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História Idade Moderna SÉC. XV AO XVIII EXPANSÃO MARÍTIMA Introdução O comércio com o Oriente era bastante lucrativo para os comerciantes italianos, mas empobrecia a eco-nomia europeia, pois os produtos orientais eram pagos, em boa parte, com ouro e prata, o que provocava uma "hemorragia de metais preciosos". Na Europa ociden-tal, a produção de alimentos não era suficiente para ali- mentar sua população. Para agravar a situação, a po-pulação rural não tinha poder aquisitivo para adquirir a produção artesanal dos burgos. Assim, o excedente ar-tesanal deveria ser colocado em outros mercados. A solução natural para todos esses problemas foi a ex-pansão marítima. Como Veneza dominava as principais rotas do Mediterrâneo, era necessário encontrar novas rotas. Os europeus, acostumados à navegação no Mediterrâneo e próxima ao litoral atlântico, teriam que desenvolver técnicas mais ousadas, ampliar conhecimentos geográ-ficos e astronômicos para orientação em mar alto, e me-lhorar a cartografia, essencial para a representação das novas regiões. As modernas invenções criavam uma perspectiva favorável para as navegações: a imprensa propiciava a divulgação dos avanços, a pólvora era utilizada para ar-mar os navios com canhões e instrumentos como a bússola e o astrolábio orientavam melhor os nave-gantes. A introdução do leme e o uso da vela latina propi-ciaram o aparecimento da caravela, um navio capaz de enfrentar os grandes percursos, as grandes ondas do Atlântico e de carregar muita mercadoria. Somem-se, a tudo isso, o interesse econômico do Estado moderno e a obra missionária da Igreja Católica e temos um amplo estimulante das grandes navegações. A queda de Constantinopla, em 1453, acelerou a expansão marítima, pois com as rotas comerciais no Mediterrâneo oriental sob controle dos turcos, as mer-cadorias asiáticas alcançaram um alto preço. Assim, era preciso descobrir novas rotas para evitar o domínio comercial dos turcos e venezianos no Mediterrâneo e atingir as Índias diretamente, sem intermediação. O Pioneirismo de Portugal A grande expansão marítima europeia se iniciou com Portugal quando, em 1415, tomou Ceuta, cidade comercial árabe norte-africana, portanto bem antes da queda de Constantinopla. Localiza-se na parte mais ocidental da Europa. É um país voltado naturalmente para o Atlântico. Desde o século XIV era comum navios, que ligavam a Itália e para o mar do Norte, aportarem em Lisboa, para abastecimento e reparos, transmitindo para seus tripulantes conhecimentos e propiciando lu-cros aos portugueses. O interesse da monarquia coincidia com o dos co-merciantes na busca de riquezas, e os da nobreza e da Igreja não eram diferentes. A nobreza, pelos saques e terras; o clero, pela expansão do Cristianismo e os be-nefícios que isto lhe traria. Pode-se, portanto, conside-rar essa expansão como uma renovação do ideal das Cruzadas. Não esquecendo os esforços do infante D. Henrique, o Navegador, ao fundar em Sagres, em 1417, um centro de construção e estudos navais, onde concentrava boa parte dos maiores conhecedores da ciência náutica da época. As principais etapas do avanço marítimo portu-guês foram: 1415 – Conquista de Ceuta, no norte da África, primeiro passo na expansão. 1434 – Alcance do Cabo Bojador, por Gil Eanes. 1488 – Alcance do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, por Bartolomeu Dias. 1498 – Chegada de Vasco da Gama às Índias, por navegação, contornando o continente afri-cano; a mais longa viagem marítima até então. 1500 – Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Bra-sil, em sua viagem às Índias. Feitorias comerciais e militares foram estabeleci-das no litoral africano e asiático, como em Calicute, Goa, Timor e Malaca. Em 1520, os portugueses atin-giam a China e o Japão. Para consolidar o seu domínio no comércio das especiarias, Portugal edificou um im-pério na Ásia, que enriquecia mais especificamente a nobreza e o Estado. Lisboa era, nas primeiras décadas do século XVI, a principal praça comercial europeia. A expansão marítima espanhola A Espanha ainda estava envolvida na guerra da Reconquista quando os portugueses já atingiam a re- gião do Cabo da Boa Esperança. Só em 1492, expulsos História Página 1 História os mouros, os espanhóis se dispuseram a financiar grandes navegações. A questão da esfericidade da Terra era então amplamente discutida, ainda que con-tra a posição da Igreja. Cientistas do Renascimento cri-ticavam antigas teorias que afirmavam ser a Terra plana. As ideias sobre a esfericidade do planeta empol-gavam muitos, entre eles Colombo. Em 1477, viajando pela Islândia, deve ter tido conhecimento das antigas lendas viquingues sobre viagens a terras a oeste. Cris-tóvão Colombo deduzia que se poderia alcançar o Ori-ente, navegando-se no sentido ocidental (ciclo ociden-tal), para quebrar o monopólio comercial português na costa africana, que levaria Portugal às Índias (ciclo ori-ental). Obtido o apoio dos "reis católicos", deixou a Es-panha no começo de agosto, navegando com três na-vios no sentido ocidental. Depois de muitos problemas e ameaças de mo-tim, avistou terra em 12 de outubro de 1492. Ao desem-barcar na ilha denominada por ele San Salvador, Co-lombo chamou os habitantes de índios, pois acreditava sinceramente ter chegado nas Índias. Foram feitas vá-rias explorações, especialmente nas ilhas de Cuba e Haiti. Nos anos seguintes, mais três viagens foram fei-tas por Colombo, explorando a costa da Venezuela e a América Central, regiões insular e continental. Porém, as fabulosas riquezas asiáticas não eram localizadas, para sua frustração. Merece destaque a grande viagem iniciada por Fernando de Magalhães, em setembro de 1519. Na- vegante português a serviço da Espanha, propôs-se a circunavegar o mundo. Desceu o Atlântico próximo ao litoral da América do Sul, atravessou o estreito que leva seu nome (estreito de Magalhães), adentrou e percor-reu o imenso oceano denominado por ele de Pacífico, mas morreu nas Filipinas em 1521. Seu substituto, Se-bastião del Cano, concluiu a viagem em setembro de 1522. Dos 265 tripulantes e cinco embarcações, ape-nas 18 homens e um navio haviam regressado. A expansão marítima inglesa, francesa e holandesa Somente no começo do século XVI, a Inglaterra iniciou sua expansão marítima. A Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas haviam atrasado o seu desenvolvimento marítimo. Mas, com a participa-ção da burguesia, aliada ao governo dos Tudor, nave-gadores italianos a serviço da Inglaterra, como Sebas-tião e João Caboto, exploraram as regiões do Labrador e Terra Nova, no Canadá; e Walter Raleigh, explorou a região da Nova Inglaterra (costa nordeste dos Estados Unidos). Lembrando que a Inglaterra muito se utilizou de corsários para atacar navios de outros países, para apropriação de carga. Por seu lado, os reis franceses eram os que mais contestavam as decisões papais que beneficiavam apenas os países ibéricos. Ironicamente, Francisco I exigia ver o testamento de Adão que dividia o mundo apenas entre Espanha e Portugal. O navegador italiano Giovanni Verrazano, em 1524, chegou ao sul do Ca-nadá, explorou o rio Hudson e a baía onde mais tarde seria fundada Nova York; Jacques Cartier, em 1534, explorou o rio São Lourenço, o mesmo tendo feito Sa-muel Champlain, que fundou Quebec (1609); La Salle, em 1682, navegou pela região do Mississipi, reivindi-cando sua posse pela França, com o nome de Luisiana. A Holanda iniciou sua expansão apenas em mea-dos do século XVI, após as "Províncias Unidas da Ho-landa" se libertarem do domínio espanhol. O navegante inglês Hudson, a seu serviço, explorou o rio que leva o seu nome. Mas, na verdade, a principalação da Ho-landa foi a criação de companhias mercantis privilegia-das. Essas companhias estabeleceram feitorias no Ori-ente e fundaram colônias na América do Norte (Nova York). Organizaram ataques ao Brasil, que redundaram no "domínio holandês" do litoral nordestino. A FORMAÇÃO DA AMÉRICA A exploração colonial espanhola A primeira forma de exploração econômica feita pelos espanhóis na América foi o saque dos tesouros indígenas. Depois exploraram o trabalho indígena nas minas e na agricultura. O encontro de grandes tesouros, entre os Aste-cas e os Incas, criou, nos espanhóis, o sonho de se en-riquecer rapidamente e voltar para a Espanha como se-nhores de grande prestígio. Assim se explica por que, História Página 2 História nos séculos XVI e XVII, a economia da América espa- pagamento pelas semanas de descanso e o índio aca- nhola era sustentada principalmente pela mineração, bava trabalhando direto. Os acidentes e as más condi- primeiro a do ouro e, depois, a da prata. ções de trabalho dentro das galerias das minas provo- A agricultura, praticada pelos espanhóis na Amé- cavam muitas mortes. rica desde o início da colonização, cresceu na medida Era comum os índios receberem o pagamento em em que se esgotava a mineração. Isso ocorreu, em um espécie, como aguardente, por exemplo, e muitos se primeiro momento, nas Antilhas. A partir de então, em tornavam alcoólatras, acabando seus dias como men- toda a América Central, a agricultura de exportação digos miseráveis nas cidades mineiras. passou a predominar. Em latifúndios, empregando es- O trabalho na Agricultura cravos africanos no lugar dos índios dizimados pelos No século XVIII, os colonos se voltaram mais paracolonos, se produziam açúcar, anil, tabaco e outros pro- a agricultura, empregando, em seus latifúndios, o tra-dutos tropicais. Em outras regiões, como no Chile e na balho de índios e mestiços. Como nas minas, as