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Determinantes Internos da Politica externa de Moçambique

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1 
 
Índice 
1. Introdução ..................................................................................................................................... 2 
1.1. Objectivos .................................................................................................................................. 3 
1.1.1. Geral ....................................................................................................................................... 3 
1.1.2. Especifico ........................................................................................................................... 3 
1.2. Metodologia ............................................................................................................................... 3 
2. Contextualização ........................................................................................................................... 5 
2.1. Conceptualização ...................................................................................................................... 5 
2.2. Determinantes da Política Externa de Moçambique ............................................................. 5 
2.3. Determinantes internos......................................................................................................... 5 
2.3.1. Geografia ....................................................................................................................... 6 
2.3.2. Percepções de Liderança .............................................................................................. 8 
2.3.2.1. Doutrina de Machel .................................................................................................. 8 
2.3.2.2. Doutrina Chissano..................................................................................................... 9 
2.3.2.3. Doutrina Guebuza ................................................................................................... 10 
2.3.3. Estabilidade política e desenvolvimento econômico ................................................. 10 
3. Conclusão ..................................................................................................................................... 12 
4. Referencia bibliográfica ............................................................................................................. 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO I 
2 
 
1. Introdução 
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Política Externa de Moçambique, que 
pertence as cadeiras leccionadas no curso de Relações Internacionais, versa sobre os 
Determinantes da Política Externa de Moçambique, dando foque aos determinantes Internos. 
O primeiro desafio na abordagem do tema acima citado, centrar-se-á nos estudos dos 
conceitos de Política Externa, de Determinantes de Política Externa e a posterior, dar 
segmento as abordagens referentes aos determinantes Internos de Política Externa de 
Moçambique. 
No âmbito das vastas relações que os Estados estabelecem no sistema internacional, surge a 
necessidade do estabelecimento de políticas, que visam necessariamente na adopção de 
medidas (economias, políticas e sociais). Dessas relações estabelecidas com o exterior, 
ocorrera casos de assimetria, ou seja, a disparidade de capacidade entre os Estados. Neste 
sentido, a política externa ee um processo através o qual os Estados com disparidades de 
capacidades constroem um equilíbrio de poder, através de alianças com outros Estados para 
evitar confrontos (Womack, 2007c) citado por Wache. 
O Estado por ser uma unidade institucional, possui necessidades, interesses e valores, 
enquanto estrutura política, assim como instrumento que busca segurança, justiça e bem-estar 
do seu povo. Portanto, para a prossecução das suas necessidades e de seu povo, a prossecução 
e materialização dos seus interesses e defesa dos seus valores, o Estado precisa de uma 
política que transcenda as suas fronteiras e se oriente para outros actores do Sistema 
Internacional. Esta política denomina-se Política Externa (Zeca, 2013). 
A prossecução da Política Externa de um Estado depende intricadamente de seus 
determinantes, sendo estes factores e suas variações ao longo do tempo influência na mesma. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.1.Objectivos 
1.1.1. Geral 
 Analisar e compreender os determinantes internos da política externa de 
Moçambique como factores influenciadores nas suas relações com o exterior. 
 
1.1.2. Especifico 
 Ilustrar os determinantes internos da política externa de Moçambique e sua forma 
de actuação. 
 Fazer o enquadramento teórico das doutrinas dos presidentes moçambicanos no 
contexto dos determinantes internos da política externa moçambicana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. Metodologia 
4 
 
Para a materialização e o alcance dos objectivos traçados para o presente trabalho recorreu-se 
a Consulta Bibliográfica. 
A Consulta Bibliográfica consistiu na busca de informações relevantes sobre a temática em 
estudo no manancial teórico disponível (Livros e artigos na internet) que retratam de forma 
sumaria a temática, o que permitiu o enriquecimento da fundamentação teórica do trabalho. 
Os artigos e livros acima mencionados serão referenciados nas referências bibliográficas 
como forma de preservar os direitos autorais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO II 
5 
 
