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Historia da Educação - Tema 3 -Educação e Renascimento

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DESCRIÇÃO: Explicação das importantes mudanças ocorridas em âmbito mundial, pois o que foi vivido no passado ainda está presente na contemporaneidade. Esclarecimento de como a aliança entre Educação e Renascimento inaugurou a ideia de modernidade e construiu a cultura ocidental diante do embate: tradição versus pensamento moderno.
PROPÓSITO: Entender o mundo contemporâneo a partir do reconhecimento da modernidade, do pensamento renascentista e dos embates com a religião. Buscar o passado que nos identifica a fim de apontar a origem de nossa língua, de nossa história e os caminhos que marcam nossa maneira de pensar a Educação.
	Módulo 1
Conceituar modernidade para a História
	Módulo 2
Reconhecer a Educação no Renascimento
	Módulo 3
Identificar o movimento da Reforma, da Contrarreforma e o modelo de educação jesuítica implantado no Brasil
	Módulo 4
Distinguir as linhas do pensamento pedagógico na modernidade
Conceito de moderno para compreendermos como ele interfere na Educação que conhecemos. Moderno e seu derivado, modernidade, não são apenas palavras; são conceitos e, por isso, podem ter múltiplos significados.
Ocidente x Oriente 
Ocidente e a modernidade.
Tempo cronológico e tempo histórico
Ideia de civilização foca na Europa: Europa civilizada? Cultura indígena ou africana não civilizada?
Educação tem contradições em si, é um modelo continuo cheios de rupturas, acrescentamos conceitos. Tudo que pensamos como conhecimento.
ORIGENS
A origem da ideia de moderno como novo surge de uma construção histórica. Tradicionalmente, os historiadores convencionaram dividir a História em eras para melhor compreendê-la e ensiná-la. Essa proposta, que chamamos de linha do tempo, foi muito utilizada como método de estudo, sobretudo no século XIX, pelos positivistas.
Nesse recurso, vemos que A HISTÓRIA COMEÇA NA IDADE ANTIGA COM O APARECIMENTO DA ESCRITA. Isso se fundamenta na premissa da tradição europeia de que povos sem escrita não teriam história, por isso, Pré-História. Essa concepção justifica, por exemplo, o estudo dos povos indígenas e africanos ter sido relegado durante tanto tempo.
APÓS A IDADE ANTIGA, SURGIU A IDADE MÉDIA, CONSIDERADA A IDADE DAS TREVAS. ESSE TERMO SURGE NO PERÍODO RENASCENTISTA, JÁ NA IDADE MODERNA. Os HISTORIADORES desse período NÃO VIAM UM VALOR NA IDADE MÉDIA, entendendo-a simplesmente como UMA FASE ENTRE A CULTURA CLÁSSICA E A MODERNA. Daí a visão, equivocada, de que a Idade Média havia sido um período de estagnação e obscurantismo.
O Moderno surge em oposição ao Medieval. O Novo e o Velho. Essa ideia se populariza, e temos ainda dificuldade em compreender que o moderno é algo concebido em seu próprio tempo. Nesse caso, seguindo a convenção, entre os séculos XV e XVIII.
Embora ainda utilizemos o recurso da linha do tempo - que atualmente possui diversos usos, desde histórico até biográfico – é sempre importante fazê-lo de forma crítica, entendendo que representa apenas convenções.
Um período histórico não começa e termina com um único evento, por mais importante e significativo que ele seja. O conhecimento e a cultura são frutos de um acúmulo, que ocorre ao longo dos séculos. Temos, portanto, em nosso modo de viver, contemporâneo, diversos legados de períodos anteriores, dos quais alguns são notórios enquanto outros são menos evidentes.
Como exemplo, podemos citar a nossa percepção estética, que é claramente derivada da cultura clássica, greco-romana. Com certeza gostos, culturas e ideais de beleza se alteram, porém de modo lento e sempre deixando resquícios.
Qual delas chamou sua atenção de forma mais imediata?
	A Pietá, esculpida por Michelangelo no século XV, é influenciada pela estética greco-romana.
	A urna marajoara feita pelos povos indígenas brasileiros é do período pré-cabralino e nela se destacam as técnicas de pintura e escultura que fariam da arte marajoara uma das mais importantes da América.
Seu olhar provavelmente foi direcionado para a primeira imagem, enquanto na segunda é possível que tenha havido um certo estranhamento. Isso acontece porque parte significativa de nossa “educação estética” esteve voltada para os padrões europeus e não para o continente americano.
Essa construção estética que observamos foi articulada durante a Idade Moderna, período em que parte da sociedade ocidental como conhecemos se estruturou.
Veja como Deus pode ser retratado de formas diversas.
	Idade Antiga
Os fenômenos do mundo e da vida humana eram explicados pela mitologia. Havia deuses que se encarregavam de manter a ordem da Terra e seu funcionamento.
Imagem de Apollo da Antiguidade.
	Idade Média
Os deuses deram lugar a um único Deus cristão, em torno do qual o mundo medieval se organizava culturalmente.
A Imagem de Deus Esculpida na Igreja de Vitória em Portugal.
	Idade Moderna
O saber científico começa a ganhar espaço.
Iluminura do racionalismo medieval, considerado o movimento pai da modernidade.
	Idade Contemporânea
Saber científico modificando as sociedades.
