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DESCRIÇÃO Conceito de finanças corporativas e alinhamento das principais áreas do setor financeiro dentro das organizações. Definição dos tipos de receita e despesa e conceituação de risco e retorno. PROPÓSITO Definir os conceitos iniciais de finanças, isto é, as principais noções sobre receita, despesa e finanças corporativas e como o estudo das finanças pode ser útil na vida de qualquer pessoa. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa MÓDULO 2 Compreender o conceito de finanças corporativas e suas principais áreas em uma organização MÓDULO 3 Compreender o conceito de investimentos e financiamento MÓDULO 4 Descrever as noções de risco e o retorno em Finanças INTRODUÇÃO O físico Neil deGrasse Tyson tem um comentário muito interessante sobre Matemática. Ele diz que: Essa é a única matéria em que as pessoas se divertem ao falar que não entendem ou não sabem quase nada. Sempre que alguém pergunta qual era a matéria mais difícil da escola, nove entre dez pessoas respondem Matemática (e ainda soltam uma leve gargalhada depois de responder). Foto: Dominio Publico/Wikimedia commons/licença CC0 1.0 Apesar deste tema não ser de Matemática, nem ter nenhuma conta, ainda assim a palavra finanças carrega o medo que a maioria das pessoas tem de Matemática e acaba criando uma reputação ruim, o que é muito difícil de ser evitado. No entanto, veremos que estudar Finanças é fácil e importante para todos, seja um administrador, seja um dentista, seja um professor, seja um artista, seja uma dona de casa, pois todos nós devemos entender, pelo menos, o mínimo sobre Finanças para administrarmos nossas contas de casa, decidir se vale a pena ou não comprar algo ou onde investir nosso dinheiro. Neste tema, apresentaremos importantes conceitos básicos em Finanças, que o ajudarão a entender como aplicar o dinheiro para gerar mais riqueza (e, quem sabe, viver apenas de renda no futuro). MÓDULO 1 Identificar os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa CONCEITOS E TIPOS DE RECEITAS A receita pode ser definida como a entrada de dinheiro ou de crédito para alguém ou para a organização. Dessa forma, podemos entender receita como o dinheiro que entra toda vez que uma pessoa ou uma organização vende um produto ou presta algum serviço. Entenda na prática com os exemplos a seguir: VENDER UM PRODUTO Quando uma padaria vende um pão, quando uma pessoa vende os bolos que fez, quando recebe a oportunidade de comprar agora e pagar depois etc. PRESTAR ALGUM SERVIÇO Quando alguém ganha por maquiar uma noiva, quando um salão de beleza recebe o pagamento de uma cliente, quando usa um serviço de aplicativo e só paga por ele na fatura do cartão de crédito no final do mês etc. Agora que entendemos o que é uma receita, é importante saber que ela pode ser caracterizada de diferentes formas. Veja a seguir. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA RECEITA PRINCIPAL (PRIMÁRIA) Essa forma de receita se refere ao dinheiro que uma organização recebe por sua atividade-fim. Se perguntassem a você o que uma hamburgueria faz, muito provavelmente você responderia algo como “vende hambúrguer”. Então, podemos dizer que o dinheiro que entra da venda de hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes é a receita principal ou primária de uma hamburgueria, pois essa é a sua atividade-fim. RECEITA SECUNDÁRIA Podemos entender a receita secundária como um produto ou serviço que a organização vende ou presta, mas que é diferente da receita principal. Imagine que a venda de ração de cachorro é a atividade-fim de uma organização, com 90% de sua receita. Como já aprendemos, a venda de ração de cachorro é a receita principal (ou receita primária) da organização. No entanto, a organização imaginária também promove exposição de cães de raça e ganha um dinheiro extra com a inscrição dos donos para esses eventos. Sendo assim, 10% da receita da empresa correspondem à organização de eventos de cães. Então, o dinheiro proveniente desse negócio é chamado de receita secundária. ATENÇÃO É importante, no entanto, não confundir receita primária com receita secundária por causa do produto (ou serviço) que gera mais dinheiro para a empresa. Se uma empresa produz lápis e canetas, mas ela é mais famosa por suas canetas, não significa que a receita pela venda de canetas seja sua receita principal e a venda de lápis, sua receita secundária, pois a proposta da empresa é vender os dois produtos, mesmo que um deles seja mais requisitado do que o outro. Então, o que diferencia receita primária da receita secundária? É basicamente o produto ou serviço que a empresa busca realmente vender ou prestar (receita principal) e o produto ou serviço que a empresa faz para “ganhar um extra”. RECEITAS FINANCEIRAS Agora que sabemos que existe receita principal e receita secundária, podemos entender o que são receitas financeiras. Você concorda que, após a hamburgueria receber o dinheiro de um mês inteiro pela venda de hambúrgueres (e pagar seus funcionários), ela fica com bastante dinheiro em caixa? Uma hamburgueria pode, com esse dinheiro, fazer várias coisas: comprar mais maquinário, contratar mais funcionários e investir na bolsa de valores. javascript:void(0) Sim! Uma empresa de hambúrguer pode aplicar na bolsa de valores, emprestar para outras empresas e até mesmo comprar ações. Assim, chamamos de receita financeira todo dinheiro que entra na empresa proveniente de juros de receita financeira (a não ser que a empresa do exemplo em questão seja um banco). Para que não restem dúvidas, precisamos pensar que a atividade-fim varia de organização para organização, ou seja, precisamos sempre analisar a atividade em si para entendermos a aplicação desses conceitos. CAIXA É a denominação que usamos em finanças para o local em que são registrados os valores de recursos imediatamente disponíveis para serem utilizados; é o dinheiro que fica livre e disponível para a utilização que for necessária). EXEMPLO Veja, por exemplo, uma situação que é similar em termos de negócios, mas o entendimento do que é receita financeira pode ser bem diferente do que usamos no exemplo de uma empresa que vende hambúrguer. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Uma empresa, normalmente, tem alguns computadores, às vezes, um carro e, em raras situações, um prédio. Todas essas coisas são usadas para que a empresa, por intermédio de seus colaboradores, funcione. No entanto, se a empresa decidir comprar computadores mais modernos e deixar de usar os antigos, ou se a empresa decidir se mudar de uma cidade para outra e vender o prédio que possui, o tipo de dinheiro gerado pela venda de algo que era usado pela empresa não se enquadra em receita principal, nem em receita secundária, muito menos em receita financeira. Então, como classificar essas receitas extraordinárias? Para esse tipo de receita, foi criado, então, o conceito de receitas não operacionais. CONCEITOS E TIPOS DE DESPESAS Depois de conhecer as principais formas de receita, nada mais justo do que aprender os principais tipos de despesa. Quando usamos o termo despesa, principalmente no nosso cotidiano, acabamos utilizando-o para todo tipo de gasto que é realizado; assim, de acordo com o conceito popular, despesa consistiria em qualquer saída de dinheiro. É dessa forma que estamos acostumados a lidar com esse termo no dia a dia. Porém, quando aplicamos a palavra despesa nas organizações, em termos financeiros, ela ainda representa uma saída de dinheiro da organização, mas há outros conceitos também relacionados a gastos. Assim, o conceito de despesa nas organizações tem um entendimento mais específico do que aquele que usamos. Despesa é tudo o que se refere à saída de dinheiro da organização na compra de produtos ou serviços que não estão diretamente ligados à produção do produto final. EXEMPLO Um bom exemplo que podemos usar para entender essa definição é acompra de um ar- condicionado. Em uma empresa de plásticos, é necessário que a temperatura seja de exatamente 18ºC, caso contrário o plástico irá derreter ou congelar. A compra do ar- condicionado não é uma despesa, mas um custo, pois, se não ocorrer, impactará no processo de produção da empresa. No entanto, caso o gerente tenha comprado o ar-condicionado para deixar o pessoal do administrativo motivado para trabalhar mais, essa compra foi uma despesa. Conseguem enxergar a diferença? A satisfação dos colaboradores contribui para o funcionamento da empresa, mas não é essencial no processo de produção do plástico. Por esse simples motivo, a compra deve ser considerada uma despesa. Dessa forma, podemos dizer que custo é toda saída de dinheiro referente à produção do bem ou à prestação de serviço. Despesa, entretanto, é toda saída de dinheiro que não está diretamente ligada à produção do bem ou à prestação de serviço. PRINCIPAIS TIPOS DE DESPESAS Assim como as receitas, as despesas também podem ser classificadas. Em alguns casos, podemos fazer isso de maneira mais intuitiva, como nas organizações e em nossos controles pessoais de gastos. Para aglutinar tipos de despesas parecidos, podemos ter os seguintes exemplos: Imagem: Shutterstock.com Salários das áreas administrativas e comerciais. FGTS, INSS e outras despesas relacionadas aos salários. Gastos com telefonia, Internet, energia elétrica, água e demais contas de pagamento mensal. Comissões sobre as vendas realizadas. Aluguéis de instalações (prédios, veículos, equipamentos, computadores e outros bens móveis e imóveis). Impostos, juros bancários, multas e taxas diversas. Material de escritório. Serviços e material de limpeza. Passagens, gastos com transporte e alimentação em deslocamentos. Há inúmeros tipos de despesas, dependendo do tipo de atividade da organização e da complexidade dela. Porém, percebam que ainda temos uma relação de tipos de despesa, e uma prática muito comum é reunir esses tipos em agrupamentos