2. Contextualização 
2.1. Conceptualização 
De acordo com Webber e Smith (200:2) citado por Wache, a Política Externa é a composição 
de objectivos almejados, valores estabelecidos decisões e acções tomadas por governos e 
Estados nas suas relações externas. 
Segundo Wache (2020, p.32) a politica externa é um 
conjunto de decisões e acções tomadas por Moçambique 
para com outros Estados. 
Segundo Chander e Aurora (1996, p.69), citado por Wache, Determinantes de Política 
Externa são factores que influenciam a política externa de um determinado Estado. Foi com 
reconhecimento da multiplicidade de factores e sua variação ao longo do tempo que os mais 
constantes e consistentes foram selecionados para analisar sua influência na política externa 
de Moçambique. Os determinantes de política externa de Moçambique são apresentados em 
duas categorias, internos e externos. Porém, somente importa nos referir os determinantes 
internos. 
Para Zeca (2013: 126) os determinantes da política externa são diversos factores que 
condicionam, constrangem ou contribuem positivamente para a formulação e prossecução da 
politica externa de um Estado. 
2.2. Determinantes da Política Externa de Moçambique 
Para Wache (2020: 80) os determinantes da política externa de Moçambique são apresentados 
em duas categorias: 
 Internos; e 
 Externos. 
Porém o grupo ira apenas cingir-se nos determinantes internos. 
2.3.Determinantes internos 
Segundo Chander e Aurora (1996ː 69-17) apresentam doze determinantes internos da política 
externa de um Estado nomeadamenteː Extensão do Estado, a Geografia, a Cultura e História, 
o Desenvolvimento Econômico, a Tecnologia, a Capacidade Nacional, a Estrutura Social, a 
Disposição Publica, a Organização 
6 
 
 Política, o Papel da Imprensa, a Responsabilidade Política e a Liderança. 
Holst (1988ː 93-94) argumenta que as decisões em política externa são influenciadas pela 
Geografia, Economia, Sociedade e as Percepções dos formuladores de políticas (Wache, 
2020: 80-81). 
2.3.1. Geografia 
Os elementos geográficos como a localização, características topográficas e dotação de 
recursos naturais influenciam, as políticas externas dos Estados (Holst, 1988ː 94). Em 
Moçambique, todos os três elementos são extremamente influentes na política externa de 
Moçambique. 
Em relação a localização geográfica, Moçambique é um Estado costeiro que estabelece linha 
de comunicação marítima que ligam o mundo aos Estados do interior tais como Malawi, 
Zâmbia, Zimbábue, Botswana,Suazilândia e Lesotho, incluindo algumas províncias da 
África do Sul. 
Devido a sua localização geográfica e a dotação de recursos naturais, Moçambique tomou 
uma série de decisões que não tomaria se fosse um Estado do interior. Algumas dessas 
decisões sãoː 
 Intensa utilização de corredores ferroviários e rodoviários destinados a fornecer 
serviços aos Estados do interior; 
 Encerramento da fronteira com Rodésia do Sul; 
 Proibição de navegar pelos rios Shire e Zambeze; 
 Assinatura do acordo tripartido entre Tanzânia - Moçambique - África do Sul para o 
patrulhamento do canal de Moçambique (Wache, 2020: 81 In: Wache, 2015: 89). 
No que diz respeito a intensa utilização de corredores ferroviários e rodoviários importa 
realçar que é a localização geográfica que gerou a necessidade de Moçambique prestar 
serviços aos Estados vizinhos como acção de política externa. E por consequência da 
necessidade de prestar serviços aos Estados vizinhos, gerou-se uma forte ligação entre 
Moçambique e os Estados do interior em detrimento das ligações domesticas. Por exemplo as 
ferrovias não estão interligadas, mas cobrem as três regiões, a saber norte, centro e sul e 
estabelecem ligações com exteriores. Nestas regiões estão localizados o corredor de Nacala, o 
corredor da Beira e o corredor de Maputo, respectivamente. 
7 
 
