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Mediação, Conciliação e Arbitragem

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MEDIAÇÃO, 
CONCILIAÇÃO E 
ARBITRAGEM 
Maytê Ribeiro Tamura Meleto Barboza
Lei nº. 9.307, de 23 de 
setembro de 1996
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar a importância da lei de arbitragem no ordenamento jurídico 
brasileiro.
  Descrever o procedimento arbitral.
  Analisar a sentença arbitral, bem como os seus efeitos.
Introdução
A divergência entre seres humanos existe desde tempos imemoriais. 
Antigamente, porém, as diferenças entre as pessoas eram resolvidas com 
violência, com base na força. Com o passar do tempo e o aperfeiçoamento 
do Direito, a resolução dos conflitos passou a ocorrer com a observância 
de regras, que foram se aperfeiçoando paulatinamente. 
Hoje em dia, quando duas ou mais pessoas entram em conflito, elas 
podem resolvê-lo com a ajuda do Poder Judiciário, mas também podem 
se valer de métodos alternativos de resolução de conflitos, a exemplo da 
arbitragem. A arbitragem é um método de solução de conflitos segundo 
o qual as partes elegem uma pessoa — chamada de árbitro — para 
resolver o litígio, quando este verse a respeito de direito patrimonial dis-
ponível. A sentença arbitral produz o mesmo efeito da sentença proferida 
pelo Poder Judiciário.
Neste capítulo, você vai ler sobre a arbitragem, a importância da lei 
de arbitragem para o ordenamento jurídico brasileiro e o procedimento 
arbitral, bem como sobre a sentença arbitral e seus efeitos.
Importância da lei de arbitragem no 
ordenamento jurídico brasileiro
De acordo com Neves (2017, p. 77):
A arbitragem é uma antiga forma de solução de conflitos fundada, no pas-
sado, na vontade das partes de submeterem a decisão a um determinado 
sujeito que, de algum modo, exercia forte influência sobre elas, sendo, por 
isso, extremamente valorizadas suas decisões. Assim, surge a arbitragem, 
figurando como árbitro o ancião ou o líder religioso da comunidade, que 
intervinha no conflito para resolvê-lo imperativamente. Atualmente, a 
arbitragem mantém as principais características de seus primeiros tempos, 
sendo uma forma alternativa de solução de conflitos fundada basicamente em 
dois elementos: (I) as partes escolhem um terceiro de sua confiança que será 
responsável pela solução do conflito de interesses e, (II) a decisão desse ter-
ceiro é impositiva, o que significa que resolve o conflito independentemente 
da vontade das partes. A lei de arbitragem (Lei 9.307/1996) disciplina essa 
forma de solução de conflitos, privativa dos direitos disponíveis. Registre-se 
posicionamento do Superior Tribunal de Justiça que admite a arbitragem 
em contratos administrativos envolvendo o Estado, tomando-se por base a 
distinção entre direito público primário e secundário. Nesse entendimento 
para a proteção do interesse público, o Estado pratica atos patrimoniais, 
pragmáticos, cuja disponibilidade em prol da coletividade admite a solução 
por meio da arbitragem.
Desse modo, a arbitragem é um método antigo de solucionar os litígios. 
Embora seja uma forma utilizada desde tempos remotos, a arbitragem re-
alizada hoje em dia muito tem a ver com a feita antigamente. As partes 
continuam a eleger uma pessoa da sua confiança para proferir uma decisão, 
que deve ser respeitada.
Lima (2008) afirma que, embora a arbitragem não tenha tido muita ex-
pressividade no passado do ordenamento jurídico brasileiro, possui previsão 
desde as Ordenações Filipinas, além de ter sido admitida na Constituição 
do Império, no Código Comercial de 1850, entre outras legislações. Possuía 
previsão no Código de Processo Civil (CPC) de 1973, apesar de que, antes 
da lei de arbitragem que sobreveio em 1996, necessitava-se da homologação 
da sentença arbitral pelo Poder Judiciário para que se apresentasse como 
título executivo.
Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 19962
A Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996, trouxe significativas mudanças para a 
arbitragem no Brasil. A primeira alteração importante foi a alteração do teor do art. 
584 do CPC, que fez a sentença arbitral passar a valer como título executivo judicial 
(BRASIL, 1996). Outra grande inovação trazida pela referida lei foi a abolição da dupla 
homologação dos laudos arbitrais, que eram proferidos no exterior. A terceira alteração 
relevante foi o compromisso arbitral necessário e facultativo (LIMA, 2008).
