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REME - Revista Mineira de Enfermagem - Violência física ocupacional em serviços de urgência e emergência hospitalares_ percepções de trabalhadores de enfermagem

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ISSN (on-line): 2316-9389 
ISSN (Versão Impressa): 1415-2762 
QUALIS/CAPES: B1 
Periodicidade Continuada
DOI: http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20170034Volume: 21:e1024
PESQUISA
Violência física ocupacional em serviços de urgência e emergência hospitalares: percepções de
trabalhadores de enfermagem
Occupational physical violence in urgency and emergency hospital services: perceptions of nursing workers
Dayane Aparecida Scaramal1; Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad2; Mara Lúcia Garanhani2; Elisabete de Fátima Pólo de Almeida Nunes3;
Maria Jose Quina Galdino4; Paloma de Souza Cavalcante Pissinati5
1. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora. Universidade do Norte do Paraná-UNOPAR, Departamento de Enfermagem. Londrina, PR - Brasil
2. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associada. Universidade Estadual de Londrina - UEL, Departamento de Enfermagem, Programa de
Pós-graduação em Enfermagem. Londrina, PR - Brasil
3. Enfermeira. Doutora em Saúde Coletiva. Professora Associada. UEL, Departamento de Saúde Coletiva, Programa de Pós-graduação em Saúde
Coletiva. Londrina, PR - Brasil
4. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Universidade Estadual de Maringá-UEM, Programa de Pós- Graduação em Enfermagem. Maringá, PR -
Brasil; Professora Assistente. Universidade Estadual do Norte do Paraná-UENP, Departamento de Enfermagem. Bandeirantes, PR - Brasil
5. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. UEM, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Maringá, PR - Brasil; Prefeitura Municipal de Rolândia,
Estratégia Saúde da Família. Rolândia, PR - Brasil
Endereço para correspondência
Maria Jose Quina Galdino
E-mail: mariagaldino@uenp.edu.br
Submetido em: 29/01/2017
Aprovado em: 07/06/2017
RESUMO
Objetivou-se desvelar as percepções de trabalhadores de enfermagem em relação à violência física ocupacional em serviços de urgência e emergência
hospitalares. Estudo qualitativo desenvolvido por meio de 16 entrevistas individuais, cujos dados foram coletados entre março e maio de 2015 em dois
hospitais de média complexidade, localizados no norte do Paraná. Para interpretação dos discursos adotaram-se análise de conteúdo e interacionismo
simbólico como referenciais metodológico e teórico, respectivamente. Identificou-se que os atos agressivos foram perpetrados, em sua maioria, por
pacientes e por profissionais de outras áreas da saúde, e suas motivações estavam intimamente relacionadas à maneira com que os envolvidos se
comunicaram. Outro aspecto desvelado foram as reações dos trabalhadores de acordo com suas características pessoais e a maneira como
desenvolveram o self (consciência de si mesmo). A compreensão da violência física ocupacional sob a perspectiva dos diferentes atores revelou sua
complexidade e a importância do desenvolvimento de ações, não apenas por parte dos profissionais de enfermagem, mas pelas equipes
multiprofissionais e intersetoriais, visando à prevenção e ao enfrentamento da violência ocupacional.
Palavras-chave: Enfermagem; Violência no Trabalho; Serviço Hospitalar de Emergência.