Moçambique pela sua localização costeira é um ponto importante para o comercio 
internacional para os Estados do Interland, assimː 
 O Corredor de Nacala compreende o porto de Nacala e a linha férrea que liga Nacala 
ao Malawi. 
 O Corredor da Beira compreende o porto da Beira, uma linha férrea que liga a Beira 
ao Zimbabwe e a linha férrea de sena que liga a Beira a Moatize, isso na província de 
Tete. 
 O Corredor de Maputo compreende o porto de Maputo, a linha de Limpopo que liga o 
porto de Maputo ao Zimbabwe, a linha de Ressano Garcia ligando o porto de Maputo 
a África do Sul e a linha de Goba que liga o porto de Maputo a Suazilândia. 
Estes corredores ferroviários são complementados por corredores rodoviários tais comoː A 
estrada Milange - Mocuba que liga Moçambique ao Malawi e Zâmbia, A estrada Beira – 
Machipanda que liga Moçambique ao Zimbabwe, o Corredor Cuchamano – Tete - Zobué 
ligando Moçambique ao Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, e a estrada Maputo - Withbank 
ligando Moçambique e África do Sul. 
Tanto os caminhos de ferro como os corredores rodoviários tem uma enorme relevância para 
os estados vizinhos que não tem acesso directo ao mar. Esses estados precisam de portos, 
ferrovias e estradas para conduzirem seu comercio internacional. 
No que diz respeito ao encerramento histórico da fronteira com a Rodésia do Sul em 1976, 
Moçambique seguiu as recomendações da ONU sobre as sanções internacionais contra a 
Rodésia do Sul ( Abrahamsson e Nilsson, 1994ː 130). Esta decisão teve perdas econômicas 
em ambos Estados. O encerramento das fronteiras era para impedir que a Rodésia do Sul 
fizesse o comercio internacional a partir dos portos moçambicanos. Esta decisão resultou em 
perca de receitas em divisas para Moçambique. Assim, a localização geográfica permitiu que 
Moçambique sancionasse a Rodésia do Sul, uma acção que não seria possível se 
Moçambique fosse um país do Interland. 
A localização costeira de Moçambique também está no centro de uma disputa diplomática 
entre Moçambique e Malawi. Enquanto que o Malawi acredita que para reduzir os custos do 
comercio internacional deve navegar pelos rio Chire e Zambeze para ligar o porto de Chinde 
em Moçambique ao porto de Nsanje, no Malawi, o governo moçambicano discorda da opção 
Malawiana insistindo que o Malawi deve usar os corredores tanto ferroviários como 
8 
 
rodoviários. Foi neste contexto que se deu o incidente diplomático entre os dois Estados. Na 
sequência da discórdia, o ex-presidente a Bingu Wa Mutarika do Malawi inaugurou o porto 
de Nsanje em Outubro de 2010 e, simultaneamente, enviou um barco liderado por seu adido 
militar, o coronel James Kalipinde, para navegar pelos rios Shire e Zambeze em direcção ao 
porto do Chinde. As autoridades moçambicanas detiveram o barco e prenderam os seus 
ocupantes. 
A localização costeira de Moçambique também forçou Moçambique a assinar em 2012, um 
acordo tripartido com a Tanzânia e África do Sul para patrulhar o canal de Moçambique. O 
interesse de Moçambique em assinar o acordo tripartido surgiu da pirataria no canal de 
Moçambique depois de os piratas terem sequestrado um barco de pesca moçambicano em 
Dezembro de 2010 (Wache, 2015ː 89). A preocupação com o combate a pirataria cresceu 
devido a descoberta de grandes quantidades de gás natural na bacia do Rovuma onde operam 
empresas multinacionais que exige um alto grau segurança (Wache, 2020: 81-84). 
2.3.2. Percepções de Liderança 
Cada presidente moçambicano no pós - independência deu uma inclinação diferente a política 
externa de Moçambique. As diferenças surgiram inevitavelmente das experiências e 
preferências pessoais que culminaram com a construção da visão do mundo de cada 
presidente. 
 
2.3.2.1.Doutrina de Machel 
A Doutrina Machel incluía três perspectivasː uma luta anti - colonialista destinada a destruir o 
Estado colonial fascista, uma luta anti-imperialista destinada a destruir a dominação de 
empresas multinacionais e acabar com uso do nosso Estado como plataforma de agressão 
contra o regime progressistas africanos e uma luta destinada a liquidar o sistema de 
exploração de homem para homem e para estabelecer uma ordem social a serviço das massas 
exploradoras populares (Wache, 2020: 88 In Machel,1975: 241). 
Isto significa que, os amigos e inimigos de Moçambique durante o mandato de Samora 
Machel foram escolhidos na observância destas três perspectivas da Doutrina Machel. Assim, 
quaisquer movimentos de libertação que lutassem contra o colonialismo e contra a exploração 
do homem pelo homem eram considerados aliados naturais. Os Estados socialistas, que 
9 
 
