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Nexus educacional caderno do 9 Ano pdf

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História
Idade Moderna
SÉC. XV AO XVIII
EXPANSÃO MARÍTIMA
Introdução
O comércio com o Oriente era bastante
lucrativo para os comerciantes italianos, mas
empobrecia a eco-nomia europeia, pois os
produtos orientais eram pagos, em boa parte, com
ouro e prata, o que provocava uma "hemorragia de
metais preciosos". Na Europa ociden-tal, a
produção de alimentos não era suficiente para ali-
mentar sua população. Para agravar a situação, a
po-pulação rural não tinha poder aquisitivo para
adquirir a produção artesanal dos burgos. Assim, o
excedente ar-tesanal deveria ser colocado em
outros mercados. A solução natural para todos
esses problemas foi a ex-pansão marítima.
Como Veneza dominava as principais rotas
do Mediterrâneo, era necessário encontrar novas
rotas. Os europeus, acostumados à navegação no
Mediterrâneo e próxima ao litoral atlântico, teriam
que desenvolver técnicas mais ousadas, ampliar
conhecimentos geográ-ficos e astronômicos para
orientação em mar alto, e me-lhorar a cartografia,
essencial para a representação das novas regiões.
As modernas invenções criavam uma 
perspectiva favorável para as navegações: a 
imprensa propiciava a divulgação dos avanços, a 
pólvora era utilizada para ar-mar os navios com 
canhões e instrumentos como a bússola e o 
astrolábio orientavam melhor os nave-gantes.
A introdução do leme e o uso da vela latina
propi-ciaram o aparecimento da caravela, um navio
capaz de enfrentar os grandes percursos, as grandes
ondas do Atlântico e de carregar muita mercadoria.
Somem-se, a tudo isso, o interesse econômico do
Estado moderno e a obra missionária da Igreja
Católica e temos um amplo estimulante das grandes
navegações.
A queda de Constantinopla, em 1453, acelerou
a expansão marítima, pois com as rotas comerciais
no Mediterrâneo oriental sob controle dos turcos, as
mer-cadorias asiáticas alcançaram um alto preço.
Assim, era preciso descobrir novas rotas para evitar o
domínio comercial dos turcos e venezianos no
Mediterrâneo e atingir as Índias diretamente, sem
intermediação.
O Pioneirismo de Portugal
A grande expansão marítima europeia se
iniciou com Portugal quando, em 1415, tomou
Ceuta, cidade comercial árabe norte-africana,
portanto bem antes da queda de Constantinopla.
Localiza-se na parte mais
ocidental da Europa. É um país voltado
naturalmente para o Atlântico. Desde o século XIV
era comum navios, que ligavam a Itália e para o
mar do Norte, aportarem em Lisboa, para
abastecimento e reparos, transmitindo para seus
tripulantes conhecimentos e propiciando lu-cros
aos portugueses.
O interesse da monarquia coincidia com o
dos co-merciantes na busca de riquezas, e os da
nobreza e da Igreja não eram diferentes. A
nobreza, pelos saques e terras; o clero, pela
expansão do Cristianismo e os be-nefícios que isto
lhe traria. Pode-se, portanto, conside-rar essa
expansão como uma renovação do ideal das
Cruzadas. Não esquecendo os esforços do infante
D. Henrique, o Navegador, ao fundar em Sagres,
em 1417, um centro de construção e estudos
navais, onde concentrava boa parte dos maiores
conhecedores da ciência náutica da época.
As principais etapas do avanço marítimo
portu-guês foram:
1415 – Conquista de Ceuta, no norte da
África, primeiro passo na expansão.
1434 – Alcance do Cabo Bojador, por Gil 
Eanes.
1488 – Alcance do Cabo da Boa Esperança,
no extremo sul da África, por Bartolomeu
Dias.
1498 – Chegada de Vasco da Gama às
Índias, por navegação, contornando o
continente afri-cano; a mais longa viagem
marítima até então.
1500 – Chegada de Pedro Álvares Cabral ao
Bra-sil, em sua viagem às Índias.
Feitorias comerciais e militares foram
estabeleci-das no litoral africano e asiático, como em
Calicute, Goa, Timor e Malaca. Em 1520, os
portugueses atin-giam a China e o Japão. Para
consolidar o seu domínio no comércio das
especiarias, Portugal edificou um im-pério na Ásia,
que enriquecia mais especificamente a nobreza e o
Estado. Lisboa era, nas primeiras décadas do século
XVI, a principal praça comercial europeia.
A expansão marítima espanhola
A Espanha ainda estava envolvida na guerra da
Reconquista quando os portugueses já atingiam a re-
gião do Cabo da Boa Esperança. Só em 1492,
expulsos
História Página 1
História
os mouros, os espanhóis se dispuseram a
financiar grandes navegações. A questão da
esfericidade da Terra era então amplamente
discutida, ainda que con-tra a posição da Igreja.
Cientistas do Renascimento cri-ticavam antigas
teorias que afirmavam ser a Terra plana. As ideias
sobre a esfericidade do planeta empol-gavam
muitos, entre eles Colombo. Em 1477, viajando
pela Islândia, deve ter tido conhecimento das
antigas lendas viquingues sobre viagens a terras a
oeste. Cris-tóvão Colombo deduzia que se poderia
alcançar o Ori-ente, navegando-se no sentido
ocidental (ciclo ociden-tal), para quebrar o
monopólio comercial português na costa africana,
que levaria Portugal às Índias (ciclo ori-ental).
Obtido o apoio dos "reis católicos", deixou a
Es-panha no começo de agosto, navegando com
três na-vios no sentido ocidental.
Depois de muitos problemas e ameaças de
mo-tim, avistou terra em 12 de outubro de 1492.
Ao desem-barcar na ilha denominada por ele San
Salvador, Co-lombo chamou os habitantes de
índios, pois acreditava sinceramente ter chegado
nas Índias. Foram feitas vá-rias explorações,
especialmente nas ilhas de Cuba e Haiti. Nos anos
seguintes, mais três viagens foram fei-tas por
Colombo, explorando a costa da Venezuela e a
América Central, regiões insular e continental.
Porém, as fabulosas riquezas asiáticas não eram
localizadas, para sua frustração.
Merece destaque a grande viagem iniciada por
Fernando de Magalhães, em setembro de 1519. Na-
vegante português a serviço da Espanha, propôs-se
a circunavegar o mundo. Desceu o Atlântico próximo
ao litoral da América do Sul, atravessou o estreito
que leva seu nome (estreito de Magalhães), adentrou
e percor-reu o imenso oceano denominado por ele de
Pacífico, mas morreu nas Filipinas em 1521. Seu
substituto, Se-bastião del Cano, concluiu a viagem
em setembro de 1522. Dos 265 tripulantes e cinco
embarcações, ape-nas 18 homens e um navio
haviam regressado.
A expansão marítima inglesa, francesa e 
holandesa
Somente no começo do século XVI, a
Inglaterra iniciou sua expansão marítima. A Guerra
dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas haviam
atrasado o seu desenvolvimento marítimo. Mas,
com a participa-ção da burguesia, aliada ao
governo dos Tudor, nave-gadores italianos a
serviço da Inglaterra, como Sebas-tião e João
Caboto, exploraram as regiões do Labrador e Terra
Nova, no Canadá; e Walter Raleigh, explorou a
região da Nova Inglaterra (costa nordeste dos
Estados Unidos).
Lembrando que a Inglaterra muito se utilizou
de corsários para atacar navios de outros países,
para apropriação de carga.
Por seu lado, os reis franceses eram os que
mais contestavam as decisões papais que
beneficiavam apenas os países ibéricos.
Ironicamente, Francisco I exigia ver o testamento de
Adão que dividia o mundo apenas entre Espanha e
Portugal. O navegador italiano Giovanni Verrazano,
em 1524, chegou ao sul do Ca-nadá, explorou o rio
Hudson e a baía onde mais tarde seria fundada Nova
York; Jacques Cartier, em 1534, explorou o rio São
Lourenço, o mesmo tendo feito Sa-muel Champlain,
que fundou Quebec (1609); La Salle, em 1682,
navegou pela região do Mississipi, reivindi-cando sua
posse pela França, com o nome de Luisiana.
A Holanda iniciou sua expansão apenas em
mea-dos do século XVI, após as "Províncias Unidas
da Ho-landa" se libertarem do domínio espanhol. O
navegante inglês Hudson, a seu serviço, explorou o
rio que leva o seu nome. Mas, na verdade, a principalação da Ho-landa foi a criação de companhias
mercantis privilegia-das. Essas companhias
estabeleceram feitorias no Ori-ente e fundaram
colônias na América do Norte (Nova York).
Organizaram ataques ao Brasil, que redundaram no
"domínio holandês" do litoral nordestino.
A FORMAÇÃO DA AMÉRICA
A exploração colonial espanhola
A primeira forma de exploração econômica
feita pelos espanhóis na América foi o saque dos
tesouros indígenas. Depois exploraram o trabalho
indígena nas minas e na agricultura.