 
INTRODUÇÃO
A violência no ambiente de trabalho perpetrada contra os profissionais de saúde é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo;1,2
que se define por “incidentes em que o trabalhador sofre abuso, ameaça ou ataque em circunstâncias relacionadas ao seu trabalho, inclusive no trajeto
de ida e volta ao mesmo, envolvendo ameaça explícita ou implícita para sua segurança, bem-estar ou saúde”.3:3
Embora as agressões verbais e psicológicas sejam os tipos mais predominantes de violência ocupacional, evidencia-se que os abusos físicos têm
crescido significativamente nessa população, podendo chegar à prevalência de 58% entre os trabalhadores dos setores de emergência. Os autores da
violência ocupacional incluem gerentes, colegas de trabalho – profissionais de saúde e de outras áreas –, pacientes e familiares.4,5
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Na área hospitalar, o risco de violência ocupacional é maior entre os profissionais de enfermagem dos serviços de urgência e emergência,6-9 visto que
eles integram a linha de frente e são responsáveis pelo cuidado em tempo integral. Por conseguinte, são os primeiros a receberem manifestos de
insatisfação com o serviço. A violência contra esses trabalhadores traz implicações negativas para sua segurança e saúde, como lesões físicas
traumáticas, depressão, síndrome de burnout, transtornos psíquicos menores, insônia, estresse, diminuição da satisfação no trabalho e da qualidade da
assistência prestada ao paciente.2,10,11
Assim, estudos têm sido desenvolvidos no âmbito mundial, investigando a prevalência e a natureza dessa violência,7,12 comumente associando a
vulnerabilidade às condições desse ambiente laboral, que é permeado por elevada demanda de atividades, gravidade dos casos, longas jornadas de
trabalho, déficit de recursos humanos e materiais, estrutura física inadequada, tensão hierárquica, além da pressão dos familiares e do convívio diário
com a possibilidade de morte.13
No entanto, ainda permanecem lacunas importantes no conhecimento, incluindo a compreensão dos determinantes ambientais e organizacionais da
violência no trabalho.1,10 Essas informações podem subsidiar a elaboração de políticas públicas e de iniciativas organizacionais para prevenir a
violência física no trabalho.
Ante o exposto, objetivou-se desvelar as percepções de trabalhadores de enfermagem em relação à violência física ocupacional em serviços de
urgência e emergência hospitalares.
 
MÉTODO
Estudo qualitativo de caráter descritivo, cujo propósito foi explorar o subjetivo e o pessoal do entrevistado, em sua experiência vivida, expressando-as
de modo descritivo.
O cenário de estudo foram os serviços de urgência e emergência de dois hospitais públicos de um município do Paraná. Essas instituições estaduais
prestam assistência à saúde em nível de média complexidade, por meio de 105 e 117 leitos e dos trabalhadores, cujo vínculo laboral, em sua maioria, é
como servidor público concursado.
Participaram do estudo os trabalhadores de enfermagem que atendiam aos seguintes critérios de elegibilidade: atuar no mínimo há um ano em um dos
hospitais investigados, ter sido vítima de agressão física em seu ambiente de trabalho nos últimos 12 meses; e não estar de férias ou licença durante o
período de coleta de dados.
O número de entrevistados foi definido pelo critério de saturação teórica, na qual as entrevistas são cessadas quando ocorre convergência dos
discursos e não se identificam novos elementos para aprofundar a teorização,14 o que ocorreu com 16 profissionais de enfermagem.
Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada contendo questões para a caracterização dos participantes (sexo, idade em anos,
tempo de formado e de trabalho no hospital). E com o intuito de proporcionar a livre expressão dos trabalhadores de enfermagem durante a entrevista e
alavancar o objeto de estudo, delineou-se um roteiro com as seguintes questões norteadoras: conte-me a experiência de ter sofridoviolência física no
seu ambiente de trabalho. O que significou para você ter sofrido a violência física? Quais suas sugestões para o serviço no que se refere à melhoria da
segurança no ambiente de trabalho?
Os primeiros participantes foram selecionados a partir de um estudo quantitativo realizado em 2013 por autoras desta pesquisa, também sobre
violência ocupacional e nos mesmos hospitais. Os dois primeiros sorteados, coincidentemente, haviam sofrido violência física ocupacional recente e,
por essa razão, foram entrevistados.