A locomotiva a vapor é um grande símbolo das transformações econômicas e sociais que são a marca do mundo contemporâneo.
PERÍODO MODERNO
Surgem novas formas de ver o mundo, novas maneiras de explicar aquilo que se vive. O ser humano é questionador por natureza; e esse desejo de aprender, sobre si e sobre o ambiente em que vive fortalece e consolida a criação de instituições escolar. Em cada tempo histórico, esse aprendizado teve um fundamento, uma forma de organização.
Atenção: Perceba que o fato da Ciência começar a se estruturar como fonte de conhecimento na modernidade não faz, de forma alguma, com que a questão religiosa seja deixada de lado ou esquecida. A religião, em geral, e o cristianismo, em particular, assumem novos papéis na ordem social que se altera progressivamente.
CONSOLIDAÇÃO DO MODERNO
Dois elementos foram fundamentais para que a Idade Moderna se consolidasse: FAMÍLIA E ESCOLA
	A família passa a ser fundamental para a inserção e o desenvolvimento do indivíduo na sociedade.
Com a decadência do feudalismo, um processo que levou séculos, as cidades passaram a recuperar sua importância comercial, com o estabelecimento de feiras e a intensificação do comércio, e aquele que nelas vivia – o burguês – passou a ser sinônimo de comerciante. À medida que alcançava prosperidade financeira, o burguês criava para si um novo tipo de família. Seus filhos deveriam ser instruídos e educados para continuarem seu ofício e assumirem seus negócios.
	A construção de um ambiente governamental que tinha função de dar formação de maneira estruturada aos alunos é um fenômeno moderno. Ainda que existissem escolas – ou espaços que tendemos a atribuir o nome de escolas – no mundo grego, romano e na Idade Média, a ideia de um prédio fundamental, com funções públicas para formação dos sujeitos em níveis diversos é nova.
Mais ainda, se antes dependia-se de professores particulares ou iniciativas da Igreja passamos a falar de modelos previstos em lei, mantidos pelo Estado e com funções de preparar o sujeito para o Estado. Veremos mais sobre a escola – por seus aspectos práticos – no próximo módulo.
Se antes apenas as crianças de origem nobre eram alvo de alguma educação estrutural, agora também se começa a educar fora da nobreza. Um dos principais estudiosos da questão familiar, Philippe Ariès (1914-1984), afirma que: Os pais não se contentavam mais em pôr filhos no mundo, em estabelecer apenas alguns deles, desinteressando-se dos outros. A moral da época lhes impunha proporcionar a todos os filhos (no fim do século XVII, até mesmo às meninas), e não apenas ao mais velho, uma preparação para a vida.
Essa estrutura familiar, que se tornou uma das características da modernidade, fez com que surgisse outro conceito que modificaria definitivamente as relações sociais: A INFÂNCIA. Retomando Ariès (1986), no medievo não havia uma grande separação entre as idades, e as crianças eram tratadas como pequenos adultos.
	Até então, não houvera grande preocupação com as crianças, seu desenvolvimento, aprendizado ou bem-estar.A mortalidade infantil no medievo era acentuada, a mobilidade social, improvável. Se o destino de uma criança era repetir – se tivesse sorte – o ofício de seu pai, a educação formal, letrada, não fazia sentido.
	Foram a modernidade e a retomada do letramento como algo a ser apreciado que modificaram, pouco a pouco, esse cenário. A criança deixou de ser um “adulto em miniatura” e tornou-se um indivíduo com necessidades próprias e sobre o qual ampliam-se as expectativas familiares.
	A modificação da forma como a infância era entendida reflete uma alteração no comportamento social, e a escola, elaborada a partir de então, traduz essa mudança. O sentido de aprendizado passa a se estruturar em torno de uma proposta didática que, por sua vez, constitui o cerne de diversas disciplinas e saberes organizados.
1. Alguns autores justificam a definição de Pré-História para o período anterior ao da escrita (como se apresenta na linha do tempo), afirmando que, como o termo “História”, orginalmente grego, significa “pesquisa, investigação”, a forma mais segura para tal seria a documentação escrita. Daí, somente após o desenvolvimento dessa técnica teríamos verdadeiramente a História. Por outro lado, sabemos que essa concepção de Pré-História: 
Relegou o estudo de povos indígenas e africanos.( Vivemos em uma sociedade fruto da expansão do domínio europeu, iniciado no século XVI e consolidado no século XIX. Esse domínio inaugura a era da modernidade, período em que o mundo passa a reconhecer a Europa – por conta do domínio político e econômico – como a referência inclusive histórica de que a verdade do mundo era europeia. Isso leva a partes da história do mundo serem completamente relegadas.)
2. Sabemos que a Modernidade foi um período de intensos questionamentos e rupturas. Porém, sabemos que tais questionamentos não surgiram de uma hora para outra, mas foram consolidando-se ao longo do evolução da sociedade humana; e que continua em desenvolvimento. Assim, se observarmos cada tempo histórico, perceberemos que o aprendizado teve um fundamento, um modo de se organizar. Sobre isso podemos afirmar, exceto:
Na Idade Contemporânea, a tecnologia digital substitui definitivamente o saber científico, apresentando explicações inovadoras para a realidade que nos cerca.( A Idade Contemporânea não é marcada apenas pelas tecnologias digitais; lembremos que sua primeira grande tecnologia foi a utilização do vapor, na Revolução Industrial (fins do séc. XVIII). Além disso, todas as tecnologias, inclusive as digitais, continuam baseadas, em grande parte, nos pressupostos científicos modernos.)
