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A liderança e o seu reflexo na motivação das pessoas

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A liderança e o seu reflexo na motivação das pessoas
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ARTIGO ORIGINAL
LUCCHI, Gabriela Bonicegna Dominisini [1] RODRIGUES, Ruben Mauro Lucchi [2]
LUCCHI, Gabriela Bonicegna Dominisini; RODRIGUES, Ruben Mauro Lucchi. A liderança e o
seu reflexo na motivação das pessoas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 08, pp. 89-103. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/motivacao-das-pessoas
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 CONCEITOS DE LIDERANÇA
1.2 QUALQUER PESSOA PODE SE TORNAR UM LÍDER
1.3 TIPOS DE LIDERANÇA
1.4 QUALIDADES E VIRTUDES DE UM VERDADEIRO LÍDER
1.5 VÍCIOS DE LIDERANÇA
1.6 A DIFERENÇA DE LÍDER PARA CHEFE
1.7 A MOTIVAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A LIDERANÇA
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESUMO
É cada vez maior a importância de um líder dentro das organizações, tendo em vista que a
liderança exerce um papel fundamental na condução das pessoas. Liderar é influenciar
pessoas para o bem, é inspirá-las a crescer e também é servir. O líder servidor é aquele que
se preocupa com seus liderados e propõe constantemente motivações a eles. Ademais foi
feito uma análise para diferenciação de chefe e líder, pois o chefe sempre está dando ordens
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e supervisionando, enquanto o líder, além dessas funções trabalha junto com a sua equipe
motivando-a; foram identificados os tipos de liderança, sendo que ao final, será visto que
existem vários tipos de líderes, cada um com suas características e com seus vícios, mas que
para serem eficazes na sua tarefa devem possuir algumas características essenciais, e ainda,
foi verificado a relação entre liderança e motivação, tendo em vista que a motivação do líder
influencia diretamente nos seus subordinados, e colaborador satisfeito é o melhor recurso
para o sucesso da organização. Portanto, o objetivo primordial foi analisar de que forma a
liderança reflete na motivação das pessoas dentro de uma organização. Assim, a pesquisa
teve como metodologia um estudo bibliográfico, e quanto aos fins foi conduzida por meio de
pesquisa explicativa que resultou na evidenciação de que a motivação tem relação com a
liderança, pois é através dela que os subordinados adquirem ânimo para realizarem de bom
grado as tarefas a eles confiadas, objetivando o bem de todos e, principalmente, os da
empresa, que traça objetivos estratégicos e dependem de colaboradores motivados para
realiza-los.
Palavras-chave: Liderança, motivação, organização.
INTRODUÇÃO
A liderança é a habilidade que uma pessoa possui de influenciar e motivar a outra para a
realização de algo, e pode ser entendida como uma arte, pois o seu implemento conduz a um
resultado muito maior do que o alcance das metas, o verdadeiro líder é aquele que além de
estar no comando, motiva os que lhes são subordinados a desejarem, tanto quanto ele,
alcançar metas que se tornam de todos, e não apenas daquele que está no comando.
Um líder pode o ser por natureza ou por criação, sendo que suas características podem ser
diversas e variáveis, alguns serão mais autoritários, ditadores outros mais liberais e
democráticos, todavia o verdadeiro líder sempre possuíra algumas qualidades próprias de
quem possui este dom, tais como sinceridade, objetividade, determinação, positividade,
comunicador, carisma/cuidado e outras.
A liderança, em que pese suas características positivas, poderá produzir consequências
negativas quando utilizada de forma inadequada e antiética pelos líderes, dentre estas se
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destacam: a manipulação; o sacrifício de seus ideais para conquistar a liderança e refreio a
outras lideranças.
Sendo assim, não se espera que um líder seja sempre perfeito, mas é possível que esse
aperfeiçoe ao máximo os pontos que lhe são favoráveis, fazendo o correto uso de seu poder
e influência para bem conduzir aqueles que se encontram sob sua liderança. Sobre esse
assunto, pode se fazer a seguinte pergunta problema: a liderança influencia na motivação
das pessoas dentro de uma organização?