Posteriormente, continuou-se a seleção utilizando-se a técnica “bola-de-neve”,15 por meio da qual os primeiros entrevistados indicaram um colega de
trabalho que também havia sofrido violência física no último ano. Com esse método foi possível organizar a sequência das entrevistas à medida que os
trabalhadores indicaram o próximo participante. Os trabalhadores foram contatados por telefone e convidados a participar de uma entrevista,
agendada conforme sua disponibilidade, sendo que não houve recusas.
As entrevistas foram realizadas pela autora principal no período de março a maio de 2015, em salas individuais dos respectivos hospitais. As
entrevistas foram audiogravadas e tiveram duração média de 30 minutos.
A transcrição dos discursos na íntegra aconteceu logo após a realização das entrevistas e, posteriormente, foram analisadas de acordo com os
pressupostos da análise de conteúdo. Esse referencial metodológico foi escolhido pelo fato da interpretação percorrer dois polos: a intensidade da
objetividade e a riqueza da subjetividade. Na pré-análise sistematizaram-se as ideias iniciais e identificaram-se os indicadores para a interpretação das
informações coletadas, seguindo os princípios da exaustividade, representatividade, homogeneidade e pertinência. Na exploração do material
ocorreram a codificação e a identificação das unidades de registro e de contexto. Na terceira e última fase realizaram-se o tratamento, inferência e
interpretação dos resultados, que foi respaldada no referencial teórico adotado.16
As categorias foram discutidas à luz do interacionismo simbólico, que possui três premissas básicas. A primeira considera que os seres humanos
agem em relação aos objetos com base no significado que esses objetos possuem para eles. A segunda, que o significado das coisas resulta da
interação social que os seres humanos têm uns com os outros. A terceira indica que os significados não são aceitos e usados automaticamente, mas
estão sujeitos a um processo de interpretação, isto é, há um processo formador no qual são utilizados ou alterados como meios para a orientação ou
construção da ação no processo de interação social.17
Este estudo foi realizado após aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Parecer nº 1.068.143. Em cumprimento aos preceitos éticos, a
autorização dos participantes foi obtida por Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e para garantir seu anonimato foram identificados com a letra
E de entrevistado, número da entrevista, sexo do participante e idade (E nº, sexo, idade).
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 16 participantes do estudo, 10 eram homens com idades entre 30 e 47 anos e seis eram mulheres, na faixa etária de 30 a 55 anos. Todos
trabalhavam nas instituições pesquisadas há cinco anos ou mais e o tempo de formação esteve entre cinco e 25 anos.
Ao vivenciarem as situações de agressão física em seu ambiente de trabalho, os trabalhadores interpretaram e atribuíram significados não somente ao
processo laboral, mas também à relação estabelecida com o usuário que procurou atendimento nas unidades de urgência e emergência. Nesse
fenômeno complexo, muitas de suas tramas foram compreendidas mediante as quatro categorias apresentadas na sequência.
O agressor e as possíveis causas para a violência física ocupacional
Essa categoria foi construída com base nas percepções dos trabalhadores sobre o modo como a violência se manifesta no cenário hospitalar,
sobretudo no que se refere aos atores envolvidos nessas situações, formas de agressão e suas motivações, como pode ser observado nos excertos
seguintes:
Eu estava na triagem e atendi um menino com suspeita de H1N1 que havia saído da cadeia. Pedi para ele colocar a máscara, mas ele a jogou em mim
e disse que não iria usá-la (E4, M, 40 anos).
[…] Quando eles estão irritados eles agridem quem primeiro? Nós da enfermagem. Eles batem, jogam, chutam, cospem […] (E6, F, 55 anos).
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[…] Ele queria ir embora, tinha roubado o celular de uma paciente, ameaçou quebrar tudo, avisou que não tinha medo de nós, profissionais de
enfermagem. Chamei a psicóloga. Ele tentou fugir, tentamos restringir, foram necessárias quatro pessoas para contê-lo, só não percebemos que havia
um suporte de soro atrás, foi quando ele arremessou o suporte contra o meu rosto, fez um hematoma no mesmo momento […] (E8, M, 35 anos).