MÓDULO 2
Reconhecer a Educação no Renascimento
RENASCIMENTO
Movimento intelectual ocorrido no final da Idade Média e durante a Idade Moderna, tem grande importância na concepção da história intelectual do Ocidente, e também pelas rupturas que provocou na organização do conhecimento até então estabelecido.
Quando falamos em Renascimento, imaginamos a arte do período e seus representantes, como MICHELANGELO E LEONARDO DA VINCI.	
Essa é a face mais popular do movimento e tem sido constantemente recuperada em filmes e obras literárias de ficção. Não que esse aspecto seja irrelevante; longe disso, A QUESTÃO ESTÉTICA E CULTURAL é um dos fundamentos da IDEOLOGIA(Segundo Abbagnano (2012), pode-se denominar Ideologia toda crença usada para o controle dos comportamentos coletivos, entendendo-se o termo crença”noção de compromisso da conduta, que pode ter ou não validade objetiva”) RENASCENTISTA. CONTUDO, É PRECISO DESFAZER O EQUÍVOCO DE QUE ESSE É O PRINCIPAL ASPECTO DE TODA A MOVIMENTAÇÃO INTELECTUAL GERADA PELOS CIENTISTAS, ARTISTAS E FILÓSOFOS DO PERÍODO.
Dica: Assista ao filme O Mercador de Veneza, baseado na obra de William Shakespeare, que apresenta uma narrativa envolvente, instigante e ainda nos ambienta na Veneza renascentista.
Quando se fala de Renascimento todos pensam MICHELANGELO , LEONARDO DA VINCI E MONALISA mas na verdade o Renascimento é fruto de tudo que envolve o Renascimento Urbano, Comercial,Político que se reflete na Arte que é o ponto final de todos esses aspectos.
A arte é a representação de tudo que está sendo renascendo na ciência, no comércio, na política,
Conhecimento acumulado(empírico na Idade Média) para o conhecimento sistematizado( na idade Moderna)
O Renascimento não é apenas um. Por ser multifacetado, ele pode ser pensado em aspectos distintos (comercial, urbano, científico e cultural), os quais estão interligados e juntos compõem um quadro de mudanças extraordinárias e de grande movimentação intelectual que marcaria definitivamente o campo da Educação.
A dinâmica do Renascimento é expressa em um movimento de rupturas e continuidades. Por um lado, há a retomada de valores clássicos que passaram a ser discutidos e aperfeiçoados, não só do ponto de vista estético – A ARTE RENASCENTISTA recupera em grande medida a ARTE CLÁSSICA –, mas também do ponto de vista POLÍTICO E FILOSÓFICO.
Saiba mais
Vamos utilizar o pensamento do filósofo Heráclito de Éfeso, que viveu no século V a.C., para compreendermos melhor essa impossibilidade. Ele afirmava que uma pessoa jamais se banharia duas vezes no mesmo rio, pois suas águas nunca são as mesmas; estão sempre fluindo. Da mesma forma, a humanidade muda todos os dias: suas ideias, concepções, gostos e opiniões são impermanentes. Em essência, o pensamento de Heráclito traduz a ideia de mutação constante.
Quando se recuperam valores ou modos de pensar que existiram no mundo clássico greco-romano, eles são adaptados ao pensamento moderno, ou seja, a um tempo diferente daquele em que foram originalmente concebidos. Portanto, por mais que o pensamento renascentista traga para a modernidade conceitos clássicos, como a ideia de cidadão, ele o faz de acordo com seu próprio tempo e não apenas reproduzindo o que se entendia como cidadão na Antiguidade.
O Renascimento foi um terreno fértil para que se discutisse a condição humana. As mudanças no modo de vida da população, a substituição progressiva do sistema feudal pela centralização política, a recuperação e dinamização do comércio trouxeram novos questionamentos ao indivíduo moderno e, dentre eles, qual era a natureza humana de fato e, sendo ela estabelecida, QUAL O PAPEL DO ESTADO NO SEU CONTROLE.
À medida que o Feudalismo[sistema de organização da sociedade medieval (Idade Média), compreendendo elementos sociais, políticos, econômicos e ideológicos daquele período], fundamentado na fragmentação de poder, era substituído pela centralização política, tornava-se importante compreender o Estado que derivaria dessa centralização.
PENSADORES
O pensamento educacional no Renascimento e no movimento intelectual que o segue, o Iluminismo, se estrutura apoiado em diversos autores. Analisaremos dois diferentes pensadores para compreendermos suas ideias e como eles influenciaram o campo da educação.
Comecemos pelo italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor de uma das principais obras de política já produzidas, O Príncipe; um manual de política escrito no século XVI, que expunha suas principais ideias acerca da arte de governar. Atenção: De sua obra-prima nasceu o termo maquiavélico, que adquiriu o sentido de luta e manutenção do poder a qualquer custo. Os estudiosos da obra de Maquiavel contestam amplamente esse sentido porque - apesar de ter afirmado que os fins justificam os meios - há ressalvas e condicionantes, como a ideia de justiça e bem comum, também trabalhadas pelo filósofo.