lutavam contra o imperialismo, também eram considerados aliados naturais. Pelo contrário, o 
Ocidente e seus aliados, com excepção de Estados nórdicos como Holanda, Noruega, Suécia 
e Finlândia, foram considerados inimigos. Entre os Estados ocidentais, os principais inimigos 
de Moçambique eram os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental, porque 
eram considerados imperialistas (Wache,2020: 88, In: Machel, 1975ː 242). 
A Doutrina Machel de política externa também foi aplicada em África contra o Marrocos 
considerado um colonizador para Moçambique por causa da ocupação do Sahara Ocidental. 
Na África Austral a inimizade com África do Sul, a Rodésia do Sul e o Malawi e a amizade 
com os Estados da linha da frente (principalmente Tanzânia, Zâmbia e Angola) foram 
também o resultado da observância de Doutrina Machel. Assim, a doutrina Machel resumiu 
as percepções de Samora Machel em questões de política externa e foi instrumental na 
política externa de Moçambique durante o mandato de Samora Machel, embora a dinâmica 
do sistema internacional tenha pressionado Samora Machel a mudar a sua Doutrina nos anos 
1980 para facilitar as negociações sobre a adesão de Moçambique as instituições de Bretton 
Woods (Wache, 2020: 89). 
 
2.3.2.2.Doutrina Chissano 
Resultante da sua experiência política diplomática, em 1988, Chissano enunciou o que este 
estudo chama de Doutrina Chissano de política externa. Segundo Chissano, a acção 
diplomática moçambicana visavaː neutralizar o apoio externo ao inimigo, conquistar novas 
amizades e fortalecer as relações de amizade existentes com vários Estados (1988aː 23). 
Analisando a Doutrina Chissano, destacam-se três aspectosː. Neutralizar o apoio externo ao 
inimigo, conquistar novas amizades e consolidar as relações de amizades existentes. 
Portanto, a Doutrina Chissano era uma doutrina de amizade ilimitada, visando dois objectivos 
principais, nomeadamente a pacificação de Moçambiqueatravés de neutralização de apoio a 
Renamo, e reabilitação econômica através de novas amizades internacionais. Foi este 
aumento de parceiros de investimento que tornou possível o apoio financeiro ao programa de 
reabilitação econômica e posteriormente o programa de reabilitação econômica e social 
(Wache, 2020: 90-91). 
 
10 
 
2.3.2.3.Doutrina Guebuza 
A Doutrina Guebuza foi formalmente apresentada em 2010, quando o conselho de ministro 
publicou a resolução número 32/2010 sobre a política externa. A Doutrina Guebuza foi 
resumida pela seguinte frase "fazer mais amigos, promover mais parceiros" (Governo de 
Moçambique, 2010: 2) mostrando que a política externa de Guebuza se resumia a dois 
vectores complementares, nomeadamente (I) fazer mais amigos e (II) promover mais 
parcerias. 
Em relação ao primeiro vector-fazer mais amigos - é uma continuação da política externa do 
seu antecessor, e o objectivo principal era continua estabelecendo relações de amizades com 
outros estados. Este vector, essencialmente visava restaurar a confiança dos Estado que eram 
considerados imperialistas (Portugal e EUA) por Machel e amigos por Chissano. 
Em relação ao segundo vector – para promover mais parcerias – a novidade foi o 
estabelecimento de relações com benefícios mútuos ou um relacionamento igual em vez de 
uma relação de dependência entre os doadores e o receptor da ajuda externa (Wache, 2020: 
91-92). 
 
2.3.3. Estabilidade política e desenvolvimento econômico 
A estabilidade política e desenvolvimento econômico estão profundamente relacionados. 
Assim, um Estado instável não pode alcançar o desenvolvimento enquanto que um Estado 
estável é mais propenso a se desenvolver. Por este motivo, estes dois factores afectaram a 
política externa de Moçambique. Nesta secção, as relações entre esses dois factores 
(estabilidade política e desenvolvimento econômico) são analisados tendo em consideração 
guerra versus desenvolvimento econômico e paz versus desenvolvimento econômico 
No que diz respeito a relação entre guerra e desenvolvimento, durante o período de 1975 a 
1992, Abrahamsson e Nilsson (1998: 15) argumentam que economicamente os reveses que 
afectaram a estratégia de desenvolvimento da FRELIMO na década de 1980 tem sua 
principal explicação na desestabilização econômica e militar (guerra) que o Estado enfrentou 
alguns anos apos a independência. Mas tarde, Abrahamsson e Nilsson (1998: 235) afirmaram 
que a guerra colapsou a economia rural. De facto, devido a guerra de 1985, as exportações de 
Moçambique atingiram o seu nível mais baixo. Moçambique exportou apenas o equivalente a 
11 
 