O encontro de grandes tesouros, entre os
Aste-cas e os Incas, criou, nos espanhóis, o sonho
de se en-riquecer rapidamente e voltar para a
Espanha como se-nhores de grande prestígio. Assim
se explica por que,
História Página 2
História
nos séculos XVI e XVII, a economia da América espa- pagamento pelas semanas de descanso e o índio aca-
nhola era sustentada principalmente pela mineração, bava trabalhando direto. Os acidentes e as más condi-
primeiro a do ouro e, depois, a da prata. ções de trabalho dentro das galerias das minas provo-
A agricultura, praticada pelos espanhóis na Amé-
cavam muitas mortes.
rica desde o início da colonização, cresceu na medida Era comum os índios receberem o pagamento em
em que se esgotava a mineração. Isso ocorreu, em um espécie, como aguardente, por exemplo, e muitos se
primeiro momento, nas Antilhas. A partir de então, em tornavam alcoólatras, acabando seus dias como men-
toda a América Central, a agricultura de exportação digos miseráveis nas cidades mineiras.
passou a predominar. Em latifúndios, empregando es-
O trabalho na Agricultura
cravos africanos no lugar dos índios dizimados pelos
No século XVIII, os colonos se voltaram mais paracolonos, se produziam açúcar, anil, tabaco e outros pro-
a agricultura, empregando, em seus latifúndios, o tra-dutos tropicais. Em outras regiões, como no Chile e na
balho de índios e mestiços. Como nas minas, as gran-Argentina, também desde o início da conquista, progre-
des fazendas utilizaram o sistema repartimento: a dis-diu a produção de alimentos para sustentar a popula-
tribuição de índios entre os espanhóis. Essa distribui-ção das cidades e das minas. No final do século XVIII,
ção de trabalhadores índios entre colonos é conhecidaa mineração decaiu muito, e as grandes fazendas agro-
por encomenda. Por meio desse sistema, o fazendeiropastoris passaram a sustentar a economia da América
recebia um certo número de índios para trabalhar emespanhola.
suas terras. Em troca, o fazendeiro (encomendeiro)
A mineração devia promover a catequese dos índios e prestar cola-
boração militar à Coroa (concedendo armas, cavalos e
A mineração hispano-americana se desenvolveu
recursos).
em larga escala com a descoberta de grandes veios 1, A administração colonial espanhola
de prata, em 1545, nas serras de Potosi (atual Bolívia), Com relação à administração de suas colônias, a
e, em 1546, em Zacatecas (México). Espanha criou uma complexa rede burocrático-admi-
Para explorar essas minas, além do trabalho indí- nistrativa para assegurar o monopólio e controlar me-
lhor o comércio colonial.gena, introduziram se melhorias técnicas como instru-
mentos de ferro, explosivos de pólvora e, acima de Casa de Contratação (1503). Organismo espa-
tudo, o uso de mercúrio, que permitia produzir uma nhol com atuação jurídica e econômica sobre as colô-
prata mais pura. A exploração das minas de cobre, es- nias. Cabia-lhe, entre outras funções, regularizar o co-
pecialmente em Cuba, permitiu fabricar os sinos de mércio colonial e fiscalizar o fluxo de metais encontra-
muitas igrejas que se construíram e de outros objetos dos.
de trabalho, como os tachos feitos para preparar o açú-
Conselho das Índias (1524). Era o órgão mais
car.
importante da administração colonial; elaborava leis
O trabalho nas minas para a colônia, nomeava e fiscalizava os funcionários
Os índios das diversas comunidades eram obriga- coloniais e responsabilizava-se pela defesa militar.
dos a enviar grupos de homens para trabalhar nas mi- Vice-reinados. Criados para controlar melhor a
nas por um certo período. Ao retornar, esses trabalha-
colônia, descentralizaram a administração em quatrodores eram substituídos por um novo grupo da mesma
áreas: vice-reinados do Prata, do Peru, de Nova Gra-comunidade. Esse sistema de trabalho obrigatório e ro-
nada (norte dos Andes) e Nova Espanha (México).tativo dos índios se chamava mita. Já usada antes pe-
los governantes incas, a mita foi copiada pelos conquis- Capitanias. Divisões administrativas dos vice-rei-
tadores espanhóis. nados.
Pela mita, o trabalhador deveria permanecer uma Audiências. Eram os principais tribunais judiciá-
rios, que também atuavam na fiscalização das medidassemana dentro da mina e descansar duas semanas
administrativas.fora, além de receber um pagamento. Na prática, nada
disso era cumprido: o proprietário oferecia o dobro do Cabildos. Uma espécie de Câmara Municipal res-
ponsável pela administração local.
História Página 3
História
Geralmente, os altos cargos coloniais eram ocu- As colonizações francesa e holandesa
pados pelos espanhóis (apelidados de chapetones ou Os franceses fundaram algumas colônias na
guachupines). Aos brancos, nascidos na América (cri-
América do Norte (no atual Canadá). Seus domínios co-
ollos), descendentes dos colonizadores, cabiam ape-
loniais se expandiram lentamente para o interior do
nas os cargos de menor importância, apesar de existir, continente pela ação dos caçadores de pele e missio-
entre eles, uma elite rica (muitos eram grandes propri- nários, formando um extenso território colonial, via de
etários de terras). regra despovoado.
A colonização inglesa A França também formou colônias nas Antilhas,
A formação das colônias inglesas começou bem
baseadas no sistema de plantation, e na América do Sul
ocupou a região das Guianas e tentou invadir o Brasil
mais tarde. No século XVII, a Coroa inglesa criou com- (Rio de Janeiro e Maranhão).
panhias comerciais privilegiadas ( como a de Plymouth
Já os holandeses não conseguiram ocupar territó-
e Londres ), que tinham o objetivo de ocupar, explorar
rios e formar colônias no continente americano, pelo
e criar colônias na América do Norte. menos não durante muito tempo. No entanto, eles esti-
A colonização nas treze colônias inglesas iniciais veram presentes nas atividades coloniais mediante fi-
nanciamentos à produção agrária (como na economiatem algumas peculiaridades, se comparada às coloni-
açucareira do Brasil) e no tráfico negreiro. No final do
zações espanhola e portuguesa. Podemos, por exem-
século XVII, desenvolveram uma florescente economia
plo, identificar características colonizadoras diferentes
açucareira nas Antilhas, baseada no sistema de planta-
em diversas regiões da colônia: tion.

 Na região Sul, a colonização baseou-se no lati-
fúndio monocultor e escravista (plantation), cuja
produção destinava-se à exportação. Era, por-
tanto, uma colônia de exploração.

 
Nas regiões Norte e Centro, a ocupação foi re-
alizada, principalmente, por pessoas persegui-
das ou que fugiam dos conflitos políticos e/ou re-
Recife-PE – Museu do Estadoligiosos (quase toda a Europa ocidental estava
repleta de conflitos religiosos por causa dos mo-
vimentos reformistas). Por isso, desenvolveram A modernização do Recife empreendida por Nas-
atividadesdestinadas à sobrevivência das comu- sau pode ser avaliada pelas pontes e canais construí-
nidades, como as manufaturas, o comércio e a dos nesse período.
agricultura baseada na pequena propriedade e
na variedade de produtos. Chama-se este tipo
A administração do Brasil Colonial
de ocupação de colônia de povoamento.
Portugal foi o país pioneiro no processo de na-
vegação, sistematicamente, no Atlântico. O pioneirismo
lusitano foi a conjugação de fatores, como: a existência
de um governo centralizado, a partir da Revolução de
Avis (1385), apoiado por uma burguesia ávida por rom-
per o monopólio de especiarias de Gênova e Veneza.
Pode-seacrescentar ainda a existência da Escola de
Sagres e a posição geográfica de Portugal, como ele-
mentos nesse pioneirismo. A expansão teve início em
1415, com a tomada de Ceuta, cidade comercial árabe
no norte da África. Após décadas de envios de expedi-
ções para explorar o litoral africano, Portugal em 1498,
Colonos ingleses dirigindo- se à Igreja. (Quadro de
com a expedição de Vasco de Gama alcançou às Ín-
dias. Essa expedição trouxe mercadorias que renderam
George Boughto) Milhares de ingleses, sobretudo
na Europa cerca de 6000% de lucro. Para garantir o
puritanos, estabeleceram-se na América fugindo monopólio desse comércio, os lusitanos enviaram a ex-
às perseguições religiosas na Inglaterra. pedição de Pedro Álvares Cabral para as Índias. Um
História Página 4
História
outro motivo para a vinda de Cabral as terras do
Brasil foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas
(1494), que garantia para Portugal a posse de
terras no novo conti-nente descoberto por
Cristóvão Colombo em 1492. As-sim em 1500,
Cabral garantiu para a Coroa portuguesa a posse
do Brasil.
0 Período Pré-Colonial (1500-1530)
 O pau-brasil
 As feitorias
 O escambo
 O estanco
 As expedições exploradoras: Gaspar de
Le-mos (1501); Gonçalo Coelho (1503);
Fernão de Noronha (1511).
 As expedições guarda-costas: Cristóvão 
Jac-ques (1516-1526)
0 CICLO DO PAU-BRASIL
 As expedições exploradoras que vieram ao
Brasil (século XVI) davam conta ao rei de
Portugal da existência em todo o litoral
(RN até RJ) de uma área chamada pelos
silvíco-las de arubatã ou ibirapitanga, que
fornecia tinta avermelhada que servia
como corante. Mais tarde, esta árvore foi
chamada de Ca-esalpinia echinata (1
metro de base por 10 a 15 metros de
altura). Esta primeira riqueza acabou
dando o nome ao país. A exploração era
monopólio real, mais isto não impediu a
vinda constante de estrangeiros
(franceses) ao Brasil para contrabandear o
ibirapitanga. Chamavam-se entrelopos.
Tanto os portu-gueses como os franceses
utilizavam o tra-balho indígena para a
exploração do pau-bra-sil; foi uma
exploração essencialmente pre-datória.
Esse tipo de exploração não permi-tiu,
devido ao seu deslocamento constante, a
formação de núcleos regulares de povoa-
mento, surgindo apenas algumas feitorias.
Com o passar do tempo, as florestas foram
desgastadas e o pau-brasil deixou de
interes-sar ao mercado externo.
 Fernão (ou Fernando) de Noronha (ou
Lo-ronha), associado a comerciantes 
ju-deus, recebeu concessão real para 
explo-rar o pau-brasil. Essa 
concessão durou até 1504.
0 Período Colonial (1530-1808)
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0 CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR
1 O açúcar era fornecido pela Sicília, pelas
ilhas de Cabo Verde e Madeira e pelo
Oriente para a Europa através de
comerciantes itali-anos e árabes. Era de
tal valor que era pe-sado e vendido em
gramas. Como o Brasil possuía clima
úmido e quente em sua costa, apresentou-
se a Portugal uma grande opor-tunidade
de lucros. Para instalar a lavoura
canavieira, o governo português se
associou ao capital holandês. A cultura da
cana seria rentável se fosse instalada em
grandes pro-priedades. Surgiram os
engenhos. O trabalho utilizado,
inicialmente, foi o do indígena, to-davia foi
substituído pelo trabalho do escravo
africano, uma vez que o tráfico negreiro
era um empreendimento comercial
lucrativo.
