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Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos Quando a célula precisa de energia qual a 1° fonte do metabolismo energético? - Os Carboidratos! ● Funções dos carboidratos - Fonte energética; - Polímeros insolúveis (elementos estruturais e protetores); Ex: Celulose (função estrutural). - Lubrificantes de junções esqueléticas; - Participam do reconhecimento e adesão de células; Ex: As glicoproteínas atuam no reconhecimento, ao procurarem receptores específicos, funcionando como ligantes. - Polímeros covalentemente ligados a proteínas ou lipídeos agem como sinalizadores. Lembrar que além de lipídeos, a membrana celular também é composta de alguns carboidratos. ● Classificação dos carboidratos ❖ Monossacarídeos - Formados por uma única molécula polihidroxi aldeído ou cetona. Ex: Glicose. ❖ Oligossacarídeos/Dissacarídeos - Formados por pequenas cadeias de monossacarídeos ou resíduos unidos por ligações glicosídicas. Ex: Sacarose, Maltose e Galactose. ❖ Polissacarídeo - Polissacarídeos, ou glicanos, são carboidratos que, por hidrólise, originam uma grande quantidade de monossacarídeos. São polímeros Naturais. Ex: Celulose, Quitina... - Podem ainda ser divididos em Lineares (possuem apenas 1 cadeia, a principal) e não lineares (possuem cadeias laterais ligadas a principal). Ex de linear: Amilose e celulose. Ex de não linear: Amilopectina e glicogênio. Glicogênio é a principal forma de armazenar glicose. ● Digestão e absorção dos carboidratos - Amido, sacarose e lactose. - Alpha-amilase salivar (ptialina). - Alpha-amilase pancreática: ocorre no duodeno, produzindo maltose e dextrinas. A absorção dos carboidratos acontece no intestino, que passa pra corrente sanguínea, entra dentro da célula para ele ser convertido em energia. ● Vias de metabolismo dos carboidratos ❖ Glicólise - Gasta e produz energia (ao final o saldo de ATP é positivo. - Acontece no citoplasma da célula. - Não necessita especificamente de O2 para acontecer, mas o saldo é muito maior na presença dele. - Em si, o processo é anaeróbio, mas para continuar o ciclo o O2 é necessário. ❖ Gliconeogênese; - Na falta de carboidratos, ocorre a produção de glicose a partir de aglicanos (não carboidratos). ❖ Glicogenólise; - Quebra do glicogênio hepático (ou seja, inicia com glicogênio e termina com glicose para nos dar energia, em casos de hipoglicemia. - Acontece no fígado e nos músculos. - Glucagon (produzido pelas células alpha pancreáticas) é o hormônio que age para liberar a glicose no sangue. ❖ Glicogênese; - Processo de formação do glicogênio (originado da glicose). - O processo acontece em estado de hiperglicemia no fígado e nos músculos. - Processo de síntese de glicogênio no fígado e músculos,decorrente do acúmulo de carboidratos (excesso de glicose) no qual moléculas de glicose são adicionadas à cadeia do glicogênio. Este processo é ativado pela insulina(hormônio liberado pelas células beta do fígado) em resposta aos altos níveis de glicose sanguínea. Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos ❖ Lipogênese - Quando tem glicose em excesso e ela já não pode ser usada e nem armazenada, seu excesso é transformado em ácido graxo e guardado no tecido adiposo. ❖ Lipólise - Metabolismo dos ácidos graxos para obtenção de energia. - Tem o emagrecimento como efeito. ● Regulação da Glicemia Glicemia = concentração sérica de glicose no plasma. VLDL = lipoproteína de transporte. Mecanismos regulatórios - ❖ Antes da refeição: -Glicose 80-99. ❖ Após a refeição: - Glicemia entre 120-140. - liberação de insulina ---captação de glicose por tecidos --- energia. - 70% do fígado --- glicogênio. - Excesso --- ác. graxo ---VLDL --- tecido adiposo. ➢ INSULINA: - Produzida pelas células Beta das ilhotas de Langerhans. - Ilhotas = 1-2% da massa celular do pâncreas. - Coordena a utilização de combustíveis pelos tecidos. - Efeitos anabólicos. - Tira glicose no sangue. - Efeitos sobre: + Fígado: inibe gliconeogênese e glicogenólise. + Fígado e músculos: aumenta glicogênese + Tecido adiposo: estimula a captação de glicose e lipogênese. ➢ GLUCAGON - Bota glicose do sangue, aumenta glicemia. - Age nas mesmas células da insulina. - Mobiliza reservas energéticas para manutenção da glicemia: + Fígado: glicogenólise, gliconeogênese, cetogênese. + Tecido adiposo: Lipólise. + Possui receptor específico. Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos Alguns casos de obesidade podem ser genéticos. ● Diabetes Mellitus Comprometimento do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. ❖ Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) - Diagnóstico em crianças. - “Genética”, deficiência autoimune. - Insulina-dependente, ou seja, há a deficiência na secreção de insulina por causa da destruição das células beta-pancreáticas. - Pode ser autoimune (maioria) ou idiopática. ❖ Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) - Diagnóstico em adultos. - Adquirida, decorrente dieta, ambiente de convívio… - Resistência à insulina, ou seja, produzem insulina, mas não conseguem utilizá-la. - Há graus variados de diminuição da secreção e resistência à insulina. - Também pode ser causada por fatores genéticos ou pode ser doença secundária a obesidade. Adultos também pode desenvolver DM1 nessa fase da vida por meio de: - Câncer pancreático. - Acidente