Visando responder a essa pergunta, o presente artigo tem como objetivo analisar de que
forma a liderança influencia na motivação das pessoas dentro de uma organização. Para
tanto, foram analisados a diferença entre líder e chefe; a identificação dos tipos de liderança
e a relação entre liderança e motivação, sendo aqui considerada uma pesquisa explicativa
com levantamento de dados por meio de uma pesquisa bibliográfica, visando demonstrar
que a liderança quando bem relacionada reflete de forma positiva sobre as pessoas.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 Nas sessões seguintes deste tópico serão apresentados sobre o conceito de liderança; como
uma pessoa pode se tornar um líder; quais os tipos de liderança existentes; as qualidades e
virtudes de um verdadeiro líder; os vícios de liderança, a diferença entre chefe e líder e por
fim, a motivação e a sua relação com a liderança. Para assim, posteriormente ser discutida a
liderança como influência na motivação das pessoas, tendo como parâmetro as estratégias
de uma organização.
1.1 CONCEITOS DE LIDERANÇA
 Existem muitas discursões acerca do conceito de liderança, por isso, é difícil encontrar um
conceito específico sobre a palavra. Alguns entendem que só exercem liderança aquelas
pessoas que se encontram em cargo de chefia ou hierarquicamente importante, mas isso não
é verdade, pois há aqueles que lideram mesmo sem estar em uma posição de destaque.
Na visão de Maxwell (2008) liderança é influência, no sentido de que todas as pessoas
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influenciam umas às outras, ou seja, todos nós lideramos em algumas áreas, mas somos
liderados em outras. Por exemplo, uma mãe exerce influência sobre seu filho, por isso pode
ser considerada líder dentro da sua casa, mas em contrapartida é subordinada no seu local
de trabalho.
Já Hunter (2006) define a liderança como a destreza de influenciar pessoas para trabalharem
com vontade em busca do objetivo em comum. Ele vai mais além e diz que “Liderar significa
conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem seu coração, mente, espírito,
criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso fazer com que se empenham ao
máximo na missão, dando tudo pela equipe” (HUNTER, 2006, p. 20). Nesse sentido, é
importante destacar o entendimento de José Roberto Whitaker Penteado sobre o tema:
É a influência a verdadeira essência da Liderança. O homem que influencia os
outros homens no grupo é o seu líder. Esta influência pode manifestar-se sob
diversas formas, desde o simples comando – o ato de mandar para que os outros
obedeçam – até a complexa inspiração – impulso que leva os homens a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa que, eles sabem, o líder gostaria que fizessem ou
deixassem de fazer (PENTEADO, 1992, p. 2).
Vemos que diante de uma análise de definições sobre a palavra liderança, ainda que cada
autor diga de modo diferente, todas as definições possuem dois denominadores em comum:
[…] Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança
esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolva duas ou mais pessoas. Em
segundo lugar, fica evidente tratar-se de um processo de influenciação exercido
de forma intencional por parte do líder sobre seus seguidores […] (BERGAMINI,
1994, p.15).Então pode-se dizer que liderança é a arte de comandar e guiar um grupo de indivíduos,
utilizando-se da habilidade para incentivar e convencer as pessoas a contribuírem,
voluntariamente e com ânimo, para alcançarem as metas do grupo, visando o bem comum
de todos.
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1.2 QUALQUER PESSOA PODE SE TORNAR UM LÍDER
 Liderança não é uma associação composta apenas por líderes natos. Conforme
entendimento José Mauro Ruiz Batista (2011, p. 204) “Liderança é uma capacidade que
nasce com a pessoa ou que é desenvolvida por ela, dependendo da sua necessidade”
(BATISTA, 2011, p. 204).
Segundo Maxwell (2008) liderança é desenvolvida, não descoberta, pois existe aquele que
nasce com as qualidades que a liderança exige, mas há aquele que não nasce com as
qualidades e verá a liderança ser modelada ao longo de sua vida, ou aprenderá mais sobre
liderança por meio de treinamento ou possui autodisciplina para se tornar um grande líder.
Neste enfoque, se faz mister dizer que para Hunter (2006) existe uma ligação entre o caráter
e a liderança, pois da mesma forma que o caráter é adquirido com o tempo o espírito de
liderança também o é com a experiência de humildade, esforço, atitude.