gran-Argentina, também desde o início da conquista, progre- des fazendas utilizaram o sistema repartimento: a dis-diu a produção de alimentos para sustentar a popula- tribuição de índios entre os espanhóis. Essa distribui-ção das cidades e das minas. No final do século XVIII, ção de trabalhadores índios entre colonos é conhecidaa mineração decaiu muito, e as grandes fazendas agro- por encomenda. Por meio desse sistema, o fazendeiropastoris passaram a sustentar a economia da América recebia um certo número de índios para trabalhar emespanhola. suas terras. Em troca, o fazendeiro (encomendeiro) A mineração devia promover a catequese dos índios e prestar cola- boração militar à Coroa (concedendo armas, cavalos e A mineração hispano-americana se desenvolveu recursos). em larga escala com a descoberta de grandes veios 1, A administração colonial espanhola de prata, em 1545, nas serras de Potosi (atual Bolívia), Com relação à administração de suas colônias, a e, em 1546, em Zacatecas (México). Espanha criou uma complexa rede burocrático-admi- Para explorar essas minas, além do trabalho indí- nistrativa para assegurar o monopólio e controlar me- lhor o comércio colonial.gena, introduziram se melhorias técnicas como instru- mentos de ferro, explosivos de pólvora e, acima de Casa de Contratação (1503). Organismo espa- tudo, o uso de mercúrio, que permitia produzir uma nhol com atuação jurídica e econômica sobre as colô- prata mais pura. A exploração das minas de cobre, es- nias. Cabia-lhe, entre outras funções, regularizar o co- pecialmente em Cuba, permitiu fabricar os sinos de mércio colonial e fiscalizar o fluxo de metais encontra- muitas igrejas que se construíram e de outros objetos dos. de trabalho, como os tachos feitos para preparar o açú- Conselho das Índias (1524). Era o órgão mais car. importante da administração colonial; elaborava leis O trabalho nas minas para a colônia, nomeava e fiscalizava os funcionários Os índios das diversas comunidades eram obriga- coloniais e responsabilizava-se pela defesa militar. dos a enviar grupos de homens para trabalhar nas mi- Vice-reinados. Criados para controlar melhor a nas por um certo período. Ao retornar, esses trabalha- colônia, descentralizaram a administração em quatrodores eram substituídos por um novo grupo da mesma áreas: vice-reinados do Prata, do Peru, de Nova Gra-comunidade. Esse sistema de trabalho obrigatório e ro- nada (norte dos Andes) e Nova Espanha (México).tativo dos índios se chamava mita. Já usada antes pe- los governantes incas, a mita foi copiada pelos conquis- Capitanias. Divisões administrativas dos vice-rei- tadores espanhóis. nados. Pela mita, o trabalhador deveria permanecer uma Audiências. Eram os principais tribunais judiciá- rios, que também atuavam na fiscalização das medidassemana dentro da mina e descansar duas semanas administrativas.fora, além de receber um pagamento. Na prática, nada disso era cumprido: o proprietário oferecia o dobro do Cabildos. Uma espécie de Câmara Municipal res- ponsável pela administração local. História Página 3 História Geralmente, os altos cargos coloniais eram ocu- As colonizações francesa e holandesa pados pelos espanhóis (apelidados de chapetones ou Os franceses fundaram algumas colônias na guachupines). Aos brancos, nascidos na América (cri- América do Norte (no atual Canadá). Seus domínios co- ollos), descendentes dos colonizadores, cabiam ape- loniais se expandiram lentamente para o interior do nas os cargos de menor importância, apesar de existir, continente pela ação dos caçadores de pele e missio- entre eles, uma elite rica (muitos eram grandes propri- nários, formando um extenso território colonial, via de etários de terras). regra despovoado. A colonização inglesa A França também formou colônias nas Antilhas, A formação das colônias inglesas começou bem baseadas no sistema de plantation, e na América do Sul ocupou a região das Guianas e tentou invadir o Brasil mais tarde. No século XVII, a Coroa inglesa criou com- (Rio de Janeiro e Maranhão). panhias comerciais privilegiadas ( como a de Plymouth Já os holandeses não conseguiram ocupar territó- e Londres ), que tinham o objetivo de ocupar, explorar rios e formar colônias no continente americano, pelo e criar colônias na América do Norte. menos não durante muito tempo. No entanto, eles esti- A colonização nas treze colônias inglesas iniciais veram presentes nas atividades coloniais mediante fi- nanciamentos à produção agrária (como na economiatem algumas peculiaridades, se comparada às coloni- açucareira do Brasil) e no tráfico negreiro. No final do zações espanhola e portuguesa. Podemos, por exem- século XVII, desenvolveram uma florescente economia plo, identificar características colonizadoras diferentes açucareira nas Antilhas, baseada no sistema de planta- em diversas regiões da colônia: tion. Na região Sul, a colonização baseou-se no lati- fúndio monocultor e escravista (plantation), cuja produção destinava-se à exportação. Era, por- tanto, uma colônia de exploração. Nas regiões Norte e Centro, a ocupação foi re- alizada, principalmente, por pessoas persegui- das ou que fugiam dos conflitos políticos e/ou re- Recife-PE – Museu do Estadoligiosos (quase toda a Europa ocidental estava repleta de conflitos religiosos por causa dos mo- vimentos reformistas). Por isso, desenvolveram A modernização do Recife empreendida por Nas- atividadesdestinadas à sobrevivência das comu- sau pode ser avaliada pelas pontes e canais construí- nidades, como as manufaturas, o comércio e a dos nesse período. agricultura baseada na pequena propriedade e na variedade de produtos. Chama-se este tipo A administração do Brasil Colonial de ocupação de colônia de povoamento. Portugal foi o país pioneiro no processo de na- vegação, sistematicamente, no Atlântico. O pioneirismo lusitano foi a conjugação de fatores, como: a existência de um governo centralizado, a partir da Revolução de Avis (1385), apoiado por uma burguesia ávida por rom- per o monopólio de especiarias de Gênova e Veneza. Pode-seacrescentar ainda a existência da Escola de Sagres e a posição geográfica de Portugal, como ele- mentos nesse pioneirismo. A expansão teve início em 1415, com a tomada de Ceuta, cidade comercial árabe no norte da África. Após décadas de envios de expedi- ções para explorar o litoral africano, Portugal em 1498, Colonos ingleses dirigindo- se à Igreja. (Quadro de com a expedição de Vasco de Gama alcançou às Ín- dias. Essa expedição trouxe mercadorias que renderam George Boughto) Milhares de ingleses, sobretudo na Europa cerca de 6000% de lucro. Para garantir o puritanos, estabeleceram-se na América fugindo monopólio desse comércio, os lusitanos enviaram a ex- às perseguições religiosas na Inglaterra. pedição de Pedro Álvares Cabral para as Índias. Um História Página 4 História outro motivo para a vinda de Cabral as terras do Brasil foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494), que garantia para Portugal a posse de terras no novo conti-nente descoberto por Cristóvão Colombo em 1492. As-sim em 1500, Cabral garantiu para a Coroa portuguesa a posse do Brasil. 0 Período Pré-Colonial (1500-1530) O pau-brasil As feitorias O escambo O estanco As expedições exploradoras: Gaspar de Le-mos (1501); Gonçalo Coelho (1503); Fernão de Noronha (1511). As expedições guarda-costas: Cristóvão Jac-ques (1516-1526) 0 CICLO DO PAU-BRASIL As expedições exploradoras que vieram ao Brasil (século XVI) davam conta ao rei de Portugal da existência em todo o litoral (RN até RJ) de uma área chamada pelos silvíco-las de arubatã ou ibirapitanga, que fornecia tinta avermelhada que servia como corante. Mais tarde, esta árvore foi chamada de Ca-esalpinia echinata (1 metro de base por 10 a 15 metros de altura). Esta primeira riqueza acabou dando o nome ao país. A exploração era monopólio real, mais isto não impediu a vinda constante de estrangeiros (franceses) ao Brasil para contrabandear o ibirapitanga. Chamavam-se entrelopos. Tanto os portu-gueses como os franceses utilizavam o tra-balho indígena para a exploração do pau-bra-sil; foi uma exploração essencialmente pre-datória. Esse tipo de exploração não permi-tiu, devido ao seu deslocamento constante, a formação de núcleos regulares de povoa- mento, surgindo apenas algumas feitorias. Com o passar do tempo, as florestas foram desgastadas e o pau-brasil deixou de interes-sar ao mercado externo. Fernão (ou Fernando) de Noronha (ou Lo-ronha), associado a comerciantes ju-deus, recebeu concessão real para explo-rar o pau-brasil. Essa concessão durou até 1504. 0 Período Colonial (1530-1808) ̀ Ā⠀⤀ ᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀЀ̀Ā ᜀĀ̀ Ā ĀȀ ȀȀ⠀ ⤀ ᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀ Ā ᜀĀԀ Ȁ ᜀĀᜀĀᜀĀᜀ ĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀЀ̀Ā ĀȀ⤀ ᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀĀᜀ 0 CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR 1 O açúcar era fornecido pela Sicília, pelas ilhas de Cabo Verde e Madeira e pelo Oriente para a Europa através de comerciantes itali-anos e árabes. Era de tal valor que era pe-sado e vendido em gramas. Como o Brasil possuía clima úmido e quente em sua costa, apresentou- se a Portugal uma grande opor-tunidade de lucros. Para instalar a lavoura canavieira, o governo português se associou ao capital holandês. A cultura da cana seria rentável se fosse instalada em grandes pro-priedades. Surgiram os engenhos. O trabalho utilizado, inicialmente, foi o do indígena, to-davia foi substituído pelo trabalho do escravo africano, uma vez que o tráfico negreiro era um empreendimento comercial lucrativo. 