Os trabalhadores de enfermagem são o alicerce do atendimento nos serviços de urgência e emergência, atuam na classificação de risco e realizam
todos os cuidados necessários, além de auxiliarem os outros profissionais no desempenho de suas atividades. O conflito entre trabalhadores e
usuários é uma das numerosas situações que podem contribuir para gerar hostilidade no trabalho nesse setor, influenciado pela sobrecarga de
atividades e superlotação das unidades. Muitas vezes, na tentativa de minimizar as situações de insatisfação em relação ao atendimento oferecido,
eles explicam a real condição de trabalho ao usuário, o que pode provocar mais revolta no agressor.
A comunicação utilizada antes da agressão física pode ser desencadeadora da violência e é considerada no interacionismo simbólico como uma
estrutura que instiga o desenvolvimento das pessoas, conhecida como a janela para a verdadeira natureza humana. Entretanto, também constitui o
meio pelo qual o ser humano procura consciente ou inconscientemente alterar a estrutura simbólica estabelecida na interação entre as pessoas. O
homem é um ser comunicativo porque possui necessidade de contato social e durante seu desenvolvimento descobriu que a resiliência é o melhor jeito
de sobreviver em sociedade, mesmo que para isso seja preciso manipular os símbolos e alterar a realidade.18
Infere-se que a principal defesa do trabalhador em relação às ameaças e tentativas de agressão física foi, inicialmente, a comunicação, no sentido de
alterar os símbolos interpretados pelo agressor e transformar a realidade para evitar o fenômeno. Ou seja, os trabalhadores criaram os símbolos
(comunicação) como uma alternativa de resiliência para manter a situação menos ofensiva para si mesmos.
Em nível relacional, os entrevistados indicaram como potenciais causas da violência as formas com que se estabelecem as relações sociais, os
problemas de comunicação, a disputa pelo poder e a hierarquia, conforme se desvelou no seguinte depoimento:
[…] um paciente [com] distúrbio neurovegetativo […] que não corria risco de morte, mas o acompanhante […] exigia o atendimento médico imediato.
Evidentemente eu tentei acalmá-lo, […] então procurei o médico no quarto e este solicitou que eu aguardasse e que posteriormente viria atendê-lo.
Prontamente respondi que não, devido à gravidade da situação e que todos estavam correndo risco, devido às ameaças de morte por parte do
acompanhante. Neste momento travamos uma discussão, […] ele me empurrou duas vezes e subiu o tom de voz comigo. […] foi como se ele tivesse
uma venda nos olhos e não enxergasse que a equipe como um todo estava em perigo e eu confrontando com o mesmo na tentativa de zelar por todos,
exigi que ao menos ele avaliasse as condições do paciente, o mesmo me empurrou novamente três vezes […] (E10, M, 34 anos).O conflito, nesse caso, aconteceu pela existência de uma relação invisível de subordinação entre os envolvidos. Para elucidar essa questão é preciso
considerar a visão interacionista, na qual a sociedade é representada por uma estrutura vertical, baseada em uma complexa rede de valores que
classifica em hierarquias as coisas, os gestos e as pessoas.18
Essa estrutura simbólica representada pela sociedade pauta-se no fato de que os símbolos interagem hierarquicamente, de acordo com os valores que
eles possuem para os envolvidos. Sob a ótica da comunicação, a sociedade é considerada um processo horizontal, predominando o contato face a
face, dando a ideia de que todos estão no mesmo nível. Entretanto, quando existe uma orientação vertical nas hierarquias de valores, é provável que
haja disputa entre os indivíduos, tornando a sociedade palco de numerosos conflitos. Isso acontece devido a criação e sustentação das hierarquias
simbólicas em um sistema de poder entre as pessoas.18
Ainda, as falas dos entrevistados revelaram que as condições de trabalho também desencadearam violência ocupacional, conforme representa o
fragmento a seguir:
O paciente chegou às três horas da manhã, fui fazer o antibiótico já eram oito horas. […] Quando eu cheguei […] a mulher estava nervosa, querendo
bater. Eu disse: “Calma, eu estou chegando agora”, mas ela descarregou tudo que estava sentindo. No corredor várias macas, um intubado na sala de
sutura, o turno deve ter sido corrido. Às vezes falta funcionário, tem gente que não consegue trabalhar mesmo, pega atestado. A sobrecarga interfere
no atendimento, daí quem estiver na frente recebe a agressão. […] Outra senhora arremessou uma cadeira no vidro quando eu fui explicar a nossa
situação na sala de emergência (E5, M, 30 anos).
