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Aula 1 - Sistemas Processuais Penais - acusatório, inquisitivo e misto

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Direito Processual Penal
Aplicado
Aula 1 - Sistemas Processuais Penais:
acusatório, inquisitivo e misto
INTRODUÇÃO
Nesta aula, serão estudados os sistemas processuais penais e as suas principais características, para �ns de adoção de
um sistema voltado à proteção e efetividade dos direitos e das garantias fundamentais.
OBJETIVOS
Identi�car os principais sistemas processuais penais e suas características
Reconhecer a importância da adoção de um sistema processual penal acusatório, escoimado dos vícios inquisitivos,
como única forma de se garantir um processo justo e garantista.
IDENTIFICAR OS PRINCIPAIS SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS E SUAS
CARACTERÍSTICAS.
SISTEMA INQUISITORIAL
Fonte da Imagem:
Surgiu na Idade Média, onde o poder de acusar, de defender e de julgar se concentrava nas mãos de uma única pessoa.
Não havia contraditório, ampla defesa e não se exigia sequer fundamentação das decisões judiciais.
Também se caracteriza por ser escrito e secreto, havendo impulso o�cial e liberdade processual, e dando-se grande valor à
con�ssão, inclusive com admissão de tortura em épocas passadas.
Tem como característica principal o fato das funções de acusar, defender e julgar encontrarem-se concentradas em uma
única pessoa, que assume assim as vestes de um juiz acusador, chamado de juiz inquisidor.
Essa concentração de poderes nas mãos do juiz compromete, invariavelmente, sua imparcialidade. De fato, há uma incompatibilidade
entre as funções de acusar e julgar. A�nal, o juiz que atua como acusador �ca ligado psicologicamente ao resultado da demanda,
perdendo a objetividade e a imparcialidade no julgamento.
Fonte da Imagem:
O sistema inquisitório trabalha com a premissa de que:
A atividade probatória tem por objetivo uma completa e ampla reconstrução dos fatos, com vistas ao descobrimento da
verdade. Considera-se possível a descoberta de uma verdade absoluta, por isso admite uma ampla atividade probatória,
quer em relação ao objeto do processo, quer em relação aos meios e métodos para a descoberta da verdade.
Nesse sistema, o acusado era mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de direitos e, por isso, na busca da
verdade material, admitia-se que o acusado fosse torturado para que uma con�ssão fosse obtida. Os interrogatórios eram
secretos, inexistindo testemunhas e, em razão disso, muitas vezes o réu confessava algo que não havia cometido. A
con�ssão era elemento su�ciente para a condenação. A con�ssão era a rainha das provas na Inquisição.
O processo era, em regra, escrito e sigiloso, mas essas formas não lhe eram essenciais, eram assentados em declarações
de testemunhas cuja identi�cação era escondida do conhecimento do réu.
SISTEMA ACUSATÓRIO
Segundo Luigi Ferrajoli, são características do sistema acusatório:
Ele chama acusatório todo sistema processual que tem o juiz como um sujeito passivo rigidamente separado das partes e
o julgamento como um debate paritário, iniciado pela acusação, à qual compete o ônus da prova, desenvolvida com a
defesa mediante um contraditório público e oral e solucionado pelo juiz, com base em sua livre convicção.
Fonte da Imagem:
O sistema acusatório caracteriza-se pela presença de partes distintas, pela separação das funções processuais de acusar,
defender e julgar, pelo reconhecimento dos direitos fundamentais ao acusado, que passa a ser sujeito de direitos e a
construção dialética da solução do caso pelas partes, em igualdade de condições.
Historicamente, o processo acusatório tem como suas características a oralidade e a publicidade, nele se aplicando o
princípio da presunção de inocência. Logo, a regra era de que o acusado permanecesse solto durante o processo.
Assim leciona o professor Geraldo Prado, que:
“o sistema acusatório é caracterizado pela oralidade, publicidade, equilíbrio entre as partes e pela imparcialidade”.
Fonte da Imagem:
No processo acusatório, há a separação das funções de:
Ou seja, o juiz é um órgão imparcial.
Não cabe ao juiz a formulação e o exercício da acusação, nem a iniciativa da colheita de provas. No sistema acusatório, o
juiz está distante do con�ito de interesses.