	Quais as funções de um rei e suas obrigações com o povo?
	Quais os limites impostos ao soberano, se é que deve haver limites?
Esses questionamentos estão no cerne da obra de Maquiavel e, em busca dessas respostas, o filósofo discorre extensamente sobre a natureza humana, o Estado e o papel da Educação.
Note que não é ainda a ideia de educação formal como mais tarde seria estruturada, mas uma educação prática, para a vida em sociedade.
	Maquiavel e outros pensadores que o sucederam entendiam que o ser humano em estado natural tende a ser selvagem. Sem um Estadoe leis que o regulem, ele é dominado por suas paixões e seus desejos, tomando para si aquilo que cobiça sem que haja consequências ou punições. Essa natureza torna impossível a vida em sociedade, pois - sem disciplina e regulamentos, além de uma figura de autoridade para impor, mesmo que com o uso da força - não haveria a ordem social.
A educação dá-se pelo exemplo. Cabe ao governante educar pelo exemplo para que se construa o sentido da cidadania e formem-se bons cidadãos. Como colocam Oliveira e Rubim (2012):
	
	Depreende-se das reflexões de Maquiavel que ele concebe o ser humano como agente de seus atos, portanto capaz de escolher seu caminho, pelo fato de possuir livre arbítrio, mas precisa de um direcionamento que o ajude a fazer as escolhas corretas. Esse direcionamento pode ser realizado por meio do exemplo do governante, pela educação e com boas leis.
É importante percebermos que esse sentido de educação pelo exemplo é uma das primeiras concepções de educação da modernidade. Na ausência de um formalismo, o mestre torna-se exemplo daquilo que deve ser aprendido. Essa ideia de mestre e discípulo, de aprendizado pelo exemplo, já existia na Antiguidade entre as primeiras escolas filosóficas, onde também se debatia a natureza humana e seu comportamento social. Esse é um exemplo de retomada de valores clássicos, adaptados por Maquiavel ao mundo moderno.
A Educação para Maquiavel estava, inegavelmente, vinculada à virtude. Mas ele não é o único pensador moderno que entendia a educação dessa maneira. O sentido de virtude aparecia em outras propostas pedagógicas, como a do filósofo inglês John Locke (1632-1704). 
AUTORES CONTRATUALISTAS
O pensamento de Locke faz parte do que chamamos de autores contratualistas.
Esses pensadores acreditavam na existência de um contrato social que seria, de forma bastante resumida, um contrato tácito entre Estado e indivíduo. Para ter direito à vida em sociedade, à manutenção da propriedade e à garantia da vida e da segurança, o indivíduo abriria mão de seu direito fundamental, a liberdade, legando ao Estado o direito de prender, julgar e punir com a privação da liberdade e, em casos extremos, da vida para garantir o bem comum.
A despeito de considerar Deus como fundamental para o desenvolvimento das sociedades, Locke condena a participação da Igreja em assuntos de Estado. Durante a Idade Média e boa parte da Idade Moderna, Igreja e Estado funcionavam como um e, não raro, a Igreja Católica possuía prerrogativas de Estado, como julgar e punir.
Podemos tomar como exemplo o processo da Inquisição, que teve início na Europa do século XII. A despeito de seu caráter religioso, os INQUISIDORES eram dotados de amplos poderes políticos, podendo prender, conduzir julgamentos, proceder investigações, punir e até condenar à morte.
Apesar de os renascentistas questionarem e criticarem a Igreja como instituição, entendiam-na separada da fé em Deus. Os movimentos do Renascimento não eram ateus, mas colocavam em xeque as instituições e a forma como elas se relacionavam.
O racionalismo renascentista permitiu que essas discussões ocorressem. Esse princípio buscava compreender o mundo por meio da observação dos fenômenos, recusando explicações simplistas ou de caráter religioso. Mesmo os questionamentos simples, possuíam anteriormente, respostas teológicas.
A partir do momento em que o ser humano se dedica a estudar o mundo que o cerca a partir de outro olhar que não seja o religioso, diferentes explicações tornam-se possíveis, e a CIÊNCIA COMEÇA A SE ESTRUTURAR COMO FONTE LEGÍTIMA DE CONHECIMENTO.
A Física, a Química, a Medicina e a Botânica passam a oferecer novas formas de compreender o mundo. Essas ciências se baseiam no empirismo, na observação dos fenômenos.
O empirismo foi um dos pilares da modernidade e, como pensamento, está presente até nossos dias.
Empirismo: corrente filosófica para a qual a experiência era critério ou norma da verdade; o empirismo não se opõe à razão nem a nega, a não ser quando a razão pretende estabelecer verdades necessárias, que valham em absoluto, de tal forma que seria inútil ou contraditório submetê-las a controle.
Locke fundamentou dinâmicas pautadas na liberdade e na condição social de formação do sujeito. A partir desses fundamentos, formulou uma série de propostas pedagógicas, para estabelecer princípios educacionais sólidos
Para Locke, a educação possuía um caráter eminentemente moral.
Nada adianta dominar os princípios da Ciência sem se tornar um cidadão melhor.