As características estruturais e organizacionais mencionadas nesse discurso reafirmaram as condições precárias dos serviços de urgência e
emergência, devido à elevada demanda por atendimento, com consequente sobrecarga de trabalho aos profissionais.13
As razões pelas quais a violência contra os trabalhadores de enfermagem acontece foram diversas, mas todas estiveram relacionadas ao processo de
trabalho, seja pela demora na prestação de serviços, disputa de poder ou pela condição patológica dos pacientes.
Os significados da violência física ocupacional para os trabalhadores: sentimentos de fragilidade
Na análise dos significados da violência física ocupacional verificou-se que os trabalhadores de enfermagem interagem por meio desses significados,
estabelecendo um perfil cognitivo da realidade, que é constantemente alterado e transformado como resultado das linhas de interação. Esse processo
é denominado self-interaction17 e foi observado nos seguintes discursos:
A agressão física só possui significado se o agressor tiver relação pessoal com a vítima. Quando se trata de receber uma agressão física de um
profissional, a vontade é de permanecer sem conversar por anos, neste caso, já faz cinco anos, que é o tempo que eu trabalho na instituição (E4, M, 40
anos).
[…] dá medo trabalhar no pronto-socorro, é uma porta aberta. Me sinto vulnerável. […] Eu tenho um filhinho pequeno em casa, imagine se eu sou
agredido de tal forma, que eu fique com sequelas? […] Da mesma forma que o paciente está amedrontado, nós também estamos. Às vezes é melhor
ser um covarde vivo do que um valente morto (E8, M, 35 anos).
Eu me questiono se deveria ter feito direito ou ter escolhido trabalhar em um banco. É que de certa forma eu gosto, tem que gostar, mas é triste, várias
vezes durante o dia eu penso em desistir. Por que eu apanhei? Nunca havia apanhado na vida (E11, F, 31 anos).
Na fala de E4 identificou-se o processo de self-interaction no nível individual, ou seja, o entrevistado estabeleceu significados próprios para a situação
de violência e considerou significativa a agressão física quando praticada por alguém próximo, no caso, um colega de trabalho. Já no discurso de E8
emergiram sentimentos de impotência, angústia e medo de reagir às agressões, advindos da insegurança no local de trabalho, bem como das
repercussões graves que podem, de fato, acontecer.
A compreensão dos trabalhadores agredidos em relação à violência sofrida foi de desvalorização, chegando ao ponto de questionar o fundamento de
exercer a profissão e a importância desta para a sua vida. Ressalta-se que, ao considerar que a profissão faz parte da identidade pessoal, ser agredido
faz com que os próprios valores sejam inferiorizados.
As narrativas também indicaram a fragilidade do sexo feminino diante das agressões físicas, demonstrando que as mulheres são consideradas alvos
fáceis:
O fato de ser mulher já é um fator predisponente, a impressão que eu tenho é que os homens são mais respeitados. Sempre precisamos da ajuda
deles, são sempre requisitados (E12, F, 28 anos).
[…] Mulher é alvo fácil! (E3, M, 38 anos).