mais abrangentes, como, por exemplo: DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS: TODAS AQUELAS NECESSÁRIAS AO FUNCIONAMENTO ADMINISTRATIVO DA ORGANIZAÇÃO. DESPESAS COMERCIAIS: TODAS AQUELAS QUE RELACIONAMOS AO ESFORÇO DE VENDAS. OUTRAS DESPESAS: TODAS AQUELAS QUE NÃO SE ENQUADRAM NOS EXEMPLOS ANTERIORES. Por fim, em relação ao entendimento de como classificar as despesas, ainda temos várias situações na gestão contábil e financeira, em que classificamos as despesas em fixas e variáveis. As despesas fixas são aquelas que ocorrem todo mês, como, por exemplo, o aluguel de uma instalação (sala, prédio, galpão etc.) e variam apenas em função de condições contratuais (como no caso de um aluguel, que é reajustado anualmente). As despesas variáveis podem ter valores diferentes de um mês para o outro em função de situações relacionadas, como a variação de determinado gasto ou do próprio volume de produção (ou prestação de serviços) da organização. Um exemplo é a comissão sobre vendas realizadas. Se vendemos mais, essa despesa é maior; se vendemos menos, é menor. ATENÇÃO Ainda existe a possibilidade de uma despesa ter um comportamento simultâneo, com despesas fixas e variáveis; neste caso, ela é chamada de semivariável. Um exemplo simples é a conta de energia elétrica. Mesmo que nosso gasto de energia no mês seja nulo, existe um valor mínimo a ser pago mensalmente; porém, dependendo do consumo real de energia, esse gasto varia. Assim, o gasto com energia elétrica é uma despesa variável. GESTÃO DE RECEITAS E DESPESAS Agora que está claro o que são receitas e despesas e suas classificações, vamos aprender um pouco sobre sua gestão. Imagine uma empresa que produz três tipos de chocolate que vendem bem (ao leite, com nozes e branco). Essa empresa conta com aproximadamente cem funcionários e possui um galpão alugado bem extenso. Você concorda que o fluxo de dinheiro nessa empresa deve ser grande e constante? Imagine que o dono dessa companhia não controla nenhuma das entradas e saídas de caixa, o que significa que ela pode estar com um problema sério de fluxo de caixa. Entenda, a seguir, o que é isso. Imagem: Shutterstock.com Fluxo de caixa é um controle utilizado para registrar todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa. Esse controle serve para que a empresa saiba, diariamente, se tem dinheiro em caixa para pagar o salário de seus funcionários, os fornecedores, as contas de luz, água etc. Quando uma empresa vende a prazo, isto é, entrega o produto hoje para receber o dinheiro no mês seguinte, o controle de fluxo de caixa é muito importante. Por exemplo, quando acontece uma venda de R$100 em mercadorias, o dinheiro só será recebido 30 dias depois. Enquanto isso, a empresa precisa lidar, no mês atual, com diversos gastos. Se ela não souber exatamente se pode ou não vender a prazo, poderá “meter os pés pelas mãos” e ficar devendo a alguém. Para entender melhor esse assunto, assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus Moura, que explica os assuntos já vistos neste módulo. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DONA GISELE DECIDIU ABRIR UMA FÁBRICA DE BOLOS. DEPOIS DE DOIS ANOS, A FÁBRICA CRESCEU E SE TORNOU A EMPRESA MAIS COMENTADA DO BAIRRO. NO ENTANTO, ALÉM DO BOLO, TODOS ADORAVAM A CALDA DE CHOCOLATE USADA NA PRODUÇÃO E COMEÇARAM A PEDIR QUE A CALDA FOSSE VENDIDA SEPARADAMENTE TAMBÉM. ENXERGANDO A OPORTUNIDADE, A EMPRESÁRIA CONTINUOU COMERCIALIZANDO BOLOS (PRINCIPAL NEGÓCIO DA EMPRESA) E PASSOU A VENDER CALDAS DE CHOCOLATE (PARA GANHAR UM EXTRA). OS LUCROS DA VENDA DO NOVO PRODUTO CORRESPONDEM A QUE TIPO DE RECEITA? A) Receita financeira. B) Receita secundária. C) Receita não operacional. D) Receita principal. 2. GABRIELA, EMPRESÁRIA DO RAMO DE MODA, PERCEBEU QUE, EMBORA SEUS VESTIDOS VENDESSEM MUITO, NO FINAL DO MÊS, O QUE SOBRAVA ENTRE A RECEITA QUE OBTINHA DA VENDA MENOS OS SEUS GASTOS ERA POUCO. GABRIELA COMEÇOU A CLASSIFICAR OS SEUS GASTOS E PERCEBEU QUE HAVIA ALGUMAS DESPESAS MUITO ELEVADAS. ESPECIFICAMENTE, ELA FICOU ASSUSTADA COM O VALOR DO ALUGUEL DA LOJA, ONDE A EXPOSIÇÃO DOS VESTIDOS E A VENDA AO PÚBLICO OCORREM. ATÉ AQUELE MOMENTO, ELA NÃO TINHA MUITO CONTROLE FINANCEIRO DE SUA EMPRESA (ELA ERA UMA ESTILISTA, E NÃO APRENDEU SOBRE FINANÇAS NA FACULDADE) E TINHA MEDO DE NÃO CONSEGUIR MANTER O EMPREENDIMENTO SE CONTINUASSE GASTANDO MAIS DO QUE RECEBIA. AO ORGANIZAR OS TIPOS DE DESPESA DE SUA EMPRESA, GABRIELA CLASSIFICOU O ALUGUEL QUE PAGA NA LOJA ONDE VENDE OS VESTIDOS COMO: A) Despesa principal. B) Despesa secundária. C) Despesa comercial. D) Despesa variável. GABARITO 1. Dona Gisele decidiu abrir uma fábrica de bolos. Depois de dois anos, a fábrica cresceu e se tornou a empresa mais comentada do bairro. No entanto, além do bolo, todos adoravam a calda de chocolate usada na produção e começaram a pedir que a calda fosse vendida separadamente também. Enxergando a oportunidade, a empresária continuou comercializando bolos (principal negócio da empresa) e passou a vender caldas de chocolate (para ganhar um extra). Os lucros da venda do novo produto correspondem a que tipo de receita? A alternativa "B " está correta. A receita secundária diz respeito a toda receita que provém de uma atividade econômica constante, que não é a atividade-fim da organização. Dessa forma, como a atividade-fim da empresa da dona Gisele era a fabricação e venda de bolos, a venda de caldas de chocolate passou a ser um “extra” e, por isso, deve ser classificada como receita secundária, conforme a alternativa B. 2. Gabriela, empresária do ramo de moda, percebeu que, embora seus vestidos vendessem muito, no final do mês, o que sobrava entre a receita que obtinha da venda menos os seus gastos era pouco. Gabriela começou a classificar os seus gastos e percebeu que havia algumas despesas muito elevadas. Especificamente, ela ficou assustada com o valor do aluguel da loja, onde a exposição dos vestidos e a venda ao público ocorrem. Até aquelemomento, ela não tinha muito controle financeiro de sua empresa (ela era uma estilista, e não aprendeu sobre finanças na faculdade) e tinha medo de não conseguir manter o empreendimento se continuasse gastando mais do que recebia. Ao organizar os tipos de despesa de sua empresa, Gabriela classificou o aluguel que paga na loja onde vende os vestidos como: A alternativa "C " está correta. Em conceitos e tipos de despesas, há a discriminação de cada uma das despesas existentes. A despesa comercial está diretamente ligada a tudo aquilo referente à venda de um produto ou à prestação de um serviço. Como a empresa da Gabriela produz e vende vestidos, o aluguel da loja onde ela expõe os vestidos para sua venda deveria ser classificado como despesa comercial, já que não está diretamente ligado à produção dos vestidos. MÓDULO 2 Compreender o conceito de finanças corporativas e suas principais áreas em uma organização O QUE SÃO FINANÇAS CORPORATIVAS? O professor Gitman, em seu livro Princípios de Administração Financeira, define finanças como “a arte e a ciência de administrar dinheiro”. Dessa forma, podemos entender que as finanças corporativas são a administração dos recursos financeiros (dinheiro) da empresa. Sendo assim, atividades comuns em finanças corporativas são: PAGAMENTO DO SALÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA VENDA DE PRODUTOS PAGAMENTO DE FORNECEDORES ETC. Objetivos das finanças das organizações Gerir as finanças nas organizações é um dos pilares de sustentação das empresas, pois, assim, é possível controlar a entrada e saída de recursos financeiros, bem como se expandir (interação das Finanças com outras áreas, como Estratégia e Marketing). Então, sempre que pensar em finanças nas organizações, lembre-se das diversas áreas que servem para controlar as atividades e dar apoio ao gestor na hora de tomar decisão. PRINCIPAIS ÁREAS FINANCEIRAS As principais áreas relacionadas às finanças nas empresas são: Imagem: Shutterstock.com CONTAS A PAGAR Essa área é responsável por administrar todas as despesas da empresa e garantir que tudo seja pago dentro do prazo, com o cuidado de saber se a empresa tem dinheiro em caixa para fazer os pagamentos no dia estipulado. Imagem: Shutterstock.com CONTAS A RECEBER Da mesma forma que o setor de contas a pagar é responsável pelo dinheiro que sai da empresa, a área de contas a receber é responsável por controlar o dinheiro que entra. Sendo assim, os funcionários da área de contas a receber têm a responsabilidade de verificar se estão pagando no dia certo (se não, buscar entender o motivo), se o dinheiro está indo para a conta correta, se tem dinheiro em caixa suficiente para o setor de contas a pagar usar, entre outros. Imagem: Shutterstock.com TESOURARIA Em algumas empresas menores, os setores de contas a pagar e de contas a receber ficam dentro da Tesouraria. No entanto, quando a empresa é maior, com vários funcionários, o que demanda muito esforço de todos para buscar a eficiência no trabalho, a Tesouraria se torna uma área separada com a função específica de gerar relatórios financeiros para a tomada de decisão estratégica pelos gestores. Além disso, é essa área que cuida para que a empresa não perca dinheiro em situações externas (como importações, que sofrem impacto das taxas cambiais). Sendo assim, a Tesouraria, quando eficiente, evita que a empresa perca dinheiro, desperdice oportunidades com relação ao dinheiro e fornece informação valiosa aos gestores, para que eles tomem decisões rápidas. Imagem: Shutterstock.com CONTROLADORIA Essa área é uma interseção entre a Contabilidade e a área de Finanças. Na Controladoria, os contadores e administradores ficam responsáveis por cuidar do orçamento da empresa. Como pode ser entendida como uma “evolução da Contabilidade”, ela é usada para controle estratégico dos gestores na tomada de decisão. Isto é, quando você decide comprar uma roupa nova no cartão, não pensa primeiro se vai ter dinheiro disponível para fazer a compra (ou pelo menos deveria)? Da mesma forma, a Controladoria cuida para que a empresa não dê um “passo maior do que a perna” e fique sem dinheiro para pagar suas dívidas futuras. Para complementar esse assunto, assista ao vídeo com o professor Matheus Moura, que falará sobre as finanças corporativas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DENTRE AS RESPOSTAS A SEGUIR, QUAL SE ASSEMELHA MAIS À DEFINIÇÃO DE FINANÇAS CORPORATIVAS? A) Desenvolver as melhores práticas de gestão administrativa nas diversas áreas da empresa, dentre elas o setor financeiro. B) Administrar o dinheiro que sai da empresa, mas o que entra é de responsabilidade do setor de contas a receber. C) Administrar todos os recursos da organização: matéria-prima, dinheiro, gastos e logística. D) Administrar os recursos financeiros que a empresa detém. 2. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AS ÁREAS DE CONTAS A RECEBER E TESOURARIA? A) Enquanto o setor de contas a receber se destina a cuidar das receitas da empresa, a Tesouraria fica responsável por cuidar das entradas e saídas de recursos para emitir relatórios gerenciais, que serão usados pelos gestores para a tomada de decisão. B) Contas a receber é uma área responsável apenas pela entrada de dinheiro na empresa, enquanto a Tesouraria é responsável pelo controle da saída desse dinheiro. C) A Tesouraria é uma área estratégica, que busca a eficiência na aplicação dos recursos financeiros, enquanto o setor de contas a receber cuida das entradas e saídas do dinheiro da empresa. D) Não existem grandes diferenças entre as duas áreas, pois ambas cuidam dos recursos financeiros da empresa. GABARITO 1. Dentre as respostas a seguir, qual se assemelha mais à definição de finanças corporativas? A alternativa "D " está correta. Em “O que são finanças corporativas?”, as finanças corporativas são definidas como a administração dos recursos financeiros (dinheiro) da empresa. Dentre as respostas apresentadas na questão, a que mais se assemelha a essa definição é a letra D. 2. Qual é a diferença entre as áreas de contas a receber e Tesouraria? A alternativa "A " está correta. A área de contas a receber é responsável por controlar o dinheiro que entra, enquanto a Tesouraria possui a função específica de gerar relatórios financeiros para a tomada de decisão estratégica pelos gestores. Dentre as respostas apresentadas na questão, apenas a letra A define de forma correta as duas áreas. MÓDULO 3 Compreender o conceito de investimentos e financiamento NOÇÕES DE INVESTIMENTO A noção de investimento começa a surgir quando a organização conta com um recurso que não precisará ser gasto no processo produtivo nem para pagar despesas existentes. A partir dessa definição, podemos fazer as seguintes perguntas: Dessa forma, investimento pode ser definido como toda aplicação de dinheiro em algo que gere mais dinheiro no futuro. Isto é, suponhamos que o país entre em uma crise e uma empresa precise fechar as portas, fazendo com que cada funcionário receba 30 mil reais de indenizações. Veja dois cenários, onde Maria e Ricardo tomaram a decisão de como investir esse dinheiro: CENÁRIO 1 Imagem: Shutterstock.com MARIA DECIDE PEGAR SEUS 30 MIL. Imagem: Shutterstock.com TORNA-SE SÓCIA NA LOJA DE ROUPAS DA IRMÃ. Imagem: Shutterstock.com LÁ, ELA GANHARÁ, POR MÊS, MIL REAIS E PODERÁ ARRANJAR OUTRO EMPREGO. CENÁRIO 2 Imagem: Shutterstock.com RICARDO, POR OUTRO LADO, ACREDITA QUE LOGO SERÁ CONTRATADO POR OUTRA EMPRESA, POIS POSSUI BOA FORMAÇÃO ACADÊMICA. Imagem: Shutterstock.com ASSIM, ELE DECIDE COMPRAR UM CARRO COM SUA INDENIZAÇÃO. Imagem: Shutterstock.com CURTIRÁ O CARRO NOVO, ENQUANTO ESPERA SER CONTRATADO POR OUTRA EMPRESA. Não existe uma resposta certa ou errada para as decisões da Maria e do Ricardo. Cada um faz o que achar melhor com o seu dinheiro. No entanto, apenas um deles investiu. Você sabe dizer quem? Quem respondeu Maria acertou,pois investimento é tudo aquilo que é feito para gerar mais dinheiro no futuro (nem que seja um real a mais). Por outro lado, comprar um bem (nesse caso, um carro) é apenas um gasto, pois esse patrimônio não vai se valorizar com o tempo. Então, nunca caia na conversa fiada de amigos e familiares de que comprar um carro é investimento, pois, a cada ano que passa, o valor do carro diminui, e aqueles 30 mil do Ricardo logo serão 20 mil, 10 mil, e assim sucessivamente. NOÇÕES DE FINANCIAMENTO Você, provavelmente, conhece alguém que sempre compra no cartão de crédito e diz fazer isso sem se preocupar, pois pagará suas dívidas em várias parcelas. Há também aqueles que compram tudo à vista, para não pagar juros ou ter uma dívida “eterna”. Esse processo de comprar em um momento e pagar depois é chamado de financiamento, e é muito comum entre pessoas, empresas e até países. Você sabia que um país pode comprar algo de outro país e pagar depois? Em Finanças, é explicado que, muitas vezes, é mais vantajoso pagar por um produto ou serviço depois, pois o dinheiro pode perder seu valor com o tempo. Não pretendemos ensinar conceitos matemáticos, mas explicaremos, de maneira rápida e simples, porque isso acontece. Existe algo na economia chamado inflação, que faz com que os preços dos produtos e serviços aumentem. EXEMPLO Por exemplo, se, nos anos 2000, você conseguia comprar um refrigerante por R$1, hoje, ele custa, em média, R$2,50. Então, o mesmo R$1 que comprava uma bebida no passado não compra nem meio refrigerante atualmente. A inflação serve de argumento para quem prefere comprar tudo a prazo, pois, dessa forma, conseguimos comprar mais quantidades hoje do que no futuro. Desse modo, empresas se beneficiam comprando produtos a prazo e no maior número de parcelas possível, pois a área de Tesouraria pode pegar o dinheiro que seria usado para pagar os produtos à vista e investir em algo a curto prazo, gerando um pequeno lucro para a empresa. Isso não é nenhuma sugestão para que todos passem a comprar a prazo! ATENÇÃO É muito comum pessoas perderem o controle no cartão de crédito e, no final, sofrerem grandes problemas financeiros. Caso decida comprar a prazo, faça contas antes de sair comprando, a fim de saber se terá dinheiro para pagar a fatura do cartão de crédito no futuro! Você conseguiu entender o que são investimentos e financiamentos? Assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus Moura, que explica e exemplifica melhor esse assunto. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DENTRE AS OPÇÕES A SEGUIR, QUAL É A ÚNICA QUE NÃO SE ENQUADRA COMO INVESTIMENTO? A) Adquirir um maquinário que aumentará a produção e gerará maior lucro. B) Comprar uma lancha para o gestor usar durante suas férias. C) Aplicar em títulos do governo federal, que renderão juros. D) Comprar uma obra de arte que pode triplicar de valor em cinco anos, conforme especialistas da área sugerem. 2. QUAL É O PRINCIPAL MOTIVO QUE FAZ O FINANCIAMENTO SE TORNAR VANTAJOSO? A) O fato de o dinheiro perder seu valor com o tempo. B) O fato de não precisar se preocupar com o desembolso de dinheiro no momento. C) As vantagens tributárias que permitem amortizar o valor. D) O fato de o risco diminuir com o recebimento das mercadorias agora. GABARITO 1. Dentre as opções a seguir, qual é a única que não se enquadra como investimento? A alternativa "B " está correta. Conforme explicado em Noções de investimento, investimento é tudo aquilo que é feito para gerar mais dinheiro no futuro. Dessa forma, todas as respostas apresentam alguma forma de investimento, pois partem do pressuposto de que se ganhará mais dinheiro no futuro com o desembolso de dinheiro hoje, com exceção da resposta B, que se refere exclusivamente à compra de um bem de consumo que não tem a intenção de gerar mais riqueza no futuro. 2. Qual é o principal motivo que faz o financiamento se tornar vantajoso? A alternativa "A " está correta. Em Noções de financiamento, é explicado que, devido à inflação, os produtos que eram comprados a R$1 no passado, atualmente custam mais. Dessa forma, o dinheiro perde seu valor ao longo do tempo, pois deixa de comprar a mesma quantidade de produtos. Como a alternativa A é a única que menciona o fato de o dinheiro perder seu valor ao longo do tempo, ela é a resposta correta. MÓDULO 4 Descrever as noções de risco e o retorno em Finanças NOÇÕES DE RISCO EM FINANÇAS Nesta vida, temos apenas duas certezas: morreremos e pagaremos impostos (como diria um contador de carteirinha). Então, estamos todos sempre passíveis a risco, isto é, alguma coisa pode dar errado e jogar nossos planos para escanteio. Risco financeiro é qualquer grau de incerteza que associamos às transações financeiras e à utilização do dinheiro no tempo. Sendo assim, entre vários riscos, há alguns que precisamos entender e aprender para evitá- los. São eles: RISCO FINANCEIRO Risco operacional Riscos de crédito Riscos de liquidez Riscos de mercado Riscos legais RISCO OPERACIONAL Esse risco se refere ao fato de a empresa começar a dar prejuízo. Suponha que um empresário tenha uma padaria e venda seus pães a R$0,10 cada. No entanto, como não estudou esse conteúdo, ele não sabia que existe algo chamado fluxo de caixa e, por isso, não se lembrou de controlar as entradas e saídas e verificar quanto custava produzir um pão. No final de um ano, ele percebeu que cada pão custava R$0,15 para ser produzido, ou seja, ele tinha prejuízo e precisava fechar a sua padaria. Dessa forma, risco operacional se refere ao risco que qualquer empresa tem de seu negócio dar prejuízo, seja por vender mais barato do que deveria, seja por não ter clientes suficientes. RISCOS DE CRÉDITO Riscos de crédito, como o nome diz, ocorrem quando um empreendedor ou seu cliente não consegue pagar uma dívida e acaba pagando multa por isso. Se uma padaria comprar muita matéria-prima para produzir pão a prazo e não conseguir vender sua produção, ela não terá dinheiro para pagar a sua