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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CIV 338 – OBRAS DE TERRA MEMORIAL DE CÁLCULO DO PROJETO DO MURO DE CONTENÇÃO Júlia Castro Pereira - 90043 VIÇOSA - MG JULHO DE 2020 1 PARÂMETROS DO PROJETO Os valores dos parâmetros referentes ao projeto são calculados de acordo com o número de matrícula, sendo no caso 90043. a.1) Altura da escavação (Hesc ≥ 3,00 M): Hesc = 2 x (soma dos 5 dígitos da matrícula) / 10 = 2 x (9 + 0 + 0 + 4 + 3) / 10 = 3,20 m Como o valor é superior a 3,0 m, Hesc = 3,20 m. a.2) Peso específico natural do solo (γ ≥ 15 kN/m³): γ = 3 x Hesc = 3 x 3,20 = 9,60 kN/m³. Como γ < 10, deve-se multiplicar por 2: γ = 9,60 x 2 = 19,20 kN/m³. Logo, γ = 19,20 kN/m³. a.3) Ângulo de atrito efetivo do solo (’): = 1,6 x γ = 1,6 x 19,20 = 30,72º. Como deve-se arredondar para o inteiro mais próximo: = 31º. a.4) Intercepto de coesão efeito do solo (c’): c’ = soma dos dois últimos dígitos da matrícula = 4 + 3 = 7 kPa. Logo, c’ = 7 kPa. a.5) Ângulo de inclinação médio do terreno (i): i = primeiro + último dígito da matrícula = 9 + 3 = 12º. Então, i = 12º. a.6) Sobrecarga uniformemente distribuída sobre o terreno (q): qcalc = 2 x (valor adotado para i) = 2 x 12 = 24 ≥ 20 (OK). Logo, qcalc = 24 kN/m². A tabela abaixo representa todos os parâmetros calculados: Parâmetros do muro Matrícula = 90043 Hesc = 3,20 m γ = 19,20 kN/m³ = 31 ° c' = 7 kPa i = 12 ° q = 24 kN/m² 2 DETALHAMENTO DA SOLUÇÃO PROPOSTA Devido ao fato da altura de escavação ser menor que 4 metros acredita-se que um muro de gravidade de concreto ciclópico de seção trapezoidal seja uma solução economicamente viável. Porém, deve-se ter em mente que, em razão da impermeabilidade desse muro, é imprescindível a execução de um sistema adequado de drenagem. Então o sistema de drenagem superficial adotado foi a canaleta transversal, responsável por conduzir as águas que incidem na superfície do talude. Já o subsuperficial foi na face posterior do muro, o tardoz, através de uma manta de material geossintético do tipo geotêxtil. Nesse caso, a água é recolhida a partir de um tubo de drenagem posicionado na parte vertical. Portanto há o alívio de poropressões na estrutura de contenção. Ademais, há a proteção de talude com vegetação com intuito de reduzir a infiltração e a erosão. A figura abaixo representa a solução proposta: DRENO VERTICAL MURO DE GRAVIDADE DE CONCRETO CICLÓPICO CANALETA VEGETAÇÃO 3 CONSIDERAÇÕES • EMPUXO ATIVO No caso do cálculo do empuxo ativo foi utilizada a Teoria de Coulomb a partir do processo analítico de arbitrar diversas cunhas e montando o polígono de forças. Para que seja possível aplicar essa teoria, deve-se considerar algumas hipóteses básicas, sendo elas: a) Solo homogêneo e isotrópico; b) A superfície de deslizamento é plana; c) A superfície de deslizamento passa pela base da estrutura; d) Existe atrito entre o solo e o paramento da estrutura ( 0); e) O deslocamento da estrutura permite mobilizar todo o atrito entre ela e o solo adjacente; f) Há mobilização de toda a resistência ao cisalhamento do solo ao longo da superfície de deslizamento arbitrada (Estado do equilíbrio limite). Pela falta de valor específico e a partir das notas de aulas, pode-se obter