Diante da relevância da violência, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas tem como uma de suas
metas promover o empoderamento das mulheres e eliminar todas as formas de violência contra elas nas esferas públicas e privadas,19 o que inclui a
violência ocupacional.
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Na área da enfermagem para romper com esse paradigma torna-se necessária uma nova postura profissional, alicerçada na reflexão sobre as
influências de gênero, a sobrecarga de trabalho, o estresse e a inferioridade da qualidade da assistência, somados à insatisfação dos familiares e
pacientes, causando as agressões.20 Também é fundamental reconhecer a dimensão e a complexidade do problema e elaborar políticas públicas
específicas, voltadas para a melhoria das condições de trabalho e para o atendimento à população.
Reações dos trabalhadores frente à agressão física ocupacional
Os entrevistados citaram algumas características individuais, que contribuíram na gênese do fenômeno em estudo:
[…] depois eu me arrependi, porque falei que não era obrigada a cuidar dele (E7, F, 50 anos).
Para mim tanto faz. Se o paciente me trata bem eu também trato, se não eu não levo adiante, eu sei que no final das contas receberei meu pagamento,
independente das situações que eu vivenciei e independente do número de pacientes que eu atendi (E9, F, 41 anos).
Essas características individuais mostraram posicionamentos diferentes entre as duas entrevistadas e para discutir sobre essa discrepância é preciso
resgatar a Teoria Ética de Mead, que compreende o homem como um indivíduo social que desenvolve a própria personalidade (self) mediante
processos interativos de comunicação e interação com outros indivíduos. A moral surge a partir da consciência e da análise dos motivos que levaram à
ação.21
Cada pessoa desenvolve sua moral, que é modificada à medida que se dá importância aos fatos e às vivências que fizeram da pessoa o que ela é hoje,
por isso, uma mesma situação gera reações singulares em cada indivíduo.
Os trabalhadores também indicaram a tentativa de serem imparciais em relação aos motivos desencadeadores da agressividade, bem como avaliar as
situações sem emitirem opiniões, desprovidos de valores. Nesse sentido, alguns relataram:
Algumas pessoas já agrediram paciente, eu acho errado, mas a carga de estresse os levou a isso. Não é o correto, não podemos agredir ninguém. […]
No meu caso eu deixei ele me bater, não reagi, porque não podia […] (E5, M, 30 anos).
Eu tenho muita fé em Deus, eu procuro compreender o lado das pessoas. Ninguém quer saber do contexto, as pessoas estão muito frias, não vejo
humanidade, isso me entristece. Levantamos até muro no nosso coração, para não sentir as dores das outras pessoas […] (E15, M, 39 anos).
Eu não me aproximo mais das pessoas quandoeu vou conversar com elas ou quando vou realizar algum cuidado. Porque eu não me sinto preparada
para enfrentar situações conflituosas (E12, F, 28 anos).
Evidente que não deixo refletir sobre o atendimento, mas a relação com o profissional que me agrediu tornou-se mais fria e formal (E10, M, 34 anos).
Em relação às diversas reações dos trabalhadores frente à violência, foram citadas situações em que o agredido tentou manter a calma, por saber que
qualquer ato poderia prejudicar não somente a sua vida profissional, mas também sua vida pessoal. Na busca pela autodefesa esses profissionais
desenvolveram mecanismos como a hostilidade com pacientes ou até mesmo com outros colegas, além da negação e do distanciamento afetivo.
No excerto de E10 verificou-se que ele desenvolveu uma relação fria diante do profissional que o agrediu, visto que a partir da violência praticada pelo
outro não foi possível restabelecer a relação existente anteriormente ao fato. A reflexão dessa situação é a tradução do self, mais precisamente na fase
do mim, por organizar conscientemente suas ações.
Destaca-se que o comportamento humano é influenciado pelas interações sociais e com o próprio self, o que auxilia as pessoas a fornecerem
significados às situações reais e à agirem de forma apropriada, como se manifestou nos seguintes discursos:
[…] é preciso ficar mais calmo, tranquilo e só em último caso entrar em atrito com o paciente (E8, M, 35 anos).