De acordo com Pachikoski (2015), após 17 anos da promulgação da Lei 
nº. 9.307/1996, o Senado Federal determinou, em 2013, que fosse constituída 
uma comissão de juristas para elaboração de uma reforma para a referida 
legislação. O trabalho foi conduzido por Luis Felipe Salomão, Ministro do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), e houve a realização de audiências públicas 
que permitiram na reforma a participação de muitas instituições relacionadas 
à arbitragem. A comissão tratou de trazer ao texto legal posições pacifica-
das, muitas delas pelo STJ, além de modificações para o aperfeiçoamento da 
arbitragem no Brasil.
Lembramos que esse método alternativo de resolução de conflitos é válido 
apenas para questões que envolvam direito patrimonial disponível. Pode ser 
utilizado tanto por particulares quanto pela Administração Pública direta e 
indireta (arts. 1º e 2º da Lei nº. 9.307/1996) (BRASIL, 1996). 
Portanto, é inegável a importância da Lei nº. 9.307/1996 em nosso ordena-
mento jurídico, uma vez que tanto sua criação quanto sua reforma — feita pela 
Lei nº. 13.129, de 26 de maio de 2015 — foram essenciais para a melhoria do 
sistema arbitral em nosso País, estabelecendo importantes aspectos e contribuindo 
para que a arbitragem seja uma forma de solução de litígio célere e eficaz.
A arbitragem é um meio alternativo de solução de litígios, válido apenas para questões 
que versem sobre direito patrimonial disponível.
3Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996
Procedimento arbitral
O procedimento arbitral está disposto no art. 19 e seguintes da Lei nº. 
9.307/1996. De acordo com o dispositivo retromencionado, “Considera-se 
instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se for único, 
ou por todos, se forem vários” (BRASIL, 1996, documento on-line). 
Uma vez instituída, caso entenda o árbitro ou o tribunal arbitral que há 
necessidade de explicitar questão disposta na convenção de arbitragem, será 
elaborado, junto com as partes, um adendo firmado por todos, que passará 
a fazer parte integrante da convenção de arbitragem (art. 19, § 1º, da Lei nº. 
9.307/1996). Ademais, aduz o § 2º do mesmo artigo que “A instituição da 
arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do requerimento de 
sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de jurisdição” 
(BRASIL, 1996, documento on-line).
As partes podem arguir competência, suspeição ou impedimento do árbitro 
ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção 
de arbitragem. Lembramos que se aplicam aos árbitros as mesmas hipóteses 
de impedimento e suspeição aplicáveis aos magistrados, ou seja, as dispostas 
no CPC (arts. 144 e 145) (BRASIL, 2015). Entretanto, deverão fazê-lo na 
primeira oportunidade que tiverem de se manifestar, após a instituição da 
arbitragem. Caso seja acolhida a arguição de suspeição ou impedimento, o 
árbitro será substituído. 
Caso o árbitro ou o tribunal arbitral sejam incompetentes, bem como sejam 
reconhecidas a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, 
as partes serão remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a 
causa. Se a arguição não for acolhida, a arbitragem terá normal prosseguimento, 
sem prejuízo de eventual exame pelo órgão do Poder Judiciário competente 
(art. 20, §§ 1º e 2º, da Lei nº. 9.307/1996). 
As partes deverão optar pela modalidade de arbitragem, isto é, se será 
arbitragem ad hoc ou institucional. A esse respeito, citamos as palavras de 
Lima (2008, p. 13-14):
A primeira modalidade de processo arbitral se desenvolve sem qualquer vínculo 
com uma instituição específica. Portanto, faz-se em moldes precários,sem o 
know-how de entidades que detêm um comitê, órgão ou corpo especializado 
em arbitragem. [...] Assim, há tendência de que as arbitragens envolvendo 
montantes menos expressivos sejam do tipo ad hoc. Entretanto, quando o 
interesse econômico envolvido é mais expressivo, as partes tendem a não abrir 
mão da participação de entidades, cujos comitês, órgãos ou corpos arbitrais 
tenham experiência nesse tipo de processo.
Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 19964
Se a arbitragem for realizada precariamente, sem um órgão especializado que o faça, 
tratar-se-á de arbitragem ad hoc. Em contrapartida, caso se trate de arbitragem realizada 
por um comitê específico, pessoas que detenham o conhecimento, que integrem 
órgãos arbitrais, tratar-se-á de uma arbitragem institucional. 
É justamente sobre isso que dispõe o art. 21 da Lei de Arbitragem, ao 
dizer que “A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes 
na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão 
arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes 
delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento” 
(BRASIL, 1996, documento on-line), com a ressalva do § 1º, que afirma que 
“Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao 
tribunal arbitral discipliná-lo” (BRASIL, 1996, documento on-line).