o atrito entre o solo- estrutura: ′ 3 ≤ ≤ 2. ′ 3 31 3 ≤ ≤ 2.31 3 10,33° ≤ ≤ 20,67° Logo, adotou-se: = 19° para essa parte do solo. Devido ao fato da drenagem ser vertical, a tensão de adesão solo-estrutura é zero: ca=0. • EMPUXO PASSIVO Para o empuxo passivo foi utilizada a teoria de Rankine, a qual possui as seguintes hipóteses simplificadoras: a) Solo homogêneo e isotrópico; b) A superfície do terreno é horizontal (i=0); c) A estrutura possui paramento vertical; d) Não existe atrito entre o solo e o paramento da estrutura ( = 0); e) O solo está em um estado de equilíbrio plástico (ruptura); f) A superfície de ruptura é plana; g) É adotado o critério de ruptura de Mohr-Coulomb. Logo, para essa parte do solo, adotou-se = 0°. 4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO Para o pré-dimensionamento foi utilizado o material Tópicos Especiais de Concreto Armado – Muros de arrimo, do Engenheiro Civil Rodrigo Gustavo Delalibera. Dessa forma, foram realizados os seguintes cálculos: b0 = 0,14 x H e b = b0 + H/3 Sendo H = Hesc = 3,20m, então: b0 = 0,14 x 3,20 = 0,448m 0,45m; b = 0,50 + 3,20/3 1,60m. A figura abaixo mostra o muro pré-dimensionado. 5 CÁLCULO DO EMPUXOS • EMPUXO ATIVO Como o solo é coesivo, deve-se calcular a fenda de tração do caso com sobrecarga distribuída sobre o terreno: N = tan ² (45 + ′ 2 ) = tan ² (45 + 31 2 ) = 3,09 Z0 = 2. c′ γ . √N − q γ = 2.7 19,20 . √3,09 − 24 19,2 = 0,031m Em razão do valor da fenda ser muito pequeno, ela será desconsiderada. Logo: 𝐙𝟎 = 𝟎. A partir do polígono de uma cunha geral e do somatório de forças em x e em y, é possível chegar em uma equação de Ea em função do ângulo , tal como abaixo. ∑Fx = 0 Fc. cos() − R. sen( − 31) + Ea. sen(81°) = 0 R = Fc. cos() + Ea. sen(81°) sen( − 31) (I) ∑Fy = 0 − Fvertical + Ea. cos(81°) + R. cos( − 31) + Fc. sen() = 0 (II) Substituindo (I) em (II): − Fvertical + Ea. cos(81°) + Fc. cos() + Ea. sen(81°) sen( − 31) . cos( − 31) + Fc. sen() = 0 − Fvertical + Ea. cos(81°) + cot( − 31). Fc. cos() + Ea. cot( − 31). sen(81°) + Fc. sen() = 0 Ea = Fvertical − Fc. cot( − 31). cos() − Fc. sen() cot( − 31). sen(81°) + cos(81°) (III) As seguintes cunhas foram adotadas: Fc Ea ( - ’) = ( - 31°) (β - ) = 81° R Fvertical =W + q.AX 6 Exemplo de cálculo para a cunha ABC: A partir dos dados apresentados na figura a seguir, os quais foram obtidos a partir do AutoCAD, obtém-se: Área (A) = b x h 2 = 1,12 x 3,81 2 = 2,14m²; Peso (W) = Vcunha x γsolo = (Acunha x 1m) x γsolo = 2,14 x 19,2 = 41,12 kN/m; Força de coesão na superfície AB (Fc) = c ′x (p x 1m) = 7x 4,27 = 29,91 kN/m; Força vertical (Fv) = W + (q x b) = 41,12 + (24 x 1,12) = 68,06 kN/m; Empuxo ativo (Ea) = equação III = 24,11 kN/m; Resultante (R) = equação II = 43,74 kN/m. Analogamente foi possível calcular cada cunha, obtendo os resultados da tabela abaixo. Cunhas (°) h(m) b(m) A(m²) W(kN/m) p(m) Fc(kN/m) Fv(kN/m) Ea(kN/m) R(kN/m) ABC 75 3,81 1,12 2,14 41,12 4,27 29,91 68,06 24,11 43,74 ABD 70 3,81 1,57 3,00 57,60 4,49 31,46 95,35 35,52 70,05 ABE 65 3,81 2,06 3,94 75,58 4,78 33,45 125,11 43,24 97,69 ABF 60 3,81 2,62 5,00 95,99 5,13 35,93 158,89 47,58 128,73 ABG 55 3,81 3,28 6,26 120,12 5,59 39,15 198,84 48,31 165,70 ABH 50 3,81 4,07 7,77 149,12 6,20 43,37 246,84 44,22 211,06 ABI 45 3,81 5,06 9,66 185,43 7,00 49,03 306,95 33,68 269,65 A partir das cunhas e seus valores de e Ea foi traçado o gráfico abaixo. Por esse gráfico o valor do Ea_máximo e do seu equivalente foram encontrados. De tal forma que se obteve os dados a seguir. 