2 O engenho, de propriedade do senhor,
pos-suía uma cultura de subsistência
que dava a sustentação necessária à
monocultura açu-careira. Variavam de
80 a 100 o número de trabalhadores
(maioria escravos) num enge-nho. Além
do açúcar, os engenhos produ-ziam
aguardente, que servia como instru-
mento de troca por mais escravos na
África. O açúcar foi o ciclo econômico
que mais pro-piciou lucros a Portugal. A
União Ibérica blo-queou o comércio
açucareiro com os batavos (holandeses)
que, desprovidos do seu princi-pal
produto de distribuição no mercado
euro-peu, não mediram esforços para
reobtê-lo, in-vadindo o Brasil em duas
ocasiões (BA e PE). Após fracassarem,
os holandeses se instalaram nas
Antilhas, onde produziram açúcar,
fazendo concorrência com o açúcar
produzido no Brasil. A concorrência foi
ven-cida pela habilidade comercial dos
holande-ses.
3 Os engenhos eram os “universos” onde
“rei-navam”, incontestáveis, os Senhores
do En-genho, que possuíam direitos
absolutos so-bre a família, propriedade e
escravos. Desta forma foi surgindo o tipo
da família brasileira: a família
patriarcal.
História Página 5
História
0 A Expedição Colonizadora de Martin 
Afonso de Souza (1532-1533):
0 Fundação de São Vicente (1a 
vila);
1 Doação de sesmarias;
2 Construção do primeiro 
engenho de cana-de-açúcar;
3 Expedições para o interior.
1 As Capitanias Hereditárias:
0 O foral;
1 A Carta de Doação;
2 15 lotes de terras entregues a
12 do-natários;
3 São Vicente e Pernambuco 
(capita-nias que 
prosperaram);
4 Fracasso do sistema de 
Hereditárias
5 Extinta apenas no século 
XVIII, atra-vés das reformas 
pombalinas.
0 Os Governos-Gerais:
0 Devido ao fracasso das
hereditárias foi adotada a
centralização política
administrativa da colônia.
1 Auxiliares do governador-geral:
ouvi-dor-mor; provedor-mor;
capitão-mor.
2 Tomé de Souza (1549-1553. 
1o go-vernador-geral).
3 Duarte da Costa (1553-1558. 
2o go-vernador -geral).
4 Mem de Sá (1558-1572. 3o 
governa-dor-geral).
5 A divisão do Brasil ocorreu
após a morte de Mem de Sá:
D.Luís de Brito (norte-
Salvador); D.Antônio Salema
(Sul- Rio de Janeiro)
1 A União Ibérica (1580-1640. Domínio 
espa-nhol no Brasil)
5888 PLANTATION: 
MONOCULTURA, LATIFÚN-DIO, MÃO
DE OBRA ESCRAVA, PRODUÇÃO EM
LARGA ESCALA
5889 A SOCIEDADE 
AÇUCAREIRA: SENHORES DE 
ENGENHO E ESCRAVOS.
5890 O PACTO COLONIAL: 
EXPLORAÇÃO DA COLÔNIA E 
TRÁFICO DE ESCRAVOS, 
ATENDENDO AOS INTERESSES 
MERCAN-TILISTAS DA METRÓPOLE
(BALANÇA CO-MERCIAL 
FAVORÁVEL, EXPLORAÇÃO DAS 
COLÔNIAS E PROTECIONISMO)
As Invasões estrangeiras: Franceses 
e Ho-landeses.
1 A França Antártica (1555): expulsos por Mem
de Sá em 1567. Rio de Janeiro.
2 A França Equinocial (1612): Expulsos por
Jerônimo de Albuquerque e Alexandre Moura
em 1615. Mara-nhão.
3 Outras tentativas de invasão ocorreram
entre 1710 e 1711, porém os franceses
terminaram fundando no norte, a Guiana
Francesa.
4 A Nova Holanda: a União Ibérica (1640-1640), o
Bra-sil esteve sob domínio da Espanha.
Desaparecido e
História Página 6
História
dado como morto na batalha de Alcácer Quibir
(África), o rei de Portugal D.Sebastião, não deixou
herdeiros ao cargo e seu primo espanhol, D.Filipe
II, assumiu o trono português. A Espanha lutava
com ingleses, franceses e holandeses pelo
domínio da Europa. Por isso, o Brasil tornou-se
alvo das investidas daquelas nações euro-péias.
- O primeiro ataque holandês no Brasil, ocorreu na
Ba-hia em 1624, porém os holandeses foram
pouco tempo depois foram expulsos. O objetivo
holandês era restau-rar o comércio do açúcar que
fora proibido pelos espa-nhóis.
0 Em Pernambuco (1630) os holandeses
conseguiram instalar sua colonização e para essa
empreitada a Companhia das Índias Ocidentais
mandou para o Brasil o Conde Maurício de
Nassau, que com sua política de reconstrução dos
engenhos danificados pelas lutas e pela falta de
dinheiro, conseguiu bons resultados na ad-
ministração dos interesses da Companhia das
Índias Ocidentais. A Restauração Portuguesa de
1640 que-brou o domínio espanhol e a Guerra de
Independência da Holanda prosseguiu. Nassau se
recusou a cobrar o dinheiro emprestado aos
senhores de engenho e foi substituído por uma
junta de comerciantes que provo-cou a
animosidade e o ódio da população. Essa política
de arrochoda Holanda provocou a Insurreição
Pernam-bucana de 1645. E os holandeses foram
expulsos do Brasil em 1654, após as derrotas nas
Batalhas dos Guararapes. A expulsão dos
holandeses acarretou a decadência do açúcar
brasileiro, tendo em vista a con-corrência do
açúcar produzido pela Holanda nas Anti-lhas.
Hoje, o governo do Brasil não se encontra
centra-lizado nas mãos de poucas pessoas. Fazemos
parte de uma República Federativa. Isso significa que
existem representantes do governo em nível geral e
local. O presidente da República representa o Poder
Executivo em nível nacional, mas a nação está
dividida em vinte e seis Unidades de Federação (UF)
ou Estados. Cada Estado possui seus próprios
governadores, que repre-sentam, em nível estadual,
o Poder Executivo.
Mas cada unidade de Federação possui
inúmeras cidades ou municípios. Os prefeitos
representam o Po-der Executivo em nível
municipal.
O mesmo acontece com o Poder Legislativo.
Existe um Congresso Nacional, composto por
senado-res e deputados federais, responsáveis
pela discussão de problemas nacionais. Porém,
cada Estado possui uma Câmara Estadual, a
Assembleia Legislativa, com-posta por
representantes de todos os estados, eleitos para
discutir os problemas estaduais. Nos municípios,
por fim, existe a Câmara dos Vereadores, cuja
finali-dade é a discussão de problemas municipais.
O Poder Judiciário também possui representantes
distribuídos na Federação, Estados e municípios,
estendendo-se
desde os tribunais da União até os Juízes e
Oficiais da Lei e da Justiça espalhados pelas
inúmeras cidades.
Na colônia, a organização do poder era
bem di-ferente e sofreu várias modificações. As
principais for-mas encontradas para a
administração da colônia fo-ram as capitanias
hereditárias, o governo-geral e o vice-reinado e,
novamente, o governo geral. Vejamos cada uma
delas.
Apenas em 1534 o Brasil começou a ser
adminis-trado através do sistema de capitanias
hereditárias. Nessa época, o rei de Portugal dividiu o
Brasil em 15 grandes territórios, dando amplos
poderes de mando aos capitães donatários de cada
capitania. Cada capi-tão poderia transmitir para o
filho mais velho os direitos adquiridos sobre a
capitania. Além disso, os capitães, em seus
respectivos territórios, poderiam doar lotes de terra a
quem quisesse montar fazendas (origem dos grandes
latifúndios), fundar cidades, receber impostos, aplicar
a justiça e nomear funcionários para ajudá-los no
governo. Em compensação, os capitães hereditários
tinham o dever de proteger o território contra
invasões, ajudar a colonizá-lo e resolver todos os
problemas por conta própria.
Doando os direitos de governo para os
capitães, ele não deixava de ser o chefe máximo
da colônia, mas não precisava gastar nada para
administrá-la.
Pelo contrário, por conta própria, os capitães se
c responsabilizavam por todo o serviço
administrativo. Os capitães eram, em geral, nobres
ou altos funcionários da própria Coroa. Em troca dos
seus "serviços", des-frutavam de grande prestígio no
Brasil e auferiam ren-das com o dinheiro recebido na
forma de impostos ou de produtos que eles próprios
tiravam da terra; muitos deles nem se deram ao
trabalho de vir morar no Brasil, mandando
empregados para representá-los.
O sistema de capitanias não deu certo, por
isso, em 1549, o rei de Portugal implantou o
sistema do Governo-Geral. Só duas capitanias
(Pernambuco e São Vicente) prosperaram. Era
preciso que um represen-tante direto do rei se
responsabilizasse pela administra-ção de toda a
colônia. As capitanias continuaram a exis-tir, mas
já não eram independentes. Os capitães deve-riam
prestar contas da administração aos governado-
res gerais.
Os primeiros governadores gerais se fixaram na
cidade de Salvador, no atual Estado da Bahia. A
Bahia, portanto, foi a primeira sede de governo, a
primeira capital administrativa existente no Brasil.
Tempos de-pois, em 1621, nova divisão
administrativa: as capita-nias do Norte foram
separadas do restante do Brasil, constituindo o
Estado do Maranhão, enquanto as de-mais
constituíam o Estado do Brasil. Cada uma das duas
divisões administrativas tinha governo próprio.
História Página 7
História
Lentamente, os direitos dos capitães hereditários
foram comprados ou tomados dos seus
descendentes, de modo que apenas os
governadores ficassem, aos pou-cos, com o
controle da colônia.
Naturalmente, os governadores do rei não
atu-avam sozinhos. Tinham auxiliares.
Havia, por exemplo, o ouvidor-mor. Que
tinha a função de ouvir as reclamações e aplicar a
justiça entre os colonos. Este cargo tem algo do
que atualmente os ministros da Justiça fazem.
Outro cargo era o de prove-dor-mor.
Era o responsável pelas finanças do governo.
Já
0 capitão-mor ficava encarregado da defesa da 
colônia
contra ataques estrangeiros. Era o principal chefe
mili-tar. Finalmente, o alcaide-mor era o
encarregado pela segurança interna, algo como
grande chefe de polícia.
0 sistema de governo-geral foi implantado a
partir do momento que a colônia começou a produzir
e, com isso, a gerar riquezas para a coroa. Era
preciso contro-lar o preço das mercadorias, recolher
os impostos, "proteger" os colonos contra os intrusos
de outros paí-ses ou índios, manter os escravos
trabalhando com "tranqüilidade", ouvir as
reclamações dos fazendeiros ou resolver seus
conflitos.
