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Retrato-2020

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Retrato
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.
Assim, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros.
Características do texto descritivo
· Retrato verbal
· Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
· Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
· Utilização da enumeração e comparação
· Presença de verbos de ligação
· Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
· Emprego de orações coordenadas justapostas
Estrutura Descritiva
A descrição apresenta três passos para a construção:
1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.
Tipos de Descrição
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.
Exemplos
Descrição Subjetiva
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
Descrição Objetiva
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75), cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."
1. Descrição de pessoa
Na descrição de uma pessoa ou paisagem podemos reproduzir as particularidades físicas e psicológicas. 
Os pormenores físicos são as características que referem-se aos sentidos: visão, tato, paladar, olfato e visão), que retratam os aspectos exteriores do ser como, os traços faciais, as partes do corpo, o jeito de falar, andar, e de se vestir. 
Os pormenores psicológicos são as características que referem-se aos aspectos emocionais e mentais do ser: comportamento, qualidades, defeitos, personalidade, caráter, virtudes e preferências.
Descrição de Pessoa em verso
Todo poema pode ser descritivo, formado por uma linguagem subjetiva e/ou objetiva, enquadrando uma imagem imaginária ou real.
Retrato	
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles)
Este é um poema descritivo, pois produz o retrato do “eu” lírico. Os adjetivos revelam os estados interiores. Através da conotação o poema aproveita o sentido renovado das palavras, privilegiando a emoção, possibilitando assim observarmos o processo de mudança íntima do “eu” poético.
Descrição de pessoa em prosa
Veja na descrição abaixo a projeção dos dados psicológicos sobre os aspectos físicos:
Ela não era feia; amorenada, com os seus traços acanhados, o narizinho malfeito, mas galante, não muito baixa nem muito magra e a sua aparência de bondade passiva, de indolência de corpo, de ideia e de sentidos.
Em algumas descrições o aspecto psicológico é promovido pelos dados físicos. Geralmente, o observador instiga o leitor a perceber o interior do personagem, apenas pela utilização da descrição física.
Esse efeito é perfeitamente usado por Machado de Assis no trecho abaixo:
Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros. 
(Machado de Assis) 
Auto-retrato 
Eu sou um menino maior que muitos e menor que outros. Na cabeça tenho cabelo que mamãe manda cortar muito mais do que eu gosto e, na boca, muitos dentes, que doem. Estou sempre maior que a roupa, por mais que a roupa do mês passado fosse muito grande. Só gosto de comer o que a mãe não me quer dar e ela só gosta de me dar o que eu detesto. Em matéria de brincadeiras as que eu gosto mais são as perversas, mas essa minha irmãzinha grita muito. 
(Millôr Fernandes) 
O autor usa a sua irreverência e humor para resgatar traços psicólogos e linguísticos da criança. Utiliza a comicidade para retratar as noções de tamanho, que são muito importantes na infância: “Eu sou um menino maior que muitos e menor que outros.” O uso de redundância tipicamente primária: “Na cabeça tenho cabelo… na boca, muitos dentes, que doem”, descreve a visão de um observador infantil, cujas impressões físicas e subjetivas determinam-se pela comparação e pelo gosto.

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