7 Cunha (°) h(m) b(m) A(m²) W(kN/m) p(m) Fc(kN/m) Fv(kN/m) Ea_máx(kN/m) R(kN/m) ABJ 57,3 3,81 2,96 5,64 108,27 5,36 37,49 179,23 48,39 147,52 Os dados da tabela acima foram calculados da mesma forma que o exemplo anterior, sendo o = 57,3° como o encontrado no gráfico referente ao Ea_máx. Ao fazer o somatório de forças sem considerar a sobrecarga, encontra-se o valor do empuxo ativo máximo do solo. Para encontrar o valor do empuxo ativo devido à sobrecarga basta subtrair o empuxo ativo máximo total pelo empuxo ativo máximo do solo. Os resultados estão nas tabelas a seguir. 8 Cunha (º) h(m) b(m) A(m²) W(kN/m) p(m) Fc(kN/m) Ea_solo(kN/m) R(kN/m) ABJ 57,3 3,81 2,96 5,64 108,27 5,36 37,49 16,36 79,84 Ea_total 48,39 kN/m Ea_solo 16,36 kN/m Ea_q 32,03 kN/m Por último, é obtido os locais de aplicação dos empuxos, tal como a imagem abaixo. • EMPUXO PASSIVO A partir da teoria de Rankine, é possível calcular o empuxo passivo, como abaixo: Pp(z) = σ ′ v(z). kp + 2. c ′. √kp kp = tan² (45 + φ′ 2 ) σ′v(z) = γ. z Como γ = 19,2 kN/m³, c’ = 7 kPa e ’ = 30°: 𝜎′𝑣(𝑧) = 19,2. 𝑧 𝑘𝑝 = 𝑡𝑎𝑛² (45 + 30 2 ) = 3,09 𝑃𝑝(𝑧) = (19,2. 𝑧). 3,09 + 2.7. √3,09 = 59,30. 𝑧 + 24,60 𝑃𝑝(0) = 59,30.0 + 24,60 = 24,60 𝑘𝑃𝑎 9 𝑃𝑝(0,7) = 59,30.0,7 + 24,60 = 66,12 𝑘𝑃𝑎 𝐸𝑃1 = 24,60 𝑥 0,7 = 17,22 𝑘𝑁/𝑚 𝐸𝑃2 = [(66,12 − 24,60) 𝑥 0,7]/2 = 14,53 𝑘𝑁/𝑚 𝐸𝑃 = 𝐸𝑃1 + 𝐸𝑃2 = 31,75 𝑘𝑁/𝑚 𝑦𝐸𝑝 = ∑(𝐸𝑃𝑖 . 𝑦𝐸𝑝𝑖) 𝐸𝑃 = (17,22 𝑥 0,7/2 + 14,53𝑥0,7/3) 31,75 = 0,30𝑚 • EMPUXOS ATIVO E PASSIVO Ao calcular os empuxos, obtém-se o resultado apresentado na figura abaixo. 10 VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE DO PRÉ-DIMENSIOMANETO • EM RELAÇÃO AO TOMBAMENTO O empuxo ativo tende a tombar o muto em relação ao ponto P, enquanto o peso do muro e o empuxo passivo causam momentos que resistem a esse tombamento. Para isso, o momento contra o tombamento (MCT) deve ser maior do que o de tombamento (MT). De acordo com a NBR 11682/2009, o fator de segurança mínimo para esse caso é de 2,0. Como o material do muro é o concreto ciclópico, adotou-se γmuro = 22 kN/m³. Ademais, é importante destacar que para o cálculo do fator de segurança em relação ao tombamento foi considerada a forma fisicamente correta. Primeiramente, o muro foi dividido em áreas para facilitar o cálculo e o peso de cada uma foi calculado, tal como mostrado abaixo. Sendo: Peso = volume x γmuro = (área x 1m) x 22 = área x 22, tem-se a tabela a seguir. Áreas Pesos A1 = 1,84 m² Pc1 = 40,48 KN/m A2 = 1,44 m² Pc2 = 31,68 KN/m A3 = 1,12 m² Pc3 = 24,64 KN/m Então, deve-se encontrar o braço de alavanca de cada força e calcular os momentos de contra tombamento e tombamento, equivalentes ao somatório das forças referentes vezes seus braços de alavanca. Obtendo os resultados da tabela abaixo. 