propostas podem sim representar alguns cortes nos direitos e redução dos custos trabalhistas, já que os mesmos passam a existir desde meados da década de 1990, para os autores, as modificações podem representar algumas prezarizações nos acordos de trabalho, contribuíndo, de certa forma, para o desemprego.
Para a CNI (2017), a reforma passa a proporcionar novas possibilidades de vínculos, oferecendo aportes jurídicos à novas práticas empresariais e, também, corporativas que as organizações já executavam no seu dia a dia, mas não mantinham a formalização dessas práticas.
Assim, Carvalho (2017) defende a aplicabilidade da reforma do ponto de vista empreendedor, vez que as práticas empresariais devem ser regularizadas e registradas, para que o empreendedor tenha pleno controle de seus gastos, lucros, acordos e demais atividades cotidianas; assim, a reforma auxilia as microempresas em seus controles de processos que envolvam contratações, além de proporcionar segurança jurídica para essas empresas.
3 METODOLOGIA
A metodologia do presente estudo refere-se à pesquisa de natureza básica, configurando uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, onde há a perspectiva descritiva e, também, exploratória; a pesquisa focou-se em envio de formuário para 5 microempreendedores da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, especificando o perfil dos mesmos e as características de seus negócios. A pesquisa ocorreu do dia 18 de março de 2021, até 18 de maio de 2021.
Para Silva; Menezes (2005), a pesquisa básica consiste na reunião de conhecimentos novos que sejam úteis para o avanço da ciência. A pesquisa de campo, de acordo com Lakatos; Marconi (2003, p. 186) foca-se em “conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles” , assim, o pesquisador passa a realizar a sua coleta de dados no local ou no grupo em que pretende analisar.
Para Rodrigues (2011), a abordagem qualitativa expõe a investigação de um determinado problema de pesquisa, que lide com aspectos e fatos, não numerais. Para Gil (2008), o estudo de caráter descritivo tem como objetivo principal descrever as características de um determinado grupo, ou fenômeno, relacionando as suas variáveis, utilizando-se de técnicas de padrão para que haja a coleta de dados.
Gil (2008) demonstra que a pesquisa exploratória desenvolve-se com o objetivo de proporcionar uma visão geral, onde o fato acaba proprocionando um aspecto de maior familiaridade com o tema apresentado, onde as hipóteses do estudo passam a ser construídas, criando assim novas ideias e opiniões acerca de determinado assunto.
Assim, a pesquisa de levantamento bibliográfico acaba tornando-se uma consequência das formas de reunião de dados aplicada, onde a pesquisa de campo descritiva-exploratória passa a ecistir (PRODANOV; FREITAS, 2013). Para os autores (p. 34), a pesquisa de levantamento bibliográfico consiste em “[...] um apanhado geral sobre os 21 principais documentos e trabalhos realizados a respeito do tema escolhido, abordados anteriormente por outros pesquisadores para a obtenção de dados para a pesquisa”. Dito isso, a presente pesquisa relaciona-se o seu âmbito bibligráfico com materiais disponíveis em meios eletrônicos, livros e demais publicações que focam-se na Reforma Trabalhista, tendo como principal mediador as suas interferências na CLT, bem como na gestão empresarial de Microempresas com a intenção de atingir os objetivos da presente pesquisa.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Para que fosse possível a realização da pesente pesquisa foram selecionadas 5 Microempresas a cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul que representam o segmento de comércio e serviços, para essas empresas, foi disponibilizado um roteiro de entrevista semiestruturada (ANEXO 1), focando-se nas respostas dos gestores das mesmas. Vale ressaltar que para a preservação do anonimato, não foram divulgados os nomes das empresas, e os nomes dos entrevistados são fictícios, as entrevistas, enviadas via link do Google Forms foram enviadas entre o mês de março e abril. O Quadro 1 apresenta as características dos entrevistados.
Quadro 1 – Características dos entrevistados
	
NOME
	
EMPRESA
	
IDADE
	
ESCOLARIDADE
	CARGO/TEMPO DE OCUPAÇÃO DO CARGO
	Analice
	A
	35
	Pós-graduação completa
	Proprietária há 10 anos
	Fabiana
	B
	47
	Superior Completo
	Proprietária há 5 anos
	Maicon
	C
	29
	Ensino médio completo
	Proprietário há 7 anos
	Ulisses
	D
	38
	Superior em andamento
	Proprietário há 9 anos
	Bianca
	E
	42
	Nível técnico
	Proprietária há 3 anos
Fonte: dados da pesquisa, 2021.
Para melhor caracterização das microempresas participantes da pesquisa, também reuniu-se os dados básicos das empresas dos participantes, como apresenta-se no Quadro 2.
Quadro 2 – Características das Microempresas
(continua)
	