A liderança, portanto, não é um sistema, pois não há nenhum sistema instalável que possa
assumir as funções de um líder, mas é um resultado de ações conduzidas por uma pessoa,
ou seja, as qualidades e características para ser um líder são alcançadas ao longo das
experiências da vida (CROSBY, 1999).
Desta forma, qualquer pessoa pode se tornar um líder, basta ter vontade, esforço e
dedicação, porque, embora, alguns nasçam com características de líder, o mais comum são
pessoas que adquiram e desenvolvam as características de líder com o crescimento e
amadurecimento.
1.3 TIPOS DE LIDERANÇA
 Para entendermos um pouco mais sobre liderança, é importante destacarmos os três tipos
de lideranças observados por Chiavenato (1993), quais sejam: autocrática, liberal e
democrática.
A liderança Autocrática é aquela que o líder não dá voz aos seus subordinados, ele toma
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decisão sozinho, e costuma explorar seus liderados (BATISTA, 2011). Ou seja, o líder
Autocrático é uma pessoa ditadora e soberana que transforma o ambiente de trabalho em
um local de medo e ansiedade, o que faz com que o grupo em geral fique sem motivação e
atuação. Esse tipo de liderança não é o modelo ideal para se liderar um grupo, tendo em
vista que um grupo para alcançar objetivos extremos precisa se sentir valorizado e motivado
para obedecer a ordem do líder.
Já na liderança Liberal o líder, como o próprio nome diz, dá liberdade e autonomia aos seus
subordinados para desempenharem suas funções e ficarem responsáveis por gerenciar os
resultados de seu trabalho. José Mauro Ruiz Batista evidencia que “Neste tipo de liderança as
pessoas têm mais liberdade na execução dos seus projetos, indicando possivelmente uma
equipe madura, autodirigida e que não necessita de supervisão constante” (BATISTA, 2011,
p. 201). Assim:
[…] Neste item, o estudo diz que nos grupos com esse tipo de líder, quando o
grupo não tem capacidade de auto-organização, podem surgir freqüentes
discussões, com desempenho das tarefas pouco satisfatórias. Este tipo de líder
normalmente habita empresas em que os subordinados trabalham em projetos
individuais, pois normalmente seus resultados tendem a ser de caráter
qualitativo, como por exemplo, empresas de design, desenvolvimento de
softwares, moda e etc. (BOTELHO; KROM, 2012, p. 3).
Vê-se que esse líder participa o mínimo possível da administração, seu comportamento é
evasivo e sem firmeza. Por estas razões, este modelo também não é o melhor para se liderar
um grupo, pois com ele o grupo comumente fica confuso, atrapalhado e desunido.
Por fim, a liderança Democrática é segundo José Mauro Ruiz Batista “chamada ainda de
liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há
participação dos liderados no processo decisório” (BATISTA, 2011, p. 200).
Nesta liderança, nota-se que o líder se preocupa com seus liderados, se esforça em conhecer
e fazer de forma impessoal os elogios pertinentes aos que merecem. Na verdade, o carisma
pessoal do líder estimula e inspira seu grupo, construindo uma visão nos liderados de que os
objetivos a serem alcançados são em prol de toda a equipe.
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Assim, Wagner e Hollenbeck (1999) elucidam que os resultados apontam que a maioria dos
grupos prefere um líder Democrático. Em outras palavras, entre os três tipos de liderança
elencados, o modelo democrático/carismático é considerado o ideal e mais bem aceito pelos
liderados para conseguir alcançar as metas na direção ou gestão de uma empresa, pois a
sensação que gera no grupo é de valoração, entusiasmo e paixão.
1.4 QUALIDADES E VIRTUDES DE UM VERDADEIRO LÍDER
 O líder deve possuir qualidades e virtudes específicas. É claro que nenhum líder possui todas
as qualidades e virtudes que serão elencados a seguir, mas o ideal é que o verdadeiro líder
adquira algumas delas, para que seja um líder eficaz e alcance respeito e grandes objetivos
com seu grupo.