A preocupação com o mestre, que Locke chama de tutor, é constante: 
“O preceptor não deve ser somente um indivíduo bem educado; é preciso que conheça o mundo, os costumes, os gostos, as loucuras, as mentiras, as faltas do século em que o destino tem lançado, sobretudo, o país em que vive. É preciso que saiba fazer conhecer e descobrir tudo isso a seus discípulos, à medida que estes se capacitam para compreender; que os ensine a conhecer os homens e seus caracteres; que descubra a careta com que disfarçam com frequência seus títulos e suas pretensões; que faça distinguir o que está oculto no fundo dessas aparências.”
Educar pelo exemplo, educação para cidadania. Esses princípios são fundamentais para compreender a Educação no Renascimento. A eles, Locke acrescenta um outro viés, herdado das concepções greco-romanas: a saúde e o desenvolvimento físico. Locke demonstra cuidado no aperfeiçoamento moral e físico do ser humano.
RENASCIMENTO OU ILUMINISMO?
Você já deve ter notado que é muito comum confundir o pensamento Renascentista com o Iluminista. Embora o primeiro tenha acontecido nos séculos XV e XVI e o segundo no século XVIII, parece que são a mesma coisa. Não são! Contudo, são inegáveis as influências e continuidades na ruptura desses pensamentos.
A razão e a empiria renascentista eram alguns dos pilares do movimento iluminista, que ocorreu no século XVIII. Esse período ficou conhecido como Século das Luzes, em oposição às trevas que obscureciam a razão. Cada vez mais razão e ciência passaram a ser vistas como fontes de conhecimento, e aumentava a necessidade de se educar com base nos princípios da empiria e da razão.
Um de seus principais representantes, no que toca ao debate acerca do conhecimento e do aprendizado, foi Immanuel Kant (1724-1804).
Sua proposta fundamentava-se na seguinte ideia: Todo conhecimento deve ser questionado afastando, cada vez mais, o conhecimento científico do teológico.
Partindo desse princípio, Kant foi além; defendia que devemos criticar a própria razão e que nem mesmo ela é imune a erros. Sobre a pedagogia kantiana, Silva (2007) afirma que: “A pedagogia expressa na filosofia kantiana, embora fiel aos ideais iluministas, é, ao mesmo tempo, uma crítica a esses mesmos ideais. Para Kant, a razão jamais deve prescindir de uma crítica de sua própria capacidade. A preocupação essencial do filósofo com a educação insere-se no campo da moral, posto que o ser humano não nasce moral, mas torna-se por meio da educação, cuja função primordial consiste em fazer despertar a reflexão crítica no aluno. A formação do caráter na pedagogia kantiana assenta-se no cultivo da boa vontade, cujo fundamento é o imperativo categórico que, por meio do exercício crítico da razão, une o subjetivo e o objetivo, o individual e o coletivo numa mesma ordem.”
1. Se falarmos em Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Donatello (1386-1466) e Rafael Sanzio (1483-1520), estaremos falando de alguns dos artistas que representaram o movimento histórico chamado Renascimento, o qual:
A) Era multifacetado, devendo ser pensado em diversos aspectos distintos: renascimento comercial, urbano, científico e cultural. 
B)Foi marcado por uma única dinâmica: continuidade; pois retomou valores clássicos que passaram a definir o valor estético do período. (O que chamamos de “dinâmica do Renascimento” é exatamente o movimento que ruptura e continuidade que marcou o Movimento. Os valores clássicos abordados na opção são, de fato, resgatados; mas não se trata de meratransposição. Como movimento histórico, o Renascimento impregnou suas características naquilo que resgatou.)
C) Possuía todos os seus aspectos interligados entre si, possibilitando mudanças extraordinárias e grande movimentação intelectual.
D)Provocou mudanças também no campo da Educação, especialmente como resultado da amplitude e intercâmbio de todos os seus aspectos.
E)Foi essencialmente marcado pela Arte: elemento que provocou, posteriormente, mudanças também na economia, na política, na sociedade como um todo.
2. A centralização política nas mãos de um monarca, também caracterizou a Idade Moderna. Essa centralização, porém, confrontada com a fragmentação que marcou o período anterior, gerou uma série de questionamentos, que tentaram ser respondidos pelos filósofos do período. Sobre isso podemos afirmar:
I. Entre esses questionamentos estavam aqueles acerca do limite do poder do rei e de suas obrigações com seus súditos.
II. Alguns filósofos, como Kant, incluíam nesses questionamentos o papel da Educação frente àquela nova realidade.
III. Maquiavel foi importante representante desse período e buscou responder a essas inquietações.
Das afirmações acima: Somente II é verdadeira. RESPOSTA -Os questionamentos sobre Educação também estão presentes no período da Idade Moderna; porém, são apresentados inicialmente por Maquiavel (ainda que não somente por ele). Kant, que com sua filosofia questionou o modelo moderno, foi um grande representante do Iluminismo, período posterior ao do Renascimento.
MÓDULO 3
Frases tirados dos vídeos: Barroco é arte da Contra Reforma! Todo lugar que você vai na América tem uma Igreja Jesuíta e uma Igreja Barroca
Identificar o movimento da REFORMA, DA CONTRARREFORMA e o modelo de EDUCAÇÃO JESUÍTICA IMPLANTADO NO BRASIL
RELIGIÃO NO RENASCIMENTO
Apesar da Idade Moderna ter sido marcada pelo enaltecimento da razão, o quesito religioso não deixou de ser importante. Seria um equívoco enorme imaginar que suas manifestações não estavam em meio à religião.