A primeira sede do governo português no
Brasil, como já foi dito, estava inicialmente na
Bahia, uma das áreas importantes de produção do
açúcar. Em 1762, isto é, na fase de exploração do
ouro, a capital foi trans-ferida definitivamente para
o Rio de Janeiro e o Brasil voltou a ter um governo
centralizado.
A transferência da capital para o Rio de
Janeiro foi determinada pelo Marques de Pombal,
primeiro minis-tro do Rei de Portugal, D. José I,
que, para ter o con-trole administrativo do reino,
diminuiu o poder da no-breza portuguesa e
expulsou os jesuítas de Portugal e de todos os
seus domínios e, para garantir recursos à coroa,
estabeleceu, para a cobrança de impostos no
Brasil, o sistema de fintas, com cotas de 100
arrobas anuais e determinou a derrama.
Questões
Quando se implanta a agricultura nas colônias es-
panholas, observamos:
Minifúndio e trabalho escravo
Pequenas propriedades e trabalho escravo
Latifúndio e trabalho escravo
Latifúndio e trabalho assalariado
Latifúndio e trabalho servil
Quando grupos trabalhavam durante certo período
– sistema rotativo, já era usado antes pelos 
governantes Incas. Sistema denominado:
Mita
Coivara
Encomienda
Corveia
Talha
03.Quando um certo número de índios
trabalhavam nas terras do fazendeiro, em troca os
fazendeiros deveriam promover a catequese dos
índios e prestar colaboração militar à coroa, temos
então:
Mita
Encomienda
Epicurismo
Corveia
Banalidades.
04.A respeito da colonização espanhola, é verdade
que o comércio era regulado pela:
Casa de Contratação
Intendência agrícola
Casa da moeda
Casa de câmbio
Intendência espanhola
No período colonial, o Brasil apresentava as 
seguin-tes características:
a) grande propriedade e policultura
b) pequena propriedade e cultura de 
subsistência c) grande propriedade e 
monocultura
d) produção manufatureira e 
policultura e) latifúndio e cultura de 
subsistência
A Formação dos Estados Nacionais
A reforma do Moderno Estado Nacional teve suas
origens na Baixa Idade Média, quando a burguesia selou
a aliança com os reis, a fim de neutralizar o poder da no-
breza feudal. Aos poucos, os monarcas foram centrali-
zando o poder em demasia, contrariando os interesses
da burguesia. O absolutismo monárquico desencadeou
as revoluções burguesas no crepúsculo da Idade
Moderna.
TEORIAS ABSOLUTISTAS:Nicolau Maquiavel (1469 - 1527)
Em sua obra O Príncipe, a razão do estado
esta acima de tudo e “os fins justificam os meios”.
É mais seguro um príncipe ser temido do que
amado.
Thomas Hobbes (1588 - 1679)
Em sua obra leviatã, o estado deve ser o todo
po-deroso para dominar todos os cidadãos. Para sair
do
História Página 8
História
caos primitivo, cada cidadão cedeu seus direitos ao so- - O mercantilismo.
berano. - A expansão marítima.
- O sistema colonial.
Jacques Bossuet ( 1627 - 1704) O Absolutismo na Inglaterra
A dinastia Tudor consolidou a centralização daDefendia a teoria do “direito divino”, isto é, o poder
do rei emanava de Deus. monarquia britânica no século XV. Os Reis dessa di-
Entre suas obras destaca se “Política Segundo as
nastia receberam apoio da burguesia e de parte da no-
breza que desejava liberta a Inglaterra da influencia dos
Sagradas Escrituras”. senhores feudais e esmagar as revoltas populares.
Nessa fase, ocorreram grandes transformações econô-
Jean Bodin (1530 - 1645) micas, com o fortalecimento da burguesia.
Com a ascensão da dinastia Stuart, as relaçõesNa sua obra “A Republica”, defendeu a teoria que
o rei não pode partilhar o poder com ninguém. do parlamento e da burguesia se deterioraram com o
rei. A burguesia enriquecida não aceitava o controle es-
Hugo Grotius (1583 - 1645) tatal na economia, por isso, passa a lutar para derrubar
o regime absolutista.
Em sua obra: “Do Direito da Paz a Guerra”, defen-
deu um poder ilimitado do soberano. Criou na pratica
os alicerces do direito internacional. As origens do Parlamento
A formação dos Estados Nacionais teve outras im-
Em 1066, na batalha de Hastings, Guilherme, con-
plicações, tais como: quistador, se apoderou da Inglaterra, era Duque da

 O Renascimento Cultural; Normandia, e consequentemente, vassalo do rei da

 A exaustão do modo de produção feudal; França. Mais seu poder ultrapassava, todavia o do su-

Enfraquecimento da igreja a partir das Cruza- serano. Daí as frequentes guerras entre os dois reinos.
das. Os reis normandos (Guilherme e seus sucesso-

 A Guerra da reconquista, na Península Ibérica, res), bem como Henrique II (fundador da dinastia Plan-
com a expulsão dos árabes da região. tagenetas) e seu filho Ricardo Coração-de-Leão, fize-
ram bons governos e fortaleceram o governo real. Mas

 A Guerra das Duas Rosas, na Inglaterra, na se- João-sem-terra, usurpado do irmão Ricardo, teve má
gunda metade do século XV.
administração e foi vencido por Felipe Augusto, rei da

 A Guerra dos Cem Anos, entre França e Ingla- França perdendo a maioria dos territórios franceses.
terra (1337 - 1453), que teve como causas bá- Enfraquecido, dele se aproveitou a nobreza para
sicas: obrigá-lo a assinar a carta Magna (1215), pela qual fi-
I- A disputa sobre a região de Flandres, rica produ-
cava respeitados os direitos da nobreza e do clero, es-
tabelecia se o júri, instituía se o “ habeas corpus” e pro-
tora de tecidos de lã.
ibia se a cobrança de sem que houvesse prévio con-
II- A disputa sobre a região de Guyena, feudo inglês
sentimento do Grande conselho (precursor do parla-
em território francês.
mento).
III- A questão sucessória francesa:
O rei Eduardo III da Inglaterra se apresentou Todavia, Como a Carta fosse violada, ouvi no go-
como candidato ao trono francês. Porém, a lei Sálica verno seguinte a revolta dos nobres, impondo se a Hen-
rique III os estatutos de Oxford (1858). Estes completa-proibia a ascensão ao trono de uma pessoa de língua
feminina. Esse conflito desencadeou motivações de ca- vam a definição do parlamento, atribuindo lhes a esco-
ráter nacionalista. Do lado francês, o sentimento nacio- lha de ministros e do chanceler.
nal foi atribuído a Joana D’Arc, que liderou um grupo de
A Evolução do Parlamento
soldados e impôs derrotas ao exército inglês. Ao ser
presa, foi acusada de feiticeira. o rei francês nada fez No século XIV, o parlamento se dividiu em câmara
para salvar Joana D’Arc da fogueira porque queria ver dos Lordes (alta) e câmara dos Comuns (baixa). Na dos
se livre de quem realmente mandava na França. lordes, ficavam representados os nobres e o clero; na
O Estado Nacional Absolutista tinha as se-
dos comuns, os cavaleiros e burgueses. Mais tarde,
com o término da Guerra das Duas Rosas (1485), es-
guintes características:
tabeleceu se na Inglaterra o absolutismo e. com ele, o
- Fortalecimento da burguesia.
menosprezo ao parlamentarismo (situação que não se
- desenvolvimento da indústria manufatureira. alterou com a revolução de 1648).
História Página 9
História
Oliver Cromwell fundou a República
Puritana e governou de forma pessoal, com o
titulo de Lorde protetor da República. Assinou o
Ato da Navegação, que protegia a burguesia
inglesa.
O Papel do Burgueses e Cavaleiros
O grande desenvolvimento do sistema
capitalista na Inglaterra fez da burguesia e da nova
nobreza co-mercial (economicamente não
dissociados) uma classe bastante poderosa. Esta,
aliada aos cavaleiros, agru-pou se em torno do
parlamento, servindo de freio dos exageros do
poder real e dando a Inglaterra a sua tra-dicional
feição democrática.
Após a revolução parlamentar, em 1648, que
es-tabeleceu na Inglaterra uma republica ditatorial,
traindo as ideias parlamentares, houve a restauração
dos Stu-art, reinando Carlos II e, seu irmão Jaime II.
Foram am-bos, soberanos absolutistas, o que
provocou a instala-ção do parlamento. Havia, na
corte, muito luxo e cor-rupção dos costumes. Carlos
II, por outro lado, prejudi-cara os burgueses por suas
medidas na política ex-terna, fechando-lhes o
mercado francês em troca de fa-vores de Luís XI. Por
tudo isso, uniram se contra Jaime II, duas correntes
da época: os Wighs ( sempre contrá-rios ao
soberano)e os Tories (até então favoráveis a ele).
Guilherme de Orange, genro de Jaime II, foi eleito
para o trono enquanto o rei fugia para a França. Esse
acontecimento (1688) chamou se Reforma Gloriosa.
Com ele instaurou se na Inglaterra o regime
parlamen-tar (parlamentarismo), pois Guilherme de
Orange (que subiu ao trono com o título de
Guilherme III, jurou cum-prir a Declaração dos
Direitos (Bill of Rights), regida pelo Parlamento.
O BILL OF RIGHTS
Suas principais características:
A Declaração dos Direitos, transformada em
lei pelo parlamento (Bill of Rights), dispunha
principal-mente :
– O principio da soberania nacional.
– A separação entre poderes Legislativo (ou 
do parlamento) e Executivo ( o rei).
– A permanência do habeas corpus e do júri.
– O direito de petição a todos os ingleses.
Consequências do Bill of Rights:
O Bill of Rights substituiu, na monarquia
inglesa, o direito divino (absolutista) pelo direito
consetivo (libe-ralista). Daí a expressão “O rei
reina mais não go-verna”, usada para definir o
regime britânico.
A formação da monarquia francesa
A partir do século XII, o comércio francês
propor-cionou o desenvolvimento das cidades. Os
impostos pagos pela burguesia fortaleceram o
governo durante a dinastia dos Capetos. Entretanto,
a monarquia absolu-tista francesa passou por
obstáculos, o que dificultou o seu desenvolvimento.
Ocorreram sublimações da no-breza feudal e,
sobretudo, os conflitos religiosos manti-veram a
França dividida por muito tempo.