11 Força Área (m²) Módulo (KN/m) Braço (m) Mct (kNm/m) Mt (kN.m/m) Pc1 1,84 40,48 0,77 31,03 - Pc2 1,44 31,68 1,38 43,56 - Pc3 1,12 24,64 0,80 19,71 - Ea1x - 15,47 1,30 - 20,11 Ea1y - 5,33 1,60 - -8,52 Ea2x - 30,28 1,95 - 59,05 Ea2y - 10,43 1,60 - -16,68 Ep - 31,75 0,30 9,42 - SOMA = 103,72 53,96 É importante destacar que Ea1 = Ea_solo e Ea2 = Ea_q. Exemplo de cálculo da tabela acima (Pc1): Braço = 2x(1,6 − 0,45)/3 = 0,77m; MCT = módulo x braço = 40,48 x 0,77 = 31,03 kNm/m. Para o cálculo do fator de segurança em relação ao tombamento basta dividir o valor do momento de contra tombamento pelo de tombamento: FS𝑡 = MCT MT = 103,72 53,96 = 1,92 Como FSt < 2,0, não está de acordo com o mínimo e deve-se modificar o muro. 12 MUDANÇAS NAS DIMENSÕES DO MURO Com o intuito de melhorar a estabilidade do muro e esse passar nas verificações, foram realizadas algumas mudanças nas dimensões. Destaca-se a criação da ficha para melhor desenvolvimento em relação ao deslizamento na base. 13 VERIFICAÇÕES DE ESTABILIDADE • EM RELAÇÃO AO TOMBAMENTO Utilizando o mesmo pensamento anterior, o momento contra o tombamento (MCT) deve ser maior do que o de tombamento (MT), sendo o fator de segurança mínimo para esse caso de 2,0. Ademais, adotou-se γmuro = 22 kN/m³. O muro foi dividido em áreas para facilitar o cálculo e o peso de cada uma foi calculado, tal como mostrado abaixo. Foi possível então chegar nos resultados da tabela a seguir. Força Área (m²) Módulo (KN/m) Braço (m) Mct (kNm/m) Mt (kN.m/m) Pc1 1,84 40,48 1,27 51,27 - Pc2 1,44 31,68 1,88 59,40 - Pc3 1,47 32,34 1,05 33,96 - Ea1x - 15,47 1,30 - 20,11 Ea1y - 5,33 2,10 - -11,18 Ea2x - 30,28 1,95 - 59,05 Ea2y - 10,43 2,10 - -21,90 Ep - 31,75 0,30 9,42 - SOMA = 154,05 46,08 É importante destacar que Ea1 = Ea_solo e Ea2 = Ea_q. 14 Para o cálculo do fator de segurança em relação ao tombamento basta dividir o valor do momento de contra tombamento pelo de tombamento: FS𝑡 = MCT MT = 3,34 Como FSt > 2,0, o muro está seguro quanto a essa verificação. • EM RELAÇÃO AO DESLIZAMENTO NA BASE As forças que tendem a causar deslocamento no muro para a esquerda, serão chamadas de FD e, as que resistem ao movimento, de FCD. Logo: FSD = FCD FD = F𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 R𝑇 RT (força resultante tangencial) = FH = 𝐸𝑎1𝑥 + 𝐸𝑎2𝑥 − 𝐸𝑝 = 14,00 𝑘𝑁/𝑚; Fatrito = RN(força resultante normal) x δbase = FV x δbase = = (PC1 + PC2 + PC3 + Ea1y + Ea2y) x tan 19° = 120, 25 x tan 19° = 41,41 kN/m A partir disso é possível calcular o fator de segurança em relação ao deslizamento na base: FSD = FCD FD = 2,96 De acordo com a NBR 11682/2009, o fator de segurança mínimo para esse caso é de 2,0, já que o empuxo passivo foi considerado. Conclui-se então que o muro também está seguro em relação ao deslizamento na base. • TENSÕES NO SOLO DE FUNDAÇÃO Deve-se verificar a segurança conta a ruptura e deformações excessivas do terreno de fundação. Há as considerações que o muro é rígido e que a distribuição de tensões é linear ao longo da base. Para encontrar as tensões no solo de fundação, são necessários os cálculos da excentricidade da resultante em relação ao centro de gravidade da base do muro: 𝑒′ = 𝑀𝐶𝑇 − 𝑀𝑇 𝑅𝑁 = 154,04 − 46,08 120,25 0,90 𝑚; 𝑒 = 𝑏 2 − 𝑒′ = 2,10 2 − 0,90 0,15 𝑚. Sendo e’ a distância entre o ponto P e RN resultante normal à base e e a excentricidade de R, como a ilustração abaixo: 15 Levando em consideração a posição do núcleo central de inércia (NCI) de uma seção retangular, em conjunto com: b/6 = 2,10/6 = 0,35m, pode-se perceber que e < b/6, concluindo que a resultante R passa dentro do NCI, então as tensões na seção são apenas de compressão, como desejado. Prosseguindo com o cálculo das tensões segundo o caso encontrado: σmáx = RN b (1 + 6. e b ) = 120,25 2,10 (1 + 6.0,15 2,10 ) = 82,16 kN/m²; σmin = RN b (1 − 6. e b ) = 120,25 2,10 (1 − 6.0,15 2,10 ) = 32,37 kN/m². Diagrama das tensões na base do muro: • ESTABILIDADE GLOBAL A última verificação é referente à segurança do conjunto muro-solo, ou seja, à estabilidade geral e consiste em garantir um coeficiente de segurança de acordo com a rotação de uma massa de solo que se desloca ao longo de uma superfície cilíndrica. Para isso utiliza-se algum método de equilíbrio limite. No caso, foi utilizado o software SLOPE do GeoStudio, versão de estudante de 2020 e a partir do método de Bishop. É importante destacar as hipóteses simplificadoras dos métodos de equilíbrio limite, as quais são: comportamento do solo assumido como rígido plástico perfeito, equações de equilíbrio estático até a eminência de ruptura (o processo é evolutivo/dinâmico) e o fator de segurança (FS) é constante ao longo da superfície de ruptura. Devido ao fato da licença utilizada ser de estudante, algumas considerações foram necessárias, como utilizar o material do muro como Mohr-Coulomb com o peso específico de valor igual ao muro (γ = 22 kN/m³), mas com a coesão efetiva (c’) e o ângulo de atrito () superiores ao do solo. Além de simular a sobrecarga como uma camada de solo de mesmo peso específico que o solo em questão (γ = 19,2 kN/m³) e altura equivalente à divisão entre a sobrecarga sobre o terreno e o gama (hsobrecarga = q / γsolo = 24/19,2 = 1,25m). Essa camada foi adotada com os parâmetros de resistência pequenos para não interferir no cálculo da estabilidade. Ao entrar com todos osdados no programa, obteve-se a figura a seguir. σmáx = 82,16 kN/m² σmin = 32,37 kN/m² COMPRESSÃO b 16 Então, foram definidos a grade de pesquisa e as linhas de raio da superfície de pesquisa. Após várias tentativas com o intuito de encontrar o melhor resultado gráfico possível foi obtido o mapa de cores abaixo. 17 A partir do resultado obtido pode-se concluir que o fator de segurança crítico em relação a estabilidade global é de 1,855, sendo a superfície de pesquisa crítica a destaca em verde na figura acima. Os quadrados em branco ocorreram devido ao tipo de entrada utilizado, o qual é por grade e raios, contudo as demais alternativas não fazem parte do plano de ensino da matéria e por isso não foram abordadas no projeto. O relatório gerado pelo software encontra-se em anexo. 18 BIBLIOGRAFIA GERSCOVICH , Denise. Estruturas de Contenção Muros de Arrimo. 48 p. Nota de aula (Engenharia Civil) – UERJ. Disponível em: http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf. Acesso em: 10 jul. 2020. MATERA , Douglas. Estabilidade de Muros de Gravidade. Orientador: Celso Romanel. 