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08 Direito Processual Penal 03 - 01 Processo Criminal - finalidade, pressupostos e sistemas

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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
08.DIREITO PROCESSUAL PENAL
SUMÁRIO
CAPÍTULO III – PROCESSO CRIMINAL	2
1. FINALIDADE	2
1.1. Finalidade Mediata	2
1.2. Finalidade Imediata	2
2. PRESSUPOSTOS	2
2.1. Subjetivos	2
2.1.1. Relativos ao juiz	2
2.1.2. Relativos às partes	2
2.2. Objetivos	2
2.2.1. Extrínsecos	2
2.2.2. Intrínsecos	2
3. SISTEMAS PROCESSUAIS	2
3.1. Sistema Inquisitivo	2
3.2. Sistema Acusatório	3
3.3. Sistema Misto ou Francês (Acusatório Formal)	3
CAPÍTULO III – PROCESSO CRIMINAL
1. FINALIDADE:
	A finalidade do processo criminal é propiciar a adequada solução jurisdicional do conflito de interesses entre o Estado-Administração e o infrator, através de uma sequência de atos que compreendem (i) a formulação da acusação, (ii) a produção das provas, (iii) o exercício da defesa e (iv) o julgamento da lide.
	Ela pode ser dividida me:
	1.1. Finalidade Mediata: É aquela que diz respeito à própria pacificação social obtida com a solução do conflito.
	1.2. Finalidade Imediata: É aquela que esta ligada ao fato de que o direito processual penal viabiliza a aplicação do direito penal, concretizando-o.
2. PRESSUPOSTOS:
	2.1. Subjetivos: São aqueles que dizem respeito ao juiz e às partes.
	2.1.1. Relativos ao juiz:
	• Investidura: é a necessidade de estar investido no cargo em conformidade com a CF e a legislação em vigor;
	• Competência: é a medida da jurisdição. É o limite legal dentro do qual o órgão jurisdicional poderá atuar;
	• Ausência de suspeição: é a imparcialidade necessária para o exercício da jurisdição. As hipóteses que levam a suspeição e ao impedimento do magistrado estão ligadas nos arts. 252, 253 e 254, CPP.
	2.1.2. Relativos às partes:
	• Capacidade de ser parte: é a capacidade de contrair obrigações e exercer direitos. A capacidade de ser parte refere-se a todas as pessoas, salientando-se que para haver capacidade de ser parte passiva no processo penal, é preciso que o agente tenha idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos, considerada à época da ocorrência dos fatos narrados na denúncia;
	• Capacidade de estar em juízo “sozinho”: refere-se à necessidade de assistência e representação daqueles que não gozam da plena capacidade;
	• Capacidade postulatória: necessária para o pleito judicial, afinal, como consagra a CF em seu art. 133, o advogado é peça essencial à administração da justiça.
	2.2. Objetivos:
	2.2.1. Extrínsecos: ausência de fatos impeditivos para o regular tramitar procedimental, a exemplo da inexistência de coisa julgada ou de litispendência.
	2.2.2. Intrínsecos: regularidade formal, ou melhor, respeito à disciplina normativa do processo, ao devido processo legal ou ao chamado processo tipificado, isto é, aquele previsto em lei.
Atenção: O delegado de polícia tem a faculdade de filmar ou gravar diligências realizadas, mas isso não afasta a obrigação de transcrever todas por escrito, nos termos do art. 405, § 1°, CPP.
3. SISTEMAS PROCESSUAIS:
	A depender dos princípios que venham a informa-lo, o processo penal, na sua estrutura, pode ser inquisitivo, acusatório e misto. É o que Tourinho Filho enquadra como tipos de processo penal.
	3.1. Sistema Inquisitivo: O princípio inquisitivo é caracterizado pela inexistência de contraditório e de ampla defesa, com concentração das funções de acusar, defender e julgar em uma figura única (juiz). O procedimento é escrito é sigiloso, com o início da persecução, produção da prova e prolação da decisão pelo magistrado. Esse sistema foi desacreditado, principalmente por incidir em um erro psicológico: crer que uma mesma pessoa possa exercer funções tão antagônicas como investigar, acusar, defender e julgar.
	No sistema inquisitivo (ou inquisitório), o que se vê é a mitigação dos direitos e garantias individuais, em favor de um pretenso interesse coletivo de ver o acusado punido. É justificada a pretensão punitiva estatal com lastro na necessidade de não serem outorgadas excessivas garantais fundamentais.
