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RESUMO - GOVERNO DILMA ROUSSEFF (2011-2016)

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CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010 
 Antes de iniciar a explanação em torno das eleições presidenciais de 2010, é necessário 
apresentar a figura de Dilma Rousseff. A candidata no PT antes mesmo de entrar para a Universidade 
se aproximou e integrou o grupo conhecido como Organização Revolucionária Marxista – Política 
Operária (Polop). Esse grupo era uma vertente alternativa aos principais partidos de esquerda que na 
época acreditavam ser possível uma aliança entre Proletariado e Burguesia. A Polop, por sua vez, 
afirmava que o Brasil já estava maduro para uma experiência socialista e lutava nesse sentido. Durante 
a Ditadura Militar (1964-1985) o grupo se dividiu em duas vertentes, sendo que Dilma optou por 
integrar a equipe que logo formaria o Comando de Libertação Nacional (Colina). Presente em ações 
clandestinas para combater a Ditadura, Rousseff foi presa em 1970 no Estado de São Paulo, sendo 
libertada mais tarde em 1972. Essa experiência nos porões do regime seria importante para mais tarde 
a formação da Comissão da Verdade, assunto tratado mais adiante nesse resumo. 
 Em 1974 ingressou no curso de Ciências Econômicas, se graduando em 1977, durante esse 
período trabalhou na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE-RS). Foi 
Secretária Municipal da Fazenda em Porto Alegre, presidente da FEE-RS, Secretária de Minas, Energia 
e Comunicações do Rio Grande do Sul. No ano de 2001, se filiou ao Partido dos Trabalhadores – PT, 
legenda na qual permanece até os dias atuais. 
 Quando Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições presidenciais em 2002, Dilma foi 
convocada a assumir o cargo de Ministra de Minas e Energia do Governo. Sua principal missão no 
cargo era impedir que ocorresse uma nova crise energética no país, como a que aconteceu em 2001, 
conhecida como “apagão”. No cargo, Dilma defendeu a presença do capital privado nas atividades de 
produção, transmissão e distribuição de energia, mas defendia uma maior presença do Estado como 
regulador do setor. Um ano depois, lançou o Programa Luz para Todos com o objetivo de levar 
eletricidade as áreas ainda não atendidas, sobretudo as rurais. Em 2005, com o Escândalo do 
Mensalão, José Dirceu precisou se afastar da posição de Ministro Chefe da Casa Civil de Lula. Com o 
cargo vago, Luiz Inácio convidou Rousseff para ocupar a posição, já pensando em um possível governo 
de sucessão na figura de Dilma. Como Ministra Chefe da Casa Civil de Lula, Dilma atuou sobretudo no 
Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, assunto tratado com mais detalhes na aula passada 
sobre os dois Governos Luiz Inácio. 
 Já em 2010, com a proximidade das eleições, Rousseff fez campanha tendo como cabo eleitoral 
o Presidente Lula. Foi uma extensa campanha por todo o Brasil no qual ambos defendiam uma 
continuidade da política petista de Justiça Social e Programas Assistenciais. Essa continuidade ficaria 
bem visível no discurso de posse no seu primeiro mandato, ocasião quando ressaltou a necessidade 
de continuar a política de combate a fome. O mesmo pode ser observado no segundo mandato, quando 
o lema do governo foi “Brasil, Pátria Educadora”. Combate a fome e acesso a educação foram duas 
importantes bandeiras de Lula, quanto presidente. 
 Dilma disputou o primeiro turno contra os seguintes candidatos: José Serra ex-governador do 
Estado de São Paulo foi o escolhido pelo PSDB como presidenciável e Índio da Costa do Democratas 
(DEM) como vice-presidente. Também é importante a participação da Ex-Ministra do Meio Ambiente 
de Lula, Marina Silva agora no Partido Verde (PV). Houve especulação sobre uma possível aliança 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
entre Marina e Heloísa Helena do PSOL para concorrer ao cargo. Contudo, Heloísa optou por concorrer 
a uma cadeira no senado. O vice de Marina foi, portanto, Guilherme Leal também do PV. O Partido 
Socialismo e Liberdade lançou Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como vice. Outros nomes 
menos importantes que disputaram o pleito foram José Maria Eymael (PSDC), José Maria de Almeida 
(PSTU), Levy Fidélix (PRTB), Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO). Todos com baixa 
expressão nas votações. Ao fim do primeiro turno, Dilma Rousseff e Michel Temer obtiveram 46,91% 
dos votos enquanto José Serra e Índio da Costa conseguiram 32,61%, sendo ambos eleitos para o 
segundo turno. 