	Se na Idade Média a religião era o centro do conhecimento e da vida em sociedade, na Idade Moderna ela se modificou e adquiriu novo sentido.
Isso ocorre, em parte, devido às transformações, como os movimentos renascentistas, e pelo movimento de Reforma Religiosa. As obras de Michelangelo são encontradas no Vaticano e não chegaram lá por acidente!
	Veja: se as ideias mudaram, a vida social mudou, tornando-se mais individualista, e o próprio conceito de Ciência se alterou; certamente a religião, parte tão importante da cultura ocidental, também sofreu mudanças.
	No caso da Igreja Católica, as propostas de mudança remontam ainda à Idade Média. Ao longo do tempo, a Igreja se tornara uma grande proprietária de terras, acumulando imensa riqueza e poder. Sua soberania e influência política na maior parte dos reinos europeus entrava em contradição com aquilo que era pregado pela Bíblia, sobretudo no que diz respeito ao Novo Testamento.
O papel primeiro da Igreja, salvar almas, foi, na visão de seus críticos, sendo deixado de lado.
	A Arte é um bom relevo do poderio da Igreja e da contradição de sua força social. Essa representação foi feita de muitas formas, contudo uma das melhores é absorver toda a dor e a contradição nos detalhes das obras de Caravaggio. A perspectiva, a Arte, a serviço da crença.
À medida que a instituição enriquecia, afastava-se das questões espirituais e se aproximava do campo da política.
REFORMA RELIGIOSA
	Não havia uma separação entre Igreja e Estado. Isso significa que a Igreja podia prender e julgar aqueles que, segundo seu entendimento, cometessem crimes de fé, como renegar princípios católicos. A despeito do temor que as punições provocavam, diversos pensadores, chamados de reformistas, questionavam a conduta da Igreja Católica, o que desencadeou, na Idade Moderna, na chamada Reforma Religiosa.
	Um dos primeiros pensadores a questionar a doutrina e a conduta da Igreja Católica foi Jan Hus (1369-1415), ainda no século XIV. Para Hus, a Igreja devia se aproximar de seus fiéis e, por essa razão, defendia que as missas deviam ser celebradas na língua de cada povo.
A modificação do idioma para facilitar a compreensão da missa (naquela época, as missas eram rezadas somente em latim, idioma que a população não compreendia) tornou-se um tema constante para os reformistas, os quais acreditavam que dessa maneira poderiam aproximar os fiéis da prática religiosa.
Embora houvesse punições severas, elas não impediram o movimento reformista. Diversas contradições eram apontadas pelos críticos da Igreja:
	Comércio de relíquias
	Enriquecimento ao invés da caridade
	Venda de indulgências
	Adoração de santos
	Celibato
Atenção: A condenação da usura, do enriquecimento pelo lucro, incomodava particularmente a burguesia, que tinha aí sua fonte de riqueza. Além disso, era visto como contraditório a Igreja ser uma instituição rica, mas não permitir que a população também o fosse. À medida que essas contradições se tornavam mais evidentes, os reformistas foram ganhando apoio não só das classes burguesas, mas também de alguns governantes, reis e príncipes, cujo poder era cerceado pela interferência eclesiástica.
ATUAÇÃO DE LUTERO
É nesse contexto que as reformas de Martinho Lutero (1483-1546), (Lutero nasceu em 1483, na atual Alemanha. Jovem, entrou para a ordem dos Agostinianos e, como monge, estudou com afinco a Bíblia. Seus estudos o levaram a questionar a prática católica.) considerado o Pai da Reforma Protestante, ganham força. Daquilo que via como contradição, era a venda de indulgências um dos principais alvos de suas críticas. Sua recusa em retroceder em suas críticas o fez ser excomungado em 1521. Sua defesa da salvação somente pela fé, no entanto, o fez ser acolhido em principados dos quais se tornou protegido.
As propostas teológicas de Lutero logo se espalharam, em parte, devido a uma invenção que modificou o mundo intelectual: a imprensa. A impressão de livros permitiu que a Educação ganhasse corpo e que a leitura, antes restrita, começasse a ser popularizada. O reformista traduziu a Bíblia para o alemão.
Martinho Lutero e a Reforma Protestante provocaram uma enorme mudança na Educação, posto que na Idade Média cabia apenas à Igreja Católica o papel de ensinar, além de ela monopolizar a produção de livros.
Dica: Assista ao filme O Nome da Rosa, de 1986, baseado no romance homônimo do crítico literário italiano Umberto Eco; No filme, é possível ver o scriptorium de um mosteiro medieval, onde os monges se dedicavam à cópia dos livros permitidos pela Igreja.
Lutero estimulava o desenvolvimento da Educação a fim de que não fosse restrita à elite e à nobreza, mas alcançasse a população para que esta pudesse ler a Bíblia livremente, permitindo-lhe se aproximar de Deus e de sua própria salvação.
CONTRARREFORMA
A Reforma Protestante provocou a resposta da Igreja Católica, conhecida como Contrareforma Católica. Foi realizado então o Concílio de Trento, que começou em 1545, cujas competências eram:
	1 - Reforçar a autoridade do Tribunal da Inquisição (que existia desde o século XIII)
	2 - Estabelecer o Index Librorum Prohibitorum (uma lista de livros que deveriam ser abolidos e cuja leitura era proibida)
	3 - Enfatizar a autoridade papal [segundo a doutrina, o papa era infalível,( É importante destacar que leitura de infalibilidade papal é posterior.