Aconteceram várias vezes, mas graças a Deus ficou aqui. Saio daqui e nem fico pensando (E4, M, 40 anos).
Acredita-se que os trabalhadores de enfermagem reagiram às situações com base nos significados que atribuíram à experiência vivenciada. Ao
raciocinar – interagir com o self – eles compreenderam a necessidade de agir em prol de si mesmos, ao elaborar estratégias para minimizar as
consequências da agressão sofrida.
Em alguns momentos, o trabalhador sentia-se imbuído de sentimentos pessimistas:
[…] não consegui trabalhar o resto do dia. […] Eu tenho medo dele, vai que acontece novamente (E7, F, 50 anos).
O diálogo com seu self levava-o a se questionar sobre como agiria se o ato voltasse a acontecer, atribuindo a repetição do fato à sua condição
desfavorável e falta de habilidade profissional, como quem diz que não saberia enfrentar o agressor novamente.
O interacionismo simbólico parte do pressuposto de que as ações dos indivíduos são orientadas de acordo com os seus próprios interesses, mas
ultrapassá-los é condição para a pessoa evoluir em sua capacidade de julgar e de orientar suas ações, visto que o egoísmo acontece apenas para os
indivíduos sem capacidade de olhar para além de si mesmos.21 Por isso, a equipe de enfermagem, diante de todas as dificuldades mencionadas neste
estudo, precisa desenvolver competência para utilizar o juízo moral e levar em consideração os interesses de todos os envolvidos, evitando que as
reações não ultrapassem os limites impostos pela ética profissional.
Sugestões dos trabalhadores de enfermagem para o enfrentamento da violência física ocupacional
Muitos trabalhadores reconheceram que estavam expostos aos episódios de violência em seu ambiente de trabalho, enfatizando as seguintes
situações como aquelas que mais os preocuparam:
[…] deveria ter um protocolo, todo paciente que chega psiquiátrico, em surto, drogado tem que retirar todos os pertences, entregar para o familiar, retirar
a roupa do paciente e colocar a do hospital já de imediato (E1, M, 47 anos).
[…] é necessário criar protocolos aos pacientes agressivos (E3, M, 38 anos).
[…] são poucos os médicos que medicam os pacientes. Deveria ser padronizado. Porque eles esperam chegar ao extremo: a pessoa se revoltar, quebrar
as coisas, falar que vai fugir e somos nós que contornamos a situação (E2, M, 36 anos).
O discurso de E2 representa a percepção de outros entrevistados, em que atribuem um poder simbólico da Medicina como estratégia para justificar as
limitações nas tomadas de decisões da enfermagem, uma vez que os trabalhadores transferiram a outros profissionais a responsabilidade por impedir
que a violência ocupacional se concretizasse, fato que remete à subordinação histórica da classe.22
As demais sugestões voltaram-se para a ausência de políticas públicas e da própria inadequação do desenvolvimento profissional:
Eu acho que toda violência deveria ser aberto CAT/ notificação, para ao menos identificar os casos, porque no meu caso não foi relatado, ninguém
sabe que aconteceu isso […] Não notificar os casos de violência ocupacional é um desrespeito, uma desvalorização dos trabalhadores (E6, F, 55 anos).
A questão da violência é caso de ação educativa para a população, esclarecer sobre a forma de atendimento, sobre o acolhimento e a triagem (E5, M,
30 anos).
[…] deveria existir um serviço de apoio psicológico para o funcionário, dar conforto, porque ninguém pergunta se você está bem ou se precisamos
descansar, como que está a mente, porque se a pessoa não for estruturada pode até cometer um erro no trabalho, por estresse (E1, M, 47 anos).
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[…] é preciso investir em treinamento […] (E8, M, 35 anos).