 Tanto Dilma como Serra representavam um pequeno risco para os mercados que temiam pela 
perda da estabilidade econômica no país. Ambos, nesse sentido, dividiam os votos. Porém, o candidato 
do PSDB, seria aquele que melhor conseguiria tratar de questões como disciplina fiscal e contenção 
das despesas estatais. Além disso, sua posição era mais liberal e a favor do mercado que aquela 
defendida por Rousseff, que previa, por sua vez, uma maior presença do Estado e atuação econômica. 
Além disso, Dilma teria dificuldades de conter as despesas governamentais devido a sua plataforma 
de governo e propostas. Assuntos como Bolsa Família, amplamente criticado nas eleições de 2018 por 
candidatos como Jair Bolsonaro, aqui era ponto comum sua validade e ambos os presidenciáveis 
prometeram não só a continuidade do programa como sua ampliação. 
 Realizado em 31 de outubro de 2010, o segundo turno deu a vitória a Dilma Rousseff e Michel 
Temer com 56,05% dos votos, enquanto Serra e Índio da Costa obtiveram 43,95%. Dilma se tornava 
a primeira mulher a governar o país e o Partido dos Trabalhadores se manteve no poder por mais um 
mandato. Vejamos como foi o Primeiro Governo Rousseff. 
 
IMAGEM 01 – Temer, Dilma e Lula. Fonte: Brasil News. Disponível em https://www.n3w5.com.br/destaque/2016/04/stf-
citacoes-dilma-temer-lula-inquerito-lava-jato Acesso em 15 de dezembro de 2021. 
 
https://www.n3w5.com.br/destaque/2016/04/stf-citacoes-dilma-temer-lula-inquerito-lava-jato
https://www.n3w5.com.br/destaque/2016/04/stf-citacoes-dilma-temer-lula-inquerito-lava-jato
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
PRIMEIRO GOVERNO DILMA (2011-2015) 
 Assim que tomou posse, Dilma lançou o Plano Brasil sem Miséria, uma ampliação do Programa 
Bolsa Família (PBF) cuja meta era alcançar uma parcela significativa da população em situação de 
pobreza que não foi assistida pelo PBF, o chamado núcleo duro da pobreza. Esse grupo populacional 
não alcançado pelo Programa representa uma parcela em situação extremamente vulnerável e de difícil 
acesso através de programas assistenciais. Nesse sentido, a missão de Dilma com o Plano era 
bastante desafiadora. 
Para atingir seus objetivos, o Brasil sem Miséria se estruturou em cinco pontos de inflexão. A 
primeira delas foi o estabelecimento de uma linha de extrema pobreza usando o indicador “renda” 
como balizador para classificação. A segunda foi a definição como objetivo a universalização dos 
programas assistenciais como o Bolsa Família, por exemplo. A terceira foi a chamada “Busca Ativa”, 
pois a população do chamado núcleo duro era incapaz, devido a própria situação de pobreza, de 
buscar e exigir os seus direitos, dessa forma, passou a ser responsabilidade do Estado ir ao encontro 
dessas pessoas e cadastrá-las para acesso ao Plano e seus benefícios. A quarta inflexão estava 
centrada no estabelecimento do valor de R$:70,00 para todos os brasileiros considerando a renda e 
os benefícios dos programas sociais. Dessa forma, passou a existir um novo patamar no qual era 
imprescindível que todos os brasileiros estivessem. Por fim, a quinta inflexão consistia em ações 
voltadas para inclusãoeconômica da população adulta dos programas sociais através de capacitação 
para o emprego e para o empreendedorismo. 
O Plano apresentou bons resultados, segundo dados oficiais cerca de 22 milhões de pessoas 
saíram da linha da extrema pobreza com apoio do Plano e do Programa Bolsa Família. No aspecto 
“Busca Ativa” foram realizados nove mutirões com inclusão de 15.500 famílias no Plano. Outras 
atividades nesse mesmo âmbito foram o PRONATEC, o incentivo a formalização através do MEI – 
Microempreendedor Individual, Programa Crescer, Apoio a Economia Solidária, Água para Todos, 
Programa de Aquisição de Alimento – PAA, Agro Amigo, Bolsa Verde, entre outros. 