dívida. No final, a padaria terá de pagar multa, podendo até falir. RISCOS DE LIQUIDEZ Quando uma empresa não sabe se está recebendo mais do que gastando (mesmo que haja garantias de receber mais dinheiro no futuro), existe a possibilidade de que a empresa não seja líquida (não tenha dinheiro rapidamente) e, com isso, não possa pagar os gastos do momento, como salários, fornecedores etc. Então, é preciso ter cuidado com a ideia de que receberá muito mais dinheiro do que o gasto para produzir, pois, se a empresa receberá esse dinheiro apenas no final do ano, é bom que separe uma boa reserva de dinheiro para pagar seus funcionários até lá. RISCOS DE MERCADO Os riscos de mercado se relacionam à economia como um todo, embora não estejam relacionados à influência de um empresário pequeno. Vamos supor que um empresário venda celulares e compre as peças da China. Se o Brasil brigar com a China, pode ser que o preço dos produtos chineses se torne bem mais caro e, com isso, será necessário aumentar o preço do celular. Assim, é possível que seus clientes prefiram os celulares do concorrente, por serem mais baratos. Dessa forma, risco de mercado é bastante perigoso, pois não depende muito da sua boa gestão. No entanto, existem atitudes que um gestor pode tomar para não se prejudicar com esses riscos, como ter vários fornecedores, uma boa quantidade de dinheiro em caixa etc. RISCOS LEGAIS Os riscos legais aparecem quando alguém é processado. Imagine que você tenha criado a mais nova empresa de tecnologia, que você sabe que dará lucro na certa. Após dois meses funcionando e ficando famoso, vem o “banho de água fria”, isto é, uma empresa está processando você com a alegação de que está copiando suas ideias (em outras palavras, eles chegaram primeiro). Por mais que eles estejam errados, você mereça ter aquela empresa ou, até mesmo, que o juiz lhe dê razão, existe a chance de você constituir um advogado e até mesmo parar de funcionar até o meritíssimochegar a uma conclusão. Enquanto isso, você precisa pagar o salário dos funcionários, o aluguel da sua sala, entre outras despesas. Por fim, você pode chegar à falência simplesmente porque alguém não concordou com o seu negócio. Dessa forma, é preciso se preocupar com os riscos legais e fazer tudo dentro da legalidade, se possível com a ajuda de um advogado experiente. Além disso, é necessário entender que, quanto mais arriscado é um investimento, mais retorno ele deve dar. Em outras palavras, você apostaria uma quantia grande de dinheiro no cavalo de corrida que ficou em último colocado na corrida passada? Provavelmente, não, pois o risco de perder é muito alto. Para que as pessoas se sintam mais atraídas a investirem nele, o prêmio pago tem de ser mais alto também. O inverso acontece com o cavalo campeão da corrida passada, que paga um prêmio mais baixo, já que ele tem grandes chances de ganhar. NOÇÕES DE RETORNO EM FINANÇAS RETORNO SIGNIFICA O QUANTO VOCÊ GANHOU PELO DINHEIRO INVESTIDO. Imagem: Shutterstock.com Desse modo, se você depositou R$1.000 na poupança em dois de janeiro de 2018, você obteve R$1.042,36 no último dia daquele ano, isto é, um retorno de R$42,36. Para muitos, esse retorno não é muito alto, pois a taxa de juros é muito baixa, e o prazo investido é de um ano. Além disso, a taxa de juros é altamente influenciada pelo risco. Então, como o risco de o banco não pagar o investidor é muito baixo, ele dará uma taxa de juros muito baixa também. Caso você consiga uma taxa de juros mais atraente (com um risco um pouco maior) e invista por um prazo maior, você poderá obter um bom retorno. Sendo assim, todas as pessoas que desejam trabalhar com finanças ou administrar suas finanças pessoais devem estudar um pouco de Matemática Financeira, principalmente juros compostos, para poder juntar uma riqueza para a aposentadoria. EXEMPLO No livro de finanças pessoais Casais inteligentes enriquecem juntos, escrito por Gustavo Cerbasi, ele demonstra que, com uma pequena aplicação mensal de R$100, pode se formar um bom dinheiro a longo prazo, com uma taxa de juros de 1% ao mês. Tabela 1: Tabela de rendimento de uma aplicação de R$100 mensais a juros de 1% ao mês Meses de aplicação Anos Total aplicado por mês Juros recebidos Saldo final 1 Primeiro Ano R$ 100,00 R$ 1,00 R$ 101,00 2 Primeiro Ano R$ 200,00 R$ 3,01 R$ 203,01 3 Primeiro Ano R$ 300,00 R$ 6,04 R$ 306,04 4 Primeiro Ano R$ 400,00 R$ 10,10 R$ 410,10 5 Primeiro Ano R$ 500,00 R$ 15,20 R$ 515,20 6 Primeiro Ano R$ 600,00 R$ 21,35 R$ 621,35 ... ... ... ... ... 119 9 anos R$ 11.900.00 R$ 11.003,87 R$ 22.903,87 120 10 anos R$ 12.000,00 R$ 11.233,91 R$ 23.233,91 121 10 anos R$ 12.100,00 R$ 11.467,25 R$ 23.567,25 ... ... ... ... ... 240 20 anos R$ 24.000,00 R$ 75.914,79 R$ 99.914,79 360 30 anos R$ 36.000,00 R$ 316.991,38 R$ 352.991,38 480 40 anos R$ 48.000,00 R$ 1.140.242,02 R$ 1.188.242,02 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Gustavo Cerbasi, 2004. Quando falamos de empresas, há diversas formas de medir o retorno financeiro, bem como variados tipos de aplicações financeiras para ganhar um dinheiro extra (que seriam classificadas como receita financeira). Veja algumas a seguir: Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com POUPANÇA Essa forma de investir o dinheiro é a mais conhecida entre os brasileiros. Nesse tipo de investimento, o cliente coloca dinheiro no banco, e ele, mensalmente, renderá uma porcentagem a juros compostos. Porém, essa porcentagem é bem baixinha. Então, não espere ficar milionário com isso, a não ser que você espere algumas décadas e deposite mensalmente uma boa quantia em dinheiro. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com CDB O CDB é, basicamente, um empréstimo do cliente ao banco. Vamos dizer que você esteja com dinheiro sobrando e queira emprestá-lo a alguém. Concorda que é muito difícil um banco grande lhe dar um calote? Então, por que não emprestar para ele. No entanto, como o risco de o banco não pagar você (dependendo do banco) é muito baixo, a taxa de juros cobrada também é muito baixa. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com TESOURO DIRETO (TAMBÉM CONHECIDO COMO TÍTULOS PÚBLICOS) Nesse tipo de investimento, você empresta dinheiro para o governo. Apesar de, no passado, o governo já ter dado um calote nos cidadãos, o sistema financeiro e governamental evoluiu muito, o que torna esse tipo de investimento muito atraente e com risco muito baixo. No entanto, para investir nessa modalidade, é necessário saber que o dinheiro deve ficar emprestado por bastante tempo. Foto: Shutterstock.com Foto: Shutterstock.com AÇÕES Esse tipo de investimento é recomendado apenas para aqueles que estudaram sobre o assunto e têm dinheiro que nunca fará falta, caso eles o percam. Como é possível que o preço de uma ação varie muito, o investidor poderá perder muito dinheiro. No entanto, como existe certo risco, o ganho costuma ser maior do que as outras oportunidades mencionadas acima. Ressalto que, se você quiser investir em ações, é necessário estudar bastante sobre o tema. Agora que entendemos os conceitos de riscos e retornos em Finanças, assista ao vídeo que explica e exemplifica mais esse assunto. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANDO UM EMPRESÁRIO VENDE A PRAZO E NÃO TEM OS DEVIDOS CONTROLES, ELE PODE ACABAR RECEBENDO MENOS DINHEIRO DO QUE PRECISA POR MÊS PARA QUITAR SEUS GASTOS MENSAIS. SENDO ASSIM, QUE RISCO SERIA ESSE? A) Risco operacional. B) Risco de crédito. C) Risco de mercado. D) Risco de liquidez. 2. O CDB É UMA FORMA DE INVESTIMENTO MUITO FAMOSA. QUAL É A MELHOR DEFINIÇÃO DE CDB? A) O CDB é um papel que você recebe do banco, informando que você emprestou dinheiro e que ele irá pagá-lo em determinado tempo acrescido de juros. B) O CDB é uma forma de investimento em que você empresta dinheiro para empresas, e elas irão pagá-lo em determinado tempo acrescido de juros. C) O CBD é um título que você recebe por emprestar dinheiro para o governo, e ele irá pagá-lo em determinado tempo acrescido de juros. D) O CDB é um investimento bancário em que o banco pega o seu dinheiro na conta corrente e o devolve quando você precisar dele, sem o acréscimo de juros. GABARITO 1. Quando um empresário vende a prazo e não tem os devidos controles, ele pode acabar recebendo menos dinheiro do que precisa por mês para quitar seus gastos mensais. Sendo assim, que risco seria esse? A alternativa "D " está correta. No tópico Noções de risco em Finanças, são explicados os principais riscos que a empresa pode enfrentar, como risco operacional, risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez. O risco de liquidez ocorre quando uma empresa não possui dinheiro para pagar suas dívidas no momento, mesmo quando possui a expectativa de receber mais dinheiro no futuro (como ocorre na venda a crédito). 2. O CDB é uma forma de investimento muito famosa. Qual é a melhor definição de CDB? A alternativa "A " está correta. Em Noções de retorno em Finanças, são apresentadas diversas formas de investimento, como o CDB. Conforme definido, CDB é quando uma pessoa ou organização empresta dinheiro ao banco com o intuito de recebê-lo de volta no futuro acrescido de juros. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo deste tema, estudamos conceitos de Finanças corporativas e suas principais áreas. Com isso, você se torna capacitado a entender e exercer diversas funções dentro da área financeira, uma vez que conhece de forma abrangente as principais atribuições que cada área exige. Adicionalmente, explicamos alguns conceitos, como Receita e Despesa, Investimento e Financiamento, além de Risco e Retorno. Esses conhecimentos compreendem um vasto aprendizado, que é imprescindível para um profissional que deseje ingressar na área financeira organizacional. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CERBASI, G. Casais inteligentes enriquecem juntos.1. ed. São Paulo: Sextante, 2004. FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 3. ed. Rio de Janeiro: QualityMark, 1994. GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010. EXPLORE+ Caso tenha se interessado em aprender mais sobre o fluxo de caixa, recomendamos que você invista em softwares de planilhas eletrônicas. Assim, você pode criar planilhas gerenciais bem bonitas e práticas, que irão auxiliá-lo e ajudá-lo a saber se você tem dinheiro ou não no momento. Além disso, busque vídeos sobre fluxo de caixa, pois, assim, será possível ver, na prática, como ele é feito. Pesquise também a Calculadora do Cidadão, do Banco Central, para calcular a correção pela caderneta de poupança facilmente. Recomendamos também o livro Princípios de Administração Financeira, escrito pelo professor Gitman. CONTEUDISTA Matheus Moura CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); DESCRIÇÃO O perfil do gestor em finanças, as funções desempenhadas e a atuação nas áreas de Tesouraria, Contas a Pagar e a Receber e Controladoria. PROPÓSITO Descrever e analisar o perfil do gestor em finanças e sua atuação no mercado. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as principais competências e responsabilidades do gestor em finanças MÓDULO 2 Identificar as áreas de atuação do gestor em finanças MÓDULO 1 Reconhecer as principais competências e responsabilidades do gestor em finanças Assista ao vídeo do professor Antônio Carlos Magalhães para iniciar nossos estudos: UMA BREVE HISTÓRIA QUE ENSINA DUAS IMPORTANTES CARACTERÍSTICAS DO GESTOR EM FINANÇAS Imagem: Shutterstock.com “Na década de 1630, os visitantes das prósperas cidades comerciais da Holanda não puderam deixar de notar que milhares de cidadãos holandeses, normalmente sóbrios e trabalhadores de todas as esferas da vida, estavam envolvidos em um extraordinário frenesi de compra e venda. O objetivo dessa especulação sem precedentes era a tulipa, uma importação oriental delicada e exótica que enfeitiçara horticultores, nobres e proprietários de tabernas. Por quase um ano, bulbos raros trocaram de mãos por somas incríveis e sempre crescentes, até que flores únicas foram vendidas por mais do que o custo de uma casa. Os historiadores chamariam isso de tulipomania. Foi o primeiro mercado futuro da história e, como tantos outros que se seguiram, caiu espetacularmente, mergulhando especuladores e investidores em ruínas e desesperos econômicos. (DASH, 2011)” A história, anterior, conta a respeito de um fenômeno do passado chamado de tulipomania. Basicamente, o que aconteceu foi que holandeses acreditavam que a tulipa, que vive em média cinco dias, era muito especial e começaram a comprar mais a cada dia. Com o tempo, essa flor começou a se tornar um símbolo de nobreza, e quem tivesse algumas plantadas na frente de casa era considerado rico. No entanto, após uma alta demanda e pequena oferta, o preço da tulipa ficou tão alto, que podia-se trocar uma pequena tulipa por uma casa inteira. Imagem: Shutterstock.com Após um certo período de irracionalidade, os holandeses perceberam que essa flor não valia tanto e pararam de comprá-la, o que fez seu preço despencar e levar à falência diversos negócios e comerciantes que tinham construído sua fortuna com a venda dessa flor. Este fato foi relevante na área de Finanças, demonstrando uma forte característica de especulação e a formação de uma bolha no preço deste produto, no caso, a tulipa. Por mais interessante e antiga que seja essa história, ela está longe de ser ultrapassada. QUANTAS VEZES VEMOS NEGÓCIOS ABRIREM E FAZEREM MUITO SUCESSO, SENDO QUE, DE REPENTE, DESAPARECEM DO AMBIENTE ECONÔMICO? OLHANDO PARA O PRESENTE, TALVEZ INVESTIR EM EMPRESAS COM PRODUTOS NOVOS POSSA PARECER UM ÓTIMO NEGÓCIO, NO ENTANTO, SERÁ QUE ELAS TERÃO UM FUTURO PRÓSPERO E TE AJUDARÃO A CONQUISTAR A SUA INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA? Ninguém sabe o dia de amanhã, mas existem certos estudos que ajudam a definir se o futuro de uma empresa é de lucro, prejuízo e até mesmo de falência. Para essas e outras análises, o gestor em finanças entra em cena e ajuda o empresário a decidir através de uma avaliação financeira se os resultados do negócio fazem sentido, se o futuro é provável de sucesso ou se a compra de determinada ação vale a pena ou não. Se você está lendo este material, significa que está interessado em entender mais sobre as organizações e seus resultados financeiros e, melhor, aprender a ler esses números e tomar decisões estratégicas que podem ser a diferença entre um futuro próspero ou uma vida de decepções. Esperamos que os ensinamentos aqui passados sejam de grande valor para todos e que você possa entender como as finanças podem ser relevantes no seu cotidiano e na análise de suas decisões. CARACTERÍSTICAS E PERFIL DE UM GESTOR EM FINANÇAS Antes de começarmos a estudar que atividades um gestor em finanças exerce ou que tipo de formação acadêmica as empresas buscam em um profissional dessa área, vamos entender qual o perfil que as empresas buscam no gestor financeiro e quais as características que você deveria ter ou desenvolver para se tornar um profissional melhor e mais capacitado. É importante mencionar que, se você é uma pessoa que sempre teve dificuldade em matemática, que não entende o porquê de se aprender determinados temas, ou que irá ficar triste se não encontrar em si nenhuma das características listadas aqui, não há nenhum problema! Cada ser humano é diferente e a forma como processamos informação no nosso cérebro é única. A história está cheia de CEOs de empresas famosas que nunca tiveram o perfil que determinados profissionais de Recursos Humanos dizem ser indispensável. CEOS CEO (Chief Executive Officer) é um nome em inglês que significa presidente da empresa. Sugerimos que você faça uma pesquisa a respeito de Jack Ma, sócio-fundador e CEO das empresas Alibaba, empresa proprietária do AliExpress. O QUE É O GESTOR EM FINANÇAS? Agora que você compreendeu que nada do que será dito aqui irá ditar com 100% de certeza o seu futuro, vamos entender mais sobre o gestor em finanças. Segundo Dias (2020), o gestor financeiro é um cargo responsável pela administração das finanças de uma empresa. É ele quem cria e controla o planejamento financeiro em todos os níveis, sendo peça-chave no planejamento estratégico de uma organização. O gestor em finanças, diferentemente de um simples analista, deve possuir, além de conhecimentos técnicos avançados em finanças, características de liderança, pois ele é responsável por uma equipe. Sendo assim, é recomendado que, se você não for uma pessoa que se comunica bem, que gosta de assumir responsabilidades e faz de tudo para entregar um trabalho de qualidade dentro do prazo, reveja seus conceitos e trabalhe nesses pontos, pois essas são características que praticamente toda função tem. javascript:void(0) Vale destacar que o conhecimento na área de Finanças também será importante na sua educação financeira. A questão previdenciária (formação de recursos para você em longo prazo) utiliza vários conceitos na área de Finanças. Vejamos outras características importantes que um gestor em finanças deve possuir: Foto: Shutterstock.com CAPACIDADE ANALÍTICA O gestor financeiro, como todos imaginam, precisa compreender os valores oriundos dos negócios. Diferentemente do mito popular, um gestor financeiro não é aquela pessoa que sabe resolver contas de cabeça, nem fazer cálculos sem precisar de um computador ou calculadora. O gestor financeiro entende o que os números apresentados querem dizer em cada relatório. Desse modo, é necessário que esse gestor saiba o que é o Resultado do Exercício, Fluxo de Caixa, Receitas, Despesas e Custos, além de uma visão da economia, entre outras coisas, para tomar a melhor decisão. Então, uma recomendação importante para todos que querem se tornar bem-sucedidos nessa área: estudem bastante e façam questão de entender cada detalhe sobre o assunto,pois isto fará toda a diferença no mercado de trabalho. Foto: Shutterstock.com LIDERANÇA A liderança é uma competência de extrema necessidade nas empresas que poucos têm. Conforme Melo (2013), a competência dos líderes mais citada como desejada pelos executivos, por exemplo, foi a capacidade de desenvolver pessoas (88%). No entanto, apenas 31% deles admitem que suas equipes possuem esta habilidade. Sendo assim, a capacidade de gerir pessoas é de extremo valor e poucos ainda a tem. Foto: Shutterstock.com FOCO NOS RESULTADOS Se você fosse dono de uma empresa e contratasse um gerente para cuidar das coisas enquanto você se dedicava a encontrar novos clientes, você não gostaria que esse gerente fizesse de tudo para que a empresa produzisse mais e com menos custo? No entanto, a maioria dos profissionais avaliam o trabalho como uma tarefa que “uma vez que termina, está livre”, não se comprometendo para que a empresa alcance seus objetivos e tenha sucesso. Em longo prazo, esse perfil apresenta grandes frutos. Portanto, ser um profissional movido pelos resultados da empresa é muito importante. Foto: Shutterstock.com BOA COMUNICAÇÃO Quem já tentou explicar sobre um determinado assunto e a outra pessoa não entendeu nada? E pior, disse que entendeu e quando entregou o seu trabalho estava tudo diferente do que você havia pedido? Esse tipo de situação ocorre com mais frequência do que se imagina e, na maioria das vezes, é porque o gestor não soube explicar em detalhes o que precisava para seu profissional. Por isso, é necessário que o gestor tenha uma boa comunicação e saiba articular e explicar bem a sua ideia para que todos entendam e entreguem um trabalho de qualidade e dentro do prazo. Foto: Shutterstock.com CONHECIMENTO TÉCNICO Por fim, saber falar bem, motivar seus funcionários a trabalharem melhor e ter foco nos resultados será relevante. Do que adianta saber vender uma ideia se não se souber como tirá- la do papel? Por isso, estudar é a base de tudo, sendo importante que você tire o máximo de proveito deste tema, pois entender o porquê de as coisas acontecerem e como resolvê-las é um fator decisivo na hora de ser contratado. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES O gestor financeiro é um profissional que possui diversas características que faz dele ou dela um profissional de grande valor para a empresa. Um profissional que deseja apresentar crescimento profissional na empresa, passando de estagiário a um gerente ou diretor, precisa saber quais são as principais responsabilidades e atribuições que esse cargo exige. Imagem: Shutterstock.com Gestão de equipe Imagem: Shutterstock.com Buscar eficiência e eficácia na conclusão de tarefas javascript:void(0) javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com Encontrar soluções GESTÃO DE EQUIPE Um gestor financeiro não é uma pessoa que fica atrás de um computador de forma solitária (esse estereótipo já deixou de existir faz tempo). O gestor financeiro que as organizações buscam é uma pessoa motivada que traz animação e empolgação todos os dias para seus funcionários e ajuda na conclusão de tarefas. Sendo assim, saber lidar com pessoas e liderá-las na direção da conclusão de tarefas e alcance de resultados é muito importante. BUSCAR EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NA CONCLUSÃO DE TAREFAS javascript:void(0) Um gestor financeiro precisa encontrar a melhor maneira de se fazer algo com o mínimo de esforço possível. Como Bill Gates disse uma vez, “Eu escolho uma pessoa preguiçosa para fazer um trabalho duro, porque uma pessoa preguiçosa irá encontrar uma forma fácil de fazer”. É claro que não estamos dizendo para ninguém ser preguiçoso, mas um gestor em finanças tem a responsabilidade de sempre encontrar meios fáceis e corretos para se chegar ao resultado. ENCONTRAR SOLUÇÕES É responsabilidade do gestor financeiro encontrar soluções onde ninguém vê. Um gestor em finanças precisa conhecer todas as tarefas que seus funcionários fazem diariamente para saber o que pedir, quando pedir e como resolver, se algum problema aparecer. MULTIDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO Os gestores em finanças normalmente são formados em Administração, Ciências Contábeis, Economia, Engenharia e vários cursos tecnológicos na área de Gestão. Cada curso dá uma visão diferente sobre finanças, mas de uma forma ou de outra, completam-se e trazem conhecimentos importantes para um gestor nessa área. ADMINISTRAÇÃO O administrador dá direção e rumo às organizações, proporciona liderança às pessoas e decide como os recursos organizacionais devem ser arranjados e aplicados para o alcance dos objetivos da organização. Essas atividades se aplicam não somente ao presidente ou aos altos executivos, mas também aos supervisores de primeira linha ou aos líderes de equipes. Em outras palavras, segundo Chiavenato (2005), elas se aplicam ao administrador situado em qualquer nível da organização. Apesar de dar uma visão abrangente sobre as áreas da empresa, o administrador pode buscar maior conhecimento na área de Finanças através de cursos ou até uma especialização, o que está sendo cada vez mais requisitado pelas empresas. ECONOMIA Conforme Rossetti (2008), a economia é um estudo da humanidade nas atividades decorrentes da vida. Examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar. Assim, de um lado é um estudo da riqueza e, do outro, o estudo do homem. Pode-se entender que o profissional que se dedica à área econômica desenvolve uma visão mais abrangente sobre o mercado, a sociedade e como um interage com o outro. Seu objetivo é garantir a saúde financeira de uma indústria, órgão público e até mesmo nações. Por isso, os economistas veem muito mais do que números, estudando temas como Microeconomia, Macroeconomia, Econometria e a área de Finanças. Para os economistas que decidam investir na área de Finanças, uma especialização na área, na maioria das vezes, faz-se necessária, para que esse profissional saiba de forma mais aprofundada a lidar com a dinâmica das organizações. CONTABILIDADE A contabilidade representa uma ferramenta administrativa que demonstra um diagnóstico das situações econômicas e financeiras de todas as empresas. No Brasil, de acordo com Ávila (2010), a contabilidade consiste em uma obrigatoriedade no mundo do trabalho, ou seja, todas as entidades, sejam elas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, são obrigadas a manter os registros de suas transações comerciais. Esses registros são processados pela contabilidade. A contabilidade é uma profissão que exige atenção e responsabilidade. O contador é responsável por registrar toda as finanças da empresa em relatórios que serão usados pelos gestores para tomada de decisão e partes externas para regulação. Para exercer suas atividades, o contador precisa ter um diploma de graduação em Contabilidade reconhecido pelo MEC e obter o registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Técnicos em contabilidade também precisam obter o registro no CRC. Além disso, o contador igualmente estuda algumas matérias dos cursos de Administração e Economia. No entanto, como seu curso é focado em informações contábeis, este profissional tende a possuir conhecimentos mais aprofundados quanto a determinados assuntos. NÃO POSSUO NENHUMA DESSAS FORMAÇÕES. E AGORA? Se esse é o seu caso, não precisa se preocupar. As formações exibidas são algumas das mais comuns, mas os profissionais de finanças podem ter diversas outras formações. IMPORTANTE Uma alternativa para aprimorar os conhecimentos e disputar um cargo de gestor de finanças é especializar-se na área. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUAL DESSAS CARACTERÍSTICAS SÃO REQUISITADAS PELO GESTOR EM FINANÇAS? A) Capacidade analítica, liderança, conhecimentos de programação PHP. B) Capacidade analítica, conhecimentos em línguas escandinavas, foco nos resultados. C) Conhecimentos em línguas escandinavas, liderança,conhecimentos de programação PHP. D) Capacidade analítica, liderança, foco nos resultados. 2. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DE UM GESTOR EM FINANÇAS? A) Ser capaz de gerir pessoas, ser eficiente e eficaz e ser capaz de encontrar soluções inéditas. B) Ser capaz de gerir pessoas, ser eficiente e eficaz, ter noções de psicanálise. C) Ser eficiente e eficaz, ter especialização em alguma área de Direito e ser capaz de encontrar soluções. D) Ser eficiente e eficaz, ser capaz de gerir pessoas e ter fluência em inglês e espanhol. GABARITO 1. Qual dessas características são requisitadas pelo gestor em finanças? A alternativa "D " está correta. A capacidade analítica é a compreensão dos valores oriundos dos negócios, isto é, saber o que os números apresentados num relatório significam. A liderança é a capacidade de gerir pessoas. Ter foco nos resultados significa que o gestor em finanças deve comprometer-se para que a empresa alcance seus objetivos com sucesso. 2. Quais são as principais responsabilidades e atribuições de um gestor em finanças? A alternativa "A " está correta. Ser capaz de gerir pessoas, e de desenvolver seu potencial, ser eficiente e eficaz, ou seja, buscar eficiência e eficácia na conclusão de tarefas, encontrando a melhor maneira de se fazer algo com o mínimo de esforço possível e ter a habilidade de encontrar soluções inéditas, isto é, cenários que nenhum outro profissional enxergou, são as principais responsabilidades e atribuições que um profissional de gestão em finanças precisa ter. MÓDULO 2 Identificar as áreas de atuação do gestor em finanças Assista a mais este vídeo do professor Antônio Carlos Magalhães para dar continuidade a nossos estudos: NA ORGANIZAÇÃO Os principais cargos que um gestor em finanças costuma ocupar são: gerente financeiro, gerente de controladoria e gerente de contabilidade. Vale destacar que muitos profissionais iniciam suas carreiras na área de Finanças como analistas e depois progridem para as funções gerenciais. Cada área possui seus conhecimentos próprios e responsabilidades que iremos discutir, a seguir, para os cargos indicados. GERENTE FINANCEIRO O gerente financeiro é responsável por diversas áreas da empresa, tais como Contas a Pagar, Contas a Receber e Tesouraria. Como ele lida com tantos departamentos, precisa ser um profissional dinâmico e que entenda de cada uma dessas áreas em detalhe. GERENTE DE CONTROLADORIA (OU CONTROLLER) A controladoria pode ser entendida como uma evolução da contabilidade, pois ela pega os dados fornecidos pela contabilidade e os transforma em relatórios gerenciais, além de cuidar do orçamento da empresa (o quanto ela vai poder gastar no próximo período). Como essa área conversa com a Contabilidade, o gerente de controladoria (também conhecido como controller) precisa entender bastante sobre contabilidade. Os controllers costumam ser formados em Administração ou Contabilidade e ter uma pós-graduação na área. GERENTE DE CONTABILIDADE O gerente de contabilidade é o responsável por pegar todas as compras e vendas da empresa e consolidar em números que serão usados por toda a área financeira, além de ter que assinar um relatório chamado Demonstração Financeira (apenas quando a empresa é grande). Como ele é responsável por trazer os números financeiros para o público, ele é uma figura muito importante na empresa. Para ser um gerente de contabilidade, normalmente é necessária a formação em Ciências Contábeis. NAS RELAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO COM SEU AMBIENTE EXTERNO A análise ambiental é algo necessário para o dono de uma empresa ou seus gestores tomarem decisões quanto ao futuro. Desse modo, saber como seus funcionários estão produzindo, se eles estão motivados, se o processo é eficiente, entre outros (ambiente interno); e como estão seus concorrentes, se estes estão planejando alguma decisão que impactará a sua empresa, se os seus fornecedores estão vendendo a um preço reduzido etc. A análise de ambiente