Durante a regência de Catarina de Médicis
ocor-reu um grande massacre dos calvinistas,
conhecido como a Noite de São Bartolomeu (24-
08-1572)
No governo de Luís XIII, a França conheceu um
importante período de desenvolvimento, graças as
me-didas administrativas do ministro Cardeal
Richelieu. Durante o governo de Luís XIV, o
absolutismo francês conheceu o auge do
mercantilismo.
O ministro Colbert procurou a incentivar o
desen-volvimento econômico buscando manter a
balança co-mercial favorável. O caráter despótico
de Luís XIV, pode ser compreendidopelas
afirmações: “O Estado Sou Eu ” ou “Um Rei, Uma
Lei, Uma Fé”.
Principais realizações do governo de Luís 
XIV:
– Construção do Palácio de Versalhes.
– Revogação do Edito de Nantes.
– Submeteu definitivamente a nobreza 
feudal.
Os sucessores de Luís XV e XVI, que não
conse-guiram dar lhe continuidade e o absolutismo
francês co-meçou a desmoronar. Isso abriu
caminho para a revo-lução Francesa.
A Expansão Marítima Comercial Europeia 
Fatores/causas da Expansão Marítima 
Europeia:
Escassez de matais preciosos na Europa. O
ouro e a prata eram utilizados como
padrão mo-netário nas transações
comerciais.
O comércio de especiarias, produtos Asiáticos 
precedentes da Índia.
Os reinos ibéricos quebraram o monopólio
comer-cial das cidades italianas, buscando novos
caminhos para chegar ao oriente. Portugal
desenvolveu o ciclo oriental das navegações, com a
conquista de Ceuta, em 1415. A Espanha inaugurou
o ciclo ocidental, que
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História
culminou com a descoberta da América, através do
ge-novês Cristóvão Colombo em 1492. A
descoberta de prata, ouro e pedras preciosas,
encontradas por Co-lombo junto às civilizações
pré-colombianas, resulta-ram em disputa de rotas
marítimas entre a coroa portu-guesa e o reino
espanhol, resolvidas pelo Tratado de Tordesilhas
(1994), pelo papa Alexandre VI. O pionei-rismo
português justifica se pela precoce centralização
do poder e a existência de uma classe mercantil
forte, posição geográfica favorável, e a Escola de
Sagres (centro de estudos náuticos dirigidos pelo
infante D. Henrique).
A organização e a produção colonial deveriam
atender aos interesses da metrópole. Um exemplo
desse fato foi a utilização da escravidão em larga
esca-las nas colônias. A garantia do lucro da
metrópole fi-cava assegurada pelo Pacto Colonial. A
política colonial submeteu as populações nativas que,
em nome de “Deus dos colonos”, perderam seus
valores e identi-dade cultural. Grupos nativos da
América encontravam se em diferentes estágios
evolutivos.
Enquanto determinados grupos viviam na
Idade da Pedra, levavam uma vida nômade como
os Tapuias, Timbiras, etc.,
O Renascimento Cultural
Na Idade Média, a igreja manipulava a cultura
Te-ocêntrica (Deus no centro de todas as coisas). A
cultura renascentista procurava valorizar o homem,
inspirado no modelo clássico greco-romano, marcado
pelo antro-pocentrismo (o homem como o centro de
todas as coi-sas). O Renascimento é também
fundamentado pela volta as origens da cultura Greco-
romana.
Características do Renascimento Cultural
Hedonismo = busca de satisfação dos 
desejos pessoais.
Naturalismo = valorização da natureza.
Racionalismo = uso da razão no lugar da fé.
Experimentação = demonstra os 
conhecimen-tos através da experiência 
cientifica.
Fatores/causas geradores do Renascimento
– As transformações econômicas, com a 
ascen-são da burguesia, tornaram as 
concepções me-dievais superadas.
– Reabertura do Mediterrâneo através das 
cruza-das, que permitiu o enriquecimento 
de várias ci-dades italianas.
– Os Mecenas, ricos patrocinadores dos 
artistas e da ciência.
– A existência da tradição clássica na Itália, 
que possibilitou ser o país-berço do 
renascimento.
– Migração de sábios bizantinos para a Itália.
Fases do Renascimento
Trecento (século XIV)
Marcou a transição da cultura teocêntrica 
para a antropocêntrica. Nas letras destacam se:
Dante Alighieri: que escreve importantes 
obras como:
A Divina Comédia, onde encarna a
passagem ou transição da fé para a razão,
glorificando as conquistas humanas na
época.
Francesco Petrarca: desprezava a cultura me-
dieval e ressaltava o classicismo greco-
romano.
Cancioneiro - foi sua obra prima, canta o 
amor por Laura, sua grande paixão.
Giovanni Boccaccio- que em sua obra
principal, Decameron, um conjunto de
contos, ressalta a vida cotidiana de
Florença..
Nas artes plásticas, foi Giotto o mais
expressivo representante dessa fase. Em suas
obras destacava a individualidade.
Quattrocento (séc. XV)
Foi um período em ressurgiu o interesse
pelas lín-guas clássicas e pelo paganismo. A partir
dos artistas de Florença, patrocinados pela família
Medici, teve ini-cio a pintura em óleo. As artes
dessa época apresen-tam nomes como:
Massaccio: Obras:*A expulsão de Adão e
Eva do Paraíso. *Distribuição de esmolas por São
Paulo.
Botticelli: *nascimento de Vênus *Alegoria da
Pri-mavera.
Leonardo da Vinci: Viveu a fase de transição do
Quatrocento para o Cinquecento. É considerado o
curi-oso mais importante da História. Fazia
intermináveis anotações e queria saber o porque de
tudo o que via. Conseguiu desenvolver os mais
diversos campos da ci-ência. Obras. *Gioconda
(Monalisa) * Santa Ceia
.
Cinquecento (séc. XVI)
Nas artes destacam-se:
Michelangelo: Retratou com maestria os
afrescos da capela de Sistina (juízo final).Obras :
*Pietá, *Davi, *Moisés.
Rafael: Obras: *Escola de Atenas , * sagrada
fa-mília, *Destacou se na pintura de “Madonas”
História Página 11
História
Durante o cinquecento houve a sistematização
da língua italiana. Vários foram os escritores dessa
época.
Nicolau Maquiavel: Obra:* O príncipe, onde
de-fende o estado forte, independente da igreja.
Sua obra seguiu como guia para o estado
absolutista moderno. ‘Os fins justificam os meios’.
Expansão Renascentista
De um modo geral, a Renascença não
despertou com o mesmo ímpeto em toda a Europa
como na Itália. Espelhou características
especificas de cada país, cuja preocupação maior
foi com a ordem prática dos proble-mas.
Países Baixos
Erasmo de Rotterdam: Conhecido como
“Príncipe dos Humanistas”. Escreveu Elogio da
Loucura, obra em que denuncia a imoralidade do
clero. Os irmãos Van Ejjtck a tela adoração do
cordeiro.
Alemanha
Albrecht Dürer: Autor de auto-retrato,
adoração da Santíssima Trindade
Inglaterra
Thomas Morus: escreveu a Utopia, onde
exalta a paz e o amor e condena a intolerância.
Vislumbra uma sociedade perfeita.
William Shakespeare: Através de suas
tragédias, faz vim à tona verdades eternas e a
intensidade da alma. Escreveu muitas obras que
hoje são representa-das nos teatros. Ex: Romeu e
Julieta, Hamelet, Otelo, Macbeth.
França
Rabelais Obras: * Gargantua * Pantagruel. 
Mon-
taigne: Obras: Ensaios
Espanha
Foi uma época de antagonismo, onde de um
lado estavam as riquezas das navegações e do
outro o cris-tianismo.
El Greco
Obras: O enterro do Conde de Orgaz Vista
de To-ledo Sob a Tempestade. Tirso de Molina
Obra: * Dom Juam
Miguel de Servantes
Obra: * Dom Quixote * Uma sátira a cavalaria
me-dieval.
Portugal
Viveu a mesma conjuntura espanhola das
nave-gações. Gil Vicente Obras:* Auto da
Visitação* Auto dos reis magos. Luís Vaz Camões
Obra épica: Os Lu-síadas. Também as ciências
conheceram um grande progresso durante a
efervescência renascentista. O universo passa a
ser analisado sob uma óptica critica.
Nicolau Copérnico: Refuta o geocentrismo de
Ptolomeu e formula a teoria heliocêntrica. Johann
Ke-pler: criou a teoria das órbitas de elípticas dos
planetas Miguel Servet e William Harvey:
descobriram o meca-nismo da circulação
sanguínea.
André Vesálio: Moderna Anatomia.
A Reforma Protestante
A reforma representou no campo espiritual o
que o renascimento representou no campo
cultural. Funda-menta-se num processo de ruptura
dentro da própria Igreja Católica.
Causas da Reforma
– Antagonismo entre a formação do estado 
Naci-onal e o poder temporal exercido pela
igreja.
– O progresso capitalista entrou em choque 
com a filosofia tomista que preconizava o 
justo preço e condenava a usura.
– Confronto da teologia Tomista, a alicerçada
no princípio do livre arbítrio e das boas 
obras, que norteavam o catolicismo, e a 
teologia agostini-ana, que por suavez 
defendia a fé e pré-desti-nação usada 
pelos reformistas .
– Abusos da igreja católica, com a venda de 
in-
dulgências, crise moral dos chefes 
eclesiásti-cos, opulência e o luxo do alto 
clero.
–A prática da simonia, ou seja, o comércio 
das coisas sagradas.
Erasmo de Rotterdam e thomas Morus
propuse-ram uma depuração e uma reforma
interna.
No século XIV e inicio do século XV, John
Wicliff, professor de Oxford, e Johann Huss, Teóloga
da uni-versidade de praga, atacaram severamente os
abusos da igreja . No século XVI, por ocasião da
construção da Basílica de São Pedro, no vaticano, os
papas Júlio II e Leão X, com o objetivo de obter
recursos para o empre-
História Página 12
História
endimento, tornaram mais frequente a prática da
Simo-nia. Isso fez eclodir de forma violenta o
movimento pro-testante alemão, liderado pelo
monge agostiniano Mar-tinho Lutero.