Como já mencionado no presente resumo, a prisão de Dilma durante a Ditadura Militar entre 
1970 e 1972 seria um importante fator que a motivou na tomada de duas decisões. A primeira foi a 
Aprovação da Lei de Acesso a Informação. A Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011, dentre outros 
aspectos, estabelecia que todos os Órgãos Públicos deveriam informar suas atividades a qualquer 
cidadão interessado. O dispositivo acabava com o sigilo de documentos do Governo e estabelecia o 
prazo de 50 anos para que os dados considerados ultrassecretos fossem colocados à disposição do 
público. A outra decisão está relacionada ao estabelecimento da Comissão Nacional da Verdade – 
CNV. A CNV tinha como objetivo averiguar os crimes ocorridos entre 1946 e 1988 no Brasil, bem como 
produzir um relatório final com os resultados do trabalho de pesquisa e apuração. A Comissão foi criada 
pela Lei 12.528 de 18 de novembro de 2011. 
Em 10 de dezembro de 2014 a Comissão, assim como esperado e estabelecido em lei, encerrou 
seus trabalhos apresentando um Relatório Final. Além do relatório, todo o arquivo de texto, imagético 
e audiovisual passou a compor o Acervo Nacional pelo Centro de Referência Memórias Reveladas. Ao 
todo, 377 pessoas foram responsabilizadas, apesar da CNV não possuir poder punitivo, a mesma 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
recomendou a abertura de processos judiciais. O Relatório Final pode ser baixado no site oficial da 
Comissão através do link http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/textos-do-colegiado/586-epub.html 
 
IMAGEM 02 – Dilma Rousseff durante audiência militar em 1970 durante a Ditadura no Brasil. Fonte: Revista Veja. 
Disponível em https://www.brasildefato.com.br/2020/01/15/dilma-rousseff-tortura-e-dor-e-morte-eles-querem-que-voce-
perca-a-dignidade Acesso em 15 de dezembro de 2021. 
Outro aspecto importante do Governo Rousseff foi a aprovação do Marco Civil Regulatório da 
Internet. A Lei 12.565 consiste em uma legislação de cunho principiológico, ou seja, que introduz os 
princípios norteadores, garantias, direitos e deveres dos agentes envolvidos com o uso e exploração 
da internet no Brasil. O Marco se fundamenta sobre três pilares: liberdade de expressão, neutralidade 
de rede e privacidade. A liberdade de expressão, direito já consagrado na Magna Carta de 1988 passa 
a ser aplicada no ciberespaço, contudo é vedado o anonimato e é possível a responsabilização civil 
daqueles que excedem o limite da liberdade de se expressar. A neutralidade da rede, por sua vez, foi 
expressa no dever dos provedores de Internet de tratar os pacotes de dados que trafegam em suas 
redes sem discriminação em razão do conteúdo, origem, destino e aplicação. Por fim, a privacidade se 
materializou na proteção aos dados dos usuários, sendo necessário o consentimento deste para uso 
das informações e a responsabilização pela aplicação indevida quando essa se manifestar em invasão 
da vida privada, intimidade ou comunicação sigilosa. 
No que tange a política educacional, foi durante o Governo Dilma que foi aprovado o Plano 
Nacional de Educação – PNE. O Plano, aprovado pela Lei 13.005, estabelecia uma série de metas e 
estratégias relacionada à educação para os próximos 10 anos (2014-2024) englobando tanto a 
educação básica, fundamental, ensino médio, ensino superior em graduação e pós-graduação. Entre 
as medidas mais importante estavam o investimento de 10% do PIB brasileiro no setor. Dilma havia 
http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/textos-do-colegiado/586-epub.html
https://www.brasildefato.com.br/2020/01/15/dilma-rousseff-tortura-e-dor-e-morte-eles-querem-que-voce-perca-a-dignidade
https://www.brasildefato.com.br/2020/01/15/dilma-rousseff-tortura-e-dor-e-morte-eles-querem-que-voce-perca-a-dignidade
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
proposto o investimento, alguns meses antes, de 100% dos royalties do pré-sal para a educação, mas 
a medida foi alterada pelo Congresso, ficando 75% para a educação e 25% para a saúde. Essa atenção 
especial para o setor educacional seria mais tarde fundamental para o estabelecimento do lema do 
segundo mandato “Brasil, pátria educadora”. Dentre os principais objetivos do PNE vale destacar: 
“Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 
(cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 
50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. 
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 
(quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa 
etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE. 
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 
(dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no 
ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). 
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de 
sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços 
especializados, públicos ou conveniados. 
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa 
líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, 
assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas 
matrículas, no segmento público.” 
(BRASIL, Lei nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá 
outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 26/06/2014 Brasília, DF.) 
O maior desafio de Dilma Rousseff no primeiro mandato e o primeiro movimento de contestação 
popular ao seu governo foram as manifestações de 2013. Ocorrido em várias capitais do país e em 
algumas cidades do interior, o movimento teve como estopim o aumento do preço das passagens no 
transporte público coletivo. Associado a essa pauta, foram levantadas bandeiras contra a corrupção, 
os altos investimentos em infraestrutura esportiva para receber a Copa do Mundo FIFA de Futebol que 
ocorreria no ano seguinte e a falta de recursos para educação e saúde. Temas mais específicos como 
a manutenção dos poderes investigatórios do Ministério Público também estiveram presentes. 
