Buscar

Prova de História Moderna

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Disciplina: História Moderna 
Docente: Marco Antônio Nunes da Silva
Questão 1: 
Jean Delumeau, na introdução do seu livro comenta sobre a ideia de que a Idade Moderna está relacionada a uma ruptura com o Medievo, afirmando que não se tem essa ruptura no sentido de que a Modernidade carrega inegáveis traços da Era Medieval. Para isso ele mostra que a Modernidade apesar de ser conhecida como Idade das Luzes, traz muita coisa obscura, como a escravidão, os surtos de doenças, muitas guerras e também os Autos de Fé, dentre outras obscuridades. Todavia, o autor não nega a presença de um despertar do homem para as artes, a pintura e a música, a conquista do Novo Mundo, e o surgimento de muitas invenções, que justifica essa fama de Idade das Luzes que é atribuída a Idade Moderna. Delumeau, mostra que o conceito de Renascimento é um conceito auto atribuído pelos próprios renascentistas que buscavam recuperar na antiguidade a fonte de pensamentos e de beleza. Outro ponto mencionado pelo autor é que os renascentistas julgavam a Idade Média como a Idade das Trevas, e afirma que essa ideia não é muito correta uma vez em que na Idade Média que surgiu as universidade e isso permitiu uma tradução dos escritos da antiguidade e assim os modernos puderam ter um contato com o mundo antigo. Jean Delumeau discorre também sobre o fato de que o Renascimento não foi um acontecimento exclusivo da Itália como muitas vezes é reproduzido pelo senso comum, uma vez em que vários países europeus produziram muitas coisas importantes para essa época tão famosa. Para isso o autor comenta sobre como a Espanha e Portugal tiveram importância nesse cenário renascentista que além de terem cada um seu próprio estilo na elaboração de suas obras, foram os pioneiros na Expansão Marítima, mostrando que o Renascimento estava presente em diversos países europeus. Todavia, o autor concorda que a Itália foi a pioneira em despertar o interesse para o arte voltada para a natureza e para o homem e que, foi lá também que houve uma libertação com a Idade das trevas e que os renascentistas entendessem que a Itália era uma civilização superior, pois ela retomou valores há muito esquecido. Em suma, para Delumeau o renascimento teve uma consciência histórica que era uma novidade e consequentemente trazia uma nova mentalidade, mudando até as perspectivas sobre os deuses e a mitologia.
Questão 2: 
Respondendo a necessidade do tempo, o protestantismo dar ênfase a três doutrinas principais: o sacerdócio universal, a infalibilidade apenas da Bíblia e a justificação da fé. A partir disso, Jean Delumeau discorre que as devassidões e a impureza da Igreja eram insuficientes para explicar a reforma, isso porque a Igreja tinha corrigido maior parte de suas fraquezas disciplinares mostrando assim que as causas da Reforma foram muito mais profundas do que esses problemas. Nesse momento a Europa se encontrava num cenário marcado pela guerra dos Cem Anos, pela Peste Negra, as guerras das Duas Rosas, sob numerosas crises e também e sob a loucura de Carlos VI. Todos esses fatos fizeram com que houvesse um abalo e uma desorientação no espirito dos indivíduos e da sociedade fazendo com que eles se sentissem culpados e achando no pecado uma explicação para tanta desgraça. Quando mais a sociedade se sentia pecadora mais ela tendia a pecar e isso culminou numa ruptura da fé profunda porque as pessoas acreditavam que com toda essas coisas acontecendo ninguém conseguiria entrar no paraíso. A sociedade via as desgraças sendo o castigo da mão de Deus e assim às viam como um mal positivo, fazendo essa sociedade acreditar que aquele seria o fim dos tempos e anunciando a chegada do Anticristo. O temor ao Juízo final, o inferno e a morte fez com que as pessoas passassem a duvidar da Igreja como detentora da verdade absoluta e gerou uma preocupação em torno da salvação pessoal. A salvação até então era uma concepção comunitária e se centrava na salvação do coletivo e não do indivíduo. Na busca da defesa contra a morte e a danação pós-morte, buscou-se um refúgio na misericordiosa mãe do Salvador e atribuindo a cada Santo uma proteção divida, retomando o politeísmo por meio de quatorze santos auxiliadores. Esses santos os protegiam contra doenças e contra a morte e cada um tinha uma função, gerando assim uma crença que só de olhar para o santo a pessoa estaria protegida pelo resto do dia. A Igreja nesse momento pregava que era possível obter salvação através da confissão e da comunhão, mas por outro lado, ela afirmava que uma pessoa poderia comprar a salvação ou pelo menos tentava afirmar que esse comércio era praticável. Mas a duvida