2 O engenho, de propriedade do senhor, pos-suía uma cultura de subsistência que dava a sustentação necessária à monocultura açu-careira. Variavam de 80 a 100 o número de trabalhadores (maioria escravos) num enge-nho. Além do açúcar, os engenhos produ-ziam aguardente, que servia como instru- mento de troca por mais escravos na África. O açúcar foi o ciclo econômico que mais pro-piciou lucros a Portugal. A União Ibérica blo-queou o comércio açucareiro com os batavos (holandeses) que, desprovidos do seu princi-pal produto de distribuição no mercado euro-peu, não mediram esforços para reobtê-lo, in-vadindo o Brasil em duas ocasiões (BA e PE). Após fracassarem, os holandeses se instalaram nas Antilhas, onde produziram açúcar, fazendo concorrência com o açúcar produzido no Brasil. A concorrência foi ven-cida pela habilidade comercial dos holande-ses. 3 Os engenhos eram os “universos” onde “rei-navam”, incontestáveis, os Senhores do En-genho, que possuíam direitos absolutos so-bre a família, propriedade e escravos. Desta forma foi surgindo o tipo da família brasileira: a família patriarcal. História Página 5 História 0 A Expedição Colonizadora de Martin Afonso de Souza (1532-1533): 0 Fundação de São Vicente (1a vila); 1 Doação de sesmarias; 2 Construção do primeiro engenho de cana-de-açúcar; 3 Expedições para o interior. 1 As Capitanias Hereditárias: 0 O foral; 1 A Carta de Doação; 2 15 lotes de terras entregues a 12 do-natários; 3 São Vicente e Pernambuco (capita-nias que prosperaram); 4 Fracasso do sistema de Hereditárias 5 Extinta apenas no século XVIII, atra-vés das reformas pombalinas. 0 Os Governos-Gerais: 0 Devido ao fracasso das hereditárias foi adotada a centralização política administrativa da colônia. 1 Auxiliares do governador-geral: ouvi-dor-mor; provedor-mor; capitão-mor. 2 Tomé de Souza (1549-1553. 1o go-vernador-geral). 3 Duarte da Costa (1553-1558. 2o go-vernador -geral). 4 Mem de Sá (1558-1572. 3o governa-dor-geral). 5 A divisão do Brasil ocorreu após a morte de Mem de Sá: D.Luís de Brito (norte- Salvador); D.Antônio Salema (Sul- Rio de Janeiro) 1 A União Ibérica (1580-1640. Domínio espa-nhol no Brasil) 5888 PLANTATION: MONOCULTURA, LATIFÚN-DIO, MÃO DE OBRA ESCRAVA, PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA 5889 A SOCIEDADE AÇUCAREIRA: SENHORES DE ENGENHO E ESCRAVOS. 5890 O PACTO COLONIAL: EXPLORAÇÃO DA COLÔNIA E TRÁFICO DE ESCRAVOS, ATENDENDO AOS INTERESSES MERCAN-TILISTAS DA METRÓPOLE (BALANÇA CO-MERCIAL FAVORÁVEL, EXPLORAÇÃO DAS COLÔNIAS E PROTECIONISMO) As Invasões estrangeiras: Franceses e Ho-landeses. 1 A França Antártica (1555): expulsos por Mem de Sá em 1567. Rio de Janeiro. 2 A França Equinocial (1612): Expulsos por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre Moura em 1615. Mara-nhão. 3 Outras tentativas de invasão ocorreram entre 1710 e 1711, porém os franceses terminaram fundando no norte, a Guiana Francesa. 4 A Nova Holanda: a União Ibérica (1640-1640), o Bra-sil esteve sob domínio da Espanha. Desaparecido e História Página 6 História dado como morto na batalha de Alcácer Quibir (África), o rei de Portugal D.Sebastião, não deixou herdeiros ao cargo e seu primo espanhol, D.Filipe II, assumiu o trono português. A Espanha lutava com ingleses, franceses e holandeses pelo domínio da Europa. Por isso, o Brasil tornou-se alvo das investidas daquelas nações euro-péias. - O primeiro ataque holandês no Brasil, ocorreu na Ba-hia em 1624, porém os holandeses foram pouco tempo depois foram expulsos. O objetivo holandês era restau-rar o comércio do açúcar que fora proibido pelos espa-nhóis. 0 Em Pernambuco (1630) os holandeses conseguiram instalar sua colonização e para essa empreitada a Companhia das Índias Ocidentais mandou para o Brasil o Conde Maurício de Nassau, que com sua política de reconstrução dos engenhos danificados pelas lutas e pela falta de dinheiro, conseguiu bons resultados na ad- ministração dos interesses da Companhia das Índias Ocidentais. A Restauração Portuguesa de 1640 que-brou o domínio espanhol e a Guerra de Independência da Holanda prosseguiu. Nassau se recusou a cobrar o dinheiro emprestado aos senhores de engenho e foi substituído por uma junta de comerciantes que provo-cou a animosidade e o ódio da população. Essa política de arrochoda Holanda provocou a Insurreição Pernam-bucana de 1645. E os holandeses foram expulsos do Brasil em 1654, após as derrotas nas Batalhas dos Guararapes. A expulsão dos holandeses acarretou a decadência do açúcar brasileiro, tendo em vista a con-corrência do açúcar produzido pela Holanda nas Anti-lhas. Hoje, o governo do Brasil não se encontra centra-lizado nas mãos de poucas pessoas. Fazemos parte de uma República Federativa. Isso significa que existem representantes do governo em nível geral e local. O presidente da República representa o Poder Executivo em nível nacional, mas a nação está dividida em vinte e seis Unidades de Federação (UF) ou Estados. Cada Estado possui seus próprios governadores, que repre-sentam, em nível estadual, o Poder Executivo. Mas cada unidade de Federação possui inúmeras cidades ou municípios. Os prefeitos representam o Po-der Executivo em nível municipal. O mesmo acontece com o Poder Legislativo. Existe um Congresso Nacional, composto por senado-res e deputados federais, responsáveis pela discussão de problemas nacionais. Porém, cada Estado possui uma Câmara Estadual, a Assembleia Legislativa, com-posta por representantes de todos os estados, eleitos para discutir os problemas estaduais. Nos municípios, por fim, existe a Câmara dos Vereadores, cuja finali-dade é a discussão de problemas municipais. O Poder Judiciário também possui representantes distribuídos na Federação, Estados e municípios, estendendo-se desde os tribunais da União até os Juízes e Oficiais da Lei e da Justiça espalhados pelas inúmeras cidades. Na colônia, a organização do poder era bem di-ferente e sofreu várias modificações. As principais for-mas encontradas para a administração da colônia fo-ram as capitanias hereditárias, o governo-geral e o vice-reinado e, novamente, o governo geral. Vejamos cada uma delas. Apenas em 1534 o Brasil começou a ser adminis-trado através do sistema de capitanias hereditárias. Nessa época, o rei de Portugal dividiu o Brasil em 15 grandes territórios, dando amplos poderes de mando aos capitães donatários de cada capitania. Cada capi-tão poderia transmitir para o filho mais velho os direitos adquiridos sobre a capitania. Além disso, os capitães, em seus respectivos territórios, poderiam doar lotes de terra a quem quisesse montar fazendas (origem dos grandes latifúndios), fundar cidades, receber impostos, aplicar a justiça e nomear funcionários para ajudá-los no governo. Em compensação, os capitães hereditários tinham o dever de proteger o território contra invasões, ajudar a colonizá-lo e resolver todos os problemas por conta própria. Doando os direitos de governo para os capitães, ele não deixava de ser o chefe máximo da colônia, mas não precisava gastar nada para administrá-la. Pelo contrário, por conta própria, os capitães se c responsabilizavam por todo o serviço administrativo. Os capitães eram, em geral, nobres ou altos funcionários da própria Coroa. Em troca dos seus "serviços", des-frutavam de grande prestígio no Brasil e auferiam ren-das com o dinheiro recebido na forma de impostos ou de produtos que eles próprios tiravam da terra; muitos deles nem se deram ao trabalho de vir morar no Brasil, mandando empregados para representá-los. O sistema de capitanias não deu certo, por isso, em 1549, o rei de Portugal implantou o sistema do Governo-Geral. Só duas capitanias (Pernambuco e São Vicente) prosperaram. Era preciso que um represen-tante direto do rei se responsabilizasse pela administra-ção de toda a colônia. As capitanias continuaram a exis-tir, mas já não eram independentes. Os capitães deve-riam prestar contas da administração aos governado- res gerais. Os primeiros governadores gerais se fixaram na cidade de Salvador, no atual Estado da Bahia. A Bahia, portanto, foi a primeira sede de governo, a primeira capital administrativa existente no Brasil. Tempos de-pois, em 1621, nova divisão administrativa: as capita-nias do Norte foram separadas do restante do Brasil, constituindo o Estado do Maranhão, enquanto as de-mais constituíam o Estado do Brasil. Cada uma das duas divisões administrativas tinha governo próprio. História Página 7 História Lentamente, os direitos dos capitães hereditários foram comprados ou tomados dos seus descendentes, de modo que apenas os governadores ficassem, aos pou-cos, com o controle da colônia. Naturalmente, os governadores do rei não atu-avam sozinhos. Tinham auxiliares. Havia, por exemplo, o ouvidor-mor. Que tinha a função de ouvir as reclamações e aplicar a justiça entre os colonos. Este cargo tem algo do que atualmente os ministros da Justiça fazem. Outro cargo era o de prove-dor-mor. Era o responsável pelas finanças do governo. Já 0 capitão-mor ficava encarregado da defesa da colônia contra ataques estrangeiros. Era o principal chefe mili-tar. Finalmente, o alcaide-mor era o encarregado pela segurança interna, algo como grande chefe de polícia. 