Passeatas ocorrem em diversas cidades, sendo as mais conhecidas as de São Paulo e a de Brasília, 
quando os manifestantes subiram a rampa e a plataforma do Congresso Nacional durante um protesto. 
Em resposta, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em rede nacional de televisão onde 
ressaltou que os movimentos eram indicativos dasaúde da democracia brasileira, criticou aqueles que 
agiram com violência incendiando ônibus, depredando lojas, bancos e templos. Por fim, se 
comprometeu a assumir um pacto com governadores e prefeitos para atender as demandas das ruas. 
O pacto estava centrado nos seguintes aspectos: responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, 
transporte e educação, além de um plebiscito para uma reforma constituinte. 
Dos pactos propostos por Dilma no pronunciamento apenas um foi de fato atendido, aquele 
relativo à saúde pública, alcançado através do Programa Mais Médicos. O programa consistia em 
incentivos para que médicos brasileiros e estrangeiros fossem trabalhar nos interiores do Brasil e em 
áreas periféricas nas grandes cidades, locais onde a população é mais carente de profissionais da 
saúde. O pacto ia muito além de simplesmente aumentar o número de profissionais e abrangia ações 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
relativas à grade curricular dos cursos de medicina no Brasil e regras para criação/abertura de novos 
cursos. Era uma ação mais ampla com objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e 
favorecer o acesso a serviços básicos de saúde. Contudo, uma medida bastante polêmica foi a 
chegada dos médicos estrangeiros, sobretudo os cubanos. 
“A chegada de médicos estrangeiros, principalmente cubanos, provocou vários protestos. Organizações 
de representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB), da 
Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e de organizações estudantis acusaram o governo de tentar 
transferir a responsabilidade pelos problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) para os profissionais da 
área. Outra crítica foi quanto à liberação dos estrangeiros de validarem o diploma por meio de um exame: 
eles teriam uma avaliação distinta e, se fossem aprovados, receberiam um registro provisório com validade 
apenas para atuação dentro do Programa. Alguns meses depois, a maioria da população aprovava a 
iniciativa.” 
(Verbete Biográfico Dilma Vana Rousseff. Fundação Getúlio Vargas (FGV) - CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/dilma-vana-rousseff Acesso em 16 de 
dezembro de 2021.) 
 
IMAGEM 03 – Manifestantes sobem no telhado do Congresso Nacional, em Brasília. O momento é considerado um dos 
mais marcantes da década. As reivindicações não se limitam mais ao transporte público Wikimedia Common. Fonte: Guia 
do Estudante. Disponível em https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/manifestacoes-de-junho-de-2013-relembre-os-
fatos-importantes/ Acesso em 16 de dezembro de 2021. 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/dilma-vana-rousseff
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/manifestacoes-de-junho-de-2013-relembre-os-fatos-importantes/
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/manifestacoes-de-junho-de-2013-relembre-os-fatos-importantes/
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
Dilma também apresentou propostas para a mobilidade focada no transporte público, educação 
de mais qualidade, reforma política que amplia a participação popular, combate a corrupção, entre 
outras. Contudo, os avanços nesses aspectos foram mais singelos. Dessa forma, fogem as breves 
considerações desse resumo. 
Em 2014, o Brasil recebeu a Copa do Mundo FIFA de Futebol. O evento foi realizado em diversas 
capitais brasileiras, como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, 
Cuiabá, entre outras e contou com modernas arenas, construídas para receber o evento. Dilma tratou 
de deixar claro que o dinheiro destinado a construção dos estádios foram frutos de empréstimos a 
serem pagos pelos exploradores das arenas, posteriormente, após o evento, e não de recursos do 
orçamento da União para áreas prioritárias como educação e saúde. A Seleção Brasileira chegou às 
semifinais quando foi derrotada pela seleção alemã na famosa derrota por 7 x 1 no Estádio Governador 
Magalhães Pinto, o Mineirão em Belo Horizonte. Na disputa pelo terceiro lugar, perdeu de 3 x 0 para a 
seleção dos Países Baixos (Holanda) no Estádio Mané Garrincha em Brasília. Rousseff foi vaiada e alvo 
de xingamentos em praticamente todos os jogos que presenciou. As derrotas da seleção aumentaram 
ainda mais o clima em torno da rejeição à Dilma, sobretudo nas classes média e alta. Durante o evento, 
ocorreram novas manifestações contra a presidente. 