EMPRESA
	ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIAL
	
MUNICÍPIO
	QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS
	A
	Comércio varejista de roupas
	Porto Alegre/RS
	9
	B
	Prestação de serviços de portaria
	Porto Alegre/RS
	10
Fonte: dados da pesquisa, 2021.
Quadro 2 – Características das Microempresas
(conclusão)
	
EMPRESA
	ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIAL
	
MUNICÍPIO
	QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS
	C
	Educação infantil e ensino fundamental
	Porto Alegre/RS
	4
	D
	Comércio varejista de produtos de limpeza
	Porto Alegre/RS
	4
	E
	Comércio varejista de produtos veterinários
	Porto Alegre/RS
	5
Fonte: dados da pesquisa, 2021.
Com base no Quadro 1 e 2 percebe-se que a maioria dos participantes é do gênero feminino, apresentando faixa etária entre 29 e 47 anos; dos participantes, a escolaridade varia do Ensino Médio completo até Pós Graduação concluída; todos os participantes são proprietários dos seus próprios negócios, considerando-se esse maior nível hierárquico dentro de uma organização (MOREIRA, 2014).
No que diz respeito às Microempresas, as atividades e seus segmentos de atuação são diversificados, e todas localizam-se na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a quantidadede colaboradores variam entre 4 e 10. Dessa forma, após as considerações iniciais da reunião de dados, passa-se a demonstrar os resultados obtidos, conforme apresenta-se no seguinte subitem; ressalta-se que foram disponibilizadas 4 questões dissertativas acerca da Reforma Trabalhista instruída pela Lei 13.467/17.
4.1 NÍVEL DE CONHECIMENTO ACERCA DA REFORMA TRABALHISTA INSTRUÍDA PELA LEI 13.467/17 E OS IMPACTOS DA MESMA NA GESTÃO DAS PRÁTICAS TRABALHISTAS DO NEGÓCIO
Referente ao nível de conhecimento sobre a Reforma Trabalhista dos microempresários participantes da pesquisa, Fabiana (microempresa B) discorreu sobre “tenho conhecimento efetivo acerca da reforma e, também, sobre as modificações que a mesma acometeu na CLT”; Bianca (microempresa E) demonstra que “tenho pouco conhecimento das mudanças”; Ulisses, proprietário da microempresa D aponta que “não possuo conhecimento, sei muito pouco”; o proprietário da microempresa C relata que “tenho pouco conhecimento sobre a nova lei trabalhista, mas busco sempre atuar dentro do que entendo e busco conhecimento ou apoio jurídico”; já a proprietária da microempresa A, Analice, afirma que “tenho conhecimento sobre a lei, e tento de adequar dentro das condições legais”.
Nota-se, então, que dentro do quadro de participantes não são todos que afirmam ter conhecimento sobre a reforma, isso pode acabar implicando em alguns aspectos legais e, também, de gestão, já que um gestor deve-se manter atualizado, buscando sempre conhecimento e novas informações, como demonstram Silva e Scheffer (2015).
Em resposta à segunda questão dissertativa, os participantes apontam sobre os benefícios trazidos pela reforma às microempresas, Analice da microempresa A demonstra que, para ela “a reforma ainda não me trouxe nenhuma possibilidade nova, está em vigor há muito pouco tempo, ainda não usufrui de forma efetiva de nada”; todos os demais participantes compartilham do mesmo pensamento e constatação, demonstrando afirmações como “até então, não notei nenhuma mudança de fato”.
No que refere-se à terceira indagação, Bianca (microempresa E) afirma que o principal beneficiário da Reforma Trabalhista, para ela “foi o empresário, pois facilitou as formas de contratação e demissão dos colaboradores, mas, acredito que os trabalhadores acabaram perdendo alguns direitos, pelo menos pelo o que acompanho pela TV, internet, jornais, etc.” Fabiana, proprietária da Microempresa B afirma que “a burocracia e os processos de contratação e demissão diminuíram, estão mais compactos e mais fáceis”; o restante dos participantes afirmam que tanto as empresas como os colaboradores acabam sendo beneficiados com a reforma, para eles, as mudanças são necessárias, e a CLT deve acompanhar a evolução do mercado de trabalho, assim como apontam Teixeira et al. (2017).
