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HORA DA VERDADE - PRF JANAINA ARRUDA 1 O Pe. Antônio Vieira foi submetido a residência forçada, em Coimbra, de fevereiro de 1663 até setembro de 1665 e, finalmente, preso pela Inquisição no dia 1.º de outubro.4 Publicou-se uma importante série de cartas escritas por ele nesse período, que se escalonaram com bastante regularidade de 17 de dezembro de 1663 a 28 de setembro de 1665. 7 Em cerca de trinta cartas que foram conservadas, encontram-se alusões mais ou menos desenvolvidas ao “tempo que faz”. Para apreciar o valor e o significado dessas 10 indicações, é preciso entender as principais razões que levavam o padre a interessar-se pelo tempo. A principal era, sem dúvida, as repercussões que certos tipos de tempo tinham sobre a 13 regularidade do funcionamento das comunicações, em especial a circulação das cartas e notícias. Sujeitado a residência forçada, Antônio Vieira ansiava pela chegada do correio, 16 sobretudo o que provinha de Lisboa e da Corte, mas também dos outros lugares onde tinha amigos. Em certos períodos do ano, inquietava-se também pelas condições de navegação do 19 Atlântico, perigosas para as frotas do Brasil e da Índia. Outra razão do seu interesse eram as repercussões do tempo sobre a própria saúde e a dos amigos, e sobre os rebates da peste. 22 Enfim, não podia esquecer as campanhas militares que, a partir da primavera, decorriam então no Alentejo. Convém não esquecer que as anotações climáticas nas 25 cartas de Antônio Vieira podiam ter, às vezes, valor puramente metafórico. No ambiente de acesas intrigas palacianas que o Padre acompanhava a distância, ele deixa mais de uma vez 28 transparecer o receio de que as cartas dele e dos seus correspondentes fossem abertas e lidas. Por isso, expressa-se muitas vezes por alusões e metáforas. Por exemplo, a 20 de 31 julho, escrevia a D. Teodósio: “Em tempo de tanta tempestade, não é seguro navegar sem roteiro.” Tratava-se apenas, na realidade, de combinar o percurso para um encontro 34 clandestino estival nas margens do Mondego. O contexto permite, quase sempre, desfazer as dúvidas. Suzanne Daveau. Os tipos de tempo em Coimbra (dez. 1663 – set. 1665), nas cartas de Padre Antônio Vieira. In: Revista Finisterra, v. 32, n.º 64, Lisboa, 1997, p. 109-15. Internet: <www.ceg.ul.pt> (com adaptações). Acerca das ideias expressas no texto e da tipologia que o caracteriza, julgue os itens a seguir. 1. Nesse texto, essencialmente informativo, o assunto está centrado nas menções feitas ao clima pelo Padre Antônio Vieira em cartas escritas no exílio. 2. De acordo com o texto, as cartas do Padre Antônio Vieira merecem destaque porque foram escritas durante o período em que esteve exilado. 3. Conforme o texto, entre as razões que motivavam o interesse do Padre Antônio Vieira pelo tempo, algumas eram de cunho pessoal. 4. Constata-se no texto que o emprego da linguagem conotativa nas anotações climáticas nas cartas de Antônio Vieira visava obstar a compreensão da leitura dessas cartas por quem não fosse o seu destinatário. 5. Em todas as trinta cartas escritas durante os dois anos de degredo, o Padre Antônio Vieira mencionava o clima em Portugal. 6. O vocábulo “pois” (L.6) pode ser substituído, sem que haja prejuízo ao sentido ou correção gramatical do texto, por dessarte, conquanto ou portanto. 7. A conjunção “conquanto” (L.2) introduz uma oração em que se admite um fato contrário e subordinado ao fato afirmado na oração principal. 8. Entre as orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses temas, ou sequer saber que existem” (L.14- 15) estabelece-se uma relação sintático- semântica de alternância. 9. A palavra “assim" (l.14) indica a conclusão do raciocínio iniciado no primeiro parágrafo e, por isso, sua substituição pela conjunção portanto manteria a correção gramatical e as relações de sentido do texto. 10. O emprego de “apenas” (l.10) enfatiza a ideia de que é pequena a quantidade de água a ser desviada do rio São Francisco. 11. O vocábulo “essa” (l.5) alude ao “novo milênio” (l.1), “era do conhecimento, da informação” (l.1-2). 12. Caso expressão “em que” (l.2) fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerência do texto. 13. No texto, o uso do futuro do subjuntivo em “comandaria” (L.17) indica uma situação factual. 14. A substituição de “tem sofrido” (l.3) por sofreu prejudicaria a correção gramatical do período. 15. A substituição de “é composto” (l.1) por compõem-se mantém a correção gramatical do período. 16. Na linha 20, o vocábulo “sobretudo” pode ser corretamente substituído por mormente, sem prejuízo para a estrutura gramatical e os sentidos do texto. 17. O trecho “que condiciona a edição de biografias à autorização do biografado ou descendentes" (l.1-3) é de natureza explicativa. 18. Na linha 16, o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório, dadas a regência da forma verbal “deu", que exige complemento preposicionado, e a presença do artigo definido feminino a, que antecede o substantivo “instituição". 19. A oração subordinada reduzida de gerúndio “sendo o programa mais importante a linguagem" (L.14-15) poderia ser corretamente reescrita na seguinte forma de oração com conector: onde o programa mais importante é a linguagem. 