0 sistema de governo-geral foi implantado a partir do momento que a colônia começou a produzir e, com isso, a gerar riquezas para a coroa. Era preciso contro-lar o preço das mercadorias, recolher os impostos, "proteger" os colonos contra os intrusos de outros paí-ses ou índios, manter os escravos trabalhando com "tranqüilidade", ouvir as reclamações dos fazendeiros ou resolver seus conflitos. A primeira sede do governo português no Brasil, como já foi dito, estava inicialmente na Bahia, uma das áreas importantes de produção do açúcar. Em 1762, isto é, na fase de exploração do ouro, a capital foi trans-ferida definitivamente para o Rio de Janeiro e o Brasil voltou a ter um governo centralizado. A transferência da capital para o Rio de Janeiro foi determinada pelo Marques de Pombal, primeiro minis-tro do Rei de Portugal, D. José I, que, para ter o con-trole administrativo do reino, diminuiu o poder da no-breza portuguesa e expulsou os jesuítas de Portugal e de todos os seus domínios e, para garantir recursos à coroa, estabeleceu, para a cobrança de impostos no Brasil, o sistema de fintas, com cotas de 100 arrobas anuais e determinou a derrama. Questões Quando se implanta a agricultura nas colônias es- panholas, observamos: Minifúndio e trabalho escravo Pequenas propriedades e trabalho escravo Latifúndio e trabalho escravo Latifúndio e trabalho assalariado Latifúndio e trabalho servil Quando grupos trabalhavam durante certo período – sistema rotativo, já era usado antes pelos governantes Incas. Sistema denominado: Mita Coivara Encomienda Corveia Talha 03.Quando um certo número de índios trabalhavam nas terras do fazendeiro, em troca os fazendeiros deveriam promover a catequese dos índios e prestar colaboração militar à coroa, temos então: Mita Encomienda Epicurismo Corveia Banalidades. 04.A respeito da colonização espanhola, é verdade que o comércio era regulado pela: Casa de Contratação Intendência agrícola Casa da moeda Casa de câmbio Intendência espanhola No período colonial, o Brasil apresentava as seguin-tes características: a) grande propriedade e policultura b) pequena propriedade e cultura de subsistência c) grande propriedade e monocultura d) produção manufatureira e policultura e) latifúndio e cultura de subsistência A Formação dos Estados Nacionais A reforma do Moderno Estado Nacional teve suas origens na Baixa Idade Média, quando a burguesia selou a aliança com os reis, a fim de neutralizar o poder da no- breza feudal. Aos poucos, os monarcas foram centrali- zando o poder em demasia, contrariando os interesses da burguesia. O absolutismo monárquico desencadeou as revoluções burguesas no crepúsculo da Idade Moderna. TEORIAS ABSOLUTISTAS:Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) Em sua obra O Príncipe, a razão do estado esta acima de tudo e “os fins justificam os meios”. É mais seguro um príncipe ser temido do que amado. Thomas Hobbes (1588 - 1679) Em sua obra leviatã, o estado deve ser o todo po-deroso para dominar todos os cidadãos. Para sair do História Página 8 História caos primitivo, cada cidadão cedeu seus direitos ao so- - O mercantilismo. berano. - A expansão marítima. - O sistema colonial. Jacques Bossuet ( 1627 - 1704) O Absolutismo na Inglaterra A dinastia Tudor consolidou a centralização daDefendia a teoria do “direito divino”, isto é, o poder do rei emanava de Deus. monarquia britânica no século XV. Os Reis dessa di- Entre suas obras destaca se “Política Segundo as nastia receberam apoio da burguesia e de parte da no- breza que desejava liberta a Inglaterra da influencia dos Sagradas Escrituras”. senhores feudais e esmagar as revoltas populares. Nessa fase, ocorreram grandes transformações econô- Jean Bodin (1530 - 1645) micas, com o fortalecimento da burguesia. Com a ascensão da dinastia Stuart, as relaçõesNa sua obra “A Republica”, defendeu a teoria que o rei não pode partilhar o poder com ninguém. do parlamento e da burguesia se deterioraram com o rei. A burguesia enriquecida não aceitava o controle es- Hugo Grotius (1583 - 1645) tatal na economia, por isso, passa a lutar para derrubar o regime absolutista. Em sua obra: “Do Direito da Paz a Guerra”, defen- deu um poder ilimitado do soberano. Criou na pratica os alicerces do direito internacional. As origens do Parlamento A formação dos Estados Nacionais teve outras im- Em 1066, na batalha de Hastings, Guilherme, con- plicações, tais como: quistador, se apoderou da Inglaterra, era Duque da O Renascimento Cultural; Normandia, e consequentemente, vassalo do rei da A exaustão do modo de produção feudal; França. Mais seu poder ultrapassava, todavia o do su- Enfraquecimento da igreja a partir das Cruza- serano. Daí as frequentes guerras entre os dois reinos. das. Os reis normandos (Guilherme e seus sucesso- A Guerra da reconquista, na Península Ibérica, res), bem como Henrique II (fundador da dinastia Plan- com a expulsão dos árabes da região. tagenetas) e seu filho Ricardo Coração-de-Leão, fize- ram bons governos e fortaleceram o governo real. Mas A Guerra das Duas Rosas, na Inglaterra, na se- João-sem-terra, usurpado do irmão Ricardo, teve má gunda metade do século XV. administração e foi vencido por Felipe Augusto, rei da A Guerra dos Cem Anos, entre França e Ingla- França perdendo a maioria dos territórios franceses. terra (1337 - 1453), que teve como causas bá- Enfraquecido, dele se aproveitou a nobreza para sicas: obrigá-lo a assinar a carta Magna (1215), pela qual fi- I- A disputa sobre a região de Flandres, rica produ- cava respeitados os direitos da nobreza e do clero, es- tabelecia se o júri, instituía se o “ habeas corpus” e pro- tora de tecidos de lã. ibia se a cobrança de sem que houvesse prévio con- II- A disputa sobre a região de Guyena, feudo inglês sentimento do Grande conselho (precursor do parla- em território francês. mento). III- A questão sucessória francesa: O rei Eduardo III da Inglaterra se apresentou Todavia, Como a Carta fosse violada, ouvi no go- como candidato ao trono francês. Porém, a lei Sálica verno seguinte a revolta dos nobres, impondo se a Hen- rique III os estatutos de Oxford (1858). Estes completa-proibia a ascensão ao trono de uma pessoa de língua feminina. Esse conflito desencadeou motivações de ca- vam a definição do parlamento, atribuindo lhes a esco- ráter nacionalista. Do lado francês, o sentimento nacio- lha de ministros e do chanceler. nal foi atribuído a Joana D’Arc, que liderou um grupo de A Evolução do Parlamento soldados e impôs derrotas ao exército inglês. Ao ser presa, foi acusada de feiticeira. o rei francês nada fez No século XIV, o parlamento se dividiu em câmara para salvar Joana D’Arc da fogueira porque queria ver dos Lordes (alta) e câmara dos Comuns (baixa). Na dos se livre de quem realmente mandava na França. lordes, ficavam representados os nobres e o clero; na O Estado Nacional Absolutista tinha as se- dos comuns, os cavaleiros e burgueses. Mais tarde, com o término da Guerra das Duas Rosas (1485), es- guintes características: tabeleceu se na Inglaterra o absolutismo e. com ele, o - Fortalecimento da burguesia. menosprezo ao parlamentarismo (situação que não se - desenvolvimento da indústria manufatureira. alterou com a revolução de 1648). História Página 9 História Oliver Cromwell fundou a República Puritana e governou de forma pessoal, com o titulo de Lorde protetor da República. Assinou o Ato da Navegação, que protegia a burguesia inglesa. O Papel do Burgueses e Cavaleiros O grande desenvolvimento do sistema capitalista na Inglaterra fez da burguesia e da nova nobreza co-mercial (economicamente não dissociados) uma classe bastante poderosa. Esta, aliada aos cavaleiros, agru-pou se em torno do parlamento, servindo de freio dos exageros do poder real e dando a Inglaterra a sua tra-dicional feição democrática. Após a revolução parlamentar, em 1648, que es-tabeleceu na Inglaterra uma republica ditatorial, traindo as ideias parlamentares, houve a restauração dos Stu-art, reinando Carlos II e, seu irmão Jaime II. Foram am-bos, soberanos absolutistas, o que provocou a instala-ção do parlamento. Havia, na corte, muito luxo e cor-rupção dos costumes. Carlos II, por outro lado, prejudi-cara os burgueses por suas medidas na política ex-terna, fechando-lhes o mercado francês em troca de fa-vores de Luís XI. Por tudo isso, uniram se contra Jaime II, duas correntes da época: os Wighs ( sempre contrá-rios ao soberano)e os Tories (até então favoráveis a ele). Guilherme de Orange, genro de Jaime II, foi eleito para o trono enquanto o rei fugia para a França. Esse acontecimento (1688) chamou se Reforma Gloriosa. Com ele instaurou se na Inglaterra o regime parlamen-tar (parlamentarismo), pois Guilherme de Orange (que subiu ao trono com o título de Guilherme III, jurou cum-prir a Declaração dos Direitos (Bill of Rights), regida pelo Parlamento. O BILL OF RIGHTS Suas principais características: A Declaração dos Direitos, transformada em lei pelo parlamento (Bill of Rights), dispunha principal-mente : – O principio da soberania nacional. – A separação entre poderes Legislativo (ou do parlamento) e Executivo ( o rei). – A permanência do habeas corpus e do júri. – O direito de petição a todos os ingleses. Consequências do Bill of Rights: O Bill of Rights substituiu, na monarquia inglesa, o direito divino (absolutista) pelo direito consetivo (libe-ralista). Daí a expressão “O rei reina mais não go-verna”, usada para definir o regime britânico. A formação da monarquia francesa A partir do século XII, o comércio francês propor-cionou o desenvolvimento das cidades. Os impostos pagos pela burguesia fortaleceram o governo durante a dinastia dos Capetos. Entretanto, a monarquia absolu-tista francesa passou por obstáculos, o que dificultou o seu desenvolvimento. Ocorreram sublimações da no-breza feudal e, sobretudo, os conflitos religiosos manti-veram a França dividida por muito tempo. Durante a regência de Catarina de Médicis ocor-reu um grande massacre dos calvinistas, conhecido como a Noite de São Bartolomeu (24- 08-1572) No governo