Martinho Lutero (Luteranismo)
Deu inicio ao processo reformista na
Alemanha, na cidade de Mittenberg. Defendia a
doutrina apenas pela fé. Em sinal de desafio fixou
as 95 teses, através das quais criticava o sistema
dominante. Foi conside-rado herege pelo papa
Leão X. Na Dieta de Worms, Lu-tero negou-se a
retratar. Traduziu a bíblia para o ale-mão, o que
deu origem a língua alemã moderna. A ex-pansão
das idéias luteranas fez o rei Carlos V convocar a
Dieta de Spira, que decidiu aceitar a pratica
luterana onde já fora implantada. Porém, proibiu a
sua expan-são. Esse fato gerou protestos dos
adeptos da nova re-ligião. Daí, protestante.
A Confissão de Augsburg
Fundamentou a nova doutrina com os
seguintes princípios:
A fé é a única fonte de salvação (S. Agostinho).
Nega a transformação do pão em vinho em 
corpo e sangue de Cristo.
Negação ao celibato e as imagens.
Substituição do latim pelo alemão nas cerimô-
nias religiosas.
As escrituras sagradas como único dogma.
O batismo e a eucaristia como único sacra-
mento.
Paz de Augsburg (1555): Devido ás
desavenças entre os luteranos e o imperador
católico do Sacro Im-pério germânico só chegaram
ao fim quando foi assi-nada a Paz de Augsburgo,
que reconhecia oficialmente a nova doutrina e
definiu que cada príncipe poderia es-colher sua
religião (cujas regis ejus reegio). Isto resul-tou na
prática na divisão da Alemanha entre católicos e
protestantes.
Huldrych Zwingli e João Calvino (Calvinismo)
A reforma religiosa na Suíça representou, antes
de tudo, uma necessidade burguesa. O país estava
di-vidido em cidades que eram importantes centros
co-merciais. O poder político estava nas mãos da
burgue-sia, impedida de expandir seus negócios
devido ás for-tes barreiras impostas pela Igreja
Católica. O clero combatia a liberdade econômica e o
crescente lucro dos setores mercantis. A burguesia
necessitava, desse
modo, de novos parâmetros morais, econômicos e
reli-giosos que legitimassem a obtenção do lucro
por meio do comércio e da exploração do trabalho
assalariado.
Zwingli, ardente defensor das ideias de Lutero,
foi o iniciador da reforma religiosa na Suíça. Sua
atuação humanitária em ajudar os mais pobres, o
tornou muito popular.. Defendia a predestinação e
condenava a con-fissão, alegando que cabia a Deus
e não aos padres perdoar os pecados. Morreu em
meio a uma guerra civil quando tentava levar seus
ensinamentos a grupos mais conservadores. Mas
suas propostas saíram vitoriosas, consagradas no
acordo conhecido como a Paz de Kap-pel (1531),
pelo qual o governo de cada região na Suíça teria o
direito de escolher sua própria religião.
João Calvino iniciou a reforma na França, onde
foi perseguido. Por isso fugiu para a Suíça. Através
das ordenações eclesiásticas, as decisões de Calvino
eram implacáveis. A burguesia, que tinha seus lucros
censu-rados pela igreja católica, encontrou liberdade
total com a doutrina calvinista. Os princípios
calvinistas prega-vam o rigor da disciplina, a
valorização moral do traba-lho e da poupança,
oferecendo aos setores da burgue-sia uma
justificativa religiosa sólida e bem elaborada para as
suas atividades.
A reforma religiosa na Inglaterra
A reforma anglicana teve, sobretudo, motivos
po-líticos e econômicos. O rei Henrique VIII rompeu
com o Papa alegando problemas de ordem pessoal,
cujo pre-texto foi o divórcio de sua mulher Catarina
de Aragão, da família real espanhola. Casou-se
então, com Ana Bolena. Publicou no parlamento o
Ato de Supremacia, documento que o tornou chefe
da Igreja na Inglaterra Em linhas gerais, os preceitos
são semelhantes aos ca-tólicos, mantendo a
hierarquia do clero.
A Contra Reforma
Com a reforma protestante, a igreja católica
per-deu grande parte de seu patrimônio e milhões de
fiéis europeus. Foram tomadas várias medidas para
morali-zar a igreja. A fim de assegurar a unidade da
doutrina católica, o papa Paulo III convocou o
Concílio de Trento que se reuniu em 1545 e encerrou
seus trabalhos em 1563. As medidas moralizadoras
implicavam até em medidas repressivas através do
tribunal da Santa Inqui-sição. A nível doutrinário,
manteve os mesmos dogmas. A expansão marítima
trouxe compensações, visto que as monarquias
Ibéricas se mantiveram fiéis ao catoli-cismo. Dessa
forma, Clérigos acompanhavam as via-gens para
evangelizar os povos nativos.
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História
A fundação da companhia de Jesus, por
Inácio de Loyola, foi a principal arma para
evangelizar os povos ultramarinos.
Em 1543, o papa Paulo III mandou redigir o
Index, a lista dos livros proibidos aos fiéis, por
serem conside-rados perniciosos à fé.
Mercantilismo e os Sistemas Coloniais:
espanhol. Inglês, francês e holandês.
OBJETIVOS DO MERCANTILISMO:
I - Buscar Metais preciosos, a fim de
assegurar as riquezas nacionais através do
comércio, manufaturas e agricultura.
- Balança Comercial Favorável, como centro 
da política econômica.
- Protecionismo, como forma de exatamente 
proteger o mercado interno.
IV - O Monopólio Estatal, para garantir o 
capital necessário aos empreendimentos colônias.
V - Colônias, para exploração e 
complementar a economia da Metrópole.
A burguesia necessitou do mercantilismo
para desenvolver-se. Quando já possuía uma
sólida es-trutura, tratou de libertar-se do
controle estatal, pro-movendo as chamadas
Revoluções Burguesas.
A América Espanhola:
Cristóvão Colombo chegou na América nos
fins do século XV (1492). Até a metade do século
XVI, os povos americanos já estavam praticamente
todos sub-jugados. Efetuando a conquista, foi
iniciada a explora-ção do “Eldorado” dos metais
preciosos. Hernan Cotez liderou a conquista do
México. Francisco Pizarro e Di-ego Almagro
selaram o destino dos Incas do Peru.
Organização e administração da América 
espa-nhola
Mita = Utilização de mão-de-obra indigna nas 
minas sob uma remuneração irrisória.
Encomienda = Utilização da mão-de-obra
indí-gena com servos que isentava os
nativos do pa-gamento de tributos.
Conselho real e supremo das Índias = Órgão 
máximo da administração colonial.
Casa de contratação = Cuidava da 
arrecadação de impostos da colônia.
Cabildos = tinham uma função equivalente
as câmaras municipais do período colonial
brasi-leiro.
A América Francesa
A principal colônia na América foi Quebec, no
Ca-nadá, ocupada no século XVII, patrocinado
pela monar-quia absolutista Bourdon. Inicialmente
os franceses li-mitaram se ao extrativo vegetal e
ao comercio de peles. Entre os grandes lagos e o
Golfo do México fundaram a colônia de
Luisiana.Com a Guerra dos Sete Anos, en-tre
França e Inglaterra (1756 - 1763), a Inglaterra
tomou posse do Canadá.
A América Inglesa
Durante o reinado de Isabel ou Elisabeth I
(1558 - 1610), a Inglaterra iniciou efetivamente a
colonização. Foram organizadas as expedições
colonizadoras com o objetivode ocupar terras da
América. A expansão co-lonial britânica atendeu a
dois pontos críticos da vida inglesa:
O excedente populacional nas cidades motiva-dos
pela expulsão dos camponeses.
Os conflitos religiosos que provocaram a emi-
gração dos puritanos e quakhers.
A colonização inglesa na América do Norte,
des-dobrou se em dois sistemas diferentes:
Norte = Onde as condições de natureza
climática são idênticas as européias, foi
estabelecido a colônia de povoamento, com ampla
liberdade em relação a me-trópole. Essa região
caracterizou se pelas pequenas e médias
propriedades, além de uma vida urbana bas-tante
ativa.
Sul = Onde foi implantado o sistema de
Plantation na forma de grandes latifúndios cuja
produção desti-nava se ao mercado europeu. Nessa
região a mão-de-obra escrava foi utilizada em larga
escala. Esse sistema determinou se colônia de
exploração.
As Revoluções Inglesas do século XVII
As Revoluções burguesas requerem a
considera-ção de que elas ocorreram com a
participação das ca-madas populares, ainda que
os objetivos destas não te-nham sido plenamente
atingidos. Foi o ideário burguês que definiu, liderou
e tornou possível a mudança da An-tiga Ordem.
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História
A Revolução Puritana
Durante os reinados de Henrique VIII e
Elizabeth I, no século XVI, a economia inglesa
passara por um período de grande desenvolvimento
comercial. Por essa época, surgiram grandes
empresas monopolistas, como a companhia das
Índias Orientais. Essas compa-nhias, entretanto,
impediam a livre concorrência e bar-ravam o acesso
das pequenas e médias companhias de comércio ao
mercado. Como consequência, a bur-guesia inglesa
acabou se dividindo em relação à polí-tica econômica
da monarquia. Enquanto os grandes co-merciantes
apoiavam o monopólio, os pequenos e mé-dios
empresários lutavam contra a exclusividade de
mercado, reivindicando a liberdade de comércio.
Com o surgimento da dinastia Stuart, os
proble-mas se agravaram. Tanto Jaime I quanto
seu filho Car-los I, praticaram uma política
mercantilista restrita, fa-vorecendo a grande
burguesia e a nobreza, em detri-mento dos
pequenos e médios empresários. Esses se-tores
tinham seus representantes no Parlamento inglês,
na Câmara dos Comuns. Desde a Magna Carta
(1215), ficaram estabelecidos que o rei não podia
cobrar novos impostos sem a devida autorização
do parlamento. A burguesia muito mais forte,
agora, não estava disposta a abrir mão dessa
conquista. A política absolutista dos Stuart exigia
grandes somas de recursos financeiros para o rei,
o que só seria possível como o aumento dos
impostos.
Para agravar a situação Jaime I, resolveu
dissol-ver o Parlamento em 1628. As tensões
chegaram ao limite. A guerra veio então sob a
forma de um conflito político com motivações
religiosas. De um lado os de-fensores da
monarquia e do outro os partidários do Par-
lamento.
Em 1648, o rei finalmente derrotado. Preso
pelos Cabeças Redondas, enfrentou um julgamento
sumário e foi decapitado em 1649. A Inglaterra
passou a ser go-vernada pelo Parlamento, sob a
liderança de Cromwell.