Motta Júnior et al. (2015, documento on-line) afirmam que “[...] o início do 
procedimento arbitral é peculiarmente distinto do processo judicial estatal e 
impõe ao advogado responsabilidades que vão além de meramente protocolizar 
uma petição inicial”. Ao contrário do que ocorre no processo estatal, que já 
tem seu procedimento previamente determinado, o procedimento arbitral 
conta com a participação ativa do árbitro, que atua de maneira proativa na 
concretização da estrutura do procedimento.
Isso significa que, no procedimento arbitral, não precisa haver, necessaria-
mente, uma petição inicial e uma contestação, diferentemente do que ocorre 
no processo estatal. Muitas instituições arbitrais possuem procedimentos 
flexíveis, em que geralmente se determina que a parte apresente o conflito de 
forma resumida, para que a parte contrária seja notificada e possa impugnar 
o que foi afirmado por seu adversário. 
Logo após, as partes terão a oportunidade de indicar um dos integrantes do 
tribunal arbitral, caso não se trate de um árbitro apenas. Este deverá revelar 
qualquer circunstância que o torne suspeito ou impedido para atuar como 
árbitro. Do contrário, poderá ser responsabilizado civil e criminalmente. 
Com a aceitação do(s) árbitro(s), é instituída a arbitragem. Em geral, a pri-
meira medida tomada é a convocação da parte para a assinatura do termo de 
arbitragem, que é a última oportunidade que as partes terão para determinar 
suas pretensões antes do julgamento da causa (MOTTA JÚNIOR et al., 2015, 
documento on-line). 
5Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996
Pode haver a realização de audiências no procedimento arbitral, embora 
estas não sejam obrigatórias e nem possuam uma forma específica. Essas 
audiências são informais e ocorrem quando as partes e o árbitro se reúnem 
para apresentar suas alegações, provas e fazer a oitiva das testemunhas.
De acordo com § 2º do art. 21 da Lei de Arbitragem, no procedimento 
arbitral, devem ser respeitados os seguintes princípios (BRASIL, 1996): 
  do contraditório; 
  da igualdade das partes; 
  da imparcialidade do árbitro;
  de livre convencimento. 
Na sequência, os §§ 3º e 4º dispõem que as partes poderão postular por 
intermédio de advogado, mas também poderão designar quem as represente ou 
assista no procedimento arbitral. Além disso, o árbitro ou o tribunal arbitral, 
no início do procedimento, deve tentar a conciliação das partes.
Com relação às provas do procedimento arbitral, o art. 22 afirma, em 
seu caput e parágrafos, que o árbitro ou o tribunal arbitral poderá tomar 
o depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar a realização de 
perícias ou outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das 
partes ou de ofício. O depoimento das partes e das testemunhas será tomado 
em local, dia e hora previamente comunicados, por escrito, e reduzido a 
termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros. De acordo 
com Motta Júnior et al. (2015, documento on-line):
Os meios de prova admitidos para o convencimento do árbitro ou do tribunal 
arbitral se confundem com os admitidos no processo judicial estatal (prova 
documental, testemunhal, gravações sonoras e em vídeo, prova técnico-
-pericial, etc). E além da iniciativa das partes, o árbitro ou tribunal arbitral 
têm a prerrogativa de determinar de ofício a sua produção. O que difere no 
procedimento arbitral é que normalmente o árbitro ou o tribunal arbitral dispõe 
de maior tempo para apreciar a prova produzida, o que representa audiências 
mais longas e depoimentos mais aprofundados, bem como laudos periciais 
mais escrutinados e com maiores esclarecimentos dos experts.
No caso de falta sem justa causa à convocação para prestar depoimento 
pessoal, o árbitro ou o tribunal arbitral deverá considerar esse comportamento 
da parte faltosa, ao proferir sua sentença; se a ausência for de testemunha, nas 
mesmas circunstâncias, poderá o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral 
requerer à autoridade judiciária a sua condução, desde que comprovada a 
Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 19966
existência da convenção de arbitragem. A sentença arbitral será proferida ainda 
que haja revelia da parte. Caso haja substituição do árbitro, o substituto pode 
optar por repetir ou não as provas já produzidas.
Sentença arbitral e seus efeitos
O objetivo de todo procedimento realizado na solução de litígios é a sen-
tença, documento no qual, após analisar todas as provas apresentadas, é 
dito o direito.
De acordo com Lima Júnior (2015, p. 116), a sentença é o modo como irão decidir os 
árbitros acerca da controvérsia, “[...] seja de forma a encerrar a disputa sem resolução 
do mérito, seja decidindo o mérito, parcial ou integralmente, ou pondo termo ao 
procedimento, ante uma conciliação, mediante sentença de homologação de acordo”.