27⁒ do que exportou em 1981. As importações também foram reduzidas em 47⁒ no mesmo 
período. É fácil entender algumas das decisões de política externa de Moçambique neste 
período. (Wache, 2017: 70) aponta três decisões de política externa de Moçambique 
influenciada pela guerra, a saber: 
 Assinatura de acordo de Inkomati em 1984 com a república da África do Sul; 
 As visitas oficiais ao Ocidente, como a visita do presidente Samora aos EUA em 
1985; e 
 Entrada de Moçambique na convenção de Lomé III em 1984. 
No que se refere ao nexo entre paz e desenvolvimento econômico durante 1992 a 2015, 
Wache (2015: 81) afirma que com o fim da guerra civil em 1992, a economia começou a 
crescer num ritmo acelerado. De facto, a Organização Para e Desenvolvimento Econômico 
(2013) e a Comunidade para o desenvolvimento da África Austral (2014) constataram que 
entre 2000 e 2015 a economia Moçambicana cresceu 7⁒ em media por ano. Para este 
crescimento econômico a paz foi factor chave. Com a paz, foi possível implementar uma 
política externa que permitisse a atração de investimento directo estrangeiro para o Estado. 
De facto, o aparecimento da Mozal em 1995 marcou o inicio do IDE em Moçambique. 
Depois de Mozal outras empresas internacionais como a Sasol, a Vale a Rio Tinto, a Jindal, a 
Anadarko, a ENI, a Statoil e a Kenmare entre outras multinacionais vieram investir em 
Moçambique. 
Portanto a estabilidade política e o desenvolvimento econômico determinaram a política 
externa de Moçambique de forma positiva e negativa. A guerra civil levou ao colapso da 
economia forçando o Estado a tornar-se dependente da ajuda externa e da divida para a sua 
sobrevivência. A paz revitalizou a economia que levou o Estado a atrair Investimento Directo 
Estrangeiro (Wache, 2020: 93-94). 
 
 
 
 
CAPITULO III 
12 
 
3. Conclusão 
Como nota conclusiva importa referir que, os determinantes de política externa são factores 
que podem influenciar positiva ou negativamente na política externa de Moçambique, ou 
seja, são condicionadores nas relações externas de um Estado, em concreto Moçambique. 
Prcebe-se que cada Presidente mocambicano no pos-independencia trouxe uma visao ou 
inclinacao diferente a Politica Externa de Mocambique. Estas diferentes inclinacoes surgem 
na medida em que as experiencias e preferencias pesssoais inspiraram novas concepcoes 
cujas influenciaram e determinaram a Politica Extrena de Mocambique. 
Feita a análise dos determinantes da política externa de Moçambique, pode se aferir que, 
foram vários acontecimentos que causaram a tomada de certas decisões provindas de 
Moçambique para com o exterior, principalmente para os países circunvizinhos. São 
necessariamente estes factores que condicionaram as boas relações e alguns constrangimentos 
em relação a Moçambique para o exterior desde 1975. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Referência bibliográfica 
13 
 
1. ABRAHAMSSON, Hans e NILSSON, Anders, (1994) Moçambique em Transiçao, 
um estudo da historia de desenvolvimento durante o periodo 1974-1992. Maputo: 
Padrigu. Africa 
2. CHANDER, Parakash e AURORA, Prem,(1996), International Relations,16th 
Edition, New Dheli: Cosmos Bookhive. 
3. HOLSTI, Kalevi, (1988) International Politics: A Framework for Analisys, 5th 
edition, New Gersey> Prince Hall 
4. WACHE, Paulo Mateus (2020). Política Externa de Moçambique para África de 
Sul: Gerindo a Diplomacia Assimétrica. Editora: Universidade Joaquim Chissano, 
Maputo, p. 80-104 
5. WACHE, Paulo, (2015) A Case Study of Mozambique. In Martinalli, Marta and 
Pirozzi, Nicolleta, Promoting stability and Development in Africa: How to Foster 
Cooperation Between Public And Private Sectors. Roma:Edizioni Nuova Cultura, pp 
(67-91). 
6. WEBBER, Mark e SMITH, Michael, (2002), Foreign Policy in a Transformed 
World. London: Prentice Hall. 
7. ZECA, Emílio Jovando (2013). Relações Internacionais: Natureza, Paradigmas e 
Assuntos Transversais. Plural Editores, Maputo, p. 124 e 126.

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