A República de Cromwell
Formalmente a monarquia tinha sido extinta.
Na prática, porém, os ingleses viveriam sob a
ditadura exercida por Oliver Cromwell. O governo
de Cromwell caracterizou-se por adotar uma
política agressiva de fortalecimento do comércio
internacional da Inglaterra. Em 1651, o Parlamento
aprovou o Ato de navegação, pelo qual somente
os barcos ingleses ou de países da origem das
mercadorias podiam transportá-las até os portos
da Inglaterra. A medida acabou provocando uma
guerra com a Holanda. Vitoriosa a Inglaterra saiu
do conflito como a grande potência naval da
Europa.
Internamente Cromwell, esmagou a facção
dissi-dente dos niveladores, enforcando seus
líderes, e esta-beleceu a supremacia política da
burguesia. Cromwell morreu em 1658 e foi
sucedido pelo filho Richard, que ficou menos de
um ano no poder. Em 1640, o trono pas-sou às
mãos de Carlos II. Com o retorno do Stuart ao
poder, teve início a Restauração, que se
estenderia pe-los reinados de Carlos II (1640-
1685) e de Jaime II (1685-1688)
A Revolução Gloriosa
Em 1688, o Parlamento decidiu depor o rei,
pois Carlos II e seu sucessor Jaime II insistiram
em adotar políticas semelhantes à de seus
antecessores Stuart, centralizando o poder e
governando de forma autoritá-ria. Para o trono
inglês foi escolhido o príncipe Holan-dês
Guilherme de Orange. Casado com a filha de
Jaime II, Guilherme foi coroado em novembro de
1689 como Guilherme III.
Os acontecimentos de 1688 e 1689
constituíram a Revolução Gloriosa, assim
chamada porque se deu sem derramamento de
sangue. Ao assumir o trono, o novo rei se
comprometeu aceitar e cumprir o Bill of Rights
(Declaração de Direitos).Votado pelo parla-mento
o documento reafirmava e ampliava a lista de di-
reitos da população inglesa que o soberano inglês
não podia violar.
O Iluminismo
No decorrer do século XVIII, difundiu-se na
França e na Inglaterra um conjunto de ideias frontal-
mente opostas ao absolutismo dos reis e ao
misticismo religioso: o movimento iluminista. A
principal caracterís-tica desse movimento era a
valorização da ciência e da racionalidade como forma
de eliminar a ignorância dos seres humanos acerca
da natureza e da vida em soci-edade. Para os
iluministas, a ignorância é alimentada pela tradição,
pelo fanatismo e pelas crenças religiosas. O
Iluminismo – conhecido também como Ilustração –
manifestou-se, sobretudo, no campo da filosofia, mas
acabou se refletindo ainda na política, na economia,
na arte e na literatura. Na esfera política, a atuação
dos iluministas se concentrou na defesa dos direitos
do in-divíduo e no combate às arbitrariedades dos
governos absolutos.
O século XVIII, também ficou conhecido como o
Século das Luzes, todas as expressões criadas para
o iluminismo revelam um significado semelhante:
ilumi-nar, combater o obscurantismo, eliminar as
supertições e buscar esclarecimentos sobre a vida
humana orienta-dos pela crença na razão e no
progresso.
Se no século XVI o pensamento científico
deu seus primeiros passos e ocorreu uma
renovação nas
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História
artes e nas técnicas, no século XVII assistiu-se ao
de-sabrochar da revolução científica através de
grandes nomes, tais como: Descartes, Locke,
Newton e Francis Bacon.
Os ideais das luzes
As obras dos filósofos iluministas apresentavam
algumas características comuns. De modo geral,
man-tinha a crença inabalável no futuro e uma visão
positiva da humanidade. A fonte do todo o progresso
e da liber-dade individual era a razão, guia para a
compreensão do mundo e das relações sociais,
afirmavam que as for-mas de governo haviam sido
criadas pelas relações hu-manas e não pela vontade
divina,. Defendiam a tese de que os governos
deveriam existir para o bem da socie-dade, com a
função de garantir a liberdade econômica e individual
e a igualdade de todos perante a lei. Argu-mentavam
que os nobres e os clérigos deveriam pagar impostos
e serem julgados por tribunais comuns a to-das as
pessoas.
O Estado defendido pelos iluministas
fundamen-tava-se na ideia do Contrato Social,
segundo o qual cada indivíduo nasce com direitos
inalienáveis, como o direito à vida, à liberdade e à
propriedade. Por isso, eles são também chamados
de contratualistas ou jusnatura-listas – palavra do
latim que significa direito natural.
As reflexões filosóficas do iluminismo voltaram-
se também para a crítica aos sistemas religiosos
tradicio-nais. Buscou-se a relação existente entre
Razão- Na-tureza- Deus, admitindo-se a existência
desseúltimo em função da ordem natural que
prevaleceria no uni-verso. A tentativa de se chegar a
uma religião natural-racional, independente de fé e
de todas as revelações, está na base do Deísmo,
sistema filosófico-religioso que rejeitou a idéia da
“revelação divina”, de qualquer autoridade da Igreja,
da necessidade de sacerdotes ou qualquer tipo de
intermediários entre os homens e Deus. Este seria
destituído de atributos morais e, por-tanto, não se
intrometia nos assuntos humanos. Deus, assim, seria
apenas o “grande relojoeiro” do universo, entendido
como uma máquina perfeitamente ordenada e
movida por “leis Naturais”.
Os ideais iluministas se espalharam por
vários pa-íses da Europa, mas foi na França,
dominada pelo An-tigo Regime, que eles mais se
difundiram. Os principais filósofos iluministas são:
Voltaire
Montesquieu
Denis Diderot
Jean-Jacques Rousseau
Luzes na Economia
Os iluministas marcaram também a área 
econô-mica, dominada na época pelos princípios 
mercantilis-
tas, caracterizados pela intervenção do Estado na
eco-nomia por meios de monopólios, proibições e
regula-mentos. As atividades comerciais eram então
conside-radas as principais fontes de riqueza e
dependiam da proteção do Estado para sua plena
realização. Muito teóricos pregavam a liberdade
econômica e a formação de livre mercado. Esses
ficam conhecidos como fisio-cratas (de fisiocracia,
governo da natureza). As ideias dos fisiocratas
acabaram influenciando o escocês Adam Smith,
fundador do liberalismo econômico, que publicou, em
1776, o livro Investigação da natureza e as causas da
riqueza das nações. Nessa obra, Smith defende o
trabalho como base de toda a riqueza, em oposição
aos mercantilistas e aos fisiocratas. O econo-mista
era ainda a favor do trabalho livre assalariado e
contrário ao protecionismo, ao sistema colonial e à
ex-cessiva intervenção do Estado na economia.
O despotismo esclarecido
De modo geral os filósofos usam o termo
“despo-tismo” para se referir a um governo cujo
poder não tem limites. O déspota é um governante
que detém poder absoluto e governa segundo a sua
própria vontade.
Consideram, contudo, que um déspota, mesmo
governando segundo sua própria vontade, se for
escla-recido e sábio, pode ser um bom modelo de
governo. Conhecendo a natureza humana e a
verdadeira natu-reza das coisas, o déspota poderá
instaurar em seu país a tolerância e a liberdade
religiosa, destruir a ser-vidão, instruir os povos e
modernizar seu país.
Entre os monarcas europeus do século XVIII,
Fre-derico II, da Prússia, e Catarina II, da Rússia,
pareciam aos olhos dois filósofos, encarnar esse
ideal. Voltaire correspondia-se com ambos e
chegou a passar uma temporada na corte
prussiana. Diderot foi hóspede de Catarina em São
Petersburgo. Mas os dois se decepci-onaram.
Frederico mostrou-se belicoso demais, e Ca-tarina
liderou à invasão da Polônia, que foi dividida en-tre
a Prússia e a Rússia. Os pretensos déspotas
ilustra-dos apropriaram-se de uma nação soberana
e ali insta-laram uma administração tirânica. Os
filósofos então perceberam seu engano. Um
déspota é sempre em déspota.
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História
Questões
01- O Iluminismo contribuiu para uma série de 
modifi-cações políticas e sociais. Entre elas, 
destaca-se:
fim do Despotismo Esclarecido.
fortalecimento do poder papal após o surgimento 
da Teoria do Direito Divino.
apesar da intensidade das idéias revolucionárias
ilu-ministas, a penetração desses ideais não
chegava às colônias americanas.
criou bases ideológicas para a Revolução
Francesa e influenciou o desenvolvimento da
cultura e da educa-ção ocorrido na Europa.
mesmo com bases revolucionárias, defendia a 
servi-dão.
02- "Cremos como verdades evidentes, por si
próprias, que todos os homens nasceram iguais, que
receberam do seu Criador alguns direitos
inalienáveis; que entre esses direitos estão a vida, a
liberdade e a procura da felicidade; que é para
assegurar esses direitos que os Governos foram
instituídos..." (Declaração de Indepen-dência dos
EUA - 04.07.1776). Esta declaração inspi-rou-se nos
ideais do:
Neoliberalismo.
Absolutismo.
Iluminismo.
Positivismo.
Estoicismo.
Os pensadores do liberalismo econômico, como 
Adam Smith, Malthus e outros, defendiam:
a) intervenção do Estado na economia
b) o mercantilismo como política econômica 
nacional c) socialização dos meios de produção
d) liberdade para as atividades 
econômicas e) implantação do 
capitalismo de Estado
A Independência dos Estados Unidos da 
América
No final do século XVIII, o Antigo Regime
cedeu lugar a um novo tipo de Estado, totalmente
controlado pela burguesia, o chamado Estado
Liberal. Nessa época o que estava do feudalismo
foi eliminado, e uma série de privilégios associados
à velha aristocracia de-sapareceu. Surge, assim,
um novo mundo, caracteri-zado pelo sucesso
burguês e o desenvolvimento má-ximo do
capitalismo com a industrialização. Foram fatos
que contribuíram para a queda do Antigo Regime:
A In-dependência dos Estados Unidos (1776), a
Revolução Industrial (1760-1850) e a Revolução
Francesa (1789-1799).