Na última questão apresentada aos participantes, quando à percepção geral dos mesmos sobre as mudanças nas regras trabalhistas resultantes da Reforma Trabalhista, Analice (microempresa A) demonstra que “a nova atualização é importante, pois formaliza os vínculos de trabalho e dá mais segurança pra gente”; Fabiana, proprietária da Microempresa B apresenta que “as mudanças são justas, mas devem ser fiscalizadas, assim podem trazer sim benefícios e facilidades”; Bianca (microempresa E) afirma que “as pessoas que procuram uma recolocação no mercado de trabalho vão passar a ter maiores oportunidades de trabalho, pois até mesmo as terceirizações passaram a ficar mais fáceis”; Ulises, proprietário da microembresa D e, Maicon da microempresa C afirmam que não têm uma opinião efetivamente formada sobre as modificações, facilidades ou dificuldades que a reforma pode trazes para as regras trabalhistas. Morais (2018) demonstra que modificações em leis trabalhistas ou, até mesmo, em regras dentro das empresas, podem acabar acarretando problemas de relacionamento dos colaboradores com as empresas e que, por isso, os esclarecimentos dos gestores quanto essas mudanças devem ser efetivos, para que dúvifas não sejam geradas no ambiente laboral.
Sendo assim, torna-se possível afirmar que a Reforma Trabalhista tem como principal objetivo fleibilizar as práticas trabalhistas e facilitar a gestão empresarial, principalmente nas microempresas, foco do presente estudo. Assim, a presente pesquisa demonstrou a revisão teórica dos assuntos pertinentes, bem como a descrição de alguns impactos que a reforma causou para gestores, considerando a relação dos trabalhadores com as empresas. Com os resultados, foi possível observar que o conhecimento, por parte dos gestores sobre a Reforma Trabalhista, é superficial, assim a mesma necessita de maior tempo de adaptação para que os gestores possam se adequar às suas regras e possibilidades.
Tornou-se um limitador da pesquisa aqui apresentada a falta de interesse em demonstrar respostas mais estruturadas sobre o assunto, e, também, a falta de conhecimento acerca do assunto por parte dos gestores participantes da pesquisa. No âmbito acadêmico, deseja-se que a pesquisa sirva de auxílio para futuras pesquisas, e auxilie na formação e, também, no enriquecimento dos dociês de documentos e trabalhos sobre o tema.
REFERÊNCIAS
BIAVASCHI, M. B. O processo de construção e desconstrução da tela de proteção social do trabalho: tempos de regresso. Estud. av., São Paulo , v. 30, n. 87, p. 75-87, 2016.
BICALHO, P. P. G., MATOS, A.; O trabalho, a terceirização e o Legislativo brasileiro: paradoxos e controvérsias. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, Brasília, v. 16, n. 2, p. 120-129, jun. 2016.
BORGES, L. O.; YAMAMOTO, O. H. Mundo do trabalho: construção histórica e desafios contemporâneos. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B (Org.). Psicologia, Organizações e trabalho no Brasil. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, p. 25- 72, 2014.
CARMO, P. S. A ideologia do trabalho. São Paulo: Moderna, 2001.
CARVALHO, S., S. Uma visão geral sobre a reforma trabalhista. Boletim Mercado de Trabalho: conjuntura e análise, Brasília: IPEA, n. 63, p. 81-94, out. 2017
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Modernização trabalhista Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017: panorama anterior e posterior à aprovação. Brasília, 2017. da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.
FILGUEIRAS, V.; BISPO, B.; COUTINHO, P. A reforma trabalhista como reforço a tendências recentes no mercado de trabalho. In: KREIN, J. D.; GIMENEZ, D. M.; SANTOS, A. L. dos. Dimensões Críticas da Reforma Trabalhista no Brasil. Campinas: Curt Nimuendajú, 2018.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HUBERMAN, L. A história da riqueza do homem. 21º ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MACHADO, M. A. O trabalho escravo no Brasil: do período colonial aos dias atuais. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE, 2014. Curitiba: SEED/PR., 2016. V.1. (Cadernos PDE).
MOREIRA, B. dos S. 30 anos do primeiro estatuto da microempresa (lei nº 7.256/84): os aspectos societários da lei complementar nº 123/2006 em Perspectiva. In: SOUZA, M. C. da S. A. de; YOSHIDA, C. Y. M.; CAVALLAZZI, R. L. Direito Empresarial. Florianópolis/SC: CONPEDI, 2014, p. 45-69.
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OLIVEIRA, L. V. Mudanças na legislação trabalhista: um estudo comparativoapós a Lei nº 13.467/2017 e a MP nº 808/2017. 2017. 41f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 2017.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. D. Metodologia do trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2ª. ed. Novo Hamburgo: Universiade Freevale, 2013.
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ANEXOS
ANEXO A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

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