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Reforma Sanitária no Brasil

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Reforma Sanitária no Brasil 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
 
O termo “Reforma Sanitária” foi usado pela 
primeira vez no país em função da reforma 
sanitária italiana. Na 8ª Conferência 
Nacional de Saúde esse termo foi usado 
para se referir ao conjunto de ideias que se 
tinha em relação às mudanças e 
transformações necessárias na área da 
saúde. Essas mudanças se faziam 
necessárias em todo o setor da saúde para 
melhoria das condições de vida da 
população. No início das articulações, o 
movimento pela reforma sanitária era um 
conjunto de pessoas com ideias comuns 
para o campo da saúde. 
O movimento da reforma sanitária nasceu 
dentro do ponto de vista da luta contra a 
ditadura. Os departamentos de Medicina 
Preventiva da Universidade de São Paulo e 
da Universidade de Campinas e o Instituto 
de Medicina Social da Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro eram os espaços 
onde se realizavam essas discussões. 
A história nos mostra que durante todo 
esse processo de revolução na área da 
saúde várias correntes se juntaram como 
protagonistas, como o movimento 
estudantil, que propagou as ideias da 
reforma e fez com que diversos jovens 
estudantes começassem a se incorporar 
nessa nova perspectiva da saúde. As 
Semanas de Estudos sobre Saúde 
Comunitária e os Encontros Científicos dos 
Estudantes de Medicina foram espaços que 
proporcionavam ambientes propícios para 
dialogar as propostas do movimento 
 
sanitário na época porque eram ignorados 
pela repressão militar e não 
caracterizavam o caráter político 
(embutido) de suas discussões. 
Nesse momento esse grupo de trabalho 
ganhou forças de médicos residentes, que 
na época trabalhavam sem carteira 
assinada e com uma carga horária 
excessiva, os sindicatos médicos e os 
Conselhos Regionais de Medicina. A criação 
do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde 
(Cebes), em 1976, surge com o propósito de 
lutar pela democracia, de ser um espaço 
de divulgação do movimento sanitário, e 
reúne pessoas que já pensavam dessa 
forma e realizavam esses projetos 
inovadores. 
A Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) 
da Fundação Oswaldo Cruz começou a 
discutir algumas diretrizes do movimento 
sanitário, como os conceitos de 
descentralização, participação popular e 
organização. Vários projetos surgiram na 
época como a clínica de família e pesquisas 
comunitárias. No final da ditadura o 
movimento já tinha propostas conseguindo 
se articular em um documento 
chamado Saúde e Democracia que foi 
enviado para aprovação do Legislativo. 
A 8ª Conferência Nacional de Saúde reuniu 
mais de quatro mil pessoas, das quais 50% 
eram usuários da saúde saindo desse 
evento a primeira ementa constitucional 
criado por um movimento social. Esse foi 
considerado o maior sucesso da reforma 
Reforma Sanitária no Brasil 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
 
sanitária. Arouca foi quem apresentou o 
documento Saúde e Democracia e presidiu 
a 8ª Conferência Nacional de Saúde, 
apresentou a emenda popular e, como 
Deputado Federal, foi designado como 
relator da extinção do Inamps. Como 
resultado final do movimento pela reforma 
sanitária, Arouca considera uma grande 
conquista a universalização da saúde e é 
um dever do Estado e da função 
complementar da saúde privada está 
integrada neste processo; a ideia de que a 
saúde deve ser planejada com base nas 
conferências, a formação dos Conselhos de 
Saúde como parte do SUS, tendo 50% de 
usuários e a formação da Comissão 
Nacional da Reforma Sanitária 
transformou a Lei Orgânica 8080. 
 Arouca dizia que o conceito de saúde e 
doença estava ligado a trabalho, 
saneamento, lazer e cultura e, por isso, era 
preciso discutir a saúde não como política 
do Ministério da Saúde, mas como uma 
função de Estado permanente. 
 
"Está em curso uma reforma democrática 
não anunciada ou alardeada na área da 
saúde. A Reforma Sanitária brasileira 
nasceu na luta contra a ditadura, com o 
tema Saúde e Democracia, e estruturou-se 
nas universidades, no movimento sindical, 
em experiências regionais de organização 
de serviços. Esse movimento social 
consolidou-se na 8ª Conferência Nacional 
de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira 
vez, mais de cinco mil representantes de 
todos os seguimentos da sociedade civil 
discutiram um novo modelo de saúde para 
 
 
o Brasil. O resultado foi garantir na 
Constituição, por meio de emenda popular, 
que a saúde é um direito do cidadão e um 
dever do Estado." (AROUCA, 1998) 
 
(REFORMA SANITÁRIA) 
 
 
 
A 8ª Conferência representou o evento 
mais significativo no que diz respeito a 
política de saúde já ocorrido na história do 
Brasil. A nova carta constitucional 
transformava a saúde em direito de 
cidadania e dava origem ao processo de 
criação de um sistema público, universal e 
descentralizado de saúde no Brasil. 
A VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), 
realizada no ano de 1986, recomendou um 
modelo de proteção social com a garantia 
do direito à saúde integral e o conceito de 
saúde passou a ser definida como uma 
forma de organização da produção da 
sociedade e das desigualdades sociais e 
não apenas como resultado das condições 
de alimentação, habitação, educação, 
trabalho, lazer e acesso aos serviços de 
saúde. 
Reforma Sanitária no Brasil 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
 
Os eixos temáticos da conferência: 
1) saúde como direito; 
2) reformulação do Sistema Nacional 
de Saúde; 
3) financiamento do setor. 
 
Para discutir os rumos do novo sistema de 
saúde proposto precisou de um amplo 
processo de mobilização social, que 
articulou representação de diferentes 
segmentos e estimulou a realização de pré-
conferências nos estados. Essas pré-
conferências foram organizadas com 
representantes dos usuários, profissionais 
de saúde e entidades sociais, onde foram 
eleitos seus delegados que o representaria 
na Conferência Nacional, neste encontro 
permitiu a reunião de cerca de quatro mil 
pessoas em Brasília, dos quais mil eram 
delegados com direito a voz e voto.

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