Apesar da gravidade das repercussões da violência ocupacional, poucos são os esforços gerenciais, notados pelos funcionários, a respeito da redução
dessas situações, que mencionaram até mesmo a subnotificação, o que confere invisibilidade ao fenômeno diante da sociedade e dificulta o
desenvolvimento de estratégias baseadas em evidências para lidar com a violência no local de trabalho.9
Todos os trabalhadores vítimas de violência esperam receber apoio social e organizacional, que inclui o respaldo emocional e jurídico da gestão e esse
suporte é realidade em países como a China e Austrália.9,23
Ao se analisar as narrativas dos entrevistados pela visão interacionista, pode-se afirmar que os trabalhadores identificaram a necessidade de ações
públicas e de apoio ao trabalhador da saúde. Nessa busca por alternativas, demonstraram utilizar a inteligência reflexiva, definida como a capacidade
de resolver problemas e desafios enfrentados diariamente pelas pessoas.21
A inteligência reflexiva desenvolvida pelos trabalhadores, a partir dos episódios de violência, aborda questões individuais e coletivas. Assim, as várias
expressões de violência anunciam um risco para a sociedade. O fato de ela ser desigual e injusta, formada por relações de interesse, da pouca
importância dada aos valores e da fragilidade do sistema criminal, estabelece uma cultura de violência estrutural, de desrespeito e de impunidade.24
Em relação aos treinamentos para prevenir os incidentes violentos, estudo realizado na Jordânia demonstrou que um programa educativo de
habilidades de comunicação verbal e não verbal para o enfrentamento dessas situações teve efeito significativo para prever sinais precoces de
comportamento violento e gerenciamento de incidentes violentos.25
O fato de esta pesquisa ter sido realizada com trabalhadores de hospitais públicos de média complexidade de um município paranaense limita a
generalização dos resultados para os hospitais de outros níveis de complexidade, sobretudo os privados. Recomenda-se a realização de novos estudos
envolvendo hospitais privados, em outros cenários assistenciais e em outras regiões brasileiras. Ademais, é preciso romper o silêncio sobre a violência
ocupacional, buscando entender as contradições das relações hierárquicas e desiguais, na qual estão envolvidas relações de gênero, classe, idade,
entre outras.
Apesar dessas limitações este estudo contribuiu para a identificação das causas da violência no trabalho, sobretudo as organizacionais, bem como
pode subsidiar a elaboração de estratégias organizacionais para preveni-la e, por consequência,proporcionar melhores condições de trabalho e
satisfação laboral.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desvelou-se que a problemática da violência ocupacional ainda constitui um grande desafio que deve ser diariamente enfrentado pela equipe de
enfermagem. Além disso, que ainda se trata de um tema pouco discutido nas organizações, nas quais há dificuldades em implementar medidas
preventivas, como as levantadas neste estudo.
Tem-se, então, um ciclo, no qual as situações de violência são cada vez mais responsáveis pelo adoecimento dos trabalhadores de enfermagem, os
quais se sentem desvalorizados diante das inúmeras agressões vivenciadas, situações que contribuem para sentimentos ambíguos em relação à sua
própria atuação profissional.
Os episódios de violência ocupacional, em suas diferentes formas e intensidades, devem ser minimizados, de maneira que quaisquer atos de violência
exercidos contra um profissional da saúde não sejam considerados inerentes à profissão, e sim reconhecidos como crimes passíveis de punição. Cabe
aos trabalhadores de enfermagem, ao desenvolverem suas atividades de cuidado, acreditar que são protagonistas na mudança desse grave cenário.
Infelizmente, a violência ocupacional é pouco conhecida nas estatísticas oficiais e o seu combate ainda não é prioridade na definição das políticas
públicas.
Este estudo reforça a importância de articular as políticas de saúde do trabalhador e de humanização para pensar ações dirigidas a esse profissional,
acrescentando-se as de enfrentamento da violência.
 
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