Quanto à iniciativa probatória, o juiz não era dotado de poder de determinar de ofício a produção de provas, pois estas
deveriam ser fornecidas pelas partes. Portanto, sob o ponto de vista probatório, aspira-se a uma posição de passividade
do juiz quanto à reconstrução dos fatos, cabendo a ele salvaguardar os direitos e liberdades fundamentais.
O sistema acusatório vigorou durante quase toda a Antiguidade grega e romana, bem como na Idade Média, nos domínios do direito
germano. A partir do século XIII entra em declínio, passando a ter prevalência o sistema inquisitivo. Atualmente, o processo penal
inglês é aquele que mais se aproxima de um sistema acusatório puro.
Pelo sistema acusatório, acolhido pela Constituição Federal de 1988, art. 129, inciso I:
SISTEMA MISTO
Após se disseminar por toda Europa a partir do século XIII, o sistema inquisitorial passa a sofrer alterações com a
modi�cação napoleônica, que instituiu o denominado sistema misto. Trata-se de um modelo novo, funcionando como uma
fusão dos dois modelos anteriores, que surge com o Código Criminal francês, de 1808, por isso também denominado
sistema francês.
Por que é chamado Sistema misto?
O processo se desdobra em duas fases distintas, a primeira fase:
Quando o Código de Processo Penal entrou em vigor, prevalecia o entendimento de que o sistema nele previsto era misto.
A fase inicial da persecução penal, caracterizada pelo inquérito policial, era inquisitorial. Porém, uma vez iniciado o
processo, tinha-se uma fase acusatória.
Todavia, com o advento da Constituição Federal, que prevê de maneira expressa a separação das funções de acusar,
defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, além do princípio da presunção de não
culpabilidade, está-se diante de um sistema acusatório.
É bem verdade que não se trata de um sistema acusatório puro. De fato, há de se ter em mente que o Código de Processo
Penal tem nítida inspiração no modelo fascista italiano. Torna-se imperioso, portanto, que a legislação infraconstitucional
seja relida diante na nova ordem constitucional.
RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO DE UM SISTEMA
PROCESSUAL PENAL ACUSATÓRIO
Então vamos lá, sistemas processuais penais.
Na Roma antiga, o Estado não interferia no con�ito de interesses de ordem penal. Não tínhamos a intervenção do Estado. Na
realidade, todos os con�itos de interesses de ordem penal eram resolvidos de maneira privada, ou seja, colocavam-se frente a frente à
suposta vítima do suposto infrator, e eles elegiam um juiz, para dirimir aquele con�ito de interesses.
RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO DE UM SISTEMA
PROCESSUAL PENAL ACUSATÓRIO
» Quem elegia esse juiz? Aquela pessoa que tivesse o quê?
Mais poder social e econômico.
» Esse juiz precisava ter versado em Direito, um desses juristas?
Nada disso. Esse juiz precisava ter uma boa reputação naquela localidade, naquela comunidade. É o único requisito. E por
que isso? Porque uma vez escolhido o juiz, surgia a �gura do pretor.
» Equivocadamente, nós temos o hábito de associar pretor a juiz, não? O pretor, esse sim, era uma pessoa letrada, alguém
que tinha formação jurídica, e qual é a função do pretor na realidade?
Auxiliar o juiz escolhido pelos litigantes quando do julgamento. E auxiliava, é importante dizer, tecnicamente.
Ou seja, a palavra �nal, quem dava realmente? O juiz que fora escolhido pelos contendores, pelos supostos lesado e
agressor.
Está claro?
» Então, nada a ver isso, ou seja, a decisão era dele, só que sob a orientação técnica do pretor. Ok?
Ou seja, o Estado na realidade, não interferia, a verdade é essa, nesses con�itos de interesse.
Entendido?
» Curiosamente, a participação do Estado, na esfera criminal, surge na Idade Média. E aí, evidentemente, surge o quê?
O que nós conhecemos por sistema inquisitório.
E o sistema inquisitório se notabilizava por reunir as funções de acusare de julgar no mesmo órgão estatal, ou seja, o
mesmo órgão acusava e julgava. E dentro desse contexto, contraditório e ampla defesa eram absolutamente inexistentes,
porque desvestidos de qualquer efetividade. O julgamento, pela Santa Inquisição, era uma das vertentes desse sistema
inquisitório.
» E por que o surgimento do sistema acusatório?
