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Teorias Psicanalíticas II - Melanie Klein - Projeção, Introjeção e Incorporação (continuação)

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Teorias Psicanalíticas II
Melanie Klein- Projeção, Introjeção /Incorporação (continuação)
Identificação projetiva
↳chama de texto sobre a cisão, e não texto sobre a identificação projetiva
↳o conceito de identificação projetiva vai, por muito tempo, apresentar desdobramentos muito importantes
-“Os ataques à mãe, em fantasia, seguem duas linhas principais: uma é a do impulso predominantemente oral de sugar até exaurir, morder, escavar e assaltar o corpo da mãe despojando-o de seus bons conteúdos. A outra linha de ataque deriva dos impulsos anais e uretrais e implica a expulsão de substâncias perigosas (excrementos), do self para dentro da mãe
↳importância do impulso oral e presença de pulsão de morte na oralidade, de forma mesclada as tendências amorosas
↳a criança expele com ódio para o corpo da mãe aquilo que é “ruim”. Ela mantém o que é bom, o que a satisfaz, mas expulsa o que insatisfaz
↳danificar: serve para diminuir, em alguns momentos, a idealização, servindo até para desidealizar alguns objetos. Por outro lado, essa agressividade está como parte da identificação.
↳o seio ser ou objeto bom ou mau não é de existência autônoma, o objeto é alguém em que o bebê se foca, para onde direciona sua atenção. Onde o bebê não está, a coisa não existe
Mudança na projeção e introjeção
-Mesmo objeto 
-Introjeção boa, projeção má
↳Klein começa a perceber erros nisso, pois tanto o bom quanto o mau poderiam ser tanto projetados quanto introjetados
↳como podemos dizer isso? aquilo que vai ser colocado em algum lugar
↳projeção se dá sobre uma certa tela. É tanto algo “jogado longe” quanto uma imagem que se forma ante nós mesmos
↳pode-se projetar algo bom para enriquecer o objeto, sendo uma forma de idealizar esse objeto -> essa dinâmica se aproxima de Freud, do narcisismo -> cedo algo bom meu em favor do outro, ao passo que se introjetou excessivamente o bom do objeto, posso esvaziar o objeto, deixando-o desinteressante
↳posso incorporar algo ruim para ter controle
Identificação projetiva como tendência a tomar posse e controlar o objeto, fantasia
boa (experiências de satisfação, idealização)
má (frustração e agressão)
↳criança cria fantasias com tudo isso
↳projeção, inicialmente, como mecanismo de defesa. Quando Klein percebe que o sujeito projeta o que idealiza e produz objetos idealizados, questiona se a projeção é só um método defensivo, já que possui até um potencial de enriquecer o objeto
Identificação projetiva boa e introjeção
↳só a benefício se junto a projeção haja a introjeção. Se a introjeção “não fizer pé”, se tem alguns problemas
-Efeitos negativos
afetos depressivos
↳fantasia de que o outro está consumindo o bebê, se a criança está fazendo muita introjeção sobre o objeto, isso pode-se dar como uma forma de negar a realidade insatisfatória do objeto
↳se a criança tira algo do eu e coloca no objeto, esse eu fica empobrecido, levando a criança a se sentir menos (menos investido de amor) (problema é se a projeção não retorna
temor de ser absorvido pelo objeto
↳me coloco tanto dentro daquele objeto (incestuosamente falando), forma um com a mãe, dando o temor de ser absorvido pela mãe. Identificação com a inexistência, anulação do sujeito, podendo isso ser experimentado por uma confusão de eu e não eu, criança não saber se está aqui ou está lá (onde estou, o que sou eu), rompendo a barreira de eu e não eu e de eu e objeto
↳isso ocorre pela identificação projetiva 
o que é projetado no outro nunca passa batido, é sempre reencontrado de uma forma que chama atenção (e pode ser de uma forma ruim, como algo a ser agredido e controlado; como de uma forma boa, como algo de satisfação e amor)
o projetado está no campo de atenção e de interesse do bebê, mantendo sempre um vínculo de identidade, fazendo com que aquilo não me deixe de dizer respeito e me concernir de alguma forma
esse aspecto projetado sempre pode ser reintegrado
geradora de confusão ego e não ego
-Tendência a manutenção do vínculo de identidade com o aspecto projetado
Três formas da identificação projetiva
-Negativa