Para facilitar o entendimento, elencamos aqui nesse tópico a junção das qualidades e
virtudes de um verdadeiro líder, que são: Sinceridade, objetividade, determinação, força de
espírito, vencer o medo, coragem, habituar à ordem, humildade, generosidade, justiça
(ALBERONI, 2004), comunicação, carisma/cuidado, servir. Vejamos a análise minuciosa de
cada um deles:
O líder sincero é aquele que é honesto, luta para que o grupo seja incorruptível e harmônico
e para que não haja intriga e fofoca. Segundo Lucianne Secco Gruber: “A sinceridade baseia-
se na honestidade de pensamentos e ações, na devoção fervorosa a princípios, na
integridade absoluta” (GRUBER, 2001, p. 60).
Já a objetividade é encontrada no líder que quando da tomada de suas decisões não se deixa
ser influenciado pelos fatores externos. Determinado é aquele que possui foco em seu
objetivo independente das circunstâncias bem como uma dedicação total. Isso significa que o
verdadeiro líder não pode ter dúvidas, permanecendo firme, pois nunca desiste (ALBERONI,
2004).
A força de espirito faz com o que líder saiba controlar os seus sentimentos nos momentos
difíceis de tomadas de decisões, mantendo o equilíbrio. Correlacionada com esta
característica apresenta-se a capacidade de vencer o medo, ou seja, a de dominar sua
ansiedade, permanecendo relaxado, lúcido, para que as decisões sejam acertadas. Soma-se
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a essas a coragem a qual permite o líder tomar decisões difíceis e assumir as
responsabilidades delas decorrentes, sem medo das consequências (ALBERONI, 2004).
O líder deve ser humilde. Não raro, muitas pessoas só por estarem em algum cargo ou
função mais favorecida ou vantajosa são tomadas pela vaidade. Isso é um erro muito grave,
pois o líder erra como todo ser humano, e por isso ele deve ter a capacidade de ouvir os
outros e de admitir e corrigir os próprios erros.
Não diferente o líder deve ser generoso, pois este não pode fazer acepção de seus liderados
para elogiar ou beneficiar, ele tem que pensar no bem de todos, fazer justiça. É importante
mensurar que o líder não necessariamente precisa ser um grande orador, mas é
imprescindível que ele saiba se comunicar com as pessoas para conseguir liderar um grande
grupo. Na visão de Lucianne SeccoGruber:
A capacidade de comunicar reside no centro da liderança. O líder eficaz deve
conhecer, profundamente, todas as formas de comunicação: escrita, oral,
eletrônica e digital, por gráficos e pelo comportamento, pela arte e pela música e
pela emoção expressa, entre outras. Tal domínio, muitas vezes, requer dedicação
contínua, mas aquele que se empenha em desenvolver a comunicação torna-se
um líder mais eficaz, justificando o investimento necessário para alcançar esta
condição (GRUBER, 2001, p. 116).
O líder carismático, por sua vez, é aquele que dispensa dar atenção e cuidado com todos os
componentes do grupo. Isso não significa que o líder não deve disciplinar e chamar atenção
de seus liderados, pelo contrário, o líder tem que disciplinar, porém precisa saber a hora
certa de aplicar a sanção. Por fim, o verdadeiro líder segundo Hunter (2006) é aquele que
serve, ele se preocupa e atende as necessidades de seus liderados.
1.5 VÍCIOS DE LIDERANÇA
Neste enfoque serão abordados alguns vícios de liderança que o líder deve afastar de sua
conduta, isso porque algumas pessoas utilizam meios inadequados e antiéticos para ocupar
um cargo de chefia e liderança, exercendo suas funções de modo corrupto e desmoralizado.
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Acerca dessas premissas, observa-se que a pessoa que se torna líder ou cresce na liderança
através de meios fraudulentos, não pode ser considerada como líder, pois se utilizou de
abusos de mecanismos para conquistar a liderança ou se manter nela. Podemos elencar três
vícios da liderança: a) a manipulação; b) sacrificar seus ideais para conquistar a liderança; c)
sufocar outras lideranças.
O indivíduo que utiliza a manipulação para liderar ou alcançar o poder faz uso do medo, da
chantagem, do seu poder, do seu título e da sua influência para ser obedecido e respeitado.