12 p. (Engenharia Civil) - PUC-Rio. Disponível em: http://www.puc- rio.br/pibic/relatorio_resumo2014/relatorios_pdf/ctc/CIV/CIV- Douglas%20Rocha%20Matera.pdf. Acesso em: 9 jul. 2020. Notas de aula da disciplina CIV 338 do Professor Roberto Ferraz da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Projeto Muro Relatório gerado usando GeoStudio 2020. Copyright © 1991-2019 GEOSLOPE International Ltd. Informação sobre o arquivo Versão do arquivo: 10.02 Número da revisão: 39 Data: 17/07/2020 Tempo: 09:14:57 Versão da Ferramenta: 10.2.2.20559 Nome do arquivo: Projeto Muro.gsz Diretório: C:\Users\Documents\UFV\Período de Outono\CIV 338\Programa\ Data que foi solucionada por último: 17/07/2020 Hora em que foi executada da última vez: 09:15:00 Configurações de Projeto Sistema de unidades: Sistema Internacional de Unidades (SI) Configurações da análise Projeto Muro Tipo: SLOPE/W Método: Bishop Configurações Poropressão de: (nenhuma) Peso Específico da Água: 9,807 kN/m³ Superfície de pesquisa Direção do Movimento: Da direita para a esquerda Usar Modo Passivo: Não Opção de superfície de pesquisa: Grade e Raios Superfícies de pesquisa críticas salvas: 1 Otimizar Localização da superfície de pesquisa Crítica: Não Trinca de Tração: (nenhuma) Distribuição FS Opção de Cálculo: Constante Avançado Configurações geométricas Profundidade Mínima da superfície de pesquisa: 0,1 m Número de fatias: 30 Fator de segurança Configurações de Convergência Número Máximo de Iterações: 100 Diferença tolerável em FS: 0,001 Materiais Solo Modelo: Mohr-Coulomb Peso Específico: 19,2 kN/m³ Coesão': 7 kPa Phi': 31 ° Phi-B: 0 ° Sobrecarga Modelo: Mohr-Coulomb Peso Específico: 19,2 kN/m³ Coesão': 1 kPa Phi': 15 ° Phi-B: 0 ° Concreto Ciclópico Modelo: Mohr-Coulomb Peso Específico: 22 kN/m³ Coesão': 1.000 kPa Phi': 1.000 ° Phi-B: 0 ° Grade da superfície de pesquisa Superior Esquerdo: (17,299667; 25,566148) m Inferior Esquerdo: (18,259667; 14,486148) m Inferior Direito: (24,079667; 15,706148) m Incremento horizontal do grade: 20 Incremento vertical da grade.: 20 Raio da superfície de pesquisa Coordenada superior esquerda: (19,872352; 10,393185) m Coordenada superior direita: (24,791333; 11,874667) m Coordenada inferior esquerda: (20,427907; 5,231148) m Coordenada inferior direita: (24,791333; 5,231148) m Número de incrementos: 25 Utilizar projeção esquerda: Não Ângulo de Projeção Esquerda: 135 ° Utilizar projeção direita: Não Ângulo de Projeção Direita: 45 ° Limites da superfície de pesquisa Coordenada esquerda: (0; 11) m Coordenada direita: (45,1541; 20,159) m Geometria Nome: Geometria 2D Configurações Ver: 2D Espessura do elemento: 1 m Pontos X Y Ponto 1 0 m 11 m Ponto 2 20,9 m 11 m Ponto 3 21,4 m 11 m Ponto 4 20,9 m 10,3 m Ponto 5 23 m 10,3 m Ponto 6 22,55 m 14,2 m Ponto 7 23 m 14,2 m Ponto 8 45,1541 m 18,909 m Ponto 9 0 m 0 m Ponto 10 45,1541 m 0 m Ponto 11 23 m 15,45 m Ponto 12 45,1541 m 20,159 m Regiões Material Pontos Área Região 1 Solo 9;1;2;4;5;7;8;10 618,28 m² Região 2 Concreto Ciclópico 2;3;6;7;5;4 4,75 m² Região 3 Sobrecarga 11;7;8;12 27,693 m² Resultados da pesquisa Superfícies de pesquisa analisadas: Houve convergência de 9202 de 11466 Superfície de pesquisa atual Superfície de pesquisa: 1.904 Fator de segurança: 1,855 Volume: 28,785188 m³ Peso: 565,97561 kN Momento resistente: 3.038,7282 kN·m Momento Atuante: 1.637,9948 kN·m Posição da pesquisa: 1 de 11.466 superfícies de pesquisa Saída: (17,16444; 11) m Entrada: (27,953887; 16,502981) m Raios: 6,9329176 m Centro: (21,025667; 16,758148) m Fatias da pesquisa X Y Poropressão Tensão normal na base Resistência Friccional