Ainda em relação aos aspectos políticos, é importante ressaltar a influência da Lava Jato na 
popularidade de Dilma e do próprio Partidos dos Trabalhadores – PT. A Lava Jato foi uma operação 
realizada sobretudo perante a Justiça Federal em Curitiba que investigou ações criminosas e de 
corrupção no Brasil recente. Com o avanço das investigações, cresceram os indícios de desvio de 
dinheiro público e superfaturamento nas obras dos estádios da Copa. Além disso, evidências de que a 
compra de uma refinaria no Texas, EUA, teria causado desastrosos prejuízos para a Petrobras (na 
época, Dilma era Ministra de Minas e Energia de Lula) levou parlamentares a solicitar a abertura de 
uma CPI para investigar o caso. Logo depois, seria estabelecida uma ligação entre o dinheiro 
proveniente de corrupção na Petrobras e o pagamento de propina no Congresso. A investigação, 
contudo, não conseguiu comprovar o envolvimento de Dilma nos casos, porém levou a prisão de 
diversos empreiteiros e políticos. A operação em Curitiba possui diversos apoiadores, mas por outro 
lado, recebe muitas críticas como aquelas relacionadas a atuação com intuito político, quebra de rito e 
ação ilegal dos membros como forma de desestabilizar o PT e impedir o retorno do Ex-Presidente Lula 
ao cargo máximo do Executivo. Luiz Inácio, inclusive, será preso anos mais tarde no avançar da Lava-
Jato no aproximar das eleições de 2018. No entanto, esse debate foge as breves linhas desse resumo 
e é tratado nas disciplinas de História da Atualidade. 
Essa série de eventos levaram a uma queda da popularidade de Dilma e influenciou a disputa 
presidencial em 2014. Antes, porém, vamos analisar os aspectos econômicos do Primeiro Mandato 
Dilma, mais um ponto que levou ao desgaste da Presidenta. 
 
ASPECTOS ECONÔMICOS DO PRIMEIRO GOVERNO DILMA 
 O Governo Dilma iniciou com mudanças na estrutura estabelecida por Lula, Guido Mantega 
assumiu o Ministério da Fazenda e Henrique Meirelles depois de oito anos, deixou a presidência do 
Banco Central. Essa alteração não era muito bem vista pelos mercados em geral, mas mesmo assim, 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
Rousseff optou por fazê-la. Antônio Palocci ficou como Ministro Chefe da Casa Civil e Mirian Belchior 
ficou com a pasta de Planejamento. Contudo, logo no primeiro ano de mandato, oito ministros foram 
afastados de suas funções, sendo que sete deles por denúncias de envolvimento em casos de 
corrupção. A forma com que Dilma atuou nesses casos fez com que a população passasse a vê-la 
como uma presidente comprometida com o combate a corrupção. Dessa forma, esses eventos 
refletiram positivamente em sua popularidade. 
 Até então, os números da economia brasileira estavam em linha com o crescimento esperado, 
mesmo durante os anos de crise econômica, em 2008. Porém, os sinais de desaceleração já eram 
evidentes logo no primeiro ano do Governo Dilma, apenas o pleno emprego apresentava bons 
resultados, com apenas 5% da população economicamente ativa formalmente desempregada. Em 
2011, o crescimento foi de apenas 2,7%, 0,9% em 2012 e 2,3% em 2013. Rousseff, nesse sentido,optou por uma redução de impostos como forma de favorecer a produção, além de incentivos fiscais 
e financeiros. 
 Se até então o crescimento estava desacelerando e os números da economia estavam em 
tendência negativa, em 2014 a situação econômica fica particularmente alarmante para o governo. 
Tem início nesse ano uma das maiores recessões econômicas da história brasileira. São cinco 
trimestres consecutivos de encolhimento da economia. Para se ter uma ideia, em 2015 o Produto 
Interno Bruto brasileiro recuou 3,5%. A inflação, por sua vez, teve um forte disparo. Explicando melhor, 
Dilma optou por fazer um congelamento momentâneo da tarifa de energia elétrica durante o ano de 
2014 para evitar que um aumento da conta de luz afetasse sua campanha à reeleição. Como esses 
valores mais cedo ou mais tarde precisariam ser repassados de alguma maneira, ocorreu o chamado 
“tarifaço” um reajuste nos valores da energia elétrica. Como a eletricidade é básica para a produção 
de bens e serviços, praticamente todos os produtos subiram de preço. A taxa de desemprego que 
ficou estável em valores baixos nos primeiros anos de mandato disparou. O desemprego passou a ser 
crescente e se manteve em tendência de alta por 16 meses seguidos. Os juros subiram 
significativamente e o acesso ao crédito ficou ainda mais dificultado. Como Dilma optou pouco antes 
pela redução da arrecadação como forma de incentivar o crescimento, o país enfrentou uma crise fiscal 
bastante complicada para as contas do país. 