Podemos citar como exemplo: um funcionário que sabe alguma informação confidencial do
seu superior e o manipula falando que se ele não o promover irá espalhar a informação.
Outro vício de liderança é quando o suposto líder abre mão de tudo na vida, até mesmo de
seus ideais, suas crenças, suas origens para conseguir o que quer. Um exemplo é o
usurpador, que é pior do que o déspota, porque é obrigado a corromper as pessoas que o
cercam. Ele se apropria, com violência, astucia e fraude, de um poder do qual não é digno.
Por fim, o verdadeiro líder deve aprender a aceitar a concorrência, e tê-la como motivação
para inovar, inventar, revigorar. Porque se não, estará sufocando outras lideranças, e sem
perceber irá virar um déspota (ALBERONI, 2004).
1.6 A DIFERENÇA DE LÍDER PARA CHEFE
 Podemos partir do pressuposto que, embora muitas pessoas confundam o chefe com o líder,
existem diferenças entre eles, para tanto, se faz necessário compreender as definições de
chefe e líder.
Chefe é aquele que está empossado em um cargo ou posição hierarquicamente importante.
A definição de chefe encontra-se relacionada ao poder, tendo em vista que o chefe é
autoritário, só manda, e só é respeitado pelos subordinados por causa da sua posição.
Já o líder é mais do que ter autoridade, cargo ou chefia, é ser seguido de boa vontade pelo
seu grupo ou equipe com confiança, alcançando o devido respeito. O líder tem a função de
liderar um grupo, e conquistar o respeito, sem precisar impor ondem. Para Maxwell (2008)
um líder verdadeiro conhece a distinção entre ser chefe e ser líder:
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O chefe conduz as pessoas, o líder aconselha, ou seja, o líder visa o objetivo comum da equipe;
O chefe inspira medo, o líder, entusiasmo, ou seja, o líder transmite ânimo;
O chefe diz “eu”, o líder, “nós”, ou seja, o líder ajuda sua equipe, e reconhece o seu trabalho;
O chefe se preocupa com coisas, o líder, com pessoas, ou seja, o líder se preocupa com sua equipe;
O chefe colhe os louros (glória), o líder os distribui;
O chefe enxerga o hoje (agora), o líder comtempla o amanhã, ou seja, o líder tem a visão do futuro.
Assim, o líder é aquele que não impõe sua vontade, mas sabe como pedir as pessoas, sua
imagem é adquirida através da admiração, merecimento e respeito, possuindo a função de
despertar nas pessoas a vontade de fazer, visando os objetivos em comum. Já o chefe é
aquele que impõe a ordem de maneira brusca, usa o poder apenas para mandar, ser
autoritário e se envaidecer, não se importando com os que estão a sua volta.
1.7 A MOTIVAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A LIDERANÇA
 Após vermos os conceitos de liderança, as características do líder e os vícios da conduta de
um mau líder, apresenta-se importante a motivação que o líder exerce sobre o grupo
liderado.
Isso porque a motivação é uma das condições basilares para o desenvolvimento e evolução
de qualquer pessoa, uma vez que impele as ações do indivíduo na sociedade, seja no
trabalho, na família, no esporte.
Nesse viés, é fundamental definirmos o que significa motivação. A palavra motivação nada
mais é do que motivar a ação. Desta forma:
Não podemos falar de forma objetiva sobre motivação enquanto não
compreendermos que a verdadeira motivação consiste em manter a pessoa
entusiasmada, querendo agir e dar o melhor de si à equipe. Motivar é influenciar e
inspirar à ação (HUNTER, 2006, p. 109).
A motivação, assim, é característica essencial de um líder, até porque motivar é o conjunto
de fatores que o líder utiliza para impulsionar e instigar nos liderados a vontade de
realizarem o trabalho da melhor forma possível. Acerca disso, preleciona Cecília Whitaker
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Bergamini:
Falar de estilos comportamentais, sem entender os reflexos na psicodinâmica
motivacional é praticamente tratar de um assunto sem sentido. Da mesma forma,
separar motivação de liderança é deixar de operacionalizar todas essas
dimensões dentro de um contexto mais prático (BERGAMINI, 1994, p. 11).