A infalibilidade papal, no que concerne à doutrina, foi estabelecida no Concílio Vaticano I (primeiro): 1869 -1870. No entanto, desde Gregório VII, em um documento chamado Dictatus Papae, é afirmada continuamente a ideia de que a Igreja é uma herança direta de Jesus e o papa é sua escolha, junto com os seus sucessores Pedro e Paulo, criando o discurso que se aproxima da lógica de infalibilidade) o que era criticado pelos reformistas].
	4 - Constituir os seminários para promover e controlar a formação do corpo eclesiástico
Atenção: Não podemos esquecer que o século XVI foi o século da Expansão Marítima. Os reinos europeus se lançaram ao mar a fim deconquistar novas terras e chegaram ao continente americano, habitado por povos que desconheciam o cristianismo. Para a Igreja, a conversão dos povos nativos da América era fundamental para manter seu corpo de fiéis e consolidar sua influência no novo continente. É importante explicar que uma historiografia vista mais de perto observa que não podemos considerar a Contrarreforma como uma resposta pura e simples, mas sim como a consolidação de um processo que a Igreja já experimentava: retomar seus preceitos conservadores, rompendo ciclos de “devassidão” muito atribuídos a papas como Rodrigo Borgia, recuperando os mandamentos que marcam a Igreja. A fundamentação teológica da Igreja é que, se houve perda de fiéis, foi porque alguns fundamentos, caminhos, precisavam ser recuperados, os desvios combativos.
A fé precisava ser quente, pregada; ainda que o ideal das missões militares do período das cruzadas não devesse mais existir, seu sentido missionário – cumprir e atender uma missão – deveria ser alcançado.
OS JESUÍTAS
Santo Inácio de Loyola (1491-1556): O exercício do ensinar e do aprender não podia ser para si, mas para conduzir, para levar os outros à divindade, à salvação. O princípio máximo jesuítico era ensinar o caminho da salvação e, para isso, era necessário ser educado, direcionado.
Os jesuítas eram considerados uma ordem militar. Sua missão era converter os povos não cristãos e desde sua origem aproximaram-se da Educação, seguindo o que ficou conhecido como metodologia inaciana, em referência ao fundador da ordem, Inácio de Loyola. Sua pedagogia estava fundamentada no Ratio Studiorum, publicado em 1599.
Os jesuítas chegaram ao Brasil com o Governo Geral, em 1549, portanto, antes da publicação do Ratio Studiorum. Nos primeiros anos da presença jesuíta, destaca-se a atuação do padre Manoel da Nóbrega (1517-1570), que criou os aldeamentos, locais onde os índios de diferentes etnias eram agrupados a fim de serem catequizados.
Não podemos esquecer que a prática pedagógica jesuíta possuía um objetivo: converter os não cristãos. Além disso, a visão do europeu sobre o indígena era extremamente ETNOCÊNTRICA, desconsiderando que esses povos tinham sua própria cultura e formas diversas de organização.
Os primeiros ensinamentos jesuítas focavam o domínio da língua portuguesa pelos indígenas, o estudo da doutrina católica e, posteriormente, o aprendizado de um ofício. Os jesuítas viviam junto aos índios, nos aldeamentos, para coordenar e manter o processo de catequese. Surgem então os chamados colégios jesuítas, aos quais se deve a fundação de cidades como São Paulo, cujo núcleo de povoamento inicial se deu através do colégio fundado por Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, denominado Colégio de São Paulo de Piratininga.
Com o estabelecimento do Ratio Studiorum, os jesuítas ganharam uma importante ferramenta pedagógica. Esse manual determinava não só os conteúdos e as disciplinas que deveriam ser ministrados, mas se detinha de forma detalhada na própria prática docente que seria aplicada pelos membros da ordem.
JOSÉ DE ANCHIETA E A EDUCAÇÃO NO BRASIL
Anchieta foi um dos precursores do processo de educação no Brasil, estando no entorno da fundação de algumas das principais cidades, como Rio de Janeiro, e ativo em Salvador e São Vicente. Organizou missões entre os Tapuias e coordenava as terras e ações jesuíticas no Brasil.
O modelo de constituir missões e colégios nos quais os membros do corpo jesuítico se organizavam e estruturavam a sua presença foi outra marca importante, sendo Anchieta figura vital para entender a fundação da cidade de São Paulo (ainda chamada de marco zero), com o estabelecimento do colégio jesuíta na cidade.
No Rio de Janeiro, os jesuítas ocupavam o Morro do Castelo e possuíam algumas grandes propriedades de terra, nas quais mantinham um sistema econômico e sua busca de troca e catequização dos indígenas. Chama a atenção a variedade dessas atuações ao longo de todo litoral, sendo considerados salvadores e inimigos, aliados do governo e grupos perigosos ao longo de nosso período colonial. Por quê? Onde existia interesse na escravização de indígenas, como nas fronteiras do Norte e de São Paulo, sua atuação era vista como um problema, um empecilho econômico. Em áreas de conflito, o seu uso como interlocutores era visto como uma possibilidade de ocupação e dinamização com o território.