 Além dos eventos já mencionados anteriormente, esses resultados negativos na economia 
brasileira refletiram na eleição presidencial de 2014. Vejamos como foi o pleito. 
 
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2014 
 Realizada em dois turnos em outubro de 2014, o pleito presidencial desse ano foi o mais acirrado 
e disputado da história do Brasil recente. O Partido dos Trabalhadores lançou mais uma vez Dilma 
Rousseff para presidente e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro apoiou a candidata e 
manteve como vice Michel Temer. Chegou a se discutir a possibilidade de Lula concorrer pelo PT, mas 
a proposta não avançou. Na oposição, o PSDB lançou o nome de Aécio Neves, economista e Ex-
Senador e Governador do estado de Minas Gerais com Aloysio Nunes, advogado e Ex-Senador pelo 
estado de São Paulo. Dilma e Temer formaram a coligação “Com a Força do Povo” composta pelos 
partidos PT, PMDB, PSD, PP, PR, PDT, PRB, PROS e PCdoB. Aécio e Aloysio formaram a coligação 
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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 12 – ERA PT: GOVERNOS DILMA ROUSSEFF (2011-2016) 
 
Alexandre Alves 
“Muda Brasil” com apoio do PSDB, SD, PMN, PEN, PTN, DEM, PTdoB e PTB. As duas chapas seriam 
as mais importantes dessa eleição. 
 A disputa em 2014 foi marcante pelo acidente aéreo que matou o candidato Eduardo Campos 
do Partido Socialista Brasileiro – PSB. O pernambucano tinha como vice a Ex-Ministra de Meio 
Ambiente de Lula, Marina Silva (PSB), e faleceu com a queda do seu avião na cidade de Santos em 
São Paulo, quando fazia campanha. Com a morte de Campos, Marina Silva assumiu a cabeça da chapa 
que passou a ter como vice Beto Albuquerque também do PSB e político de confiança de Eduardo, foi 
uma forma do partido demonstrar que os acordos firmados inicialmente estariam garantidos. Marina 
chegou a figurar como favorita para ir a um possível segundo turno contra Dilma, onde possivelmente 
sairia vitoriosa. Contudo, com o passar do tempo, algumas atitudes e decisões da candidata levou a 
queda de seus números e Aécio Neves assumiu a segunda posição no pleito, sendo eleito para disputar 
o segundo turno contra a petista. 
 Outros nomes menos importantes que disputaram a cadeira presidencial foram: Eduardo Jorge 
e Célia Sacramento do Partido Verde, dupla que apresentou uma proposta pautada na 
responsabilidade ambiental e Luciana Genro e Jorge Paz pelo PSOL que disputaram depois da 
desistência de Randolfe Rodrigues. Além desses, participaram José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix 
(PRTB), Mauro Luís Iasi (PCB), Pastor Everaldo (PSC), Rui Costa Pimenta (PCO) e José Maria de 
Almeira (PSTU). Todos com baixa expressão nas votações. 
 O primeiro turno foi realizado em 05 de outubro e elegeu para o segundo turno Dilma e Temer 
com 41,59% dos votos e Aécio e Aloysio com 33,55%. Em terceiro lugar apareceu a figura de Marina 
Silva com 21,32% dos votos. Luciana Genro 1,55%, Pastor Everaldo 0,75% e Eduardo Jorge com 
0,61%. Os demais candidatos obtiveram votação inexpressiva. A decisão final ocorreu em segundo 
turno, realizado em 26 de outubro, quando Dilma obteve 51,64% dos votos, enquanto Aécio recebeu 
48,36% dos votos. Dilma e o PT se mantinham no poder, pelo menos por mais um mandato. 