O art. 23 da Lei de Arbitragem diz que a sentença é, em geral, proferida no 
prazo estipulado pelas partes, mas, caso nada tenha sido convencionado, esse 
prazo será de 6 meses, contados da instituição da arbitragem ou da substituição 
do árbitro. Ademais, os árbitros poderão proferir sentenças parciais e, tanto as 
partes quanto os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo para 
proferir a sentença final (BRASIL, 1996). 
De acordo com o art. 24, a sentença deve ser proferida em documento 
necessariamente escrito. O art. 26 trata sobre os requisitos obrigatórios da 
sentença arbitral, a saber (BRASIL, 1996): 
  relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio; 
  fundamentos da decisão, em que serão analisadas as questões de fato 
e de direito, mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram 
por equidade; 
  dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem 
submetidas e estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, 
se for o caso; 
  data e lugar em que foi proferida.
7Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996
Na sequência, o art. 29 afirma que, uma vez proferida a sentença arbitral, 
é finalizada a arbitragem, e o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral 
deve enviar cópia da decisão às partes. No prazo de 5 dias, a parte que tenha 
interesse pode, mediante comunicação à outra parte, solicitar ao árbitro ou ao 
tribunal arbitral que corrija qualquer erro material da sentença arbitral ou então 
esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se 
pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão.
O art. 31 trata sobre os efeitos da sentença arbitral ao dispor que “A sen-
tença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores,os mesmos efeitos da 
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, 
constitui título executivo” (BRASIL, 1996, documento on-line). 
Nas palavras de Zanon (2016, documento on-line), “A sentença arbitral, 
como é aplicação do direito ao caso concreto por juiz não estatal, é manifes-
tação de atividade jurisdicional. A consequência disso é que se reveste da 
autoridade da coisa julgada material”. O autor ainda completa dizendo que 
“Julgado o mérito da demanda submetida ao juízo arbitral, ocorre a coisa 
julgada material independentemente de homologação da sentença arbitral 
pelo juízo estatal, sendo vedado a este último examinar novamente o mérito 
da causa” (ZANON, 2016, documento on-line). 
Ou seja, a sentença arbitral faz coisa julgada material, o que significa 
que contra ela não cabe nenhum recurso. A coisa julgada material possui os 
seguintes efeitos (ZANON, 2016, documento on-line): 
  endoprocessuais — que tornam indiscutível a sentença de mérito transi-
tada em julgado, além de obrigar o cumprimento do comando presente 
no dispositivo da sentença; 
  extraprocessuais — que vinculam as partes e o julgador de qualquer 
processo e cria a impossibilidade de rediscussão do mérito.
De acordo com Lima Júnior (2015), o prazo para propositura da ação para 
invalidação da sentença arbitral é de 90 dias e possui natureza decadencial, 
de modo que não se suspende e nem se interrompe. De acordo com o art. 32 
da Lei nº. 9.307/1996, a sentença arbitral será nula nas seguintes situações: 
Art. 32 [...]
I — for nula a convenção de arbitragem; 
II — emanou de quem não podia ser árbitro; 
III — não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei; 
IV — for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; 
V — revogado; 
Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 19968
VI — comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou cor-
rupção passiva; 
VII — proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, 
desta Lei; 
VIII — forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta 
Lei (BRASIL, 1996, documento on-line).
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial 
da União, 17 mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 20 ago. 2019.
BRASIL. Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem. Diário 
Oficial da União, 24 set. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9307.htm. Acesso em: 20 ago. 2019.
LIMA JÚNIOR, A. N. Sentença arbitral. In: MOTTA JÚNIOR, A. et al. Manual de arbitragem 
para advogados. Brasília: Coprema: Conselho Federal da OAB, 2015.
LIMA, S. M. C. Arbitragem: aspectos fundamentais. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 
2008.
MOTTA JÚNIOR, A. et al. Manual de arbitragem para advogados. Brasília: Coprema: Con-
selho Federal da OAB, 2015. Disponível em: http://www.adambrasil.com/wp-content/
uploads/2015/06/Manual_arb_oab_cacb.pdf. Acesso em: 20 ago. 2019.
NEVES, D. A. A. Manual de Direito Processual Civil: volume único. 9. ed. Salvador: Editora 
JusPODIVM, 2017.
PACHIKOSKI, S. R. Reforma da lei de arbitragem. In: MOTTA JÚNIOR, A. et al. Manual de 
arbitragem para advogados. Brasília: Coprema: Conselho Federal da OAB, 2015.
ZANON, J. C. Coisa julgada e sentença arbitral. Migalhas, 2016. Disponível em: https://
www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI243108,41046-Coisa+julgada+e+sentenca+arbi
tral. Acesso em: 20 ago. 2019.
9Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996

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