Anchieta é notório pelas práticas empreendidas. O volume de cartas trocadas entre ele e a sede da ordem na França, permite-nos perceber o cotidiano. Anchieta é precursor também do estudo do vocabulário Tupi, criando um dicionário, o que demonstra a tentativa que somente muitos anos depois veríamos ser defendida em nossa República. A catequese e a tentativa de levar o texto de forma didática é outro elemento importante, com a adoção do teatro e das dinâmicas do lúdico para entendimento.
1. A Reforma foi um movimento que marcou profundamente o período da Idade Moderna. Dentre os chamados reformadores, destaca-se o alemão Martin Luther (ou Martinho Lutero). Suas ideias influenciaram não somente a religiosidade da época, como também aspectos culturais de outros âmbitos. Sobre tais ideias, podemos afirmar, exceto:
A) Lutero era um monge da ordem de Santo Agostinho e com seu estudo aprofundado da Bíblia começou a questionar a prática da Igreja Católica, à qual ele pertencia.
B) A invenção da imprensa auxiliou o projeto reformista de Lutero, que, ao traduzir a Bíblia para o alemão, conseguiu meios para popularizá-la.
C) A Educação foi um ponto no qual Lutero teve dificuldade de atuar, pois acreditava que ela não seria capaz de formar plenamente o ser humano da mesma forma que a fé o faria.
D) O rompimento de Lutero com a Igreja Católica, e desta com ele, fez com que Lutero fosse acolhido em principados alemães, onde se tornou protegido e pôde divulgar suas ideias.
E) Lutero não foi o único reformador, mas seu discurso e propostas foram bem acolhidos naquele contexto - realidade e momentos históricos – e por isso tiveram tamanho impacto.
2. A chamada Contrarreforma foi uma resposta da Igreja Católica ao Movimento Reformista. O marco principal dessa ação foi o Concílio de Trento, que definiu alguns dos pontos de reação, entre eles a necessidade de não apenas manter, mas ampliar o número de fiéis. Nesse contexto, surgiu a Companhia de Jesus, os Jesuítas, fundada em 1534 por Inácio de Loyola. Sobre os jesuítas e sua atuação no Brasil colonial, podemos afirmar, exceto:
A) Os jesuítas desenvolveram práticas pedagógicas que, na América, foram aplicadas aos indígenas com objetivo de convertê-los ao catolicismo.
B) Aproximar-se da Educação era fundamental para os jesuítas. Por isso, desenvolveram a metodologia inaciana, fundamentando sua pedagogia no documento chamado Ratio Studiorum.
C) No Brasil, os primeiros ensinamentos jesuítas focavam no domínio da língua portuguesa pelos indígenas, no estudo da doutrina católica e, posteriormente, no aprendizado de um ofício.
D) Apesar de o objetivo primordial em relação aos índios ter sido o de catequese (instrução da fé), os jesuítas não permaneciam junto às aldeias.
E) Embora se possa ter muitas vertentes de análise acerca da atuação dos jesuítas, uma crítica a eles – que pertenciam a uma congregação religiosa – que parece não ter muito sentido está na afirmação de que queriam converter os nativos à fé cristã (católica).
 
TEMA 3 - MÓDULO 4
Distinguir as linhas do pensamento pedagógico na modernidade
Apesar de terem sido formulados há séculos, alguns desses questionamentos ainda não possuem uma resposta consensual. É o caso do conhecimento inato. Nascemos com algum tipo de conhecimento ou somos uma tabula rasa como dizia John Locke?
Johann Pestalozzi – Pedagogia do Afeto 
Os valores e o desenvolvimento moral seriam, em sua perspectiva, mais importantes do que somente o conteúdo que pudesse ser aprendido. O aprendizado se dá pela prática e pelo exemplo dos mestres. Pestalozzi entendia que alunos e mestres deveriam compartilhar todos os aspectos da vida, frequentemente vivendono mesmo lugar e estimulando o pensamento autônomo, o que faria da criança um indivíduo racional e moral.
Suas ideias, extremamente avançadas, encontraram eco e se tornaram o fundamento de práticas educacionais que aboliram, progressivamente, a disciplina de forma repressora e violenta, buscando uma educação mais autônoma e harmônica.
Se a afetividade de Pestalozzi se afastava do caráter científico proposto pela Idade Moderna, não podemos dizer o mesmo das teorias de Johann F. Herbart – Criança como Tábula rasa, cientificista, individual, focar no indivíduo,  Ao compartilhar a ideia de Locke sobre a tabula rasa, entendendo que nascemos desprovidos de conhecimento e o vamos adquirindo ao longo da vida, Herbart via a Educação como uma ciência.
Coube a Herbart a tarefa de cientificizar a Pedagogia, dotando-a de métodos, formas de medir e de avaliar o conhecimento obtido. Um aspecto fundamental – e revolucionário – em sua obra foi a aproximação com a Psicologia, ciência que, no início do século XIX, ainda engatinhava.
Jan Hus – Reformistas anteriores, influenciar os Jesuítas, Pegagogia da Repetição
Friedrich Frobel – Vinculado ao Pestalozzi – Pedagogia do Afeto. Pestalozzi e Frobel idéia focada no Jardim da Infância
Pedagogia e a Modernidade: transformação constante

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