sobre a eficácia desse poder foi exatamente o que agonizava o fim da Idade Média, como afirma Delemeau. Lutero na tentativa de acalmar e consolar as pessoas temerosas do castigo de Deus, afirmou então que Deus não era um juiz severo que Ele era um pai compadecido e que bastava a fé para que os fieis fossem salvos. Essa declaração fez com que a sociedade se apegasse ainda mais a necessidade da fé, pois eles estavam se sentindo abandonados pela Igreja e mal protegidos. Surge daí uma necessidade de afastar a liturgia tradicional e passar a preferir profissões a missas. Visto esse temor das pessoas, as Reformas protestante e católica, buscaram cada uma a sua maneira, uma forma de suprir as necessidades da sociedade. Essa sensação de estar sozinho em relação a Deus, fez com que houvesse um aumento de confrarias e com que as pessoas fizessem em sua casa uma capela individual para que pudessem estar mais ligadas a Deus e aos santos para rezarem pelos mortos e por suas famílias. Havia ai nesse momento uma separação de dois domínios: o da ciência para explicar os acontecimentos terrestres, que queria possuir autonomia e assim escapar da Inquisição da Igreja; e o do divino que era impenetrável pela razão humana e somente era acessível através da teologia. Essa transição afastava Deus para um universo longínquo e dava assim autonomia ao mundo humano. Isso tudo justificava o individualismo laico. Jean Delumeau atenta também para outro individualismo, que é o da piedade pessoal, afirmando que era baseado na imitação. Os fieis viviam a religião de forma mística que ultrapassava os meios de comunicação sacramentais da comunicação com Deus fazendo com que eles tivessem um contato direto com o soberano. Essa piedade pessoal fez com que as pessoas entendessem que não precisavam dos bispos e padres para se comunicar com Deus e os faziam escapar da disciplina eclesiástica. Num cenário de ascensão burguesa e artesanal, numa civilização mais urbana com um sentimento de nacionalidade e uma confusão dos espíritos suprimidos por uma insegurança religiosa advinda dos defeitos da Igreja, a Europa entrou numa espécie de anarquia cristã em que não se conseguia mais distinguir o sacro do profano, assim o domínio da fé se sentia invadido por uma série de elementos profanos gerando várias preocupações religiosas. Esse descredito que a Igreja estava tendo, fez com que ela fizesse um esforço no sentido de revalorizar sua função sacerdotal, criando seminários e organizando conferencias na tentativa de dar uma nova consciência aos fiéis. Para o autor, entender os abusos que a Igreja sofria, no sentido de ter uma riqueza excessiva, a acumulação de benefícios, e a utilização do dinheiro dos cristãos para fins puramente terrenos, nos faz entender melhor as causas da Reforma. Nesse sentido, a Igreja parecia mais preocupada com a proteção dos seus bens matérias do que com a alma dos fieis que despertou na sociedade o descredito na Igreja e a duvida de que se realmente os homens da Igreja fossem melhores do que os leigos e se ela era realmente a detentora da verdade, fazendo com que eles percebessem que eles também poderiam ter uma ligação direta com Deus surgindo assim a doutrina do sacerdócio universal que consiste em que todo homem pode ter contato direto com Deus. Para poder ter esse contato direto, já que os padres não tinham mais suaautoridade infalível, os homens se apegaram a Bíblia como o único recurso que os ligassem diretamente a Deus. A descoberta da imprensa permitiu ainda mais esse sacerdócio universal no sentido de atender as necessidades espirituais daquele tempo. A Bíblia ganhou varias traduções o que permitiu um acesso maior aos fiéis culminando numa fortificação do individualismo da piedade. Para sair de todo esse mal-estar a Igreja contou como humanismo que pretendia purificar a linguagem introduzindo um método crítico nas ciências religiosas às apresentando sob uma nova luz que botava em duvida a autoridade da bíblia vulgata. Os humanistas aspiravam para uma religião simples, livre de muitos dogmas e que procurava encontrar a paz de espírito. Eles também não negavam a ideia do pecado original, mas, também não ficavam presos a isso, contrapondo assim as ideias de Lutero. O humanismo preparou a reforma através de dois pontos um que contava com o regresso da Bíblia, e outro que chamava a atenção da religião para seu interior, diminuindo a importância da hierarquização, dos cultos e das cerimônias. Os humanistas também atribuíam aos homens uma força interior, através da generosidade, que lhes tiravam do pecado. Nesse sentido, Delumeau atenta que as duas Reformas (protestante e católica) correspondiam a mesma inquietação da consciência cristã.

Continue navegando