externo tem o objetivo principal de identificar oportunidades e ameaças para a empresa. Assim, podemos classificar as oportunidades e as ameaças da seguinte maneira: Imagem: Shutterstock.com Vejamos detalhes sobre cada um dos elementos: OPORTUNIDADES NATURAIS As oportunidades naturais são aquelas que aparecem para a empresa decorrentes da sua atividade-fim ou de recursos que ela já possui. Um exemplo seria começar a vender a sobra de plástico não utilizado para uma empresa de reciclagem. Como isso é uma maneira de ganhar dinheiro extra e não está definido como a atividade-fim da empresa, é uma oportunidade natural. Cabe ao gestor de finanças observar se a empresa possui oportunidades de ganhar mais dinheiro (ou deixar de perder) no que diz respeito ao uso de dinheiro e informar ao administrador da empresa. DE EVOLUÇÃO As oportunidades de evolução surgem conforme a empresa vai funcionando e ganhando formato. Por exemplo, vamos supor que uma empresa venda sorvetes e raspadinhas. Ao longo dos anos, ela percebe que a raspadinha que ela produz e vende também é muito usada no preparo de drinks chiques que são vendidos em hotéis e boates. Enxergando essa oportunidade nova, ela, então, começa a produzir raspadinhas voltadas para esses drinks. Como o gestor de finanças precisa estar sempre antenado quanto às oportunidades que surgem, é preciso que ele enxergue essas oportunidades de negócios quanto à administração do dinheiro da empresa e saiba investir melhor seus recursos. SINÉRGICAS Esta expressão significa as oportunidades que surgem na empresa e a fazem criar uma nova área somente para atender a esse novo produto ou serviço que ela decidiu prestar. Um exemplo de oportunidade sinérgica foi a Lamborghini, que no começo de sua história vendia tratores agrícolas, mas depois de uma resposta de ninguém menos que Enzo Ferrari (criador da marca Ferrari), o Sr. Ferruccio Lamborghini decidiu criar uma divisão de produção de carros esportivos. O gestor financeiro precisa ser uma pessoa rápida e dinâmica e enxergar no próprio negócio as oportunidades futuras de se investir dinheiro em outros negócios que vão gerar maior riqueza para sua empresa. DE INOVAÇÃO Essa oportunidade, normalmente, acontece devido a uma necessidade. Quando a empresa está com resultados desfavoráveis por estar ultrapassada, ela precisa se atualizar e se inovar para não falir. Como o gestor financeiro é o responsável pela saúde financeira da empresa, esse profissional tem a responsabilidade de enxergar como a empresa está caminhando e se ela precisa se inovar para não morrer no esquecimento. EXEMPLO Para saber mais sobre o exemplo de oportunidade sinergética, leia o texto A história da Lamborghini. AMEAÇAS NATURAIS ACEITÁVEIS INACEITÁVEIS javascript:void(0); javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) NATURAIS As ameaças naturais são problemas que a empresa pode encontrar na sua linha de negócio. Seja por ineficiência, seja porque o mercado não quer mais aquele produto (alguém lembra do Frozen Yogurt e dos food trucks?). Por isso, o gestor financeiro precisa analisar os números da empresa e enxergar se ela está sendo ineficiente ou se a receita está diminuindo e entender o porquê das coisas. Depois disso, precisa informar ao dono da empresa, que irá tomar uma decisão sobre como agir nesse caso. ACEITÁVEIS Existem ameaças que a empresa deve aceitar. Como diria algum sábio da História, “Não é possível abraçar o mundo com as pernas”. Em outras palavras, por mais que a empresa deva se preocupar com todas as ameaças, ela não vai conseguir se proteger contra tudo e, por isso, deve focar no que acredita ser mais perigoso para seu futuro e “jogar os outros riscos para escanteio”. O gestor financeiro, sabendo que é necessário escolher bem suas batalhas, deve saber aonde colocar o dinheiro da empresa e com o que não se preocupar. INACEITÁVEIS É com essas ameaças que o gestor financeiro devese preocupar e lutar para vencer. Esse tipo de ameaça se refere a todos os riscos e problemas externos que a empresa pode encontrar e que podem gerar sérios danos ao negócio. Dessa forma, é importante que o gestor financeiro, com base nos números, saiba o que está acontecendo no cenário externo e faça uso do dinheiro para vencer na batalha econômica. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EXISTEM 3 PRINCIPAIS CARGOS QUE O GESTOR EM FINANÇAS COSTUMA ASSUMIR: GERENTE FINANCEIRO, GERENTE DE CONTABILIDADE E GERENTE DE CONTROLADORIA (CONTROLLER). QUAL DAS RESPOSTAS ABAIXO SE REFERE ÀS FUNÇÕES QUE UM CONTROLLER EXERCE? A) Como a controladoria é uma área referente à Tesouraria, o controller tem a principal função de cuidar dos investimentos feitos pela organização. B) O controller, que sempre é um contador, fica responsável por supervisionar a contabilidade e ser o chefe do contador sênior. C) O controller é um profissional altamente capacitado que cuida tanto dos investimentos da empresa quanto dos lançamentos contábeis. D) Como a controladoria é uma área que conversa com a contabilidade, o controller tem como principal responsabilidade montar relatórios gerenciais e cuidar do orçamento da empresa. 2. UM GESTOR EM FINANÇAS DEVE ESTAR ATENTO ÀS OPORTUNIDADES E AMEAÇAS QUE PODEM OCORRER COM A EMPRESA REFERENTES À ÁREA DE FINANÇAS. LEVANDO ESTA IDEIA EM CONSIDERAÇÃO, QUAL DAS RESPOSTAS ABAIXO APRESENTA UMA OPORTUNIDADE E UMA AMEAÇA, RESPECTIVAMENTE, QUE UM GESTOR FINANCEIRO DEVERIA OBSERVAR E INFORMAR AO GESTOR DA ORGANIZAÇÃO? A) O gestor financeiro deveria observar a oportunidade sinérgica da empresa possuir muito dinheiro em caixa sem uso e sugerir ao gestor que esse dinheiro seja gasto da forma que ele bem entender, sem uma análise prévia adequada quanto às despesas futuras. Além disso, o gestor financeiro deveria enxergar a ameaça inaceitável da empresa concorrente, que pode colocar o futuro de seu negócio em risco, e sugerir ao gestor da empresa que faça uma oferta para comprar a concorrente. B) O gestor financeiro deveria observar a oportunidade de evolução pelo fato de a empresa possuir muito dinheiro em caixa sem uso e sugerir ao gestor que tal dinheiro seja aplicado para render juros e, com isso, aumentar a riqueza da empresa. Além disso, o gestor financeiro deveria enxergar a ameaça aceitável de a empresa estar apresentando prejuízo nos últimos cinco anos e recomendar ao gestor da organização que não se preocupe, apesar de ela não ter mais recursos para sobreviver, caso uma ação imediata seja tomada. C) O gestor financeiro deveria observar a oportunidade de evolução, pois a empresa possui muito dinheiro em caixa sem uso e sugerir ao gestor da empresa que esse dinheiro seja aplicado para render juros e, com isso, aumentar a riqueza da empresa. Além disso, o gestor financeiro deveria enxergar a ameaça natural representada pelo fato de o mercado não estar mais adquirindo o produto da empresa por causa de seu elevado preço e recomendar ao gestor uma diminuição desse preço, de modo que ele se torne mais competitivo. D) O gestor financeiro deveria observar a oportunidade de evolução sinalizada pelo fato de a empresa possuir pouco dinheiro em caixa e sugerir ao seu gestor que este pegue um empréstimo no banco a juros altos para que, em caso de incertezas, a empresa possua bastante dinheiro disponível. Além disso, o gestor financeiro deveria enxergar a ameaça inaceitável de diversos concorrentes estarem surgindo no mercado e, apesar de isso não ser um risco em médio prazo, uma vez que a fatia de mercado de sua empresa esteja segura, ele deveria sugerir igualmente ao gestor da empresa que este compre todos os seus concorrentes, para que sua empresa seja a única no mercado a oferecer determinado produto, mesmo que isso leve a empresa à falência. GABARITO 1. Existem 3 principais cargos que o gestor em finanças costuma assumir: Gerente financeiro, gerente de contabilidade e gerente de controladoria (controller). Qual das respostas abaixo se refere às funções que um controller exerce? A alternativa "D " está correta. São discutidas no Módulo 2, em Gerente de controladoria (ou controller), as principais funções que um controller exerce dentro das organizações. Conforme descrito, a área de Controladoria conversa com a Contabilidade. Dessa forma, o gerente de controladoria (também conhecido como controller) precisa entender bastante sobre contabilidade, pois ele pega os dados fornecidos pela contabilidade e os transforma em relatórios gerenciais. Como a resposta d é a única que descreve de forma correta as funções que um controller exerce dentro de empresas, ela é a correta. 2. Um gestor em finanças deve estar atento às oportunidades e ameaças que podem ocorrer com a empresa referentes à área de Finanças. Levando esta ideia em consideração, qual das respostas abaixo apresenta uma oportunidade e uma ameaça, respectivamente, que um gestor financeiro deveria observar e informar ao gestor da organização? A alternativa "C " está correta. Existem diferentes tipos de oportunidades (naturais, de evolução, sinérgicas e de inovação) e ameaças (naturais, aceitáveis e inaceitáveis). As oportunidades de evolução são aquelas que surgem conforme a empresa vai funcionando e ganhando formato. No exemplo mostrado na resposta c, a oportunidade é o fato de a empresa possuir dinheiro em caixa que não está sendo usado. Esse dinheiro que, grosso modo, constitui uma sobra, vem a ser a oportunidade ideal para que a empresa evolua, ou seja, amplie sua riqueza ao investir essa soma numa aplicação financeira. A ameaça (do tipo natural) é representada no exemplo pelo produto da empresa ter um preço elevado e não estar sendo comprado. O preço alto compromete a competitividade no mercado e, por isso, deve ser recomendada ao gestor uma diminuição desse preço. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme pôde ser visto ao longo desse tema, o gestor em finanças é um profissional com ensino superior e fortes características, como capacidade analítica, liderança, foco nos resultados, boa comunicação e conhecimento técnico. Os principais cargos ocupados nas organizações pelo gestor financeiro são: gerente financeiro, gerente contábil e controller, que se complementam a fim de gerir os recursos financeiros das organizações, provendo suporte ao gestor da empresa. Para tal, o gestor financeiro lida diariamente com oportunidades e ameaças e, ao lado do gestor da organização, provê de conhecimento técnico para buscar eficácia na sua gestão. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ÁVILA, C. A. Contabilidade Básica. 1. ed. Curitiba: LT, 2010. CHIAVENATO, I. Administração nos Novos Tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHIAVENATO, I. Cartas a um Jovem Administrador: O Futuro Está na Administração. 1. ed. São Paulo: Campus, 2006. DASH, M. The story of the world’s most coveted flower and the extraordinary passions it aroused. 1. ed. UK: Hachette, 2011. DIAS, Elisângela. Gestor financeiro. In: Dicionário Financeiro. Consultado em meio eletrônico em: 3 abr. 2020. FRANCO, Gustavo H. B. Cartas a um Jovem Economista: Conselhos para seus Planos Econômicos. 1. ed. São Paulo: Campus, 2010. GITMAN, L. Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010. MELO, Luísa. O que as empresas precisam e os chefes não têm. In: EXAME. Consultado em meio eletrônico em: 5 abr. 2020. MOTORCONSULT. Lamborghini‒ História. In: MotorConsult. Consultado em meio eletrônico em: 5 abr. 2020. NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo V. Contabilidade Básica. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2008. EXPLORE+ Para aprender mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: Administração, CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Cartas a um Jovem Administrador: O Futuro Está na Administração. São Paulo: Campus, 2006. Contabilidade, VICECONTI,Paulo Eduardo V.; NEVES, Silvério das. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, 2017. Economia, FRANCO, Gustavo H. B. Cartas a um Jovem Economista: Conselhos para seus Planos Econômicos. Rio de Janeiro: Campus, 2010. CONTEUDISTA Matheus Moura CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); DEFINIÇÃO Conceitos iniciais sobre planejamento e controle na área de Finanças dentro do meio empresarial. PROPÓSITO Compreender os conceitos básicos do planejamento financeiro de curto e longo prazo de uma empresa, bem como a eficiência e a eficácia do controle interno na tomada de decisão da administração. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o planejamento financeiro nos horizontes de curto e longo prazo MÓDULO 2 Identificar as funções e as formas de organização da informação na área financeira MÓDULO 3 Aplicar as ferramentas de controle financeiro para a tomada de decisão INTRODUÇÃO Controlar a execução do planejamento é uma função vital em uma empresa, pois ele ajuda a definir o rumo tomado para uma meta preestabelecida que seja alcançada, enquanto o controle, por sua vez, a ajuda a não se desviar dessa rota. Foto: Shutterstock.com Nosso conteúdo apresentará as diferentes funções dentro da área financeira e a atividade de cada uma, pois tal área não pode ser considerada especializada, e sim generalista, já que trabalha com informações de todas as outras áreas. Portanto, nosso estudo revela-se uma jornada por meio do processo financeiro de uma empresa, apresentando as funções, os planejamentos, os controles e as ferramentas necessárias para sua área financeira sempre fornecer informações gerenciais precisas e relevantes a uma tomada de decisão. O planejamento financeiro é tão importante que não se limita a questões econômicas. Como vemos neste vídeo, assuntos ligados ao cotidiano também requerem uma conduta prudente em relação aos gastos e à forma que eles podem ser pensados. MÓDULO 1 Reconhecer o planejamento financeiro nos horizontes de curto e longo prazo PLANEJAMENTO FINANCEIRO: O QUE PLANEJAR? Para entendermos o planejamento financeiro no âmbito empresarial, é importante que antes compreendamos o próprio conceito de planejamento. Segundo Sobral e Peci (2013), ele pode ser definido como a: FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO RESPONSÁVEL PELA DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO E PELA CONCEPÇÃO DE PLANOS QUE INTEGRAM E COORDENAM SUAS ATIVIDADES. (SOBRAL; PECI, 2013) Planejamento, portanto, integra o que deve ser feito à maneira como isso pode ser realizado ou atingido. Afinal, de que adianta planejar se depois não podemos checar o que foi planejado? Essa checagem é chamada de controle. Ainda de acordo com Sobral e Peci (2013), ele pode ser considerado a função da administração responsável pela geração de informações sobre a execução das atividades a fim de garantir o cumprimento das metas planejadas, monitorando-as e corrigindo desvios significativos. EXEMPLO Tracei como meta emagrecer dois quilos até dezembro deste ano (meta: objetivo + prazo). Farei isso por meio de dieta e exercícios físicos, embora meu planejamento também inclua a forma como esse controle será realizado: quantos minutos me exercito e quantas gramas perco por semana. Por fim, após o planejamento, começarei a execução do plano e seu controle (monitoramento e correção caso seja necessário). O planejamento do controle financeiro tem uma lógica semelhante. O planejamento também é muito importante ao organizar a vida financeira, seja de uma pessoa física ou jurídica. AS METAS SÃO OS OBJETIVOS COM PRAZOS QUE SE DESEJA ALCANÇAR, ENQUANTO A TÁTICA É A MANEIRA OU O CAMINHO PARA QUE ELAS SEJAM ALCANÇADAS. Veja o exemplo. SE A META DE UMA EMPRESA É: DOBRAR O VALOR DE SUA RECEITA EM DOIS ANOS, SUAS TÁTICAS PODEM SER: 1. INVESTIR MAIS EM MARKETING 2. CONTRATAR MAIS FUNCIONÁRIOS PARA O DEPARTAMENTO COMERCIAL 3. AUMENTAR A REDE DE DISTRIBUIÇÃO 4. INICIAR UMA NOVA LINHA DE PRODUÇÃO Note que as táticas geram e consomem recursos da entidade. Dessa forma, elas: Imagem: Shutterstock.com Criam receitas (geram recursos) Imagem: Shutterstock.com Criam despesas (consomem recursos) Se o planejamento não for bem feito, as despesas podem superar as receitas, não havendo, dessa forma, lucro – e sim prejuízo. Esta é a importância do planejamento: Alcançar as metas por meio de maneiras eficazes (atingir o alvo) e eficientes (utilizando menos recursos, como tempo, dinheiro, pessoas e materiais). ALGUÉM AINDA PODE SE PERGUNTAR: “O QUE EU TENHO DE PLANEJAR?” A resposta é: tudo (ou o máximo possível) que puder. Quando desejar alcançar uma meta, você só será capaz de verificar se conseguiu fazê-lo de forma eficiente se tiver planejado todos os passos relacionados a ela. Para entendermos isso melhor, imaginaremos a seguinte situação: Você deseja dobrar sua receita, promovendo, como consequência disso, um aumento de 80% no valor do gasto em marketing. Como podemos verificar se esse aumento foi grande ou pequeno? Não há como saber isso sem uma comparação. Se o planejamento incluía um aumento de: 50% Imagem: Shutterstock.com Então o gasto foi maior que o planejado – e o motivo disso deve ser verificado atentamente. 100% Imagem: Shutterstock.com Contudo, se esta era a porcentagem pretendida, o gasto foi menor que o esperado. O planejamento deve ser feito usando números factíveis. Não adianta nada fazê-lo inflando os tetos de despesas só para tornar mais fácil o seu alcance, pois isso, na verdade, atrapalha o processo de planejamento. Entretanto, há itens cujo gasto de recursos no planejamento é maior que os ganhos a serem obtidos. EXEMPLO Em uma grande empresa com receita anual de milhões de reais, o valor dos materiais de escritório é irrelevante. Desse modo, todos os tipos de despesas pequenas sem muita relevância normalmente são agrupados no subgrupo “Outras despesas”. Obviamente, tudo precisa ser planejado. No entanto, a atenção, nesse processo, deve estar concentrada nos itens maiores e mais relevantes. Isso não significa que os menores e menos relevantes não devem ser planejados. Eles, na verdade, são juntados para não haver o desperdício de vários recursos no planejamento de um valor muito pequeno. TIPOS DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO Falaremos agora sobre dois tipos de planejamento: o de curto prazo, que normalmente tem o período de um ano, e o de longo prazo, que se estende por vários anos. EXEMPLO O Governo Federal deve respeitar a Lei Orçamentária Anual, que versa sobre um planejamento de curto prazo. Já o Plano Plurianual aborda um de prazo mais longo (quatro anos). As empresas funcionam da mesma forma. Detalharemos a seguir as principais diferenças entre esses dois tipos de planejamento: CURTO PRAZO A principal ferramenta utilizada na área de Finanças para estruturar e materializar tal planejamento é: Imagem: Shutterstock.com Fazer a estimativa de receitas previstas para um período (o anual é rotineiramente utilizado para períodos de curto prazo). Imagem: Shutterstock.com Estabelecer limites para as despesas que pretendemos realizar. Para sabermos se as despesas fixadas são compatíveis com as receitas esperadas, fazemos uma comparação entre ambas em períodos definidos ao longo do ano. ATENÇÃO Apesar de normalmente mensal, o período utilizado também pode ser quinzenal, semanal, bimestral ou trimestral. Isso varia em cada tipo de organização. O orçamento é uma ferramenta de confronto entre essas receitas e despesas. Janeiro Fevereiro Março Receitas R$500.000 R$400.000 R$450.000 A primeira linha se refere sempre à entrada de recursos, ou seja, tudo que possui relação com a receita. (-) Custo das mercadorias vendidas R$120.000 R$110.000 R$115.000 (-) Despesas administrativas R$80.000 R$80.000 R$80.000 Janeiro Fevereiro Março (-) Despesas financeiras R$55.000 R$55.000 R$55.000 (-) Outras despesas R$25.000 R$25.000 R$25.000 (-) Impostos R$66.000 R$39.000 R$52.500 As outras linhas abordam as despesas
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