Resistência coesiva Resistência Devido à Sucção Material de base Fatia 1 17,351218 m 10,883181 m 0 kPa 5,7726703 kPa 3,4685702 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 2 17,724774 m 10,665175 m 0 kPa 10,276452 kPa 6,1747152 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 3 18,09833 m 10,47694 m 0 kPa 13,899858 kPa 8,3518773 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 4 18,471886 m 10,315852 m 0 kPa 16,787148 kPa 10,086736 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 5 18,845442 m 10,179908 m 0 kPa 19,040661 kPa 11,440783 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 6 19,218998 m 10,067568 m 0 kPa 20,735442 kPa 12,459111 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 7 19,592554 m 9,9776548 m 0 kPa 21,927904 kPa 13,175614 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 8 19,96611 m 9,9092821 m 0 kPa 22,661214 kPa 13,616231 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 9 20,339666 m 9,8618072 m 0 kPa 22,96878 kPa 13,801035 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 10 20,713222 m 9,8347986 m 0 kPa 22,876591 kPa 13,745642 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 11 21,15 m 9,8308565 m 0 kPa 24,199132 kPa 14,540305 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 12 21,591667 m 9,8510497 m 0 kPa 34,527453 kPa 20,746187 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 13 21,975 m 9,893261 m 0 kPa 55,40564 kPa 33,291067 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 14 22,358333 m 9,9573246 m 0 kPa 75,137211 kPa 45,146991 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 15 22,775 m 10,053589 m 0 kPa 82,568035 kPa 49,61188 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 16 23,184044 m 10,172615 m 0 kPa 91,161907 kPa 54,7756 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 17 23,552132 m 10,304989 m 0 kPa 88,354973 kPa 53,089024 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 18 23,92022 m 10,461651 m 0 kPa 85,121494 kPa 51,146154 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 19 24,288309 m 10,644475 m 0 kPa 81,432881 kPa 48,929811 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 20 24,656397 m 10,855906 m 0 kPa 77,251903 kPa 46,417626 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 21 25,024485 m 11,099172 m 0 kPa 72,52967 kPa 43,580223 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 22 25,392573 m 11,378624 m 0 kPa 67,200886 kPa 40,378366 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 23 25,760661 m 11,700321 m 0 kPa 61,175972 kPa 36,758232 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 24 26,12875 m 12,073083 m 0 kPa 54,327098 kPa 32,643014 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 25 26,496838 m 12,510612 m 0 kPa 46,460931 kPa 27,916544 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 26 26,864926 m 13,036435 m 0 kPa 37,257447 kPa 22,386533 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 27 27,233014 m 13,698591 m 0 kPa 26,096058 kPa 15,680094 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 28 27,601102 m 14,64455 m 0 kPa 11,207703 kPa 6,7342677 kPa 7 kPa 0 kPa Solo Fatia 29 27,869517 m 15,860048 m 0 kPa 3,7566444 kPa 1,0065898 kPa 1 kPa 0 kPa Sobrecarga
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