de Luís XIII, a França conheceu um importante período de desenvolvimento, graças as me-didas administrativas do ministro Cardeal Richelieu. Durante o governo de Luís XIV, o absolutismo francês conheceu o auge do mercantilismo. O ministro Colbert procurou a incentivar o desen-volvimento econômico buscando manter a balança co-mercial favorável. O caráter despótico de Luís XIV, pode ser compreendidopelas afirmações: “O Estado Sou Eu ” ou “Um Rei, Uma Lei, Uma Fé”. Principais realizações do governo de Luís XIV: – Construção do Palácio de Versalhes. – Revogação do Edito de Nantes. – Submeteu definitivamente a nobreza feudal. Os sucessores de Luís XV e XVI, que não conse-guiram dar lhe continuidade e o absolutismo francês co-meçou a desmoronar. Isso abriu caminho para a revo-lução Francesa. A Expansão Marítima Comercial Europeia Fatores/causas da Expansão Marítima Europeia: Escassez de matais preciosos na Europa. O ouro e a prata eram utilizados como padrão mo-netário nas transações comerciais. O comércio de especiarias, produtos Asiáticos precedentes da Índia. Os reinos ibéricos quebraram o monopólio comer-cial das cidades italianas, buscando novos caminhos para chegar ao oriente. Portugal desenvolveu o ciclo oriental das navegações, com a conquista de Ceuta, em 1415. A Espanha inaugurou o ciclo ocidental, que História Página 10 História culminou com a descoberta da América, através do ge-novês Cristóvão Colombo em 1492. A descoberta de prata, ouro e pedras preciosas, encontradas por Co-lombo junto às civilizações pré-colombianas, resulta-ram em disputa de rotas marítimas entre a coroa portu-guesa e o reino espanhol, resolvidas pelo Tratado de Tordesilhas (1994), pelo papa Alexandre VI. O pionei-rismo português justifica se pela precoce centralização do poder e a existência de uma classe mercantil forte, posição geográfica favorável, e a Escola de Sagres (centro de estudos náuticos dirigidos pelo infante D. Henrique). A organização e a produção colonial deveriam atender aos interesses da metrópole. Um exemplo desse fato foi a utilização da escravidão em larga esca-las nas colônias. A garantia do lucro da metrópole fi-cava assegurada pelo Pacto Colonial. A política colonial submeteu as populações nativas que, em nome de “Deus dos colonos”, perderam seus valores e identi-dade cultural. Grupos nativos da América encontravam se em diferentes estágios evolutivos. Enquanto determinados grupos viviam na Idade da Pedra, levavam uma vida nômade como os Tapuias, Timbiras, etc., O Renascimento Cultural Na Idade Média, a igreja manipulava a cultura Te-ocêntrica (Deus no centro de todas as coisas). A cultura renascentista procurava valorizar o homem, inspirado no modelo clássico greco-romano, marcado pelo antro-pocentrismo (o homem como o centro de todas as coi-sas). O Renascimento é também fundamentado pela volta as origens da cultura Greco- romana. Características do Renascimento Cultural Hedonismo = busca de satisfação dos desejos pessoais. Naturalismo = valorização da natureza. Racionalismo = uso da razão no lugar da fé. Experimentação = demonstra os conhecimen-tos através da experiência cientifica. Fatores/causas geradores do Renascimento – As transformações econômicas, com a ascen-são da burguesia, tornaram as concepções me-dievais superadas. – Reabertura do Mediterrâneo através das cruza-das, que permitiu o enriquecimento de várias ci-dades italianas. – Os Mecenas, ricos patrocinadores dos artistas e da ciência. – A existência da tradição clássica na Itália, que possibilitou ser o país-berço do renascimento. – Migração de sábios bizantinos para a Itália. Fases do Renascimento Trecento (século XIV) Marcou a transição da cultura teocêntrica para a antropocêntrica. Nas letras destacam se: Dante Alighieri: que escreve importantes obras como: A Divina Comédia, onde encarna a passagem ou transição da fé para a razão, glorificando as conquistas humanas na época. Francesco Petrarca: desprezava a cultura me- dieval e ressaltava o classicismo greco- romano. Cancioneiro - foi sua obra prima, canta o amor por Laura, sua grande paixão. Giovanni Boccaccio- que em sua obra principal, Decameron, um conjunto de contos, ressalta a vida cotidiana de Florença.. Nas artes plásticas, foi Giotto o mais expressivo representante dessa fase. Em suas obras destacava a individualidade. Quattrocento (séc. XV) Foi um período em ressurgiu o interesse pelas lín-guas clássicas e pelo paganismo. A partir dos artistas de Florença, patrocinados pela família Medici, teve ini-cio a pintura em óleo. As artes dessa época apresen-tam nomes como: Massaccio: Obras:*A expulsão de Adão e Eva do Paraíso. *Distribuição de esmolas por São Paulo. Botticelli: *nascimento de Vênus *Alegoria da Pri-mavera. Leonardo da Vinci: Viveu a fase de transição do Quatrocento para o Cinquecento. É considerado o curi-oso mais importante da História. Fazia intermináveis anotações e queria saber o porque de tudo o que via. Conseguiu desenvolver os mais diversos campos da ci-ência. Obras. *Gioconda (Monalisa) * Santa Ceia . Cinquecento (séc. XVI) Nas artes destacam-se: Michelangelo: Retratou com maestria os afrescos da capela de Sistina (juízo final).Obras : *Pietá, *Davi, *Moisés. Rafael: Obras: *Escola de Atenas , * sagrada fa-mília, *Destacou se na pintura de “Madonas” História Página 11 História Durante o cinquecento houve a sistematização da língua italiana. Vários foram os escritores dessa época. Nicolau Maquiavel: Obra:* O príncipe, onde de-fende o estado forte, independente da igreja. Sua obra seguiu como guia para o estado absolutista moderno. ‘Os fins justificam os meios’. Expansão Renascentista De um modo geral, a Renascença não despertou com o mesmo ímpeto em toda a Europa como na Itália. Espelhou características especificas de cada país, cuja preocupação maior foi com a ordem prática dos proble-mas. Países Baixos Erasmo de Rotterdam: Conhecido como “Príncipe dos Humanistas”. Escreveu Elogio da Loucura, obra em que denuncia a imoralidade do clero. Os irmãos Van Ejjtck a tela adoração do cordeiro. Alemanha Albrecht Dürer: Autor de auto-retrato, adoração da Santíssima Trindade Inglaterra Thomas Morus: escreveu a Utopia, onde exalta a paz e o amor e condena a intolerância. Vislumbra uma sociedade perfeita. William Shakespeare: Através de suas tragédias, faz vim à tona verdades eternas e a intensidade da alma. Escreveu muitas obras que hoje são representa-das nos teatros. Ex: Romeu e Julieta, Hamelet, Otelo, Macbeth. França Rabelais Obras: * Gargantua * Pantagruel. Mon- taigne: Obras: Ensaios Espanha Foi uma época de antagonismo, onde de um lado estavam as riquezas das navegações e do outro o cris-tianismo. El Greco Obras: O enterro do Conde de Orgaz Vista de To-ledo Sob a Tempestade. Tirso de Molina Obra: * Dom Juam Miguel de Servantes Obra: * Dom Quixote * Uma sátira a cavalaria me-dieval. Portugal Viveu a mesma conjuntura espanhola das nave-gações. Gil Vicente Obras:* Auto da Visitação* Auto dos reis magos. Luís Vaz Camões Obra épica: Os Lu-síadas. Também as ciências conheceram um grande progresso durante a efervescência renascentista. O universo passa a ser analisado sob uma óptica critica. Nicolau Copérnico: Refuta o geocentrismo de Ptolomeu e formula a teoria heliocêntrica. Johann Ke-pler: criou a teoria das órbitas de elípticas dos planetas Miguel Servet e William Harvey: descobriram o meca-nismo da circulação sanguínea. André Vesálio: Moderna Anatomia. A Reforma Protestante A reforma representou no campo espiritual o que o renascimento representou no campo cultural. Funda-menta-se num processo de ruptura dentro da própria Igreja Católica. Causas da Reforma – Antagonismo entre a formação do estado Naci-onal e o poder temporal exercido pela igreja. – O progresso capitalista entrou em choque com a filosofia tomista que preconizava o justo preço e condenava a usura. – Confronto da teologia Tomista, a alicerçada no princípio do livre arbítrio e das boas obras, que norteavam o catolicismo, e a teologia agostini-ana, que por suavez defendia a fé e pré-desti-nação usada pelos reformistas . – Abusos da igreja católica, com a venda de in- dulgências, crise moral dos chefes eclesiásti-cos, opulência e o luxo do alto clero. –A prática da simonia, ou seja, o comércio das coisas sagradas. Erasmo de Rotterdam e thomas Morus propuse-ram uma depuração e uma reforma interna. No século XIV e inicio do século XV, John Wicliff, professor de Oxford, e Johann Huss, Teóloga da uni-versidade de praga, atacaram severamente os abusos da igreja . No século XVI, por ocasião da construção da Basílica de São Pedro, no vaticano, os papas Júlio II e Leão X, com o objetivo de obter recursos para o empre- História Página 12 História endimento, tornaram mais frequente a prática da Simo-nia. Isso fez eclodir de forma violenta o movimento pro-testante alemão, liderado pelo monge agostiniano Mar-tinho Lutero. Martinho Lutero (Luteranismo) Deu inicio ao processo reformista na Alemanha, na cidade de Mittenberg. Defendia a doutrina apenas pela fé. Em sinal de desafio fixou as 95 teses, através das quais criticava o sistema dominante. Foi conside-rado herege pelo papa Leão X. Na Dieta de Worms, Lu-tero negou-se a retratar. Traduziu a bíblia para o ale-mão, o que deu origem a língua alemã moderna. A ex-pansão das idéias luteranas fez o rei Carlos V convocar a Dieta de Spira, que decidiu aceitar a pratica luterana onde já fora implantada. Porém, proibiu a sua expan-são. Esse fato gerou protestos dos adeptos da nova re-ligião. Daí, protestante. A Confissão de Augsburg Fundamentou a nova doutrina com os seguintes princípios: A fé é a única