↳projeção do ódio, do objeto ruim, seio ruim, mãe má
-Positiva
↳está na base dos processos de identificação e empatia
↳empatia está na possibilidade de me reconhecer com o outro
-Positiva excessiva
↳a positiva pode ser excessiva, e isso tem algumas funções:
incapacidade de continência do objeto
↳objeto não consegue devolver o investimento para o sujeito. Na idealização do objeto, o objeto não devolve a idealização para o sujeito (aspectos bons não retornam)
Klein dá ênfase tanto na identificação projetiva negativa (projetar insatisfação no objeto para controlá-lo por dentro) quanto na projetiva positiva excessiva (excessiva por não ter retorno a criança do aspecto negativo, fazendo a criança se esvaziar, ficar com menos investimento narcísico), negando a realidade e sendo forma de lidar com a incontinência do objeto. A negativa como mecanismo de defesa frente a momentos de angústia e insatisfação
a positiva não depende de momento de angústia
identificação projetiva como mecanismo de defesa
negação da realidade
↳se o objeto não consegue devolver aquilo para a criança, ele não está sendo satisfatório, não está devolvendo a satisfação
↳essa insatisfação produz uma necessidade do bebê negar a realidade insatisfatória e empobrecer o eu
-Quando Klein não denomina o objeto por “mãe”, ela deixa de apontar que algum processo psíquico acontece e é projetado na própria mãe. É a ausência da subjetividade da mãe
Algumas dificuldades de Klein
-Ausência da subjetividade da mãe
-Ênfase no caráter negativo
Inter-subjetividade: Díades
↳outro autor (Bion?)
-Mãe-bebê
-Analista-analisando
↳segundo ele, há uma comunicação na análise que se assemelha a comunicação entre o bebê e a mãe. O analisando seria o “bebê” (de forma completamente metafórica), e o fundamental que ele comunica é de uma linguagem, de uma semelhança, ao que o bebê comunica a mãe
↳reintrodução da subjetividade da mãe nesse circuito. Esse retorno ao que foi projetado é mais valorizado, e com uma ênfase ao que é introjetado, pois há algo ali no meio da subjetividade da mãe que devolve a projeção da criança, fazendo que a devolutiva não volte exatamente da forma como atingiu a mãe
↳a mãe ouve, interpreta, um pedido do bebê antes que ele de fato seja capaz de se comunicar, fazendo o autor pensar que o mais importante da comunicação na análise se dá na projeção que se faz na transferência, a projeção da fantasia do analisando
↳ênfase que o analista não é de fato uma mãe, e ele tem uma capacidade de fazer uma tradução sob transferência das projeções do analisando, devolvendo aquilo que o analisando projeta, de forma que aquilo possa ser introjetado
↳esse processo “ativa” as fantasias da mãe, da posição sonhante dela, e a partir dessas fantasias que a mãe responde ao bebê 
↳o analista não é uma mãe por não ter que produzir essa fantasia no analisando, da forma que a mãe faz ao bebê
↳analista devolve os elementos não integrados do analisando, devolve aquilo que ficou cindido apesar das integrações posteriores do eu
Identificação projetiva
-Negativa: agressiva e violenta, objeto mau, psicótico
↳mecanismo em momentos de experiência de insatisfação, seio mal, com ênfase em um caráter psicótico por levar a uma cisão, rompimento e projeção de algo que vai se manter para fora. Isso, quando se dá sob o objeto mau, não da introjeção, fazendo o mau ficar externo sem ser introjetado, enfatizando o psicótico
↳além disso, por isso se dar na insatisfação, as fantasias reforçadas são as paranoides, de cisão e agressão
↳projeção pura e simples, quando acontece sobre o objeto mau, ocorre com ódio, com projeção de ódio sobre o ódio
↳isso pode ser integrado (posterior ao esquizoparanóide) por toda identificação projetiva negativa tem a ver com a culpa, e isso da culpa só se dá na posição depressiva
↳só na depressiva que a culpa e a pulsão de morte podem se assimilar
↳a função do eu até aí se dá apenas pelas experiências de satisfação, fazendo mal predominar no que está fora e o bom predominar no que estádentro
-Positiva: comunicativa, objeto bom, não-psicótico
↳tem função de estabelecer um elo de comunicação entre mãe e bebê e se dá a partir do objeto bom que produz satisfação e contando com um funcionamento não-psicótico