A Independência dos Estados Unidos foi
influen-ciada pelas ideias iluministas. Ao pregarem o
direito à liberdade e de resistência a um governo
autoritário, es-sas ideias forneceram a base teórica
não só para a in-dependência, mas também para a
construção de um
novo Estado. Isentas da exploração da coroa
inglesa, as colônias passaram a apresentar um
expressivo de-senvolvimento econômico, apenas
as do Sul agro-ex-portador, como também as do
Norte, que era um centro de intensa atividade
comercial e manufatureira. O co-mércio realizado
pelas colônias do Norte com o Caribe, a África e a
própria Europa, rivalizava com a própria In-
glaterra.
Aos poucos, o Parlamento inglês foi lançando
as bases de um fiscalismo tributário voltado para a
co-brança de impostos sobres os colonos na
América. A Guerra dos Sete Anos (1756-1763)
contra a França acelerou esse processo, ao
desequilibrar as finanças do Estado inglês. Essa
guerra também serviu de justifi-cativa para a coroa
taxar os colonos, já que o conflito com a França
ocorreu também em território norte-ame-ricano.
Em 1764, a Inglaterra estabeleceu a Lei do
Açú-car, e logo depois a Lei do Selo (1765), e a lei
do Chá (1767). Na cidade de Boston surgiram as
primeiras re-ações dos colonos a essa última
taxação. A forte re-pressão dos soldados ingleses
acabou se tornando um massacre, que ficou
conhecido como Massacre de Bos-ton.
Apesar disso, as reações coloniais
continuaram: em 1773, um navio da Companhia
das Índias Orientais, que monopolizava o comércio
de chá, foi tomado por colonos disfarçados de
índios. Conflitos como esse, da Festa do Chá de
Boston, se repetiram em várias cida-des.
A reação da coroa inglesa foi a de promulgar as
chamadas Leis Intoleráveis, por intermédio de um de-
creto do rei Jorge III em 1774, leis repressivas que
de-terminavam: julgamento na Inglaterra dos líderes
da Festa do Chá; fechamento do porto de Boston e a
inde-nização do chá destruído; ocupação militar da
colônia de Massachusetts; severa punição aos
agressores de funcionários e prédios públicos
metropolitanos.
Logo após as Leis Intoleráveis, os colonos
organi-zaram o Primeiro Congresso da Filadélfia, no
qual foi aprovada a interrupção do comércio com a
Inglaterra até a suspensão dos Atos. Em 1775, tropas
americanas enfrentaram soldados envidados pela
Inglaterra, com a derrota da metrópole. Por causa
dos confrontos, os co-lonos convocaram o Segundo
Congresso da Filadélfia. Na ocasião decidiram formar
um exército nacional, co-mandado por George
Washington, da Virgínia, e decla-ram guerra à
Inglaterra. Thomas Jeffersonfoi o respon-sável pela
Declaração de Independência. Essa decla-ração foi
aprovada em 4 de julho de 1776. Mas a inde-
pendência de fato somente se concretizou após muita
luta contra a metrópole. Levando sempre muita
desvan-tagem em relação ao exército profissional
inglês, os
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História
norte-americanos, através de Benjamin Franklin,
con-seguiram o apoio da França na luta pela
independên-cia. A guerra, então, chegou ao fim
somente em 1781, em Yorktown, com a vitória dos
colonos. Em 1783, foi assinado o Tratado de
Versalhes, em que a Inglaterra reconhecia a
independência dos Estados Unidos.
A Revolução Industrial
O conjunto de transformações econômicas,
soci-ais e tecnológicas que teve início na
Inglaterra, na Se-gunda metade do século XVIII,
levou o nome de Revo-lução Industrial. As
mudanças ocorridas com esse pro-cesso afetariam
muitos países da Europa e Estados Unidos,
alterando definitivamente as relações entre as
sociedades. Muitos acreditam que a Revolução
Indus-trial desempenhou um papel vital no
desenvolvimento do capitalismo. Marcada por
intensa acumulação de ca-pitais na Inglaterra e por
profundas transformações nas formas de
produção, na prática a revolução significou o
advento da indústria e da produção em série. A
Revo-lução Industrial transformou pequenas
cidades em grandes centros urbanos. Ao longo do
século XIX, pen-sadores, literatos, simples
observadores destacaram, muitas vezes, a
modernidade e o progresso desses es-paços.
As primeiras fábricas
A Revolução Industrial foi o resultado de um
longo processo que teve início na Baixa Idade Média,
com o aparecimento das corporações de ofício e o
renasci-mento das cidades e do comércio na Europa
Ocidental. Nessa época, ganharam importância cada
vez maior as noções de lucro e de produtividade,
fundamentais para o desenvolvimento de uma
mentalidade voltada para o enriquecimento e para a
acumulação: a mentalidade empresarial burguesa
capitalista.Com a expansão das atividades
econômicas, o comércio foi explorado pelas nações
européias em proporções mundiais. Para aten-der a
demanda crescente as Corporações de Ofício fo-ram
substituídas pela produção manufatureira, dirigida por
um comerciante que controlava a produção de vá-
rios artesãos. A partir de meados do século XVIII, al-
guns comerciantes perceberam que podiam
aumentar ainda mais a produção e os lucros. E, em
vez de espa-lhar ferramentas e matérias-primas entre
os artesãos contratados, passaram a reuni-los em um
mesmo local para trabalhar: assim surgiram as
fábricas ou o sistema fabril. A fabricação de cada
mercadoria foi dividida em etapas, num processo
conhecido como produção em série. Fazendo uma
única etapa, o trabalhador especi-alizava-se e
aumentava a produção. As fábricas altera-ram as
relações de trabalho e a paisagem. Foram res-
ponsáveis pelo desenvolvimento das grandes
cidades, a transformação mais importante foi
causada pelo em-prego da máquina a vapor. Esse
processo significou a perda gradual, para o
trabalhador, do controle de suas atividades, pois na
época das corporações de ofício, ele era dono de
suas ferramentas e senhor do seu ritmo de trabalho.
Na manufatura ele tornou-se dependente do
comerciante e perdeu o domínio sobre o produto final
de seu trabalho.
A Inglaterra foi o primeiro país a reunir as
condi-ções necessárias para o desenvolvimento do
sistema fabril. Em primeiro lugar, o controle de
vasto mercado consumidor. O processo da
expansão marítima e co-mercial européia, criaram
um rico e promissor mercado mundial, a Inglaterra
soube superar a concorrência dos outros países
europeus. Durante o século XVIII, a po-pulação
inglesa cresceu muito, tornando maior a oferta de
mão-de-obra e o mercado consumidor. Em segundo
lugar, para o pioneirismo inglês foi importante a acu-
mulação de capital, devido as riquezas advindas do
comércio marítimo, ao tráfico negreiro e à exploração
colonial. Naquele momento de nada adiantava o acú-
mulo de capitais se não houvesse também a
disponi-bilidade de mão-de-obra. Desde o século
XVII, a de-manda de lã para fabricas de tecidos,
resultou nos cer-camentos, e a expulsão de milhares
de camponeses da terra. Sem terra para plantar os
camponeses tiveram que procurar outras atividades
nos emergentes centros urbanos, ou seja, tornaram-
se mão-de-obra para as fá-bricas. Os artesãos
também se tornaram trabalhadores assalariados.
Ainda como característica do pioneirismo inglês
tivemos: sistema bancário eficiente; disponibili-dade
de matérias-primas, como carvão e minério de ferro;
um grupo social formado por empresários empe-
nhado no desenvolvimento econômico; uma ideologia
(a calvinista) que valorizava o enriquecimento e o tra-
balho.
A produção
A produção de tecidos foi um dos primeiros
seto-res a desenvolver o sistema fabril, com forte
mecaniza-ção. As primeiras inovações na fiação
surgiram em 1767, quando James Hargreaves criou a
máquina de
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História
fiar. Dois anos depois, Richard Arkrigt patenteou o
tear hidráulico. Em 1779, surgiu a máquina de fiar
criada por Samuel Crompton. Em 1785, Edmund
Cartwright, pa-tenteou o tear mecânico, que
transformava os fios em tecidos. O
desenvolvimento da mecanização da tecela-gem e
fiação provocou uma reação em cadeia, afe-tando
outros setores (transportes, energia, metalurgia,
mineração, etc) em meio a um processo global de
in-venções e aperfeiçoamentos.
fábrica tornou-se o local adequado para a
pro-dução, favorecendo a divisão social do
trabalho, a im-posição do horário e da disciplina do
trabalhador, além do aumento da produtividade. No
âmbito social surgiu o proletariado, classe social
formado pelos trabalhado-res fabris e de
transportes. Devido aos baixos salários, mulheres
e crianças também eram obrigadas a traba-lhar,
recebendo remuneração ainda menores que os
homens. A Revolução Industrial causou graves
conse-qüências na vida dos trabalhadores, pois
não havia re-gras ou limites para o exercício da
profissão. Os donos das fábricas impunham
salários miseráveis e longas jornadas de trabalho,
que chegavam a dezoito horas di-árias.
A Revolução Francesa (1789)
O século XVIII representou um período de
crise generalizada nas potências europeias. As
falências das estruturas políticas e econômicas,
que caracterizaram o Antigo Regime, cedeu lugar a
um novo sistema con-trolado pela burguesia.
A França desempenhou um papel fundamental
nesse processo, ela representava o modelo mais evi-
dente da monarquia absolutista do continente
europeu. Diferente do modelo inglês, a França do
final do século XVIII, ainda representava uma
sociedade de estrutura feudal a nobreza fundiária e
um grande contingente de
camponeses submetidos ao regime de servidão
persis-tiam como classes representativas da
pirâmide social francesa.
Na sociedade francesa, o clero ocupava o Pri-
meiro Estado, a nobreza, o Segundo Estado e por úl-
timo vinham a terceiro Estado constituído pela
burgue-sia, pelos camponeses e pelas camadas mais
pobres. Havia ainda as subdivisões, como, o alto
Clero e o Baixo Clero; a nobreza de espada e a
nobreza de toga; os burgueses financistas, os
pequenos empresários e os pequenos comerciantes;
os artesãos ou os donos das manufaturas citadinas.
Os operários e os jornalei-ros (diaristas),
completavam o contingente urbano.
A realidade por cerca de 80% da população era
crítica, pois a maioria explorada com pesados impos-
tos, frequentemente padecia com as mudanças
climáti-cas e as consequências dessas originadas,
ocorrendo a fome, a perda dos bens e a migração
para as cidades.
Muitas das obrigações

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