Ciclo de vida da Fasciola hepatica

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FASCIOLOSE
Espécie: Fasciola hepatica - Classe: Trematoda
Ciclo biológico
1. O verme adulto presente na árvore biliar do hospedeiro deposita ovos operculados que, com a bile, chegam ao intestino e são eliminados com as fezes
2. Os ovos, encontrando condições favoráveis, dão origem a miracídios em 9 a 15 dias
3. O miracídio, ao sair ativamente do ovo, deve encontrar um caramujo do gênero Lymnaea; se não encontrar um hospedeiro intermediário, o miracídio morre em poucas horas
4. Após penetrar no molusco, cada miracídio forma um esporocisto, o qual dá origem a várias rédias. Essas rédias dão origem a cercárias (rédias de segunda geração)
5. Durante cerca de 3 meses, cada molusco libera diariamente seis a oito cercárias
6. Logo que a cercária sai do caramujo, ela adere a uma superfície (folhas ou plantas ribeirinhas), perde a cauda e encista-se, formando a metacercária.
7. O hospedeiro definitivo (humanos ou animais) infecta-se ao ingerir água ou alimentos contaminados com metacercárias
8. Após serem ingeridas, as metacercárias desencistam-se no intestino delgado, penetram na parede intestinal, atingem a cavidade peritonial e entram no fígado após perfurarem a cápsula hepática
9. Dentro do fígado, migram pelo parênquima hepático até atingirem os ductos biliares, onde se fixam e tornam-se vermes maduros (adultos)
· A fase aguda da doença (migração pelo parênquima hepático) inicia-se 6 a 12 semanas após a ingestão das metacercárias e tem duração de 1 a 3 meses; na fase crônica (quando o parasita alcança os ductos hepáticos e se torna adulto) é que ocorre a eliminação de ovos.
Formas evolutivas
· Forma imatura: representada pelo verme jovem 
· Forma adulta: parasita hermafrodita, ovoide e de cor pardo-acizentada. Mede cerca de 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 1 mm de espessura. Apresenta uma ventosa oral e uma ventosa ventral, e seu tegumento contém espinhos que ajudam na adesão à parede dos ductos biliares.
· Ovo: é operculado, tem cor amarelo-amarronzada e forma oval. Mede de 130 a 150 µm por 63 a 90 µm.
· Miracídio: larva ciliada
· Esporocisto: “saco” contendo células germinativas que darão origem a rédias
· Rédia: forma evolutiva que já possui abertura bocal e esboço de tubo digestório
· Cercárias: apresenta cauda não bifurcada e mede cerca de 900 µm
· Metacercárias: cercária encistada
Modo de transmissão
A transmissão ocorre por meio da ingestão de água e alimentos (principalmente verduras) contaminados com metacercárias.
Sinais e sintomas
· Fase aguda (forma jovem): febre de até 40ºC, dor abdominal no hipocôndrio direito e hepatomegalia; distúrbios gastrointestinais; pode-se encontrar hepatite leve até necrose maciça e hemorragia subcapsular; eosinofilia periférica; urticária causada por reação imunoalérgica.
· Fase crônica (forma adulta): inflamação e/ou obstrução do ducto biliar, levando à colangite e cirrose biliar; ao exame físico, pode haver anemia, hepatomegalia, icterícia e emagrecimento; pode não existir qualquer sintoma, nem eosinofilia ou mesmo achado de ovos nas fezes.
Diagnóstico direto
Exame parasitológico de fezes
Diagnóstico indireto
Teste sorológico – métodos ELISA, intradermorreação e imunofluorescência
Pode-se usar exames complementares, como: ultrassonografia, tomografia computadorizada, colangiopancreatografia endoscópica retrógrada, laparoscopia e biópsia hepática
Tratamento
Triclabendazol; bithionol; albendazol; deidroemetina; tratamento cirúrgico (em casos de complicação por obstrução)
· Em ordem do mais para o menos indicado