↳comunicação parte de haver uma satisfação na resposta (como a mãe atender a criança e processar a demanda dela, traduzir e transformar o que a criança projeta) é chamado de processo alfa 
 ↳a transformação desses elementos alfas como pensamentos oníricos (inconscientes) transformados pela mãe em pensamento de vigília para responder a criança é o que o autor diz que seria uma identificação projetiva comunicativa, onde a partir desse processo a mãe devolve como pensamento articulado (representado e geralmente em palavras) para a criança. No momento que isso é devolvido, a criança introjeta algo diferente do que projetou, favorecendo uma forma não psicótica
↳isso introjetado por identificação produz uma maior integração do eu, e não uma fragmentação (acontece uma fragmentação, mas aí se reintegra)
-Psiquismo materno como mediador da função integradora, tradução do impensável em pensável
↳o processo é de traduzir o que não é pensamento em pensamento, fazendo com que isso dependa de uma “máquina de pensar”
↳é importante a distinção porque o elemento alfa é incorporado, mas a máquina de pensar não é
↳o ato de cuidado, de satisfação etc., transferem para a criança a capacidade de pensar, a criança vai incorporando aos poucos a máquina, tendo autonomia de pensar e de integrar, partindo de experiências de satisfação
-Identificação projetiva como elo de ligação
↳não é apenas um mecanismo de defesa, é um elo de ligação mãe-bebê, fundamental para transformar o filhote de homo sapiens em um bebê humano (isso pode não acontecer e o bebê pode não virar um filhote humano, já que isso depende de como ele é tomado)
Essa identificação ocorre em três aspectos simultâneos
-Projetivo (projetador; bebê - mãe)
↳projeção do bebe na mãe
-Processamento (receptor; mãe)
↳ocorre na mãe, no receptor, que transforma o pensamento onírico em 
↳importância de ouvir os pais, para saber o que depreende da criança, depreender quais eram as fantasias e o que se satisfazia no momento em que a mãe ou pai cuidava da criança, já que essas fantasias que produzem um processamento
↳precisa haver uma "coincidência", uma semelhança entre o que a criança projeta e a produção de alguma fantasia na mãe, que supõe uma fantasia no bebê em questão, sonhando a fantasia, sonhando a subjetividade do bebê (sonha o sonho do bebê)
 ↳o que importa é esse processo de tradução inconsciente que acontece na mãe
-Introjetivo (receptor; mãe-bebê)
↳quando a mãe devolve algo ao bebê a partir desse processamento, isso resulta em uma ação dela, que é o que devolve a criança. Isso proporciona coisas para serem introjetadas pelo bebê, indo então do receptor (mãe) ao bebê
Rêverie
↳capacidade que a mãe tem de devanear, sonhar acordada em relação ao bebê
↳palavra francesa que traduz Tagtraum (dia sonho, sonho diurno, devaneio)
↳essa interpretação que a mãe faz do bebê é muito semelhante ao estado de devaneio
↳Freud, inclusive, aproximou esses devaneios de sintomas histéricos? *não tenho certeza disso (alguma forma de censura do pensamento “racional” ausente. Devaneio não tem que coincidir com a realidade, tendo características das fantasias chamadas pré-conscientes, por ainda serem articuladas no campo da linguagem e que levam em condição certas estruturas, lógicas
↳Fantasias puramente conscientes partem de representação de coisa
↳Bion aproxima isso da forma que a mãe cuida do bebê e dos sintomas neuróticos
-Devaneio, sonhar acordado, pensativo
Rêverie relaciona-se a 
-Capacidade de tolerar frustrações
↳capacidade do bebê de ter essa tolerância
↳importância da mãe também, porque ela mesma tem muitas frustrações e que ela deve tolerar e processar nesse cuidado, fazendo com que, aos poucos, a criança tolere suas próprias frustrações
↳mãe transmitindo o processo secundário a criança (a resposta da mãe também porta um pouco do primário, mas prevalece o secundário)
-Necessidade de amor
↳tanto da mãe quanto do bebê
↳ouve o choro do bebê como uma forma de amor, que toca no ponto da própria demanda de amor dela, que produz um processo secundário, um saber da mãe sobre o bebê
-Processo de conhecimento e pensamento
↳esse processo da mãe conhecer gera pensamentos, gera uma imagem do bebe na mãe, com a qual o bebê pode se identificar depois

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