Todavia, a ideia de motivação no trabalho não é uma tarefa fácil, pois é difícil encontrar um
motivo relevante que conduzem pessoas a trabalhar. A verdade é que o salário não segura
ninguém no emprego, o indivíduo pode simplesmente trocar de ofício quando quiser, mas se
estiver satisfeito no seu serviço não sairá. Nesse sentido, Stefano e Gomes Filho ensinam
que:
As organizações, que desejam obter êxito, precisam levar em consideração os
desejos humanos, ou seja, não somente pagar os salários aos subordinados, mas
valorizá-los, visto que ela parte do indivíduo e não de algo externo, no caso as
organizações, proporcionando-lhes a sensação de sentirem-se úteis,
consequentemente, elas receberão em troca significativas reduções nos índices
de absenteísmo, nos atrasos, na satisfação do trabalho dentre outros,
aumentando, assim, o seu nível de produtividade (STEFANO; GOMES, 2010, p.
130).
Para Alberoni (2004) o que motiva uma pessoa a realizar o seu trabalho com mais afinco, são
os estímulos motivadores, como: reconhecimento, elogio, espaço, oportunidades de
crescimento e não um simples item gratificador.
[…] Se o trabalho passa a ser visto somente como fonte de dinheiro e nunca como
fonte de satisfação, então os patrões ignorarão totalmente outras necessidades
humanas no trabalho – necessidades tais como a de aprender, de auto
valorização, de orgulho, de competência e de ser útil às pessoas. […] Os
resultados serão, e na realidade já têm sido, desastrosos para muitas
organizações […] (BERGAMINI, 1994, p. 76).
Logo, o líder para atender e satisfazer seus liderados não deve pensar apenas no salário, mas
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sim em proporcionar um agradável ambiente de trabalho, onde a pessoa se sinta valorizada
e útil no serviço, pois:
A motivação dos seres humanos e a qualidade de vida no trabalho apresentam os
desafios enfrentados por uma administração moderna a fim de alcançar objetivo
que possam satisfazer essas necessidades. A partir do momento em que a
preocupação com o bem – estar das pessoas ganha espaço nas organizações, é
possível conseguir melhores resultados na busca de um ambiente de trabalho
adequado para o desenvolvimento das atividades profissionais (BATISTA, 2011, p.
196).
Deste modo, pode-se dizer que a liderança está relacionada com a motivação, porque um
líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu grupo ou equipe, para que realizem a
tarefa de forma satisfatória e consequentemente, atendam os objetivos estratégicos da
organização como um todo.
2. METODOLOGIA
O presente trabalho teve como metodologia a pesquisa bibliográfica, que consistiu no
levantamento dos dados por meio de análise de artigos, periódicos e livros que tratam sobre
estilos de liderança e motivação; e de acordo com Antonio Carlos Gil, “a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p. 44).
Segundo João José Saraiva da Fonseca:
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma
pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou
sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam
unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o
problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
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O estudo foi conduzido quanto aos fins por meio de pesquisa explicativa, pois analisou os
fatores utilizados pelo líder para motivar seus subordinados e explicar como uma boa
liderança traz ganhos para os subordinados e organização. Com esse tipo de pesquisa,
buscou-se identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos (GIL, 2007). Ou seja, explicar o porquê das coisas através dos resultados
oferecidos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Os estudos demonstraram que o líder pode influenciar pessoas e equipe de forma positiva
para que estes se sintam motivados a realizarem as suas tarefas, objetivando um bem
comum que é o crescimento da organização. Cooper (2012, p. 12) descreve que: “Os
indivíduos que fornecem liderança dentro de uma organização reconhecem a importância do
sistema e sua contribuição para a realização dos objetivos de uma organização”.
A pesquisa apontou que o papel do líder é fundamental dentro da organização, pois o bom
líder sabe qual é a sua função e age conforme o que é essencial para o desenvolvimento da
capacidade executora dos colaboradores, principalmente nos momentos atuais em que há
grande competitividade e mudanças no mercado, bem como cobranças por resultados e
relacionamento interpessoal.