	No fundo, busca-se a efetividade na prestação jurisdicional, a celeridade e a necessidade de segurança, razão pela qual o réu, mero figurante, submete-se ao processo numa condição de absoluta sujeição, sendo em verdade, mais um objeto da persecução do que sujeito de direitos. É que, conforme esse sistema, os direitos de um indivíduo não podem se sobrepor ao interesse maior, o coletivo.
	3.2. Sistema Acusatório: Com origem que remonta ao Direito Grego, o sistema acusatório é o adota no Brasil, de acordo com o modelo plasmado na CF. Com efeito ao estabelecer como função privativa do MP a promoção da ação penal (art. 129, I, CF), a CF deixou nítida a preferência por esse modelo que tem como características fundamentais a separação entre as funções de acusar, defender e julgar, conferidas a personagens distintos. Os princípios do contraditório, da ampla defesa e da publicidade regem todo o processo. O órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação das provas é o do livre convencimento motivado.
	Em relação à gestão de prova, recai precipuamente sobre as partes. Na fase investigatória e na fase processual o juiz só deve intervir quando provocado, e desde que haja necessidade de intervenção judicial. Vigora o princípio dispositivo, por isso em nenhuma fase o juiz pode produzir prova de ofício. Nesse sentido, o art. 3°-A do CPP, incluído pelo Pacote Anticrime diz:
Art. 3°-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei 13.694/2019)
	Segundo Ferrajoli, são características do sistema acusatório (i) a separação rígida entre o juiz e acusação; (ii) a paridade entre acusação e defesa (paridade de armas), (iii) a publicidade e a oralidade do julgamento. Por outro lado, são tipicamente próprios do sistema inquisitório a iniciativa do juiz em campo probatório, a disparidade de poderes entre acusação e defesa e o caráter escrito e secreto da instrução.
	Assim, percebe-se que o que efetivamente diferencia o sistema inquisitorial do acusatório é a posição dos sujeitos processuais e a gestão da prova. O modelo acusatório reflete a posição de igualdade dos sujeitos, cabendo exclusivamente às partes a produção do material probatório e sempre observando os princípios do contraditório, da ampla defesa, da publicidade e do dever de motivação das decisões judiciais. Portanto, além da separação das funções de acusar, defender e julgar, o traço peculiar mais importante do sistema acusatório é que o juiz não é, por excelência, o gestor da prova.
	SISTEMA INQUISITORIAL
	SISTEMA ACUSATÓRIO
	Funções de acusar, defender e julgar estão concentradas nas mãos de uma única pessoa (juiz inquisidor). Ocasionando claro comprometimento da imparcialidade.
	Há uma separação das funções de acusar, defender e julgar. A imparcialidade é preservada.
	O acusado é mero objeto do processo.
	O acusado é sujeito de direitos.
	A gestão da prova está concentrada nas mãos do juiz, que pode produzir provas de ofício em qualquer fase da persecução penal.
	O juiz não é dotado do poder de determinar de ofício a produção de provas, já que estas devem ser fornecidas pelas partes.
	3.3. Sistema Misto ou Francês (Acusatório Formal): O sistema misto tem raízes na Revolução Francesa. Caracteriza-se por uma instrução preliminar, secreta e escrita, a cargo do juiz, com poderes inquisitivos, no intuito da colheita de provas, e por uma fase contraditória (judicial) em que se dá o julgamento, admitindo-se o exercício da ampla defesa e de todos os direitos dela decorrentes.
	Assim, chama-se de sistema misto porque o processo se desdobra em 2 (duas) fases distintas:
	• 1ª fase, tipicamente inquisitorial, com instrução escrita e secreta, sem acusação e, consequentemente, sem contraditório. Busca apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso.
	• 2ª fase, de caráter acusatório, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.
	Quando o CPP entrou em vigor prevalecia o entendimentode que o sistema nele previsto era misto. A fase inicial da persecução penal, caracterizada pelo inquérito policial, era inquisitorial. Porém, uma vez iniciado o processo, tínhamos uma fase acusatória.
	Com o advento da CF de 1988, passou a prevê de maneira expressa a separação das funções de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, além do princípio da presunção de não culpabilidade, estamos diante de um sistema acusatório.
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