 
IMAGEM 04 – Dilma Rousseff e Aécio Neves durante os debates no pleito presidencial de 2014. Fonte: UOL. Disponível 
em https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/07/rivais-em-2014-dilma-fica-fora-do-senado-e-
aecio-se-elege-deputado-em-mg.htm Acesso em 17 de dezembro de 2021. 
https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/07/rivais-em-2014-dilma-fica-fora-do-senado-e-aecio-se-elege-deputado-em-mg.htm
https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/07/rivais-em-2014-dilma-fica-fora-do-senado-e-aecio-se-elege-deputado-em-mg.htm
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SEGUNDO GOVERNO DILMA (2015-2016) 
 Antes mesmo de tomar posse, ainda durante as campanhas para presidência, Dilma tratou de 
se antecipar e divulgou o nome de Joaquim Levy para ocupar o cargo de Ministro da Fazenda. Levy 
era importante executivo do Banco Bradesco e sua nomeação era uma tentativa da presidente em 
reduzir a oposição dos mercados ao seu governo. Sob sua gestão, o Ministério da Fazenda adotou 
como objetivo a manutenção de um superavit primário com o intuito de pagar os juros da dívida 
brasileira. Nelson Barbosa ocupou a pasta de Planejamento e Alexandre Tombini ficou com a 
presidência do Banco Central – BC. Ambos com o desafio de reduzir os gastos públicos adotando uma 
política de austeridade. 
 Levy adotou medidas de ajuste fiscal que tinham como objetivo o retorno do crescimento 
econômico, do aumento da produção industrial e das vendas no varejo. Contudo, esse tipo de medida 
levou a um desgaste do Governo dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, com a população de 
uma forma geral e com as Centrais Sindicais. Na prática Dilma sancionou as medidas de Levy, mas 
acabou enfraquecendo ainda mais sua base que já estava frágil. As medidas alteravam a concessão 
de benefícios trabalhistas e sindicais e estava expressa nas medidas 664 e 665. Como a alteração era 
uma medida impopular, a situação de Rousseff foi ficando ainda mais complicada perante a opinião 
pública. 
 Além das mudanças na Fazenda, Planejamento e BC ocorreram diversas mudanças ministeriais. 
“Roberto Mangabeira Unger assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos no lugar de Marcelo Neri. Em 
seguida, Cid Gomes deixou a pasta da Educação devido a uma discussão com deputados, foi sucedido 
pelo professor Renato Janine Ribeiro. Já Edinho Silva (PT) assumiu a Secretaria de Comunicação Social. 
Em abril, Henrique Eduardo Alves substituiu Vinicius Lages no Turismo. O vice-presidente Michael Temer 
foi nomeado articulador político do governo, após as manifestações ocorridas no mês anterior, quando 
milhares de pessoas foram às ruas pedindo a saída de presidente Dilma. Com isso, foi extinto o cargo de 
ministro da Secretaria de Relações Institucionais, ocupado pelo deputado Pepe Vargas e as funções dessa 
secretaria passaram para a vice-presidência. O objetivo do governo seria melhorar sua já desgastada 
relação com o Congresso e, principalmente, com o PMDB. Pepe Vargas assumiu a Secretariade Direitos 
Humanos.” 
(Verbete Biográfico Dilma Vana Rousseff. Fundação Getúlio Vargas (FGV) - CPDOC, 2021. Disponível em: 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/dilma-vana-rousseff Acesso em 16 de 
dezembro de 2021.) 
 Ainda em 2015 o deputado pemedebista e presidente da Câmara Eduardo Cunha rompeu com 
o governo e aumentou ainda mais o clima de instabilidade. Temer tratou de deixar claro que a posição 
de Cunha era isolada e não representava uma posição partidária. Dilma, nesse sentido, realizou uma 
reforma ministerial ampla com o intuito de fortalecer a participação do PMDB no Governo e acalmar os 
ânimos. Na reforma, o PMDB ficou com sete ministérios, o PT ficou com nove pastas e os partidos 
menores da coalização, uma pasta com cada um. Michel Temer manteve essa posição de articulador 
entre a Presidência da República e o PMDB por um curto período até que passou essa função para 
Eliseu Padilha (PMDB). O Vice-presidente reclamava de sua posição “decorativa” e que só era 
chamado em momentos de crise na relação com os partidos de coalização. Dilma esperava uma 
posição de lealdade de Temer diante da crise política que se instalava, contudo, a transferência da 
posição de articulador para Padilha foi representativa de sua posição. 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/dilma-vana-rousseff
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Com o acentuamento da crise econômica, a aprovação da população caiu a níveis históricos, 
71% declararam o Governo Dilma como ruim e péssimo. No início de 2016 diversos movimentos foram 
as ruas pedir o impedimento da presidente Dilma. Nesse momento o processo de afastamento já estava 
em curso no Congresso brasileiro. Vejamos como foi esse processo. 