Porque desvinculou-se do mesmo órgão as funções de julgar e de acusar. Ou seja, o Estado continuou evidentemente a
intervir e a regular esses con�itos criminais, só que agora através de dois órgãos, um incumbido somente do julgamento, o
juízo;
» E o outro incumbido somente da acusação, qual?
O Ministério Público. O advento do Ministério Público é que permitiu o incremento do sistema acusatório.
» E não por acaso, se você parar para pensar, o sistema acusatório é exatamente o quê?
Passamos a ter um órgão incumbido tão somente da acusação, o que antes simplesmente não ocorria.
Então, com a Revolução Francesa, com a criação de um órgão estatal incumbido somente da acusação, implementou-se o
sistema acusatório.
Agora, é importante dizer que o advento do sistema acusatório não representou o término, o �m integral do sistema inquisitório. Não,
longe disso. Em verdade, é muito difícil termos um sistema acusatório absolutamente puro.
Cuidado com uma coisa:
Muitos autores, neste ponto, cometem uma impropriedade terminológica. Falam que é um sistema acusatório, mas com
muitas reminiscências inquisitórias.
Errado!
Porque a reforma do CPP — a reforma recentíssima que tivemos no CPP — trouxe mais traços inquisitórios para o nosso
sistema acusatório.
Exemplo disso, art.156, I do CPP na forma da Lei.11.690\08. O art.156, I do Código de Processo Penal expressamente dá
ao juiz a possibilidade de determinar de ofício a produção antecipada de provas, inclusive em etapa ainda pré-processual.
Fonte da Imagem:
Porque veja, a rigor, se pensarmos em um sistema acusatório puro, recebendo inclusive a terminologia adversarial system,
que por sinal é uma expressão muito interessante, pois demonstra a essência do sistema acusatório, sistema de con�ito,
“sistema adversário” na tradução absolutamente literal.
Ou seja, defesa e MP em um duelo, e o juiz como árbitro. Assim, o processo é um duelo, acusação de um lado e a defesa
de outro.
Os protagonistas desse duelo, portanto, são quem? As partes. 
E o juiz atua passivamente, como árbitro. 
Ficou claro?
Quando se fala, em sistema acusatório, nós temos a ideia exatamente desse duelo, ou seja:
Para a defesa, o mesmo raciocínio. —
Logo, o processo sendo protagonizado pelas partes, e o juiz atuando, na realidade, eventualmente como um árbitro e
como, digamos assim, um regulador daquele processo.
Conclusão: isso é um sistema acusatório puro.
Coloquem o seguinte:
Nesse caso, cumpre diferenciar, esses poderes, quando exercidos em uma etapa pré-processual, isto é, incidentalmente ao
inquérito, se mostrariam o quê?
Inconstitucionais, porque seria o juiz exercendo um papel ativo já no inquérito, imiscuindo-se assim na atuação repressiva
do Estado, delegado que é o presidente do inquérito e MP que é quem controla externamente as investigações. 
Já incidentalmente ao processo, esses poderes seriam uma manifestação do próprio poder geral de cautela do juiz no
processo penal. Já que é ele sentenciante. Então, é ele o maior interessado em garantir a efetividade da sua prestação
jurisdicional. 
Assim, concluímos os sistemas processuais.
ATIVIDADE 1
Caio, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do Código
Penal (estupro de vulnerável) por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina com 13 anos de idade. A
denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o
fato à delegacia de polícia local.
Caio foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. À luz da Constituição Federal, diga se o
procedimento adotado foi correto, indicando qual o sistema processual adotado no Brasil mencionando ainda as suas
características.
Resposta Correta
ATIVIDADE 2
A respeito dos sistemas processuais existentes, no Processo Penal, é correto a�rmar que:
O sistema inquisitivo rege o processo penal brasileiro, com a concentração das funções acusatória, de defesa e julgadora na
mesma pessoa, o juiz acusador.
O sistema acusatório caracteriza-se pela divisão das funções acusatória, de defesa e julgadora em diferentes personagens, sendo
o juiz imparcial.
O inquérito policial, apesar de não ser um processo, obedece às regras e aos princípios do sistema acusatório, com a garantia da
ampla defesa e do contraditório.
O sistema processual inquisitivo tem como característica marcante a oralidade e a publicidade.
O sistema acusatório caracteriza-se por ser eminentemente escrito e secreto.
Justi�cativa
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