A liderança e critica para que qualquer empresa ou organização sobreviva no
ambiente competitivo de hoje. Ela pode ser pensada como a energia da
organização. Deve ser vertical e horizontal. Isso significa que a liderança deve ser
uma prática integrada dentro de uma organização eficiente. (COOPER, 2012, p.
11)
Sendo assim, o líder eficiente utiliza a inteligência para movimentar os esforços das pessoas
e equipes, sempre visando à negociação, dirimindo as diferenças e a gestão dos conflitos de
forma correta. Cooper (2012, p.13) relata que “Em organizações com liderança eficiente,
existe uma certa vitalidade e sentimento de empolgação nas operações da empresa”, ou
seja, um líder eficiente contribui continuamente na busca por bons resultados.
Para Migueles e Zanini (2009) o líder é aquele que procura o engajamento de todos para
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enfrentar desafios e oferecer soluções aos problemas do presente, como um caminho para a
realização de um futuro compartilhado, motivando cada um a realizar seu potencial e a
apresentar suas melhores contribuições e esforços.
Foi observado ainda, que o líder motivado e motivador, além de suma importância, como
visto, possui a função estratégica para que os objetivos organizacionais sejam atingidos, isto
é, não há liderança sem motivação, e é quase inviável ter motivação sem ter uma
comunicação aberta e direcionada de um verdadeiro líder que sabe motivar e reconhecer a
importância de cada pessoa e a contribuição que cada uma oferta para a conquista dos
objetivos da empresa.
Por fim, a liderança como forma motivacional é entendida como a chave do sucesso, se
utilizada de forma estrategicamente correta nas organizações, isto porque o líder irá motivar
a equipe e estará preparado para estimular seus integrantes para o desempenho de um bom
trabalho, visando a torná-los mais eficientes em relação aos objetivos da empresa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O conceito de liderança é amplo, mas há um denominador comum que é a capacidade do
líder de influenciar pessoas para o bem. Não podemos esquecer que liderar é, acima de tudo,
servir, motivar.
Nesse viés, é importante destacar que embora haja aqueles que nascem para ser líderes,
qualquer pessoa pode se tornar um e motivar seus liderados, basta ter força e dedicação.
Ademais, o verdadeiro líder é a pessoa que influencia e conquista os seus liderados a ponto
de fazê-los gostarem de realizar o que ele quer, despertando em seus subordinados o
sentimento de quererem ajudá-lo e se sentirem realizados com isso.
Desta forma, em última análise de tudo que fora exposto, a motivação tem relação com a
liderança, pois é através dela que os subordinados são influenciados e adquirem ânimo para
trabalhar e ajudar o seu líder a alcançar os objetivos da organização.
Conclui-se, portanto, que o verdadeiro líder não tem subordinados em si, mas sim
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seguidores, não dá ordens, mas todo mundo faz o que ele deseja, eis que consegue fazer
com que as pessoas acreditem que o interesse delas e o dele é o mesmo, transmitindo
segurança e confiança aos liderados através da tomada de decisões objetivas, corretas e
transparentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 ALBERONI, Francesco. A arte de comandar. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
BATISTA, José Mauro Ruiz; PEIXOTO, Roberta Ramalho; SILVA, Caroline Machado Castilhos da.
A influência da liderança na motivação da equipe. Revista Eletrônica Novo Enfoque, local, v.
1 3 , n . 1 3 , p . 1 9 5 - 2 0 6 , 2 0 1 1 . D i s p o n í v e l e m :
(https://docplayer.com.br/4089047-A-influencia-da-lideranca-na-motivacao-da-equipe.html).
Acesso em 02/02/2018.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Liderança: administração do sentido. São Paulo, SP: Atlas,
1994.
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[1] MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Graduada
em Administração pela Faculdade Espírito Santense – Faesa. Tecnólogo em Logística pela
Universidade Vila Velha – ES.
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[2] Mestre em Segurança Pública pela Universidade Vila Velha – ES. Pós-graduado em Direito
Processual Penal pela Faculdade Damásio. Pós-graduado em Direito Processual Civil pela
Faculdade Damásio. Graduado em Direito pela Universidade Vila Velha – ES.
Enviado: Janeiro, 2020.
Aprovado: Fevereiro, 2021.
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