 
O IMPEACHMENT DE 2016 
 O Tribunal de Contas da União recomendou ao Congresso a reprovação das contas do Governo 
Dilma referente ao ano de 2014. Para eles, a presidente feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal por 
conta das chamadas “pedaladas fiscais” e da aprovação de créditos suplementares sem autorização 
do poder legislativo. Pedaladas fiscais é um termo utilizado para se referir a uma atitude deliberada do 
poder executivo em atrasar o repasse de dinheiro da União para bancos públicos e privados que 
operam em programas sociais do Governo. Como os recursos não são repassados, esse valor dá uma 
falsa sensação de que o superavit primário foi maior do que realmente é. Ou seja, existe uma 
maquiagem nos números apresentados. Contudo, a tese central que justificaria a abertura do processo 
de impedimento de Rousseff estava centrada na ideia de que, ao realizar as pedaladas, os Bancos 
precisavam usar de recursos próprios para financiar os Programas Sociais do Governo. Contudo, essa 
operação foi entendida como um empréstimo de recursos de bancos para a União e a Lei de 
Responsabilidade Fiscal proíbe operações dessa natureza entre a União e as instituições financeiras 
por ela controlada. Dilma teria, dessa forma, cometido um crime de responsabilidade e o processo de 
impeachment tinha fundamento jurídico para prosseguir. 
 No dia 02 de dezembro de 2015, o deputado Eduardo Cunha acatou o pedido de abertura de 
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. José Eduardo Cardozo da Advocacia 
Geral da União apresentou a defesa da presidente alegando que não houve dolo ou má-fé da 
presidente na aprovação de créditos suplementares. Além disso, apresentou um entendimento 
alternativo à acusação no qual o atraso no repasse do dinheiro para programas sociais gerava uma 
prestação de serviço dos bancos e não um empréstimo propriamente dito. Dessa forma, não haveria 
ferido a Lei de Responsabilidade Fiscal e o processo de afastamento não poderia prosseguir, uma vez 
que o Executivo já havia, inclusive, regularizado as contas com os bancos depois da recomendação 
do Tribunal de Contas da União - TCU. Apesar de toda a movimentação, o processo prosseguiu sendo 
aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados e em seguida no plenário do Senado. Com esse 
rito, a presidente Dilma precisava se afastar das suas funções por 180 dias. Com isso, Michel Temer 
assumiu a presidência de forma interina. 
 Passado o período determinado e retomado o processo de destituição de Rousseff, a bancada 
do Partido dos Trabalhadores apresentou um requerimento que fatiava a votação do impeachment em 
duas etapas. Na primeira etapa seria votada o afastamento ou não da presidente Dilma por conta dos 
crimes de responsabilidade do qual era acusada. Na segunda, seria votado a perda ou não dos direitos 
políticos da petista por oito anos, tal como ocorreu com Collor. Essa subdivisão causou bastante 
polêmica entre juristas e políticos, uma vez que essa manobra foi entendida como inconstitucional. 
Nesse tipo de processo, o presidente da mesa do Senado passa a ser o presidente do Supremo 
Tribunal Federal – STF. Com isso, o ministro Ricardo Lewandowski deferiu o pedido da bancada do PT. 
Dessa forma, a presidente Dilma foi afastada, mas sem perder seus direitos políticos. 
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IMAGEM 05 – Sessão na Câmara dos Deputados que abriu o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Ao 
centro da mesa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB). Fonte: Poder 360. Disponível em 
https://www.poder360.com.br/brasil/como-vota-deputado-relembre-sessao-de-abertura-do-impeachment-de-dilma/ 
Acesso em 17 de dezembro de 2021. 
A votação final ocorreu em 31 de agosto quando 61 senadores votaram pelo afastamento 
definitivo de Dilma da Presidência da República. Rousseff foi afastada de suas funções, tentou entrar 
com uma liminar no Supremo pedindo a anulação da votação do impeachment, mas foi recusada, já 
que o órgão entendeu que um aceite desses poderia jogar o país em uma instabilidade ainda maior. 
Alguns partidos tentaram que a sentença alcançasse o Vice-presidente Michel Temer, mas foi sem 
sucesso. Temer concluiu os anos de Governo da chapa até que passou a faixa presidencial para Jair 
Bolsonaro (PSL). As eleições de 2018 foram bastante turbulentas e marcada por uma série de 
acusações. Contudo, é assunto para uma disciplina de História da Atualidade e fogem as breves linhas 
desse resumo. Ademais, o processo de impedimento em 2016 é considerado como Golpe de Estado 
por diversos estudiosos no assunto. Porém, esse debate foge ao programa da disciplina. 
https://www.poder360.com.br/brasil/como-vota-deputado-relembre-sessao-de-abertura-do-impeachment-de-dilma/
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Alexandre A. 
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Janeiro: CPDOC, 2010. 
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BRASIL. Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso 
XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a 
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos 
da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Brasília, Governo Federal. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm Acesso em 15 de 
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BRASIL. Lei 12.711 de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e 
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