fonte de salvação (S. Agostinho). Nega a transformação do pão em vinho em corpo e sangue de Cristo. Negação ao celibato e as imagens. Substituição do latim pelo alemão nas cerimô- nias religiosas. As escrituras sagradas como único dogma. O batismo e a eucaristia como único sacra- mento. Paz de Augsburg (1555): Devido ás desavenças entre os luteranos e o imperador católico do Sacro Im-pério germânico só chegaram ao fim quando foi assi-nada a Paz de Augsburgo, que reconhecia oficialmente a nova doutrina e definiu que cada príncipe poderia es-colher sua religião (cujas regis ejus reegio). Isto resul-tou na prática na divisão da Alemanha entre católicos e protestantes. Huldrych Zwingli e João Calvino (Calvinismo) A reforma religiosa na Suíça representou, antes de tudo, uma necessidade burguesa. O país estava di-vidido em cidades que eram importantes centros co-merciais. O poder político estava nas mãos da burgue-sia, impedida de expandir seus negócios devido ás for-tes barreiras impostas pela Igreja Católica. O clero combatia a liberdade econômica e o crescente lucro dos setores mercantis. A burguesia necessitava, desse modo, de novos parâmetros morais, econômicos e reli-giosos que legitimassem a obtenção do lucro por meio do comércio e da exploração do trabalho assalariado. Zwingli, ardente defensor das ideias de Lutero, foi o iniciador da reforma religiosa na Suíça. Sua atuação humanitária em ajudar os mais pobres, o tornou muito popular.. Defendia a predestinação e condenava a con-fissão, alegando que cabia a Deus e não aos padres perdoar os pecados. Morreu em meio a uma guerra civil quando tentava levar seus ensinamentos a grupos mais conservadores. Mas suas propostas saíram vitoriosas, consagradas no acordo conhecido como a Paz de Kap-pel (1531), pelo qual o governo de cada região na Suíça teria o direito de escolher sua própria religião. João Calvino iniciou a reforma na França, onde foi perseguido. Por isso fugiu para a Suíça. Através das ordenações eclesiásticas, as decisões de Calvino eram implacáveis. A burguesia, que tinha seus lucros censu-rados pela igreja católica, encontrou liberdade total com a doutrina calvinista. Os princípios calvinistas prega-vam o rigor da disciplina, a valorização moral do traba-lho e da poupança, oferecendo aos setores da burgue-sia uma justificativa religiosa sólida e bem elaborada para as suas atividades. A reforma religiosa na Inglaterra A reforma anglicana teve, sobretudo, motivos po-líticos e econômicos. O rei Henrique VIII rompeu com o Papa alegando problemas de ordem pessoal, cujo pre-texto foi o divórcio de sua mulher Catarina de Aragão, da família real espanhola. Casou-se então, com Ana Bolena. Publicou no parlamento o Ato de Supremacia, documento que o tornou chefe da Igreja na Inglaterra Em linhas gerais, os preceitos são semelhantes aos ca-tólicos, mantendo a hierarquia do clero. A Contra Reforma Com a reforma protestante, a igreja católica per-deu grande parte de seu patrimônio e milhões de fiéis europeus. Foram tomadas várias medidas para morali-zar a igreja. A fim de assegurar a unidade da doutrina católica, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento que se reuniu em 1545 e encerrou seus trabalhos em 1563. As medidas moralizadoras implicavam até em medidas repressivas através do tribunal da Santa Inqui-sição. A nível doutrinário, manteve os mesmos dogmas. A expansão marítima trouxe compensações, visto que as monarquias Ibéricas se mantiveram fiéis ao catoli-cismo. Dessa forma, Clérigos acompanhavam as via-gens para evangelizar os povos nativos. História Página 13 História A fundação da companhia de Jesus, por Inácio de Loyola, foi a principal arma para evangelizar os povos ultramarinos. Em 1543, o papa Paulo III mandou redigir o Index, a lista dos livros proibidos aos fiéis, por serem conside-rados perniciosos à fé. Mercantilismo e os Sistemas Coloniais: espanhol. Inglês, francês e holandês. OBJETIVOS DO MERCANTILISMO: I - Buscar Metais preciosos, a fim de assegurar as riquezas nacionais através do comércio, manufaturas e agricultura. - Balança Comercial Favorável, como centro da política econômica. - Protecionismo, como forma de exatamente proteger o mercado interno. IV - O Monopólio Estatal, para garantir o capital necessário aos empreendimentos colônias. V - Colônias, para exploração e complementar a economia da Metrópole. A burguesia necessitou do mercantilismo para desenvolver-se. Quando já possuía uma sólida es-trutura, tratou de libertar-se do controle estatal, pro-movendo as chamadas Revoluções Burguesas. A América Espanhola: Cristóvão Colombo chegou na América nos fins do século XV (1492). Até a metade do século XVI, os povos americanos já estavam praticamente todos sub-jugados. Efetuando a conquista, foi iniciada a explora-ção do “Eldorado” dos metais preciosos. Hernan Cotez liderou a conquista do México. Francisco Pizarro e Di-ego Almagro selaram o destino dos Incas do Peru. Organização e administração da América espa-nhola Mita = Utilização de mão-de-obra indigna nas minas sob uma remuneração irrisória. Encomienda = Utilização da mão-de-obra indí-gena com servos que isentava os nativos do pa-gamento de tributos. Conselho real e supremo das Índias = Órgão máximo da administração colonial. Casa de contratação = Cuidava da arrecadação de impostos da colônia. Cabildos = tinham uma função equivalente as câmaras municipais do período colonial brasi-leiro. A América Francesa A principal colônia na América foi Quebec, no Ca-nadá, ocupada no século XVII, patrocinado pela monar-quia absolutista Bourdon. Inicialmente os franceses li-mitaram se ao extrativo vegetal e ao comercio de peles. Entre os grandes lagos e o Golfo do México fundaram a colônia de Luisiana.Com a Guerra dos Sete Anos, en-tre França e Inglaterra (1756 - 1763), a Inglaterra tomou posse do Canadá. A América Inglesa Durante o reinado de Isabel ou Elisabeth I (1558 - 1610), a Inglaterra iniciou efetivamente a colonização. Foram organizadas as expedições colonizadoras com o objetivode ocupar terras da América. A expansão co-lonial britânica atendeu a dois pontos críticos da vida inglesa: O excedente populacional nas cidades motiva-dos pela expulsão dos camponeses. Os conflitos religiosos que provocaram a emi- gração dos puritanos e quakhers. A colonização inglesa na América do Norte, des-dobrou se em dois sistemas diferentes: Norte = Onde as condições de natureza climática são idênticas as européias, foi estabelecido a colônia de povoamento, com ampla liberdade em relação a me-trópole. Essa região caracterizou se pelas pequenas e médias propriedades, além de uma vida urbana bas-tante ativa. Sul = Onde foi implantado o sistema de Plantation na forma de grandes latifúndios cuja produção desti-nava se ao mercado europeu. Nessa região a mão-de-obra escrava foi utilizada em larga escala. Esse sistema determinou se colônia de exploração. As Revoluções Inglesas do século XVII As Revoluções burguesas requerem a considera-ção de que elas ocorreram com a participação das ca-madas populares, ainda que os objetivos destas não te-nham sido plenamente atingidos. Foi o ideário burguês que definiu, liderou e tornou possível a mudança da An-tiga Ordem. História Página 14 História A Revolução Puritana Durante os reinados de Henrique VIII e Elizabeth I, no século XVI, a economia inglesa passara por um período de grande desenvolvimento comercial. Por essa época, surgiram grandes empresas monopolistas, como a companhia das Índias Orientais. Essas compa-nhias, entretanto, impediam a livre concorrência e bar-ravam o acesso das pequenas e médias companhias de comércio ao mercado. Como consequência, a bur-guesia inglesa acabou se dividindo em relação à polí-tica econômica da monarquia. Enquanto os grandes co-merciantes apoiavam o monopólio, os pequenos e mé-dios empresários lutavam contra a exclusividade de mercado, reivindicando a liberdade de comércio. Com o surgimento da dinastia Stuart, os proble-mas se agravaram. Tanto Jaime I quanto seu filho Car-los I, praticaram uma política mercantilista restrita, fa-vorecendo a grande burguesia e a nobreza, em detri-mento dos pequenos e médios empresários. Esses se-tores tinham seus representantes no Parlamento inglês, na Câmara dos Comuns. Desde a Magna Carta (1215), ficaram estabelecidos que o rei não podia cobrar novos impostos sem a devida autorização do parlamento. A burguesia muito mais forte, agora, não estava disposta a abrir mão dessa conquista. A política absolutista dos Stuart exigia grandes somas de recursos financeiros para o rei, o que só seria possível como o aumento dos impostos. Para agravar a situação Jaime I, resolveu dissol-ver o Parlamento em 1628. As tensões chegaram ao limite. A guerra veio então sob a forma de um conflito político com motivações religiosas. De um lado os de-fensores da monarquia e do outro os partidários do Par- lamento. Em 1648, o rei finalmente derrotado. Preso pelos Cabeças Redondas, enfrentou um julgamento sumário e foi decapitado em 1649. A Inglaterra passou a ser go-vernada pelo Parlamento, sob a liderança de Cromwell. A República de Cromwell Formalmente a monarquia tinha sido extinta. Na prática, porém, os ingleses viveriam sob a ditadura exercida por Oliver Cromwell. O governo de Cromwell caracterizou-se por adotar uma política agressiva de fortalecimento do comércio internacional da Inglaterra. Em 1651, o Parlamento aprovou o Ato de navegação, pelo qual somente os barcos ingleses ou de países da origem das mercadorias podiam transportá-las até os portos da Inglaterra. A medida acabou provocando uma guerra com a Holanda. Vitoriosa a