20. Na linha 2, caso o vocábulo “formulados” estivesse flexionado no feminino singular — formulada — para concordar com “transmissão”, não haveria prejuízo da correção gramatical nem dos sentidos originais do texto. 21. Nos trechos “que a provocara” (L.6-7) e “que daí em diante regeria” (L.21), o pronome “que” exerce, em ambas as ocorrências, a função de sujeito. 22. O trecho “o seu significado e a sua unidade emergem dos sentimentos e das emoções que a determinam” (l.6-7) poderia ser reescrito, mantendo-se as relações sintáticas originais e o sentido do texto, da seguinte forma: o seu significado e a sua unidade determinam os sentimentos e emoções que emergem. 23. O emprego do elemento referencial “a qual" (l.21) evita a repetição viciosa da palavra “máquina". 24. A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição “de” (l.5). 25. Seriam mantidas as relações sintáticas e semânticas do primeiro período do texto, caso o termo “desprovida” (l.2) fosse substituído por desprovido, passando, assim, a concordar com o elemento imediatamente anterior: “ciberespaço”. 26. A correção gramatical e o sentido da oração “Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos de sequestro- relâmpago em todo o DF” (l.8-9) seriam preservados caso se substituísse a locução verbal “foram registrados” por registrou- se. 27. Na oração “guiava-me a promessa do livro” (l.22), o pronome “me” exerce a função de complemento da forma verbal “guiava”. 28. Em “usá-lo" (l.14), o pronome “lo" é elemento coesivo que se refere ao antecedente “serviço" (l.13) 29. O trecho “faz que ela seja” (L.26) poderia ser corretamente substituído por faz dela. 30. No primeiro período do texto, a transposição da partícula “se” para depois da forma verbal de gerúndio mantém a correção gramatical do trecho. 31. No primeiro período do texto, a transposição da partícula “se” para depois da forma verbal de gerúndio mantém a correção gramatical do trecho. 32. No trecho “enquanto os protestos se espalhavam pelas ruas da capital egípcia” ,a próclise do pronome “se” justifica-se pela natureza subordinada da oração, explicitada pela conjunção temporal “enquanto”.33. O emprego de vírgula logo após “econômico" ( l.11) justifica-se porque a oração subsequente é subordinada adverbial reduzida de gerúndio. 34. A oração “para tornar as suas atividades com os alunos mais lúdicas” (l.14-15) está subordinada à oração anterior e indica a finalidade do que se declara na oração principal. 35. Em “Paulo Freire acreditava que a melhor maneira de se ensinar é defender com seriedade e apaixonadamente uma posição” (l.22-24), a oração introduzida por “que” exerce a função sintática de predicativo do sujeito “Paulo Freire”. 36. As orações iniciadas pelo termo “que”, nas linhas 5 e 15, exercem, nos períodos em que ocorrem, função sintática idêntica. 37. O termo “que” (l.2) introduz oração que complementa de forma direta o sentido do verbo “aprender” (l.1). 38. A oração “Baixados os arquivos” (l.29) poderia, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por Assim que são baixados os arquivos. 39. Em “Podem-se candidatar” (L.9), o pronome “se” indica indeterminação do sujeito. 40. No trecho “Trata-se de uma imagem construída ao longo de pelo menos vinte séculos” (L.4-5), a forma verbal sublinhada foi empregada no singular para concordar com “imagem”. 41. O período ‘Não é difícil governar a Itália’ (L.1) é composto por duas orações, ambas sem sujeito. 42. No primeiro período do texto, o isolamento do termo “a patente” — feito por meio do emprego de travessões — poderia ter sido feito mediante o uso de vírgulas. 43. Na linha 6, dados os sentidos do trecho introduzido por dois-pontos, o vocábulo “fronteiras” deve ser interpretado em sentido amplo, não estando restrito ao seu sentido denotativo. 44. No primeiro parágrafo, as aspas foram empregadas em trechos que reproduzem discursos de outras pessoas, e não da autora do texto. 45. Em “seja esta moral, seja de direito natural" (5), é obrigatório o emprego da vírgula para indicar a relação de alternância entre os elementos de orações de mesmo nível sintático. 46. A oração “de produzir materiais preciosos" (l.1) e o termo “de ENERGIA ELÉTRICA" (l.2) desempenham a mesma função sintática no período. 47. É possível identificar no trecho “foi na Grécia que se configurou o primeiro esboço de um tribunal de contas" (L. 9 a 11) duas orações, sendo uma delas de natureza restritiva. 48. O emprego do modo subjuntivo na forma verbal “conste" (L.8) depende sintaticamente da presença da conjunção “Embora" (L.7). 49. O texto permaneceria gramaticalmente correto caso o trecho “vinculava a cobrança de tributos à existência de uma lei" (L. 13 e 14) fosse reescrito da seguinte forma: vinculava à cobrança de tributos a existência de uma lei. 50. A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se substituísse “Esquece- se, (...), que" (L.7) por Esquece-se, (...), de que. Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. C 8. E 9. E 10. C 11. C 12. E 13. E 14. E 15. E 16. C 17. E 18. C 19. E 20. E 21. C 22. E 23. E 24. E 25. E 26. E 27. C 28. C 29. C 30. C 31. E 32. C 33. C 34. C 35. E 36. E 37. C 38. C 39. E 40. E 41. E 42. C 43. C 44. C 45. C 46. C 47. E 48. C 49. C 50. C
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