com trauma grave a nível pancreático. - Pancreatite crônica. Há também, a diabetes Gestacional. Em decorrência da menor utilização de glicose pelas células, há um aumento da utilização de gorduras e proteínas para produção de energia, causando um emagrecimento, e até desnutrição, no paciente com DM1. Diabéticos têm problemas com processos de cicatrização. Caracterização da patogenia - ❖ DM1: - Hiperglicemia (baixo nível de insulina); - Utilização aumentada de gordura para obtenção de energia; - Depleção das proteínas do organismo; - Cetoacidose (evidencia diabetes descontrolada); - Perda de massa muscular. - Emagrecimento, anorexia. A DM1 pode causar a morte decorrente da incapacidade de utilizar glicose como fonte de energia, indo usar as proteínas para isso, com o uso contínuo dessa fonte vai haver uma depleção de proteínas que ira resultar em morte. ❖ DM2 Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos A DM2 tem nível alto de insulina. ❖ Diabetes insipidus - Poliúria (urina muito); - Não tem a ver com carboidratos; - Deficiência no ADH no túbulo distal (reabsorção de H2O). - Glicosúria renal (presença de glicose na urina). Limiar renal: saturação em reabsorção glicose. -------------------------------- Exames-------------------------------- ● Dosagem de glicemia - (principal exame) - Soro ou plasma; - Coleta por punção venosa em tubo com fluoreto de sódio com EDTA (tubo com tampa cinza) ou sem fluoreto (tubo com tampa amarela c/ gel separador - tem que centrifugar rapidamente). - Jejum 8-12 horas; - A ingestão de água é permitida. Diabetes: glicose acima de 200 em jejum ou de 250-300 pós-prandial (forte indício de DM2). A dosagem de glicemia pós-prandial p/ DM2 está em desuso pela não padronização, mas ela checa: - Concentração da glicemia 2h após a ingestão de 75g de glicose em solução aquosa. - Tende a normalizar após 2h. ❖ Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) - Teste Diagnóstico para diabetes tipo 2 (teste complementar para esse caso, avalia resistência) e gestacional. - Uso de "gororoba"; - Medidas em tempos marcados após ingestão de 75g de glicose anidra em 300ml de água, em 2h (paciente tem que estar parado lá por todo esse tempo). - Para gestantes é de 50g, com espera de 1h. - De 30 em 30 min se faz uma coleta sanguínea pós ingestão do líquido. - Jejum: 8-12 horas. - Em crianças geralmente deixam um acesso e fica lavando a cada coleta. Cuidados: - É necessário fazer uma glicose em jejum ou teste da fitinha com antecedência para ter uma verificação da condição do paciente, se a glicose der acima de 140, não é recomendado fazer esse teste (o paciente irá ter reação - hiperglicemia ). Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos- Não usar medicações que interfiram no metabolismo dos carboidratos. Indicações: - Diagnóstico de DM gestacional. - Baixa tolerância à glicose. - Avaliação de pacientes com nefropatia, neuropatia e retinopatia não explicada. Valores: - Normal < 139 mg/dl. - Pré-diabeste - 140 a 199 mg/dl - Diabetes > 200 mg/dl ❖ Hemoglobina Glicada - Hemoglobina liga-se a glicose; - Indica controle metabólico nos 120 dias precedentes ao teste, ou seja, avalia a resistência a glicemia e se ela já está há alguns meses atrás; - Acompanhamento de pacientes em tratamento. - Não necessita de jejum. - Não indicado para pacientes com hemoglobinopatias. - Para gestantes é indicado apenas no começo da gravidez. - Diabéticos estáveis: 3-4 meses. - Diabéticos sem controle glicêmico: 1-2 meses. - Resultado dado em porcentagem. - Referência 5-8%. - Glicose Alta X HbG Normal: bom controle nos últimos meses. - Glicose Normal X HbG Alta: controle inadequado nos últimos 2 meses. ❖ Frutosamina - Ùtil para o acompanhamento clínico do diabético, associado ou não ao exame de HbG; - Proteínas cetoaminas; - Avalia o controle metabólico dos níveis glicêmicos 2 a 3 semanas anteriores ao teste. - Valores de referência: 205 a 286 ..mol/L. ● DM gestacional - pode ser transitória ou não, ocorre em cerca de 18% das gestantes, e a paciente pode ter uma glicemia até 3x + alta que o normal. - A paciente possui resistência à ação da insulina (insulina) por causa da variação dos níveis hormonais. - O baby tem picos de glicose sérica, o feto ganha peso e produz + insulina (pq a insulina da mãe não atravessa a placenta) ficando com risco de hipoglicemia, pois já que a insulina aumenta, ela vai agir colocando glicose para dentro da célula. - O diagnóstico é feito pela GJ e TOTG (50mg em 1h). - Geralmente é descoberto durante o pré natal c/ a bateria de exames pedidos (GJ, hemograma completo, ABO, insumário de urina, sorologia…). OBS: NÃO se faz diagnóstico de diabetes com apenas 1 glicemia. Metabolismo e avaliação laboratorial dos carboidratos Pacientes normoglicemicos: - GJ < 100 mg/L - TOTG < 140 Mg/L DX é a glicemia capilar = teste da fitinha. ● Hipoglicemia Diminuição na taxa de glicose sanguínea, faz o fígado metabolizar, usando glicose. Pode ser uma 2° doença, causada por uma doença de base. Causas: - Consumo de álcool; - Jejum; - Esforço físico; - Medicamentos;Insulinoma; - Alterações hormonais; - Cirurgia bariátrica; - Neoplasias abdominais (cortisol. + 2 casos clínicos no caderno. ---------------------------------------------------------------------------- Por: Dávylla Pinheiro.
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