Inglaterra saiu do conflito como a grande potência naval da Europa. Internamente Cromwell, esmagou a facção dissi-dente dos niveladores, enforcando seus líderes, e esta-beleceu a supremacia política da burguesia. Cromwell morreu em 1658 e foi sucedido pelo filho Richard, que ficou menos de um ano no poder. Em 1640, o trono pas-sou às mãos de Carlos II. Com o retorno do Stuart ao poder, teve início a Restauração, que se estenderia pe-los reinados de Carlos II (1640- 1685) e de Jaime II (1685-1688) A Revolução Gloriosa Em 1688, o Parlamento decidiu depor o rei, pois Carlos II e seu sucessor Jaime II insistiram em adotar políticas semelhantes à de seus antecessores Stuart, centralizando o poder e governando de forma autoritá-ria. Para o trono inglês foi escolhido o príncipe Holan-dês Guilherme de Orange. Casado com a filha de Jaime II, Guilherme foi coroado em novembro de 1689 como Guilherme III. Os acontecimentos de 1688 e 1689 constituíram a Revolução Gloriosa, assim chamada porque se deu sem derramamento de sangue. Ao assumir o trono, o novo rei se comprometeu aceitar e cumprir o Bill of Rights (Declaração de Direitos).Votado pelo parla-mento o documento reafirmava e ampliava a lista de di- reitos da população inglesa que o soberano inglês não podia violar. O Iluminismo No decorrer do século XVIII, difundiu-se na França e na Inglaterra um conjunto de ideias frontal- mente opostas ao absolutismo dos reis e ao misticismo religioso: o movimento iluminista. A principal caracterís-tica desse movimento era a valorização da ciência e da racionalidade como forma de eliminar a ignorância dos seres humanos acerca da natureza e da vida em soci-edade. Para os iluministas, a ignorância é alimentada pela tradição, pelo fanatismo e pelas crenças religiosas. O Iluminismo – conhecido também como Ilustração – manifestou-se, sobretudo, no campo da filosofia, mas acabou se refletindo ainda na política, na economia, na arte e na literatura. Na esfera política, a atuação dos iluministas se concentrou na defesa dos direitos do in-divíduo e no combate às arbitrariedades dos governos absolutos. O século XVIII, também ficou conhecido como o Século das Luzes, todas as expressões criadas para o iluminismo revelam um significado semelhante: ilumi-nar, combater o obscurantismo, eliminar as supertições e buscar esclarecimentos sobre a vida humana orienta-dos pela crença na razão e no progresso. Se no século XVI o pensamento científico deu seus primeiros passos e ocorreu uma renovação nas História Página 15 História artes e nas técnicas, no século XVII assistiu-se ao de-sabrochar da revolução científica através de grandes nomes, tais como: Descartes, Locke, Newton e Francis Bacon. Os ideais das luzes As obras dos filósofos iluministas apresentavam algumas características comuns. De modo geral, man-tinha a crença inabalável no futuro e uma visão positiva da humanidade. A fonte do todo o progresso e da liber-dade individual era a razão, guia para a compreensão do mundo e das relações sociais, afirmavam que as for-mas de governo haviam sido criadas pelas relações hu-manas e não pela vontade divina,. Defendiam a tese de que os governos deveriam existir para o bem da socie-dade, com a função de garantir a liberdade econômica e individual e a igualdade de todos perante a lei. Argu-mentavam que os nobres e os clérigos deveriam pagar impostos e serem julgados por tribunais comuns a to-das as pessoas. O Estado defendido pelos iluministas fundamen-tava-se na ideia do Contrato Social, segundo o qual cada indivíduo nasce com direitos inalienáveis, como o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Por isso, eles são também chamados de contratualistas ou jusnatura-listas – palavra do latim que significa direito natural. As reflexões filosóficas do iluminismo voltaram- se também para a crítica aos sistemas religiosos tradicio-nais. Buscou-se a relação existente entre Razão- Na-tureza- Deus, admitindo-se a existência desseúltimo em função da ordem natural que prevaleceria no uni-verso. A tentativa de se chegar a uma religião natural-racional, independente de fé e de todas as revelações, está na base do Deísmo, sistema filosófico-religioso que rejeitou a idéia da “revelação divina”, de qualquer autoridade da Igreja, da necessidade de sacerdotes ou qualquer tipo de intermediários entre os homens e Deus. Este seria destituído de atributos morais e, por-tanto, não se intrometia nos assuntos humanos. Deus, assim, seria apenas o “grande relojoeiro” do universo, entendido como uma máquina perfeitamente ordenada e movida por “leis Naturais”. Os ideais iluministas se espalharam por vários pa-íses da Europa, mas foi na França, dominada pelo An-tigo Regime, que eles mais se difundiram. Os principais filósofos iluministas são: Voltaire Montesquieu Denis Diderot Jean-Jacques Rousseau Luzes na Economia Os iluministas marcaram também a área econô-mica, dominada na época pelos princípios mercantilis- tas, caracterizados pela intervenção do Estado na eco-nomia por meios de monopólios, proibições e regula-mentos. As atividades comerciais eram então conside-radas as principais fontes de riqueza e dependiam da proteção do Estado para sua plena realização. Muito teóricos pregavam a liberdade econômica e a formação de livre mercado. Esses ficam conhecidos como fisio-cratas (de fisiocracia, governo da natureza). As ideias dos fisiocratas acabaram influenciando o escocês Adam Smith, fundador do liberalismo econômico, que publicou, em 1776, o livro Investigação da natureza e as causas da riqueza das nações. Nessa obra, Smith defende o trabalho como base de toda a riqueza, em oposição aos mercantilistas e aos fisiocratas. O econo-mista era ainda a favor do trabalho livre assalariado e contrário ao protecionismo, ao sistema colonial e à ex-cessiva intervenção do Estado na economia. O despotismo esclarecido De modo geral os filósofos usam o termo “despo-tismo” para se referir a um governo cujo poder não tem limites. O déspota é um governante que detém poder absoluto e governa segundo a sua própria vontade. Consideram, contudo, que um déspota, mesmo governando segundo sua própria vontade, se for escla-recido e sábio, pode ser um bom modelo de governo. Conhecendo a natureza humana e a verdadeira natu-reza das coisas, o déspota poderá instaurar em seu país a tolerância e a liberdade religiosa, destruir a ser-vidão, instruir os povos e modernizar seu país. Entre os monarcas europeus do século XVIII, Fre-derico II, da Prússia, e Catarina II, da Rússia, pareciam aos olhos dois filósofos, encarnar esse ideal. Voltaire correspondia-se com ambos e chegou a passar uma temporada na corte prussiana. Diderot foi hóspede de Catarina em São Petersburgo. Mas os dois se decepci-onaram. Frederico mostrou-se belicoso demais, e Ca-tarina liderou à invasão da Polônia, que foi dividida en-tre a Prússia e a Rússia. Os pretensos déspotas ilustra-dos apropriaram-se de uma nação soberana e ali insta-laram uma administração tirânica. Os filósofos então perceberam seu engano. Um déspota é sempre em déspota. História Página 16 História Questões 01- O Iluminismo contribuiu para uma série de modifi-cações políticas e sociais. Entre elas, destaca-se: fim do Despotismo Esclarecido. fortalecimento do poder papal após o surgimento da Teoria do Direito Divino. apesar da intensidade das idéias revolucionárias ilu-ministas, a penetração desses ideais não chegava às colônias americanas. criou bases ideológicas para a Revolução Francesa e influenciou o desenvolvimento da cultura e da educa-ção ocorrido na Europa. mesmo com bases revolucionárias, defendia a servi-dão. 02- "Cremos como verdades evidentes, por si próprias, que todos os homens nasceram iguais, que receberam do seu Criador alguns direitos inalienáveis; que entre esses direitos estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade; que é para assegurar esses direitos que os Governos foram instituídos..." (Declaração de Indepen-dência dos EUA - 04.07.1776). Esta declaração inspi-rou-se nos ideais do: Neoliberalismo. Absolutismo. Iluminismo. Positivismo. Estoicismo. Os pensadores do liberalismo econômico, como Adam Smith, Malthus e outros, defendiam: a) intervenção do Estado na economia b) o mercantilismo como política econômica nacional c) socialização dos meios de produção d) liberdade para as atividades econômicas e) implantação do capitalismo de Estado A Independência dos Estados Unidos da América No final do século XVIII, o Antigo Regime cedeu lugar a um novo tipo de Estado, totalmente controlado pela burguesia, o chamado Estado Liberal. Nessa época o que estava do feudalismo foi eliminado, e uma série de privilégios associados à velha aristocracia de-sapareceu. Surge, assim, um novo mundo, caracteri-zado pelo sucesso burguês e o desenvolvimento má-ximo do capitalismo com a industrialização. Foram fatos que contribuíram para a queda do Antigo Regime: A In-dependência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Industrial (1760-1850) e a Revolução Francesa (1789-1799). A Independência dos Estados Unidos foi influen-ciada pelas ideias iluministas. Ao pregarem o direito à liberdade e de resistência a um governo autoritário, es-sas ideias forneceram a base teórica não só para a in-dependência, mas também para a construção de um novo Estado. Isentas da exploração da coroa inglesa, as colônias passaram a apresentar um expressivo de-senvolvimento econômico, apenas as do Sul agro-ex-portador, como também as do Norte, que era um centro de intensa atividade comercial e manufatureira. O co-mércio realizado pelas colônias do Norte com o Caribe, a África e a própria Europa, rivalizava com a própria In- glaterra. Aos poucos, o Parlamento inglês foi lançando as bases de um fiscalismo tributário voltado para a co-brança de impostos sobres os colonos na América. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763) contra a França acelerou esse processo, ao desequilibrar as finanças do Estado inglês. Essa guerra também serviu de justifi-cativa para a coroa taxar os colonos, já que o conflito com a França ocorreu também em território norte-ame-ricano. Em 1764, a Inglaterra estabeleceu a Lei do Açú-car, e logo depois a Lei do Selo (1765), e a lei do Chá (1767). Na cidade de Boston surgiram as primeiras re-ações dos colonos a essa última taxação. A forte re-pressão dos soldados ingleses acabou se tornando um massacre, que ficou conhecido como Massacre de Bos-ton. Apesar disso, as reações coloniais continuaram: em 1773, um navio da Companhia das Índias Orientais, que monopolizava o comércio de chá, foi tomado por colonos disfarçados de índios. Conflitos como esse, da Festa do Chá de Boston, se repetiram em várias cida-des. A reação da coroa inglesa foi a de promulgar as chamadas Leis Intoleráveis, por intermédio de um de- creto do rei Jorge III em 1774, leis repressivas que de-terminavam: julgamento na Inglaterra dos líderes da Festa do Chá; fechamento do porto de Boston e a inde-nização do chá destruído; ocupação militar da colônia de Massachusetts; severa punição aos agressores de funcionários e prédios públicos metropolitanos. Logo após as Leis Intoleráveis, os colonos organi-zaram o Primeiro Congresso da Filadélfia, no qual foi aprovada a interrupção do comércio com a Inglaterra até a suspensão dos Atos. Em 1775, tropas americanas enfrentaram soldados envidados pela Inglaterra, com a derrota da metrópole. Por causa dos confrontos, os co-lonos convocaram o Segundo Congresso da Filadélfia. Na ocasião decidiram formar um exército nacional, co-mandado por George Washington, da Virgínia, e decla-ram guerra à Inglaterra. Thomas Jeffersonfoi o respon-sável pela Declaração de Independência. Essa decla-ração foi aprovada em 4 de julho de 1776. Mas a inde- pendência de fato somente se concretizou após muita luta contra a metrópole. Levando sempre muita desvan-tagem em relação ao exército profissional inglês, os História Página 17 História norte-americanos, através de Benjamin Franklin, con-seguiram o apoio da França na luta pela independên-cia. A guerra, então, chegou ao fim somente em 1781, em Yorktown, com a vitória dos colonos. Em 1783, foi assinado o Tratado de Versalhes, em que a Inglaterra reconhecia a independência dos Estados Unidos. A Revolução Industrial O conjunto de transformações econômicas, soci-ais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, na Se-gunda metade do século XVIII, levou o nome de Revo-lução Industrial. As mudanças ocorridas com esse pro-cesso afetariam muitos países da Europa e Estados Unidos, alterando definitivamente as relações entre as sociedades. Muitos acreditam que a Revolução Indus-trial desempenhou um papel vital no desenvolvimento do capitalismo. Marcada por intensa acumulação de ca-pitais na Inglaterra e por profundas transformações nas formas de produção, na prática a revolução significou o advento da indústria e da produção em série. A Revo-lução Industrial transformou pequenas cidades em grandes centros urbanos. Ao longo do século XIX, pen-sadores, literatos, simples observadores destacaram, muitas vezes, a modernidade e o progresso desses es-paços. As primeiras fábricas A Revolução Industrial foi o resultado de um longo processo que teve início na Baixa Idade Média, com o aparecimento das corporações de ofício e o renasci-mento das cidades e do comércio na Europa Ocidental. Nessa época, ganharam importância cada vez maior as noções de lucro e de produtividade, fundamentais para o desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o enriquecimento e para a acumulação: a mentalidade empresarial burguesa capitalista.Com a expansão das atividades econômicas, o comércio foi explorado pelas nações européias em proporções mundiais. Para aten-der a demanda crescente as Corporações de Ofício fo-ram substituídas pela produção manufatureira, dirigida por um comerciante que controlava a produção de vá- rios artesãos. A partir de meados do século XVIII, al- guns comerciantes perceberam que podiam aumentar ainda mais a produção e os lucros. E, em vez de espa-lhar ferramentas e matérias-primas entre os artesãos contratados, passaram a reuni-los em um mesmo local para trabalhar: assim surgiram as fábricas ou o sistema fabril. A fabricação de cada mercadoria foi dividida em etapas, num processo conhecido como produção em série. Fazendo uma única etapa, o trabalhador especi-alizava-se e aumentava a produção. As fábricas altera-ram as relações de trabalho e a paisagem. Foram res- ponsáveis pelo desenvolvimento das grandes cidades, a transformação mais importante foi causada pelo em-prego da máquina a vapor. Esse processo significou a perda gradual, para o trabalhador, do controle de suas atividades, pois na época das corporações de ofício, ele era dono de suas ferramentas e senhor do seu ritmo de trabalho. Na manufatura ele tornou-se dependente do comerciante e perdeu o domínio sobre o produto final de seu trabalho. A Inglaterra foi o primeiro país a reunir as condi-ções necessárias para o desenvolvimento do sistema fabril. Em primeiro lugar, o controle de vasto mercado consumidor. O processo da expansão marítima e co-mercial européia, criaram um rico e promissor mercado mundial, a Inglaterra soube superar a concorrência dos outros países europeus. Durante o século XVIII, a po-pulação inglesa cresceu muito, tornando maior a oferta de mão-de-obra e o mercado consumidor. Em segundo lugar, para o pioneirismo inglês foi importante a acu- mulação de capital, devido as riquezas advindas do comércio marítimo, ao tráfico negreiro e à exploração colonial. Naquele momento de nada adiantava o acú- mulo de capitais se não houvesse também a disponi-bilidade de mão-de-obra. Desde o século XVII, a de-manda de lã para fabricas de tecidos, resultou nos cer-camentos, e a expulsão de milhares de camponeses da terra. Sem terra para plantar os camponeses tiveram que procurar outras atividades nos emergentes centros urbanos, ou seja, tornaram- se mão-de-obra para as fá-bricas. Os artesãos também se tornaram trabalhadores assalariados. Ainda como característica do pioneirismo inglês tivemos: sistema bancário eficiente; disponibili-dade de matérias-primas, como carvão e minério de ferro; um grupo social formado por empresários empe- nhado no desenvolvimento econômico; uma ideologia (a calvinista) que valorizava o enriquecimento e o tra- balho. A produção A produção de tecidos foi um dos primeiros seto-res a desenvolver o sistema fabril, com forte mecaniza-ção. As primeiras inovações na fiação surgiram em 1767, quando James Hargreaves criou a máquina de História Página 18 História fiar. Dois anos depois, Richard Arkrigt patenteou o tear hidráulico. Em 1779, surgiu a máquina de fiar criada por Samuel Crompton. Em 1785, Edmund Cartwright, pa-tenteou o tear mecânico, que transformava os fios em tecidos. O desenvolvimento da mecanização da tecela-gem e fiação provocou uma reação em cadeia, afe-tando outros setores (transportes, energia, metalurgia, mineração, etc) em meio a um processo global de in-venções e aperfeiçoamentos. fábrica tornou-se o local adequado para a pro-dução, favorecendo a divisão social do trabalho, a im-posição do horário e da disciplina do trabalhador, além do aumento da produtividade. No âmbito social surgiu o proletariado, classe social formado pelos trabalhado-res fabris e de transportes. Devido aos baixos salários, mulheres e crianças também eram obrigadas a traba-lhar, recebendo remuneração ainda menores que os homens. A Revolução Industrial causou graves conse-qüências na vida dos trabalhadores, pois não havia re-gras ou limites para o exercício da profissão. Os donos das fábricas impunham salários miseráveis e longas jornadas de trabalho, que chegavam a dezoito horas di-árias. A Revolução Francesa (1789) O século XVIII representou um período de crise generalizada nas potências europeias. As falências das estruturas políticas e econômicas, que caracterizaram o Antigo Regime, cedeu lugar a um novo sistema con-trolado pela burguesia. A França desempenhou um papel fundamental nesse processo, ela representava o modelo mais evi- dente da monarquia absolutista do continente europeu. Diferente do modelo inglês, a França do final do século XVIII, ainda representava uma sociedade de estrutura feudal a nobreza fundiária e um grande contingente de camponeses submetidos ao regime de servidão persis-tiam como classes representativas da pirâmide social francesa. Na sociedade francesa, o clero ocupava o Pri- meiro Estado, a nobreza, o Segundo Estado e por úl- timo vinham a terceiro Estado constituído pela burgue-sia, pelos camponeses e pelas camadas mais pobres. Havia ainda as subdivisões, como, o alto Clero e o Baixo Clero; a nobreza de espada e a nobreza de toga; os burgueses financistas, os pequenos empresários e os pequenos comerciantes; os artesãos ou os donos das manufaturas citadinas. Os operários e os jornalei-ros (diaristas), completavam o contingente urbano. A realidade por cerca de 80% da população era crítica, pois a maioria explorada com pesados impos- tos, frequentemente padecia com as mudanças climáti-cas e as consequências dessas originadas, ocorrendo a fome, a perda dos bens e a migração para as cidades. Muitas das obrigações
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